Tópicos Gramaticais - 05

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TÓPICOS GRAMATICAIS –

ASPECTOS MORFOLÓGICOS E
SINTÁTICOS
AULA 5

Prof.ª Yara Silva


CONVERSA INICIAL

Chegamos a uma questão relevante para debater. Por que ensinar


língua portuguesa a quem já conhece a língua portuguesa? O que e de que
forma os conteúdos gramaticais devem ser trabalhados na escola? Há uma
questão importante a se comentar sobre o ensino: a maneira como
aprendemos a disciplina é muito diferente da que se aplica hoje. A linguística
moderna incita o trabalho com textos, não excluindo a gramática.
Mas como trabalhar a gramática a partir do texto? Encontrar a resposta
será o desafio desta etapa.
Vamos lá?

TEMA 1 – O ENSINO DA GRAMÁTICA EM SALA DE AULA

O ensino de língua portuguesa tem como intenção preparar o aluno para


lidar com a linguagem em suas mais diversas situações de uso e
manifestações. Inclusive, é por meio dela que o estudante terá acesso às
outras áreas do conhecimento, sendo, portanto, muito importante o seu
domínio efetivo.
De acordo com Travaglia (2009, p.17),

o ensino de língua materna se justifica prioritariamente pelo objetivo


de desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua
(falante, escritor/ouvinte, leitor), isto é, a capacidade do usuário
empregar adequadamente a língua nas mais diversas situações de
comunicação. Portanto, este desenvolvimento deve ser entendido
como a progressiva capacidade de realizar a adequação do ato
verbal às situações de comunicação.

Se o enfoque é a competência comunicativa, temos que pensar como


tudo que aprendemos sobre morfossintaxe pode ser aplicado em sala de aula.

1.1 O ensino de língua portuguesa

O ensino da gramática já vem sendo discutido há bastante tempo. Tal


discussão se deveu à concepção de língua adotada a cada período. O próprio
método de alfabetização passou por modificações por conta das mudanças na
maneira de se conceber a língua.
Na década de 70, o ensino de leitura e escrita estava limitado à
palavra/frase e reprodução de textos clássicos, visando à apropriação da

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norma padrão. Na década seguinte, entendendo a linguagem enquanto forma
de interação, o ensino foi pautado nos gêneros textuais, a partir do contato com
o maior número possível deles, com a intenção de que o estudante soubesse
ler, produzir, falar e ouvir tanto para analisar e fazer refletir sobre o uso da
língua, que se limitava a descrever e trabalhar com normas, dissociadas de
situação de uso.
A ideia de uso da linguagem como prática de interação social é
ancorada em Bakhtin, que defende uma concepção de linguagem enunciativo-
discursiva, vendo o discurso como uma prática social que se faz a partir da
interação entre locutor e interlocutor. Nas palavras de Geraldi (1984, p . 41),
nessa concepção, a linguagem é “um lugar de interação humana”.
Com esse entendimento, o trabalho com a gramática é produtivo, pois a
interação é preocupação do ensino, existindo então a necessidade da reflexão
sobre a norma enquanto sua função dentro do uso real na linguagem, na
interlocução.
Assim, o ensino da língua deve fornecer ao estudante meios de dominar
a língua em situações concretas de uso, por isso o ensino deve ocorrer por
meio de textos de diferentes gêneros, também englobando diferentes
variedades linguísticas e neles a prática de análise linguística deve estar
subsidiada.

1.2 A gramática a partir do texto

Com a proposta do ensino a partir do texto, cabem algumas menções


importantes.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),

Ao componente Língua Portuguesa cabe, então, proporcionar aos


estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos
letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e
crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela
oralidade, pela escrita e por outras linguagens. (Brasil, 2018, p. 68)

Àquelas perguntas sobre como se trabalhar com textos e gramática, é


interessante citar mais um trecho da BNCC:

O componente Língua Portuguesa da BNCC dialoga com


documentos e orientações curriculares produzidos nas últimas
décadas, buscando atualizá-los em relação às pesquisas recentes da
área e às transformações das práticas de linguagem ocorridas neste
século, devidas em grande parte ao desenvolvimento das tecnologias
digitais da informação e comunicação (TDIC). Assume-se aqui a
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perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem, já assumida em
outros documentos, como os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), para os quais a linguagem é “uma forma de ação
interindividual orientada para uma finalidade específica; um processo
de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes numa
sociedade, nos distintos momentos de sua história”. (Brasil, 2018, p.
67)

As citações apresentadas nos deixam claro que todos os textos, em


diferentes suportes, devem ser apresentados aos alunos. Se a ideia é se
trabalhar com a língua enquanto prática social, temos que possibilitar ao
estudante contato com os textos que circulam em sociedade; afinal, falar ele já
sabe. Repensar os gêneros e suportes de texto já é um viés importante a se
pensar dentro do ensino. Da mesma forma, o olhar dentro das regras
gramaticais e o ensino de gramática, que deve ter como objetivo o
desenvolvimento da competência linguística dos estudantes. Tudo isso com
vistas ao entendimento do aluno ao texto.

TEMA 2 – AS FUNÇÕES GRAMATICAIS E O TEXTO

A função do ensino de língua portuguesa é a competência comunicativa.


Tal competência se dá por meio de textos e o trabalho para o desenvolvimento
dela “corresponde, em última instância, ao desenvolvimento da capacidade de
produção e compreensão de textos nas mais diferentes situações de interação
comunicativa que representam situações discursivas de enunciação”
(Travaglia, 2009, p. 67).
Nesse contexto, o ensino deve criar situações em que haja interação
com textos, entendendo-o como “uma unidade linguística concreta (perceptível
pela visão ou audição)” (Travaglia, 2009, p. 67).
De acordo com Travaglia (2009, p.67), essa unidade “é tomada pelos
usuários da língua (falantes, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de
interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como
preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida,
independentemente de sua extensão”.
Assim sendo, o texto será o produto concreto da atividade comunicativa
que segue regras e princípios discursivos sócio-históricos estabelecidos e que
devem ser considerados. Portanto, é necessário que, no ensino,
primeiramente, sejam trabalhados os aspectos relativos a compreensão e

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interpretação para, depois, com os aspectos linguísticos desejados e
oferecidos pelo texto.

2.1 Exemplo de atividade a partir de trecho de texto

Trânsito
“Era hora dos passarinhos. E lhe fazia pensar no amor, sentimento
esgarçado na rotina do cotidiano. Saíra havia pouco do trabalho com a
sensação incômoda de que se tornara, dia após dia, mais eficiente. E menos
ociosamente livre. Uniformizara os pássaros cantores de sua alma num
avental de funcionária exemplar, obrigando-os a assinar ponto, fazer
requerimentos, responder presente àquilo que se chamava luta pela vida e que
era, afinal, apenas o esforço medíocre de sobreviver.” (Laurito,1998, p. 52, grifo
nosso)
O texto em análise é curto, mas muito rico para o que se propõe. A partir
dele, será possível fazer a análise textual, do gênero e linguística; elementos
essenciais de uma aula de língua portuguesa efetiva.
Antes das atividades, é importante apresentar a diferença entre
compreensão e interpretação textual.

2.2 Compreensão e interpretação textual

Há uma diferenciação entre compreensão e interpretação textual.


Dependendo do ano, não há a necessidade de que o estudante saiba
diferenciá-las, mas o professor, sim, pois, dessa maneira, poderá desenvolver
diferentes habilidades com o aluno. Com a atividade de compreensão, é feita a
decodificação do que está escrito. Tem-se uma ideia geral do que foi
apresentado. À tarefa de interpretar, cabe inferir, relacionar as ideias escritas
com o conhecimento de mundo que se tem. São duas ideias próximas, contudo
é possível que haja somente a compreensão de um texto, sem interpretação,
mas não o contrário, afinal, para interpretar, é preciso, primeiro, compreender
as ideias apresentadas.

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2.3 Questões de compreensão e interpretação textual

A seguir, algumas questões que podem auxiliar o aluno a compreender a


ideia do texto, seguidas das possíveis respostas:

a) De acordo com a leitura, como seria a personagem do texto? O que o


levou a chegar a essa ideia?

A personagem do texto é uma pessoa que tem um viés de reflexão bem


pontual. A rotina laboral leva a uma introspecção, pois vive uma rotina
monótona (Tal qual “um passarinho preso na gaiola”).

b) Qual seria o espaço? Justifique.

Ela está no trânsito – “Saíra havia pouco do trabalho com a sensação


incômoda”

c) Que sentido você atribui ao trecho “Era hora dos passarinhos”?

Tempo para que se perceba como “ser humano”: livre, sem


compromissos pontuais, sem atividades laborais que levam a uma
uniformidade. Naquele momento, ela se reencontra consigo mesma:
com as suas dores e angústias. A personagem reflete sobre a
“liberdade” que os passarinhos têm e a associa com o momento em que
ela está no trânsito, após um dia de trabalho monótono – e que cumpriu
com excelência, ainda que dentro de um processo uniformizado, sem
tempo para reflexões.

d) Por que o amor, para a personagem estava “esgarçado”?

Na verdade, ela não mais se reconhecia. Sem tempo para nada, pois
seguia uma rotina cansativa. Estava cansada de ser uma funcionária
exemplar, seguindo à risca os padrões da empresa, porém sem tempo
para “navegar em si mesma”.

e) Por que tornar-se eficiente era incômodo?

Isso a incomodava muito, pois ao buscar a excelência profissional, não


mais se reconhecia, pois se sentia totalmente “uniformizada” aos
padrões da empresa.

f) Explique o sentido metafórico do trecho “uniformizara os pássaros


cantores de sua alma”.

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Frase de bastante relevo existencial. Aqui, a metáfora tem o sentido de
uma dor na alma ímpar. Até os pássaros perderam a sua identidade. Tal
qual a personagem, que não se reconhece: segue um padrão
diariamente imposto pelo local onde trabalha. O seu ‘eu” se tornou,
totalmente, um “eu” robotizado.

g) Que tipo de conflito vive a personagem?

Um conflito “existencial”. Há um diálogo interior com ela mesma. Mas,


sobreviver é preciso, mesmo se esquecendo dos pássaros de sua alma.

h) Como se pode diferenciar as expressões “luta pela vida” e “esforço


medíocre de sobreviver”.

Infelizmente, a rotina, a busca pela excelência, em um ambiente laboral,


é uma luta diária em que você não pode mostrar a sua fragilidade, pois
estamos “no modo automação”: “a máquina pela máquina”.
Consequentemente, tais sentimentos levam a um esforço medíocre para
sobreviver. Você vai anulando aos poucos os sonhos, a sua identidade...
e “os pássaros que estão em nossa alma” se tornam também presos a
uma gaiola. Nesse universo capitalista, sobreviver é preciso!

i) Qual o gênero do texto e suas características?

Trata-se de uma crônica, por ser uma narrativa curta, com linguagem
simples. Poucos personagens, espaço reduzido e acontecimentos
relacionados a questões do cotidiano.

2.4 Questões de análise linguística

a) Qual oração indica quando acontece a reflexão da personagem? Ela tem


sujeito?

“Era hora dos passarinhos”; Não (Sujeito inexistente).

b) Identifique o sujeito das formas verbais destacadas.

A “funcionária exemplar”.

c) Os verbos destacados (sair, fazer, tornar, uniformizar) estão no passado.


No entanto, indicam duas posições diferentes na linha temporal.
Explique.

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Neste tempo (pretérito imperfeito) ela se permite uma reflexão; um
encontro com sua identidade, sua identidade, suas angústias. No tempo
do trabalho (pretérito mais-que-perfeito), sente-se uma funcionária
exemplar, que compre todas as etapas. Na vida particular, vive um
paradoxo existencial, porque sente falta de liberdade.

TEMA 3 – A ORDEM DOS TERMOS NA ORAÇÃO, A SINTAXE E A ÊNFASE

A sintaxe é a parte da gramática responsável pela análise da ordem,


disposição e relação entre os termos na oração. Na ordem direta, os termos
são ordenados da seguinte forma: sujeito + verbo + complemento (que
podem ser os objetos ou os adjuntos adverbiais).
No entanto, nem sempre há a necessidade de que a oração se
apresente dessa forma, pois, dependendo da intenção do texto, que pode
trazer maior expressividade no uso da linguagem, essa ordem pode ser
alterada, sem ser considerado como um desvio de norma.

3.1 Trabalhando o texto

A partir do texto em análise, é possível mostrar ao estudante outros


efeitos oriundos das escolhas sintáticas, que acarretarão mudanças na
expressividade no texto. Essa é uma estratégia bastante comum em textos
literários, mas que também notamos como estratégia em músicas e textos
publicitários.

3.1.1 Aposto

“Era hora dos passarinhos. E lhe fazia pensar no amor, sentimento


esgarçado na rotina do cotidiano [...]” (Laurito, 1988, grifo nosso).

No trecho em análise, o aposto foi utilizado para mostrar como a


personagem via o amor. Mesmo o aposto sendo um elemento acessório da
oração, no trecho, sua presença foi essencial para dar pistas ao leitor de como
caracterizar a situação da personagem.

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3.1.2 Uso do sujeito desinencial

“Saíra havia pouco do trabalho com a sensação incômoda de que se


tornara, dia após dia, mais eficiente. E menos ociosamente livre.
Uniformizara os pássaros cantores [...]” (Laurito, 1988, grifo nosso).

O autor ainda não apresentou a personagem, mas usou o sujeito


desinencial com a intenção de aproximá-la do interlocutor.

3.1.3 Extensão das frases

No mesmo trecho, é possível perceber que a frase de menor extensão


dá dinamicidade à leitura, mas também se coaduna com a ideia apresentada,
de que “há pouca liberdade”, pois entre as frases longas (que denotam a
liberdade) há a frase curta, que a lembra de sua rotina extasiante.

“Saíra havia pouco do trabalho com a sensação incômoda de que se


tornara, dia após dia, mais eficiente. E menos ociosamente livre.
Uniformizara os pássaros cantores [...]” (Laurito, 1988, grifo nosso).

3.2 Ordem das orações

Há ainda a escolha da posição dos termos da oração. Quando alguns


termos são apresentados no início da oração, recebem maior ênfase, o que
pode servir para determinar escolhas do autor.
No consagrado “Soneto de Fidelidade”, Vinicius de Morais apresenta:

De tudo ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

A ordem inversa da oração serve para dar ênfase a ela no poema.


Todavia, a ordem direta seria: “Serei atento ao meu amor antes de tudo”.
A mesma estratégia é utilizada no Hino Nacional:

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


De um povo heroico o brado retumbante”

Ao apresentarmos a oração na ordem direta, teremos “As margens


plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”. Ou
seja, as margens plácidas do Ipiranga é o sujeito do verbo “ouviram”.

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TEMA 4 – A SINTAXE, A REPETIÇÃO E OS TERMOS PLEONÁSTICOS

O pleonasmo é uma figura de linguagem bastante conhecida. Talvez não


especificamente pelo nome, mas há expressões que, assim que proferidas,
logo são comentadas por alguém. Trata-se da repetição de uma ideia no
mesmo enunciado. São as conhecidas expressões “subir para cima” ou descer
para baixo”, por exemplo. Todavia, nem sempre elas são problemas no texto já
que, dependendo da intenção do falante, a ideia pode ser, sim, dar ênfase a
determinada ideia. E aí não é um vício de linguagem, mas um recurso de
expressão, uma figura de linguagem.

4.1 Objetos pleonásticos

Para apresentar tal ênfase, podemos ter os objetos pleonásticos. São


circunstâncias em que tanto o objeto direto quanto o indireto são apresentados
no início da oração e, depois, repetidos em forma de pronome pessoal em sua
posição normal.
Acompanhe os exemplos:

• Exemplo 1:

Ouço suas músicas sempre com emoção. (Objeto Direto)

• Com mais ênfase:

Suas músicas, ouço-as sempre com emoção. (Objeto Direto)

• Exemplo 2:

Dá aos filhos o melhor de si. (Objeto Indireto)

• Com mais ênfase:

Aos filhos, dá-lhes o melhor de si. (Objeto Indireto)

A intenção é reforçar o termo para dar ênfase a ele.

4.2 Repetição

Para a ênfase ao que se quer, é possível também repetir termos ou


expressões que deem a expressividade requerida pelo autor. Nesse caso, não
se trata de um pleonasmo, porque não é uma repetição de ideia, mas de

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termos. Não se trata de um “defeito” na escrita, pois a repetição é intencional,
visando à expressividade do enunciado.
No exemplo a seguir, temos um caso de anáfora.

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

TEMA 5 – O OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO, OMISSÃO DO TERMO


SINTÁTICO E SINTAXE DE CONCORDÂNCIA

Na análise sintática, sabemos que o objeto direto é um complemento


verbal sem preposição. Todavia, há casos em que ele pode ser introduzido por
preposição. É o que chamamos objeto direto preposicionado. O verbo ainda é
classificado como transitivo direto e o objeto é direto. A preposição é utilizada,
mas não exigida pelo verbo.
Veja o exemplo:
“O filho ama ao pai.”
“Amar” é um verbo transitivo direto. Como consequência, o objeto será
direto. No entanto, como houve a intenção do autor enfatizar o objeto verbal, foi
aplicada a preposição.

5.1 Casos obrigatórios de objeto direto preposicionado

Há situações em que o objeto direto é preposicionado, seja para dar


ênfase, seja para evitar ambiguidadade. Vamos analisar.

a) Objeto direto formato por pronome pessoal tônico:

“Eles enganaram a mim”

Quem engana, engana alguém. Portanto, enganar é um verbo transitivo


direto, que exige objeto direto. Para melhorar a fluência da leitura, é
exigida a preposição.

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b) Objeto direto formato pelo pronome relativo “quem”:

“Ele tem um pai a quem admira.”

c) Objeto direto anteposto ao verbo:

“A Abel matou Caim.”

Nesse caso, a construção traz maior clareza ao enunciado. Garantir


clareza e eufonia em expressões de reciprocidade:

“Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”

5.2 Omissão do sujeito

É muito comum, principalmente em produções textuais escolares,


percebermos a omissão do sujeito atrapalhando a fluência da leitura e a
clareza do enunciado. Isso, muitas vezes, acontece, pois o adjunto adverbial é
muito longo, e o autor acaba se perdendo na construção “sujeito + verbo”.
Exemplo: “Na obra “O Diário de Anne Frank” mostra a rotina de uma
garota que vive em um esconderijo durante dois anos”.

NA PRÁTICA

Todos os textos que estão presentes na sociedade servem como base


para uma aula de língua portuguesa, afinal, as aulas devem ser centradas em
situações reais de comunicação. Sua tarefa então, será formular uma aula a
partir de um texto inesperado. Pode ser um folheto que você receba na rua,
uma letra de música que você acabou de ouvir no rádio, uma propaganda a
que você assistiu... Enfim, parta do zero. Não vá do conteúdo para o texto, mas
a partir do texto, explore qual conteúdo pode ser trabalhado.
Use e abuse da criatividade!

FINALIZANDO

Diante das infinitas possibilidades de acesso a vários conteúdos, o


professor, como “agente que encanta” os alunos para que se interessem a
pelas regras da língua é um dos papeis mais importantes a ser assumido.
Afinal, conhecer as regras da língua é um direito, mas também um dever
do estudante, pois a língua é um patrimônio nacional. A partir das

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sistematizações, precisamos fazer com que o aluno saiba refletir e
compreender que a utilização da língua acontece com determinadas intenções,
mas que também é um instrumento de poder e, por isso, precisa ser bem
compreendida e explorada.

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