Dissertacao ComposicaoeDiversidadedeBorboletas
Dissertacao ComposicaoeDiversidadedeBorboletas
Dissertacao ComposicaoeDiversidadedeBorboletas
Santarém, Pará
Abril, 2013
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Santarém, Pará
Abril, 2013
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Á Deus por exatamente nesta fase ter me mostrado o verdadeiro sentido da Vida.
Ao Prof. Dr. José Augusto Teston pela orientação, pela oportunidade de realizar este
trabalho e aprendizado ao longo destes dois anos.
Ao Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais da Amazônia (PGRNA) da
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) pela oportunidade do curso.
Agradeço a Hiandra Pedroso, na época técnica administrativa do PGRNA, pelas
ajudas burocráticas que em alguns momentos se fizeram necessárias.
Ao Wagner Luis Gonçalves da Silva, técnico do Laboratório de Base Cartográfia da
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) por produzir o mapa de localização das
áreas de coletas.
A Profª. MsC. Yukari Okada pela amizade, dicas e sugestões iniciais bem como por
toda ajuda, incentivo e apoio no transcorrer deste trabalho. Sou muito grata a você!
Ao Juarez L. Rodrigues, na época coordenador de transporte da UFOPA, pela amizade
e por em todos os momentos ser atencioso e solícito nas “n” vezes que tomei do seu tempo
querendo saber da disponibilidade do carro para a ida a campo. Aproveito o ensejo para
agradecer também aos motoristas que se tornaram meus amigos durante o período de
mestrado: Assis da Silva, Elizeu Froz, Eudes, Marcus Bello, Roosewelt Rodrigues, Cleber
Paixão, Maxsouwel Viana e em especial aqueles que tornaram minhas idas e vindas de campo
agradáveis... Adoro vocês!
Ao auxiliar de campo, Coronel, por toda a ajuda, amizade, parceria, atenção, paciência
(comigo) e preocupação para que tudo desse certo.
A todo apoio recebido do Projeto “Experimento de Grande Escala da Biosfera-
Atmosfera na Amazônia” (LBA).
Agradeço também pela companhia agradabilíssima do meu querido amigo Louro, do
acampamento do LBA na Flona Tapajós, pela amizade e ajuda em todos os momentos!
Agradeço à Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pela concessão de bolsa de mestrado, sem a qual este trabalho não seria possível.
Agradeço ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) pela licença
concedida e ao Analista Ambiental da Floresta Nacional do Tapajós, Dárlison Andrade, pelo
apoio através do acesso à literaturas e informações da referida Unidade de Conservação.
v
pela ajuda com as minhas planilhas na reta final deste trabalho. Vocês são essenciais a minha
vida!
À Floresta Nacional do Tapajós pelos bons momentos e oportunidade de conhecer
pessoas que tornaram meus dias mais felizes e pelas amizades conquistadas... E as borboletas
por serem lindas e perfeitinhas! Que nunca lhes falte matas, flores e frutos...
vii
EPÍGRAFE
H. W. Bates (1876)
viii
RESUMO
Uma tentativa de diminuir a exploração de madeira realizada de forma predatória e ilegal na
Amazônia é através do manejo florestal madeireiro. A Floresta Nacional do Tapajós foi a
primeira unidade de conservação criada com a categoria de manejo e é tida como modelo de
manejo comunitário madeireiro. Neste contexto, faz-se necessário o conhecimento a respeito
sobre a relação entre a exploração e a fauna visando não somente a sustentabilidade
econômica, mas a ecológica também. Assim, os objetivos deste trabalho foram: (i) elaborar
uma lista de borboletas frugívoras na Floresta Nacional do Tapajós, (ii) investigar diferenças
na composição e diversidade de borboletas frugívoras em uma área de manejo florestal
madeireiro pleno, explorada há seis anos e, uma área de preservação permanente; e (iii)
avaliar a sazonalidade das comunidades de borboletas frugívoras ao longo de um ano, em uma
área de manejo florestal madeireiro pleno, explorada há seis anos e, uma área de preservação
permanente na Floresta Nacional do Tapajós. Para tal, borboletas foram amostradas durante
12 meses (de dezembro de 2011 a novembro de 2012), através de armadilhas Van Someren-
Rydon iscadas com banana fermentada em caldo – de – cana ha uma altura de 1,5 – 1,6
metros do solo. As armadilhas permaneceram abertas por cinco dias consecutivos, sendo
vistoriadas diariamente e as iscas trocadas a cada 48 horas ou quando necessário. Para avaliar
a diferença na composição e diversidade da fauna de borboletas entre as áreas foram medidas
os seguintes parâmetros: riqueza (S), abundância (N), índices de diversidade e uniformidade
de Shannon (H’ e E’), índice de dominância de Berger – Parker (BP), constância, dominância.
Comparações de similaridade entre as unidades amostrais das áreas e períodos (+ chuva e –
chuva) foram feitas através do índice de Bray – Curtis pelo método do UPGMA. As
estimativas de riqueza foram efetuadas através de procedimentos “Bootstrap”, “Chao 1”,
“Chao 2”, “Jackknife 1”, “Jackknife 2”. Na área manejada foram coletados 483 espécimes
distribuídos em 56 espécies, das quais 11 foram exclusivas desta área. Os seguintes valores
foram encontrados: H’ = 3,18, E’ = 0,79, BP = 0,14. Na área de preservação permanente
foram coletados 351 espécimes distribuídos em 45 espécies, das quais 22 foram exclusivas
desta área. Foram encontrados os seguintes valores: H’ = 3,23, E’ = 0,85, BP = 0,11. A guilda
de borboletas frugívoras apresentaram maior riqueza e abundância no período de menos
chuva em ambas as áreas. Os estimadores previram para a área manejada de 64 a 78 espécies
e para a área de preservação permanente, de 47 a 53 espécies. As duas áreas apresentaram
similaridade de 57%. As unidades amostrais na área manejada foram similares 71% e na área
de preservação permanente 74%. O período de mais chuva entre as áreas foi similar 55% e o
menos chuvoso, 61%. Os resultados encontrados, com um ano de amostragem, demonstram
que a diversidade de borboletas frugívoras entre as áreas com ou sem influência do manejo
madeireiro pleno não é afetada pelo tempo após exploração. Entretanto, deve-se destacar que
a área de preservação permanente apresentou o dobro de espécies exclusivas.
Palavras – chave: Nymphalidae, Sub–bosque, Unidade de Conservação
ix
ABSTRACT
An endeavor to reduce predatory and illegal logging in Amazon is through timber forest
management. Tapajós National Forest was the first conservation unit created with the
management category and is regarded as a model of community timber forest management.
Therefore, its necessary to know about the relation between logging and fauna, aimed not
only economic sustainability, but also ecological. Thus, the objectives of this work were: (i)
elaborate a list of frugivorous butterflies of Tapajós National Forest; (ii) investigate
differences in the composition and diversity of frugivorous butterflies in an area of full timber
forest management, operated for six years, and a permanent preservation area; and (iii) assess
the seasonality frugivourous butterflies communities in an area of full timber forest
management, operated for six years, and a permanent preservation area in Tapajós National
Forest. For such, butterflies were collected during 12 months (from December 2011 to
November 2012) by Van Someren-Rydon traps, baited with fermented banana in sugar cane
juice in a high of 1.5 to 1.6 meters from the ground. Traps remained open for 5 consecutive
days, being inspected daily and bate being changed every 48 hours or when it was necessary.
To evaluate the difference in butterflies fauna composition and diversity between the areas the
following parameters were measured: richness (S), abundance (N), Shannon diversity and
uniformity index (H’ and E’), Berger – Parker dominance index (BP), constancy and
dominance. Similarity comparisons between the sampling units from areas and periods (+ rain
and – rain) were made by Bray-Curtis index through UPGMA method. Richness estimates
were made using procedures “Bootstrap”, “Chao 1”, “Chao 2”, “Jackknife 1”, “Jackknife 2”.
In the managed area were collected 483 specimens distributed in 56 species, 11 of which were
exclusive of this area. The following values were found: H’ = 3.18, E’ = 0.79, BP = 0.14. In
the permanent preservation area 351 specimens were collected distributed in 45 species, 22 of
which were exclusive of this area. the following values were found: H’ = 3.23, E’ = 0.85, BP
= 0.11. The frugivorous butterflies’ guild presented higher richness and abundance on the lass
rain period in both areas. The estimators predicted for the managed area 64-78 species and to
permanent preservation area, 57-53 species. The areas presented 57% of similarity. The
sampling units in the managed area were 71% similar and in 74% on the permanent preserved
area. The more rain period between the areas was 55% similar and the less rain period, 61%.
The results founded, with 1 year of sampling, show that frugivorous butterflies diversity
between the areas, with our without full logging management influence, it is not affected by
exploration time. However, it should be noted that permanent preserved area presented twice
as many exclusive species.
SUMÁRIO
ABSTRACT ............................................................................................................................................ ix
1. 1. 2 Borboletas .................................................................................................................................... 4
1. 2 OBJETIVOS .................................................................................................................................... 8
CAPÍTULO I......................................................................................................................................... 14
ANEXO ................................................................................................................................................. 62
APÊNDICES ......................................................................................................................................... 72
1
1. INTRODUÇÃO GERAL
As florestas tropicais vêm sofrendo grande pressão sobre seus recursos, especialmente
as reservas de madeiras que se encontram na floresta amazônica. Uma tentativa de conter o
avanço da exploração madeireira sobre os recursos ainda existentes é através da criação de
Unidades de Conservação, as quais, segundo Cases (2012), foram criadas em sua grande
maioria na década de 70.
As borboletas são insetos com alto grau de relação com o ambiente em que estão
inseridas e por isso apresentam respostas mesmo que sutis a pequenas mudanças ambientais,
sendo então utilizadas para avaliar a saúde do hábitat a que pertencem. Dentre as vantagens
para sua utilização como bioindicadores tem-se a diversidade ecológica, ciclo de vida curto,
estreita relação com os recursos alimentares na fase larval e adulta, além de serem fáceis de
encontrar e identificar necessitando para isso pouco recurso humano (BROWN Jr., 1992;
RAIMUNDO et al., 2003; FREITAS et al., 2006; BARLOW et al., 2007).
1. 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No Brasil foi a 13ª FLONA criada, a segunda na região norte e no estado do Pará e a
primeira unidade de conservação com a categoria de manejo no país, sendo uma referência no
desafio de conciliar a necessidade de desenvolvimento socioeconômico com alternativas de
preservação das riquezas naturais e culturais da Amazônia (PADOVAN, 2004; CORDEIRO,
2005). Após a sua criação, as primeiras explorações madeireiras sob gestão empresarial de
caráter experimental e como parte do Projeto de Desenvolvimento e Pesquisa Florestal
(PRODEPEF) ocorreram em 1979 no km 67 e em 1984 no km 117 (CORDEIRO, 2005).
suave com cobertura predominantemente de Floresta Ombrófila Densa. Tal faixa compreende
duas áreas de produção: Samambaia com 14.257 ha e Anambé com 18.160 ha. Inicialmente a
área autorizada para exploração foi de 100 ha no primeiro ano (UPA1), 300 ha no segundo
(UPA2) e 500 ha no terceiro (UPA3), com aumento gradativo nos anos subsequentes. A partir
de 2009 o projeto foi extinguido e a COOMFLONA passou a realizar as atividades de
extração madeireira (E. M. CRUZ, comunicação pessoal).
O manejo florestal envolve muitas atividades tendo entre seus objetivos a redução de
desperdícios e o aumento na eficiência das operações visando aumentar a rentabilidade da
floresta e diminuir os impactos ecológicos. A premissa é que através do manejo florestal seja
garantida, em longo prazo, a produção sustentável de produtos florestais sem ameaçar a
qualidade da floresta ou sua composição e diversidade, assim como seus processos e serviços
ecológicos essenciais (NOGUEIRA et al., 2010). A sustentabilidade socioambiental do
manejo florestal, em curto prazo, é determinada pelas características técnicas de exploração
florestal implantada e seus efeitos sobre as relações ecológicas da floresta e, em longo prazo,
os cortes seletivos constituem a atividade mais apropriada capaz de entrelaçar rentabilidade
financeira e preservação da biodiversidade (CRUZ et al., 2011).
Estudos têm sido realizados para avaliar o efeito da atividade madeireira, de alto e
baixo impacto, sobre a fauna, principalmente alguns grupos de vertebrados como anfíbios e
répteis, pássaros e mamíferos e invertebrados como besouros, formigas e borboletas. No
entanto, os efeitos da exploração madeireira sobre a fauna ainda são pouco compreendidos
devido aos resultados serem confusos ou controversos. Há uma grande variabilidade entre os
estudos que abordam esta questão em termos que vão desde o tempo e intensidade da
exploração e grupos taxonômicos estudados. Dentre os invertebrados terrestres as borboletas
apresentam respostas mais fortes à exploração madeireira (AZEVEDO-RAMOS et al., 2005).
4
1. 1. 2 Borboletas
Borboletas são insetos da ordem Lepidoptera que apresentam hábito diurno e são
facilmente reconhecidas (BROWN JR., 1992; BROWN JR. e FREITAS, 1999). Apresentam
hábitos alimentares distintos, predominando na fase larval a herbivoria e na fase adulta são
atraídas e se alimentam de líquidos oriundos dos seus recursos alimentares que podem ser
obtidos, basicamente, de duas fontes: do néctar/pólen das flores, onde são incluídos os
Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e algumas subfamílias de Nymphalidae –
Libytheinae, Danainae, Heliconiinae e Nymphalinae, as quais são denominadas de borboletas
nectarívoras; ou da alimentação de frutos em processo de fermentação, além de animais em
decomposição, excrementos e exudados de plantas sendo, desta forma, pertencentes a guilda
das borboletas frugívoras, as quais são compostas por Nymphalidae da linhagem satiróide:
Satyrinae, Charaxinae, Biblidinae e alguns Nymphalinae (DEVRIES et al., 1997; DUARTE et
al., 2012).
Muitos estudos são realizados com borboletas por estas apresentarem características
que, segundo Freitas et al. (2006), as encaixam como um indicador biológico adequado.
Indicadores biológicos são organismos com características que permitem uma resposta sobre
as condições ambientais de um dado local, através da riqueza e composição das espécies,
densidade populacional, dispersão e sucesso reprodutivo, podendo também ser usados como
um índice de atributos para outras espécies (LANDRES et al. 1988). Borboletas, além de
apresentarem tais características, tem sua taxonomia relativamente bem resolvida,
conhecimento biológico, ciclo de vida curto, diversidade ecológica, fidelidade de habitat,
associação estreita com recursos alimentares ou outras espécies, microclima, padrões de
5
1. 2 OBJETIVOS
2. MATERIAL E MÉTODOS
2. 1 Área de estudo
A FLONA do Tapajós encontra-se situada a oeste do estado do Pará abrangendo parte
dos municípios de Belterra, Aveiro, Rurópolis e Placas (Figura 1), limitando-se ao norte com
o paralelo que cruza o km 50 da Rodovia Cuiabá-Santarém (BR 163), ao sul com a Rodovia
Transamazônica (BR 230) e os rios Cupari e Cuparaitinga ou Santa Cruz, ao leste com a
Rodovia BR 163 e a oeste com o rio Tapajós (CORDEIRO, 2005). Está localizada entre os
paralelos de 2º 45’ a 4º 10’ de latitude sul e entre os meridianos de 54º 45’ a 55º 30’ de
longitude oeste (ESPÍRITO-SANTO et al., 2005).
054º 58’ 22,1”W) é uma área cuja inclinação topográfica é superior a 45º, a qual foi destinada
a ser uma Área de Preservação Permanente (APP) de floresta primária (E. M. Cruz,
comunicação pessoal). A distância entre as duas áreas são de aproximadamente 6,5 km.
Figura 1: Mapa de localização da FLONA do Tapajós e das áreas de estudo (triângulo). Adaptado de: Andrade, 2012.
11
Atraídas pelo odor da isca, as borboletas entram pela extremidade inferior do cilindro
para alimentarem-se. Quando tentam sair, através do movimento ascendente do seu voo,
ficam presas no cilindro (FREITAS et al., 2003). Como atrativo é utilizada isca de banana
fermentada em caldo-de-cana preparadas 48 horas antes do início das amostragens, sendo
substituídas após 48 horas ou quando necessário (UEHARA-PRADO e RIBEIRO, 2012).
Tais iscas foram colocadas em recipientes plásticos com tampas perfuradas com furos de
aproximadamente um centímetro de diâmetro. Este procedimento visa diminuir a evaporação
e eventuais roubos por mamíferos, além de evitar que as borboletas entrem em contato direto
com o líquido (HUGHES et al., 1998).
Capa plástica
Cada área recebeu duas unidades amostrais (U.As) compostas, cada uma, de cinco
armadilhas. As armadilhas foram dispostas ao longo de um transecto com uma distância
média de 20 metros entre si e 100 metros entre as unidades amostrais ficando suspensas no
sub-bosque de cada área entre 1,5-1,6 metros de altura do solo. Foram realizadas coletas
mensais de dezembro de 2011 a novembro de 2012, onde as armadilhas permaneceram
abertas simultaneamente, no campo, por cinco dias consecutivos com vistorias a cada 24
horas. Todos os indivíduos capturados foram acondicionados em envelopes entomológicos.
2. 4 Análise de dados
Para avaliar a diferença na composição e diversidade da fauna de borboletas entre as
áreas foram utilizados os seguintes parâmetros: riqueza (S), abundância (N), índices de
diversidade (H’) e uniformidade (E’) de Shannon e dominância de Berger-Parker (BP)
(MAGURRAN, 2004). Todos os parâmetros foram calculados para áreas (AM e APP) e
períodos por área (+ chuva e – chuva). Os valores de H’ entre as áreas e entre os períodos de
mais chuva e menos chuva da respectiva área foram comparados pelo teste “t” de Student,
proposto por Hutcheson (1970) uma vez que o índice assume que a amostra é somente uma
parte da população e para compará-lo fez-se necessário realizar o teste de significância
estatística.
13
CAPÍTULO I
1
Acta Amazonica, ISSN 0044-5967
15
7 Oeste do Pará, Rua Vera Paz, s/n, 68100-000, Santarém, Pará, Brasil. Email:
11 Universidade Federal do Oeste do Pará, Rua Vera Paz, s/n, 68100-000, Santarém, Pará,
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24 RESUMO
27 amostradas com armadilhas Van Someren-Rydon. Para avaliar diferenças foram medidos os
30 similaridade entre as unidades amostrais das áreas e períodos (+ e - chuva) foram feitas
31 através do índice de Bray – Curtis. Estimativas de riqueza foram efetuadas. Na área manejada
32 foram coletados 483 espécimes de 56 espécies, com 11 exclusivas. Os seguintes valores foram
38 foi de 57%. As unidades amostrais na área manejada foram similares 71% e na área de
39 preservação permanente, 74%. O período de mais chuva entre as áreas foi similar 55% e o
40 menos chuvoso, 61%. Os resultados demonstram que a composição variou entre as áreas e a
41 diversidade não é afetada pelo tempo após exploração. Entretanto, deve-se destacar que a área
43
45
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48
49 ABSTRACT
51 area and in a permanent preservation area in Tapajós National Forest, Pará. The butterflies
52 were collected with Van Someren-Rydon traps. To evaluate differences the following
53 parameters were measured: richness, abundance, Shannnon diversity and uniformity index,
55 the sampling units of area and period (+ and – rain) were made by Bray-Curtis index.
56 Estimates of richness were made. In the managed area were collected 483 specimens from 56
57 species, 11 of them exclusives. The following values were found: H’ = 3.18, E’ = 0.79, BP =
58 0.14. In the permanent preservation area were collected 351 specimens from 45 species, 22 of
59 them exclusive. Were found the following values: H’ = 3.23, E’ = 0.85, BP = 0.11. The higher
60 richness and diversity were found on the less rain period in both areas. The estimators varied
61 from 64 to 78 species in the managed area and 47 to 53 in the permanent preservation area.
62 Similarity between the areas was 57%. Sampling units in the managed area were 71% similar
63 and 74% in the permanent preservation area. The more rain period was 55% similar between
64 the areas and the less rain period was 61% similar. The results show that composition varied
65 between the areas e diversity it is not affected by the time after exploration. However, it
66 should be noted that permanent preserved area presented twice as many exclusive species.
67
69
18
70 INTRODUÇÃO
72 florestas tropicais a maior complexidade e maior riqueza de espécies. Uma das últimas
74 estimadas 2,5 milhões de espécies de artrópodes (Albagli 2001) e dentre os riscos para a
77 neste contexto, em 1974 foi criada a Floresta Nacional do Tapajós (FLONA do Tapajós)
78 sendo a primeira unidade de conservação criada com a categoria de manejo no país, sendo
81 2004).
82 Tendo em vista a finalidade com que a unidade foi criada, de 1999 a 2003, teve a
84 iniciativa privada (Henriques et al. 2008). A segunda iniciativa foi realizada pela Cooperativa
85 Mista da FLONA do Tapajós Verde (COOMFLONA) de 2005 a 2009, e a partir de então por
88 manejo florestal que estão em andamento é o monitoramento da fauna associada nas áreas que
89 estão sendo manejadas para produção (Padovan 2004). Neste sentido, estudos têm sido
90 realizados para avaliar o efeito da atividade madeireira, de alto e baixo impacto, sobre a fauna
92 Fredericksen e Fredericksen 2004; Henriques et al. 2008; Hill et al. 1995; Wunderle Jr. et al.
93 2006). Além destes estudos, Ramos (2000) estudou na Amazônia Oriental, em Açailândia, os
95 (1992) e Brown Jr. e Freitas (2000) fizeram inventários das espécies ocorrentes em área de
97 borboletas frugívoras vários estudos foram realizados em florestas tropicais (DeVries et al.
98 1997; Devy e Davidar 2001; Dumbrell e Hill 2005; Hill et al. 1995; Willott et al. 2000),
99 porém estes não demonstraram um padrão estabelecido apesar de tais estudos mostrarem
100 alterações na riqueza, diversidade e composição. No entanto, apenas dois estudos foram
101 desenvolvidos em áreas de exploração madeireira de baixo impacto utilizando, para isso,
102 borboletas frugívoras. O primeiro foi na América Central, em Belize (Lewis 2001) e o mais
105 As borboletas são divididas em duas guildas, conforme hábitos alimentares dos
106 adultos: em nectarívoras, que se alimentam de néctar/pólen de flores ou, frugívoras as que são
111 As borboletas são bastante utilizadas em pesquisas como indicadores para avaliar a
112 conservação de habitats tropicais e as consequências nas mudanças do uso da terra (Barlow et
113 al. 2007). Tais estudos são possíveis devido às borboletas apresentarem sensibilidade às
115 O presente trabalho é o segundo realizado na Amazônia brasileira em uma área sob
117 ressaltar que tal manejo florestal madeireiro é executado dentro de uma Unidade de
119 dos resultados das atividades realizadas nesta UC sobre a fauna nela existente, podendo tais
20
120 resultados dar subsídio para um bom manejo vinculado à sustentabilidade econômica, social e
121 ambiental.
124 preservação permanente na Floresta Nacional do Tapajós, Pará, Brasil, durante o período de
126
129 A Floresta Nacional do Tapajós (FLONA do Tapajós) (20º 45’S; 55º 00’W) localiza-
130 se no oeste do estado do Pará e apresenta uma área de 527.319 ha abrangendo parte dos
131 municípios de Belterra, Aveiro, Rurópolis e Placas (Brasil 2012). O clima da região, segundo
132 a classificação de Köopen, é caracterizado como Ami, ou seja, tropical úmido, com
133 temperatura média anual em torno de 25 ºC, apresentando uma estação chuvosa entre os
134 meses de dezembro a maio e uma estação menos chuvosa de junho a novembro (Cordeiro
135 2005; Costa et al. 2008; Moraes et al. 2005). Conforme as informações obtidas junto a
137 o período de amostragem foi verificada uma pluviosidade total de 1.343,8 mm, sendo que no
138 período de mais chuva 1.009,3 mm e no período de menos chuva 334,5 mm. A vegetação
139 situa-se na zona de Floresta Ombrófila Densa do tipo terra firme com altura do dossel entre 30
140 e 40 m podendo algumas árvores emergentes chegar até 50 m (Henriques et al. 2008).
143 Cuiabá) no município de Belterra, Pará. Tem como área a ser explorada 32.417 ha que
144 consiste de uma faixa de planalto de relevo suave, ao longo da BR 163, com cobertura
21
145 predominantemente de Floresta Ombrófila Densa (Cordeiro 2005). A primeira área do estudo
146 (03º 00’ 25” S; 54º 58’ 35” W) situa-se na Unidade de Produção Anual 1 (UPA 1), a qual teve
147 suas atividades de extração madeireira realizada no ano 2006 com 15,55 m3 de madeira em
148 toras por hectare. A seleção das árvores de valor comercial era feita, na época, com DAP
149 (diâmetro a altura do peito) de 35 cm. A segunda área do estudo (03º 03’ 58,9” S; 54º 58’
150 22,1” W) é uma área cuja inclinação topográfica é superior a 45º, a qual foi destinada a ser
151 uma Área de Preservação Permanente (APP) de floresta primária (E. M. Cruz, comunicação
153
156 possibilidade de captura ao acaso (DeVries e Walla 2001; Uehara-Prado et al. 2005). Como
157 atrativo foi utilizada iscas de banana em caldo-de-cana fermentada por 48 horas, sendo
159 Cada área recebeu duas unidades amostrais compostas, cada uma, por cinco
160 armadilhas iscadas. As armadilhas foram dispostas a uma distância de 20 metros entre si.
161 Estas foram suspensas no sub-bosque de cada área entre 1,5 – 1,6 metros de altura. No total,
163 As amostragens foram mensais de dezembro de 2011 a novembro de 2012. Foram 580
164 horas de amostragens mensal e 2960 horas totais por área amostrada. As armadilhas
165 permaneceram abertas simultaneamente, no campo, por cinco dias consecutivos. Estas foram
170 Federal do Oeste do Pará (UFOPA), onde parte do material foi conservado a seco em
174 al. 2004; Warren et al. 2012), bem como consulta a especialistas. Nomenclatura e posição
176
179 áreas foram utilizados os seguintes parâmetros: riqueza (S), abundância (N), índices de
181 (Magurran 2004). Todos os parâmetros foram calculados para a área manejada (AM) e área de
182 preservação permanente (APP), total (AM + APP) e períodos por área (+ chuva e – chuva).
183 Os valores de H’ entre as áreas e entre os períodos de mais chuva e menos chuva de uma
184 mesma área foram comparados pelo teste “t” de Student, proposto por Hutcheson (1970) uma
185 vez que o índice assume que a amostra é somente uma parte da população e para compará-lo
187 Na análise de dados, a constância das espécies durante as coletas foi calculada e
188 classificou-se em: constantes (espécies presentes em mais de 50% das coletas), acessórias
189 (presentes entre 25-50%) e acidentais (em menos de 25%) (Silveira Neto et al. 1976). A
190 dominância das espécies foi calculada e classificou-se em: rara (espécies presentes em menos
193 amostragem) (Ott e Carvalho 2001). Os cálculos foram realizados através de planilha
195 As estimativas de riqueza de espécies foram calculadas através dos procedimentos não
196 paramétricos “Chao 1”, “Chao 2”, “Bootstrap”, “Jackknife 1”, “Jackknife 2” utilizando 1.000
198 estimadores foram calculados para as áreas e períodos por área (+ chuva e – chuva)
199 utilizando, para isto, o software EstimateS 8.2 (Colwell 2009). Curvas de acumulação de
200 espécies também foram calculadas utilizando, para isso, a planilha eletrônica Excel.
202 chuva e – chuva) foram feitas através do índice de Bray-Curtis pelo método UPGMA
203 (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic Mean), método da média aritmética não
205
206 RESULTADOS
208 Foram coletados 483 indivíduos (N) distribuídos em 56 espécies (S) pertencentes às
209 subfamílias Biblidinae (29%), Morphinae (24%), Charaxinae (20%), Satyrinae (16%) e
212 espécimes (N), índices de diversidade (H’) e uniformidade (E’) de Shannon e dominância de
214 Para o período total da área, obteve-se os seguintes valores onde: H’ = 3,18, E’ = 0,79
215 e BP = 0,14. Para o período menos chuvoso, obteve-se maiores valores de riqueza (S = 53),
216 abundância (N = 377) e diversidade de Shannon (H’ = 3,20), sendo que a maior e menor
217 riqueza (Figura 2) deu-se, respectivamente, nos meses de junho e julho (S = 28) e setembro e
218 outubro (S = 17) e a maior e menor abundância (Figura 3) nos meses de julho (N = 88) e
219 outubro (N = 37), respectivamente. Para o período mais chuvoso, os valores foram inferiores
24
220 (Tabela 2), sendo o mês de maio o que apresentou maior riqueza (22 espécies) (Figura 2) e
221 abundância (64 espécimes) (Figura 3), sendo este o segundo mês com menor precipitação
222 (117 mm). Os valores de uniformidade de Shannon (E’ = 0,81) foram iguais para ambos os
223 períodos. Entre os períodos de mais e menos chuva, a comparação dos índices de diversidade
224 de Shannon (H’) pelo teste “t” apontou que não houve diferença significativa.
225 Das 56 espécies, 46 (82%) ocorreram com um número inferior a dez espécimes e
226 destes, 16 estão representados por somente um espécime (“singletons”) e dez por dois
227 (“doubletons”) (Tabela 3). Dez espécies ocorreram com dez ou mais indivíduos, destacando-
228 se Nessaea obrinus (Linnaeus, 1758) como a mais abundante (67 espécimes) (Tabela 1).
229 Vinte e duas espécies foram tidas como exclusivas para a área manejada (Agrias claudina
230 (Godart, [1824]), Caeruleuptychia caerulea (Butler, 1869), Caligo euphorbus (C. Felder & R.
231 Felder, 1862), Caligo idomeneus (Linnaeus, 1758), Caligopsis seleucida (Hewitson, 1877),
233 Chloreuptychia hewitsonii (Butler, 1867), Ectima iona Doubleday, [1848], Haetera piera
234 (Linnaeus, 1758), Hypna clytmnestra (Cramer, 1777), Memphis basilia (Stoll, 1780), M.
235 moruus (Fabricius, 1775), Memphis philumena (Doubleday, [1849]), Morpho menelaus
236 (Linnaeus, 1758), Morpho rethenor (Cramer, 1775), Prepona dexamenus Hopffer, 1874,
237 Satyrinae sp., Cissia terrestris (Butler, 1867), Taygetis sp., T. virgilia (Cramer, 1776) e
240 demophon (Linnaeus, 1758), Tigridia acesta (Linnaeus, 1758), Hamadryas chloe (Stoll,
241 1787), Catonephele acontius (Linnaeus, 1771) e Morpho helenor (Cramer, 1776) foram
242 denominadas como constantes nas coletas. As demais espécies foram classificadas em
243 acessórias, com 21 espécies e como acidentais, com uma representatividade de 29 espécies.
25
244 De acordo com a dominância (Tabela 1), apenas quatro espécies (A. demophon, M.
246 classificadas como eudominante, uma foi dominante, cinco foram subdominantes, onze
248 Para o período total, os estimadores demonstram que foram encontrados de 72%
249 “Jackknife 2” a 88% “Bootstrap” das espécies (Tabela 3). Para o período mais chuvoso, os
250 estimadores demonstram que foram encontrados de 51% “Chao 1” a 83% “Bootstrap” das
251 espécies (Tabela 3). No período menos chuvoso, os estimadores demonstram que foram
252 amostradas de 71% “Jackknife 2” a 87% “Bootstrap” das espécies (Tabela 3). A curva de
253 acumulação de espécies (Figura 4) apresenta uma tendência assíntota. A similaridade entre as
255
257 Foram coletados 351 indivíduos (N) distribuídas em 45 espécies (S) pertencentes à
258 Biblidinae (25%), Satyrinae (24%), Nymphalinae (19%), Morphinae (18%) e Charaxinae
261 espécimes (N), índices de diversidade (H’) e uniformidade (E’) de Shannon e dominância de
263 Para o período total da área, obteve-se os seguintes valores onde: H’ = 3,23, E’ = 0,85
264 e BP = 0,11. Assim como para a área manejada, o período menos chuvoso obteve maiores
265 valores de riqueza (S = 44), abundância (N = 266) e diversidade de Shannon (H’ = 3,27),
266 sendo o mês de junho a maior riqueza com 27 espécies (Figura 2) e maior abundância com 71
267 espécimes (Figura 3). Para o período mais chuvoso, os valores de riqueza (S), abundância (N)
268 e índice de diversidade de Shannon (H’) foram inferiores (Tabela 2), sendo o mês de maio o
26
269 que apresentou maior riqueza (18 espécies) (Figura 2) e abundância (43 espécimes) (Figura
270 3), sendo este o segundo mês com menor precipitação (117 mm). O mês de dezembro
271 apresentou menor riqueza e abundância (S, N = 1) (Figura 2 e 3) e foi o mês com maior
272 precipitação (243 mm). Porem, no mês de janeiro não houve nenhuma espécie capturada (S, N
273 = 0) (Figura 2 e 3), sendo este o mês com maior precipitação (243 mm). Os valores do índice
274 de uniformidade de Shannon foram diferentes entre os períodos, sendo este sutilmente
275 superior no período de mais chuva com E’ =0,88 (Tabela 2). Entre os períodos, a comparação
276 dos índices de diversidade de Shannon pelo teste “t” apontou que houve diferença
277 significativa.
278 Das 45 espécies, 33 (73%) ocorreram com um número inferior de dez espécimes e
279 destes, oito estão representados por somente um espécimes (“singletons”) e dez por dois
280 (“doubletons”) (Tabela 3). Doze espécies ocorreram com dez ou mais espécimes, destacando-
281 se Colobura dirce (Linnaeus, 1758) como a mais abundante (N = 37), seguida de N. obrinus
282 (N = 36) (Tabela 1). Onze espécies exclusivas para a área de preservação permanente (Agrias
283 amydon Hewitson, [1854], Agrias narcissus Staudinger, [1885], Caligo eurilochus (Cramer,
284 1775), Catoblepia xanthicles (Godman & Salvin, 1881), Chloreuptychia agatha (Butler,
285 1867), Erichthodes antonina (C. Felder & R. Felder, 1867), Megeuptychia antonoe (Cramer,
286 1775), Memphis leonida (Stoll, 1782), Memphis polycarmes (Fabricius, 1775), Prepona
287 pylene Hewitson, [1854] e Taygetis mermeria (Cramer, 1776) (Tabela 1).
289 (Fabricius, 1793), Taygetis sosis Hopffer, 1874, Taygetis thamyra (Cramer, 1779) e T. acesta
290 classificaram-se como constantes por estarem presentes em mais de 50% das coletas. As
291 demais espécies foram classificadas em acessórias, com 13 espécies e a maioria foi
292 considerada como acidentais, com uma representatividade de 23 espécies (Tabela 1).
27
293 De acordo com a dominância, apenas duas espécies C. dirce e N. obrinus apresentaram
294 abundância superior a 10% e foram classificadas como eudominante, seis como dominantes e
295 subdominantes, respectivamente, cinco espécies como eventuais e vinte e seis espécies como
297 Para o período total, os estimadores demonstram que foram amostradas de 85%
298 “Jackknife 1” a 96% “Chao 2” das espécies (Tabela 3). Para o período mais chuvoso, os
299 estimadores demonstram que foram amostradas de 70% “Jackknife 2” a 88% “Chao 1” e
300 “Bootstrap” das espécies (Tabela 3). No período menos chuvoso, os estimadores demonstram
301 que foram coletadas de 81% “Jackknife 1” a 92% “Chao 1” e “Chao 2” das espécies (Tabela
302 3). A curva de acumulação de espécies apresenta uma tendência assíntota (Figura 7). A
304
305 DISCUSSÃO
307 Neste estudo, observou-se elevado número de espécie com poucos indivíduos (Tabela
308 1), o que também é relatado para as florestas tropicais (Halffter e Moreno 2005), sendo tal
310 no município de Itacoatiara (Ribeiro e Freitas 2012), Belize (Lewis 2001) e Malásia
312 O índice de diversidade de Shannon (H’ = 3,18) foi considerado alto, uma vez que
313 normalmente os valores ficam entre 1,5 a 3,5 sob log-normal (Margalef 1972), o que foi
314 refletido no número (S = 56) e na abundância (N = 483) das espécies (Tabela 2).
315 Os valores altos do índice de Shannon (H’) no período de menos chuva deve-se a
316 dominância de Berger-Parker que apresentou um menor valor no mesmo período onde a
317 abundância entre as espécies foi relativamente equilibrada, o que não ocorreu no período de
28
318 mais chuva, onde a dominância de Berger-Parker apresentou valor elevado devido a espécie
319 N. obrinus ter representado 24% da amostragem. Tais variações estão relacionadas à
320 pluviosidade, uma vez que durante o período de menos chuva houve precipitação três vezes
321 menor (334,5 mm) do que durante o período de mais chuva (1.009,3 mm) (Figura 2 e 3).
322 Durante o período menos chuvoso, os maiores valores tanto de riqueza quanto de abundância
323 (Figura 2 e 3) ocorreram nos meses com precipitação elevada para este período (junho = 87
328 Para o período total, as estimativas mostraram que foi coletado entre 72 e 88%
330 riqueza, “Chao 1” e “Bootstrap”, mostram, respectivamente, que entre 51 e 83% das espécies
331 foram amostradas durante o período mais chuvoso e, “Jackknife 2” e “Bootstrap”, mostram,
332 respectivamente, que entre 71 e 87% foram amostradas durante o período de menos chuva
333 (Tabela 3). Tais estimativas são consideradas como uma boa representatividade da guilda de
334 borboletas frugívoras, o que é corroborado pela curva de acumulação de espécies, onde nota-
337 ocorreram somente na área manejada. Segundo Ribeiro e Freitas (2012), em estudo realizado
339 manejada, enquanto que A. claudina ocorreu tanto em área manejada como não manejada. As
340 espécies M. moruus e C. terrestris ocorreram tanto em área manejada e não manejada num
341 estudo em Belize (Lewis, 2001). Já, T. virgilia foi considerada como indicadora de ambientes
342 preservados (Brown Jr. e Freitas, 2000; Ramos 2000). Em Santa Tereza, Espírito Santo, em
29
343 ambientes de floresta Atlântica (Brown Jr. e Freitas, 2000) as espécies Hypna clytemnestra e
344 Memphis moruus foram indicativas de borda de floresta, enquanto que, Temenis laothoe,
345 Memphis philumena e Caligo idomeneus ocorreram em florestas primárias, sendo indicativas
347 (Brown Jr. e Freitas, 2000; Ribeiro e Freitas, 2012), diferindo deste estudo onde tal espécie foi
351
353 Igualmente como ocorreu na área manejada, também foi observada a tendência de
354 muitas espécies com poucos indivíduos. O índice de diversidade de Shannon assim como na
356 Assim como na área manejada, o índice de Shannon (H’) foi superior no período de
357 menos chuva e inferior durante o período de mais chuva. Durante o período de mais chuva, o
358 valor de dominância de Berger-Parker apresentou valor elevado (BP = 0,15) devido as
359 espécies H. chloe, N. obrinus e T. laches corresponderem, juntas, a 43% da amostragem total.
360 Tais variações estão relacionadas à pluviosidade, uma vez que durante o período de mais
361 chuva (1.009,3 mm) houve uma precipitação três vezes maior do que durante o período de
362 menos chuva (334,5 mm) (Figura 2 e 3). No período menos chuvoso, os maiores valores de
363 riqueza e abundância (Figura 2 e 3) ocorreram no segundo mês de maior precipitação (87
364 mm) e os menores valores no segundo e terceiro mês de menor precipitação (setembro = 26
366 A comparação entre os índices de diversidade (H’) dos períodos de mais chuva e
367 menos chuva, pelo teste “t”, apontou diferença significativa implicando dizer que o período de
30
368 menos chuva apresentou uma diversidade mais elevada (Tabela 2). Analisando os maiores
369 valores das classes constância e dominância, as espécies C. dirce e N. obrinus foram
371 Para o período total, as estimativas mostraram que foi coletado entre 85 e 96%
373 “Jackknife 2”, “Chao 1” e “Bootstrap” mostraram, respectivamente, que entre 70 e 88% das
374 espécies foram coletadas durante o período mais chuvoso e “Jackknife 1”, “Chao 1” e “Chao
375 2” mostraram, respectivamente, que entre 81 e 92% das espécies foram coletadas durante o
376 período de menos chuva (Tabela 3). Tais estimativas podem ser consideradas como uma
378 confirma o que foi mostrado pelos estimadores, onde esta apresenta uma tendência assíntota
381 eurilochus foram encontradas tanto em área manejada quanto não manejada. A. amydon
382 somente em área não manejada e M. polycarmes em área manejada (Ribeiro e Freitas 2012),
383 diferindo deste trabalho. Segundo estudo realizado em Santa Tereza, na Mata Atlântica
384 (Brown Jr. e Freitas, 2000), as espécies Memphis leonida, Prepona pylene e Taygetis
385 mermeria foram encontradas em florestas primárias, sendo assim, indicadoras de ambientes
386 preservados, onde, neste estudo, tais espécies foram encontradas somente na área de
389 elevada com 74% (Figura 5). Tal porcentagem deve-se as espécies que são compartilhadas em
391
31
393 permanente
394 A área manejada apresentou tanto a riqueza quanto a abundância maiores do que a
395 área de preservação permanente (Tabela 1 e 2). A comparação dos índices de Shannon pelo
396 teste “t” apontou não haver diferenças estatisticamente significativas entre as duas áreas
397 (Tabela 2). Para ambas as áreas, a riqueza e abundância das espécies foram superiores no
398 período de menos chuva (Figuras 2 e 3), estando de acordo com a afirmação de Brown Jr.
399 (1992). Neste período, os meses junho e julho apresentaram maiores valores de riqueza e
400 abundância e, setembro e outubro os menores valores para ambos os parâmetros. Sendo que,
401 os maiores valores ocorreram nos meses com maiores precipitações e os menores, em meses
403 As duas áreas apresentaram uma similaridade de aproximadamente 57% (Figura 5).
404 Tal valor deve-se ao elevado número de espécies (n = 34) que ocorreram em ambas as áreas
405 (Tabela 1). A similaridade do período de mais chuva entre as áreas foi de 55%, devido as duas
406 áreas apresentarem 14 espécies em comum durante o mesmo período e de 61% durante o
407 período de menos chuva entre as áreas, onde estas compartilharam 33 espécies (Figura 6).
408 Trinta e quatro espécies foram comuns às duas áreas (Tabela 1), destas, segundo
409 Ribeiro e Freitas (2012), C. dirce foi encontrada somente em área manejada e Hamadryas
413 Memphis acidalia (Hübner, [1819], Prepona pheridamas (Cramer, 1777), Zaretis itys
414 (Cramer, 1777), T. acesta, Taygetis cleopatra C. Felder & R. Felder, 1867, Taygetis echo
415 (Cramer, 1775), T. laches, T. sosis, Bia actorion (Linnaeus, 1763), Catoblepia berecynthia
416 (Cramer, 1777), Opsiphanes quiteria (Stoll, 1780) e M. helenor foram encontradas em ambas
32
417 as áreas. Segundo Ramos (2000), as espécies C. dirce, Morpho achilles (Linnaeus, 1758), N.
418 obrinus e T. echo são espécies de borboletas indicadoras de ambiente preservado. Brown Jr. e
422 Archaeoprepona demophon e Colobura dirce são indicativos de ambientes perturbados por
423 serem encontradas em borda de floresta e Taygetis laches indicadora de floresta secundária.
425 que a diversidade de borboletas frugívoras entre áreas com ou sem influência do manejo
426 madeireiro pleno não é afetada pelo tempo após exploração, entretanto deve se destacar que
428 recomenda-se que sejam realizados mais estudos em diversas áreas de manejo florestal
429 madeireiro com idades de explorações diferentes e que sejam levadas em consideração outros
430 parâmetros, como estrutura da vegetação e luminosidade, que possam ter influência sobre a
432
433 AGRADECIMENTOS
434 Aos assistentes de campo Jony Martins Oliveira e Eucielde Pantoja de Oliveira pela ajuda
435 durante o trabalho de campo. A CAPES pela bolsa concedida à primeira autora. Ao Dr.
436 Fernando Dias (UFPR) pela identificação dos espécimes do gênero Memphis e ao Dr. André
438 ICMBio pela autorização concedida e a COOMFLONA por permitir o trabalho de campo na
439 sua área de manejo florestal madeireiro. Parte deste trabalho foi subsidiado pelo Projeto
444 5 – 19.
445
446 Barlow, J.; Overal, W.L.; Araujo, I.S.; Gardner, T.A.; Peres, C.A. 2007. The value of primary,
447 secondary and plantation forests for fruit-feeding butterflies in the Brazilian Amazon. Journal
449
450 Brasil. Lei no 12.678, de 25 de Junho de 2012. Dispõe sobre alterações nos limites dos
451 Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e Mapinguari, das Florestas
453 altera a Lei no12.249, de 11 de junho de 2010; e dá outras providências. Art. 16. Diário
456 20/09/2012.
457
458 Brown Jr. K. S.; Freitas, A. V. L. 2000. Diversidade de Lepidoptera em Santa Teresa, Espírito
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465
34
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543 Margalef, R. 1972. Homage to Evelyn Hutchinson, or why is there an upper limit to diversity?
545
546 Margalef, R. 1972. Homage to Evelyn Hutchinson, or why is there upper limit to diversity?
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552 Ott, A.P.; Carvalho G.S. 2001. Comunidade de Cigarrinhas (Hemiptera: Auchenorrhyncha) de
553 uma Área de Campo do Município de Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. Neotropical
555
558
559 Ramos, F. A. 2000. Nyphalid butterfly communities in an amazonian forest fragment. Journal
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562 Ribeiro, D. B.; Freitas, A. V. L. 2012. The effect of reduce-impact logging on fruit-feeding
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573 da Reserva Estadual do Morro Grande e Região de Caucaia do Alto, Cotia (São Paulo). Biota
575
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586
39
589 eventual; e R = rara) para borboletas frugívoras coletadas com armadilha Van Someren-
590 Rydon em área manejada (AM) e área de preservação permanente (APP) na FLONA do
591 Tapajós, Pará, Brasil, durante o período de dezembro de 2011 a novembro de 2012.
Charaxinae 96 49 145
592
40
593
Continuação...
594
41
595
Continuação...
Nymphalinae 55 67 122
Satyrinae 76 85 161
596
42
597
Continuação...
598
599
43
600 Tabela 2 - Riqueza (S), abundância (N), índice de diversidade de Shannon (H’)*,
602 frugívoras coletadas com armadilha Van Someren-Rydon em área manejada (AM) e área
603 de preservação permanente (APP) nos períodos de mais e menos chuva e total na FLONA
AM APP
PARÂMETRO
+ CHUVA - CHUVA TOTAL + CHUVA - CHUVA TOTAL
S 29 53 56 21 44 45
605 * (Logaritmo Natural); ns = não significativo ao nível de 5% pelo teste “t”; t = significativo ao nível de 5%
607
44
608 Tabela 3 - Estimativas de riqueza para borboletas frugívoras coletadas com armadilha Van
609 Someren-Rydon em área manejada (AM) e área de preservação permanente (APP) durante o
610 período de mais e menos chuva e total na FLONA do Tapajós, Pará, Brasil, de dezembro de
611 2011 a novembro de 2012. Número de amostras, espécies, número de espécies representadas
612 por apenas um (“Singletons”) e dois espécimes (“Doubletons”), número de espécies que
614 segundo alguns estimadores não paramétricos (“Chao1 e 2”, “Jackknife 1 e 2” e “Bootstrap”).
615
AM APP
ESTIMATIVAS
+ CHUVA - CHUVA TOTAL + CHUVA - CHUVA TOTAL
Espécies 29 53 56 21 44 45
Exclusivas 3 26 11 1 23 22
"Singletons" 15 16 16 6 10 8
"Doubletons" 4 10 10 6 11 10
"Unicata" 15 16 16 7 10 8
"Duplicata" 5 10 10 5 11 10
"Chao 1" 57 64 67 24 48 48
"Chao 2" 52 64 67 26 48 47
"Bootstrap" 35 61 64 24 49 50
"Jackknife 1" 44 69 72 28 54 53
"Jackknife 2" 54 75 78 30 53 50
616
617
618
45
619
620 Figura 1 - Localização geográfica da FLONA do Tapajós no estado do Pará (A) e os locais de
621 estudo (B).
622
46
623
624 Figura 2 - Relação temporal da riqueza das espécies de borboletas frugívoras coletadas com
625 armadilha Van Someren-Rydon em área manejada (AM) e área de preservação permanente
626 (APP), com a precipitação para os meses de dezembro de 2011 a novembro de 2012, na
628
47
629
630 Figura 3 - Relação temporal da abundância das espécies de borboletas frugívoras coletadas
631 com armadilha Van Someren-Rydon em área manejada (AM) e área de preservação
632 permanente (APP), com a precipitação para os meses de dezembro de 2011 à novembro de
634
48
635
636 Figura 4 - Curva de acumulação de espécies de borboletas frugívoras coletadas com
637 armadilha Van Someren-Rydon em área manejada (AM) na FLONA do Tapajós, Pará, Brasil,
638 no período de dezembro de 2011 a novembro de 2012, em relação ao esforço amostral, com
640
49
641
643 Borboletas frugívoras (Lepidoptera, Nymphalidae) capturado com armadilha Van Someren –
644 Rydon na FLONA do Tapajós, Pará, Brasil, no período de dezembro de 2011 a novembro de
645 2012, para as unidades amostrais das áreas. UA = unidades amostrais usadas em cada área;
646 UA1 = unidade amostral 1 com cinco armadilhas; UA2 = unidade amostral 2 com cinco
647 armadilhas.
50
648
650 Borboletas frugívoras (Lepidoptera, Nymphalidae) capturado com armadilha Van Someren –
651 Rydon na FLONA do Tapajós, Pará, Brasil, no período de dezembro de 2011 a novembro de
652 2012, para os períodos de mais (+ chuva) e menos (- chuva) chuvas nas áreas de coletas.
653
51
654
657 Tapajós, Pará, Brasil, no período de dezembro de 2011 a novembro de 2012, em relação ao
3. SÍNTESE INTEGRADORA
A Amazônia vem sofrendo grande pressão sobre seus recursos naturais, em especial,
sobre os recursos madeireiros. Dentre uma das causas do esgotamento rápido e ilegal destas
reservas é a exploração madeireira predatória. Numa tentativa de reduzir os danos à floresta
surgiu a exploração madeireira de impacto reduzido, visando manter um equilíbrio entre
desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente. O presente estudo foi
desenvolvido em área de manejo florestal madeireiro da COOMFLONA, na Floresta Nacional
do Tapajós, Pará. Os resultados encontrados neste trabalho demonstram que a diversidade de
borboletas frugívoras entre áreas com ou sem influência do manejo madeireiro pleno não é
afetada pelo tempo após exploração. No entanto, observa-se que a riqueza e abundância
sofreram alterações na sua composição. Portanto, recomenda-se sejam realizados mais
estudos de longo prazo em diversas áreas de manejo florestal madeireiro com idades de
explorações diferentes e que sejam levadas em consideração outros parâmetros que possam
ter influência sobre a guilda de borboletas frugívoras em áreas de manejo florestal.
Atualmente, na Amazônia, poucos são os estudos que utilizam borboletas frugívoras como
bioindicadoras em áreas que estão sob influência de extração madeireira plena e menos ainda
são as iniciativas que buscam conciliar rentabilidade econômica e preservação da
biodiversidade.
53
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO-RAMO, C.; CARVALHO JR., O.; NASI, R. Animais como indicadores: Uma
ferramenta para acessar a integridade biológica após a exploração madeireira em florestas
tropicais? Belém: IPAM, 2005. 68 p.
BARLOW, J.; OVERAL, W. L.; ARAÚJO, I. S.; GARDNER, T. A.; PERES, C. A. The
value of primary, secondary and plantation forests for fruit-feeding butterflies in the Brazilian
Amazon. Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 44, n. 5, p. 1001–1012, jul. 2007.
BARRETO, P.; AMARAL, P.; VIDAL, E.; UHL, C. Custos e benefícios do Manejo
Florestal para Produção de Madeira na Amazônia Oriental. Belém: IMAZON, 1998. 46
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BOUYER, J.;SANA, Y.; SAMANDOULGOU, Y.; CESAR, J.; GUERRINI, L.; KABORE-
ZOUNGRANA, C.; DULIEU, D. Identification of ecological indicators for monitoring
ecosystem health in the trans-boundary W Region park: A pilot study. Biological
Conservation, Essex, v. 138, p. 73 – 88, maio. 2007.
BRASIL. Lei no 12.678, de 25 de Junho de 2012. Dispõe sobre alterações nos limites dos
Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e Mapinguari, das Florestas
Nacionais de Itaituba I, Itaituba II e do Crepori e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós;
altera a Lei no12. 249, de 11 de junho de 2010; e dá outras providências. Art. 16. Seção 1.
ISSN 1677-7042, nº 122, p. 3-8, 2012. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 25 jun. 2012.
(http://www.in.gov.br/autenticidade.html), código de verificação: 00012012062600003.
Acesso em: 20 set. 2012.
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Conservation. Biotropica, Washington, v. 32, n. 4b, p. 934-956, dez. 2000.
54
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as indicators for conservation monitoring. Journal of Insect Conservation, Dordrecht, v. 1,
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COLWELL, R.K. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species
from samples. Version 8.2.0. User’s Guide and application. 2009. Disponível em:
<http://viceroy.eeb.uconn.edu/EstimateS>. Acesso em: 19 jun. 2010.
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empresa/comunidade no contexto do manejo comunitário e familiar: uma contribuição do
projeto Floresta em Pé. Belém: IBAMA/DBFLO, 2011. 318 p. ISBN 978-85-7300-360-4.
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temporal dimensions of a fruit-feeding butterfly community in an Ecuatorian Rainforest.
Biological Journal of the Linnean Society, Londre, v. 62, n. 3, p. 343-364, nov. 1997.
DEVRIES, P. The butterflies of Costa Rica and their natural history: volume 1,
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1, p. 1-9, jun. 2001.
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BOLTZ, F. Custos e benefícios da exploração de impacto reduzido em comparação à
exploração florestal convencional na Amazônia Oriental. Belém: FFT, 2002. 66 p.
HUGHES, B. H.; DAILY, G. C.; EHRLICH, P. R. Use of fruit for monitoring of butterflies
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KERR, J. T.; SUGAR, A.; PACKER, L. Indicator Taxa, Rapid Biodiversity Assessment, and
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1726 – 1734, dez. 2000.
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upland Australian rain forest. Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 37, p. 284 – 297,
2000.
KOH, L. P. Impacts of land use change on South-east Asian Forest butterflies: a review.
Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 44, p. 703 – 713, 2007.
LAMAS, G. Checklist: Part 4ª, Hesperioidea – Papilionoidea, (Lamas Ed.). In: HEPPNER, J.
B. (ed.). Atlas of Neotropical Lepidoptera. Gainesville: Association for Tropical
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PINHO, G. S. C.; FIEDLER, N. C.; GUIMARÃES, P. P.; SILVA, G. F.; SANTOS, J. Análise
de custos e rendimentos de diferentes métodos de corte de cipós para produção de madeira na
floresta nacional do Tapajós. Acta Amazonica, Manaus, v. 39, n. 3, p. 355 – 560, 2009.
RIBEIRO, B. R.; PRADO, P. I.; BROWN JR, K. S.; FREITAS, A. V. L. Addtive partitioning
of butterfly diversity in a fragmented landscape: importance of scale and implications for
conservation. Diversity and Distributions, Stellenbosch, v. 14, p. 961 – 968, 2008.
SAWCHIK, J.; DUFRÊNE, M.; LEBRUN, P. Distribution patterns and indicator species of
butterfly assemblages of wet meadows in southern Belgium. Belgian Journal of Zoology,
Gent, v. 135, n. 1, p. 43-52, jan. 2005.
SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O.; BARBIN, D.; NOVA, N.A.V. Manual de ecologia de
Insetos. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1976. 419 p.
WILLOTT, S. J.; LIM, D. C.; COMPTON, S. G.; SUTTON, S. L. Effects of selective logging
on the butterflies of a Bornean rainforest. Conservation Biology, Melbourne, v. 14, n. 4, p.
1055-1065, ago. 2000.
WOOD, B.; GILLMAN, M. P. The effects of disturbance on forest butterflies using two
methods of sampling in Trinidad. Biodiversity and Conservation, Madri, v. 7, p. 597 – 616,
1998.
62
ANEXO
ANEXO A - Normas da revista Acta Amazonica a qual o artigo será submetido.
63
Tabelas e figuras devem ser inseridas ao final do texto, nesta ordem. Uma
cópia das figuras deve ser submetida em formato eletrônico na página do
Periódico (ver itens 24-31).
10. O(s) nome(s) completo(s) do(s) autor(es) deve(m) ser escrito(s) com o
último nome em letras maiúsculas. Nomes e instituição(ões) com o endereço
completo, incluindo telefone, fax, e-mail devem ser cadastrados no sistema
da Revista no ato da submissão.
13. O título deve ser justificado à esquerda; com a primeira letra maiúscula.
14. O resumo, com até 250 palavras ou até 150 palavras no caso de notas e
comunicações, deve conter de forma sucinta, o objetivo, a metodologia; os
resultados e as conclusões. Os nomes científicos das espécies e demais
termos em latim devem ser escritos em itálico.
18. Aspectos éticos e legais. Para estudos que exigem autorizações especiais
(p.exe. Comitê de Ética/Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP,
IBAMA, CNTBio, INCRA/FUNAI, EIA/RIMA, outros) deve-se informar o
número do protocolo de aprovação.
20. Discussão. A discussão deve ter como alvo os resultados obtidos. Evitar
mera especulação. Entretanto, hipóteses bem fundamentadas podem ser
incorporadas. Apenas referências relevantes devem ser incluídas. As
conclusões devem conter uma interpretação sucinta dos resultados e uma
mensagem final que destaque as implicações científicas do trabalho. As
conclusões podem ser apresentadas como um tópico separado ou incluídas
como parte da seção Discussão.
22. Bibliografia citada. Pelo menos 70% das referências devem ser artigos
de periódicos científicos. As referências devem ser preferencialmente dos
últimos 10 anos e de preferência não exceder o número de 40. Os nomes dos
autores devem ser citados em ordem alfabética. As referências devem se
restringir a citações que aparecem no texto. Nesta seção, o título do
periódico NÃO deve ser abreviado.
a) Artigos de periódicos:
b) Dissertações e teses:
c) Livros:
d) Capítulos de livros:
68
a) Um autor:
b) Dois autores:
FIGURAS
27. No texto, a citação das figuras deve ser com letra inicial maiúscula, na
forma direta ou indireta (entre parêntesis). Por exe.: Figura 1 ou (Figura 1).
Na legenda, a figura deve ser numerada seguida de ponto antes do título. Por
exe.: "Figura 1. Análise...".
31. Os autores podem ser convidados a enviar uma fotografia colorida, para
ilustrar a capa da Revista. Nesse caso, não há custos para os autores.
TABELAS
33. As tabelas devem ser elaboradas em editor de texto (extensão rtf, doc ou
docx) e não devem ser inseridas no texto como figura (p. exe. no formato
jpeg).
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
APÊNDICES
APÊNDICE A - Número de espécimes das borboletas frugívoras capturadas na área manejada
na FLONA Tapajós, Pará, Brasil, no período de dezembro de 2011 a novembro de 2012.
APÊNDICE A - Número de espécimes das borboletas frugívoras capturadas na área manejada na FLONA Tapajós, Pará, Brasil, no período de
dezembro de 2011 a novembro de 2012.
ÁREA MANEJADA
2011 2012
SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES D J F M A M J J A S O N TOTAL
Biblidinae
Catonephele acontius (Linnaeus, 1771) 1 3 4 2 3 2 3 18
Ectima iona Doubleday, [1848] 1 1
Hamadryas arinome (Lucas, 1853) 1 4 3 6 5 5 24
Hamadryas chloe (Stoll, 1787) 2 1 2 5 6 1 1 2 20
Hamadryas velutina (H. W. Bates, 1865) 1 1 1 3
Myscelia orsis (Drury, 1782) 1 1 2 1 1 6
Nessaea obrinus (Linnaeus, 1758) 1 1 7 9 7 11 12 7 4 4 4 67
Temenis laothoe (Cramer, 1777) 1 1
Charaxinae
Agrias claudina (Godart, [1824]) 1 1
Archaeoprepona amphimachus (Fabricius, 1775) 1 1 1 3
Archaeoprepona demophon (Linnaeus, 1758) 1 2 2 10 13 4 4 5 6 6 53
Archaeoprepona demophoon (Hübner, [1814]) 1 1
Archaeoprepona licomedes (Cramer, 1777) 1 1 1 1 4
Archaeoprepona meander (Cramer, 1775) 2 1 3 6
Hypna clytemnestra (Cramer, 1777) 1 1
Memphis acidalia (Hübner, [1819] 1 1 2
Memphis basilia (Stoll, 1780) 1 1
Memphis grandis (H. Druce, 1877) 1 1 2
Memphis moruus (Fabricius, 1775) 2 1 3
74
APÊNDICE A - continuação.
ÁREA MANEJADA
2011 2012
SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES D J F M A M J J A S O N TOTAL
Memphis philumena (Doubleday, [1849]) 1 1
Prepona dexamenus Hopffer, 1874 1 1
Prepona pheridamas (Cramer, 1777) 1 1 3 1 2 8
Zaretis isidora (Cramer, 1779) 2 1 1 1 5
Zaretis itys (Cramer, 1777) 1 1 1 1 4
Morphinae
Bia actorion (Linnaeus, 1763) 4 2 7 5 2 4 24
Caligo euphorbus (C. Felder & R. Felder, 1862) 1 1
Caligo idomeneus (Linnaeus, 1758) 1 1 2
Caligopsis seleucida (Hewitson, 1877) 1 1
Catoblepia berecynthia (Cramer, 1777) 1 1
Catoblepia soranus (Westwood, 1851) 2 1 3
Catoblepia versintincta Stichel, 1901 1 3 1 1 6
Morpho achilles (Linnaeus, 1758) 1 1 3 2 2 2 11
Morpho deidamia (Hübner, [1819]) 1 3 1 1 2 1 9
Morpho helenor (Cramer, 1776) 3 11 12 5 3 3 12 49
Morpho menelaus (Linnaeus, 1758) 1 1 1 3
Morpho rethenor (Cramer, 1775) 1 1
Opsiphanes quiteria (Stoll, 1780) 1 3 1 5
Nymphalinae
Colobura annulata Willmott, Constantino & Hall, 2001 1 1 2
Colobura dirce (Linnaeus, 1758) 1 1 2 4
Tigridia acesta (Linnaeus, 1758) 2 2 8 5 5 15 4 3 5 49
75
APÊNDICE A - continuação.
ÁREA MANEJADA
2011 2012
SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES D J F M A M J J A S O N TOTAL
Satyrinae
Caeruleuptychia caerulea (Butler, 1869) 1 1
Chloreuptychia arnaca (Fabricius, 1776) 1 1
Chloreuptychia herseis (Godart, [1824]) 2 2
Chloreuptychia hewitsonii (Butler, 1867) 1 1 2
Cissia terrestris (Butler, 1867) 1 1
Haetera piera (Linnaeus, 1758) 1 1
Magneuptychia tricolor (Hewitson, 1850) 1 1 2
Pareuptychia ocirrhoe (Fabricius, 1776) 1 5 2 8
Satyrinae sp. 2 2
Taygetis cleopatra C. Felder & R. Felder, 1867 1 2 1 1 5
Taygetis echo (Cramer, 1775) 1 1 2
Taygetis laches (Fabricius, 1793) 6 7 8 3 1 2 27
Taygetis sosis Hopffer, 1874 3 2 2 1 1 9
Taygetis sp. 1 1 2
Taygetis thamyra (Cramer, 1779) 2 2 3 1 8
Taygetis virgilia (Cramer, 1776) 2 1 3
TOTAIS 3 1 3 13 23 63 85 89 66 38 36 63 483
76
APÊNDICE B - Número de espécimes das borboletas frugívoras capturadas na área de preservação permanente na FLONA Tapajós, Pará,
Brasil, no período de dezembro de 2011 a novembro de 2012.
APÊNDICE B - continuação
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
2011 2012
SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES D J F M A M J J A S O N TOTAL
Zaretis itys (Cramer, 1777) 1 1 2
Morphinae
Bia actorion (Linnaeus, 1763) 2 1 1 3 2 9
Caligo eurilochus (Cramer, 1775) 1 1 2
Catoblepia berecynthia (Cramer, 1777) 2 1 1 1 2 7
Catoblepia soranus (Westwood, 1851) 1 1 1 1 2 1 7
Catoblepia versintincta Stichel, 1901 2 4 2 1 9
Catoblepia xanthicles (Godman & Salvin, 1881) 1 1
Morpho achilles (Linnaeus, 1758) 1 1 1 3
Morpho deidamia (Hübner, [1819]) 1 1 2
Morpho helenor (Cramer, 1776) 7 5 2 3 3 1 21
Opsiphanes quiteria (Stoll, 1780) 1 1 2
Nymphalinae
Colobura annulata Willmott, Constantino & Hall, 2001 2 1 3
Colobura dirce (Linnaeus, 1758) 1 4 11 5 7 1 8 37
Tigridia acesta (Linnaeus, 1758) 1 1 6 3 4 5 1 2 4 27
Satyrinae
Chloreuptychia agatha (Butler, 1867) 2 1 1 4
Erichthodes antonina (C. Felder & R. Felder, 1867) 1 1
Magneuptychia tricolor (Hewitson, 1850) 1 2 3
Megeuptychia antonoe (Cramer, 1775) 1 1 2
Pareuptychia ocirrhoe (Fabricius, 1776) 1 1 2
Taygetis cleopatra C. Felder & R. Felder, 1867 1 1 3 3 1 1 10
Taygetis echo (Cramer, 1775) 1 2 1 1 5
78
APÊNDICE B - continuação
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
2011 2012
SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES D J F M A M J J A S O N TOTAL
Taygetis laches (Fabricius, 1793) 2 1 2 6 8 6 1 2 28
Taygetis mermeria (Cramer, 1776) 1 1
Taygetis sosis Hopffer, 1874 2 1 1 2 2 1 1 10
Taygetis thamyra (Cramer, 1779) 1 1 1 2 6 3 2 3 19
TOTAIS 1 0 11 18 12 43 71 55 37 24 33 46 351