Trabalho de Etii

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1.

Introdução
O magnetismo representa uma parte importante em quase todos os equipamentos eléctricos
usados hoje em dia, sejam eles industriais, de pesquisa ou domésticos. Os geradores, motores
eléctricos, transformadores, disjuntores, aparelhos de televisão, computadores, gravadores e
telefones empregam efeitos magnéticos para realizar uma variedade de importantes tarefas.

1.1. Objectivos gerais


 Compreender o conceito de campo magnético e saber calculá-lo;

1.2. Objectivos específicos


 Elencar as principais propriedades dos imãs;
 Saber calcular a força magnética sobre partículas carregadas e condutores percorridos por
corrente contínua quando mergulhados em um campo magnético;
 Compreender o funcionamento de um motor de corrente contínua.
2. Conceito Historial

O magnetismo está presente no mundo actual em diversos equipamentos como os imãs de


geladeira, tubos de televisão, discos rígidos de computadores, equipamentos de ressonância
nuclear magnética, alto-falantes e muitos outros.
A sua descoberta não tem um tempo bem definido, porém muitos relatos apontam que a pelo
menos 2500 anos atrás, próximo a cidade de Magnésia (hoje chamada de Manisa, no oeste da
Turquia), foram encontrados fragmentos de minério de ferro, os primeiros imãs permanentes.
Estes materiais foram descobertos ao acaso por pastores que perceberam que os pregos de suas
sandálias eram atraídos por estes pequenos pedaços de materiais que hoje é bastante conhecido e
se chama magnetite (F3O4)
Em 1269 um engenheiro francês, Pierre de Maricourt, a partir de suas observações descreveu as
principais características do magnetismo. Ele denominou os termos pólos (norte e sul) para as
extremidades do imã. Observou que pólos magnéticos de mesma denominação se repelem e
pólos magnéticos de denominação diferente se atraem. E ainda a inseparabilidade dos pólos de
um imã.
Somente muitos anos mais tarde, por volta de 1600, Gilbert escreveu um livro intitulado De
Magnete onde sugeria que a Terra seria um grande imã (magneto) e que no pólo norte terrestre
existe um pólo sul magnético e que no pólo sul terrestre existe um pólo norte magnético.
Seguindo este raciocínio, podemos concluir que o norte da bússola aponta para o norte
geográfico que é o sul magnético e este não se encontra exactamente na mesma posição do
geográfico, ele é ligeiramente deslocado de 11,3º do eixo central onde a Terra gira.

Figura 1 Campo magnético da Terra.


Fonte: http://br.geocities.com/saladefisica5/leituras/magnetismoterra50.gif

2.1. Campos Magnéticos


Campo Magnético (força magnetizante)
(Barum, 2019) Produzida por solenóides é também conhecida como campo solenoidal. Para
entendermos esse conceito, basta imaginar um solenóide de comprimento muito longo onde, no
seu centro temos H = μ0nI, onde: n é a densidade linear de espiras e I é a corrente que passa
pelas espiras. No sistema internacional, a unidade para Campo Magnético é ampère/m (A/m) e
no sistema CGS2 é o Oersted (Oe)3.
Todo magneto cria em volta de se uma zona de influência, a qual vamos chamar de campo
magnético, análogo a uma carga que cria um campo eléctrico em volta de si mesmo. Entretanto
existe uma diferença muito grande quanto a criação dos campos. Uma única carga, seja positiva
ou negativa, é capaz de criar um campo eléctrico em torno de sua vizinhança, o que não ocorre
com um dos pólos do imã, sempre um campo magnético é criado através do par norte-sul (figura
2). Outra diferença interessante é que as linhas do campo magnético se curvam saindo do pólo
norte e entrando no pólo sul, já no campo eléctrico (pode ser visto com limalha de ferro sobre um
magneto), só ocorre este fenómeno se existirem cargas de sinais opostos próximas uma da outra.
Assim, o campo eléctrico sai da carga positiva e entra na negativa (dipolo eléctrico), mas se uma
carga estiver isolada o campo não retornará para ela (Macedo & Macedo, 2007)

Figura2: Linhas de um campo magnético em um magneto (imã).

(Fonte: http://br.geocities.com/saladefisica5/leituras/magnetismoterra50.gif)

Existem diversos pesquisadores em busca do monopólio magnético, mas até o momento isto não
foi possível. Sempre quando um magneto é divido dois magnetos surgem com o norte e sul
acoplados formando dois novos dipolos magnéticos (figura 3). Este fantástico comportamento
está correlacionado ao fato que a origem dos dipolos magnéticos não é nível macrométrico e sim
devido ao spin dos eléctrons dos átomos que constituem o material.

Figura 3: Representação da quebra de um dipolo magnético ao meio, dando origem a dois


novos dipolos

Podemos representar qualquer campo magnético através das linhas de campo, semelhante as
linhas do campo magnético terrestre (figura 1). O princípio fundamental é que a linhas de campo
sejam tangentes em cada ponto ao vector campo magnético, de modo análogo campo eléctrico.

Forca magnética sobre uma partícula carregada


Quando uma carga é colocada em repouso num campo magnético nenhuma força se manifesta
sobre ela. Entretanto, quando esta carga adquire certa velocidade passar agir sobre ela uma força
magnética além das possíveis interacções gravitacional e eléctrica.
Através de medidas experimentais foi verificado que a força magnética é directamente
proporcional a carga da partícula, a velocidade, a intensidade do campo eléctrico e que o seu
máximo ocorre quando a partícula se move perpendicularmente ao campo magnético.
É razoável propor ima relação que leve em consideração as observações experimentais. Como
existe um máximo e um mínimo na intensidade da força e estas duas situações estão

correlacionadas com o ângulo que o vector velocidade ( V ) forma com o vetor campo magnético

( B ), podemos escrever que a força magnética é dada por:
F m=qBv sin a (1)
Existe outro resultado experimental que diz que a força magnética é perpendicular ao plano
determinado pela velocidade carga e pela direcção do campo magnético (figura 4). O sentido é
obtido através da regra da mão direita e é oposto para carga positivas e negativas.
(Fonte: http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/PHYSICA/Tema_b2/Tema_b2.htm)

Figura4: Relação vectorial entre o campo magnético, a velocidade e a força magnética. A força
é sempre perpendicular ao plano que contém a velocidade e o campo magnético

Combinando os resultados experimentais, podemos escrever uma expressão vectorial para a


força magnética e assim ela pode ser expressa pelo produto vectorial da velocidade pelo campo
magnético, então
→ → →
F m=q v x B (2)

Se uma partícula carregada estiver em uma certa região que tenha além do campo magnético, o
eléctrico e o gravitacional, a força total ( F t ) será a soma da força elétrica ( F e ), força magnética


( F m ) e a força peso ( P), assim:


F t= ⃗
F e+ ⃗
Fm+ ⃗
P =q ( ⃗
E ⃗v x ⃗
B )+ m ⃗g
Em muitas situações a massa da partícula é muito pequena, fazendo com que o termo possa ser
desprezado, então:

F t=q ¿ (3)
A equação 3 é conhecida como força de Lorentz e foi verificada inicialmente pelo cientista
alemão Hendrik Lorentz.
A força magnética é um vector perpendicular a velocidade, isto tem uma implicação física
peculiar: a força magnética não produz trabalho no movimento da carga e não produz nenhuma
variação no valor da energia cinética, simplesmente altera a direcção da velocidade.
Usando a equação 1 a unidade de campo magnético no SI pode ser definida:
N −1 1
−1
=kg s C =T (Tesla) e como C s −1
=A (Ampére), podemos também escrever que T = N/A.m.
Cm
Sendo assim, um tesla corresponde ao campo magnético que produz uma força de um Newton
sobre uma carga de um Coulomb que se move perpendicularmente ao campo, com uma
velocidade de um metro por segundo.
O nome a unidade de campo magnético foi colocado em homenagem a Nikola Tesla (1856-
1943). As vezes é mais conveniente usar o sistema cgs, sendo assim, a unidade de B é o gauss (1
G = 10-4 T).
O campo magnético da Terra da ordem de 1 G ou 10-4 T, já no interior dos átomos pode chegar a
10 T, parâmetro importantíssimo na análise de espectros atómicos e o campo magnético na
superfície de uma estrela de nêutrons é da ordem de 108 T.
Exemplo 1:
Um feixe de prótons (q = 1,6x10-19 C) se move a 3,0x105 m/s em um campo magnético
uniforme com módulo igual a 2,0 T orientado ao longo do eixo Oz. A velocidade de cada próton
está contida no pano xz, formando um ângulo de 30º com o eixo +Oz. Determine a força que
atua sobre o próton.

Figura 1 (Fonte: http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/PHYSICA/Tema_b2/Tema_b2.htm)

Solução:
A regra da mão direita indica que a força está apontando no sentido do eixo y negativo e usando
a equação 9.1, temos
⃗ −19 5 −14
F m=qBsin a=(1 ,6∗10 )(2 , 0)(3 , 0 x 10 )sin 30 °=4 , 8 x 10 N
Uma solução alternativa pode ser feita usando a expressão vectorial 2, assim
^ , 0 x 10 )sin 30 ° k^
5 5
⃗v =(3 , 0 x 10 )sin 30 ° i+(3
B=(2.0) k^


F m=¿q ⃗v xB=(1, 6∗10 ) [ (3 ,0∗10 ) sin30 ° i+^ ( 3 ,0∗10 ) cos 30° ^k ] x (2 , 0) k^ ¿
−19 5 5

F m=¿ ( 9 ,6∗10 ^
) sin30 ° i^ x k+(9 ,6∗10 )sin30 ° k^ x ^k¿
−14 −14

Lembrando que e , temos i^ x k^ =− ^j e k^ x k=0


^ , teremos


F m=¿(−4 , 8 x 10 N ) ^j ¿
−14

Observe que o modo vectorial tem uma grande vantagem porque naturalmente o sentido
estabelecido pela regra da mão direita é conhecido a através do sinal do vector força magnética.
Caso o feixe fosse de eléctrons, a carga seria a mesma com sinal negativo e assim a força teria o
mesmo valor, mas no sentido positivo do eixo y. (Macedo & Macedo, 2007)

Fluxo magnético e leis de Gauss para o magnetismo


O fluxo magnético é definido de modo análogo ao fluxo eléctrico relacionado com a leis de
Gauss. Uma superfície imersa em um campo magnético foi dividida em vários elementos de área
dA conforme a figura 5.

Fonte: http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/PHYSICA/Tema_b2/Tema_b2.htm)

Figura5: Fluxo do campo magnético através de um elemento de área dA.

O elemento de fluxo através de um elemento de área é dado por


d ϕ B =B ⏊ dA=B cos ∅ dA=⃗
B .d ⃗
A (4)
O fluxo magnético total será a soma sobre todos os elementos de área, somando sobre toda a
superfície temos que
ϕ B=∫ B ⏊ dA=∫ B cos ϕ dA=∫ ⃗
B.d ⃗
A (5)
A equação 5 corresponde ao fluxo magnético sobre uma superfície. Na situação que o campo
magnético é constante em todo a superfície, a integral ficará só sobre a superfície, então
podemos escrever
ϕ B=BA cos cos ϕ (6)
A unidade de fluxo magnético no SI é definida como weber (Wb), como sendo o produto do
campo em T pela área em m2:
2 N 2 Nm
1 Wb=1T .m = m=
Am A
Este nome foi dado em homenagem ao físico alemão Wilhelm Weber (1804-1891).
A lei de Gauss para o campo eléctrico é proporcional à carga eléctrica existente no interior da
superfície. A carga total é obtida através da soma algébrica de todas as cargas incluindo os seus
respectivos sinais. No caso de um dipolo eléctrico, que é composto de duas cargas eléctricas de
mesma intensidade e sinais opostos, o fluxo total será zero, pois a soma das cargas é nula. De um
modo análogo, podemos escrever a lei de Gauss para um fluxo magnético, levando em
consideração que não existem monopólios magnéticos, a carga magnética no interior de uma
superfície é zero, então o fluxo total sobre a superfície fechada é igual a zero. Isto correlacionado
ao fato que sempre as linhas de campo magnético que sai, elas retornam para o interior da
superfície, as linhas de campo magnético são sempre fechadas. Podemos então escreve as lei de
Gauss para o magnetismo como sendo (Halliday & Walker, 2005)

∮ ⃗B . d ⃗A=0 (6)
o fluxo magnético através de qualquer superfície fechada.
Exemplo 2:
O campo magnético em uma certa região é de 0,128 T e seu sentido é o do eixo +Oz. a) Qual é o
fluxo magnético através da superfície abcd?
b) Qual é o fluxo magnético através da superfície befc?
c) Qual é o fluxo magnético através da superfície aefd? d) Qual é o fluxo magnético através das
cinco superfícies externas do volume?

Solução:
a) Utilizando a equação 6 e levando em consideração que não existe campo magnético através
da superfície abcd, temos
ϕ B ( abcd )=BA cos ϕ=0
b) Como o campo magnético é no sentido positivo de z o ângulo entre o vector campo magnético
e a área é de 180º, então
ϕ B ( befc )=( 0,128 ) (0 , 3 x 0 , 3)cos 180=−0,0115 Wb
c) Fazendo um desenho do plano xz, temos

Então cos ϕ=cos ( 90−a )=cos 90 cos a+sin 90sin a


0 ,3
cos ϕ=0. cos a+ 1.sin a=sin a= =0 ,6
0 ,5
O fluxo fica
ϕB ( aefd ) =BA cos ϕ=BA sin a=( 0,128 ) ( 0 , 5 x 0 , 3 ) ( 0 ,6 )=+0,0115W
d) Os fluxos sobre as duas outras superfícies são nulos porque o vector área é perpendicular ao
vector campo magnético, então o fluxo total é dado por
ϕ B ( total )=ϕ B ( aefd )+ ϕ B ( befc ) =−0,0115+ 0,0115=0

Partículas carregadas em um campo magnético


Como foi dito na seção anterior, a força magnética não realiza trabalho sobre partículas carregas
por ela ser sempre perpendicular ao vetor velocidade, sendo assim, o módulo do vetor velocidade
permanece sempre constante. Se uma partícula carregada penetra perpendicularmente em um
campo magnético uniforme e como o sen90o = 1, a equação 1 fica:
F m=qBv
Vamos desenhar esta situação física para uma partícula de carga positiva (figura)
Figura 8: Movimento de uma partícula com carga positiva que penetra perpendicularmente em
um campo magnético uniforme (fonte:: http://quark.fe.up.pt/psimage/helicoidal.jpg)

A trajectória descrita na figura 8 é de uma partícula em movimento circular uniforme com


aceleração centrípeta igual a v2 /R, de acordo com a segunda lei de Newton, podemos escrever
2
|q|Bv=ma c =m v
R
podemos encontrar o raio da trajectória circular, assim
mv
R= (7)
|q| B
Na equação 7 foi colocada a carga em módulo para ser um resultado geral. A mudança para uma
partícula negativa só vai alterar o sentido de rotação ao longo da circunferência.
Usando que v=Rw , a velocidade angular fica
v v |q| B |q| B
w= = = (8)
R mv m
A frequência é dada por
w |q|B
f= = (9)
2 π 2 πm
Exemplo 3:
Um magnetron de um forno de micro-ondas emite ondas electromagnéticas com frequência f =
2450 MHz. Qual é o módulo do campo magnético necessário para que os elétrons se movam em
órbitas circulares com essa frequência?
Solução:
Usando a equação 9, temos
|q|B 2 πmf
f= → B=
2 πm |q|
−31 6
(2)(3 , 14)/(9 ,11 x 10 )/(245 x 10 )
B= −19
=0,0877 T
1 , 6 x 10
A intensidade do campo magnético é baixa e pode ser facilmente obtida com um magneto. As
ondas electromagnéticas são absorvidas pelas moléculas de água e estas vibram ao ponto de
cozinharem os alimentos.
Exemplo 4:
Suponha que uma partícula carregada seja um próton (q=1,6x10 -19 C, m=1,67x10 -27 kg) e
que o campo magnético uniforme seja paralelo ao eixo Ox e possua módulo igual a 0,5 T. Só
existe a força magnética actuando sobre o próton. No instante t = 0, o próton possui componentes
da velocidade dados por vx = 1,5x10 5m/s, vy = 0 e vz = 2,0x105 m/s.
a) Para t = 0, calcule a força que atua sobre o próton e sua aceleração.
b) Determine o raio da trajectória helicoidal, a velocidade angular do próton e o passo da hélice
(a distância percorrida ao longo do eixo da hélice durante uma revolução).
Solução:

a) Como vy = o, o vector velocidade é dado por ⃗
V =v x i⃗ +v ⃗k. Usando a equação 9.2 e sabendo
z

^^
que i^ x i=0 e k^ x k=
^ ^j, obtemos

⃗ B=q ( v x ⃗i + v z k⃗ ) xB i=q
F m=q ⃗v x ⃗ ^ v z B ^j

¿ ( 1 , 6 x 10−19 ) ( 2 x 105 ) ( 0 , 5 )=(1 , 6 x 10−14 N ) ^j



F m 1 , 6 x 10
−14 12
9 ,58 x 10 m ^
a⃗ = = =( )j
m 1 , 67 x 10−27 s
2

A força foi muito fraca, porém a aceleração é extremamente grande devido a massa ser muito
pequena.
b) Lembrando que a força é perpendicular a velocidade, então o seu módulo permanece
constante, então usando 9.9 e colocando a componente perpendicular ao campo magnético,
temos
−27 5
m vz (1 ,67 x 10 )(2 x 10 )
R= = =4 , 18 x 10−3 m=4 , 18 mm
|q| B (1, 6 x 10−19)(0 ,5)
De acordo com a equação 8, a velocidade angular é dada por
5
v 2 x 10 7
ω= = =4 , 79 x 10 rad / s
R 4 , 18 x 10−3
A cada volta o próton avança um determinado espaço ao longo do campo magnético. O tempo
para dar este passo é igual ao tempo de uma volta completa, ou seja, igual ao período que é
2π 2 x 3 ,14 −7
T= = =1, 31 x 10 s . Como o passo é na direcção de Ox, devemos usar a
ω 4 ,79 x 10 7
componente vx da velocidade, assim
∆ x =v x T =( 1 ,5 x 10 5 )( 1, 31 x 10−7 )=0,0197 m=19 , 7 mm
O passo é muito maior do que o raio, indicando que esta hélice é bastante esticada.

Força magnética sobre condutores com corrente


Um campo magnético também pode ser detectado com um fio com corrente. O campo magnético
produz uma força sobre o fio, directamente proporcional à corrente. A força magnética sobre um
pequeno segmento de fio depende também da orientação do fio em relação ao campo magnético;
se o fio for paralelo ao campo magnético, a força é nula, e se o fio for perpendicular ao campo, a
força é máxima. O módulo da força também é directamente proporcional ao comprimento do
pedaço de fio. A constante de proporcionalidade define o módulo do campo magnético, B.
(Boylestad, 2008)
A direcção da força é sempre perpendicular ao campo magnético e perpendicular ao fio; o
sentido da força segue a regra da mão direita entre o sentido da corrente e o sentido do campo
magnético. Usando vectores, a força pode ser escrita assim:
∆⃗
F = ⃗I ∗⃗
B ∆ s (10)
Em que ⃗I é um vetor na direção do fio, no sentido da corrente e com módulo igual à intensidade
da corrente. ∆s é o comprimento do segmento de fio.
No caso geral, será preciso integrar a equação 10 para obter a força total sobre um fio. No caso
particular em que o fio for rectilíneo, com comprimento L, e o campo magnético for uniforme, a
força resultante é:

F =L ⃗I x ⃗
B (11)
A equação 10 permitem-nos concluir que, no sistema internacional de unidades, as unidades do
campo magnético são
N
m. A
essa unidade é o tesla, identificado pela letra T. Um campo magnético de um tesla é um campo
bastante elevado. Uma unidade menor, usada com frequência, é o gauss, identificado com a letra
G:
−4
1 G=10 T
O módulo do campo magnético terrestre, na superfície da Terra, encontra-se entre 0.3 G e 0.6 G
em diferentes locais.

Momento magnético
A força resultante sobre uma bússola produzida pelo campo magnético da Terra, é quase nula,
devido a que sobre os dois pólos magnéticos atuam forças iguais e opostas. No entanto, essas
forças produzem um torque suficientemente forte para poder ser observado facilmente. Qualquer
íman, em particular a bússola, tem um momento magnético,⃗
m que é um vetor orientado desde o
seu pólo sul até o seu pólo norte; um campo magnético ⃗
B produz um torque, ⃗
T , igual ao produto
vetorial entre o momento magnético e o campo:
⃗ m x⃗
T =⃗ B (12)
O torque será sempre no sentido que faz rodar o momento magnético ~m até apontar no sentido
do campo ⃗
B.
O torque produzido pelo campo magnético é o princípio usado nos motores eléctricos. O motor
tem uma bobina, que pode rodar à volta de um eixo, dentro de um campo magnético produzido
por ímanes fixos (figura 9). A bobina é um fio condutor enrolado várias vezes. Cada volta
completa do fio na bobina designa-se de espira.

Figura 9: motor eléctrico de corrente contínua. (Fonte: Halliday et al., 2007).

Quando o fio é percorrido por uma corrente I, as forças magnéticas sobre os diferentes
segmentos de cada espira anulam-se, mas há um torque resultante; pode mostrar-se que se o
campo for uniforme, o torque resultante verificará a equação 12, sendo o momento magnético da
espira igual a:
m= AI e⃗ n

Onde A é a área da espira e e⃗ n o versor perpendicular à espira, no sentido definido pela regra da
mão direita, como mostra a figura 8.5: o polegar da mão direita define o sentido de ~m, quando
os outros quatro dedos apontarem no sentido da corrente na espira. O momento magnético de
uma bobina é a soma dos momentos das espiras que formam essa bobina. Se a bobina tiver N
espiras, comporta-se como um íman com momento magnético ⃗
m = N I Ae⃗ n. Se o campo não for
uniforme, a área da bobina deverá ser dividida em pequenos pedaços para calcular o torque total
por meio de uma integral de superfície.
Num motor, os dois terminais da bobina ligam-se a um comutador que roda juntamente com a
bobina. Na figura 9 pode ver-se o comutador (cilindro com dois sectores metálicos
independentes) a fazer contacto com os dois terminais + e − ligados a uma fem externa. Quando
a bobina roda, chega até uma posição em que o segmento do comutador que estava em contacto
com o terminal positivo passa a estar em contacto com o terminal negativo e vice-versa,
invertendo-se o sentido da corrente na bobina.

Figura10: Definição do momento magnético de uma espira.

O comutador é colocado de forma a que, quando o momento magnético da bobina estiver na


direcção e sentido do campo magnético do íman (de esquerda para direita, na figura 9), o sentido
da corrente seja invertido, fazendo com que o ângulo entre o momento magnético e o campo
passe de 0 ◦ para 180◦. Assim, a bobina roda constantemente, porque o torque magnético tende
sempre a diminuir esse ângulo até 0◦.
Exemplo 6:
Uma espira rectangular com arestas de 25 cm e 30 cm, transporta uma corrente de 2.5 A, no
sentido indicado na figura. A espira encontra-se num plano vertical que faz um ângulo de 30◦
com o plano yz. Existe um campo magnético uniforme ⃗
B=0.2 e⃗ y (SI). Calcule o torque
produzido pelo campo magnético sobre a espira e diga em que sentido rodará a espira.

Resolução: A área da espira é:


2
A=0.25 x 0.30=0.075 m
Usando a regra da mão direita, vemos que o momento magnético ~m da espira é paralelo ao
plano xy e tem o sentido indicado na figura seguinte:

Portanto, o versor normal é:


e n=−sin 60 ° ⃗e x +cos 60 ° ⃗e y =−0,866 ⃗e x +0 , 5 ⃗e y

E o momento magnético da espira é:
2
m=0,075 x 2 ,5 (−0,866 ⃗e x+ 0.5 ⃗e y )=(−0,162 ⃗e x+ 0,0938 ⃗e y ) A .m

O torque é igual ao produto vectorial entre o momento magnético e o campo magnético:

T =(−0,162 e⃗ x +0,0938 e⃗ y ) x ( 0 , 2 e⃗ y )=−32 , 4 ⃗e z (mN . m)
A bobina roda até o seu momento magnético apontar na direcção e sentido do campo magnético.
Consequentemente, a bobina roda à volta dum eixo paralelo ao eixo dos z, que passa pelo seu
centro de massa, de forma a que o ângulo inicial de 30° aumente até 90°.
Conclusão
Referencias Bibliográficas
Barum, A. (2019). Electricidade e magnetismo. Editora
Boylestad, R. (2008). Introdução à análise de circuitos (10ª ed.; R. Trimer, Ed., & J. L.
Nascimento, Trad.). Sabrina Cairo.
Halliday, D., Resnick, R., & Walker, J. (2013). Fundamentos da Física (Vol. 3). LTC Editora.
Macedo, M., & Macedo, C. (2007). Campo magnético e força. Editora Universitária.

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