Cristina Masetti
Cristina Masetti
Cristina Masetti
PUC/SP
CRISTINA MASETTI
São Paulo
2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC/SP
CRISTINA MASETTI
SÃO PAULO
2016
Banca Examinadora
_____________________________
_____________________________
_____________________________
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou
parcial desta dissertação por processos de fotocopiadora ou eletrônicos.
À Profa. Dra. Barbara Lutaif Bianchini por sua orientação, acolhida, confiança e por partilhar suas
experiências e sabedoria, fundamental para o meu crescimento.
À Profa. Dra. Célia Maria Carolino Pires por ter me acolhido em boa parte de meu mestrado,
compartilhando suas experiências e sabedorias fundamentais para meu crescimento profissional.
À Profa. Dra. Ana Lúcia Manrique e Prof. Dr. Rogério Ferreira da Fonseca pelas ricas contribuições
no exame de qualificação.
À colega e amiga Sofia Seixas Takinaga que esteve presente durante todo o curso ao meu lado me
apoiando, com quem compartilhei anseios, descontentamentos, alegrias, conquistas e muitos risos.
Aos colegas do grupo de pesquisa GPEA, “Grupo de pesquisa em Educação Algébrica”, e do grupo
“Desenvolvimento Curricular e Formação de Professores de Matemática”, que pertencem à Linha de
Pesquisa: A Matemática na Estrutura Curricular e Formação de Professores, que me acolheram
prontamente contribuindo para o meu crescimento profissional.
À minha querida Diretora, chefe e amiga Regina Burkhardt por ter acreditado em mim, me
incentivando a ingressar no mestrado e me ajudando a superar todas as dificuldades que surgiram ao
conciliar trabalho e pesquisa.
À minha colega, amiga e coordenadora da escola, Helena Kaoru Hayama que esteve por mim em todas
as horas que não pude estar.
Aos meus amigos e familiares que de alguma forma estiveram ao meu lado, compartilhando meus medos,
inseguranças e também alegrias e satisfações.
A todos que, de alguma forma, fizeram parte da realização deste trabalho, meus sinceros
agradecimentos, em especial aos Thiago e André, às insubstituíveis: Luciana, Rose Mary, Luciene,
Leonir, Nadir e minha querida Mônica. E como não poderia deixar de lembrar Dª Neide.
E a Deus, acima de tudo, pelos amigos que fiz e pelos que não perdi, pela saúde e perseverança que me
permitiram realizar este sonho.
A pesquisadora
RESUMO
Nosso estudo tem como objetivo investigar como as funções exponenciais são abordadas em
livros didáticos de Matemática, oferecidos às escolas brasileiras pelo Programa Nacional do
Livro Didático – PNLD, no Ensino Médio de 2015 e como é proposta a construção,
sistematização e consolidação de conhecimentos nesses manuais. Nosso propósito é analisar
situações matemáticas, conceitos, proposições, procedimentos, linguagem e argumentações que
o livro didático apresenta, contabilizando diferentes tipos de tarefas que os autores propõem ao
estudante para a aprendizagem dos conhecimentos. Para tanto, buscamos a revisão da literatura
a respeito de estudos sobre a análise de livro didático de Matemática, fizemos a leitura das
orientações curriculares de Matemática para o Ensino Médio, e analisamos os livros do 1º ano
do Ensino Médio de três coleções aprovadas pelo PNLD de 2015. Optou-se pela metodologia de
natureza qualitativa e pela técnica da análise documental; o instrumento de recolhimento de
dados foram tabelas. Nosso trabalho nos permitiu concluir que os três livros didáticos analisados
oferecem aos professores situações contextualizadas da vida real, da matemática pura e de
outras ciências, permitindo a interdisciplinaridade, assim como introduzem o conceito de função
exponencial dentro de um contexto fora da Matemática procurando provocar o interesse dos
alunos pelo tema. Todos os três livros analisados propõem a revisão de potência de maneira
formal, não demonstrando, porém, justificando com exercícios resolvidos e com lista extensa de
tarefas de manipulação para serem feitos. Assim sendo, a respeito do conhecimento emergente
de função exponencial podemos dizer que, os autores utilizam linguagem adequada para a faixa
etária, oferecendo várias formas de representação na linguagem natural, algébrica gráfica e
tabular, e argumentam utilizando a resolução de exercício passo a passo. Predominam nas três
coleções nas quais analisamos o tema função exponencial, encontramos exercícios de
manipulação, poucas tarefas de resolução de problemas que precisam ser modeladas para se
chegar à solução, e nenhuma tarefa de demonstração, pois preferem se justificar resolvendo
exercícios que mostrem todas as passagens algébricas. A partir das análises podemos dizer que
os livros didáticos investigados trazem, para o ensino de função exponencial, diferentes tarefas,
oportunizando ao professor oferecer situações de aprendizagem diferenciadas, porém ainda são
em número reduzido, mesmo tendo um dos livros analisados maior quantidade de tarefas para
conjecturar/argumentar em comparação aos outros livros, além do que o autor sugere que se
façam estas atividades em duplas, o que justifica trazer uma quantidade menor de exercícios
resolvidos, oferecendo uma quantidade elevada de problemas para serem resolvidos e poucos
exercícios manipulativos, a medida que a comparamos às outras obras. Portanto, quando na
escolha do livro didático a ser adotado pela escola, o professor ao analisá-lo, precisará estar
atento às características destes livros, no caso do ensino de função exponencial, este pode
precisar oferecer maior quantidade de determinadas situações de aprendizagem aos alunos,
cabendo fazer complementações, e inclusão no caso do ensino de demonstrações, com outros
materiais curriculares, no intento de dar conta das prescrições curriculares no que diz respeito ao
ensino de funções exponenciais.
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15
1.1 Motivação e pertinência da investigação .............................................................. 15
1.2 Estrutura da dissertação ........................................................................................ 17
CAPÍTULO I ................................................................................................................ 19
1.1. O objeto de estudo ............................................................................................... 19
1.2 Material curricular ................................................................................................ 20
1.3 A história do surgimento do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) ............ 24
1.4 Revisão de literatura ............................................................................................. 30
CAPÍTULO II ............................................................................................................... 35
2.1 Questões de pesquisa ............................................................................................ 35
2.1.1 Perguntas norteadoras .................................................................................... 35
2.2 A problemática em que se insere esta pesquisa: .................................................. 35
2.2.1 A escolha do tema Função Exponencial ........................................................ 36
2.2.2 Importância do ensino da função exponencial ............................................... 37
CAPÍTULO III ............................................................................................................. 45
Referencial Teórico ..................................................................................................... 45
3.1 A concepção de Currículo adotada nesta pesquisa ............................................... 45
3.2 As prescrições curriculares para o ensino de funções exponenciais ..................... 48
3.2.1 Finalidades do ensino da Matemática para o nível médio ............................. 48
3.2.2 Competências e habilidades da área de Ciências da Natureza, Matemática e
suas Tecnologias ..................................................................................................... 50
3.2.3 As prescrições curriculares quanto ao ensino de Função Exponencial .......... 51
CAPÍTULO IV.............................................................................................................. 53
4.1 Metodologia .......................................................................................................... 53
4.2 - Procedimentos metodológicos ............................................................................ 54
4.3 – As etapas da pesquisa ........................................................................................ 54
4.4 Questões norteadoras da pesquisa introduzidas na Tabela de análise .................. 57
4.5- O Instrumento de coleta de dados ....................................................................... 58
4.6 Apresentação, descrição e justificativa ................................................................. 59
4.7 Os três livros didáticos de matemática escolhidos entre os aprovados do PNLD
2015 ............................................................................................................................ 70
CAPÍTULO V ............................................................................................................... 78
5.1 Análise de Dados .................................................................................................. 78
5.1.1 Livro A ........................................................................................................... 78
5.1.2 Livro B ........................................................................................................... 94
5.1.3 Livro C ......................................................................................................... 105
5.2 Análise Comparativa dos Dados ......................................................................... 119
5.3 Conclusão das Análises ...................................................................................... 147
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 150
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 157
15
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Iniciamos esta pesquisa relatando parte de minha trajetória profissional que
motivou esta investigação, assim como justifica sua pertinência.
1
Planificar é converter uma ideia ou um propósito num curso de ação.
17
CAPÍTULO I
O livro didático
2
Comenius, criador da Didática Magna e um dos maiores educadores do século XVII, expôs, nesta
citação a lógica que deveria nortear o sistema de ensino a partir da metáfora do funcionamento de uma
tipografia.
20
um papel fundamental, traduzidas pelo primeiro Guia do livro didático do PNDL 2008
destinado ao ensino médio.
Pires (2008) ressalta que se deve levar em conta que no Brasil, assim como em
outros países, documentos curriculares prescritos3 parecem ter pouco impacto nas
práticas docentes que são mais influenciadas por materiais didáticos como os livros
didáticos.
A pertinência de se analisar livros didáticos fundamenta-se no fato de ser este
material curricular mais difundido e utilizado no Brasil, segundo Pires (2012):
3
Documentos curriculares prescritos: são aqueles documentos constituídos pela instância administrativa,
governamental, pelas equipes de especialistas.
21
Há o papel ideal e o papel real. O papel ideal seria que o livro didático fosse
apenas um apoio, mas não o roteiro do trabalho dele. Na verdade, isso
dificilmente se concretiza, não por culpa do professor, mas de novo vou
insistir, por culpa das condições de trabalho que o professor tem hoje. Um
professor hoje nesse país, para ele minimamente sobreviver, ele tem que dar
aulas o dia inteiro, de manhã, de tarde e, frequentemente, até a noite. Então, é
uma pessoa que não tem tempo de preparar aula, que não tem tempo de se
atualizar. A consequência é que ele se apoia muito no livro didático.
Idealmente, o livro didático devia ser apenas um suporte, um apoio, mas na
verdade ele realmente acaba sendo a diretriz básica do professor no seu
ensino. (SOARES, 2002, p.90)
Segundo pesquisas realizadas por Brown (2009) nos Estados Unidos, a maneira
como os professores se relacionam com os materiais curriculares reflete-se na ação de
adaptar, adotar ou improvisar segundo a necessidade de seus alunos, o que torna
pertinente a necessidade de se conhecer este material curricular, a saber, o livro
didático.
A sala de aula se constitui em um cenário no qual se estabelecem inter-relações
entre o professor, o aluno, o livro didático e os saberes disciplinares. O livro didático
4
Documento da Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para
Educação Básica. Foram analisadas propostas das secretarias municipais das capitais, compondo uma
amostra de 13 propostas de Ensino Fundamental. A análise incidiu sobre um total de 60 propostas, sendo
34 de Ensino Fundamental (incluindo as 13 citadas e 21 de secretarias estaduais) e 26 propostas de Ensino
Médio. Não apresentaram propostas de Ensino Fundamental os estados: Roraima, Maranhão, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Sergipe e Piauí. De Ensino Médio, apenas o estado de Rondônia não apresentou
proposta. Para o Ensino Fundamental as propostas elaboradas pelas secretarias municipais das capitais e
incluídas no estudo foram: Fortaleza, Campo Grande, Boa Vista, Macapá, Maceió, João Pessoa, Recife,
Goiânia, Cuiabá, Vitória, São Paulo, Curitiba e Florianópolis.
23
traz para o processo de ensino e aprendizagem um terceiro personagem, o seu autor, que
passa a dialogar com o professor e com o aluno. Nesse diálogo, o livro é portador de
escolhas sobre: o saber a ser estudado; os métodos adotados para que o aluno consiga
aprendê-lo mais eficazmente; e a organização dos conteúdos ao longo dos anos de
escolaridade. (BRASIL, 2015).
Algumas das funções mais importantes do livro didático, segundo Gérard e
Roegiers (1998) são: no que diz respeito ao aluno, o livro pode favorecer a aquisição de
saberes socialmente relevantes, consolidar, ampliar, aprofundar e integrar os
conhecimentos, propiciar o desenvolvimento de competências e habilidades
contribuindo com o aumento de sua autonomia, além de contribuir para a formação
social e cultural e desenvolver a capacidade de convivência e de exercício da cidadania.
E no que diz respeito ao professor, o livro didático o auxilia com orientações e
seus textos informativos, assim como também com seu planejamento didático-
pedagógico anual, na avaliação da aprendizagem de seus alunos e na gestão de suas
aulas, favorecendo também sua formação e na aquisição de saberes profissionais
pertinentes. (BRASIL, 2015, p.10).
um dos materiais curriculares que mais influenciam as práticas dos professores, que
encontram nestes, os elementos para colocar em prática e materializar o que prescrevem
ou orientam os documentos oficiais.
Não cabe aqui contarmos a história do livro didático no Brasil e muito menos
nos aprofundarmos a respeito do surgimento do Programa Nacional do Livro Didático,
o PNLD, suas conquistas e a problemática de distribuição de livros didáticos pelo país,
pois estes dois temas gerariam outras pesquisas.
Porém, achamos pertinente relatar um pouco a respeito do PNLD, no intuito de
procurar justificar a relevância de se investigar o livro didático, pois é necessário citar
que o programa distribuiu neste ano de 2015, o correspondente a 87.622.022 de livros
para o Ensino Médio, conforme apresentamos na Tabela 01.
Tabela 01 – Dados referentes à distribuição de livros didáticos pelo programa PNLD 2015
programa que vem sendo responsável pela distribuição nos dias de hoje, Programa
Nacional do Livro Didático, PNLD.
Em 2004 foi implementado o Programa Nacional do Livro Didático para o
Ensino Médio (PNLEM), programa este que iniciou a distribuição dos livros didáticos
analisados nesta pesquisa, assim como outros que já fizeram parte dele para os alunos
do Ensino Médio deste país. Neste primeiro ano, o Programa atendeu apenas alunos do
1º ano das regiões Norte e Nordeste com livros de Língua Portuguesa e Matemática. Em
2006, os alunos dos três anos do Ensino Médio de todo o Brasil, receberam títulos
dessas duas áreas do saber. As escolas públicas de Minas Gerais e do Paraná não foram
contempladas, pois esses estados desenvolviam, à época, programas próprios.
Em 2008, enfim o programa do PNLD passou a fornecer para o Ensino Médio
os livros de Matemática. Tais livros precisariam ter sido aprovados pelo conjunto de
critérios de avaliação que faziam parte do Edital de Convocação para o processo de
Avaliação de Obras Didáticas para este programa. O que garantiria que estes livros
seguiriam os princípios gerais relativos à qualidade de uma obra didática para ser um
instrumento auxiliar do trabalho educativo do professor, assim como também deveriam
estar de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96 na qual:
[...] aprender Matemática no Ensino Médio deve ser mais do que memorizar
resultados dessa ciência e que a aquisição do conhecimento matemático deve
estar vinculada ao domínio de um saber fazer Matemática e de um saber
pensar matemático. (BRASIL, 1999, p.41)
Ensino Médio:
• Investimento: R$ 898.947.328,29
• Alunos atendidos: 7.112.492
• Escolas beneficiadas: 19.363
• Livros distribuídos: 87.622.022
Tabela 03: Valores negociados para Livros Impressos e MecDaisy – EF e Médio- PNLD 2015
Tabela 04: Coleções mais distribuídas por componente curricular – Matemática. PNLD 2015
5
Componente epistêmico: oferecer situações-problema que requer que os alunos conjecturem,
interpretem e justifiquem as soluções obtidas.
6
Componente mediacional: tarefas que requerem o uso de novas tecnologias tais como calculadoras
gráficas e outras ferramentas tecnológicas como softwares de geometria dinâmica
7
Componente ecológica: atividades contextualizadas e interdisciplinares.
32
Lopes (2011) acha pertinente que este tópico de noção do infinito seja incluído
na grade curricular para que este seja tratado com maior grau de profundidade.
Martins (2012) pesquisou sobre a progressão aritmética e geométrica:
praxeologias em livros didáticos de matemática do primeiro ano do ensino médio
aprovados pelo PNLD e adotados pelo município do Ceará. Ele optou pela metodologia
de pesquisa qualitativa e está se desenvolveu identificando as praxeologias expostas nos
livros didáticos analisados: as tarefas, as técnicas, o discurso tecnológico-teórico e os
quadros numéricos, geométrico e algébrico; analisando os aspectos históricos referentes
à progressão aritmética e geométrica, seus conceitos, às tarefas resolvidas e as propostas
aos alunos.
A análise trouxe a comparação entre as praxeologias propostas pelos autores dos
livros didáticos analisados e o que os documentos oficiais recomendavam. Estes
destacavam a importância da articulação entre função e as progressões, a necessidade de
propor tarefas que incentivem a generalização de padrões para o desenvolvimento do
pensamento algébrico.
Como conclusão Martins (2012) constatou que nenhum dos livros analisados
dão conta de desenvolver o pensamento algébrico nos estudos de progressões pois não
oferecem com frequência tarefas que estimulem a generalização de padrões; dois deles
não explicitam a estreita relação entre progressões e funções, e os outros dois o fazem
apenas na teoria. Predominam tarefas para calcular, determinar podendo conduzir à
rotinização da técnica. Poucas são as tarefas que permitem a articulação entre os
diferentes quadros: numérico, algébrico e geométrico proposto por Douady (1985),
dando prioridade ao algébrico e precisando o professor selecionar o livro mais adequado
de acordo com sua opinião para trabalhar com seus alunos.
A pesquisa de Silva (2013) investigou sobre a transposição com expansão do
conteúdo do livro didático de matemática para o tablet na perspectiva da teoria
cognitiva da aprendizagem multimídia. O trabalho procurou mostrar que não se devem
desenvolver materiais para o uso do tablet em sala de aula de maneira
descompromissada sem compreender como ocorrem os processos cognitivos e a
aprendizagem dos alunos.
O problema de pesquisa concentrou-se em como adaptar o conteúdo do livro
didático para os tablets levando em conta seus efeitos na aprendizagem dos alunos à
medida que este recurso de mídia tem o potencial de expandir e enriquecer os conteúdos
dos livros impressos, acrescentando recursos de interatividade, vídeo, imagem e som.
33
CAPÍTULO II
[...] as funções exponenciais [...] são usadas para descrever a variação de duas
grandezas em que o crescimento da variável independente é rápido, sendo
aplicado em áreas do conhecimento como matemática financeira, crescimento
de populações [...] (BRASIL, 2002, p.180).
37
Usando a propriedade 1), resulta daí, que para todo número racional ,
e então o intervalo [A,B] não conteria nenhuma potência de a com expoente racional,
contrariando o Lema que afirma quando fixado o número real positivo a≠1, em todo o
intervalo não degenerado de existe alguma potência , com r :
Portanto, quando x é irracional, é o (único) número real cujas aproximações
por falta são as potências , com r racional menor do que x e cujas aproximações por
excesso são as potências , com s racional maior do que x.
Definindo para todo x , não há maiores dificuldades para verificar que,
de fato, são válidas as propriedades 1), 2) e 3) acima enunciadas. Além disso, tem-se
ainda
portanto .)
Tem-se ainda
41
Conforme afirma Lima (2001), uma vez decidido que o modelo adequado para
um determinado problema é uma função afim, quadrática ou exponencial, a partir daí o
tratamento matemático da questão não oferece maiores dificuldades.
Em referência às dúvidas que possam surgir, Lima (2001) afirma que elas
geralmente aparecem antes da escolha do instrumento matemático apropriado para o
problema que se estuda, logo, é preciso saber quais são as propriedades características
de cada tipo de função [...].
Teorema: (Caracterização da função exponencial.) Seja uma função
monótona injetiva (isto é, crescente ou decrescente). As seguintes afirmações são
equivalentes:
(1) para todo e todo ;
(2) para todo , onde ;
(3) para quaisquer .
Demonstração: Serão provadas as implicações (1) (2) (3) (1). Para
mostrar que (1) (2) observa-se inicialmente que a hipótese (1) acarreta que, para todo
número racional (com e ) tem-se . Com efeito, como
, podemos escrever:
Logo: .
Assim, se pusermos , teremos para todo
. Para completar a demonstração de que (1) (2) suponhamos, a fim de fixar as
ideias que f seja crescente, logo . Admitamos, por absurdo, que
43
.
44
CAPÍTULO III
Referencial Teórico
Segundo Sacristán (2000) o currículo prescrito é o nível um, ou fase um, na qual
há existência de prescrições ou orientações no que se entende por seu conteúdo, e pode
ser caracterizado por um conjunto de decisões e orientações normativas tomadas no
interior das secretarias federais, estaduais e municipais de educação. Esse conjunto de
normas e decisões se materializam em diretrizes, resoluções, orientações e parâmetros
curriculares, constituindo esses documentos de referência na ordenação do sistema
curricular, servindo como ponto de partida para autores elaborarem diferentes materiais
didáticos como apostilas, livros didáticos e para professores e gestores vislumbrarem
suas práticas pedagógicas. (Grifo nosso)
O nível dois, o currículo apresentado chega para os professores por meio dos
meios e materiais curriculares, em destaque os livros didáticos escolares. Estes materiais
colocam à disposição do professor uma interpretação do currículo, mais orientada para a
prática letiva o que facilita aos professores a atividade de planificação de suas aulas.
Em terceiro lugar, apresento o currículo moldado, resultado da interpretação do
professor, seja a partir do currículo prescrito, ou dos materiais curriculares. O professor,
segundo Fonseca (2013), é agente decisivo na concretização do currículo, é um tradutor
que intervém na configuração do significado das propostas curriculares, nomeadamente
quando realiza o trabalho de planejamento individual ou coletivamente.
O quarto nível, o currículo em ação é o que é praticado no âmbito da escola, e
na sala de aula pelo professor junto a seus alunos. É direcionado por ideias teóricas e
práticas do docente. Trata-se, segundo Januário (2012), do conjunto de aprendizagens
vivenciadas pelos alunos em consequência dos atos de seu professor no decorrer da
aula.
O quinto nível, o currículo realizado é produto de efeitos cognitivo, afetivo,
social, cultural entre outros. É o currículo praticado a partir do que fora proposto, o que
foi realmente trabalhado em situações de aula, podendo ser identificado em seminários,
diário de classe, caderno de aluno ou relatório do professor.
O sexto nível, o currículo avaliado é o modo de verificar, por meio de
avaliações, o que das prescrições foi praticado no interior das escolas. Para Sacristán
(2000, p. 106) esta fase se dá em meio a pressões externas à sala de aula, o que “acaba
impondo critérios para o ensino do professor e para a aprendizagem dos alunos”. Esta
fase do currículo também pode ser concebida a partir das atividades avaliativas, como
provas e exames realizados em sala de aula pelo professor, com o intuito de informar o
docente o quanto o aluno aprendeu, assim como também para detectar defasagens
existentes em relação ao conteúdo trabalhado.
48
os objetivos que precisam ser alcançados pela proposta; o que vai nos ajudar em nossas
considerações finais.
Representação e comunicação
• Ler e interpretar textos de Matemática.
• Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas (tabelas, gráficos,
expressões etc.).
51
Neste momento se faz necessário apontar uma falha neste documento quanto a
garantir que f(x) = ax seja uma Função Exponencial. Pois sabemos que se a = 1 esta
função é uma constante o que a descaracteriza como função exponencial. Fica aqui a
observação sobre a necessidade de se informar que, para se trabalhar no conjunto dos
números reais, para a ˃ 1 para Função Exponencial crescente e para 0 ˂ a ˂ 1, para
garantir a existência da Função Exponencial decrescente.
Embora tenha havido esforços para ajudar os professores na melhora da
interpretação das orientações prescritas, esta não parece ter dado resultados na melhora
do desempenho de nossos alunos. No próximo capítulo trataremos sobre a metodologia
adotada neste trabalho, os procedimentos metodológicos que realizados no intento de
responder nossa questão de pesquisa; assim como também apresentaremos no
instrumento de coleta de dados, a grade e seus descritores, procurando explicá-los um a
um.
53
CAPÍTULO IV
A seguir justificamos a metodologia adotada nesta pesquisa, relataremos nossos
procedimentos metodológicos para conseguirmos responder nossa questão de
investigação.
4.1 Metodologia
Os documentos que analisamos nesta pesquisa são os livros didáticos que foram
aprovados pelo Plano Nacional do Livro Didático do ano de 2015. Estando estes aptos a
fazerem parte da escolha pelos professores brasileiros a serem adotados e distribuídos
para a maior parte das escolas do território nacional.
Optamos nesta pesquisa pela abordagem qualitativa, que tem se configurado
como um importante modelo de investigação, pois segundo Ghedin e Franco (2008)
como área de ensino e pesquisa a Educação faz parte de um processo histórico de uma
prática social humana;
Concluído que existem poucas pesquisas sobre o tema e com esta metodologia,
prosseguimos com os trabalhos.
Na etapa seguinte, definimos a importância desta pesquisa, o objeto de estudo, a
saber, o livro didático, assim como definimos o conhecimento matemático a ser
estudado e que faria parte das investigações: Função exponencial.
O próximo passo foi definir o referencial teórico que embasaria nossa questão de
pesquisa, e a metodologia que seria adotada.
Definido como seria feita a pesquisa, nos debruçamos na tarefa de adaptar a
grade de recolha de dados utilizada por Fonseca (2013) em sua pesquisa, reelaborando
os descritores que deveriam estar em consonância com nosso aporte teórico. Alteramos
a classificação das tarefas emergentes oferecidas unificando cálculos algorítmicos, a
aplicação da definição e a aplicação de uma propriedade para manipulação e incluímos
a resolução de problemas. Para nós as proposições devem ser vistas do ponto de vista da
revisão de Potenciação. E para evitar problemas com a tradução da língua portuguesa de
Portugal e a língua portuguesa do Brasil, esclarecemos os descritores explicando cada
um pela perspectiva da proposta curricular PCNEM (2000).
A primeira etapa da compilação dos dados se constituiu em resolver todas as
tarefas propostas pelos autores em cada livro didático a ser analisado, com o intuito de
classificar segundo o descritor referente às tarefas propostas aos alunos, procurando
classificá-las e quantificá-las segundo as que pediriam para apresentar graficamente a
função exponencial, assim como as que permitiriam a exploração/ investigação,
argumentação/conjectura e também as que ofereceriam a possibilidade de manipular ao
resolver o exercício, utilizando propriedades e definições, provar, resolver problemas ou
até mesmo modelar por parte dos alunos.
Uma vez terminada esta parte da análise, transcrevemos os resultados
quantitativos para a grade respectiva de cada livro, e construímos um gráfico que
representa a quantidade de cada “tipo” de tarefas propostas por cada autor em seu livro.
O intuito dos trabalhos foi o de responder nossa questão de pesquisa:
Como é proposto o estudo de Funções Exponenciais em livros didáticos
aprovados na avaliação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do ano de
2015?
E para tanto nos orientamos pelas questões norteadoras elencadas logo a seguir
no item 4.4, para responder esta questão. Achamos pertinente mostrá-las, pois suas
respostas se encontram transcritas na grade de análise.
56
Categoria 1 - Situações
1.1 Introdução/motivação: Análise do tipo de situação de ensino que o autor
propõe para introduzir/motivar:
• O autor apresenta uma situação que estimula o interesse do aluno na
aprendizagem de funções exponenciais?
• Pode-se dizer que justifica a importância de sua aprendizagem por ter
aplicação na vida real, na própria Matemática ou em outras ciências como a Química,
Biologia, Geografia, Astronomia e na Nanociência. Analisamos se o autor apresenta
uma proposta de resolução da situação-problema ou se apenas expõe o assunto novo
sem problematização ou mesmo se o faz, sem resolver o exercício.
Segundo Vasconcellos (2008) contextualizar é apresentar situações em sala de
aula que façam sentido aos conhecimentos que desejamos que sejam aprendidos por
meio da problematização, resgatando as informações que os alunos trazem e os
conhecimentos prévios e, criando dessa forma, um contexto que dará significado ao
conteúdo, e possivelmente resultando na melhora da aprendizagem.
Conhecimentos prévios são considerados por muitos professores, como sendo
os conteúdos já estudados pelo aluno nas séries anteriores e que ele já domina. Porém,
os conhecimentos prévios a que estamos nos referindo também levam em conta a
“capacidade” do aluno em ler e interpretar questões e a sua vivência sócio cultural e
profissional.
Apresentar situações-problema dentro de um contexto de realidade em sala de
aula é uma estratégia de ensino que serve como um importante aliado do professor para
motivar a aprendizagem dos alunos, à medida que os estimula a se interessarem por
determinado assunto que irão aprender. Estas relações são importantes atrativos para
que o aluno tenha predisposição para a aprendizagem de determinado conteúdo, e que
possam desenvolver habilidades e competências quando no estudo de temas como
Função Exponencial.
No caso de nossa pesquisa, o tema Funções Exponenciais possui um terreno
fértil de situações contextualizadas para poderem ser trabalhadas por meio de problemas
e modelação.
60
A diversificação das tarefas a se propor aos alunos pode envolver ainda outros
aspectos como: o contexto, a complexidade do trabalho a ser realizado e sua duração:
4 - Conjecturar/argumentar
Tarefas destinadas a fazer o aluno prever um determinado resultado e apresentar
um discurso lógico que o sustente.
5 - Prova/demonstração
Desenvolver no aluno a capacidade de argumentação que justifique a validade da
proposição ou de um procedimento.
Nesta pesquisa adotaremos a distinção entre explicação, prova e demonstração
segundo Balacheff (1982, p.3):
Explicação situa-se no nível de quem a faz com a finalidade de comunicar ao
outro o caráter verdadeiro de um enunciado matemático. Se esta explicação for
convincente a quem a escuta, é aceita como prova, sendo esta verdadeira ou não. Mas,
segundo Amouloud (2012), quando a prova se refere a um enunciado matemático, o
autor denomina, neste caso em particular de demonstração, que adquire as seguintes
características: São as únicas aceitas pelos matemáticos, respeitam regras, alguns
enunciados são considerados verdadeiros (axiomas ou postulados), outros são
deduzidos destes ou de outros anteriormente demonstrados, a partir de regras de
dedução tomadas em um conjunto de regras lógicas; trabalham sobre objetos
matemáticos com um estatuto teórico, não pertencente ao mundo sensível, embora a
ele façam referência.” (p. 24-25)
5
O crítico, sujeito à quem a citação se refere, deve ser entendido como a pessoa que analisa as tarefas que
pretende que sejam feitas. No caso de nossa pesquisa, estaríamos nos referindo ao professor que está
escolhendo tarefas para oferecer aos seus alunos no intuito de desenvolver lhes habilidades e
competências segundo os PCNEM, (BRASIL, 2000).
64
resolução de problemas. A organização nas quatro fases apresentadas por Polya pode
ser também considerada uma heurística; não funciona sempre, mas é uma organização
frequentemente bem-sucedida na Resolução de Problemas.
É denominada heurística moderna o estudo que procura compreender o processo
solucionador de problemas; em particular as operações mentais, típicas desse processo
que foram úteis. (POLYA, 1995)
O professor pode propor problemas aos seus alunos para que possam se sentir
desafiados em suas capacidades matemáticas e assim experimentar o gosto pela
descoberta. Polya (1995) considera esse procedimento uma condição fundamental para
que os alunos possam perceber a verdadeira natureza da Matemática e desenvolver o
seu gosto por esta disciplina. Estas ideias influenciam profundamente os currículos da
atualidade, de tal modo que hoje em dia a resolução de problemas em Matemática
constitui um traço fundamental das orientações curriculares de todos os níveis de
ensino, do 1º ciclo do ensino básico ao ensino superior.
Categoria 2 - Linguagem - Observar todas as formas de comunicação que o
autor fornece ao professor, para que este possa se comunicar com seus alunos e transitar
entre as várias formas de representação: Linguagem Natural, algébrica, gráfica ou
tabular.
Todo aluno passa por enfrentamento de situações na escola básica, no ensino
superior, em seu trabalho ou mesmo no exercício de sua cidadania. Para lidar com estes
enfrentamentos, este vai precisar muito mais que só informação, terá de mobilizar
conhecimentos e habilidades.
inteiro, decidir qual a melhor estratégia para resolvê-la, tomar decisões assertivas,
argumentar, expressar-se e fazer registros.
A dificuldade dos alunos em assimilar e compreender o que foi "ensinado" pelo
professor muitas vezes é falha na comunicação entre professor e aluno. Por isso a
linguagem é um ponto fundamental quando se discute ensino e aprendizagem, isto é: O
professor apresenta a tarefa, o aluno primeiramente a lê, a decodifica, isto é, passa para
a linguagem matemática, a internaliza e associa a outros conhecimentos e então retorna
aos resultados. A comunicação apenas poderá ser considerada satisfatória se todas estas
etapas fizerem sentido ao aluno.
Categoria 3 - Conceitos: Introduzidos mediante uma definição de função
exponencial, será feita a análise para constatar se há uma única definição e se esta é
formal ou intuitiva.
Conceituação
Segundo Lima (2010) a conceituação compreende vários aspectos, entre os quais
destaca: A formulação correta e objetiva das definições matemáticas; O emprego bem
dosado do raciocínio dedutivo, deixando clara a distinção entre o que se supõe
(hipótese) e o que se quer provar (tese); O entendimento e a percepção de que algumas
noções e certas propostas podem ser reformuladas ou interpretadas de diferentes formas
ou em diferentes termos.
Achamos pertinente explicar o que entendemos como:
Raciocínio: palavra para designar a atividade intelectual, não explícita na
maioria das vezes, de manipulação de informações para, a partir de dados, produzirem
novas informações.
Raciocínio dedutivo: é o processo de raciocínio que de uma sequência de
afirmações, cuja verdade nos leva de alguma afirmação inicial chamada de hipótese,
chegando a uma conclusão verdadeira. Isto é: se todas as premissas forem verdadeiras,
então as conclusões são verdadeiras.
Raciocínio indutivo: é aquele que nos leva de uma lista de afirmações
particulares para uma afirmação universal. Porém se todas as premissas são verdadeiras,
então a conclusão é provavelmente, mas não necessariamente, verdadeira.
Categoria 4 - Proposições: Análise de como foram apresentadas as
propriedades pelos autores dos livros didáticos:
4.1- A exposição foi formal, lógico dedutivo ou informal, lógico
indutiva.
4.2- As propriedades foram justificadas ou só as expuseram.
69
Uma das ferramentas que insere uma dinâmica diferenciada, motivacional, que
acaba propiciando um ambiente favorável à aprendizagem do aluno é o computador.
Este desperta no aluno o interesse de investigar, de experimentar, de simular situações,
de redescobrir seus conhecimentos.
Categoria 6 - Argumentação: mostram utilidade no desenvolvimento.
6.1-Utilizam uma prática discursiva baseada na linguagem verbal,
para convencer a validade de determinadas propriedades.
6.2-Tipo de prova: Métodos de demonstração matemática
segundo Tonet e Leite (2013, p. 3)
Prova direta - em que se assume a hipótese e se deduz a
tese, o que será demonstrado.
Prova por contraposição – em que se assume a negação da
tese e se deduz a negação da hipótese.
70
Uma vez fundamentada a escolha pelos descritores que fazem parte de nossa
grade como eixo investigativo de nossa pesquisa, vamos nos ater ao nosso objeto de
estudo: O livro didático.
Livro A
MATEMÁTICA: CONTEXTO & APLICAÇÕES
Figura04: livro didático A
2ª edição 2013
www.atica.com.br/pnld2015/
MATEMÁTICA CONTEXTO &
APLICAÇÕES
Livro B
MATEMÁTICA – CIÊNCIA E APLICAÇÕES
Gelson Iezzi
Osvaldo Dolce
David Mauro Degenszajn
Roberto Périgo
Nilze Silveira de Almeida
27585COL02
Coleção Tipo 2
Editora Saraiva
7ª edição 2013
www.editorasaraiva.com.br/pnld2015/
Fonte: Gelson Iezzi et al. MATEMÁTICA ciência e aplicações
os autores propõem atividades, fazem observações, e em meio aos capítulos, por meio
da seção Apêndice, apresentam provas de algumas propriedades matemáticas, do Box
Pense nisto que contêm chamadas como questões relacionadas ao assunto que está
sendo estudado.
No final do capítulo os autores propõem exercícios propostos como desafios, e
no final do livro são apresentadas as respostas às questões do texto.
No manual do professor os autores apresentam a coleção aos leitores, explicando
os principais tópicos desenvolvidos, os principais eixos:
Números e Operações – Conjuntos
Funções
Geometria
Tratamento da informação e Estatística; contagem e probabilidade.
Álgebra
As funções exponenciais, o foco de nossa pesquisa, é apresentada no volume 1,
porém no volume 3 são retomadas sendo relacionadas à progressão geométrica.
Sobre a resolução de problemas apresenta as etapas de resolução sugeridas por
Polya (1978).
É citada nesta parte do livro a importância do uso da calculadora comum,
científica e de softwares, assim como oferece endereços eletrônicos onde encontrar estes
programas para serem baixados gratuitamente para auxiliar no ensino e na
aprendizagem de funções.
Ele também oferece formação continuada à medida que propõe a leitura do
currículo da Matemática, a compreensão do desenvolvimento de habilidades e
competências, assim como sobre a avaliação em diferentes aspectos: provas,
autoavaliação, comunicação oral e atividade em grupo; ele também oferece bibliografia
com vários temas para estudo, reflexão e autoavaliação do professor.
São apresentados os objetivos específicos do ensino de funções, são sugeridas
questões para a avaliação, e em exercícios complementares outros exemplos de
problemas da vida real e problema modelado.
O manual do professor traz textos para a formação contínua do professor, com
conteúdos pertinentes ao seu fazer diário, assim como sugestões complementares de
cursos, leituras, recursos digitais e passeios para o professor ampliar seu horizonte
metodológico no intuito de melhorar a qualidade do ensino que propicia aos seus
alunos, também traz referências bibliográficas e sites para o professor aprofundar seus
conhecimentos matemáticos e aprimorar sua formação, assim como também oferece
75
Livro C
NOVO OLHAR: MATEMÁTICA
CAPÍTULO V
Neste capítulo foram feitas análises dos três livros didáticos aprovados no PNLD
de 2015, segundo os descritores de nossa tabela de recolha de dados, quanto à proposta
de ensino de função exponencial para o primeiro ano do ensino médio.
Este material serviu para responder nossa questão de pesquisa e escrever nossas
considerações finais.
achar pertinente. Optou por fornecer a resolução passo a passo chegando a sintetizar a
fórmula geral para se calcular o montante ao final do tempo com determinada taxa de
juros, o que caracteriza, segundo nossos descritores como uma apresentação do
conteúdo explicita. Faz várias considerações em ajuda ao professor à medida que vai
resolvendo a situação-problema.
1ª Propriedade:
2ª Propriedade:
3ª Propriedade:
4ª Propriedade:
5ª Propriedade:
81
Figura. 11: Exercício de revisão, potência com expoente real e exercícios de radiciação, manipulação.
Figura 12: Exemplo de notação científica e exercício para escrever na notação científica contextualizada
15. Escreva em notação científica:
c) a massa de um elétron, aproximadamente
0,000000000000000000000000000911g
Em seguida, o autor sugere que o aluno repita os passos com outros três
exercícios e depois propõe ao professor fazer considerações sobre a influência dos
parâmetros a, b, e c ϵ R na função exponencial f (x) = a. + c, com b ≠ 1. Sugerindo
em seguida que o professor ofereça três tarefas de investigação aos alunos.
Na sequência das atividades o autor faz sugestões de o professor mostrar que a
função exponencial é uma PG e a PA é uma função afim. Prova a possibilidade e a
caracterização da função exponencial, porém o faz de maneira informal, aplicando em
um exemplo cujo contexto da realidade se encontra na Matemática Financeira.
85
Figura. 18: Conexões entre função exponencial e progressões - intradisciplinar
exponencial f(x) = ; e oferece ao professor uma tabela que subsidia aos alunos a
resolverem os exercícios que são propostos. O autor orienta ao professor que a correção
dos gráficos propostos aos alunos tem sua correção no manual do professor.
O autor conclui o capítulo com uma reportagem sobre o acidente radioativo que
ocorreu no Brasil em 1987, propondo aos alunos aplicarem o que aprenderam, isto é,
calcular o tempo que será necessário para que o Césio 137 desapareça, e a vida volte ao
normal nesta região da cidade de Goiânia. Tal problema precisará ser modelado.
90
Considerações
Fonte: A pesquisadora
Estas são tarefas que muito irão depender da maneira como o professor irá conduzir
suas aulas, suas decisões metodológicas e suas definições quanto a estratégias de
ensino, que deverão estar de acordo com as necessidades de sua turma de alunos;
podendo ele, a partir destas, que foram ofertadas a princípio, multiplicar esta
quantidade, explorando estas competências em outras atividades, estimulando
atividades em duplas e/ou em sala de informática com atividades próprias de construção
do conhecimento pelo aluno.
Este livro é rico na oferta de gráficos e tabelas trazidas prontas pelo autor da
obra, sendo ele responsável por fazer as considerações pertinentes quanto às
propriedades que gozam as funções exponenciais. Ao mesmo tempo oferece a
oportunidade de o aluno trabalhar em sala de informática. Apesar de a atividade estar
orientada passo a passo, o professor pode tê-la como referência para o que achar
pertinente trabalhar com esta ferramenta tecnológica que estimula a aprendizagem.
O autor propõe tarefas de exploração quando lança mão do recurso digital,
sugerindo que o professor faça o download da internet gratuitamente, o software livre
GeoGebra, para construir gráficos, oportunizando atividades que abram espaço para
reflexão, para a crítica, para o uso da linguagem matemática quando o aluno é
provocado a investigar, explorar e ter de justificar suas estratégias de resolução
utilizando raciocínio lógico-dedutivo. Porém, muito se espera da metodologia adotada
pelo professor para tanto, mesmo que estas atividades sejam recomendadas pela
proposta curricular, pelo grande potencial de desenvolvimento de habilidades e
competências previstas para o ensino médio.
93
5.1.2 Livro B
Apresentaremos aqui a proposta dos autores para a abordagem do ensino de
função exponencial em seu livro, descrevendo sua proposta metodológica para o
desenvolvimento do currículo.
Os autores introduzem o tema função exponencial contando uma situação-
problema de crescimento populacional, oportunizando o aprendizado de questões sociais
vinculadas à Matemática.
Figura 27: Situação-problema sobre o censo
Considerações
Fonte: A pesquisadora
Tabela 07: Tabela de coleta de dados do Livro B: MATEMÁTICA CIENCIAS & APLICAÇÕES.
5.1.3 Livro C
Apresentaremos aqui a proposta do autor para a abordagem do ensino de função
exponencial em seu livro, descrevendo sua proposta metodológica na planificação do
currículo.
O autor apresenta o conceito de função exponencial de maneira implícita,
mostrando o estudo do crescimento de certo tipo de planta, alegando que o crescimento
desta, dobra a cada mês.
O autor sugere que o professor faça a revisão das cinco Propriedades das
Potências de maneira explícita e formal, oferecendo exemplos de exercícios resolvidos,
de maneira lógico-indutiva, justificando passo a passo.
107
Figura 46: Propriedade de potência
Estas tarefas oferecem ao professor situações para que ele possa rever com seus
alunos a definição de potência podendo o expoente ser: x ϵ Ν ou x ϵ Z ou x ϵ Q,
assim como também x ϵ R, com exemplos e atividades resolvidas, tarefas de
manipulação e resolução de problemas. O autor faz uma ressalva para o uso de
calculadora no caso de potência com expoente irracional para facilitar os cálculos,
apresentando o número de Euler como uma contextualização matemática opcional.
Figura 54: Tarefas que possibilitam aos alunos conjecturar, argumentar a respeito da solução encontrada.
Figura 55: Tarefas sobre a meia–vida do iodo-131, contexto da medicina - em exames de tireoide
item c para construir o gráfico de cada uma das duas funções. Para indicar as
coordenadas ainda é necessária outra atividade de manipulação ao igualar as funções f e
g.
112
O autor achou pertinente notificar que nem sempre é possível reduzir os dois
membros de uma equação exponencial às potências de mesma base. E que nesses casos
é preciso utilizar artifícios. A seguir temos exemplos de situações deste tipo:
Considerações
Fonte: A pesquisadora
117
Neste capítulo foram feitas análises comparativas entre os descritores dos três
livros didáticos aprovados no PNLD de 2015 quanto à proposta de ensino de função
exponencial para o primeiro ano do ensino médio.
Introdução/motivação
Quanto às tarefas que os autores propõem aos professores para oferecerem aos
seus alunos, observamos os resultados organizados na tabela abaixo, alimentada pelos
dados coletados e organizado nas tabelas:
Fonte: A pesquisadora
Até este momento das análises comparativas, não tínhamos entrado na questão
dos tipos diversificados de tarefas do conceito emergente, que foram oferecidas ao
longo dos três livros analisados, o que faremos a seguir.
As tarefas de manipulação são oferecidas nos três livros analisados em maior
quantidade. Porém nos livros A e B estas correspondem à metade dos exercícios
125
Fonte: A pesquisadora
Fonte: Luís R. Dante, 2013, p.153 Fonte: Gelson Iezz, et al., 2013, p.138 Fonte: Joamir Souza, 2013, p.152
Nenhum dos três livros traz tarefas para se provar, o que contraria as prescrições
curriculares.
O que se pede em algumas das tarefas é argumentar, conjecturar, isto é, a tarefa
consiste em justificar por meio de argumentos, utilizando a linguagem natural, a lógica
dedutiva ou indutiva utilizada para resolvê-las. Resolver um exercício passo a passo
utilizando as definições e as propriedades utilizando o método sintético, isto é,
estabelecer uma sequência de proposições, obtendo em fim um resultado que sintetiza o
exercício; podendo ser este resultado testado para conferir sua veracidade, conforme
está citado nos PCN+:
Provar para o matemático é demonstrar. E para tanto lançar mão de todo o rigor
lógico-dedutivo e a linguagem algébrica necessária para fundamentar as proposições
utilizadas. Podendo ser a demonstração desenvolvida pelo método sintético como o
analítico. Embora seja uma das expectativas dos PCNEM (BRASIL, 2000) de que o
aluno domine a linguagem formal da Matemática, pois virá a precisar desta habilidade
caso queira continuar seus estudos ao concluir o ensino básico, os livros aqui analisados
sob a perspectiva de função exponencial não pedem nenhum tipo de tarefa para se
provar, pois sua importância vem descrita nas competências e habilidades para o ensino
médio a serem atingidas no ensino médio.
O livro C assim como o livro B não propõe a construção de gráficos com o uso
das novas tecnologias, o que reduziu o número de atividades de exploração.
Fonte: Joamir Souza, 2013, p.161 Fonte: Luiz Roberto Dante, 2013, p.161
Investigação e compreensão
• Identificar o problema (compreender enunciados, formular questões etc.).
• Procurar, selecionar e interpretar informações relativas ao problema.
• Formular hipóteses e prever resultados.
• Selecionar estratégias de resolução de problemas.
• Interpretar e criticar resultados numa situação concreta.
• Distinguir e utilizar raciocínios dedutivos e indutivos.
• Fazer e validar conjecturas, experimentando, recorrendo a modelos,
esboços, fatos conhecidos, relações e propriedades.
• Utilizar adequadamente calculadoras e computador, reconhecendo suas
limitações e potencialidades.
• Discutir ideias e produzir argumentos convincentes.
• Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas (tabelas, gráficos,
expressões etc.). (BRASIL, 2002, p. 12)
128
Figura 72: Representar graficamente funções, seguindo os passos dados tutorado pelo autor
Livro B: Não sugere o uso do computador, mas assim como o Livro C sugere o uso da
calculadora científica para facilitar os cálculos com os números Irracionais e para
Conjeturar e argumentar
Fonte: Joamir Souza, 2013, p. 164 Fonte: Luiz Roberto Dante, 2013, p.159
A seguir, optamos por trazer o exemplo do livro B, item c, da Figura 72. Uma
ONG clama por providencias para se salvar a população de peixes de um lago, afetada
por contaminação de resíduos industriais. Os dados dos itens a e b da questão uma vez
resolvidos dão fundamento para a argumentação necessária para a resolução da
situação-problema.
Para respondê-la o aluno terá de fundamentar suas conjecturas argumentando
através dos resultados obtidos utilizando o modelo matemático fornecido no enunciado,
competência que vai ao encontro ao currículo de matemática:
E segundo o PCNEM:
Fonte: Luiz Roberto Dante, 2013, p.166 Fonte: Gelson Iezzi, et al., 2013, p. 152 Fonte: Joamir Souza, 2013, p.
163
Modelar
O livro traz tarefas que ajudem aos professores a oferecer problemas
contextualizados em situações da vida real, fora da matemática. O aluno terá de
“traduzir” a situação-problema para a linguagem Matemática, criando um modelo
matemático, para resolver o problema. Este tipo de tarefa pode permitir ao aluno
desenvolver um espírito de investigação, utilizando o conhecimento matemático para
resolver problemas da vida real, prescrição orientada pelo currículo de matemática para
o ensino médio. Embora sejam tarefas altamente recomendadas pelos PCN+, o Livro A
oferece apenas três delas, o Livro B oferece cinco, e o Livro C também oferece apenas
seis dentre a centena de tarefas propostas.
Resolução de Problemas
Nº DE PROBLEMAS 11 25 43
CONTEXTUALIZADOS
Fonte: A pesquisadora
É importante que o professor proponha problemas aos seus alunos para que estes
possam se sentir desafiados em suas capacidades matemáticas, e assim experimentar o
136
gosto pela descoberta. Polya (1995) considera esse procedimento uma condição
fundamental para que os alunos possam perceber a verdadeira natureza da Matemática e
desenvolver o seu gosto por esta disciplina. Estas ideias influenciam profundamente os
currículos da atualidade, de tal modo que hoje em dia a resolução de problemas em
Matemática constitui um traço fundamental das orientações curriculares de todos os
níveis de ensino, do 1º ciclo do ensino básico ao ensino superior. (PONTE, 2005, p.3,
apud POLYA, G., 1981)
O contexto da Matemática pura ou em situações reais que já podem estar
modeladas.
crescimento abrupto ou mesmo de decrescimento acelerado, sem que lhe seja dada a
definição de função exponencial.
Porém o livro A é o único que numa situação inicial, oferece ao professor
orientações quanto a introduzir o conceito de função exponencial de maneira intuitiva.
Os outros dois livros optam por propor ao professor um problema cujo contexto
não é da Matemática pura, sendo um de crescimento populacional e outro do
crescimento de uma planta qualquer, em que, apesar de procurar atrair a curiosidade
pelo assunto, o autor opta por desenvolver a tarefa, ficando a critério do professor como
propor a investigação e a compreensão, para propiciar oportunidade de os alunos
desenvolverem as competências sugeridas pelos PCNEM (BRASIL, 2000), tais como:
Identificar o problema, selecionar e interpretar informações relativas ao problema,
formular hipóteses e prever resultados, assim como também selecionar estratégias de
resolução de problemas, interpretar e criticar resultados numa situação concreta,
procurando distinguir e utilizar raciocínios dedutivos e indutivos, podendo fazer e
validar conjecturas, experimentando e recorrendo a modelos, esboços, fatos conhecidos,
permitindo que façam relações e percebam propriedades, a fim de que consigam discutir
ideias e produzir argumentos convincentes.
141
O que nos sugere que o foco maior deste autor é no conhecimento emergente de
função exponencial a ser apreendido pelos alunos. Concentra-se em oferecer um maior
número de tarefas diversificadas para que o professor possa propor mais desafios aos
seus alunos, sugerindo que este pense como um matemático.
143
Argumentações
Os três autores apresentam um discurso em linguagem verbal e ou gráfica para
convencer o leitor de determinadas propriedades ou proposições, partindo de
contextualizações, exemplos concretos para a generalização formal.
O autor do Livro A apresenta uma linguagem em que os argumentos convencem
a validade das propriedades.
145
Figura 91: Argumentando, conclusões sobre o gráfico de função exponencial.
Figura 92: Argumentando as características da função exponencial decrescente utilizando a linguagem algébrica e
gráfica
Nenhuma tarefa sobre funções exponenciais oferecidas pelos autores dos livros
analisados traz para os alunos provar formalmente, isto é, demonstrar.
Os três livros trazem poucas tarefas de problemas que necessitem ser modeladas.
Grande parte dos problemas contextualizados já vem modelados, o que reduz
sua resolução à manipulação, dentre competências almejadas pelo PCNEM.
Os gráficos são feitos pelos próprios autores que fazem suas considerações,
argumentando as propriedades da função exponencial.
Livro B:
Propões uso de calculadora científica para se trabalhar com números irracionais.
Na revisão de potência traz tarefa cuja situação-problema da realidade ou da
medicina envolve o Conselho Nacional de Saúde, a saber, peso ideal.
Os autores não oferecem tarefas cujo contexto está na utilização da Notação
Científica.
149
Livro C:
Propõe uso de calculadora científica para se trabalhar com números irracionais.
Propõe a revisão de Potência bem sucinta, não justifica as propriedades.
Não traz exercícios resolvidos de função exponencial.
O autor oferece uma situação-problema contextualizada para uso nas empresas, e
já modelado numa função matemática, que consiste numa equação exponencial.
As tarefas as quais os alunos podem desenvolver habilidades e competências
para conjecturar, argumentar e resolver problemas que contextualizam situações da vida
real e de outras ciências já modelados é em maior quantidade.
O autor propõe uma situação - problema que permite relacionar a etapa da
história da Matemática com a evolução Humana: “O último teorema de Fermat”.
150
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das boas surpresas que encontramos foi a diversidade de tarefas oferecidas
pelos autores nos livros didáticos. A oferta de tarefas de diversos tipos propicia
estabelecer estratégias de trabalho para que os alunos tenham oportunidades, se
oferecido espaço durante as aulas, de explorar, refletir e discutir, oportunizando
atividades as quais favoreçam o aprendizado, o que vai ao encontro das nossas
concepções a respeito da condução do processo ensino e aprendizagem na sala de aula
ser um ponto crucial para a planificação do currículo, Ponte (2005). Isto é, o
planejamento feito pelo professor para adoção de estratégias de diferenciação
pedagógica e adequação do currículo às características dos alunos, pois envolve o
conhecimento da prática profissional do professor de matemática.
Segundo Remillard (1992), os professores muitas vezes se afastam da proposta
de desenvolvimento curricular do autor do livro didático, adicionando suas próprias
estratégias, modificando estruturas existentes, até mesmo omitindo parte que não os
interessam ou estão além das suas próprias competências ou das capacidades de seus
alunos.
Mesmo ciente da recontextualização, termo utilizado por Brown (2009),
realizada pelos professores no uso do livro didático, acreditamos ser pertinente nesta
pesquisa fazermos uma investigação a respeito deste material de apoio ao professor,
pensando na possibilidade deste o ter como seu material de apoio no cotidiano em sala
de aula, ou ainda para trabalhar o conceito de função exponencial que nos propusemos a
investigar: O que este professor encontraria nas três coleções por nós analisadas para
ajudá-lo.
Nosso trabalho nos permitiu concluir que os três livros didáticos analisados
oferecem aos professores situações contextualizadas da vida real, da matemática pura e
de outras ciências, permitindo a interdisciplinaridade, assim como introduzem o
conceito de função exponencial dentro de um contexto fora da Matemática procurando
provocar o interesse dos alunos pelo tema. Propondo, desta forma, a revisão de potência
de maneira formal, não demonstrando, porém, justificando com exercícios resolvidos,
bem como com uma lista extensa de tarefas de manipulação para serem feitos.
Assim como também podemos dizer que a respeito do conhecimento emergente
de função exponencial, os autores utilizam linguagem adequada para a faixa etária,
oferecendo várias formas de representação na linguagem natural, algébrica gráfica e
tabular, e argumentam utilizando a resolução de exercício passo a passo. Predominam
nas três coleções analisadas, quanto ao ensino de função exponencial, exercícios de
manipulação, poucas tarefas de resolução de problema que precisem modelar para se
154
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