Ambiência Acústica Do Campus Sede Da Universidade Estadual de Maringá - PR.
Ambiência Acústica Do Campus Sede Da Universidade Estadual de Maringá - PR.
Ambiência Acústica Do Campus Sede Da Universidade Estadual de Maringá - PR.
ANAIS DO EVENTO
ISBN: 978-85-99673-08-9
AMBIENTAL DA UFSCAR
ISBN: 978-85-99673-08-9
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar: campus São Carlos – SP, 2014
Parceiros:
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
COMISSÕES ORGANIZADORAS
Sumário
Alternativas de pavimentação permeável para áreas de expansão da sub-bacia Santa
Maria Madalena do Leme, São Carlos – SP. FARESIN, Luiza; LINS, Paula Silva ............. 1
Análise ambiental da micro bacia Santa Maria do Leme, São Carlos: propostas para a
problemática legal e gestão das áreas naturais. ANJINHO, Phelipe S.; CAMPOS, Letícia
G.; HANAI, Frederico Y. ......................................................................................................... 18
Vulnerabilidade das cidades frente aos extremos climáticos. FRUEHAUF, Amanda. L.;
LOMBARDO, Magda A. ........................................................................................................ 23
Análise das possibilidades de restauração do Rio Tietê. CARDOSO, Fernanda S.; HANAI,
Frederico Yuri. ......................................................................................................................... 35
Marilza; MORAES, Vera L.; MORAES, Ronaldo; SIMONATO, Adriano L.; BOCCHI,
Monica R; GENEROSO, Adriana R ....................................................................................... 38
Brise Soleil: Uma medida eficiente de economia de energia. BRITO, Tayrine Parreira;
SILVA, Henrique Oliveira da; VALILA, Caio Guerreiro; BALBI, Gabriel Ângelo; RIBEIRO,
Marcos Caldeira. ...................................................................................................................... 43
Política nacional de recursos hídricos sob a perspectiva das políticas públicas: o caso do
sistema Cantareira – SP. SOUSA, Rodrigo S.; D’ALESSIO, Gabriela; OLIVEIRA, Jessica;
ARAUJO, Marjory; OLIVEIRA, Marcelo; CUNHA, Kamyla B. .......................................... 49
Análise das alterações dos corpos hídricos no bairro Aracê de Santo Antônio, São Carlos-
SP. SILVA, Geisy C. da; PICHARILLO, Caroline; MOSCHINI, Luiz E. ............................ 55
Proposta de plano municipal para a gestão dos resíduos orgânicos para o município de
Rio Claro-SP. HORTA, Elisa F.; CASTRO, Marcus C. A. A................................................ 66
Percepção ambiental dos alunos da Universidade Federal de São Carlos (campus São
Carlos) sobre a área de de cerrado da instituição. SILVA, Eduardo C. A.; PEREZ, Gabriel
G.; LIMA, Raul S.; PEDROSO, Tales A.; GONÇALVES, Juliano C. .................................. 67
Educação ambiental para crianças: uma aliada contra maus-tratos a animais domésticos.
FIGUEIREDO, Amanda P.; CONTI, Cecília N.; MONTEIRO, Jéssica de A.; REIS, Rodrigo
R.; OLIVEIRA, Haydée T. ...................................................................................................... 71
Turismo rural: uma viagem de inclusão produtiva. SOUZA, Angela Márcia de; COSAC,
Claudia Maria ........................................................................................................................... 74
Cenário da realidade da destinação final dos resíduos sólidos na região do circuito das
malhas-MG. MOREIRA, Letícia de A.; BARBOSA, Valéria P.; FERNANDES, Luiz Flávio
R. ............................................................................................................................................. 75
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 1
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Os revestimentos e as estruturas de pavimentos que possuam a capacidade de drenar a água e
encaminhá-la, por infiltração às camadas inferiores do solo, possuem relevância em amenizar
as inundações ocasionadas principalmente pelo aumento do número de habitações, e o
crescimento de revestimentos impermeáveis, e consequente deficiência na drenagem urbana.
Neste estudo, foi avaliada a eficiência dos pavimentos permeáveis na redução do escoamento
superficial, através de simulações experimentais comparando a vazão gerada em diversos
tipos de pavimento. A análise comparativa entre os pavimentos permeáveis e os
convencionais, permitiu um estudo para melhor ocupação da sub-bacia Santa Maria Madalena
do Leme, na cidade de São Carlos, SP. A partir da análise de viabilidade dos pavimentos
permeáveis e do cálculo de vazão, foram elaborados quatro cenários futuros, com quatro tipos
de pavimentos permeáveis, simulando a utilização desses novos materiais nas possíveis
expansões urbanas de acordo com o Plano Diretor da Cidade. Com os resultados obtidos nas
simulações da situação atual e dos outros quatro cenários futuros, os materiais permeáveis
apresentam uma vazão de escoamento inferior à dos materiais convencionais sendo o
conjunto de ruas pavimentadas com asfalto poroso e calçadas pavimentadas com concreto
poroso a melhor opção sustentável para implementação. Mostrando que, ruas e calçadas
contribuem sim para o escoamento superficial e devem ser utilizadas principalmente em áreas
em fase de expansão urbana, devido à facilidade de implantação e seus benefícios ao meio
ambiente. Apesar da análise de custo se mostrar desfavorável à implementação dos
pavimentos permeáveis, conclui-se que, os benefícios ambientais e quanto à melhoria da
qualidade de vida são incomparáveis, sendo levados a um grau de extrema importância no
cálculo de custo benefício para uma posterior ocupação da sub-bacia em estudo.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 2
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Tomando-se como referência o fato de a maior parcela da população brasileira viver em
cidades observa-se uma crescente degradação das condições de vida nestas áreas, refletida em
uma crise ambiental. Para avaliar a qualidade ambiental e de vida nos bairros que compõem a
área urbana da bacia hidrográfica do córrego da Fazenda Santa Cândida o presente trabalho
aplicou a metodologia de avaliação de impactos ambientais de Battelle-Columbus
estabelecendo componentes ambientais do meio antrópico e levantando seus respectivos
indicadores em termos numéricos. A microbacia do Córrego da Fazenda Santa Cândida
abrange uma área de aproximadamente 4.2 km2; é ocupada por uma população de
aproximadamente 13.000 habitantes e composta por oito bairros. Tal córrego é um dos
afluentes do Ribeirão das Anhumas que compõe a Bacia do Rio Atibaia, uma das sub-bacias
da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos número 5 (UGRH5) do estado de São
Paulo. O método de avaliação de impactos ambientais de Battelle-Columbus é baseado na
listagem de parâmetros ambientais para o qual a importância relativa de cada um dos
parâmetros é ponderada em relação a sua significância relativa ao objeto/área de estudo. Para
cada parâmetro têm-se uma função índice de qualidade ambiental (IQA), característica de
cada parâmetro, em uma escala intervalar que varia de 0 (zero) a 1(hum), sendo o valor 1
estabelecido como ideal. Na elaboração da Matriz de Battelle-Columbus para a região
estudada foram considerados parâmetros relacionados aos seguintes indicadores escolhidos:
saneamento (abastecimento de água, coleta de esgotos, drenagem das águas pluviais, coleta de
resíduos sólidos), existência de áreas verdes e acesso ao sistema de transporte público. Foram
elaborados gráficos representativos das relações entre os indicadores ambientais escolhidos e
a escala representativa (zero a hum) de sua qualidade ambiental e/ou de vida urbana. Na
sequência, foram atribuídos pesos (P) a cada um dos indicadores, conforme seu grau de
importância para qualidade de vida/ambiental da população. Com base nos gráficos de
referência produzidos, nos pesos atribuídos a cada indicador e nas informações levantadas
para a área em estudo (realidade local) elaborou-se a matriz de Battelle-Columbus. Dos
cálculos baseados na metodologia proposta observou-se que de um total de 1000 (mil pontos
– representativo numérico da Situação Ideal) a realidade levantada segundo os critérios
considerados foi de 340 (trezentos e quarenta pontos – representativo numérico da Situação
Real), significando uma qualidade de vida/ambiental extremamente distante da ideal (Real
340/ Ideal 1000). Assim, com base na metodologia aplicada, foi possível concluir que o
desenvolvimento urbano da área, da forma como estabelecido – sem planejamento urbano-
ambiental e desconsiderando a qualidade de vida da população – interferiu negativamente na
qualidade de vida da população que ali vive.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 3
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O projeto tem por escopo discutir as diversas possibilidades de participação popular no
processo de urbanização das cidades, como uma importante ferramenta de planejamento
urbano e parte integrante da funcionalidade social das cidades, além de trabalhar outros
instrumentos para alcançar o conceito de função social das cidades, garantido pelo artigo 182
da Constituição Federal de 1988. Esse direito fundamental se desenvolve economicamente em
consonância com o meio ambiente como um todo, sem exclusões sociais, sendo possível
quando conta com um planejamento urbano participativo. Este trabalho, visando enfrentar de
forma direta o tema da função social das cidades e suas interações com outras diretrizes gerais
da Lei da Política Urbana, especialmente a participação popular nas políticas públicas
urbanísticas, apresenta uma abordagem inovadora que objetiva a produção de um esquema
teórico capaz de nortear os aspectos gerenciais e legislativos em relação às práticas
urbanísticas ambientais. A metodologia será, em geral, de tipo quantitativo-qualitativo,
através de análise bibliográfica, acesso a documentos oficiais de planejamento urbanístico
municipal, reuniões e entrevistas com os gestores públicos e comunidade, observação direta
da atuação do Poder Público em relação à participação da comunidade. Percorrer-se-á o
assunto urbanismo partindo do geral para o particular. Trabalhar-se-á, sempre, a interatividade
dos mecanismos e instrumentos descritos em leis com as práticas possíveis de planejamento
urbanístico, especialmente analisando as práticas de participação democrática e tendo como
objeto de estudo a cidade de São Carlos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 4
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
No presente cenário nacional os municípios se atentam cada vez mais para um planejamento
de qualidade e de satisfação a seus habitantes, uma vez que os municípios devem atender de
forma plena a função social. Com o crescimento demográfico acelerado nas cidades acaba se
desencadeando uma forte crescente de problemas sociais, ambientais e econômicos afetando
de forma direta a população residente e flutuante do município. O presente trabalho tem por
objetivo a utilização do geoprocessamento como ferramenta complementar no processo de
Planejamento Urbano do município de Inconfidentes – MG. Tendo como objetivos
específicos: i) elaboração do mapa temático de uso e ocupação do solo do município,
realizado pela imagem Google Earth Pró de alta resolução (Res. 4800x2834) adquirida em 23
de setembro de 2013; ii) identificação de áreas com restrições á expansão e ocupação urbana
(APP), de acordo com a legislação vigente, (Lei nº 10.257 de Julho de 2001 e a Lei nº 12.651
de 25 de maio de 2012); iii) identificação das áreas mais adequadas á expansão urbana. O
município de Inconfidentes abriga o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Sul de Minas Gerais – Câmpus Inconfidentes (IFSULDEMINAS). Localizado dentro do
espaço urbano, o Instituto está em plena expansão fazendo com que de certa forma haja uma
obrigatoriedade da administração pública em oferecer soluções cada vez melhores e viáveis
para alojar tantos estudantes e os próprios residentes do município. O levantamento foi feito
através da utilização do software ArcGIS 9.3, da carta topográfica dos municípios de Ouro
Fino/MG e Borda da Mata/MG de 1972 e da imagem Google Earth de alta resolução
(Res.4800x2834) adquirida em 23 de setembro de 2013. Os dados referentes á declividade e
curvas de nível foram extraídos a partir de imagens SRTM adquiridas pela Embrapa no ano
de 2013. Identificou-se ás áreas que possuem restrição á expansão urbana, que foram baseadas
de acordo com a lei nº 12.651/2012 onde se trata das áreas de preservação permanente, que
são: entorno de rios, topo de morro e declividade, com restrição de 13,35%, da área total do
município de Inconfidentes que conta com um total de 149.394.163 m², para a restrição se
observou também as áreas com culturas agrícolas e de vegetação nativa advindas do
mapeamento de uso e ocupação do solo, do território municipal, com a soma das duas
variáveis, a cidade possui 46,41% de restrição total á expansão urbana. Inconfidentes possui
uma vasta área propensa à expansão de acordo com a legislação, mas que deve se atentar aos
preparos destas áreas para que não sofra em longo prazo com questões de infraestrutura
municipal, identificou-se que 52,31% da área territorial total do município de Inconfidentes
estão propensas á expansão urbana.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 5
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Itapeva é um município do interior do Estado de São Paulo, a qual dista a 281 km da capital.
Juntamente com mais outros 14 municípios, formam a região do Sudoeste Paulista, a qual
integra o CONSAD (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local),
este que incentiva a agricultura familiar. O município foi fundado em 1769 pelo motivo de ser
um ponto de parada dos tropeiros que vinham do Rio Grande do Sul em direção a Sorocaba e
São Paulo. Desde esse tempo a região Sudoeste Paulista se mostrou como região propicia para
a agricultura e pecuária. Segundo os dados do IBGE-Itapeva, a população estimada em
2013éde91.807 habitantes, enquanto que o Censo de 2010 identificou uma população de
87.753. A área territorial itapevense é de 1.826,258 km², enquanto que sua densidade
demográfica situa em 48,05 hab/km². No ano 2000, dos seus 82.866 habitantes, 21.912
habitavam na zona rural de Itapeva (CENSO, 2000), enquanto que em 2010 o município
apresentou uma população rural de 13.797 (CENSO, 2010). Com isso, percebe-se um êxodo
rural da ordem de 62,97%, enquanto que no mesmo período, a população aumentou em uma
escala de 5,57%. No mesmo cenário, a produção duplicou para a lavoura temporária ou
rotativa (IBGE, 2014): em 2000 a área destinada a colheita foi de 54.680 hectares e em 2012
chegou a 107.050 ha, enquanto que o valor da produção saltou de R$ 81.344,00 para R$
421.971,00 (valores em mil). A lavoura permanente teve uma queda pela metade em doze
anos: em 2000 a área ocupada foi de 1.001 hectares e em 2012 foi de 525, já o valor da
produção praticamente quintuplicou passando de R$ 1.269,00para R$ 6.078,00 (valores em
mil). Segundo a CATI (2008), a ocupação dos solos agricultáveis, em hectares, varia de:
57.029,4 para braquiária, 32.132,8 (milho), 19.032,8 (soja), 17.558,4 (eucalipto), 14.848,1
(pinus), 6.821,0 (feijão), 6.240,1 (trigo), 3.982,9 (cana-de-açúcar) e as demais 22 culturas não
ultrapassando 1000 hectares cada. Para alcançar essas taxas elevadas, nota-se uma maior
mecanização no campo ao longo da década, justificada pela forte aquisição, por parte dos
proprietários rurais, de máquinas e implementos agrícolas de alta tecnologia. Essa situação
acarreta na demanda de uma mão-de-obra mais qualificada, o que obriga os habitantes rurais a
se qualificar para continuar trabalhando nas fazendas ou até abandonar a zona rural em busca
de outras oportunidades na zona urbana. Como consequência, observa-se que a zona urbana
tem crescido gradualmente, e assim, tem alterado o ambiente social, desde as questões
financeiras e política. As considerações finais são de que Itapeva-SP é fortemente propensa à
agricultura, contudo, a sensível desocupação de pessoas na zona rural tem sido resultado da
forte mecanização na agricultura sofrida na ultima década. O melhor uso do solo e a
mecanização contribuíram, para, além desse êxodo rural atual, alcançar maiores
produtividades e maior retorno financeiro para o agricultor.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 6
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O crescente processo de adensamento das áreas urbanas tem afetado o micro clima e os
regimes fluviais de micro-bacias urbanas nas quais é possível observar o aumento do
escoamento superficial devido à impermeabilização do solo com consequente potencialização
de inundações. Observa-se, ainda, significativa degradação ambiental sobre os meios físico e
biótico decorrentes de despejos de efluentes domésticos, industriais e da poluição de origem
difusa. Como forma de minimizar a poluição difusa e contribuir para melhoria do micro-clima
local tem-se como alternativa a criação de áreas ecologicamente estáveis (BAF – Biotope
Area Factor – Berlim, Alemanha) representadas por áreas verdes com fauna e flora em
equilíbrio no meio ambiente urbano. Tais áreas englobam locais onde predominam vegetação
rasteira ou arbórea em praças, jardins, parques ou em lotes urbanos e sua distribuição espacial
deve servir a toda população de forma direta ou indireta. Tais áreas, tidas como
ecologicamente estáveis, em lotes urbanos favorecem o desenvolvimento vegetal, servindo
como atração de fauna e colaborando com a permeabilidade do solo e recarga hídrica,
tornando mais agradável o microclima urbano e melhorando a qualidade do ar da área. A
determinação do BAF, desenvolvida e aplicada para uma área específica é expressa por
cálculos onde são levadas em conta todas as potenciais áreas verdes. Tal cálculo baseia-se na
razão entre uma parcela da área de um terreno que serve como local para a vegetação -
superfícies ecologicamente eficazes - em relação à área total do lote, onde as partes do lote
(uso residencial, comercial, industrial ou qualquer outro tipo de uso) são ponderadas de
acordo com seu “valor ecológico” já determinado. Deste modo é possível encontrar tanto o
valor atual do BAF do terreno, bem como as incrementações de áreas ecologicamente
eficientes para atingir o BAF alvo estipulado como padrão. Assim, a aplicação de BAF pode
ser um instrumento de planejamento nos centros urbanos objetivando sua qualidade
ambiental. O presente trabalho aplicou tal metodologia denominada Biotope Area Factor
(BAF) para uma área na bacia do Córrego da Fazenda Santa Cândida – Campinas, SP,
considerando um condomínio residencial e um lote unifamiliar já ocupados. Para as duas
aplicações foram calculados os investimentos necessários para implantar o BAF alvo. Assim,
foi possível avaliar os resultados ambientais positivos contrastando-os com os custos
monetários decorrentes. Dos valores monetários levantados para a área de estudo, observou-se
que a aplicação desta metodologia acarreta em um investimento monetário inicial alto, mas
não incompatível com as condições econômicas da população local. Desta aplicação foi
possível concluir que os ganhos ambientais são superiores aos valores investidos
considerando-se a realidade econômica da população da área objeto do estudo.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 7
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A busca pelo desenvolvimento sustentável e qualidade de vida das populações urbanas através
do equilíbrio entre ambiente natural e construído evidencia a dialética, indissociável,
interdependente entre o planejamento urbano e ambiental. Desde de meados do século XX
foram criadas diversas leis e instrumentos que normatizam e zelem pela proteção ambiental,
como a destinação de áreas verdes de domínio público e restrições à ocupação em APPs -
áreas de preservação permanente. Contudo, são notórios impactos ambientais causados pelo
processo de urbanização que, no Brasil, ocorreu de maneira descontinua e dispersa, muitas
vezes associado ao falho planejamento urbano, desigualdade social, especulação imobiliária e
políticas fundiárias, que foram e são condicionantes nos fenômenos desencadeados pela
ocupação urbana, dentre eles o crescente processo de favelização. O crescimento de Favelas
nas centralidades da urbe, por seu valor de mercado, em geral se deram em áreas
ambientalmente frágeis ou protegidas por leis, como APPs, encostas e terrenos com grandes
declives– sujeitas a deslizamentos e erosões, margens de córregos e várzeas – passível de
inundações, bem como em vazios urbanos destinados a áreas verdes, que são de
responsabilidade do poder público. Dentro deste contexto propõem-se identificar as
adequações necessárias e dificuldades apresentadas na aplicação das políticas públicas para a
solução da lacuna entre a sustentabilidade ideal assegurada legalmente e a insustentabilidade
real presente no crescimento urbano. Disparidade que ocorre na zona norte de Ribeirão Preto
– SP, onde a demora na execução do projeto do Parque Ecológico Rubem Cione – localizado
em APP, e vazios em áreas destinadas a implantação de duas praças foram ocupados
irregularmente por aproximadamente 150 pessoas provocando a degradação ambiental da
área, além de inúmeros impactos ambientais e de vizinhança. Não são poucos os mecanismos
de monitoramento e aparatos legais que zelem pela correlação entre espaço urbano e meio
ambiente, contudo, também são inúmeras as contradições envolvidas no planejamento
ambiental urbano, que somado a planos e politicas inadequadas resultam em enormes
distancias entre o discurso teórico e a realidade de ações públicas sobre meio ambiente.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 8
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Os Planos de Saneamento Básico são ferramentas de planejamento que buscam contribuir
para a melhoria e universalização dos serviços, definindo ações e metas a serem executadas e
cumpridas. Esse documento deve ter caráter interdisciplinar, de forma a integrar o meio
ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento urbano, às suas estruturas e ações. Nesse
contexto, o presente trabalho teve como objetivos comparar os Planos de Saneamento Básico,
em nível federal e do município de Guarujá (SP), quanto às suas abordagens e quantificações,
e avaliar a efetividade das metas estabelecidas para a cobertura de serviços, no abairramento
Santa Rosa. Para a comparação dos Planos, foram considerados os aspectos a seguir,
definidos pela Lei nº 11.445/07: o cumprimento do conteúdo mínimo exigido; a abordagem
dos princípios norteadores; a comparação das metas; e as integrações entre os Planos. Em
relação à avaliação da efetividade das metas, utilizaram-se dados do Censo Demográfico 2010
do IBGE para a comparação com as metas relativas às coberturas dos serviços de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo. No que se referem ao conteúdo
mínimo e princípios norteadores, ambos os Planos abordam todos os aspectos definidos pela
legislação, de forma a garantir a promoção da qualidade e sustentabilidade das ações
propostas. A partir da comparação das metas, verificou-se que existem metas de âmbito
federal que não são abordadas pelo Plano Municipal, como, por exemplo, as relacionadas às
cobranças de tarifa pelo uso de serviços, também ocorrendo a situação inversa. Desta forma, o
município deve seguir as metas estabelecidas no Plano Federal. Apesar disso, aquelas que
eram abordadas em ambos os níveis apresentavam maior restrição ao nível municipal, ou seja,
as metas municipais eram mais exigentes que as federais. A integração mais evidente entre os
Planos é relativa aos investimentos do PAC, que tem como um dos objetivos desenvolver
infraestruturas urbanas, incluindo as de saneamento básico. A avaliação da efetividade das
metas demonstrou que, em 2010, o abairramento possuía índices de cobertura (99,23 % para
abastecimento de água; 82,26% para esgotamento sanitário; e 99,81% para coleta de lixo)
superiores aos estabelecidos, para 2015, no Plano Nacional (99%, 82% e 94%,
respectivamente), porém eram inferiores às metas municipais (100%, 85% e 100%). Com
base nessa análise, pode-se concluir que o plano aborda os aspectos necessários para a sua
efetiva implementação. Porém, deve-se destacar que o Plano Municipal foi elaborado antes do
Nacional, desta forma torna-se necessária a sua revisão para contemplar e integrar as ações,
novas temáticas e cumprimento das metas estabelecidas.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 9
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O orçamento participativo (OP) representa um exemplo real de democracia deliberativa
(VÍGLIO, 2004; AVRITZER, 2000; ABERS, 1998; SANTOS, 1998). Para Avritzer (apud
VÍGLIO, 2004), o orçamento participativo concerne em uma poderosa abertura a um espaço
decisório por parte do Estado, de modo a ampliar a participação pública em questões que
abrangem benefícios principal e diretamente à própria população. Adquire ainda, a face de
uma importante ferramenta para o planejamento urbano. Auxiliando a atuação de uma gestão
ambiental urbana, onde o trabalho é voltado para um gerenciamento da cidade, consegue-se
pensar em uma melhoria para o município e seus cidadãos, assim como para a qualidade
ambiental envolvida. Porém, a gestão ambiental urbana encontra obstáculos em seu caminho,
como nos mostra Batistela (2007). Para esta autora um de seus desafios são as interfaces entre
os instrumentos da política ambiental e da política urbana. Cita-se assim a Política Nacional
do Meio Ambiente (Lei nº. 6938/1981) e o Estatuto da Cidade (Lei nº. 10257/2001). No
presente trabalho pretende-se apresentar brevemente para maior junção de conhecimentos a
experiência de Porto Alegre-RS (TEIXEIRA E ALBUQUERQUE apud MORAIS, 2007),
sendo esta experiência referenciada por ter maior duração e conter notoriedade nacional
e internacional. Busca-se acima de tudo a exploração do escopo do OP no município de São
Carlos, interior do estado de São Paulo, nosso objeto de estudo, de forma que se identifique a
dimensão da importância concedida ao OP pelos munícipes e seu respectivo grau de
participação nos últimos anos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 10
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo sobre as ações ambientais
desenvolvidas no município de Franca, com ênfase na recuperação do espaço urbano
degradado pela ação das voçorocas, ou boçorocas, termo indígena cujo significado é Terra
rasgada, caracterizadas por grandes erosões resultantes da retirada da vegetação nativa,
associada à presença do solo arenoso, facilmente transportado pelas águas pluviais. Estas
características naturais, aliadas à falta de planejamento para a ocupação do espaço urbano
criaram as condições que facilitaram o agravamento dos problemas de degradação ao longo da
história do município. Além dos impactos, ambientais, econômicos e sociais causados pela
perda de serviços e materiais, como tubulações, asfalto, galerias, há de se destacar ainda o
aumento do número de famílias em situação de risco residentes nas proximidades dessas
áreas, assim como as práticas equivocadas de contenção, quando, por várias décadas, as
voçorocas foram utilizadas como aterros para o lixo doméstico e industrial. Baseado no
estudo de especialistas nesta área e de sua legislação, a partir de 2006, o poder público
municipal colocou em prática um plano de ação, o qual vem se constituindo como de grande
eficácia na recuperação desses espaços. As etapas consistem na construção de terminais
dissipadores ou drenos para recebimento da água proveniente de galerias pluviais para o
controle do processo erosivo, no aterramento das erosões de forma gradual com material inerte
como resíduos de construção e terra, cujos pontos de depósito e empresas autorizadas a utilizá-los são
cadastrados e fiscalizados a fim de se evitar o depósito clandestino de materiais nocivos ao ambiente ,
seguido pela terraplanagem e compactação da área que se torna apta para receber a nova
vegetação composta preferencialmente por espécies nativas. Arborizados, esses espaços são
transformados em parques e praças, dotados de equipamentos de lazer, como campos de
futebol, quadras, pistas de caminhada, entre outros. O impacto do planejamento e
desenvolvimento dessas políticas públicas ambientais vem se refletindo positivamente
também, a nível estadual. Em 2013, Franca alcançou a 12ª posição entre as cidades que
apresentam maiores progressos ambientais no Estado, num grupo de 587 municípios que
participam do programa. Essa classificação faz parte do programa estadual de avaliação do
meio ambiente, denominado Município Verde Azul, que entre outros critérios de avaliação
definidos pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, estão a recuperação de mata ciliar e
arborização urbana. A conclusão do estudo permitiu a constatação de expressivos avanços em
termos de ganhos ao meio ambiente e de melhoria na qualidade de vida da comunidade
inserida neste espaço. Avanços que podem servir de exemplo para outros municípios com
problemas semelhantes.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 11
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Dentre as variáveis que compõem a qualidade de vida, a preocupação com a qualidade
ambiental vem ganhando espaço entre as demandas sociais e as políticas públicas. Essa
preocupação é resultado do crescimento dos problemas ambientais causados pelo
desenvolvimento da sociedade urbano-industrial que cria profundos impactos ambientais e
sociais, tais como poluição, miséria, péssimas condições de trabalho e de transporte público,
extrativismo predatório, desmatamento, entre outros. Esses elementos apontam a passagem
para uma sociedade de risco, como classifica Beck (1997). Os problemas ambientais –
presentes em todos os municípios, independente do tamanho populacional – tornaram-se mais
visíveis com o com a intensa urbanização vivida pelo país sendo que, segundo Maricato
(2011), essa população urbana passou de 26,3% para 81,2% em apenas 60 anos (1940 a
2000). Foi um grande salto quantitativo, que cria um novo mecanismo de construção das
cidades, mas que não foi acompanhada pelo crescimento de infraestrutura básica, tais como
trabalho, abastecimento, transporte, energia, esgoto sanitário, etc. Sabe-se que esses
problemas ambientais afetam diretamente a população e, dessa maneira, evidencia-se a
necessidade e a importância de haver um indicador ambiental que seja capaz de verificar
quais são as áreas com mais carências e quais os reais problemas a serem enfrentados, para
que, a partir dessa verificação, as políticas públicas voltadas para área ambiental possam ser
orientadas e elaboradas com foco e objetivo concretos. Segundo Jannuzzi (2012, p. 145), “Se
bem empregados, os indicadores sociais podem enriquecer a interpretação empírica da
realidade social e orientar de forma mais competente a análise, a formulação e a
implementação de políticas sociais”. Com esse objetivo, o Programa Município VerdeAzul
(PMVA) agrega 10 diretivas que abarcam diversas áreas que compõe o meio ambiente. São
essas diretivas e os critérios, definidos anualmente, que devem constituir o indicador
ambiental que, posteriormente, orienta diversas políticas públicas. Além disso, são elas que
definem o que é meio ambiente para o PMVA. Para verificar de que maneira o PMVA
contribui na elaboração da agenda municipal, a pesquisa utiliza a complementaridade entre
métodos quantitativos e qualitativos: enquanto a estatística relaciona teoria e dados, a
pesquisa qualitativa busca associar esses indicadores com a realidade social. São feitas
análises de diversos documentos normativos, desde a implantação em 2007 até os critérios e
ranking final de 2013. Outro ponto da metodologia é analisar como os aspectos ambientais
são ponderados no ranking, já que isso influencia diretamente na utilização do Índice de
Avaliação Ambiental (IAA) para orientar a agenda municipal. Considerando-se que todo
indicador é uma representação da realidade, que envolve interpretações, a pesquisa parte do
pressuposto que o IAA do programa, apesar de ser uma referência para a elaboração e
orientação de políticas públicas voltadas ao meio ambiente no Estado de São Paulo, apresenta
limitações em sua composição. A pesquisa, portanto, desenvolve-se dentro dessa limitação do
IAA e do próprio programa a ser estudado.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 12
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Historicamente, vários fatores como o crescimento populacional levam a degradação dos
recursos naturais, ocasionando a devastação das áreas de floresta ao longo dos corpos
hídricos, entorno das nascentes e topos de morros. Atualmente, a restauração de tais áreas é
obrigatória, por lei, como áreas de preservação permanente. Este trabalho tem por objetivo
delimitar e caracterizar as áreas de preservação permanente (APP) e indicar áreas para a
restauração e compensação, com auxílio do Sistema de Informações Geográficas (SIG), a fim
de subsidiar informações e estratégias para a tomada de decisão. A área de estudo possui uma
extensão de 20.600 m2 com 98 nascentes e 30 represas, localizado no noroeste do estado de
São Paulo no Município de São Carlos. Ela é ocupada predominantemente por área rural (215
Km²). A delimitação das áreas de preservação permanente e a proposta de restauração e
compensação foram realizadas com o auxílio do software SIG-MapInfo v.10, e para a análise
da paisagem foram utilizadas imagens de Satélite LandSat 5. As análises das áreas de APPs
foram elaboradas com base no Código Florestal e na Lei Municipal nº 13.994/2006 (Áreas de
Proteção e Recuperação dos Mananciais do Município de São Carlos – APREM/SC). Com
base no Decreto nº 6.660 foram definidas áreas para serem compensadas, este decreto delibera
que áreas compensadas devem equivaler a extensão de área desmatada e se possível dentro da
mesma bacia hidrográfica e a reposição deverá ser feita com espécies nativas. Através da
caracterização da área de estudo foi possível identificar um cenário que evidencia o alto grau
de exploração da bacia hidrográfica, apenas 19,91% da área de estudo está ocupada por áreas
de vegetação nativa. Segundo a análise das Áreas de Preservação Permanente (APP) a sub
bacia hidrográfica deveria ter um total de 18.192,09 m², mas foram identificados apenas
72,55% desta área em conformidade com a legislação, grande parte da APP que não está em
conformidade com a legislação localiza-se no perímetro urbano da área de estudo sendo que
maior parte destas áreas são públicas. Desta forma deve-se haver uma restauração de 1.600
km2 pertencentes tanto ao poder público municipal quanto a propriedades particulares
cumprindo o estabelecido no Decreto nº6.660. Em contra partida a este cenário a porção rural
da área de estudo apresenta-se de forma inversa ao observado no perímetro urbano, pelo
advento Lei municipal nº 13.994, grande parte desta área ainda resguarda área de vegetação
natural. Mediante ao cenário desenvolvimentista ao qual a área de estudo está sendo
submetidas torna-se difícil a implementação e consolidação de áreas de APP, localizadas na
porção urbana da sub bacia, sendo necessário a elaboração de medidas compensatórias
alternativas que resguardem a restauração das áreas degradadas e a conservação da
biodiversidade da sub bacia hidrográfica do Rio Monjolinho. É de fundamental importância a
recuperação dessas áreas para assegurar a sustentabilidade ambiental e o bem-estar da
população.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 13
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 14
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Brasil possui uma grande disponibilidade de recursos hídricos, o que cria a necessidade de
uma boa gestão destes, e, para que esta gestão seja efetiva se devem levar em consideração as
bacias hidrográficas. Para que o gerenciamento das mesmas seja eficaz é necessária a
realização de um levantamento de informações capazes de permitir a elaboração de
indicadores de sustentabilidade. Neste sentido, o artigo aborda a questão da sustentabilidade
da bacia hidrográfica do Igarapé Tucunduba, localizada no município de Belém-PA, uma
bacia urbana que no período de 1997 a 2004 foi alvo de uma política municipal de
macrodrenagem que teve como propósito a melhoria da qualidade de vida da população. A
área de estudo para avaliação dos indicadores tem um total de 10,55 km², sendo que a região
alagável é de 5,75km, onde (54,50%) abrangem os bairros do Guamá (parte), Marco (parte),
Canudos, Terra Firme e Universitário (parte). Ela representa 25,15% das áreas de baixadas. O
Tucunduba é o principal igarapé da Bacia, com 3.600 metros de extensão, sendo este curso
d'água e seus afluentes os responsáveis pelos principais alagamentos dos terrenos localizados
nos bairros que compõem a referida bacia. O objetivo do artigo é identificar se as
intervenções públicas feitas no local colaboraram para a sustentabilidade da bacia? Para isso,
ele se utiliza de quatro principais indicadores (econômico, social, ambiental e institucional) e
busca sistematizá-los através da metodologia PSR, a fim de identificar se a resposta estatal à
pressão socioeconômica e ambiental existente na área conseguiu conferir-lhe a
sustentabilidade desejada. A metodologia utilizada na pesquisa se baseou na leitura de dados
bibliográficos disponíveis em instituições públicas e privadas que colaboraram para
identificar o nível de sustentabilidade da Bacia. Para alguns indicadores utilizaram-se os
dados censitários do IBGE, que estão presentes na área de bacia do igarapé. Os resultados
obtidos mostraram que após a realização da obra, ocorreram algumas melhorias para a
população como a navegabilidade do rio; melhoria da infra-estrutura de algumas casas ao
longo da bacia e diminuição da ocorrência de doenças de veiculação hídrica, contudo com
relação à renda verificou-se que a mesma permaneceu baixa, visto que a bacia abrange bairros
carentes da cidade de Belém. Ficou claro que esse desenvolvimento é um processo que requer
tempo, onde ambos, agentes sociais locais e planejadores, atuam como sujeitos do processo de
planejamento, o que transforma as etapas de concepção, elaboração, sistematização e
implementação de um plano, em exercícios efetivos de práticas de democracia participativa
socioeconômica, ecologicamente sustentável e socialmente justa.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 15
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A precipitação é um componente do ciclo hidrológico que serve como ligação entre a fase
atmosférica e a fase terrestre do ciclo, constituindo-se na entrada (input) do sistema
hidrológico, sendo a única forma de admissão de água em uma bacia hidrográfica. Postos
pluviométricos, além de registrarem apenas precipitações próximas ao instrumento, possuem
ainda uma baixa densidade de instrumentos. Essas características, aliadas a precariedade na
obtenção de dados, são responsáveis pela produção de hidrogramas com baixa confiabilidade,
que acabam afetando, por exemplo, o dimensionamento dos sistemas de drenagem das bacias.
Diferentemente das estações ou postos pluviométricos, radares meteorológicos permitem
estimar detalhadamente a distribuição espacial da precipitação a partir da refletividade
(CAPPI), fornecendo mapas ao invés de dados pontuais. O presente trabalho é parte de um
projeto mais amplo que busca analisar, para eventos específicos, a distribuição espacial e
temporal das chuvas na bacia do Monjolinho, que corta a área urbana de São Carlos-SP,
utilizando para tal, além de informações de uso do solo e características hipsométricas da
bacia, dados de estações meteorológicas aliados às estimativas obtidas por radar
meteorológico, no intuito de avaliar de maneira detalhada a relação entre a precipitação, as
características fisiográficas da bacia (uso do solo, declividade, etc.) e as enchentes ocorridas
neste município. Neste momento, apresentamos a integração dos dados, utilizando a boa
quantificação da precipitação por pluviógrafos com a melhor distribuição espacial por radar,
tendo em vista as diferenças entre os aparelhos de medição. Esta integração envolve ajustes
entre as medidas do radar e dos pluviógrafos, buscando a melhor relação R-Z, de modo que as
estimativas da distribuição espacial da precipitação sejam mais confiáveis. Juntamente com
esta análise, são apresentadas a caracterização e análise fisiográfica da área de estudo, obtidas
através de cartas topográficas e imagens de satélite. Estas informações, em conjunto com os
mapas de uso do solo, e mediante a comparação e análise dos gráficos da distribuição das
chuvas gerados e a real capacidade da bacia (destacando as áreas que ocorrem inundações),
serão analisadas visando a avaliação do sistema atual de drenagem da bacia. Nesse contexto,
esperamos contribuir, a longo prazo, na compreensão dos impactos das variações espaciais da
precipitação e sua associação com as características da bacia do Monjolinho, permitindo a
elaboração de cenários futuros de uso e ocupação, auxiliando nas tomadas de decisão, além de
contribuir significativamente com ações de planejamento ambiental para a mitigação de
enchentes.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 16
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada em 2010 e constituiu um marco na
gestão de resíduos sólidos em todos os âmbitos, uma vez que estabeleceu metas e diretrizes
claras apresentando a maneira pela qual deve ser realizada a gestão integrada de resíduos
sólidos. É certo que será necessário certo tempo até que seus princípios sejam amplamente
absorvidos por todos os setores da sociedade, uma vez que posturas de redução da geração por
exemplo ainda não estão consolidadas mesmo em países que já apresentam legislação nesse
sentido há mais tempo, como por exemplo alguns países europeus. Nesse sentido torna-se
essencial a análise dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, uma vez
que este documento deve expressar todo o entendimento do município acerca da temática,
além de refletir suas intenções e posturas ambientais. Esta análise possibilita, através da
pesquisa documental e junto aos gestores municipais, identificar as principais potencialidades
e fragilidades da aplicação da PNRS em âmbito local, e mesmo se realmente promoveu
mudanças para os municípios. Foi escolhida uma unidade de gestão de recursos hídricos, a
UGRHI 13 do Estado de São Paulo, correspondente à Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré. A
escolha da bacia hidrográfica como unidade territorial de estudo justifica-se uma vez que esta
unidade vem sendo amplamente utilizada não somente em temas diretamente relacionados aos
recursos hídricos; além disso, ressalta-se a interferência direta de problemáticas na gestão de
resíduos sólidos na gestão dos recursos hídricos, ambos inseridos no contexto do saneamento
básico. O plano de trabalho é desenvolvido a partir de oito atividades principais e tem como
condicionante a cooperação das prefeituras municipais e dos gestores atuantes na área de
resíduos sólidos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 17
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Este ensaio analisa a importância da certificação ambiental de prédios públicos municipais
como forma de construir uma sociedade mais preocupada com a proteção ambiental. Analisa-
se também o consequente aspecto financeiro resultante. Dessa forma, analisar-se-á a
competência advinda da Constituição Federal, que permite aos municípios legislar sobre o
meio ambiente, além de um exame sobre os tipos de certificações ambientais existentes no
Brasil. A certificação ambiental é concedida ao produto que após vários testes, atinge o
mínimo de qualidade exigido por uma norma vigente em questões relativas ao seu uso. Assim,
o chamado “selo verde” é o grau mais alto de conformidade. Além de atestar a conformidade,
atesta também que o produto não impacta ou impacta minimamente o ambiente. Atualmente o
selo verde é atribuído tanto a produtos quanto a processos. Para as finalidades desse trabalho,
usaremos a certificação obtida de processos que visam a qualidade ambiental dos prédios. A
certificação ambiental, apesar de não ser obrigatória, é tendência em algumas cidades, sendo
um dos instrumentos utilizados visando alguns objetivos: proteção ambiental, valorização dos
edifícios e economia. A aplicação desses certificados aos prédios públicos municipais, além
do sentido de cuidado com o meio ambiente, contribui ainda pela valorização de tais imóveis,
e olhando pelo aspecto financeiro, importantes somas de dinheiro seriam economizadas
podendo reverter à população na forma de mais investimentos em áreas necessitadas, como
saúde, educação, segurança, cultura, entre outras, além de poder servir para amortizar dívidas
dos municípios. A obrigatoriedade das certificações ambientais nos prédios públicos
municipais seria então uma forma de tornar as cidades mais sustentáveis num mundo onde as
questões ambientais ganham força a cada dia; não só isso, mas esse tipo de certificação se
coaduna com os princípios e objetivos propostos no artigo 182 da Constituição Federal e no
Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257/01). Finalmente, o respeito à nossa Constituição Federal é
indispensável, onde se impõe a todos (inclusive ao Poder Público, incluindo-se ai o
Município) o dever de defesa e preservação ambiental para as presentes e futuras gerações,
pois um meio ambiente equilibrado e são é bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida da população.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 18
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O planejamento urbano é um método de criação e desenvolvimento de programas que buscam
aprimorar ou revitalizar certos aspectos, como, bem estar social e ambiental, dentro de uma
dada área urbana. O mau planejamento urbano causa diversos problemas sociais e ambientais,
como por exemplo, exclusão social, falta de saneamento básico e preções sobre ecossistemas
naturais. Tendo como base que o planejamento urbano e a gestão dos municípios devem
contemplar o respeito ao meio ambiente tendo em vista a necessidade de seus presentes e
futuros habitantes, o referido trabalho através de técnicas Geoprocessamento (Sensoriamento
remoto e Sistema de Informação Geográfica) e análise de legislações vigentes (novo código
florestal, plano diretor e lei orgânica do município de São Carlos), tem como objetivo
principal identificar as áreas naturais protegidas da micro bacia Santa Maria do Leme,
verificando se há conflitos de usos e ocupação do solo com o plano diretor do município de
São Carlos e com a legislação vigente de novas áreas protegidas, propondo também
integração entre as áreas naturais da micro bacia, auxiliando assim à tomada de decisões e
possíveis proposta de recuperação de áreas naturais.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 19
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Plano Diretor Participativo Municipal é definido pelo Estatuto da Cidade como instrumento
básico para orientar a expansão urbana do município, envolvendo aspectos urbanos, sociais,
econômicos e ambientais. Nesse contexto, o presente estudo avaliou a proposta de
implantação de uma área industrial na bacia hidrográfica do Ribeirão do Feijão, apresentada
na revisão do Plano Diretor do município de São Carlos (2014). A bacia do Ribeirão do
Feijão é um manancial relevante no abastecimento de água para o município de São Carlos,
localizado na região central do Estado de São Paulo, onde se identifica grande tendência de
ocupação urbana e concentração industrial, exercendo fortes pressões antrópicas sobre os
recursos naturais. O diagnóstico ambiental baseou-se no uso de geoprocessamento e do
software ArcGIS® 10.2 para realizar as sobreposições do Mapa de Macrozoneamento,
apresentado na revisão do plano diretor, com os atributos do meio físico como: geologia,
materiais inconsolidados, topografia, hidrografia e unidades aquíferas, na escala 1:50.000
obtidos de trabalhos já realizados na área. Os resultados indicaram que a área destinada para
instalação de indústrias dentro do manancial do Feijão, está localizada sobre: (i) uma zona de
afloramento da Formação Botucatu (aquífero livre e poroso), (ii) sobre materiais
inconsolidados residuais da Formação Botucatu que caracterizam-se por apresentar elevada
porcentagem de areia (acima de 80%) e alta permeabilidade (10-3 a 10-2 cm/seg), (iii) em áreas
com baixa declividade (0 à 10%) e densa rede de drenagem. Essas características
potencializam a infiltração de água e, portanto, atuam na recarga direta do Sistema Aquífero
Guarani. Tais peculiaridades ambientais fazem com que a área de estudo seja avaliada como
ambientalmente frágil, com elevado risco de contaminação das águas superficiais e
subterrâneas. Com base nos dados desse estudo, recomenda-se a reavaliação da proposta de
instalação de um centro industrial no manancial do Feijão apresentada na revisão do Plano
Diretor de São Carlos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 20
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A urgência de novos tipos de bairros e loteamentos na construção gradativa da cidade mais
sustentável fez com que os atores do planejamento territorial adotassem parâmetros de
sustentabilidade nacionais e internacionalmente consagrados. Tais parâmetros de
sustentabilidade fizeram com que o setor da indústria da construção buscasse resultados mais
competitivos para o mercado introduzindo a inovação tecnológica na concepção de seus
produtos, estrutura organizacionais e até mesmo novos métodos de marketing. Essas
iniciativas de inovação tecnológica são fundamentais para o desenvolvimento de
assentamentos urbanos que visam desempenho ambiental de qualidade. O objetivo deste
trabalho foi o de apontar as inovações tecnológicas no processo de certificação ambiental de
bairros mais sustentáveis favorecendo a sociedade um produto com maior valor agregado.
Utilizou-se de metodologia qualitativa para realização desta pesquisa por meio de estudo de
caso de um condomínio residencial horizontal, Damha Golf I situado na cidade de São Carlos
– SP, o qual passou por processo de certificação pelo sistema AQUA – Alta Qualidade
Ambiental, para bairro e loteamentos. Os procedimentos metodológicos adotados foram
revisão bibliográfica, entrevistas e questionário aberto com os principais atores, além da
análise documental. O resultado final mostrou melhoras na construção dos loteamentos e das
edificações. Por outro lado o processo de certificação de bairros neste condomínio apresentou
maiores inovações tecnológicas em relação ao marketing do produto do que inovações no
âmbito tecnológico construtivo.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 21
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A supressão da vegetal natural pela expansão agrícola e urbana é uma das grandes ameaças à
continuidade de espécies. No entanto, algumas espécies de aves podem ocorrer e se reproduzir
em áreas antropizadas. Medidas relacionadas ao planejamento do ambiente urbano podem
tornar este espaço mais favorável à avifauna, o que traz vantagens em relação à preservação
das aves e também ao bem estar humano, como um maior equilíbrio ecológico devido ao
controle de pragas e a perspectiva da educação ambiental em torno do valor simbólico,
estético e emocional das aves. Conduzimos um levantamento da avifauna associada a jardins,
estacionamentos e arruamentos arborizados do Câmpus da Universidade Federal de São
Carlos (21º59’15”S, 47º52’50”W), em São Carlos, SP. Foram sorteados 14 quadrantes de 100
m x 100 m ao longo da área urbana do Câmpus, através de aleatorização estratificada com
relação à porcentagem de área construída. Nestes quadrantes, a vegetação presente é
constituída exclusivamente com fins urbanísticos, em oposição às áreas de bosque e
vegetação ripária existentes no Câmpus. As coletas foram realizadas nos meses de fevereiro e
março de 2014, entre 7h-10h e 16h30-19h, totalizando 154h de esforço amostral. Cada
quadrante foi amostrado em quatro dias distintos (duas manhãs e duas tardes). As espécies
foram identificas pela vocalização e visualmente, com auxílio de binóculos. Foram
consideradas apenas aquelas que estiveram pousadas em algum dos elementos do quadrante,
desprezando aquelas que apenas o cruzaram em vôo. Foram registradas 79 espécies de aves
nos jardins, estacionamentos e arruamentos arborizados da UFSCar, pertencentes a 27
Famílias e 11 Ordens. O número de espécies por quadrante variou entre 12 e 42 (28,35 ±
2,76) (média ± erro padrão). Duas espécies de Columbiformes nativos, a pomba avoante
(Zenaida auriculata) e a asa-branca (Patagioenas picazuro) ocorreram em 100% dos pontos
amostrados. As outras espécies mais frequentes estão o coleirinho (Sporophila caerulescens),
o João-de- barro (Furnarius rufus), o sanhaço (Tangara sayaca), o tico-tico (Zonotrichia
capensis) e andorinha-pequena-de-casa (Pygochelidon cyanoleuca). Essas e algumas outras
espécies nativas foram mais frequentes que as espécies exóticas “pombo doméstico”
(Columba livia) e pardal (Passer domesticus), que costumam ser abundantes em ambientes
urbanos. Algumas ocorrências interessantes foram os registros do gavião-pernilongo
(Geranospiza caerulescens) e do gaturamo verdadeiro (Euphonia violacea), duas espécies que
ainda não haviam sido registradas no Câmpus. Também foram registrados ninhos ativos de
diversas espécies, evidenciando a importância efetiva desses ambientes na dinâmica
populacional dessas espécies de aves. A riqueza de espécies encontrada neste estudo
corresponde a um terço da riqueza total do Câmpus (incluindo lagos, matas-galeria e
cerrados), o que indica a grande representatividade da arborização urbana como abrigo da
riqueza da avifauna local.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 22
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O processo de urbanização que ocorreu no Brasil principalmente a partir de 1960 vem
contribuindo para alterar a atmosfera no contesto das cidades, interferindo na formação da
ilha de calor como também no aumento da precipitação. A intensa expansão das áreas
construídas em detrimento da diminuição de áreas com vegetação e espaços livres criam
condições desfavoráveis para o escoamento das águas superficiais. Os extremos climáticos só
aumentaram nas últimas décadas, como a intensidade e frequência de chuvas, tornado,
granizo, movimento de massa e alagamento. Os alagamentos mais comuns no verão trazem
prejuízos sociais, econômicos e ambientais. O município de São Paulo apresenta um elevado
índice de enchentes e inundações graves e este potencial só tende a crescer com a crescente
urbanização e com aumento de temperatura. Assim, nas últimas décadas em São Paulo têm
ocorrido têm ocorrido chuvas intensas. Os resultados preliminares da pesquisa apontam para
uma intensificação das áreas alagadas bem como uma expansão da ocorrência dos
movimentos de massa, principalmente no verão, colocando em risco a população
principalmente aquelas mais carentes interferindo na mobilidade urbana.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 23
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O conceito de cidades sustentáveis reúne, entre outros, os interesses relacionados ao
planejamento urbano, ao uso e ocupação do solo, ao acesso à terra e à moradia, à construção
civil, à equidade social e à qualidade de vida. O Estatuto da Cidade (Lei no 10.257/2001) é
considerada a lei federal brasileira que estabelece a garantia às cidades sustentáveis e à gestão
democrática, por meio de instrumentos que fomentem a participação popular na formulação,
execução e acompanhamento dos planos, programas e projetos em âmbito municipal. Os
princípios do Licenciamento Ambiental e do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foram
incorporados nesta legislação urbanística, por meio do instrumento Estudo de Impacto de
Vizinhança (EIV), que tem como principal característica a democratização das decisões
proferidas sobre a possibilidade de instalação, ou não, de determinados empreendimentos a
serem realizados na cidade. Trata-se de um potencial instrumento para a proteção e
conservação ambiental, sobretudo pelo princípio da prevenção. Para isso, procura romper com
a lógica das decisões compartimentadas ao propor uma metodologia de trabalho integrada que
incentiva a análise conjunta de um projeto, quanto aos reflexos no meio natural e no ambiente
urbano em seu raio de atuação. Em consonância com a lei federal, o município de São Carlos,
SP indicou, em seu Plano Diretor, a necessidade de elaboração de EIV e respectivo Relatório
de Impacto de Vizinhança (RIVI) para determinados empreendimentos. O presente trabalho
teve como objetivo obter um panorama destes estudos, a fim de apontar diretrizes para o
aprimoramento do instrumento no município. Para tal, foram avaliadas propostas de EIVs de
seis empreendimentos no período de março a julho de 2012. Verificou-se que as principais
falhas dos EIVs analisados relacionam-se à insuficiente caracterização do entorno e à falta de
interdisciplinaridade na elaboração dos mesmos. A abertura para a participação dos diversos
grupos de interesse também não foi priorizada nestes estudos, devido à conflitos de interesses.
Em relação à gestão, a baixa efetividade desses estudos podem ser atribuídas à falta de
funcionários capacitados para sua análise, a falta de clareza nos critérios avaliados, ao diálogo
falho entre secretarias e profissionais e a não articulação entre esta lei e outros instrumentos
urbanísticos, como o zoneamento municipal. Recomenda-se assim, a necessidade de melhor
interpretação e utilização deste instrumento, com critérios e procedimentos mais definidos. Da
mesma forma, é evidente a necessidade de maior diálogo entre os proponentes dos projetos,
Poder Público e população na elaboração e avaliação de tais estudos. A aplicação de novos
instrumentos, como o EIV, precisa ser subsidiada por um Sistema de Gestão Urbana capaz de
assumir e sustentar novos conceitos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 24
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Pesquisas envolvendo o uso racional dos recursos naturais, crescimento econômico e justiça
social têm-se apresentado cada vez mais relevantes, uma vez que a coexistência dessas três
esferas é a condição primordial para a construção e a efetivação da sustentabilidade
socioambiental. Nesse contexto, destaca-se a Agenda 21 Local, um plano de ação voltado à
construção de um novo modelo de vida, produção e consumo, através do qual exista equilíbrio
entre natureza, sociedade e economia. Partindo dos pressupostos anteriores, a presente
pesquisa, tem como objetivo geral colaborar para a elaboração da Agenda 21 Local na cidade
de Limeira/SP, uma vez que nesta foram observados diversos problemas socioambientais
relacionados às condições críticas de trânsito e transporte público coletivo; falhas nos serviços
de saúde; criminalidade urbana; corpos hídricos urbanos poluídos/contaminados e sem
vegetação ciliar entre outros, além de até o momento, a cidade em questão não dispor de uma
Agenda 21 Local. Para a elaboração da proposta deste projeto foram realizadas as seguintes
etapas: a) levantamento de informações; b) caracterização física, social e econômica da área
em estudo; c) investigação e apresentação dos programas/projetos desenvolvidos pelo poder
público local; d) apresentação da análise da população urbana acerca dos resultados desses
programas/projetos, bem como dos aspectos positivos (oferecimento de práticas esportivas e
empregos; agradável para morar; boa localização; hospitais voltados às necessidades da
população e grande quantidade de empresas) e negativos (poluição; trânsito ruim; falta de
competência dos órgãos públicos; ausência de planejamento; falta de oportunidades de
emprego; insegurança e violência urbanas, além de poucas opções de lazer) da localidade, os
quais reforçam as observações motivadoras desse trabalho. A próxima etapa do projeto será a
elaboração de um plano de ação a partir das principais problemáticas apontadas pela
população urbana e de um guia voltado à sustentabilidade socioambiental urbana a partir de
práticas cotidianas.
Palavras-chave: Agenda 21 Local; Sustentabilidade; Gestão Socioambiental Urbana.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 25
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O desenho de cidades sustentáveis deve ser feito com soluções integradas e interdisciplinares,
a fim de fazer frente aos complexos impactos ambientais. Para esse enfrentamento, se
requerem novos enfoques e instrumentos com os quais se melhoram projetos e planos
urbanísticos. Neste trabalho apresentamos a aplicação do método ecodesign em um projeto
urbanístico para Vallbona em Barcelona, Espanha. Ressalta-se a importância de pensar nos
espaços urbanizados, uma vez que são os maiores responsáveis pelo consumo energético
mundial e a necessidade da discussão sobre a aplicação de novos instrumentos para melhorar
o desempenho ambiental dos sistemas urbanos. A ISO 14006/2011 define ecodesign como um
processo integrado entre projeto, execução e utilização de um determinado produto, levando-
se em consideração o seu ciclo de vida desde a extração da matéria-prima até o final da vida
útil, de modo que seja possível prever e reduzir ao máximo os impactos ambientais. A mesma
normativa aponta as vantagens e possibilidades da adoção deste conceito para as mais
diversas aplicações, inclusive na concepção urbanística com os princípios de sustentabilidade
presentes desde a concepção ao monitoramento do dia a dia do bairro quando implantado. No
caso do bairro de Vallbona, a metodologia de ecodesign foi adotada como norteadora do
projeto urbanístico para atender a obrigatoriedade do governo de Barcelona em adotar,
primordialmente, princípios de sustentabilidade, em todos novos projetos, principalmente em
áreas já inseridas na malha urbana. O bairro apresenta características de uso rural devido à
presença de hortas urbanas. Apesar de sua excelente localização apresenta deficiências
estruturais, trata-se de uma zona sem continuidade urbana, isolada, rodeada por barreiras
como rios, avenidas, rodovias e vias férreas. O novo projeto urbanístico contempla novos usos
comerciais e de serviços e 2.000 novas habitações. Os aspectos ambientais e elementos da
paisagem foram incorporados ao projeto desde sua concepção e foi delineando o perfil do
novo bairro em todas as etapas de projeto. Essa concepção ecológica se manifesta em todas as
etapas do empreendimento, contemplando um resultado positivo do ponto de vista da gestão
ambiental, integra aspectos ambientais no projeto de forma a reduzir seus impactos e melhorar
continuamente seu desempenho ambiental durante todo seu ciclo de vida. O método
ecodesign possibilitou que fossem identificadas as seguintes ações chaves do projeto
urbanístico de Vallbona: minimização da demanda energética dos edifícios; utilização de
energias renováveis, preservação dos usos existentes (principalmente do mosaico agrícola);
diversidade na destinação das águas residuais adequadas a diferentes usos e articulação de um
gestor de recursos locais. As atuações eleitas para serem desenvolvidas nas fases de
planejamento, projeto e gestão foram: Mobilidade, Energia e Infraestrutura, Espaços Verdes e
Agrícolas, Água, Resíduos, Espaços Públicos, Meio Ambiente e Recursos Naturais. Por fim
foram definidos os indicadores ambientais escolhidos para o acompanhamento do ciclo de
vida das ações desenvolvidas.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 26
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A União das Nações Sul Americanas (UNASUL) é uma organização internacional formada
por doze países sul-americanos, oficializada em 2008 e que busca um processo de integração
regional, no qual o fator econômico não é a questão central, mas tratada conjuntamente com
políticas sociais. Uma das principais metas da UNASUL é a integração energética. Nesta
nova dinâmica geopolítica internacional a UNASUL enfrentará o grande desafio de
compatibilizar diretrizes politicas e regramentos normativos da exploração energética com a
conservação dos recursos ambientais do subcontinente. Através da prospecção de experiências
de outro bloco de integração, a União Europeia (EU), do estudo de suas normativas para
desenvolvimento e migração para uma matriz energética renovável, e a possibilidade de
compatibilizar algumas destas politicas regulatórias com a realidade sul americana, este
projeto objetiva elaborar e propor um marco regulatório para a matriz energética na
UNASUL. O contexto europeu figura pertinente, embora consideravelmente diverso do sul
americano, uma vez que o processo integracionista da UE se encontra em estagio bem
amadurecido, possibilitando que sejam feitas avaliações e profunda coleta de informações
acerca do seu desenvolvimento, estruturação, normatização e atual funcionamento. Embora
seja um ambiente politico, socioeconômico e ambiental extremamente diverso do nosso, não
há como descartar as experiências e percepções europeias. Neste sentido, a elaboração de um
marco regulatório para a exploração e desenvolvimento das energias renováveis no âmbito da
UNASUL, utilizando-se material institucional e experiências desenvolvidas na EU como
subsidio para estas normativas, torna o presente projeto inédito e imbuído de real importância
e aplicabilidade. Propõe-se, para tanto, uma pesquisa aplicada e qualitativa, na qual a
observação e a descrição dos fenômenos são essenciais. Documentos institucionais e literatura
científica serão fontes diretas para coleta de dados.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 27
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Esse artigo traz um resgate histórico sobre a abordagem, iniciada em 1998, de temas
relacionados a cidades mais sustentáveis, nas atividades de ensino, pesquisa e extensão de um
grupo de professores e de estudantes da UFSCar vinculados à Graduação em Engenharia Civil
e à Pós-Graduação em Engenharia Urbana – PPGEU. O objetivo é registrar, consolidar,
divulgar e compartilhar uma trajetória que já vem sendo trilhada há mais de 15 anos,
permitindo, assim, a identificação de interfaces e o estímulo a parcerias com diferentes setores
acadêmicos e sociais. O passo inicial se deu pela formação, em 1998, de um grupo de
pesquisa denominado PESMU - Planejamento Estratégico e Sustentável do Meio Urbano, que
foi selecionado em edital de pesquisa patrocinado pela Caixa Econômica Federal e veio a
desenvolver o “Método PESMU”, para avaliação da dimensão ambiental da sustentabilidade
em empreendimentos de parcelamento do solo e de infraestrutura urbana associada ao fluxo
da água. A partir de 1999, no âmbito do recém-criado Programa de Políticas Públicas da
FAPESP, iniciou-se um segundo projeto, voltado para a incorporação e o monitoramento da
sustentabilidade em políticas públicas, realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de
Jaboticabal (SP) e que ficou conhecido como “Projeto Jaboticabal Sustentável”. Além do
caráter de extensão, em função da interação com órgãos públicos e segmentos da população
local, o projeto resultou em produção acadêmica de iniciação científica, trabalhos de
conclusão de curso e dissertações de mestrado. A partir de então, o tema dos indicadores de
sustentabilidade, aplicados a diferentes aspectos ou sistemas urbanos e regionais, permaneceu
recorrente em várias dissertações e teses do PPGEU. Após 2002, foram criados outros grupos
de pesquisa que seguem atuantes na produção acadêmica, no ensino e na extensão. Um deles,
o GESTAU – Grupo de Estudos do Ambiente Urbanizado, trabalha com quatro linhas de
pesquisa principais: Planejamento e gestão do território; Processo de urbanização e meio
ambiente; Políticas, produção e uso da habitação de interesse social; Processo de projeto do
ambiente construído. Outro grupo é o SustenUrb - Sustentabilidade Urbana e Regional, que
apresenta interfaces com o GESTAU e tem atuado, preferencialmente, com sistemas de
manejo de recursos hídricos e de resíduos. Um terceiro grupo, o GHidro – Sistemas Hídricos
Urbanos, dedica-se à gestão mais sustentável das águas pluviais urbanas. Como amálgama
dos grupos mencionados, o projeto mais recente em que os três participam denomina-se
“Ecoinovação em Smart Parks” e inclui parcerias com pesquisadores da UAB – Universidad
Autónoma de Barcelona, da EESC/USP e do DCAm/UFSCar. Esse projeto tem sido propulsor
de estudos sobre o favorecimento à sustentabilidade na implantação de parques industriais,
residenciais ou de serviços, por meio da incorporação de tecnologias limpas, ecotécnicas,
ecodesign, produtos e materiais mais sustentáveis, bem como no estabelecimento de uma
simbiose e uma sinergia interna aos empreendimentos. Deste modo, a busca e o
monitoramento da sustentabilidade seguem sendo o objeto principal de atuação destes grupos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 28
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Atualmente, sabe-se que os recursos naturais são finitos e o desenvolvimento humano por
meio de sociedades urbanizadas geram um impacto cada vez maior sobre estes recursos, eo
que se pode perceber com as estimativas de crescimento populacional é que a tendência da
área urbana é aumentar cada vez mais, com isso mais áreas verdes, naturais, são substituídas
por perímetros urbanos, acarretando então uma perda gradual da área de cobertura vegetal dos
ecossistemas locais e regionais. Nesse sentindo os ambientes urbanos alteram o uso de solo
natural da paisagem e esse “novo ecossistema” criado também favorece questões adversas ao
ser humano como o aumento de calor sensível, sendo então utilizadas espécies vegetais a fim
de se criar sombras e amenizar o calor. O conforto térmico propiciado pela vegetação é o
principal fator social analisado neste trabalho, sua denominação na arquitetura e urbanismo é
Bioclimatismo, pois se refere à regulação térmica que as espécies vegetais exercem sobre o
meio a sua volta, vários autores já corroboram com está ideia de que ambientes mais
arborizados proporcionam um melhor conforto térmico já que as áreas verdes urbanas
possuem como um dos propósitos fundamentais de mitigar o desconforto térmico e promover
a socialização e o lazer. O que acontece na verdade é a falta de consideração da temática
ecológica na implementação urbana, como por exemplo, sobre a arborização urbana onde
cada vez mais espécies exóticas e (consequentemente) invasoras, são usadas no processo de
arborização e paisagismo das cidades, como afirma Lorenzi (2002): “estima-se que
aproximadamente 80% das árvores cultivadas nas ruas das cidades brasileiras são de flora
exótica’’. Por estes motivos percebe-se que o planejamento urbano não deve apenas
considerar a temática ambiental, deve sobretudo considerar o conceito ecológicos das espécies
utilizadas nos planos de arborização e paisagismo a fim de se alcançar um equilíbrio
ecológico do bioma da paisagem local (e/ou regional) que torne as cidades ambientes mais
sustentáveis ambientalmente. No caso específico do campus UnB Planaltina, foi realizada
uma pesquisa com os usuários dos prédios que em sua maioria responderam que o prédio não
possui um conforto climático agradável e ainda que precisa de um paisagismo que leve em
consideração as espécies do cerrado, nesse sentido ao fim deste trabalho será proposto ao
Campus uma plano de arborização e paisagismo que leve em consideração espécies do
cerrado local.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 29
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O processo de formação do espaço urbano da cidade de São Paulo revela, na constituição de seu
sistema viário, a necessidade da concepção de respostas rápidas às demandas crescentes por novos
vetores de escoamento de fluxo. As vias expressas, radiais e perimetrais, implantadas como
estruturadoras do sistema de transporte para o escoamento e direcionamento de um fluxo regional,
afetam diretamente o desenho urbano a nível local. Tendo como ponto de partida este contexto urbano,
o objetivo deste trabalho é estudar as condições necessárias para promover um uso e ocupação efetivos
do espaço urbano pelo pedestre analisando a habitabilidade dos microespaços que constituem o
cenário da vida cotidiana através de um recorte de área desta metrópole brasileira. O foco deste estudo
é a Avenida Radial Leste, em São Paulo, uma conexão metropolitana que rasga o tecido urbano
desestruturando-o e fragmentando-o. O presente trabalho se desenvolve através da elaboração de um
projeto urbano que visa promover a sociabilidade desta área, através da criação de uma série de
espaços livres e percursos ao longo do trecho que se estende pela Radial Leste desde a Rua Augusta
até Rua João Passaláqua. Considerando-se a dimensão humana como ponto de partida, o trabalho
inicia-se com o estudo e análise de como e por quem se constituem efetivamente as dinâmicas de uso
nesta área através da realização de um levantamento das atividades presentes no local e da população
que habita a região por meio de relatos, entrevistas, notícias retiradas de jornal, e levantamento
fotográfico. A partir deste levantamento de dados partiu-se para a o projeto que definiria a intervenção
urbana: travessias, percursos, áreas livres, espaços programáticos, ou seja, elementos que criam uma
infraestrutura adequada à escala humana permitindo a intensificação do fluxo pedestre na cidade e
promovendo assim uma apropriação mais efetiva do espaço urbano. O desenho urbano e a arquitetura
são encarados como agentes na conversão de espaços a lugares socialmente ativos, estimulando ao
usuário novos valores de uso e apropriação. O projeto, portanto, revela a importância de um
pensamento sobre a cidade que integra a dimensão metropolitana à perspectiva local, inserindo os
microespaços na dinâmica urbana e dotando-os de uma infraestrutura necessária ao pedestre. Busca-se,
enfim, nos vazios urbanos a constituição de superfícies, espaços distendidos, ambientes livres que
possibilitem o convívio coletivo, fomentando uma nova relação social e perceptiva no espaço urbano e
retomando assim o solo da cidade como o lugar efetivo da vida na escala humana.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 30
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
As Políticas Públicas são a totalidade de decisões, ações, metas e planos que os governos
traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público; são as relações entre
serviço público e sociedade. A Gestão atual (2013 a 2016) de Limeira, um município com
276.022 habitantes e situado a 150 km de São Paulo, consolida sua política pública
fundamentada em um Plano de Metas, ou seja, em uma Matriz Estratégica oriunda do
Programa de Governo validado nas urnas pela sociedade e formalizado no Plano Plurianual
PPA organizando as ações em 7 programas calcados em 4 bases: gestão ética, democrática e
eficiente; transparência e controle social; qualidade de vida e participação popular e cidadã.
Cada ação tem uma meta planejada no PPA, as quais se integram à estrutura orçamentária
pública que orienta a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), executada na Lei Orçamentária
Anual (LOA) e acompanhadas por indicadores pré-definidos. Este trabalho tem como objetivo
analisar a plataforma do Programa Cidades Sustentáveis (PCS) como subsídio para a
construção de Programas de Governo e Plano de Metas de Gestão. Em Limeira, o Programa
de Governo da Coligação “Um Novo Tempo para Limeira” já havia concluído a formalização
do mesmo quando do conhecimento do PCS, entretanto como eles estavam muito alinhados a
carta de compromisso foi assinada pelo então candidato a Prefeito em agosto de 2012, em
plena campanha eleitoral. O objetivo da Gestão 2013 a 2016 é instaurar uma administração
pública baseada em resultados e focada na sociedade. No Plano de Gestão foram definidas
100 metas, anualmente acompanhadas por meio de 233 indicadores definidos pelo grupo
gestor (80), nas assembleias do Orçamento Participativo (OP) (48), no programa Objetivo do
Desenvolvimento de Milênio (ODM) (15) e principalmente no PCS (90). Esses indicadores
alinhados às políticas públicas favorecem a gestão das necessidades dos cidadãos, pois traçam
um diagnóstico local e permitem o estabelecimento de metas anuais factíveis para os quatro
anos de mandato, consolidando ainda um observatório da e para administração pública e
sociedade civil de forma a influenciar os próximos governantes a darem continuidade às ações
relevantes para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, validados pela população
de Limeira.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 31
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
É notório que o mundo vem passando por diversas crises de caráter natural, muitas delas
causadas ou acentuadas pelo homem, haja vista as diversas reportagens que circula nas
mídias. Muitos são os trabalhos propondo uma revolução no sistema vigente. Em certos casos
chegam a sugerir uma “reprimarização” do sistema comercial, onde os homens praticamente
voltariam a ser como nas culturas indígenas, plantando o que consomem e trocando o
excedente. Meu objetivo com este trabalho não é de defender essa ideia de “reprimarização”,
muito menos tentar propor algo novo. Para mim, fica claro que o homem alcançou um nível
tecnológico no qual jamais pensará em abrir mão. Todos os dias surgem novas tecnologias e
os homens ficam fascinados com isso. O homem sempre tentou ir atrás de novas respostas e
novos equipamentos, querer deixar para trás todo esse conhecimento adquirido seria abrir
mão do dom que a natureza nos deu, que é a nossa inteligência, nossa capacidade de
raciocinar e criar novas coisas. O que não parece ser muito viável é continuar deixando por
conta dos “homens de negócio” decidir o que deve ser apresentado de modernidade para a
sociedade. Deixando correr desta forma, estes homens irão investir apenas nas tecnologias
que lhes proporcionam lucros extraordinários, e não nas tecnologias que ofereçam melhor
condição de vida para a população. Pensando assim, caberia ao governo, instituição com
poder de regulação das demais instituições, direcionar os investimentos e as pesquisas para
tecnologias mais eficientes, mais sustentáveis e que possam assegurar uma melhor qualidade
de vida para todos, não apenas para um pequeno grupo. Portanto, o que pretendo com este
trabalho, é traçar uma linha evolutiva das relações do homem com a natureza, além de expor o
principal debate acerca do desenvolvimento sustentável. Por fim, irei expor uma pesquisa
sobre o que existe na atualidade em termos de incentivo dos Estados para um
desenvolvimento sustentável.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 32
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Quando o processo de urbanização ocorre sem levar em conta a necessidade de preservação
dos recursos naturais pode causar impactos negativos que se intensificam com o passar do
tempo. Tal dinâmica ocorreu no núcleo urbano composto pelos bairros Douradinho, São
Rafael e Jardim Tangará localizados em São Carlos – SP, situados na bacia do Rio
Monjolinho. A importância ambiental da região pode ser constatada por sua classificação na
Lei Municipal 13.944/06 como uma Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do
Município, que visa buscar a proteção e recuperação das áreas de manancial, e mesmo assim a
ocupação urbana gerou efeitos deletérios sobre o ambiente local. Esta dinâmica do espaço
torna impossível dissociar a comunidade do ambiente natural por conta das relações
estabelecidas, sendo preciso que qualquer ação de conservação conte com a participação da
comunidade para conciliar as necessidades locais tanto no aspecto social quanto ambiental.
Assim,este projeto tem como foco crianças de seis a doze anos que frequentam a ONG ASPE
(Associação de Amigos “São Pedro Julião Eymard”) atuante no local desde 2009, e tem como
objetivo promover a reflexão destas crianças quanto ao espaço onde se inserem e construir a
interface entre os conhecimentos científicos relativos às questões ambientais do bairro com a
visão dos mesmos, contribuindo na elaboração de soluções coletivas. Para isso, foram
realizados três encontros ao longo de uma semana de trabalho em setembro de 2013, sendo
aplicadas em cada dia oficinas e atividades que visavam à construção progressiva de um novo
conhecimento coletivo. O primeiro encontro buscou entender a percepção que os participantes
tinham de seu espaço e desenvolver reflexões relativas às questões ambientais presentes neste
espaço através de mapas mentais e exposição de imagens, sendo os principais problemas por
eles citados relativos à infraestrutura urbana e questões sociais. O segundo encontro propôs
uma discussão em grupo para apresentar o conhecimento científico de aspectos ambientais
dos bairros com destaque às interações entre o bairro e sua população com o meio ambiente,
havendo abertura para que os participantes com suas ideias para lidar com os problemas
apresentados. O terceiro encontro consistiu em uma caminhada pelo bairro através do novo
olhar trabalhado coletivamente expondo as crianças a cenários que gerassem discussões, e
compreendeu a exploração do ambiente construído e aproximação do ambiente natural,
culminando com a visita à nascente e à saída de drenagem pluvial no Córrego Douradinho, o
que levantou diversos comentários quanto aos impactos que ali existiam. Como última
atividade, foi construída uma árvore dos sonhos, em que as crianças expressaram com maior
frequência o desejo por bairros com menos resíduos e maior contato com o ambiente natural,
e comparado às percepções das crianças no primeiro encontro a preocupação ambiental se
mostrou mais evidente. Acredita-se assim que a realização do projeto pode ter contribuído
para ampliar a percepção ambiental que os participantes possuíam do seu espaço.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 33
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O respectivo trabalho acadêmico corresponde a uma reflexão sobre as relações, estruturas e
funções que determinam a relação do homem com a natureza e com o espaço urbano, com
ênfase nas águas urbanas. Foi um exercício de abordagem crítica, sobre a relação homem-rio-
cidade, a forma de apropriação dos cursos d’água e a consequência do processo de
urbanização na bacia hidrográfica do rio Água Limpa na cidade de São João Del Rei - MG.
Buscou-se pensar o rio como elemento estruturador da paisagem e a bacia hidrográfica como
unidade de planejamento. O que proporcionou o desenvolvimento de um diagnóstico urbano-
ambiental. Ou seja, um conjunto de registros vinculados à necessidade de reconhecimento da
paisagem e do fluxo das águas como processos dinâmicos, mutantes e produtos das escolhas
adotadas pela sociedade ao longo do processo de urbanização da região. Para a realização do
trabalho foi organizado uma metodologia de estudo e análise estruturada em quatro etapas sob
a visão crítica da arquitetura e do desenho urbano. A primeira etapa correspondeu-se a uma
revisão bibliográfica com objetivo de reconhecimento e introdução ao tema abordado,
utilizaram-se trabalhos publicados no âmbito acadêmico nacional e a seleção de estudos de
casos projetuais em escala nacional e internacional de escritórios de arquitetura relevantes na
contemporaneidade. A segunda etapa correspondeu-se a realização de visitas a campo:
primeiramente percorreu-se o entorno da bacia para uma visão geral e posteriormente com a
intenção de um melhor entendimento do território a área foi dívida em setores no qual se
visitou cada setor. Dentre as outras etapas foi a que mais necessitou tempo para realização,
pois devido à dimensão do território percorreu-se toda a área minuciosamente. Nas visitas a
campo foram realizados anotações em mapas além de registros fotográficos e croquis
esquemáticos, criou-se um grande banco de dados visuais e muitas anotações instantâneas. A
terceira etapa correspondeu a um processo híbrido entre políticas públicas, tratamento de
dados e propostas de intervenção no espaço em que se buscou sintetizar as etapas anteriores
em um único registro por meio de discussões e tratamento de dados. E por último a quarta
etapa correspondeu-se a apresentação final do diagnóstico realizado pelo aluno após revisão
com a orientadora em forma de um conjunto de mapas sobre água, esgoto, uso e ocupação do
solo, e uma previsão de cenário futuro para a bacia assim como uma tabela de diretrizes e
propostas projetuais com base no Estatuto da cidade, um caderno de subsídio e uma tabela de
eficiência das propostas. O material final foi apresentado a outros alunos do curso de
Arquitetura e Urbanismo da UFSJ e disponibilizado para trabalhos futuros visto que a área
apresenta considerável influência na dinâmica urbana de São João Del Rei - MG. Por fim
percebeu-se a importância de reavaliar a atual condição de como são tratadas as bacias
hidrográficas no território nacional sob o ponto de vista do planejamento urbano participativo:
uma ação integrada entre a academia, comunidade e poder público a favor da qualidade
ambiental e bem estar social.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 34
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Discussões acerca da temática socioambiental, que envolve a exploração dos recursos naturais
(água, ar, solo e flora), bem como crescimento econômico e desenvolvimento social, ganham
cada vez mais destaque nos meios de comunicação, além do acadêmico e científico,
avançando para o cotidiano escolar, chamando a atenção para a necessidade de formar
cidadãos conscientes, críticos e ativos que busquem novos modelos de produção e consumo
que tenham por base a sustentabilidade. Assim, o meio escolar é a condição base para o
surgimento de novas ideias e torna-se fundamental abordar a temática em foco, especialmente
através da elaboração da Agenda 21 Local. Para o desenvolvimento desse projeto foram
estabelecidos como objetivos: 1) contribuir para a efetivação do processo de ensino
aprendizagem; 2) colaborar para o desenvolvimento da leitura e escrita entre os educandos; 3)
favorecer a interdisciplinaridade no ambiente escolar de modo a tornar a aprendizagem
significativa para alunos e professores. Para o cumprimento dos objetivos determina-se como
etapas: 1) apresentação e debate de conceitos relacionados ao tema (meio ambiente; recursos
naturais; produção; consumo; crescimento econômico; desenvolvimento social entre outros);
2) levantamento das problemáticas socioambientais na Unidade Escolar a partir da
identificação dos próprios alunos; 3) elaboração de um plano de ação voltado a minimização
das problemáticas identificadas pelos educandos; 4) construção Agenda 21 Local na Unidade
Escolar investigada. Pretende-se, com essa proposta, além de favorecer o processo de ensino
aprendizagem e fortalecer a interdisciplinaridade, desenvolver nos educandos a consciência, a
prática responsável e o compromisso com a temática socioambiental, levando-os a agir como
multiplicadores do aprendizado em suas casas e, por consequência, no bairro, contribuindo
assim para a sustentabilidade socioambiental local.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 35
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Rio Tietê possui grande importância história e econômica: foi utilizado pelos Bandeirantes
para conquistas territoriais; teve forte influência para expansão do cultivo do café; e foi um
fator decisivo para a industrialização de São Paulo. No entanto, sua importância histórica vai
além de questões econômicas, também possui um significado lendário, espiritual e poético. O
Rio Tietê representava o espírito da capital dos paulistas; nele, eram praticadas a natação e a
pesca, à suas margens foram criados diversos clubes, além de serem realizados piqueniques,
partidas de futebol e serenata, que reuniam centenas de pessoas nos finais de semana.
Atualmente, suas avenidas marginais e elevado nível de poluição não permitem que uma
relação próxima entre os homens e o rio exista. A restauração de um rio implica, além de
conceitos técnicos, políticos e econômicos, questões socioculturais, que buscam a recuperação
da relação homem-rio. Ao longo dos anos diversos projetos foram criados, alguns foram
executados completamente, outros de forma parcial e ainda houve aqueles que foram
ignorados. Dos projetos implementados, a maioria não atingiu seus objetivos ou, além de não
alcança-los, resultaram no desencadeamento de outros problemas. O estudo de projetos
concluídos com sucesso, como no caso dos rios Tâmisa (Londres) e Reno (Suiça) possibilitam
que as técnicas utilizadas possam ser adaptadas para diferentes rios. O presente projeto, em
andamento, visa analisar os projetos implementados no Rio Tietê, buscando identificar as
dificuldades e o que inviabilizou o sucesso dos mesmos, procurando, em projetos de
recuperação de rios que cumpriram seus objetivos, alternativas e opções eficientes e viáveis
para o caso específico do Tietê.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 36
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Nos últimos anos, e no mundo todo, muitas aglomerações urbanas vêm empreendendo
esforços para concretizar e proporcionar melhores cidades para as pessoas. Inúmeros projetos
inspiradores e estratégias urbanas apontam em novas direções, após anos de negligência e do
vertiginoso aumento e favorecimento do tráfego de veículos individuais. Uma das referências,
com reconhecido destaque internacional, na condução de projetos mais sustentáveis para
cidades é o urbanista dinamarquês Jan Gehl, cuja carreira foi construída com base nos
princípios de reorientação do planejamento urbano em favor da dimensão humana, da
valorização dos espaços públicos e da mobilidade sustentável. Gehl não apenas estabelece as
diretrizes, como também apresenta metodologias para analisar o que seria um bom espaço
público, por meio da investigação das relações entre a configuração do espaço urbano e o
comportamento social. O referido trabalho, em andamento, tem como objetivo compreender e
analisar os conceitos e os métodos de planejamento ambiental urbano, realizados por Jan
Gehl, visando apontar referências e diretrizes projetuaisao contexto brasileiro. A metodologia
fundamenta-se em revisão bibliográfica e documental, assim como análise de estudos
urbanísticos feitos pelo urbanistaem cidades europeias. Cinco princípios gerais de
planejamento são apontados pelo urbanista como um pré-requisito crucial para o trabalho com
a dimensão humana: 1. reunir (distribuir as funções da cidade para garantir menores distâncias
entre elas); 2. integrar (agregar as várias funções da cidade para garantir riqueza de
experiências e segurança); 3. convidar (projetar o espaço urbano de modo a torná-lo
convidativo ao pedestre e ao ciclista); 4. abrir para (proporcionar espaços de transição entre a
cidade e os edifícios); 5. aumentar (reforçar os convites para permanências mais longas nos
espaços públicos). Além desses princípios, quatro objetivos-chave são ressaltados: a visão de
cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis, tornando-se um desejo universal e urgente.
Com base nestes conceitos,são indicados doze critérios de qualidade com respeito à paisagem
do pedestre, sendo: proteção contra o tráfego, violência e experiências sensoriais
desconfortáveis; oportunidades para caminhar, permanecer em pé, sentar-se, ver, ouvir,
conversar, brincar e praticar atividades físicas; experiências sensoriais positivas e
oportunidades de aproveitar os aspectos positivos do clima; respeito à paisagem do pedestre,
ou seja, a cidade ao nível do olhos, edifícios e espaços projetados de acordo com a escala
humana. Para que estes critérios sejam incorporados por planejadores, é necessário reavaliar
as inúmeras ideias voltadas ao aumento da capacidade do tráfego nas cidades ao longo dos
anos e reordenar prioridades.O trabalho procura, portanto, apontar novas referências
projetuais e urbanísticas para as cidades e a disseminação desses conceitos, podendo ser um
caminho profícuo para o aperfeiçoamento do planejamento urbano brasileiro com bases mais
sustentáveis.
Instituição financiadora: CNPq.
Palavras-chave: Planejamento ambiental urbano; Cidades sustentáveis; Jan Gehl.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 37
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
(1) Universidade Federal de São Carlos / Departamento de Ciências Ambientais (DCAm-UFSCar) / Curso de
Bacharelado em Gestão e Análise Ambiental – [email protected]
(2) Universidade de São Paulo - Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP)/Curso de Arquitetura e
Urbanismo – [email protected]
RESUMO
Os processos de urbanização dos municípios brasileiros, na grande maioria dos casos,
condicionaram modelos de ocupação que pouco consideraram os elementos da paisagem
existente. Ancorados por posturas políticas muitas vezes condizentes aos interesses privados,
em detrimento das funções sociais da cidade, esses processos trouxeram consequências que
refletem em boa parte dos problemas socioambientais atuais. Um dos papeis fundamentais da
universidade pública é promover a inserção do ensino, da pesquisa e da extensão no esforço
de compreensão e busca de soluções para problemas nacionais, regionais e locais da realidade
brasileira, intensificando a formação de parcerias com a sociedade e entre os diferentes
setores. A proposta da criação da disciplina de cultura e extensão: “Urbanização na bacia do
Córrego Santa Maria do Leme: Diretrizes e Cenários Ambientais”, promovida por docentes
do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP) e do Departamento de Ciências
Ambientais (DCAm-UFSCar), teve como objetivos relacionar questões teóricas e práticas de
projeto ambiental urbano e propor um exercício de leitura, proposição e elaboração de
cenários de ocupação em uma realidade concreta. O objeto de estudo escolhido foi a bacia
hidrográfica do Córrego Santa Maria do Leme, localizada na cidade de São Carlos-SP. Trata-
se de uma região de estratégica localização em relação à mancha urbana pré-existente, que
converge demandas da sociedade civil organizada pelo uso público, coletivo e pela
preservação ambiental e, por outro lado, interesses do mercado imobiliário. Os participantes
representaram atores de diferentes segmentos da sociedade atuantes nos processos de
urbanização pautados em questões ambientais e da paisagem. Como método, inicialmente,
procurou-se promover atividades de leitura e percepção ambiental do território e uma reflexão
acerca dos possíveis processos de urbanização para o lugar, a partir da troca de experiências e
da ampliação do repertório coletivo. O processo de leitura foi permeado por discussões sobre
dinâmicas, políticas e instrumentos urbanos; cidade, ambiente e desenvolvimento; forma
urbana e representação. O exercício projetual foi construído a partir de três eixos integrados:
mobilidade e morfologia, espaços livres, áreas institucionais e infraestrutura verde; densidade
e tipologias. Como resultado final elaborou-se, coletivamente, uma proposta de cenário
ambiental para a área, tendo em vista a indicação de um modelo de ocupação mais sustentável
do território. Acriação desta prática de extensão universitária colaborou, portanto, com a
gestão ambiental urbana local e com a ampliação de uma cultura associada à essas questões.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 38
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Com o aumento da população mundial e o crescimento da indústria, ocorreu um aumento da
produção de resíduos na sociedade. Devido a grande quantidade de lixo produzido, reciclar se
torna uma atividade cada vez mais importante para a manutenção da qualidade de vida, para a
saúde publica e atividade econômica da sociedade. No Brasil a cooperativa de catadores de
materiais recicláveis é de grande importância, pois as pessoas se unem, voluntariamente, para
satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma
empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida. O presente trabalho tem por
objetivo averiguar o comportamento dos moradores do bairro Eldorado, em relação ao destino
dos resíduos sólidos recicláveis produzidos nas residências e se eles ajudariam doando seus
recicláveis a uma cooperativa de catadores. Este diagnóstico está inserido em um projeto
maior que visa entender o comportamento da população do bairro Eldorado próximo à
FATEC Rio Preto, bem como o comportamento do aluno da FATEC de forma a fazer uma
proposta de coleta e destinação correta do lixo reciclável, educação ambiental e para saúde
(pois o lixo reciclável representa o principal tipo de criadouro da dengue) e possibilidade de
parceria com uma cooperativa de catadores. Para coleta dos dados, foram realizadas
entrevistas junto aos moradores do bairro Eldorado, nas proximidades da Faculdade de
Tecnologia de São José do Rio Preto. A entrevista foi baseada em um roteiro com 16
perguntas, sendo 10 fechadas e 6 abertas. Para amostragem das residências, foi escolhida 1
casa a cada 5 casas em cada quarteirão e a quantidade total de entrevistados foi 106
moradores. Foi observado que, de maneira geral, os moradores do bairro Eldorado separam o
lixo reciclável do lixo comum, principalmente latas de alumínio e garrafas PET. O lixo é
armazenado no quintal da casa e colocado na calçada para destinação. No entanto, os
moradores não sabem identificar quem ou qual empresa/instituição está coletando o material
reciclável. Na entrevista, a maioria das pessoas diz esta disposta a colaborar com um sistema
de coleta de recicláveis mais organizado, desde que isto não lhes de trabalho a mais do que já
estão acostumadas, ou seja, não se sentem responsáveis com os resíduos que geram. Estes
resultados sugerem que existe a possibilidade de organização da coleta seletiva, mas ações
que mudem a rotina das pessoas (como levar o lixo até um ponto de coleta longe de suas
casas) podem não ter o sucesso esperado.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 39
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Os diferentes processos e dinâmicas do meio urbano moderno implicam frequentemente a
geração de diversos tipos e quantidades de resíduos sólidos. Segundo as definições adotadas
quando da instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, tem-se, além dos resíduos
domiciliares e de limpeza urbana – que juntos são denominados resíduos sólidos urbanos – a
geração de resíduos da construção civil e de serviços de saúde, entre outros. Outro aspecto do
meio urbano – ou mais especificamente, urbanizado – é a ampla impermeabilização do solo,
pela pavimentação e calçamento de ruas, avenidas e outros espaços públicos, o que causa o
aumento da parcela de precipitações que escoa sobre o solo. Este quadro, somado à disposição
inadequada de resíduos sólidos, contribui para agravar e ampliar os efeitos de inundações e
alagamentos, uma vez que resíduos de diversas características, ao serem lançados em espaços
públicos, são carreados para os sistemas de drenagem urbana, onde causam obstruções e
entupimentos de bueiros, bocas de lobo e tubulações. Outro tipo de impacto potencial resulta
da composição dos resíduos sólidos; as frações orgânicas e portanto degradáveis desses
resíduos podem contribuir para degradar a qualidade da água do corpo receptor, pelo consumo
do oxigênio dissolvido. Dado esse contexto, o presente trabalho procura destacar que um
aspecto fundamental para a gestão sustentável da drenagem urbana é que ela deve ocorrer de
forma integrada à gestão de resíduos sólidos. Desse modo, é preciso primeiramente avaliar e
caracterizar o fluxo de resíduos que eventualmente atinge sistemas de drenagem, para então
avaliar alternativas adequadas de gestão e gerenciamento. Para tanto, foi realizada revisão
bibliográfica acerca dos efeitos da urbanização, em especial da geração e disposição
inadequada de resíduos sólidos, sobre os sistemas de drenagem. A seguir, estudos de caso
realizados em meio urbano envolveram a definição de sistemas de captura e coleta dos
resíduos em sistemas de drenagem; a posterior caracterização gravimétrica das amostras
apontou a considerável presença de matéria orgânica dentre as massas de resíduos coletados.
Observaram-se, também quantidades significativas de outros tipos de materiais e objetos
descritos na literatura como plásticos e bitucas de cigarro. Uma vez caracterizados os
resíduos, o trabalho finaliza apontando que também nestes casos, deve-se atender
efetivamente atender ao disposto na Lei 12305/10, avaliando e adotando alternativas de
gestão destes resíduos, privilegiando-se a não geração, considerando-se alternativas como a
reciclagem e compostagem de tais resíduos e tendo-se, na pior das hipóteses, a disposição
ambientalmente adequada apenas dos rejeitos, isto é, dos resíduos ainda não passíveis de
aproveitamento.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 40
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Com o crescimento demográfico e a expansão das atividades agropecuárias no mundo
destacam-se como causas da degradação do meio ambiente o aumento no consumo de
insumos, matéria prima e ao uso desordenado dos recursos naturais. Os sistemas produtivos
causam um grande impacto, por um lado positivo na produção de alimentos e matérias primas
para diversos fins, por outro lado, negativo, causando sérios danos ambientais. O principal
objetivo deste projeto foi avaliar o efeito do sistema produtivo da cana-de-açúcar na qualidade
da água em uma Microbacia Hidrográfica e as diferenças que ocorrem quando as microbacias
M1, M2, M3 e M7 estão envoltas por área de mata nativa (APP), provenientes de Mata
Atlântica e quando estas não estão envoltas M4, M5, M6 e os pontos de foz: FOZ 1, FOZ 2,
FOZ 3 E FOZ 4. Para tanto, foram avaliados parâmetros físico-químicos (Condutividade
elétrica, pH e Nitrogênio Total) da rede de drenagem e analisado a condução do sistema
produtivo de cana-de-açúcar durante todo o período de coleta de dados. Foram selecionadas
quatro microbacias hidrográficas de 1ª ordem com nascentes protegidas por áreas de mata
nativa, envoltas por atividades antrópicas (agrícola), predominando o cultivo de cana-de-
açúcar, e três microbacias hidrográficas de 1ª ordem com nascentes sem proteção por mata
nativa, todos os pontos são envoltos pelo sistema produtivo de cana-de-açúcar. As amostras
da água coletada foram devidamente realizadas através dos parâmetros que indicam sua
qualidade, seguindo a metodologia específica. A Condutividade elétrica foi determinada no
laboratório através do analisador de água portátil, microprocessador digital, marca HACH, o
pH foi medido no próprio local das coletas através da leitura direta em um multisensor, marca
HANNA INSTRUMENTS, modelo H198129 e para o Nitrogênio Total, foi feita as análises
através do Método de Digestão – Brucina, adaptada do Standard Methods (2005). Os
resultados analisados indicam que os valores de condutividade elétrica, pH e Nitrogênio
Total, das amostras de água apresentaram-se diferentes entre as áreas estudadas, ocorrendo
valores elevados principalmente nas microbacia das quais não estão envoltas por mata nativa
(APP). Concluindo desta forma que o uso antrópico do solo com o cultivo intensivo da cultura
de cana-de-açúcar no entorno da nascente influência diretamente a qualidade da água em uma
Microbacia Hidrográfica.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 41
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
De acordo com a historiografia, o Vale do Jequitinhonha começou a ser ocupado no inicio do
século XVIII, devido a mineração de ouro e diamantes, que foi introduzida na região com
base no uso da mão de obra escrava de origem africana. Atualmente, com uma economia
eminentemente extrativista (garimpo), que não se ocupa de todas as fases de produção e
transformação da matéria-prima, a população Diamantinense enfrenta problemas de
sobrevivência que se agrava com o esgotamento dos recursos. O presente projeto tem por
objetivo apoiar a formação e o desenvolvimento de grupos populares voltados à geração de
trabalho e renda, em consonância com os princípios da Economia Solidária, do
Cooperativismo e Associativismo no Vale do Jequitinhonha. O projeto tem como etapas
metodológicas: obtenção de apoio local, diagnóstico das organizações, sensibilização e
mobilização dos grupos e organizações e capacitação em associativismo e cooperativismo.
Seu pressuposto principal é a capacitação ativa dos sujeitos para gestão dos empreendimentos
sociais pautando-se pela lógica do desenvolvimento sustentável. Neste aspecto, o projeto
toma a realidade como ponto de partida da construção do conhecimento, pois se trata de uma
capacitação que aproveita o lado lúdico e a experiência que os sujeitos têm para a
aprendizagem e, portanto, para transformação social. Na primeira fase do projeto foi possível
obter apoio local concretizado pela assunção das parcerias com a COOPERGADI –
Cooperativa Regional Garimpeira de Diamantina e Associação a Família Garimpeira. Em
visitas do bolsista do projeto e voluntários, constatou-se que devido a pouca visibilidade do
pequeno garimpeiro pela sociedade a participação do poder publico praticamente inexiste,
pois as estradas estão em péssimas condições, nenhum apoio a saúde, nenhuma infraestrutura
de lazer, tampouco de educação e transporte. Sendo assim, justifica-se o projeto apoiar as
duas organizações com o fornecimento de assessoria técnica, organizacional e social nas áreas
de educação cooperativista, mobilização/organização comunitária e gestão social.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 42
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A germinação pode ser definida como um conjunto de processos fisiológicos no embrião, que
se inicia na embebição e culmina na protrusão da radícula dos envoltórios da semente.
Entender esse processo é fundamental para produção de mudas, utilizadas no reflorestamento
de áreas degradadas. Para o processo de germinação são necessários alguns fatores externos,
como luz, água e oxigênio. Algumas espécies adotam uma estratégia de sobrevivência para
superar condições ambientais adversas, nesse caso a germinação não acontece mesmo quando
as sementes são viáveis e o ambiente apresenta condições externas favoráveis, assim essas
sementes são consideradas dormentes. Sementes que sofrem dormência germinam apenas
quando esse processo é interrompido, isto só ocorre quando as condições forem favoráveis
para a sobrevivência da espécie. Estudos demonstram que o ultrassom pode aumentar a taxa
de germinação e de crescimento, levando em consideração a dosagem aplicada, uma dose
excessiva pode causar danos graves na semente, impedindo a germinação. Esses resultados
desperta grande interesse no mundo agrícola, mas esse método tem sido eficaz quando as
sementes encontram-se em meio líquido, o tratamento facilita a absorção de água pelas
sementes. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do ultrassom de baixa
frequência sobre a germinação de pau-cigarra (Senna multijuga), espécie utilizada no
reflorestamento de áreas degradadas. O experimento avaliou diferentes tempos de imersão (2
e 8 min) em água, colocadas para germinar em substrato composto por húmus e terra vegetal
na proporção 1:1. Após os tratamentos com o ultrassom foi analisado o índice de velocidade
de germinação (IVG). A emergência das plântulas iniciou 9 dias após a semeadura, com
sementes que permaneceram por 2 minutos imersas em água no ultrassom, essas sementes
atingiram o IVG de 0,825. Já as sementes que permaneceram por 8 minutos no ultrassom
apresentaram seu IVG de 0,424. Sementes que não sofreram o tratamento (controle) chegaram
a atingir o IVG de 0,162. A partir desses resultados é possível concluir que o ultrassom é um
tratamento eficiente para quebra da dormência de espécies de pau-cigarra, principalmente
quando o tratamento é por curto tempo, nesse caso 2 minutos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 43
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Brasil é um país que apresenta alta incidência solar, devido à sua localização o clima quente
tem predominância em quase toda extensão do país. No verão, quando a luz solar incide
diretamente a face da terra, há ocorrências de altas temperaturas e são necessárias maneiras de
minimizar o calor excessivo para o alcance do conforto térmico, consequente ocorre na maior
parte das vezes o aumento no consumo de energia para o uso, por exemplo, de ar
condicionado e ventiladores. A arquitetura pode ser uma alternativa de conquistar o conforto
térmico, pois, existe um dispositivo inventado pelo arquiteto francês Le Corbusier, o Brise
Soleil, traduzido para o português como quebra sol. Este dispositivo é utilizado para o
controle da incidência solar direta aos interiores das edificações, atuando da seguinte forma: a
radiação solar é dividida em duas – direta e difusa – e são emitidas em ondas curtas e longas.
As ondas curtas ultrapassam os materiais translúcidos adentrando ao interior do ambiente e se
transformando em ondas longas, e as ondas longas, ao contrário das ondas curtas, não contem
o mesmo potencial de ultrapassagem e ficam represadas dentro do ambiente causando
aquecimento. A instalação do Brise ocorre no exterior do ambiente, protegendo e bloqueando
a entrada das ondas curtas, passando a não acontecer o aquecimento no interior do ambiente
pelas ondas longas represadas. Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa em
referências bibliográficas. Obteve-se que o Brise consegue ter redução de temperatura em um
ambiente interno de até 4,14°C e que o ar condicionado com potencial de 12.000 BTUh e 6,45
kW consome por volta de 15,48 kWh para a redução de 4°C. O valor no Brasil do kWh é de
R$ 0,56, um ar condicionado com as características citadas acima gasta-se para a redução de
4°C em torno de R$ 8,67, observa-se que durante um mês considerando apenas os dias úteis
que são em média 22 dias e as horas do dia aos quais os ambientes estão em atividades que
geralmente são 8 horas, o gasto financeiro mensal do uso do ar condicionado é de R$ 190,70,
que com o uso do Brise esse gasto pode vir a ser minimizado ou extinto. Destaca-se a
importância de buscar meios alternativos em que se alcance a sustentabilidade, demonstrando
o Brise como uma medida eficiente.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 44
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Um dos grandes problemas envolvendo resíduos da universidade são os resíduos gerados nos
laboratórios que possuem compostos tóxicos. Dentre eles está o resíduo gerado no laboratório
de Anatomia, uma solução contendo aproximadamente 10% de formol. Estima-se um descarte
de resíduo em torno de 100 litros por semestre. O objetivo da pesquisa foi avaliar a
degradação de resíduos contendo formol através de processos oxidativos avançados,
especificamente o processo foto-fenton. A primeira etapa da pesquisa consistiu em avaliar a
degradação do formol comercial (35%), variando três parâmetros: Concentração de formol
(X1); Concentração de peróxido de hidrogênio residual (X2) e Concentração de ferro residual
(X3). O processo de degradação do resíduo foi realizado em um foto-reator operado em
batelada. Após duas horas a reação foi interrompida com solução inibidora (KI, Na2SO3,
NaOH 0,1M) para a análise dos parâmetros resposta. As variáveis-resposta analisadas (Y)
foram obtidas utilizando as seguintes metodologias: Y1: Degradação do formol (%), obtida
determinando-se as concentrações de formol inicial e final (mg/L), utilizando o método
espectrofotométrico de absorção molecular de acetilacetona, baseado na reação de Hantzsch;
Y2: Concentração residual de H2O2 (%), obtida determinando-se as concentrações de H2O2
inicial e final (mg/L), utilizando o método espectrofotométrico descrito por Oliveira et
al.(2001) e Y3: Concentração residual de Fe+2 (mg/L), obtida determinando-se a concentração
de Fe+2 utilizando o método espectrofotométrico 1,10 fenantrolina. Diante dos resultados
obtidos concluiu-se que a degradação do resíduo contendo formol pelo processo foto-Fenton
foi satisfatória, chegando a uma degradação de formol 99% em alguns casos. Porém, mesmo
com alta degradação alguns experimentos apresentaram alta porcentagem de Ferro residual,
não podendo, de esta forma ser descartados ou apresentaram alta porcentagem de H2O2 que
não reagiu.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 45
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Nos últimos anos o termo ciência cidadã tem sido amplamente utilizado para designar o
envolvimento de voluntários em investigações científicas. Ao promover a participação de
cidadãos em pesquisas científicas, a ciência cidadã contribui para aumentar a escala de
estudos ambientais com o benefício de promover a consciência ambiental nas pessoas
envolvidas. É a partir do conceito de ciência cidadã que surge o monitoramento ambiental
baseado na comunidade (MBC), do termo inglês community-based environmental monitoring,
que se desenvolve graças à participação de qualquer cidadão interessado em acompanhar as
condições ambientais de uma bacia hidrográfica e examinar o grau de degradação de algum
componente ambiental, como um rio ou um fragmento de vegetação nativa. No Brasil, o
“Adote um Rio” é um projeto de MBC financiado pelo banco HSBC, sob o Programa HSBC
pela Água, e apoiado por uma ONG internacional, o Instituto Earthwatch. Entre 2013 e 2016,
a meta é formar mais de 700 voluntários, funcionários do banco, aptos a monitorar a
qualidade da água de rios/córregos de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. Atualmente, mais
de 180 funcionários colaboram com o projeto. Eles passam por treinamento e recebem um kit
que emprega métodos simples (visuais) para determinação in situ de turbidez, pH, nitrato,
amônia e fosfato, variáveis escolhidas por indicarem impactos oriundos das atividades
antrópicas sobre a qualidade da água. Os colaboradores são responsáveis por, a cada dois
meses, empregar o kit e preencher uma ficha com indicadores de interesse (lançamento de
efluentes, velocidade e coloração da água, tipos de uso do manancial, entre outros) e, a cada
quatro meses, recolher amostras de água, sendo estas encaminhadas para o Laboratório
BIOTACE (EESC/USP) para análise quantitativa e qualitativa do fitoplâncton (algas e
cianobactérias), um eficiente bioindicador da qualidade da água. Os resultados são
transferidos a uma base de dados online, na qual ficam acessíveis a qualquer interessado.
Como o monitoramento se concentra nos sistemas aquáticos que atravessam as cidades, o
primeiro resultado esperado é o aumento da percepção das pessoas em relação aos
rios/córregos urbanos, frequentemente vistos como irremediáveis e para os quais as únicas
soluções seriam a canalização ou a retificação. Assim, ao incluírem em seu dia-a-dia o
compromisso de monitorá-los, os cidadãos podem contribuir para que tais corpos hídricos
possam se integrar à paisagem urbana, de modo a resgatar alguns serviços ecossistêmicos por
eles desempenhados. Com as informações em mãos, deve-se obter um diagnóstico abrangente
sobre a qualidade da água dos corpos d’água das três cidades, identificar os pontos mais
críticos e subsidiar ações em prol de sua recuperação.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 46
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Conceitos relacionados à sustentabilidade são alvos de grande destaque atualmente, contudo
são pouco desenvolvidos se forem observadas suas grandes potencialidades. Procurar facilitar
o desenvolvimento sustentável na construção civil deveria ser uma meta a ser alcançada
gradualmente através de pequenas alterações localizadas que tenderiam a aumentar conforme
o tempo. Este trabalho é focado em estudar as possibilidades de implementação de uma
maior eficiência energética e ambiental em habitações, com o objetivo de contribuir para a
difusão de tecnologias sustentáveis. Neste contexto, foi realizada uma revisão da literatura
sobre conceitos relacionados à sustentabilidade seguido de um levantamento e análises das
tecnologias e alternativas que minimizem o consumo energético que poderiam ser
implantadas em uma residência unifamiliar. Através de uma avaliação observando os custos, a
viabilidade econômica e os benefícios ambientais, econômicos e sociais que as tecnologias
selecionadas proporcionam foi possível verificar que o uso de iluminação e ventilação natural
são essenciais para uma residência, de forma que, não exigem custos adicionais se na fase de
planejamento se observar: a latitude; ciclos diários e sazonais; e quantidade, local e tamanho
das aberturas (janelas). Outra opção é a aplicação de aquecedores solares de água, que além
de poderem ser feitos com materiais de baixo custo, possuem um rápido retorno sobre o
investimento, salvo na conta de energia elétrica. Concluiu-se também que as tecnologias,
telhados verdes e sistemas fotovoltaicos, ainda possuem custos elevados para a maioria das
famílias brasileiras e precisam de incentivos do governo para reduzir o seu preço e conseguir
viabilizar sua implantação. A partir deste projeto foi possível observar que existe a
possibilidade de uma maior difusão das construções sustentáveis no Brasil, contudo, mais
estudos na área devem ser realizados, buscando não só expandir a pesquisa, mas também se
inserir na prática, as tecnologias e alternativas de energia. Como forma de sugestão para
trabalhos futuros, poderia ser realizado o aprofundamento da questão energética não só nas
residências, mas também em outros setores utilizados pela sociedade, como as escolas e
edifícios comerciais, proporcionando para a população um ambiente construído mais
sustentável.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 47
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O diagnóstico ambiental é uma das etapas mais importantes no processo de planejamento
ambiental, pois permite identificar as relações entre as ações antrópicas e
desenvolvimentistas, as quais o ambiente vem sendo intensamente submetido. Neste contexto,
torna-se possível elaborar estratégias mais adequadas para a gestão dos aspectos ambientais
identificados. Este trabalho teve como objetivo caracterizar e analisar o saneamento básico no
abairramento Santa Rosa, a fim de subsidiar futuros estudos e ações realizados no local. A
área de estudo localiza-se no município de Guarujá (SP), entre as coordenadas 46°16'7,0" e
46°17'44,7" de longitude Oeste, e 23°59'29,2” e 24°0'25,5" de latitude Sul, representando 2%
da área do município. Ela engloba tanto a Macrozona Urbana, quanto a de Proteção
Ambiental, definidas pelo Plano Diretor de 2007. A população residente no abairramento, em
2010, era, aproximadamente, 22.600 habitantes, cerca de 8% da população total. Foram
utilizados dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE referentes ao saneamento básico, que
foram trabalhados, ao nível de setor censitário, no software ArcGIS. Os aspectos analisados
foram: densidade demográfica; domicílios com serviço de abastecimento de água adequada;
domicílios com serviço de esgoto adequado; domicílios com serviço adequado de coleta de
lixo; e rendimento médio dos chefes de domicílio em salários mínimos (R$510,00). A partir
da análise dos dados, identificou-se que: 99,23% dos domicílios do abairramento são
atendidos por serviços adequados de abastecimento de água; 82,26% são atendidos por
serviços adequados de esgotamento sanitário; 99,81% são atendidos por serviços adequados
de coleta de lixo; o rendimento médio dos chefes de domicílio é de 2,75 salários mínimos; e a
densidade demográfica é de 7.753,58 habitantes/km². Com base na análise das informações,
chega-se à conclusão de que os índices de cobertura do abastecimento de água e de coleta de
lixo no abairramento são superiores aos estaduais (94,97 e 98,13%, respectivamente). Em
contrapartida, a cobertura do esgotamento sanitário é inferior ao estadual (86,66%), indicando
que são necessários investimentos para ampliar a cobertura desse serviço na área, assim como
os demais, de forma a promover sua universalização entre os usuários. Deve-se destacar a
importância de se elaborar medidas e estratégias que busquem promover a universalização
dos serviços no Plano Municipal de Saneamento Básico, ferramenta que busca promover a
melhoria da saúde ambiental e da qualidade de vida.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 48
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Atualmente, a questão ambiental é um dos elementos mais relevantes no mundo
contemporâneo. Neste contexto, uma empresa, de qualquer segmento, quando opta pela
internacionalização (exportação de seus produtos) deve analisar o porquê da escolha para
melhor aproveitar as vantagens do Comércio Exterior e para que consiga manter-se
estabilizada no mercado doméstico e no internacional. Para isso, são necessários certos
parâmetros que, desde a década de 1960, passaram a incluir a variável ambiental de forma
central, onde não só as empresas, mas todos que fazem parte do Sistema Econômico
Internacional, devem se atentar para as questões ambientais, ao passo que os recursos naturais
disponíveis no passado – tidos como infinitos – hoje são visivelmente escassos. Ademais, Por
muito tempo as empresas foram consideradas as principais responsáveis pelos danos causados
ao meio ambiente, tendo influência direta nos problemas ambientais até hoje vistos. Porém,
atualmente são elas as mais empenhadas a mudar este quadro, mesmo ainda havendo outros
desafios a serem superados. No Brasil, a maioria dos recursos naturais exportados vem da
Floresta Amazônica, cuja maior parte está situada do Estado do Pará, onde, ao mesmo tempo
em que existem leis fortes de proteção ambiental, há pouca fiscalização, o que facilita a
possibilidade de burlar tais leis. Entretanto isso passa a ser uma questão de mão dupla, pois as
exigências da sociedade como um todo, hoje, prezam pela eficiência ambiental no consumo e
manuseio de produtos vindos da Floresta Amazônica. Logo, uma empresa exportadora que
pretende conseguir estabilidade no mercado, precisa inserir em sua gestão, produção e
divulgação, políticas que envolvam, de fato, a sustentabilidade ambiental. Portanto, hoje, a
lógica empresarial pensa – e se faz pensar – à luz de uma tríplice perspectiva que engloba
natureza, negócios e sociedade, pois relacionar a natureza com funções administrativas
tornou-se vantagem competitiva entre elas. As exportadoras que estão situadas na Região
Metropolitana de Belém (RMB) e que exportam Produtos Florestais Não Madeireiros
(PFNM), por exemplo, vêm desenvolvendo estratégias que mesclam disciplina no manejo de
Recursos Naturais tanto nos produtos, quanto dentro da empresa, pois o uso de recursos
ecologicamente corretos influencia diretamente nas exportações do mundo todo, inclusive na
sua permanência no mercado internacional. Assim, o presente artigo visa analisar estas
estratégicas e práticas de sustentabilidade usadas pelas empresas, bem como, verificar os
entraves que afetam o sucesso das atividades comerciais destas no mercado internacional.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 49
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Brasil, apesar de ser um dos países mais ricos em disponibilidade hídrica, não está isento
dos conflitos pelo uso dos recursos hídricos.As regiões mais adensadas do Sudeste, como a
Região Metropolitana de São Paulo, presenciam um aumento da escassez qualitativa e
quantitativa de água, acarretando conflitos pelo seu uso. Essa escassez configura, à luz das
teorias sobre políticas públicas, um grave problema público. De modo a enfrentá-lo, foi
instituída, em 1997, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).Mais do que definir
como objetivo maior o uso múltiplo e racional da água, esta política também estabelece um
conjunto de instrumentos, os quaisse implementados adequadamente possibilitam a integração
entre os diversos usos e a minimização dos conflitos existentes.Tendo em vista o papel
exercido pela PNRH para enfrentar o problema (público) da escassez hídrica, o presente
artigo teve como objetivo discutir esta política por meio de conceitos-chave na área de
políticas públicas, em especial, as três dimensões dadas a estas – institucional, processual e
material. Na dimensão institucional, foram avaliados o marco legal e a estrutura institucional
que estruturam a base da Política Nacional de Recursos Hídricos. Na processual, é dado
enfoque aos interesses e às inter-relações que se estabelecem no processo de construção e
implementação da política. E, na material, busca-se analisar a operacionalização dos
instrumentos, tais como a outorga, a cobrança pelo uso da água, o enquadramento dos corpos
hídricos conforme os usos preponderantes, etc.De modo a ilustrar esta análise, tomou-se como
caso de estudo a gestão do Sistema Cantareira. Os resultados da análise evidenciam que,
mesmo contando com uma dimensão institucional bem definida e organizada, a PNRH tem
enfrentado dificuldades em sua plena implantação, muito em função da complexidade
inerente aos seus instrumentos e também a um processo histórico de influência e ingerência
de outros interesses, evidenciados por sua dimensão processual.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 50
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O avanço da importância do conceito da sustentabilidade trouxe consigo a necessidade de
criação dos meios para sua mensuração, envolvendo indicadores, índices e instrumentos
metodológicos. Dentro deste contexto, surge a proposta desta pesquisa, que objetiva criar
subsídios para a comparação da sustentabilidade ambiental entre produtos, visando descobrir
categorias de produtos mais sustentáveis, podendo inclusive gerar informações que podem
auxiliar os consumidores a adquirirem produtos de forma consciente. Com o objetivo de
realizar a identificação, análise e proposição de aspectos e métodos para avaliação da
sustentabilidade de alguns produtos de consumo, primeiramente se realizou uma pesquisa
documental e bibliográfica a fim de selecionar pares de produtos a serem comparados. Após
essa etapa, foram utilizadas as técnicas e avaliações contidas na Avaliação do Ciclo de Vida e
no Método do Preço de Sombra, a fim de se extrair os principais aspectos que necessitam ser
considerados na avaliação da sustentabilidade destes produtos. Este estudo inicial buscou,
principalmente, promover a ampliação e o aprofundamento de metodologias e aspectos
necessários para se realizar comparação da sustentabilidade entre produtos, assim como
possibilita a sua utilização para fins de sensibilização socioambiental.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 51
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos bem implementado deve representar para a
instituição os conceitos de sustentabilidade com ações e práticas nos aspectos ambiental,
econômico e social. Do ponto de vista ambiental, identifica os riscos à saúde humana e
ambiental, associados às atividades que compõe o manejo dos resíduos sólidos, evita futura
penalizações ambientais em relação à disposição final e armazenamento inadequado e evita a
contaminação do terreno da organização. Do ponto de vista econômico, o gerenciamento
eficaz de resíduos sólidos proporciona inúmeros benefícios, uma vez que permite que os
materiais recicláveis que possuam valor comercial sejam vendidos nos mercados específicos
para cada tipo material. Assim, o resultado financeiro da operação, medido pela diferença
entre a receita gerada pela da venda dos materiais e a despesa com movimentação e
destinação dos mesmos representa uma fonte de geração de receita muitas vezes bastante
significativa para as instituições. Já do ponto de vista social, ao integrar diferentes atores no
processo de gerenciamento de resíduos sólidos, criam-se condições de gerar benefícios em
várias esferas da sociedade. Desde a geração de emprego e renda aos trabalhadores que estão
direta e indiretamente ligados as atividades de prestação de serviços ou indústria de
reciclagem, passando por empresas e cooperativas de reciclagem, por programas de educação
ambiental, por ONGs e outras organizações que promovem a ética, o desenvolvimento
sustentável e a proteção do meio ambiente, todos são beneficiados pela adoção desta medida.
Este projeto tem como objetivo principal realizar um diagnóstico da situação atual dos
resíduos no campus da UNESP (projeto piloto) e elaborar um Manual (Guia) para aplicação
do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em todas as unidades da UNESP, com a
finalidade de atender a PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei Federal n°
12.305/10. E ainda, como objetivos específicos: i) elaboração de um check list para a
realização do diagnóstico para atendimento à PNRS do campus da UNESP (com aplicação) e
modelo geral para demais unidades, ii) formação e treinamento da equipe multiplicadora para
aplicação do check list na Unidade, iii) elaboração do PGRS da UNESP, campus Rio Claro/
SP, com todos os itens exigidos por lei, iv) guia para o Monitoramento do PGRS anual.
Acredita-se que com esse processo será possível à obtenção da melhoria da qualidade
ambiental, através do gerenciamento adequado dos resíduos gerados na instituição, propondo
o envolvimento das diversas áreas (profissionais e estudantes) do campus para a busca de
novas tecnologias e resolução de problemas identificados em cada tipo de resíduo gerado, que
possam contribuir para minimização e prevenção na geração de resíduos e de impactos
negativos socioambientais e econômicos, além de promover a inclusão e educação ambiental
na comunidade acadêmica, bem como o envolvimento da comunidade ao entorno.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 52
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Devido ao grande impacto ocasionado pela construção civil, a universidade apresenta um
papel primordial no desenvolvimento de estudos e projetos alternativos que visem o
desenvolvimento sustentável. Este projeto apresenta as vantagens da aplicação e adequação de
alternativas e tecnologias sustentáveis em edifícios já construídos e que possam ser adaptadas
e a construção de novos prédios com base na construção sustentável. Deve-se levar em
consideração ainda que a adequação de edifícios com soluções sustentáveis ou mesmo a
edificação de novos prédios e espaços na universidade com foco na busca e aplicação dos
conceitos da construção sustentável pode-se considerar exemplos de projetos de vanguarda
que trarão muitos benefícios à formação dos alunos, sua organização e motivação, abrindo
uma condição única de autogestão dos mesmos, incentivando-os a conservar suas conquistas e
valorizá-las, mostrando que a universidade é um organismo vivo, que não está estagnado e
pode sempre auferir novos projetos, ideias e objetivos. O objetivo geral deste projeto é -
diagnosticar alternativas e tecnologias existentes em algumas universidades e instituições de
ensino, buscando as que considerem os aspectos sociais, econômicos e ambientais e
benefícios da construção sustentável. Ainda, possui como objetivos específicos: - elaborar
uma listagem geral das principais alternativas e tecnologias encontradas que possam ser
utilizadas nas universidades e instituições de ensino (custo/ benefício), seja em edifícios já
construídos e/ ou em novas obras, e - analisar as alternativas e tecnologias de energia
existentes que poderão ser utilizadas no projeto futuro para um Centro de Vivências na
universidade no conceito da construção sustentável. Na fase atual estão sendo pesquisadas
alternativas e tecnologias existentes e já utilizadas em outras universidades e instituições de
ensino nos seguintes aspectos: gestão de resíduos e materiais, gestão de energia, gestão de
água e certificações.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 53
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O crescimento urbano e ocupação em áreas inadequadas são responsáveis por alguns dos
principais problemas enfrentados pela humanidade atualmente. As inundações e enchentes
são um sério problema para grande parte dos municípios brasileiros, principalmente quando
atingem áreas densamente ocupadas. As inundações decorrem de inúmeros fatores, entre os
quais um solo altamente impermeabilizado é incapaz de absorver rapidamente um grande
volume de chuvas, além de redes de drenagens ineficientes. Desta forma a ocorrência de
inundações no CDHU do bairro Vila Izabel no município de São Carlos – SP, o qual ocupa
uma área de 100.844,88 m2, esta associado à diversos fatores. Mediante a esta situação este
trabalho tem como objetivo diagnosticar as causas das inundações que ocorrem no bairro da
Vila Izabel (CDHU), identificando sua origem e os aspectos intensificadores do problema
para a proposição de ações preventivas e mitigadoras do problema local. Para tal foram
elaboradas cartas temáticas de classes hipsométricas, declividade, uso e ocupação da terra e
distribuição espacial de bueiros em Sistema de Informação Geográfica (SIG-MapInfo), foram
realizadas visitas “in loco” a fim de avaliar a verdade terrestre e analisar a organização
espacial da área de estudo. Os resultados encontrados para a área de estudo demonstram que a
mesma apresenta uma baixa variação altimétrica, na qual podemos caracterizar o relevo como
sendo plano de baixa declividade, o uso de ocupação da terra foram agrupados em áreas
impermeáveis representando 40,16%, área urbano com 20,37% e área permeável com
39,46%, desta forma 79,62% da área de estudo esta sendo usada por moradias ou vias de
acesso impermeáveis. As análises físiográfica da área demonstraram que os bueiros
localizados na área de estudo encontram-se em sua maioria obstruídos por matéria orgânica e
resíduos sólidos, além de problemas estruturais, dificultando assim o escoamento superficial
da água da chuva. De acordo com os resultados obtidos sobre a causa das inundações nesta
região, a implantação de bueiros sustentáveis se apresenta como a melhor ação preventiva e
mitigadora a fim de minimizar os problemas de inundações na área, tal tecnologia já existe e
encontra-se a disposição no mercado e já vem sendo utilizada em algumas cidades brasileiras.
O melhor meio para se evitar grandes transtornos por ocasião de uma inundação é
regulamentar o uso do solo, limitando a ocupação de áreas inundáveis a usos que não
impeçam o armazenamento natural da água pelo solo assim como a utilização de novas
tecnologias de capitação de águas pluviais.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 54
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Com o intuito de sensibilizar a população, o Programa Olhar Ambiental (iniciativa do projeto
de extensão do curso de bacharelado em Administração da UNESP de Tupã juntamente com a
TV Universitária) realizouuma edição a fim de demonstrar as principais formas de utilização
da água e também algumas iniciativas para reduzir o uso e a importância de preservar esse
recurso hídrico para o ambiente rural e urbano. Seguindo esta premissa, este trabalho teve
como objetivo demonstrar os diferentes pontos de vista sobre esse assunto. Para isto, o
programa teve como entrevistado o diretor do DAEE (Departamento de Águas e Energia
Elétrica) de Marília-SP para falar um pouco sobre o Comitê de Bacias Hidrográficas, que é a
união de municípios que dividem a mesma área hidrográfica, com o intuito de administrar e
ponderar o uso da mesma. Também foi apresentado um vídeo da organização Vitae Civilis
que retrata a importância, seu uso indiscriminado e a quem afeta o desperdício e a má gestão
da água. Com a finalidade de corroborar o emprego sustentável por parte de algumas
organizações, demonstrou-se como é feita a utilização desse recurso por uma indústria álcool-
açucareira e também por uma lavadora de carros, que faz lavagens a seco para reduzir o
consumo de água e seu efeito sobre o ambiente em que está inserida. Para finalizar, o
programa abordou alguns cidadãos para saber quais eram suas ações que evitavam o
desperdício e quais eram suas opiniões sobre a importância de economizar água nos dias
atuais. Diante dessas opiniões, notou-se que boa parte da população tupãense toma medidas
de conservação, preservação e reutilização a fim de minimizar seus impactos
ambientais.Concluindo, este programa, que é transmitido para o município de Tupã e região
pela TV Universitária (Canal 07) foi importante, pois abordou de forma didática e
compreensiva a problemática sobre a água permitindo que a sociedade visualizasse e tomasse
alguma posição sobre o tema discutido, levando para uma linha de raciocínio sustentável para
que a água possa ser preservada, principalmente no ambiente urbano.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 55
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 56
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Os parques ambientais urbanos pertencem a um cenário em que interações multidisciplinares
de urbanismo, meio ambiente e sociedade se fazem presentes, correspondendo a um elemento
fundamental no planejamento das cidades, por garantir sua sustentabilidade socioambiental.
Apesar de se referirem a descontinuidades do tecido urbano edificado, os parques ambientais
urbanos são espaços livres e públicos, que garantem a preservação e manutenção de áreas
verdes e da fauna local e oferecem aos cidadãos o contato e a contemplação da natureza,
atividades de lazer e a interação social. Nesse sentido, vale lembrar que o documento
referente às Cidades Sustentáveis (Agenda 21) enuncia a importância dos parques urbanos,
visando-os como metas de sustentabilidade das cidades. No tocante à noção de
indissociabilidade entre os fatores ambientais e sociais no planejamento urbano, as áreas
verdes são incluídas nos índices de qualidade ambiental e de vida de sua população. Não
obstante, este estudo tem como objetivo central analisar o papel dos parques ambientais
urbanos na qualidade de vida urbana, tendo como estudo de caso os cinco parques existentes
no município de Anápolis, localizado no estado de Goiás. Para tanto, o trabalho se pautou nas
categorias de análise da estrutura e função espacial, sendo embasado em revisão bibliográfica
e aplicação de questionários aos usuários dos parques. Os questionários foram aplicados a 40
pessoas, individualmente e na forma de entrevista, entre os 27 e 30 do mês de maio de 2014.
Não foi buscado um perfil específico de participantes, sendo aplicados os questionários a
pessoas de ambos sexos e todas idades, desde que frequentadores dos parques. Os
frequentadores indicaram diferentes funções atribuídas aos parques, sendo que grande
proporção utilizam esse espaço para descanso e convívio social (37,5%), para prática de
atividades físicas (32,5%) ou para contemplação da natureza (30%). Mais da metade dos
frequentadores (67,5%) destacam a presença do verde e a possibilidade do contato com a
natureza o principal atrativo, apesar de destacarem a necessidade de inclusão de mais
atividades culturais (47,5%) e melhoria da infraestrutura (25%) dos parques urbanos de
Anápolis.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 57
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
(1) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - campus Franca, Mestrado Profissional em
Planejamento e Análise de Políticas Públicas, [email protected]
RESUMO
A efetividade na implementação de uma política pública ambiental está intrinsecamente
relacionada à gestão ambiental. De acordo com as disposições da Política Nacional de Meio
Ambiente, os Estados e os Municípios assumem grande responsabilidade quanto à gestão
ambiental e controle e melhoria da qualidade ambiental, de forma compartilhada e
descentralizada. No Estado de São Paulo foi concebido e vem sendo implementado desde
2007 o Projeto Ambiental Estratégico Município Verdeazul, uma política pública ambiental
que pretende aumentar a eficiência na gestão ambiental municipal por meio da
descentralização e da participação coletiva. O Projeto Município Verdeazul estimula os
municípios paulistas a participar da política ambiental com a adesão ao Protocolo Verde de
Gestão Ambiental Compartilhada com o propósito de certificar os municípios ambientalmente
corretos, dando-lhes prioridade no acesso aos recursos públicos da Secretaria de Meio
Ambiente. Sendo assim, a pesquisa em desenvolvimento tem por objetivo geral analisar a
avaliar o processo de implementação do Projeto Ambiental Estratégico Município Verdeazul
no município de Ribeirão Preto no decorrer do ano de 2014, e especificamente identificar as
contribuições e deficiências da proposta do Projeto Município Verdeazul para a sua
implementação no município; verificar se a proposta do Projeto Município Verdeazul é
adequada no sentido de favorecer sua implementação no município, considerando-se a
diversidade de contextos sociais, políticos e ambientais; e verificar se a proposta do Projeto
Município Verdeazul de fato estimula, e em que medida, a participação e o comprometimento
da sociedade no controle da qualidade ambiental no município e na formação de novos
valores ambientais. Para tanto, a metodologia proposta é a avaliação de processo, aplicável
aos programas e políticas públicas, mediante análise documental, para levantar informações
para compreensão dos objetivos, finalidade, métodos de implementação, procedimentos,
fundamentos, estrutura, ajustes e evolução do Projeto desde a sua concepção e implantação
anualmente, e ainda pela observação e registro das atividades realizadas pelo Interlocutor do
Projeto, com especial atenção à comunicação e ao relacionamento com a Secretaria Estadual
do Meio Ambiente e demais órgãos e instâncias políticas dos municípios. Com a pesquisa,
espera-se poder contribuir com a discussão acerca da elaboração, implementação e análise de
políticas públicas ambientais voltadas à gestão ambiental compartilhada, bem como, com
sugestões para o aperfeiçoamento do próprio Projeto Ambiental Estratégico Município
Verdeazul no estado de São Paulo, a partir da ótica e da experiência do Município de Ribeirão
Preto.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 58
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A presente pesquisa propôs-se investigar a efetividade dos acordos de pesca na Amazônia
enquanto instrumento de gestão participativa através das populações residentes nas
comunidades do Pixuna e Jarí do Socorro no município de Santarém-PA. Para tanto, analisou-
se como as referidas comunidades vêem os acordos de pesca vigente, já que as mesmas são
consideradas agroextrativistas e que possui na atividade pesqueira sua fonte de renda, proteína
e ao longo dos anos vem praticando o mecanismo do acordo de pesca como forma de gestão
desta atividade. Também buscou-se entrevistar representantes de ONGs como o IPAM
enquanto organização responsável em divulgar de uma maneira mais simples para os
pescadores o que vem a ser na forma da Lei e na prática a Instrução Normativa do IBAMA Nº
29/2002 que trata da criação dos acordos de pesca; a Colônia de Pescadores Z-20
representante legal e responsável em defender os interesses e direitos dos trabalhadores do
setor artesanal da pesca local perante os órgãos públicos e a sociedade e o IBAMA
representante oficial do poder publico, gestor e fiscalizador de quaisquer ações de pesca
predatória e de degradação do meio ambiente evidenciados nos acordos implantados nas
comunidades. A pesquisa descreveu o ambiente de várzea como cenário para essas relações
que se estabelecem a partir do uso de um recurso de acesso livre a todos como é o caso do
pescado. No que diz respeito à metodologia as técnicas utilizadas se constituíram em:
observação direta, aplicação de entrevistas semi-estruturadas e questionários. Foram
apresentadas as características da pesquisa, os seus sujeitos e as informações relativas à coleta
e à análise dos dados. Assim, o estudo caracterizou-se como qualitativo. Os dados foram
analisados através de procedimentos estatísticos básicos com a utilização do software SPSS a
partir de frequências e estimativas de parâmetros descritivos, com representação de tendências
através de tabelas e gráficos, que tem como finalidade uma melhor visualização destas
análises e observações para o contexto da pesquisa. Por fim, foram feitas as considerações
finais do estudo, onde foi identificado que a falta de articulação entre os comunitários
residentes nas localidades, e das comunidades com o poder público podem ser apontados
como importantes fatores na decadência observada nos acordos de pesca vigente; outro ponto
interessante e de importância considerável é a ausência do órgão responsável pela fiscalização
das regras encontradas nos acordos de pesca, o IBAMA. Diante disso, foram sugeridas
algumas recomendações aos membros das organizações analisadas.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 59
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
As atividades antrópicas associadas a crescente industrialização e expansão da agricultura
geram poluentes que atingem tanto a água quanto os sedimento dos ambientes aquáticos. Para
avaliar o impacto da contaminação dos sedimentos a utilização de índices representa uma
ferramenta útil para o processamento, análise e transmissão de informações para os tomadores
de decisão, gestores e poder público. Este estudo teve como objetivo empregar índices
limnológicos visando avaliar a qualidade do sedimento Rio Monjolinho (São Carlos – SP). As
amostras de sedimento foram coletadas na época chuvosa e na seca no curso alto (P1), médio
(P2) e baixo (P3) do Rio Monjolinho utilizando draga de Ekman. Para a caracterização
limnológica do sedimento, as amostras foram secas e as concentrações totais de cádmio (Cd),
cobre (Cu) e zinco (Zn) foram analisadas por espectroscopia de absorção atômica. Para a
avaliação da qualidade do sedimento foram utilizados o Grau de Contaminação (GC) que
considera o enriquecimento de um metal mediante uma concentração de referência e o critério
de classificação de qualidade de sedimentos adotado pela CETESB que utiliza o nível de
efeito limiar – TEL e o nível de efeito provável - PEL como referência de valor de qualidade
atribuindo o resultado em cinco faixas de qualidade. Os resultados mostraram que para o Zn
nos três pontos (P1, P2 e P3) o GC foi classificado como nulo ou com grau de contaminação
extremamente baixo (GC < 1,5) tanto na cheia como na seca. Em relação as concentrações de
Cd, os resultados indicaram um grau moderado de contaminação (GC < 4,0) em todos os
pontos, com exceção de P1 na seca que apresentou baixo grau de contaminação (GC < 2,0).
Para o Cu em todos os pontos amostrados o grau de contaminação foi igual a nulo ou
extremamente baixo (GC < 1,5) tanto na estiagem quanto na cheia. Em contrapartida, ao
utilizarmos o critério de classificação de qualidade de sedimentos, o Cd foi categorizado na
faixa de qualidade péssima (> 1,5 × PEL); no caso do Cu a faixa de classificação foi ótima em
todas as situações (< TEL); o Zn obteve a faixa ótima em todas as situações, exceto no P3
durante a seca que teve a qualidade classificada como boa (0,5 da distância entre TEL e PEL).
Concluímos que, embora contrastantes, os resultados dos dois critérios para o diagnóstico de
qualidade do Cd indicou a necessidade da realização de um monitoramento limnológico
constante e de longa duração nessa bacia hidrográfica uma vez que a classificação do Cd pelo
critério adotado pela CETESB categorizou esse metal na faixa de qualidade péssima em todos
os pontos (P1, P2 e P3) do rio Monjolinho. A presença desse metal provém de impurezas
presentes em fertilizantes e agrotóxicos empregados nas diversas culturas adjacentes ao rio,
principalmente nas proximidades das nascentes que apresentam plantações de cana-de-açúcar
e de milho além da possibilidade de despejos clandestinos industriais e domésticos que podem
ocorrer em toda a extensão do rio. Os índices empregados apesar de gerarem informações
contraditórias para o Cd mostraram que são complementares e juntos contribuem para um
diagnóstico mais eficiente da qualidade dos sedimentos.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 60
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
As formigas podem desempenhar funções essenciais nos ecossistemas, tais como a ciclagem
de nutrientes, manutenção da morfologia do solo, além de sua atuação como engenheiras do
ecossistema, alterando as propriedades do solo que influenciam sua produtividade (Suguituru,
2013). A espécie Solenopsis invicta, do gênero Solenopsis, conhecida como formiga de fogo,
é nativa da América do Sul, dominante principalmente em vegetações mais abertas; e
altamente adaptada ao ambiente urbano, comum em residências e hospitais, onde encontram
boas condições de temperatura e disponibilidade de recursos para estabelecimento de suas
colônias (Soares et al., 2006). Uma das causas de invasão da espécie em centros urbanos é a
atividade humana, porém, há uma maior preferência em manter-se em ambientes naturais e/ou
restaurados do que em ambientes perturbados, considerando que esses possuem maior efeito
de borda. Entretanto, as áreas naturais com certo grau de perturbação são os habitats ideais
para a formiga de fogo, visto que ela estabelece colônias mais facilmente em clareiras e são
bem mais sucedidas em temperaturas mais altas (Cumberland & Kirkman, 2002),
característico de áreas fragmentadas. Esse trabalhou buscou analisar a paisagem do município
de São Carlos e verificar quais os fragmentos mais apropriados para a ocorrência de
populações da formiga de fogo, e as alterações necessárias para a conservação da espécie. A
metodologia foi baseada na análise da paisagem por meio de dois softwares. O Quantum GIS
2.0 foi utilizado para mapear o uso e ocupação do solo, classificando-o em matriz (agricultura,
cana-de-açúcar, solo exposto, represa, pastagem, área urbana, área suburbana e vegetação de
banhado) e habitat (cerrado, vegetação mesófila, vegetação natural, vegetação em fase de
degradação, silvicultura e vegetação ripária). E o software Fragstats foi utilizado para analisar
a paisagem a partir de métricas de mancha e de classes. Com isso, obtivemos 306 fragmentos
de habitat, totalizando 12.12% da paisagem. Considerando que a ocorrência do organismo
aumenta conforme o tamanho da área de interior, e que os organismos são pequenos e
generalistas, analisamos 4 variáveis (área interior, possibilidade de ocorrência, quantidade de
manchas e área total). Com isso, identificamos que São Carlos é extremamente favorável à
presença de grandes populações da formiga de fogo, pois possui grande extensão de habitat
para esse organismo (12.12% da paisagem) e muitos fragmentos (218 de um total de 306) de
boa qualidade, ou seja, maiores que 1 ha. Além disso, a partir da análise da área do interior
dos fragmentos, foram selecionados os 10 maiores fragmentos com menores borda, ou seja,
melhores áreas de ocorrência da espécie, classificando-os como prioritários para futuros
projetos de conservação da espécie. Esse estudo da formiga de fogo permitiu localizar áreas
adequadas para a conservação da espécie, demonstrando que áreas urbanizadas apresentam
piores condições de conservação da espécie em relação as áreas de habitat natural ou
restauradas. Portanto, preservar essas áreas e restaurar manchas em centros urbanos
possivelmente reduzirá a invasão das formigas nas áreas urbanas.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 61
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A existência de uma área urbana contaminada pode gerar danos à saúde da população,
comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo, danos ao
patrimônio público e privado com a desvalorização das propriedades, além de danos ao
ambiente. Poluentes de diversas fontes, como derramamentos de óleo e produtos químicos;
arraste de pesticidas e fertilizantes ou industriais; gases e material particulado emitidos por
veículos degradam o ambiente urbano diariamente, exigindo a proposição de métodos de
remediação para o tratamento das áreas contaminadas. Tecnologias químicas, físicas e
biológicas convencionais podem ser usadas para reduzir a um nível seguro a contaminação de
ambientes urbanos. Para um tratamento bem sucedido, a seleção, o projeto e o ajuste de
operação da tecnologia de recuperação devem ser realizados com base nas propriedades dos
contaminantes e do meio contaminado. Mas técnicas convencionais de remediação
apresentam impactos ambientais, como alto consumo de recursos, emissões ambientais
decorrentes do próprio processo de tratamento ou transferência de contaminação de um meio
para outro. Consequentemente, existe a necessidade de uma nova abordagem para
remediação, principalmente em ambientes urbanos. O conceito de remediação sustentável
implica em eliminar a contaminação tecnicamente a um custo razoável, sem interromper o
modo de vida ou o conforto de pessoas nas proximidades do local em que o projeto de
recuperação está ocorrendo. Além disso, o consumo de recursos da técnica de recuperação
empregada deve ser comparativamente mais baixo do que o das demais alternativas. A
remediação sustentável corresponde à solução de um problema de contaminação que
considera simultaneamente os impactos técnicos, ambientais, econômicos e socioculturais de
remoção redução ou neutralização de contaminantes, em todas as fases do processo, a fim de
maximizar o benefício líquido da limpeza. É diferente da chamada remediação verde, que
considera apenas as questões ecológicas da remediação, pois um sistema de remediação pode
ser ecologicamente correto, mas economicamente e socioculturalmente insustentável. A
remediação sustentável alivia espécies, habitats e ecossistemas de tensões induzidas por
contaminantes e processos de remediação perturbadores. Os objetivos desse trabalho incluem
a divulgação do conceito de remediação sustentável e de seu papel na preservação da
biodiversidade; a seleção de métricas para avaliar a sustentabilidade nas práticas de
remediação e a avaliação do perfil de sustentabilidade das tecnologias de remediação atuais e
emergentes. O trabalho está em andamento, tendo sido selecionadas para a análise as técnicas
de remediação aplicadas aos principais contaminantes orgânicos e inorgânicos identificados
pela CETESB na porção paulista da bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
(UGRHI-5). A análise das características ambientais dos métodos de remediação está sendo
feita com parâmetros recomendados pela Environmental Protection Agency (EPA) e com
softwares como o GMP-RAM adaptado e o SiteWise.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 62
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Corredores ecológicos são faixas de vegetação consolidadas de forma antrópica que
normalmente fazem a conexão entre fragmentos florestais. A implementação de corredores
ecológicos é uma importante estratégia utilizada para reestabelecer regiões fragmentadas e
permite uma melhor circulação da biodiversidade, formando uma grande “ilha” natural. O
objetivo foi analisar e definir potenciais corredores ecológicos e áreas prioritárias de
conservação utilizando Sistema de Informação Geográfica, a fim de permitir uma maior
conectividade entre fragmentos florestais isolados no município de São Carlos - SP,
possibilitando maior troca genética e circulação de espécies entre as áreas naturais
consolidadas. Como metodologia, as áreas naturais foram identificadas e demarcadas por
meio de cartas cartográficas na escala 1:50.000, e foram inseridas, processadas digitalmente,
armazenadas em banco de dados georreferenciado e analisadas em SIGs. A escolha dos
fragmentos para conexão de corredores foi baseada no tamanho, forma, relação
área/perímetro, conectividade, isolamento, vizinhança, e aspectos físicos da paisagem. Desta
forma foi selecionado o sistema de plantio de espécies nativas e frutíferas, e demarcado a
biodiversidade do local para aprimorar a troca genética e o fluxo de espécies. Como resultado,
a área escolhida para implementação dos corredores ecológicos está localizada no sudoeste do
município de São Carlos, em uma região de cultivo da cana-de-açúcar altamente fragmentada
e com poucos remanescentes florestais. O cálculo através do SIG resultou uma área de
896.061m² totalizando 7 corredores propostos. A área situa-se em um local com alta
disponibilidade hídrica, importante para o desenvolvimento florístico dos corredores, como
também para o sucesso do povoamento dos corredores pelas espécies animais atraídas. Nessa
área, o sistema de plantio será de 2mx2m em que cada hectare corresponderá a 2500 espécies.
Com informações do projeto BIOTA-FAPESP, verificamos que a região de estudo apresenta
alta biodiversidade de fauna, e para evitar perturbações causadas pelo efeito de borda e
atropelamentos, foi proposto a criação de uma viaduto, ou ‘ecoduto’, em um dos corredores
recortado por um rodovia. Concluindo, o estabelecimento de áreas prioritárias e a ampliação
da conectividade entre as áreas remanescentes, através de corredores ecológicos, facilitará a
sobrevivência dos organismos que estão sendo cada vez mais sufocados pelos cultivos
agrícolas na região, garantindo a preservação e conservação da biodiversidade de espécies da
região de São Carlos. Mediante a esse cenário, além da criação dos corredores ecológicos,
sugerimos que, ao estabelecer esses corredores ecológicos, seja necessário a implementação
de um monitoramento constante dessas áreas, que pode ser feito através de mamíferos de
pequeno médio porte, na qual apresentam maior facilidade de manejo e maior sucesso no
desenvolvimento populacional.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 63
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica em desenvolvimento que permite uma
avaliação dos impactos ambientais através do ciclo de vida de produtos e serviços, desde a
extração de matéria-prima, incluindo toda a produção, transporte e uso, até sua disposição
final. Assim, a ACV proporciona critérios para suporte à tomada de decisão em questões tais
como desenvolvimento de produtos, elaboração de políticas e planejamento estratégico. Um
estudo de ACV possui quatro etapas: definição de objetivos e escopo, análise do inventário do
ciclo de vida (ICV), Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV) e interpretação. Os
métodos de Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida foram desenvolvidos de forma a não
considerar as especificidades locacionais e temporais, fazendo com que a ACV avalie apenas
impactos potenciais, já que não considera a capacidade de suporte do meio receptor. Assim, a
principal questão segundo alguns autores, é como melhor considerar as características
espaciais neste tipo de estudo, o que vem dando origem a várias pesquisas focadas em
considerações específicas do local. Como forma de preencher essa lacuna, alguns autores têm
utilizado as potencialidades dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) em dialogar com
categorias de impacto que têm relações críticas com o espaço, como forma de incorporar essas
questões na ACV. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo apresentar uma
compilação dos principais trabalhos que vem incorporando as questões espaciais em estudos
de ACV por meio de SIG e, a partir disso, verificar as potencialidades de aplicação desses
métodos para a ACV do etanol de cana-de-açúcar para o estado de São Paulo. Os
procedimentos metodológicos foram baseados em levantamento bibliográfico nas principais
bases de dados, periódicos e congressos da área por meio de palavras-chave em português,
inglês e espanhol. Além dos trabalhos que fizeram uso direto de SIG e ACV, outros foram
selecionados com a finalidade de identificar potenciais de integração entre as duas
ferramentas. O levantamento permitiu a identificação de apenas onze trabalhos que fazem a
integração entre SIG e ACV, sendo a maioria relacionada à impactos devido à mudança e
ocupação dos usos do solo. De tais trabalhos, apenas um é brasileiro. Observa-se que essa
nova abordagem de AICV têm trazido novas categorias de impacto tais como biodiversidade
e outras relacionadas aos serviços dos ecossistemas, demonstrando que esta é uma técnica
ainda em desenvolvimento. Essas novas categorias podem ser incorporadas em uma ACV do
etanol principalmente no que concerne a fase agrícola de produção da cana, visto que é uma
etapa diretamente relacionada ao uso do solo. Conclui-se que o uso de SIG tem grande
potencial para a inserção das questões espaciais na ACV, tornando a avaliação mais próxima
dos impactos reais. Apesar disso, é evidente a necessidade de outros estudos que façam essa
integração de forma a aprimorar tais técnicas e explorar novos potenciais.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 64
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A gestão ambiental dos pneus inservíveis é um dos desafios para a preservação do meio
ambiente. Apesar a existência de Lei Federal 12305/2010 e Resolução CONAMA n.º
416/2009 que disciplinam a gestão e atribuem responsabilidade para todos os atores do
segmento, observa-se uma inércia em ações inovadoras para o tratamento dos pnemáticos
inservíveis. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é analisar as dificuldades associadas
ao uso de pneus inservíveis na construção de habitações, desde a aceitação da
população/usuário final em morar em habitação construída com pneus inservíveis, passando
pela investigação dos órgãos de financiamento de obras a respeito da existência de política de
incentivo para o uso de materiais reciclados (inclusive pneus) na construção de habitações, e
finalmente uma análise da postura adotada pela Reciclanip em relação à destinação e
receptividade de novas tecnologias aplicadas ao pneu inservível. A coleta de dados foi
realizada com a aplicação de questionários, roteiros de entrevistas e documentos fotográficos
que permitiram a coleta de dados, a análise e a interpretação dos mesmos durante todo o
processo de investigação. A amostragem utilizada foi do tipo probabilística casual simples,
com a realização de 125 entrevistas com a população/usuário final da habitação. As
entrevistas com funcionários da Caixa Econômica Federal e Reciclanip foram realizadas a
partir de um roteiro pré-estabelecido, conduzido por pergunta e resposta. Os resultados
mostraram que a população/usuário final mostrou aceitação pela habitação construída com
pneus inservíveis. Entretanto, ao considerar a paridade de preço entre as habitações
convencional e com a utilização de pneus, o preconceito mostrou-se ao recearem da
segurança, da durabilidade, da aparência, de investir em experiência e do desconhecimento do
método não convencional. A Reciclanip não possui uma política de fomento de novas
tecnologias aplicadas ao pneu inservível. A Caixa Econômica Federal não possui linha de
financiamento para a produção de unidades residenciais através de processos construtivos não
convencionais ou inovadores, contudo estimulam iniciativas convencionais que traduzem em
menor impacto ambiental, exploração sustentável dos recursos naturais, redução das emissões
de gases derivados de carbono e uso racional de água e energia através do Selo Casa Azul
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 65
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental do ser humano e está
devidamente consignado na Constituição Federal de 1988, e é nesse contexto que a proteção
do patrimônio cultural está inserida. O objetivo do artigo é apresentar o tratamento desigual
que determinados dispositivos legais impõem ao patrimônio cultural levando à distinção entre
bens materiais submersos e emersos, ainda que essencialmente não são considerados como
objetos distintos, bem como a dissociação da lei frente à norma constitucional, à convenção
das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (ONU)e à Convenção sobre Proteção do
Patrimônio Cultural Subaquático da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO). Por meio da doutrina, da análise da legislação e jurisprudência,
pretende-se demonstrar a importância e a necessidade premente de salvaguarda do patrimônio
cultural subaquático que deve ser protegido com o mesmo rigor utilizado na defesa e
preservação do meio ambiente natural, assim como os bens materiais e imateriais que o
compõem. Abordaremos as inconsistências normativas, e as discussões originadas pelo
manifesto pró-patrimônio cultural subaquático marítimo brasileiro publicado pelo Centro
Nacional de Estudos de Arqueologia Náutica e Subaquática – CEANS, numa perspectiva de
compreensão integrada entres os diferentes atores ligados ao tema: arqueólogos, Ministério
Público e sociedade, a fim de apurar o impacto da legislação em vigor. O tema abordado neste
artigo procura esclarecer conceitos sobre patrimônio cultural, o conflito entre as leis nacionais
e as convenções internacionais e a preservação do meio ambiente saudável, bem como os
desafios ligados à proteção dos recursos culturais submersos num modelo legal
inconstitucional e insustentável para a os bens culturais, a natureza e a sociedade.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 66
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Os Resíduos Sólidos Domiciliares no Brasil são compostos por mais de 50%, em peso, de
material orgânico, o que ressalta a importância da gestão adequada desta fração dos resíduos.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12305/2010) os resíduos
orgânicos devem receber tratamento de tal forma que possibilite o seu aproveitamento e
valorização. Os resíduos orgânicos podem ser tratados via compostagem, biodigestão ou
incineração. Nesse sentido, a pesquisa tem como objetivo a elaboração de um Plano
Municipal para a Gestão dos Resíduos Sólidos Orgânicos para o município de Rio Claro, com
o intuito de atender a Lei Federal 12305/2010. O universo da pesquisa é composto por
estabelecimentos geradores de resíduos orgânicos (mercados e sacolões) os quais geram
maiores quantidades de resíduos orgânicos. A partir do cadastro de estabelecimentos
comerciais fornecidos pela prefeitura municipal de Rio Claro, foram selecionados aqueles de
interesse (mercados e sacolões) que totalizaram 67. Neste universo foi realizada a entrevista
em 15 estabelecimentos obtidos por amostragem direcionada, com base nas características de
porte, tipologia e localização. Os dados levantados foram: quantidade gerada, destino dos
resíduos, separação dos resíduos, frequência de coleta, motivos do descarte dos resíduos,
frequência de compra dos produtos. A partir dos dados obtidos em campo, foi realizada a
extrapolação para o município, e estimada a geração total de resíduos orgânicos neste
segmento. Em seguida foi realizada a estimativa dos custos para implantação e manutenção de
uma central de compostagem, de forma a subsidiar a implantação de um sistema de cobrança
para garantir a sustentabilidade financeira do sistema. Optou-se pelo processo de
compostagem pela simplicidade de operação por se tratar de uma técnica já conhecida. Dos 15
estabelecimentos apenas um não faz a separação dos resíduos sólidos em recicláveis,
orgânicos e rejeitos. Os resultados obtidos na pesquisa de campo demonstraram que
estabelecimentos com até 4 caixas (classificados como de pequeno porte) geram em média
430kg/mês/caixa sendo 40% de orgânicos, já os com 5 a 9 caixas (pequeno/médio porte)
geram em média 740kg/mês/caixa sendo 35% de orgânicos e os com 10 a 19 caixas (médio
porte) geram em média 660kg/mês/caixa com 32% de orgânicos. Os resultados sinalizam que
o número de caixas existentes nos estabelecimento pode ser utilizado como base para
formular os valores do sistema de cobrança. O destino dos resíduos orgânicos gerados nos
estabelecimentos foi o aterro sanitário do município e alimentação animal (lavageiros).
Importante frisar que para a alimentação animal o resíduo necessita passar previamente por
processo de esterilização, Capítulo VI Item 13.3.3 da Resolução RDC n°306 Ministério da
Saúde/ANVISA. Com a pesquisa foi possível propor um modelo de gestão de resíduos
orgânicos de acordo com a PNRS que possibilita o aumento da vida útil do aterro municipal
com sustentabilidade financeira.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 67
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A crise ambiental tem se intensificado nos últimos séculos, afetando, direta e indiretamente, a
vida humana. Diversas ações são realizadas para proporcionar a conservação dos seus
principais atributos. Porém a diversidade de percepções que existem do meio ambiente
dificultam a eficácia dessas ações, exigindo estudos sobre como elas se manifestam. O
presente estudo teve por objetivo analisar e descrever a percepção ambiental dos alunos (n =
197) da UFSCar sobre a área de Cerrado presente na instituição, por meio de questionários.
Foram levados em consideração para a análise: a área de conhecimento (i.e. humanas, exatas
ou biológicas); curso (5 cursos de cada uma dessas áreas); idade; faixa de renda; e sexo dos
entrevistados. Adicionalmente, fizeram-se 4 entrevistas com pessoas envolvidas com a
questão do cerrado do campus (2 professores, 1 integrante do grupo Coletivo do cerrado e 1
integrante do órgão de Gestão Ambiental da universidade). O questionário contemplou
questões referentes ao grau de contato com a área de cerrado, a percepção sobre sua
importância e a quais usos ela deve ser destinada. As respostas foram quantificadas usando-se
Escala de Likert e descritas a partir de cinco medidas (valor mínimo, 1º quartil, mediana, 3º
quartil e valor máximo), de forma a entender a interferência dos fatores selecionados na
percepção ambiental dos alunos. Os resultados apontam que a área de conhecimento e o curso
ao qual pertenciam os alunos tiveram maior influência nos resultados; idade, renda e sexo
interferiram pouco. Uma percepção ambiental mais apurada foi constatada para estudantes de
biológicas, enquanto que alunos de humanas e exatas tiveram escores similares. Combinando-
se o resultado dos questionários com as informações das entrevistas, pode-se constatar que as
pessoas mais familiarizadas com as ciências biológicas e ambientais (presumivelmente com
mais informação sobre a importância do cerrado), possuem uma percepção ambiental mais
aguçada, embora a história de vida individual dos alunos não possa ser desprezada.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 68
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A qualidade ambiental dos lugares em que se vive, por onde se passa, pode ser quantificada a
fim de facilitar o seu entendimento. A confortabilidade ambiental com seus indicadores
relativos é ser um parâmetro de qualidade nas ambiências urbanas. Entretanto, percepção do
usuário às ambiências também pode qualificar os espaços. Nesse ideário, a aferição da
percepção ao clima acústico pode determinar o grau de incomodidade ao ruído do usuário no
espaço urbano. Como local de estudo pesquisou-se o campus sede da Universidade Estadual
de Maringá (UEM). Como justificativa a este fato tem-se que Plano Diretor, do seu campus
universitário sede, encontra-se em fase de readequação, e, o mesmo, deve proporcionar
ambiências de qualidade para a tríade pedagógica: ensino, pesquisa e extensão. A UEM,
incrustada no centro de Maringá, estado do Paraná, padece por ter no seu interior um trânsito
de veículos que se utilizam da malha viária existente apenas como passagem entre a zona
norte e zona sul da cidade. Este fato representa mais da metade do fluxo viário diário no
campus universitário, o que gera um grande aporte na poluição sonora do clima acústico local.
Assim, por essas premissas, o objetivo da pesquisa foi mapear a ambiência acústica em uma
parte do campus sede da Universidade Estadual de Maringá a fim de estabelecer locais com
melhor ou pior qualidade ambiental acústica. Para tanto, o método de análise deu ênfase para
dados qualitativos e quantitativos. A partir de medições simultâneas, em trajetos pré-
determinados, do nível de pressão sonora, entrevistas com os usuários (alunos, funcionários e
professores) e imagens em campo durante o monitoramento nas imediações da área
monitorada. Tendo como base conceitos do Soundscape analisaram-se os mapas que
demonstraram o ambiente acústico daqueles períodos. Os resultados demonstraram que áreas
(unidade de paisagem) com interferência de fontes ruidosas foram percebidas pelos usuários
de formas diferentes, em função do tipo de uso. Usuários praticando atividades esportivas ou
de lazer não tiveram a mesma percepção de usuários em áreas destinadas ao estudo ou à
pesquisa, mesmo ambas tendo níveis de pressão sonora praticamente iguais. Isso demonstra a
necessidade de se ter a união de indicadores quali-quantitativos para efetivamente avaliar a
qualidade ambiental acústica dos lugares. Acredita-se que este estudo justifica-se pela
contribuição às futuras adequações do Campus sede, pode também auxiliar gestores de
pequenos municípios no que tange a busca pela qualidade ambiental do espaço citadino
visando um melhor uso e ocupação do solo urbano.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 69
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O documento Agenda 21 global foi elaborado em 1992 na Conferência das Nações Unidas
realizada no Rio de Janeiro – Brasil com participação de 179 países com ações para propor
mudanças no desenvolvimento do século 21. As atividades propõem medidas como
valorização ambiental em áreas urbanas. Inseria na Agenda 21 global tem a Agenda Verde
Escolar que promove a educação ambiental para implantação do conhecimento que trabalha
com temas socioambientais a partir da escola e da comunidade. É importante destacar que as
experiências das práticas vinculadas às escolas produzem resultados efetivos e duradouros,
uma experiência foi às oficinas de terráreo, prática que contribui para enfatizar a dinâmica da
relação entre solo, vegetação e atmosfera, realizados no CEAPLA (Centro de Análise e
Planejamento Ambiental) onde houve a implantação da agenda verde escolar. A implantação
da agenda 21 nos municípios representa um avanço na sustentabilidade socioambiental no
Brasil. Vale ressaltar que poucos municípios tem uma agenda efetiva e ações constituintes no
trato dos aspectos relacionados a degradação ambiental como ações efetivas visando a
qualidade de vida.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 70
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
As cidades historicamente nascem e crescem a partir de corpos d’água, por eles funcionarem
como canais de comunicação, por darem suporte a serviços essenciais, que incluem o
abastecimento de água potável e a eliminação dos efluentes sanitários e industriais. Porém,
estas práticas causam prejuízos aos sistemas hídricos, principalmente em áreas de nascentes
devido à importância destas para a manutenção das águas superficiais e do ciclo hidrológico
como um todo. Esta problemática ocorre também na cidade de São Carlos – SP, que vem
crescendo e incorporando seus inúmeros corpos hídricos e suas nascentes, dos quais muitos se
encontram modificados e suprimidos na área urbana, desde os primórdios de sua ocupação.
Assim, esta pesquisa teve o objetivo de analisar o histórico e a dinâmica de supressão das
nascentes urbanas da cidade, buscando identificar nascentes e seus corpos d’água que já
foram suprimidos e hoje estão completamente desaparecidos ou desconhecidos pela
população. Também se estudou e elaborou instrumentos para avaliação de nascentes
(protocolo de avaliação da integridade de nascentes), a fim de subsidiar ações que promovam
a conservação das mesmas. Foram empregados pesquisa bibliográfica, em mapas,
documentos, assim como a digitalização de cartas e imagens aéreas em distintos períodos de
ocupação urbana, além de análise a fotos aéreas da década de 1970, utilizadas conjuntamente
com um estereoscópio para encontrar declividades propícias a corpos d’água. Também foram
realizados trabalhos de campo e aplicação de entrevistas a alguns moradores próximos das
nascentes investigadas. Como resultados, identificaram-se nascentes suprimidas, corpos
d’água não mais existentes e completamente desconhecidos (não localizados em cartas
topográficas e em fotos aéreas). Obteve-se também relatos de como aconteceu a supressão de
algumas dessas nascentes, e de como elas eram antes de serem aterradas ou canalizadas. A
pesquisa ainda em fase de finalização concluiu que, no município de São Carlos, inexistiu
historicamente o incentivo à conservação das inúmeras nascentes existentes, ocasionando a
sua degradação e supressão. Ainda com todo o apelo ambiental pelo qual passamos
atualmente, a degradação continua acontecendo na cidade, onde nascentes continuam a ser
aterradas para ocupação urbana. Para que este cenário mude, é necessária a existência de
políticas públicas que protejam nossas águas e a natureza como um todo, exigindo a
conservação desses importantes recursos ambientais.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 71
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
As atitudes e os comportamentos pautados na busca de sustentabilidade socioambiental
devem ser aprendidos na prática, no cotidiano familiar e escolar, contribuindo para a
formação de futuros cidadãos responsáveis. Os temas socioambientais frequentemente
abordados em sala de aula giram em torno de assuntos destacados pela mídia como a questão
do aquecimento global, reciclagem de resíduos, poluição e desmatamento, ignorando outros
temas relevantes como o desrespeito aos animais. Porém, os maus tratos aos animais não são
somente uma questão de referencial e ideal, constituindo um crime ambiental. Frente a esta
constatação entendemos que há uma real e urgente necessidade de realizar atividades de
educação ambiental sobre esta temática, auxiliando na valorização da vida dos animais. Este
trabalho foi desenvolvido com crianças de 9 a 12 anos da E.M.E.B Janete Lia, onde havia
uma queixa de que alguns alunos (maioria meninos), vinham incorrendo em maus tratos aos
animais com certa frequência, o que era relatado em parte por eles próprios aos professores, e
em parte pelos colegas. Os maus tratos eram direcionados aos animais domésticos, como cães,
gatos, cavalos, galinhas e pássaros e se caracterizava por agressão física. Assim, para melhor
compreender este quadro, as atividades desenvolvidas tiveram como objetivo contribuir para a
transformação das concepções dessas crianças em relação ao respeito e convivência mais
harmoniosa e pacífica com os animais domésticos, diminuindo os casos de maus-tratos e
violência contra estes. Para isso, foi feita inicialmente uma revisão bibliográfica para
identificar os melhores métodos para se trabalhar com crianças. Numa segunda etapa foram
realizadas atividades práticas com as crianças, realizados em 3 encontros. No primeiro
encontro procurou-se diagnosticar a problemática, com a aplicação de algumas dinâmicas
introdutórias e explicativas e pediu-se para que as crianças desenhassem animais e
escrevessem como elas os tratavam. No segundo encontro este diagnóstico foi aprofundado,
envolvendo outras dinâmicas explicativas e discussões com as crianças. No terceiro encontro
foram apresentados vídeos e foi feita a leitura da declaração dos direitos dos animais e, por
fim, as crianças teriam que novamente desenhar animais e escrever a relação delas com os
mesmos. Como método de avaliação do projeto, utilizou-se os desenhos feitos no primeiro e
último dia, comparando-os e analisando a evolução entre os dois momentos. Com base nos
resultados obtidos, analisando diretamente as atividades de forma geral, avaliamos que as
crianças responderam positivamente, demonstrando que estavam entendendo o conteúdo
abordado. Podemos afirmar que houve um processo inicial de sensibilização das crianças,
muito embora não seja possível indicar que o processo como um todo realmente atingiu os
objetivos propostos em relação ao assunto de maus tratos. Espera-se que este processo
continue por parte das educadoras da escola mencionada e, com isso, haja uma melhoria na
relação entre as crianças e os animais com os quais elas convivem.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 72
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
A preocupação com a sustentabilidade vem crescendo cada vez mais atualmente, inclusive em
empresas, que buscam novas alternativas de produção e mitigação e prevenção de impactos.
Há várias concepções de sustentabilidade, uma das mais conhecidas é o TRIPPLE BOTTOM
LINE, no qual, do ponto de vista de Sustentabilidade Corporativa, fazem parte três temas
chaves: aspectos ambientais, sociais e econômicos. Neste contexto, a engenharia desponta
como uma das principais áreas de atuação de transformação para uma sociedade sustentável.
Porém, teriam os professores e alunos de engenharias consciência disso? Este trabalho foi
realizado com o objetivo de compreender a concepção de sustentabilidade dos alunos dos
cursos de Engenharia de Produção de duas universidades na cidade de São Carlos –
Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Partindo
da premissa de que não havia nenhuma preocupação com a sustentabilidade nas grades
curriculares, este trabalho buscou averiguar se os graduandos dos cursos de Engenharia de
Produção estariam recebendo os conhecimentos necessários para uma formação condizente
com os princípios da sustentabilidade. Assim, para atingir os objetivos do estudo, foram
realizadas 3 etapas com fins de comparação: 1. Pesquisa bibliográfica sobre o tema
sustentabilidade e sobre os cursos de Engenharia de Produção, bem como seus projetos
pedagógicos; 2. Elaboração e aplicação de entrevistas aos coordenadores, professores e alunos
dos cursos de ambas as universidades; 3. Descrição e análise dos resultados obtidos. Obteve-
se como resultado que as duas universidades em questão mostram uma preocupação crescente
com a sustentabilidade, porém isso ainda não se reflete em suas grades curriculares. A USP
está um passo a frente por já ter uma ambientalização e reestruturação curricular em
andamento, além de alguns professores já abordarem a temática. Por sua vez, a UFSCar
possui uma grade curricular ainda fechada, sem articulação dessas temáticas dentro das
disciplinas, além de não possuir nenhum projeto de reestruturação do curso. Por fim, nas duas
universidades, é facilmente perceptível que o tripé da sustentabilidade está desequilibrado na
Engenharia de Produção, sendo a parte econômica muito forte, a ambiental crescente e cada
vez mais em pauta, e a parte social ainda muito negligenciada.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 73
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da UFSCar deverá ter como base as diretrizes do
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade e, concomitantemente,
utilizará o modelo da norma ISO 14001, que trata de políticas e ações ambientais em
instituições e empresas. Este trabalho tem como objetivo desenvolver e aplicar uma
ferramenta de avaliação da percepção dos usuários em alguns prédios da UFSCar sobre os
aspectos e impactos ambientais dos mesmos, baseada no método checklist. Visando subsidiar
ações para implementação do SGA da UFSCar e sensibilizar a comunidade universitária sobre
as responsabilidades que compartilham pelo uso do espaço. A ferramenta escolhida foi um
questionário com os seguintes aspectos para análise do usuário: Consumo de Energia,
Resíduos, Uso de Recursos Naturais, Clima e Conforto Predial, Acessibilidade, Saúde e
Segurança, que foram aplicados por meio de entrevistas na sala de um docente, do
departamento de Botânica, no Laboratório de Mecânica dos Solos, do departamento de
Engenharia Civil, e por meio de observação e entrevistas com funcionários do prédio de aulas
teóricas(AT3).As análises dos dados foram realizadas separadamente por local estudado,
sistematizando essas informações em duas tabelas. A primeira considera somente a magnitude
dos impactos, com os seguintes conceitos: (5) Impacto muito significante; (4) Impacto
significante; (3) Impacto com significância regular; (2) Pouco impacto e (1) Nenhum impacto.
Na segunda tabela há um detalhamento da análise, pois os impactos identificados interferem
na UFSCar e/ou fora dela, portanto devem ser analisados de maneira pormenorizada. Neste
contexto, foram analisados os impactos de maior magnitude para classificá-los como sendo
positivos ou negativos para o meio, para tal foram atribuídos os sinais (+) ou (-) nos conceitos
anteriormente apresentados. Essa metodologia de análise permitiu identificar o maior impacto
e se ele é positivo ou negativo, bem como apontar qual dos três locais do estudo causa maior
impacto. Os resultados encontrados foram: na sala de docente, o maior impacto negativo é a
geração de resíduos de significativo impacto ambiental (-5) e o maior impacto positivo é o de
reutilização de papel (5), no AT3 e no laboratório de Mecânica dos Solos, a ausência de locais
adequados para descarte dos resíduos apresenta-se como maior impacto negativo (-5) e a
utilização de lâmpadas fluorescentes como maior impacto positivo (5). Considerando o
conjunto de aspectos avaliados, chegou-se a seguinte pontuação: sala de docente,19 pontos,
AT3, 5 pontos e laboratório de Mecânica de Solos, –19 pontos. Ter estes resultados em mãos
significa poder monitorá-los e tentar ao máximo incentivar ações que visem transformações
de impactos negativos em positivos. Avalia-se que o método foi eficiente, porém gerou
dúvidas nos usuários, sendo um próximo passo torná-lo autoexplicativo.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 74
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
O Estudo do fenômeno do turismo rural suas dimensões sociais sob a perspectiva das políticas
públicas que fundamenta o turismo na busca pelo desenvolvimento sustentado. A trajetoria de
suas concepções e as lacunas entre o definido, escrito, apresentado com objetivo de
compreender para explicar tais políticas. A partir deste cenário, apresenta-se e delimita o
município de Pirenópolis-GO, por entender que como indutor da atividade turistica e que
polariza as diversas cidades integrantes da mesorregião 3 do Estado de Goiás legitima as
investigações a cerca do tema. Nesse enfoque o olhar foi então direcionado ao fomento da
atividade do turismo rural. O recorte temporal ficou estabelecido a partir do ano de 2003,
quando da elaboração do Plano Nacional de Turismo até o ano de 2013, correspondente à
operacionalização da pesquisa. A sondagem com a totalidade do universo das propriedades
rurais permitiu a seleção da amostra, os dados primários foram alcançados através de
entrevistas com os sujeitos empreendedores, fornecedores e arrendátarios pautadas por
formulários semiestruturado e que revelaram os aspectos quantitativos possibilitando a
construção dos perfis. O estudo aborda e envolve o sistema de classificação das 23
propriedades rurais pesquisadas estabelecendo o perfil das propriedades, perfil dos sujeitos e
às atividades produtivas, criação das categorias empíricas agrupadas de acordo com
denvolvimento da atividade turística no espaço rural e a fala dos sujeitos. Nesta perspectiva,
assinalar a atividade do turismo rural a partir da fala dos sujeitos que integram o corpus da
pesquisa, constatou-se que essa forma de introduzir atividade não agrária ao meio rural tem
como finalidade integrar a comunidade local, referenciadas nas políticas, no mercado do
turismo visto que as propriedades rurais mantém suas características e enxergam nessa
atividade a geração de renda, inclusão, desenvolvimento sustentado e permanente fixação de
sua identidade. A dimensão qualitativa emerge da fala dos sujeitos que considera a visão geral
sobre a política pública para o setor deficiente na perspectiva do desenvolvimento local. A
amplitude dos dados revelados considera aussência de conhecimento do poder público em
relação as especificidades do espaço rural.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.
III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL 75
CIDADES SUSTENTÁVEIS: caminhos e desafios
III Jornada de Gestão e Análise
Ambiental
RESUMO
Sabe-se que fenômenos climáticos mostram que a natureza vem respondendo negativamente
ao atual sistema de consumo e produção. Além disso, sabe-se ainda, que a questão ambiental
deixou de fazer parte de discussões cientificas e hoje é cada vez mais fortalecida pelas
legislações, logo, a preocupação passa a ser mundial, adentrando cada vez mais na população.
Segundo Waldman (2013), poucos problemas identificam a sociedade atual tão bem como os
resíduos sólidos. O problema dos resíduos sólidos tem ganhado cada vez mais destaque
devido à instituição da Política Nacional Dos Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) que prevê a
eliminação de todos os lixões até o final de 2014, tendo como método de destinação os aterros
sanitários, que geram menor impacto ao meio ambiente. O presente trabalho tem como
objetivo a caracterização dos cenários dos resíduos sólidos de cada região do Circuito das
Malhas que é composta pelas seguintes cidades: Ouro Fino, Inconfidentes, Bueno Brandão,
Borda da Mata, Jacutinga, Monte Sião, Tocos do Moji e Albertina.
Primeiramente foi realizado um levantamento da atual condição de destinação final dos
resíduos em cada cidade envolvida no estudo, logo em seguida foi realizada uma visita in loco
em cada local da destinação, estes locais foram avaliados segundo padrões pré-estabelecidos
e classificados em bom, ruim, péssimo . Segunda FEAM (2012), apenas 3 das cidades
envolvidas possuem Aterro Controlado, sendo elas: Inconfidentes, Ouro Fino e Bueno
Brandão, as demais possuem Lixão como forma de destinação final de seus resíduos. Em
visita realizada in loco foi possível constatar que todos os locais de destinação não estão de
acordo com as normas pré-estabelecidas, sendo assim, foi considerado que todas as cidades
do estudo possuem maneira de destinação “ruim”. Frisa-se que o meio de destinação final dos
resíduos sólidos urbanos atuando de maneira incorreta oferece diversos riscos à saúde da
população e ao meio ambiente, como vetores e/ou materiais perigosos (como baterias de
veículos, pilhas e baterias comuns e de celulares, embalagens de produtos químicos, tóxicos
e/ou corrosivos etc). Como resultado preliminar, pode-se dizer que a região precisa de urgente
mudança no cenário dos resíduos, uma proposta que vem sendo estudada é a implantação de
um CIAS (Consorcio Intermunicipal de Aterro Sanitário), uma opção viável para municípios
de pequeno porte se adequar à legislação.
In: III JORNADA DE GESTÃO E ANÁLISE AMBIENTAL, 2014, São Carlos, SP.Anais... São Carlos: UFSCar, 2014.