Mapa - Circuitos Elétricos - 54 - 2024 2

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MAPA - CIRCUITOS ELÉTRICOS -

54_2024

EXTENSÔMETRO E PONTE DE
WHEATSTONE
Os extensômetros, também conhecidos como strain gauges, são usados para medir
deformações em diferentes tipos de corpos e estruturas. Estes dispositivos variam a
sua resistência elétrica à medida que sofrem deformações mecânicas e por meio de
um circuito elétrico é possível mensurar esta (variação de) resistência e associá-la à
variação de deformação.
Sistemas de medição à strain gauge são aplicados em diversas áreas da
instrumentação e controle como medidores de força e torque de uma máquina,
transdutores de aceleração (acelerômetros), de vibração, de pressão, células de
carga, de deformação em estruturas de concretos, práticas médias e cirúrgicas.
Fonte: https://br.omega.com/pressure/pdf/KFH.pdf. Acesso em: 20 set. 2022.

O extensômetro é composto de uma finíssima camada de material condutor


depositado sobre um composto isolante, que por sua vez é colado sobre a estrutura
em teste a partir de adesivos epóxi. Os formatos do strain gauge podem variar de
acordo com a aplicação, assim como a quantidade de sensores e posição na peça.
As deformações que ocorrem na estrutura alteram os valores dimensionais do strain
gauge e a sua resistência altera conforme a equação (1) da Unidade 2:

R=ρl/A

onde ρ representa a resistividade do material, l é o comprimento, A é a área da seção


do condutor.

Para que seja possível mensurar uma pequena variação de resistência, é utilizado um
circuito chamado Ponte de Wheatstone, mostrado na Figura 2. O circuito idealizado
por Charles Wheatstone em 1843 mostrou-se capaz de medir, com precisão, as
resistências elétricas, sendo utilizado para determinar o valor absoluto da resistência
por comparação com outras resistências conhecidas e para calcular a variação relativa
da resistência elétrica.
A resistência variável R 2 de forma que nenhuma corrente atravesse pelo
galvanômetro, sendo um dispositivo indicador de corrente sensível como um
amperímetro na faixa dos microampères. Nessa condição a tensão em “a” é igual à
tensão em “b” e então diz-se que a ponte está equilibrada.
Figura 2. Ponte de Wheatstone e Strain Gauge.
Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando a ponte:
Uma vez que a ponte está equilibrada e não passa nenhuma corrente pelo
galvanômetro, R1 e R2 se comportam como se estivessem em série.
Atividade 1.1) Considerando que R 2 é um potenciômetro e foi ajustado para 125 Ω.
Além disso, considere que:

R1=500 Ω
R3=200 Ω

1.a) Determine a resistência do strain gauge (Rx);


E se a corrente do galvanômetro for diferente de zero? Neste caso, temos uma
ponte desequilibrada e podemos aplicar o teorema de Thévenin ou Norton em
relação aos terminais do galvanômetro para encontrar o valor da corrente que o
atravessa. A Figura 3 mostra uma resistência interna do galvanômetro representada
por um resistor interno.
Figura 3. Circuito com resistência interna do galvanômetro.
Fonte: Elaborado pelo autor.

Podemos redesenhar o circuito considerando o equivalente de Thevenin (Vth e Rth) e,


desta forma, encontrar o valor da corrente no galvanômetro.
Figura 4. Circuito equivalente de Thévenin para determinar a corrente no
galvanômetro
Fonte: Elaborado pelo autor.

Então, para determinar o valor da corrente que passa pelo galvanômetro, é possível
aplicar o Teorema de Thévenin entre os pontos a e b, considerando que a resistência
interna do galvanômetro é de 40Ω e os demais valores do circuito são:

V=220 R1=3 R2=1 R3=400 Rx=600


V kΩ kΩ Ω Ω

1.b) Calcule o valor da resistência de Thevenin Rth.


1.c) Calcule o valor de Vth.
1.d) Calcule o valor da corrente I G no circuito equivalente de Thevenin com os valores
encontrados em b) e c).
Considere agora que um resistor de 2k foi adicionado em série com a fonte de tensão,
conforme mostrado na Figura 5.

Figura 5. Ponte de Wheatstone com Resistor em série com a fonte de tensão.


Fonte: Elaborado pelo autor.

Neste caso, como podemos determinar se a Ponte está balanceada? Podemos calcular
a tensão entre a e b e, caso seja nula a ponte estará balanceada.
1.e) Portanto, determine se a ponte do circuito está balanceada calculando o valor de
vab aplicando o método de análise de malhas no circuito da Figura 5.

FATOR DE POTÊNCIA DE UMA


INSTALAÇÃO ELÉTRICA
A energia necessária para o funcionamento de equipamentos como motores,
transformadores, fornos é formada a partir das componentes: ativa (medida em kWh)
e reativa (medida em kVArh). A energia ativa é aquela que realmente executa o
trabalho, responsável pelo movimento, aquecimento, iluminação. A energia reativa é a
componente que não realiza trabalho, porém é consumida pelos equipamentos com a
finalidade de formar os campos eletromagnéticos que também são necessários para o
funcionamento.

Figura 6. Energia Ativa e Reativa.


Fonte: https://www.chesp.com.br/pagina/institucional/38-energia-reativa. Acesso em:
22 set. 2022.

Alguns equipamentos como motores, transformadores, reatores de iluminação são as


principais cargas de uma instalação elétrica responsáveis por consumir energia
reativa.
A relação entre a potência ativa, que é convertida em trabalho, e a potência total
absorvida (potência aparente, em kVA) é chamado de Fator de Potência (FP). Este
fator indica o quão eficaz o consumo de energia por parte da instalação ou de um
equipamento em específico, sendo 1 o seu valor máximo, quando toda energia
drenada da fonte é transformada em trabalho.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regulamenta que o Fator de Potência
de uma instalação elétrica deve ser mantido o mais próximo possível do valor unitário,
mas permite que o valor mínimo seja de 0,92. Se o FP estiver abaixo do valor
mínimo, a conta de energia sofrerá um ajuste em reais!

Além do ajuste na conta de energia, o baixo fator de potência cria outras situações
indesejadas:

• Queda na capacidade dos alimentadores do sistema elétrica.


• Desgaste prematuro dos dispositivos da instalação elétrica.
• Aumento das perdas elétricas nas linhas de transmissão.
• Quedas de tensão nos circuitos de distribuição.
• Necessidade de superdimensionamento dos condutores e dispositivos de proteção.
• Mau funcionamento dos dispositivos de proteção.
• Aumento do consumo de energia.

As causas do baixo fator de potência também podem ser apontadas como:


→ Motores trabalhando em vazio (sem carga).
→ Motores superdimensionados.
→ Fornos de indução.
→ Reatores de baixo FP na instalação.
→ Máquinas de solda.
→ Transformadores operando ao vazio.

Atividade 2)

Um morador da região contratou você para analisar as instalações elétricas da


residência, pois estava descontente com a oscilação de energia que acontecia em sua
casa. Segundo ele, isso ocorria devido ao uso de equipamentos de solda em uma
pequena fábrica que ficava no prédio ao lado da sua propriedade.
Sabendo que esses eram os únicos consumidores conectados ao transformador de
distribuição de energia, foi instalado um analisador de energia que registrou a tensão
no ponto de conexão da residência do solicitante (Vcasa) e a corrente consumida pela
fábrica (Ifab), simultaneamente. Durante a medição, todas as cargas da residência
estavam desligadas.
Em um dos registros ocorreu uma corrente de 100A eficazes com um ângulo de 35°
atrasados em relação à tensão V s. Nessa situação, a tensão eficaz medida na
residência foi 220 V quando a corrente da fábrica (Ifab) era nula.
Na Figura 7, está ilustrado o circuito equivalente do cenário citado acima. Onde R L e
XL se referem à impedância do transformador, sendo os valores:

RL = 0,1 XL = j0,25
Ω Ω

Figura 7. Circuito equivalente do cenário da atividade 3


Fonte: Elaborado pelo autor.
Considerando o contexto descrito, responda os itens que seguem:
2.a) Calcule o módulo da tensão V s.
2.b) Qual o valor eficaz da tensão na residência quando a corrente na fábrica é de 100
A?
2.c) Qual o fator de potência da fábrica quando a corrente é de 100 A?
2.d) Considerando a ideia de que a impedância da fábrica fosse linear (formada
apenas por elementos de circuitos elétricos, como resistores, indutores e capacitores)
qual seria a impedância Z fab quando a corrente é de 100 A com ângulo de 35°
atrasados?
2.e) Qual a potência ativa absorvida pela fábrica na condição de 100A?
2.f) Agora, sabendo da situação, se fosse possível modificar a instalação da fábrica
adicionando um banco capacitivo em paralelo com a instalação buscando aumentar o
fator de potência para 1 mantendo o valor da potência ativa (P), qual seria a potência
reativa desse banco capacitivo?

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