Bioquimica II. 2023
Bioquimica II. 2023
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Apesar da grande diversidade dos processos bioquímicos que envolvem a integração funcional
de milhões de moléculas para manter e perpetuar a vida, a ordem biológica é conservada por
vários processos:
1. Síntese de biomoléculas,
2. Transporte de íons e moléculas através das membranas biológicas,
3. Produção de energia e movimento e
4. Remoção de produtos metabólicos de excreção e substâncias tóxicas.
Biomoléculas
Todos os seres vivos são constituídos por moléculas orgânicas de grandes dimensões –
macromoléculas.
Estas são formadas por um número relativamente reduzido de elementos químicos,
principalmente carbono, oxigénio e hidrogénio.
Existem quatro grandes tipos de macromoléculas nas células: os prótidos, os glícidos, os
lípidos e os ácidos nucleicos.
As biomoléculas desempenham diferentes funções: estruturais, energéticas, enzimáticas,
armazenamento e transferência de informação.
1. Água:
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A água é o composto mais importante nas células. Constitui o meio onde ocorrem todas
as reações celulares, intervindo em numerosas reações químicas vitais.
As propriedades da água residem no facto desta molécula, apesar de eletronicamente
neutra, apresentar polaridade.
Esta polaridade permite a ligação entre as moléculas de água e também entre estas
moléculas e outras substâncias polares, através de pontes de hidrogénio.
A polaridade da molécula da água explica a eficácia sem separar partículas entre si, pois
o caráter polar da água tende a diminuir as forças de atração dos iões encontrados em
sais e em outros compostos iónicos, favorecendo a dissociação dos mesmos.
2. Sais minerais:
Reguladora
Estrutural
UNIDADE I: Carboidratos
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1.1. Definção
1.2.Classificaçãodosglicídios
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A nomenclatura de trioses, tetroses, pentoses e hexoses foi desenvolvida por Emil
Fischer, a partir dos seus estudos de carboidratos iniciados em 1880. Fischer também
endossou os termos aldose e cetose, propostos por Amstrong.
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D - manose , ou açúcar manose: É um açúcar natural que se encontra numa gama
de plantas comuns, incluindo o arando e aloé vera . Os seres humanos não podem
metabolizar a manose, e não tem nenhum efeito sobre os níveis de açúcar no
sangue , mas tem sido encontrado para ser quase tão eficaz como os antibióticos
para curar infecções do trato urinário ( ITU ) . Tratamento
Porque não podemos metabolizar manose, quando é ingerida em cápsulas ou em pó que
entra diretamente na corrente sanguínea e é filtrada pelos rins para a bexiga. Acredita-se
que manose contém propriedades que atraem as estirpes de bactérias E coli , que
provoca mais ITU . Quando o açúcar é expelido na urina , ele libera as bactérias
também.
b. Dissacarídios
Os dissacarídeos são formados por dois monossacarídeos unidos por ligação covalente.
Existem vários dissacarídeos presentes na alimentação, como, por exemplo:
Trealose = glicose + glicose a (1-1);
Celobiose = b-glicose + b-glicose (1- 4);
Maltosea(1 - 4) e a Iso-maltose a (1 - 6): duas moléculas de glicose e estão presente no
malte (maltose) e são subproduto da digestão do amido e glicogênio (iso-maltose);
Lactose glicose + galactose b(1- 4): é o principal carboidrato do leite;
Sacarose: glicose + frutose a(1 - 2), sendo a forma mais comum de açúcar, obtida da
cana-de-açúcar.
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c. Polissacarídios
Polissacarídeos, ou glicanos, são carboidratos que, por hidrólise, originam uma grande
quantidade de monossacarídeos. São polímeros naturais. Por exemplo, a celulose é um
polímero da glicose:
n glicose → Celulose + (n-1) H2O
-[ Cx(H2O)y) ] n -
Amido constitui; assim, a principal substânçia de reserva das plantas e de muitas algas.
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1.2.1.Ciclização de Carboidratos
Os glícidos são compostos que tem uma função aldeído (-CHO) ou cetona (-CO-) e muitas funções
hidroxilos com os seus derivados.
Os carboidratos são compostos orgânicos constituídos por carbono, hidrogénio e oxigénio, que
geralmente seguem a fórmula empírica [C(H2O)]n, sendo n ≥ 3. A proporção entre os átomos de
carbono, hidrogénio e oxigénio é de 1:2:1. Contudo, alguns carboidratos não se ajustam a esta
regra geral, como a manose, por exemplo, cuja fórmula molecular é C6H12O5. Outros autores
utilizam a fórmula empírica [Cx(H2O)y]. Podem ser poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas,
isto é, possuem um grupo que pode ser aldeído ou cetona, respectivamente, e vários hidroxilos,
geralmente um em cada átomo de carbono que não faz parte do aldeído ou grupo funcional
cetona. Além de carbono, hidrogénio e oxigénio, alguns carboidratos apresentam nitrogênio,
fósforo ou enxofre em sua composição.
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Os monossacarídeos como a frutose e a ribose ciclizam-se a fim de dar origem a um anel de
cinco membros
O pâncreas é responsável por sintetizar dois hormônios de vital importância para a regulação do
metabolismo, a insulina e o glucagon.
A síntese e a liberação de insulina pode ser diminuída pelo hormônio adrenalina, que é
secretada em resposta a estresse, trauma ou exercício intenso.
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A secreção do glucagon e estimulada por baixos níveis glicose na sangue (glicemia), e pela
adrenalina. O glucagen liga-se a receptores nos hepatócitos. Essa ligação resulta na ativação da
adenilil –cilcase, a qual produz um mensageiro secundário chamado de AMPc (AMP cíclico),
resultando em uma cascata de sinais inibindo ou ativando enzimas por foforilação de enzimas
chaves da regulação do metabolismo.
- Insulina – Hipoglicemiadora
1.4.Metabolismo de carboidratos
•1 - Digestão e absorção
• 2 - Glicólise
• 3 - Gliconeogênese
a) Digestão e absorção
A digestão dos carboidratos tem início na boca. Amido e glicogênio (hidratados )sofrem a ação
da enzima alfa-amilase, presente na saliva, e são reduzidos a estruturas menores.
No duodeno estes fragmentos são atacados, com maior eficiência, pela alfa-amilase presente
no suco pancreático e são transformados no monossacarídeo glicose, no dissacarídeo maltose,
no trissacarídeo maltotriose e nas chamadas dextrinas alfa-limite.
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b) Glicólise :
Este conjunto de reações ocorre no citosol e utiliza muitas enzimas da via glicolítica, mas na
direção inversa. Enquanto a glicólise gera 2 ATPs por molécula de glicose oxidada, a
gliconeogênese consome 6 ATPs.
6.A glicólise foi um dos primeiros sistemas enzimáticos a ser esclarecido, contribuindo o seu
estudo para a melhor compreensão dos processos enzimáticos e do metabolismo intermediário
1.5.Respiração aeróbica
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transformados em gás carbônico e água.
A respiração aeróbica é um processo muito mais complexo que a fermentação. São necessários
cerca de 60 passos metabólicos a mais, além dos nove que compõe a glicólise, para que uma
molécula de glicose seja totalmente degradada a CO2 e H2O, em presença de O2.
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UNIDADE II: LÍPIDEOS
2.1. DEFINIÇÂO DO CONCEITO
Os lipídeos definem um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das outras classes
de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim pela
sua alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um
grupo conhecido como biomoléculas. Os lipídeos se encontram distribuídos em todos os
tecidos, principalmente nas membranas celulares e nas células de gordura.
A maioria dos lipídeos é derivada ou possui na sua estrutura ácidos graxos. Algumas
substâncias classificadas entre os lipídeos possuem intensa atividade biológica; elas incluem
algumas das vitaminas e hormônios.
Embora os lipídeos sejam uma classe distinta de biomoléculas, veremos que eles geralmente
ocorrem combinados, seja covalentemente ou através de ligações fracas, como membros de
outras classes de biomoléculas, para produzir moléculas hídricas tais como glicolipídeos, que
contêm tanto carboidratos quanto grupos lipídicos, e lipoproteínas, que contêm tanto lipídeos
como proteínas. Em tais biomoléculas, as distintas propriedades químicas e físicas de seus
componentes estão combinadas para preencher funções biológicas especializadas.
Existem diversos tipos de moléculas diferentes que pertencem à classe dos lipídeos. Embora
não apresentem nenhuma característica estrutural comum todas elas possuem muito mais
ligações carbono-hidrogênio do que as outras biomoléculas, e a grande maioria possui poucos
heteroátomos. Isto faz com que estas moléculas sejam pobres em dipolos localizados (carbono
e hidrogênio possuem eletronegatividade semelhante). Uma das leis clássicas da química diz
que "o semelhante dissolve o semelhante": daí a razão para estas moléculas serem fracamente
solúveis em água ou etanol (solventes polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos
(geralmente apolares).
Ao contrário das demais biomoléculas, os lipídeos não são polímeros, isto é, não são repetições
de uma unidade básica. Embora possam apresentar uma estrutura química relativamente
simples, as funções dos lipídeos são complexas e diversas, atuando em muitas etapas cruciais
do metabolismo e na definição das estruturas ce
2. Os químicos podem separar os lipídeos de uma amostra biológica através de uma técnica
conhecida como extração; um solvente orgânico é adicionado a uma solução aquosa da
amostra e, com um auxílio de um funil de separação, obtém-se a fase orgânica rica em
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lipídeos. Com a evaporação do solvente orgânico obtém-se o lipídeo. É desta maneira que,
em escala industrial, se obtém o óleo vegetal.
3. Alguns lipídeos têm a habilidade de formar filmes sobre a superfície da água, ou mesmo
de formar agregados organizados na solução; estes possuem uma região, na molécula,
polar ou iônica, que é facilmente hidratada. Este comportamento é característico dos
lipídeos que compõe a membrana celular. Os lipossomos são "microenvelopes" capazes de
envolverem moléculas orgânicas e entregarem-nas ao "endereço biológico" correto.
2.2. Função dos lipidos
- São moléculas que podem funcionar como combustível alternativo à glicose, pois são os
compostos bioquímicos mais calóricos em para geração de energia metabólica através da
oxidação de ácidos graxos;
- Oferecem isolamento térmico, elétrico e mecânico para proteção de células e órgãos e para
todo o organismo (panículo adiposo sob a pele), o qual ajuda a dar a forma estética
característica;
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- Produtos manufaturados: sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes.
2.4.Ácidos gordos
Os ácidos gordos (Portugal) ou ácidos graxos (Brasil) podem ser caracterizados quimicamente
por conterem um ácido carboxílico ligado a uma "cauda" de hidrocarboneto que varia em
tamanho e saturação. Na natureza, os ácidos palmítico e esteárico (16 e 18 carbonos
respectivamente) são os ácidos graxos saturados mais abundantes. Do ponto de vista
energético, o ácido graxo é um excelente "reservatório" de energia, haja visto que os carbonos
que o compõe estão extremamente reduzidos.
Os ácidos gordos cumprem diversas funções: são precursores de outros lípidos, como os
eicosanóides, e fazem parte da constituição de lípidos estruturais, como os fosfolípidos. Além
disso, a sua oxidação a CO2 e H2O liberta uma grande quantidade de energia metabólica.
Possuem normalmente entre quatro e 36 carbonos na cadeia alifática. Esta pode conter apenas
ligações simples ou apresentar ligações duplas nalguns pontos. Também pode apresentar
pequenas ramificações (grupos metilo), anéis com três carbonos e grupos hidroxilo.
Os ácidos graxos saturados são aqueles que não possuem dupla ligação entre seus átomos de
carbono ou outro grupo funcional ao longo da cadeia. Geralmente possuem uma forma reta, o
que permite seu armazenamento de forma muito eficiente.
Nome
Nome sistemático Estrutura Notação
comum
Ácido butírico Ácido butinóico CH3(CH2)2COOH 4:0
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Ácido
Ácido hexanóico CH3(CH2)4COOH 6:0
capróico
Ácido
Ácido octanóico CH3(CH2)6COOH 8:0
caprílico
Ácido cáprico Ácido decanóico CH3(CH2)8COOH 10:0
Ácido láurico Ácido dodecanóico CH3(CH2)10COOH 12:0
Ácido
Ácido tetradecanóico CH3(CH2)12COOH 14:0
mirístico
Ácido
Ácido hexadecanóico CH3(CH2)14COOH 16:0
palmítico
Ácido
Ácido octadecanóico CH3(CH2)16COOH 18:0
esteárico
Ácido
Ácido eicosanóico CH3(CH2)18COOH 20:0
araquídico
Ácido beênico Ácido docosanóico CH3(CH2)20COOH 22:0
Ácido Ácido cis-9-
CH3(CH2)5CH=CH(CH2)7COOH 16:1Δ9
palmitoleico hexadecenóico
Ácido cis-9-
Ácido oleico CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7COOH 18:1Δ9
octadecenóico
Ácido Ácido cis-,cis-9,12- 18:2Δ9,1
CH3(CH2)4CH=CHCH2CH=CH(CH2)7COOH 2
linoleico octadecadienóico
O termo "saturado" se refere ao hidrogênio, isto é, um ácido graxo saturado é aquele no qual
todos os carbonos (da cadeia de hidrocarbonetos) estão ligados a dois hidrogênios, exceto ao
último carbono que deve estar ligado a três hidrogênios.
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Comparação entre isômeros trans e cis
Os ácidos ogrdos insaturados seguem o mesmo padrão dos ácidos gordos saturados, exceto
pela existência de uma ou mais duplas ligações ao longo da cadeia. A dupla ligação ocorre
entre carbonos (-CH=CH-) e de forma alternada, isto é, um único átomo de carbono só forma
uma dupla ligação (do tipo -CH=CH-CH=CH- e nunca -CH=C=CH).
A dupla ligação pode ter duas configurações; se o ácido gordo adquirir uma forma "linear", é
dito que a ligação tem uma "configuração trans", mas se o ácido gordo forma uma "quina" a
ligação possui configuração cis.
Uma configuração cis quer dizer que os átomos de carbonos adjacentes estão do mesmo lado
da dupla ligação. A rigidez da dupla ligação torna o ácido graxo menos flexível. Quanto maior
for o número de duplas ligações, maior é a curva do ácido graxo. Um notável papel
desempenhado pela ligação cis ocorre nas membranas biológicas: como essas membranas são
constituídas por lipídios e esses, na sua maioria, possuem ácidos graxos como constituintes
estruturais, o número total de ligações cis em uma membrana vai influenciar sua fluidez
(flexibilidade).
Já uma configuração trans, por sua vez, significa que os dois átomos de carbonos em ambas as
extremidades da dupla ligação estão do lado oposto. Como consequência, não há dobramento
de cadeia, e sua conformação é muito semelhante a de um ácido graxo saturado.
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hidrogenação de gorduras insaturadas (que consiste em reduzir as ligações duplas de ácidos cis
a ligações simples).
Alimentos contendo ácidos gordos insaturados podem sofrer, por exposição prolongada ao ar,
oxidação nas ligações duplas, resultando na quebra da cadeia de carbonos na zona dessa ligação
e consequente formação de aldeídos de cadeia curta, de sabor e odor desagradável (o ranço).
tanto a cadeia de ácidos saturados, quanto a cadeia de ácidos insaturados são importantes para
manterem a membrana em equilíbrio, assim desenvolvendo as suas funções.
A presença de ligações duplas numa cadeia de ácido gordo é denotada pelo seu número
separado do número de carbonos da cadeia principal por dois pontos. Por exemplo, o ácido
oleico, que contém 18 carbonos e uma ligação dupla, denota-se 18:1. O ácido esteárico tem o
mesmo número de carbonos, mas nenhuma ligação dupla, sendo por isso 18:0.
É também normalmente interessante denotar a posição das ligações duplas ao longo da cadeia.
Assim, a posição é denotada por um delta (Δ) em sobrescrito. Por exemplo, um ácido gordo
com uma cadeia de 22 carbonos e duas ligações duplas, uma entre os carbonos 9 e 10 e outra
entre os carbonos 13 e 14, será denotado 22:2(Δ9,13).
Os ácidos gordos mais comuns têm número par de carbonos; as ligações duplas, se presentes,
raramente são conjugadas e encontram-se normalmente entre os carbonos 9 e 10 e também
entre os carbonos 12 e 13 e os carbonos 14 e 15. Os ácidos gordos insaturados produzidos
naturalmente têm usualmente as suas ligações duplas na conformação cis; em determinadas
condições (como nas reações de hidrogenação de alguns óleos ou no processo digestivo de
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ruminantes), são formadas ligações trans. As chamadas "gorduras trans" devem o seu nome
a eta característica e são consideradas prejudiciais à saúde por o seu consumo estar ligado
ao aumento de colesterol "mau" (LDL).
Os ácidos gordos apresentam baixa solubilidade em água e são mais insolúveis quanto maior
for a cadeia alifática e menor o número de ligações duplas nesta.
O metabolismo lipídico ou metabolismo dos lipídios ocorre no fígado, estes lipídios são
provenientes de duas fontes: dos alimentos ingeridos e da reserva orgânica que é o tecido
adiposo.
Diariamente, ingerimos cerca de 25g-105g de lipídios. Estes lipídios estão geralmente sob
forma de triglicerídeos (TG). O armazenamento de ácidos graxos na forma de TG é o mais
eficiente e quantitativamente mais importante do que o de carboidratos na forma de glicogênio.
Quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica, promove-se a liberação
destes TG com o objetivo de convertê-los em ácidos graxos livres, os quais serão oxidados para
produzir energia.
No entanto, outras formas de lipídios fazem parte da dieta diária, como os fosfolipídios, o
colesterol e as vitaminas lipossolúveis.
2.7.Colesterol
2.7.1. Introdução
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-Lipoproteína de alta densidade (HDL)“colesterol bom” : pensa-se que evita doenças
arteriais. A HDL leva o colesterol das células para o fígado, onde é processado e eliminado.
- Os trigliceridos: são produzidos pelo fígado e encontram-se nos lacticínios, na carne e nos
óleos para cozinhar. O risco de ter os valores de trigliceridos elevados aumenta se tiver excesso
de peso e se tiver uma alimentação rica em gorduras.
2.7.Ácidos bilares
2.8.Esteróides e Esteróis
2.8.1. Esteróides
Esteroides são um grande grupo de compostos solúveis em gordura (lipossolúveis), que têm
uma estrutura básica de 17 átomos de carbono dispostos em quatro anéis ligados entre si. Os
esteroides compreendem diversas substâncias químicas com importante papel na fisiologia
humana. Alguns esteroides são produzidos sinteticamente com finalidade médico-
terapêutica.São lipídios de cadeia complexa, onde o colesterol é substância fundamental na
formação dos esteroides. Sem colesterol não haveria vida. Contudo, o seu excesso é maléfico à
saúde.
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Os esteróides anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos harmónios sexuais
masculinos, testosterona. Promovem um aumento de massa muscular (efeito anabolizante) e o
desenvolvimento de caracteres masculinizantes.
A massa corporal aumenta porque eles aumentam a capacidade do corpo de absorver proteína,
além de reter líquidos provocando o inchaço dos músculos. O conceito anabolizante significa
que provoca hipertrofia (aumento) do tecido muscular entre outras.
Muitas vezes as drogas são usadas em associação de três tipos diferentes e em doses 100 vezes
maiores que as preconizadas por tratamentos médicos. Anadrol, oxadrin, durabolin são alguns
exemplos de esteróides.
Uma das substâncias mais perigosas é o clembuterol, usado por atletas e praticantes de
musculação. Como a venda é ilegal, só é conseguido através de contrabando ou em algumas
farmácias de manipulação.Ele aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca, causa falta de
ar e tremores. Em casos graves, leva ao coma e pode matar.
2.8.2.Esteróis
Os esterois são esteroides com 27 a 29 átomos de carbono. Sua estrutura química deriva do
ciclopentanoperidrofenantreno ou esterano - cuja contém molécula de 17 átomos de carbono,
dispostos em três anéis hexagonais e um pentagonal. Nos esteróis, há uma cadeia adicional
lateral de oito ou mais átomos de carbono, ligada ao carbono-17, e um grupo álcool ou
hidroxila (-OH), ligado ao carbono-3.
O esterol propriamente dito é um álcool secundário, no qual uma hidroxila está ligada a um
composto tetracíclico.
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.8.2.1. Estrutura quimica de Esteróis
.8.2.2.Tipos de esteróis
O esterol mais comum nos animais é o colesterol, que constitui parte das membranas de todas
as célulaseucariotas e micoplasmas.
Plantas superiores contêm fitosterol, que é uma mistura de composição variável, constituída de
três componentes: campesterol, sitosterol e estigmasterol.
Fungos e leveduras contêm esteróis do tipo ergosterol, que são precursores da vitamina D.
Organismos marinhos, como as estrelas do mar, contêm esteróis muito característicos, com
insaturações no carbono-7, por exemplo, em lugar do carbono-5, como é típico dos esteróis
terrestres (plantas e animais).
Os lípidos são qualquer tipo de óleo ou gordura que não são solúveis em água. Quase todas as
plantas, incluindo fungos minúsculos, produzem lipídios.
Os lípidos são inicialmente armazenados nas plantas na forma de carboidratos. Eles são os
açúcares que formam a maior parte do peso seco do vegetal.
Na medida em que a planta amadurece e começa a produzir sementes, alguns dos seus
carboidratos começam se converter em gorduras e óleos mais concentrados (lípidos), e se
acumulam na planta.
As plantas começam a acumular lipídios quando precisam acumular muita energia alimentar
em um espaço pequeno. Os carboidratos não são tão compactos quanto os lipídios e, por esse
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motivo, eles estão concentrados nos lípidos. Em outras palavras, quando é o momento de
produzir sementes, as plantas acumulam lípidos nelas.
Os lipídios nutrem as sementes enquanto elas germinam. À medida que novas plantas se
desenvolvem, eles se combinam com o hidrogênio e o oxigênio na água para formar
carboidratos. O processo inicia-se de novo com o desenvolvimento de plantas novas.
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UNIDADE III: Aminoácidos e Proteínas.
Todo o nosso organismo é formado por proteínas. Os aminoácidos se ligam através de ligações
peptídicas formando as cadeias de proteínas. No total, existem 20 tipos de aminoácidos, sendo
que desses, só conseguimos fabricar 12. Por conta disso são chamados de não essenciais. Os
outros 8 tipos são encontrados nos alimentos que precisamos ingerir. Estes, por sua vez, são
chamados de essenciais.
Aminoácidos essenciais: fenilalanina, leucina, lisina, triptofano, histidina, valina, treonina e
isoleucina.
Aminoácidos não essenciais: ácido aspártico, prolina, glutamina, glicina, serina, tirosina,
cisteína, ácido glutâmico, aspargina, alanina.
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Depois que as proteínas são ingeridas, o nosso organismo utiliza as enzimas digestivas para
quebrá-las de forma que elas fiquem num tamanho bastante reduzido e voltem a forma de
aminoácidos. Só assim podem ser absorvidos e utilizados pelo corpo.
3.4. Proteínas
As proteínas são compostos de elevada massa molecular (5000 a vários milhões) produzidas
pelas células vivas de todas as formas de vida. São polímeros complexos de α-aminoácidos,
unidos entre si por um tipo específico de ligação covalente a ligação peptídica.
As proteínas são constituídas por 20 aminoácidos diferentes reunidos em combinações
praticamente infinitas, possibilitando a formação de milhões de estruturas diversas. Estas
combinações permitem às células a produção de proteínas com diferentes tamanhos, formas,
estruturas, propriedades e funções. A seqüência de aminoácidos, que define as características
das proteínas, é determinada pelas informações genéticas contidas no núcleo da célula.
As proteínas são partes importantes de todas as células e tecidos. As proteínas são necessárias
para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde do organismo. O sangue contém
duas classes de proteínas: albumina e globulina. A albumina não permite que os líquidos
extravasem dos vasos sanguíneos. As globulinas têm importante papel no sistema
imunológico.
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UNIDADE IV : AS VITAMINAS
4.1. Introdução
As vitaminas são essenciais porque o organismo não pode sintetizar esses compostos que são
necessários à manutenção de uma vida normal.
Uma vez que o organismo não é capaz de sintetizar as vitaminas, elas precisam ser ingeridas
através da alimentação. Suas principais fontes são as frutas, verduras, legumes, carne, leite,
ovos e cereais.
A carência parcial de vitaminas é chamada de hipovitaminose, enquanto que o excesso de
ingestão de vitaminas é denominado hipervitaminose. Avitaminose é a carência extrema ou
total de vitaminais.
As pró-vitaminas são substâncias a partir das quais o organismo é capaz de sintetizar
vitaminas. Ex: carotenos (pró-vitamina A) e esteróis (pró-vitamina D).
Vitaminas lipossolúveis: São as vitaminas solúveis em gordura e por isso podem ser
armazenadas. Fazem parte deste grupo as vitaminas A, D, E e K;
Vitaminas hidrossolúveis: São as vitaminas do complexo B e a vitamina C, solúveis em água.
Não podem ser armazenadas no corpo, pelo que os casos de hipervitaminose são raros.
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4.2.1. Vitaminas Lipossolúveis
a. Vitamina A (Retinol/Beta-Caroteno)
b. Vitamina D
c. Vitamina E (Tocoferol)
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Fontes: Óleos vegetais, nozes, amêndoa, avelã, gérmen de trigo, abacate, aveia, batata
doce, vegetais verde-escuros.
d. Vitamina K
1. Vitamina C
2.Vitaminas do Complexo B
-Tiamina (B1)
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-Riboflavina (B2)
-Niacina (B3)
Funções: Necessária para a produção de energia nas células. Desempenha papel nas
ações das enzimas no metabolismo dos ácidos graxos, respiração dos tecidos e
eliminação de toxinas;
Hipovitaminose: Fraqueza, pelagra, anorexia, indigestão, erupções na pele, confusão
mental, apatia, desorientação, neurite;
Fontes: Carnes magras, fígado, peixes oleosos, amendoim, cereais matinais
vitaminados, leite, queijo cogumelo, ervilha, vegetais folhosos verdes, ovos, alcachofra,
batata, aspargos.
-Piridoxina (B6)
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Hipovitaminose: Anomalias do sistema nervoso central, desordens da pele, anemia,
irritabilidade e convulsões;
Hipervitaminose: Ataxia e neuropatia sensorial;
Fontes: Gérmen de trigo, batata, banana, vegetais crucíferos, castanhas, nozes, peixe,
abacate, semente de gergelim.
-Biotina (B8)
Funções: Produção de energia através dos alimentos, síntese de gorduras, excreção dos
resíduos de proteínas;
Hipovitaminose: Alterações cutâneas;
Fontes: Gema de ovo, fígado, rim, coração, tomate, levedura, aveia, feijão, soja, nozes,
alcachofra, ervilha e cogumelo.
-Cobalamina (B12)
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UNIDADEV: Metabolismo das moléculas informacionais
5.1. Introdução
5.1.1..Ácidos nucléicos
De seus três componentes (açúcar, radical fosfato e base orgânica nitrogenada) apenas o radical
fosfato não varia no nucleotídeo. Os açucares e as bases nitrogenadas são variáveis.
Quanto aos açucares, dois tipos de pentoses podem fazer parte de um nucleotídeo: ribose e
desoxirribose (assim chamada por ter um átomo de oxigênio a menos em relação à ribose.
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DNA e RNA: Qual é a diferença?
É da associação dos diferentes nucleotídeos que se formam as macromoléculas dos dois tipos
de ácidos nucléicos: o ácido ribonucléico (RNA) e o ácido desoxirribonucléico (DNA). Eles
foram assim chamados em função dos açúcar presente em suas moléculas: O RNA contém o
açúcar ribose e o DNA contém o açúcar desoxirribose.
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5.1.2. ácido desoxirribonucleico (ADN)
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disperso no citoplasma. Dentro dos cromossomas, proteínas da cromatina como as histonas
compactam e organizam o ADN. Estas estruturas compactas guiam as interacções entre o ADN
e outras proteínas, ajudando a controlar que partes do ADN são transcritas.
O ADN é responsável pela transmissão das características hereditárias de cada espécie de ser
vivo.
-RNA mensageiro (ARNm) : copiar os genes de uma fita de DNA (aminoácidos) e levar para
o ribossomo
-RNA transportador (ARNt) : transporta os aminoácidos para o ribossomo
-RNA ribossômico (ARNr): sintetizar proteína.
DNA RNA
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Bibliografia Básica
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