Trabalho 1000021562

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16°

TÍTULO: ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE


CÂMARA ÚMIDA

CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA

SUBÁREA: ENGENHARIAS

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

AUTOR(ES): YURI SILVA CRUZ STORINO

ORIENTADOR(ES): LUÍS FERNANDO POMPEO FERRARA, RAQUEL GALHARDO DE CARVALHO


LOPES ARAÚJO, SABRINA DE CÁSSIA MARTINEZ

COLABORADOR(ES): LABORATÓRIO DE CONSTRUÇÃO CIVIL UNISANTA, NÚCLEO DE PESQUISA


ELETRÔNICA UNISANTA
1. RESUMO

Na área de construção civil, materiais diversos são utilizados no decorrer de


um projeto e estes devem ser testados antecipadamente. No caso da argamassa e
concreto é feito um corpo de prova, do mesmo material que será utilizado
posteriormente, que passa pelo processo de cura. Este processo é feito dentro do que
é chamado câmara úmida, uma sala com temperatura e umidade que necessita de
um controle preciso para que a cura do concreto seja considerada satisfatória. O
objetivo deste projeto consiste na automação de uma maquete de câmara úmida do
laboratório de construção civil da Universidade Santa Cecilia. Atualmente a mesma
possui o controle de temperatura e umidade de forma visual e conforme os indicativos
estejam fora do esperado é acionado, através de uma válvula manual, uma bomba de
irrigação para que os parâmetros voltem ao normal. Para controle foi utilizado o
microcontrolador Atmega 328P, para medições constantes de temperatura e umidade
o sensor DHT22, para irrigação uma bomba d'agua, para interação com o operador
um display LCD, mostrando a temperatura e umidade medida e três LEDs para aviso
visual, referentes a umidade anormal, temperatura anormal e estado normal do
sensor. O microcontrolador então estará recebendo constantemente os dados do
sensor, exibindo-os no display e, caso as condições de leitura do sensor sejam
irregulares à câmara, atualizando os LEDs e acionando a bomba, este acionamento
será feito em intervalos até que as condições sejam ideias. Após o desenvolvimento
deste protótipo, foi observado que o sistema funcionou como o previsto, atendendo as
necessidades do operador, não havendo necessidade de acionamentos manuais,
apenas de verificação de estado nos componentes para operador, como o display e
LEDs.

2. INTRODUÇÃO

Antes de qualquer construção civil, é necessário fazer testes dos materiais que
serão utilizados. No caso da argamassa ou concreto, é feito um corpo de prova através
das especificações passadas pela construtora, para futuros testes, e para manufatura
deste corpo, um dos processos é o de cura em uma câmara úmida (GERROLA, 2011).
O processo de cura se refere a secagem dos corpos de prova para futuros teste,
podendo este demorar horas ou até mesmo semanas, dependendo dos testes
necessários (GERROLA, 2011). Este processo necessita de um controle preciso para
que a cura do concreto seja considerada satisfatória, assim a temperatura do ar da
câmara úmida deve ser mantida em (23 ± 2)°C, e a umidade maior ou igual a 95%
(Norma ABNT NBR 9479/2006). A câmara úmida, o local onde é realizada a cura dos
corpos de prova deve seguir as exigências especificadas pela Norma ABNT NBR
9479, tais como o controle de temperatura e umidade da câmara, isolamento térmico
da estrutura e a mesma devem ser feita de materiais não corrosivos com espaço
suficiente para armazenamento dos corpos de prova durante o processo de cura
(ABNT, 2006).
A Universidade Santa Cecília possui uma câmara úmida, que pode ser
visualizada na figura 1, para utilização nos testes acadêmicos e uma maquete da
câmara úmida, que pode ser observada na figura 2, para demonstração do
funcionamento da mesma, porém essa maquete igualmente a câmara utilizada nos
testes, necessita de um controle de temperatura e umidade. Atualmente o controle é
feito através da supervisão do monitor de laboratório, sendo que quando observado
altas temperaturas e/ou baixa umidade, é aberto um registro que dispersa jatos de
água sobre os corpos da maquete para voltar as condições padrões (ABNT, 2006).

Figura 1 - Câmara úmida, armazenamento de corpos de prova (FERNANDES, 2012).

Figura 2 - Maquete de câmara úmida (Autor).


3. OBJETIVO

O projeto consiste no desenvolvimento de uma placa protótipo para o controle


automatizado da umidade e temperatura da maquete de câmara úmida presente no
laboratório de construção civil da Universidade Santa Cecília. No laboratório também
há a câmara úmida utilizada pelos alunos e professores para realizar os ensaios,
diferentemente da maquete, que é utilizada somente para demonstração.

4. METODOLOGIA

Para o controle automático da umidade e da temperatura da maquete da


câmara úmida, será utilizado:

 Microcontrolador: que será responsável por todo o controle do sistema,


captação e processamento dos dados do sensor (MONK, 2013).
 Display LCD: que será utilizado para visualização das medições de
temperatura e umidade em tempo real.
 LED’s: quando acesos funcionarão como avisos, o amarelo para
umidade anormal, o vermelho para temperatura anormal e o verde para
estado normal do sensor (ARDUINO, 2015).
 O DHT22 é um sensor que mede tanto a umidade quanto a temperatura
ambiente, para efeito de teste foi instalado para um resistor de potência
de 150Ω - 5W que, quando alimentado, irá esquentar forçando o
aumento da temperatura detectada pelo sensor, e para a redução desta
temperatura, foi instalada uma ventoinha de 12V-150mA, ambos se
encontram próximos ao sensor DHT22 para melhor eficiência
(AOSONG, 2015).

Para a alimentação foi dimensionada uma fonte de 12V – 4A, pois somente a
bomba d’agua que faz a irrigação dos corpos de prova necessita de uma corrente de
3A quando ligada com carga. Será utilizado também o regulador de tensão 7805 para
fazer a redução da tensão da fonte para 5V, para alimentação do microcontrolador e
outros componentes (TEXAS INSTRUMENTS INCORPORATED, 2004).
5. DESENVOLVIMENTO

O microcontrolador utilizado foi o Atmega 328P, que operara com tensão de 5V


proveniente da saída do regulador 7805. Para comunicação, o microcontrolador
possui 14 portas digitais, nomeadas de 0 a 13, e 6 portas analógicos, nomeadas de
A0 à A5. Para comunicação do microcontrolador com o display LCD foram utilizados
as portas digitais 2 a 7, porta 2 para o RS do display, 3 para o Enable, e as portas 4 a
7 para o envio dos dados, assim o display opera com 4 bits, que correspondem ao D4,
D5, D6 e D7 no display. Para alimentação do display é usado a saída do regulador
7805, e para controle de contraste do display, mediante a teste, foi colocado o
potenciômetro de 5KΩ na porta V0 do display.
Para os LEDs de aviso, foi utilizado no microcontrolador a porta 11 para o LED
verde, de aviso do estado do sensor DHT22, a porta 12 para o LED vermelho, de aviso
de temperatura anormal, e a porta 13 para o LED amarelo, de aviso de umidade
anormal. Mediante a especificações técnica, a saída destas portas digitais são de 5V
e os LEDs de 3V, com esta diferença nas tensões, foi calculado um resistor de 100Ω
em série com cada LED para queda de tensão, mas por segurança foi colocado um
resistor de 120Ω.
O sensor DHT22 possui 4 portas: a primeira é a alimentação, a segunda a
comunicação de dados e a quarta o ground. A terceira não tem conexões internas no
sensor. O sensor opera com 5V e utiliza o pino analógico A0 do microcontrolador para
comunicação de dados. Para comunicação, inicialmente o microcontrolador envia o
Start Signal para o sensor requisitando a leitura, o sensor então envia o Response
Signal ao microcontrolador respondendo o requisito e em seguida envia 40 bits da
leitura (16 bits para umidade, 16 bits para temperatura e 8 bits de paridade). Após
receber os dados, o microcontrolador realiza cálculos através da biblioteca do sensor,
convertendo separadamente os 16 bits de umidade e temperatura em números
hexadecimais, posteriormente em números decimais que são divididos por 10,
obtendo o valor de umidade em %RH, e temperatura em °C. O DHT22 tem alcance
de umidade de 0%RH a 100%RH, com erro máximo de ±5%RH e resolução de
0,1%RH, e de temperatura de -40°C a 80°C, com erro máximo de ±0,5°C e resolução
de 0,1ºC, ambas com tempo de atualização da leitura de 2 segundos. Assim, mesmo
que o microcontrolador requisite uma atualização mais rápida, o sensor só terá novas
leituras após 2 segundos.
A bomba d’água trabalha com 12V - 3A com carga, estando ligada direto a fonte
de alimentação e chaveada por um relé de 12V – 10A, que tem sua bobina em paralelo
com um diodo 1N4001, para dissipação de correntes de sentido reverso, e em série
com o coletor de um transistor BC548. O transistor tem seu emissor ligado direto no
ground e sua base em série com um resistor de 7K5Ω e porta 9 do ATmega328P.
Nessas configurações e mediante a programação do microcontrolador, o
ATmega328P irá receber os dados do sensor DHT22, e quando detectado a
temperatura ou umidade irregular, ele enviará um sinal de 5V para a porta 9, de forma
a acionar o chaveamento citado e ligar a bomba d’água, por um segundo, e depois
enviar 0V, desativando o chaveamento e desligando a bomba, por um segundo. Este
ciclo retornará a ocorrer enquanto for detectada a temperatura ou umidade irregular.
Para o resistor de potência de 150Ω - 5W foi utilizado a mesma configuração
de relé, transistor e diodo utilizada para bomba d’água, sendo as diferenças o
consumo do resistor de 80mA e a porta 10 do microcontrolador que irá enviar o sinal
para acionar o chaveamento.
Para a ventoinha de 12V-150mA foi utilizado apenas o transistor 2N4400 para
chaveamento, tendo seu coletor em série com a ventoinha, seu emissor ligado no
ground e sua base em série com um resistor de 1KΩ e a porta 8 do microcontrolador
que irá enviar o sinal de acionamento. Mediante a programação, a rotina de teste só
ocorrerá uma única vez caso, após dois segundos de quando o sistema for ligado, a
temperatura e umidade medidas estiverem regulares, pois caso contrário, a bomba
d’água será ligada conforme o ciclo de trabalho descrito anteriormente. Desta forma,
caso a rotina de teste iniciar, a porta 10 do microcontrolador irá enviar um sinal de 5V,
chaveando e aquecendo o resistor de potência até que a temperatura ou umidade
medida pelo sensor DHT22 seja irregular. Quando a medição for irregular, a porta 10
envia 5V e as portas 8 e 9 começam a enviar 5V, ligando a ventoinha constantemente
e a bomba d’água conforme o ciclo de trabalho, até que a temperatura e umidade se
tornem regulares.

6. RESULTADOS

Inicialmente cada componente foi testado separadamente, para fins de


conhecimento sobre seu funcionamento e posteriormente foi criada uma placa
protótipo, nas figuras 3 e 4 pode-se observar a placa desenvolvida.
Figura 3 – Parte superior da placa protótipo do projeto (Autor).

Figura 4 - Parte inferior da placa protótipo projeto (Autor).

Inicialmente a placa protótipo apresentou problemas, o LM7805 estava


esquentando muito, sendo necessária a instalação de dissipadores de calor. Os relés
do software de simulação utilizado para o desenvolvimento do protótipo tinham os
pinos “normalmente aberto” e “normalmente fechado” invertidos comparados aos relés
obtidos. Esse detalhe só foi percebido após o teste, sendo necessário o rompimento
da trilha que deveria ir para o “normalmente aberto” do relé e a implementação de um
“jump” para este contato. A figura 5 é possível visualizar o circuito esquemático.
Figura 5 - Circuito esquemático do projeto (Autor).

Foi percebido que quando a bomba era acionada, o LCD deixava de funcionar
devido ao ruído aplicado sobre o ground do circuito, necessitando a instalação de
ferrites, pequenos cilindros de diversos materiais ferro magnéticos, nos cabos da
bomba d’água, para diminuir as interferências eletromagnéticas e de rádio frequência.
A partir das alterações citadas, foi possível analisar corretamente o
funcionamento do circuito, tanto da rotina de teste quando do funcionamento normal
do mesmo. As medições analisadas do sensor, variavam de 20°C a 23°C e 38%RH a
43%RH, já sendo irregulares, não entrando na rotina de teste e funcionando
normalmente a bomba d’água como programado. Para analisar a rotina de teste, foi
necessário implementar, na programação do microcontrolador um valor fixo de
96%RH e ao ligar o sistema foi possível uma medição de temperatura superior ou
igual a 21°C. Com isto, foi possível analisar a rotina de teste, onde houve o
aquecimento do resistor de potência até que a temperatura medida pelo sensor fosse
de 26°C, então o resistor deixa de receber corrente, e a ventoinha é acionada até que
a temperatura medida fosse de 25°C.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do projeto mostrou viabilidade quanto ao controle


automatizado da maquete da câmara úmida, controle este obrigatório por via de
norma e qualidade. O circuito desenvolvido apenas como protótipo atendeu as
necessidades impostas, apresentando resultados satisfatórios quanto aos esperados.
Uma vez que a câmara úmida, da Universidade Santa Cecília, que é utilizada para
ensaios laboratoriais de resistência a tração, compressão, flexão e entre outros, não
possui monitoramento em seu processo, pode-se estender a automação utilizada na
maquete para a mesma. Para isso serão necessários alguns testes e pequenos
ajustes ao sistema, porém não necessitando grandes mudanças no projeto como um
todo.

8. FONTES CONSULTADAS

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 9479:


Argamassa e concreto – câmaras úmidas e tanques para cura de corpos-de-prova.
2006.

AOSONG. Temperature and humidity module, AM2302 Product Manual. Disponível


em: <http://img.filipeflop.com/files/download/Datasheet_DHT22_AM2302.pdf>
Acesso em 21 out. 2015.

ARDUINO. Arduino UNO & Genuino UNO. Disponível em:


<https://www.arduino.cc/en/Main/ArduinoBoardUno>. Acesso em 15 out. 2015.

ARDUINO. LiquidCrystal – “Hello World”. Disponível em:


<https://www.arduino.cc/en/Tutorial/LiquidCrystal>. Acesso em 9 set. 2015.

FERNANDES, Engenharia. LABORATÓRIO PRÓPRIO PARA CONTROLE


TECNOLÓGICO DE CONCRETO. Disponível em
<http://www.fernandesengenharia.com.br/noticias.php?data=07-2012> Acesso em 21
out. 2015.

GEROLLA, Giovanny. Materiais e Ferramentas: Ensaio do concreto, 2010. Disponível


em: <http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/41/ensaio-do-concreto-
antes-de-executar-a-estrutura-construtoras-239496-1.aspx> Acesso em 9 set. 2015.

MONK, Simon. Programação com Arduino, começando com Sketches, 1, Editora


Bookman, 2013, 160p.
TEXAS INSTRUMENTS INCORPORATED. µA7800 SERIES, POSITIVE-VOLTAGE
REGULATORS, 2004. Disponível em:
<https://www.sparkfun.com/datasheets/Components/LM7805.pdf>. Acesso em 9 set.
2015.

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