Série 4 - Oscilaà à Es Forã Adas

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Ondas e Meios Contı́nuos

2022/2023
Série 4 - Oscilações forçadas
João Pedro Ferreira

1
γ
1. Verifique que x(t) = A(ω) sin [ωt − ϕ(ω)] + Be− 2 t cos(ωa t + α), com B e α cons-
2
tantes a determinar pelas condições iniciais e ωa2 = ω02 − γ4 , é uma solução da equação
d2 x dx F0
2
+γ + ω02 x = cos(ωt)
dt dt m
Determine A(ω) e ϕ(ω).

Começamos por determinar a solução complementar (ou solução do regime tran-


sitório), que é a solução da equação homogénea associada:
d2 x dx
+ γ + ω02 x = 0
dt2 dt
Consideramos a equação caraterı́stica:
p
γ 2 − 4ω02
−γ ±
r2 + γr + ω02 = 0 ⇔ r =
r2 r
γ γ 2 γ γ2
⇔ r = − + i ω02 − ∨ r = − − i ω02 −
2 4 2 4
γ γ
⇔ r = − + iωa ∨ r = − − iωa
2 2
A solução é então:
γ γ
xh (t) = C1 e(− 2 +iωa )t + C2 e(− 2 −iωa )t
γ
= e− 2 t C1 eiωa t + C2 e−iωa t

γ
= Be− 2 t cos(ωa t + α)
Agora determinamos uma solução particular (ou solução do regime estacionário) da
equação não homogénea. Tomamos a seguinte solução:
xp (t) = A cos(ωt + ϕ)

Passamos para o plano complexo, x = Re[z], e inserimos esta solução,zp = Aei(ωt−ϕ) ,


na equação:
F0 iωt
−ω 2 Aei(ωt−ϕ) + iωγAei(ωt−ϕ) + ω02 Aei(ωt−ϕ) = e
m
Segue-se que:
 F0 iϕ
A ω02 − ω 2 + iωγ = e
m
2
Separamos nas partes real e imaginária:
F0 F0
A(ω02 − ω 2 ) = cos ϕ Aωγ = sin ϕ
m m
Somamos os quadrados:

F02 F0 /m
A2 (ω02 − ω 2 )2 + A2 ω 2 γ 2 = ⇔ A(ω) = p
m2 (ω02 − ω 2 )2 + (γω)2

Dividimos a parte imaginária pela parte real:


γω
tan ϕ =
ω02 − ω2
Portanto a solução particular, no plano complexo, é:

zp (t) = A(ω)ei(ωt−ϕ(ω))

com A e ϕ dados pelas equações determinadas anteriormente. A parte real desta é:

xp (t) = A(ω) cos(ωt − ϕ(ω))

Portanto, a solução geral da equação é:


γ
x(t) = xh (t) + xp (t) = A(ω) cos [ωt − ϕ(ω)] + Be− 2 t cos(ωa t + α)

Notemos que esta equação é válida para o caso dum movimento subamortecido,
ωa2 > 0.

2. Um oscilador forçado de massa m = 0.010 kg, constante elástica k = 36 N m−1 e


coeficiente da força resistiva b = 0.50 kg s−1 , move-se sob ação de uma força externa
sinusoidal cuja amplitude é de F0 = 3.6 N. No regime estacionário, determine quer a
amplitude da posição quer a fase inicial para uma frequência angular da força externa
de:

(a) 8.0 s−1

Primeiro, notemos que o movimento é subamortecido, pois:

γ2 k b2 36 0.502
ωa2 = ω02 − = − = − = 2975 s−2 > 0
4 m 4m2 0.010 4 · 0.0102

3
Portanto podemos aplicar os resultados do exercı́cio 1., mas primeiro determinamos
os seguintes valores:
k 36
ω02 = = = 3600 s−2
m 0.010
b
γ= = 50 s−1
m
Então:
F0 /m
A= p 2
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2
3.6/0.010
=p = 0.10 m
(3600 − 8.02 )2 + (50 · 8.0)2
γω
tan ϕ = 2
ω0 − ω 2
50 · 8.0
= = 0.113
3600 − 8.02
ϕ = arctan(0.113) = 0.113

(b) 80 s−1

3.6/0.010
A= p = 0.074 m
(3600 − 802 )2 + (50 · 80)2
50 · 80
tan ϕ = = −1.429
3600 − 802
ϕ = arctan(−1.429) = −0.960

(c) 80 × 10 s−1

3.6/0.010
A= p = 5.65 × 10−4 m
2 2
(3600 − 800 ) + (50 · 800)2

50 · 800
tan ϕ = = −0.0629
3600 − 8002
ϕ = arctan(−0.0629) = −0.0628

3. Considere um oscilador de massa 1.0 √ kg e constante elástica k = 2.0 N m−1 sob a


ação de uma força externa F (t) = 4 cos 2t + π6 N. Ignore forças resistivas.


4
(a) Determine a amplitude da posição em função da frequência da força externa.

Notemos que ω0 = ω, em que ω0 é a frequência natural do oscilador e ω é frequência


da força externa. Queremos então resolver a seguinte equação:
d2 x F0
2
+ ω2x = cos(ωt + ϕ)
dt m
Primeiro determinamos a solução complementar. A equação homogénea associada é:
d2 x
+ ω2x = 0
dt2
Consideramos a equação caraterı́stica:

r2 + ω 2 = 0 ⇔ r = −iω ∨ r = iω

Portanto:

xh (t) = c1 e−iωt + c2 eiωt


= c1 (cos ωt − i sin ωt) + c2 (cos ωt + i sin ωt)
= (c1 + c2 ) cos ωt + i(c2 − c1 ) sin ωt
= C1 cos ωt + C2 sin ωt

em que C1 = c1 + c2 e C2 = i(c2 − c1 ). Agora determinamos a solução particular.


Passamos primeiro para o plano complexo, x = Re[z]:

d2 z F0 i(ωt+ϕ)
2
+ ω2z = e
dt m
Recorremos ao método de Wronski, em que supomos uma solução da forma:

zp (t) = C1 (t)e−iωt + C2 (t)eiωt

Pelo método de Wronski, temos o sistema:


 −iωt  ′  
e eiωt C1 0
= F0 i(ωt+ϕ)
−iωe−iωt iωeiωt C2′ m
e

Notemos que o Wronskiano é não-nulo:

e−iωt eiωt
W (t) = −iωt = 2iω ̸= 0
−iωe iωeiωt

5
Pela regra de Cramer:
1 0 eiωt 1 F0 i(2ωt+ϕ)
C1′ (t) = F0 i(ωt+ϕ) iωt = − e
2iω m e iωe 2iω m
1 e−iωt 0 1 F0 iϕ
C2′ (t) = −iωt F0 i(ωt+ϕ) = e
2iω −iωe m
e 2iω m
Logo:
ˆ
1 F0 i(2ωt+ϕ)
C1 (t) = − e dt
2iω m
1 F0 1 i(2ωt+ϕ)
=− e
2iω m 2iω
F0 i(2ωt+ϕ)
= 2
e
ˆ4ω m
1 F0 iϕ
C2 (t) = e dt
2iω m
F0 i(ϕ− π2 )
= te
2ωm
A solução particular é então:
F0 i(ωt+ϕ) F0 i(ωt+ϕ− π2 )
zp (t) = 2
e + te
4ω m 2ωm
F0 F0  π
xp (t) = Re[zp (t)] = cos(ωt + ϕ) + t cos ωt + ϕ −
4ω 2 m 2ωϕm 2
F0 F0
= 2
cos(ωt + ϕ) + t sin(ωt + ϕ)
4ω m 2ωm
E a solução geral é:
F0 F0
x(t) = C1 cos ωt + C2 sin ωt + 2
cos(ωt + ϕ) + t sin(ωt + ϕ)
4ω m 2ωm
Os três primeiros termos são apenas sinusoidais. Como o quarto termo é uma sinu-
soidal cuja amplitude aumenta linearmente com o tempo, podemos pensar que para
t muito grande, o gráfico da posição tem uma envolvente definida por:
F0
A(t) = t
2ωm
Como podemos ver, ocorre o fenómenos de ressonância, em que a amplitude do mo-
vimento tende a infinito à medida que t → ∞.

6
(b) Supondo que se alterou a frequência da força para 1.0 rad s−1 , determine a am-
plitude e a fase em função da frequência da força.

Agora temos a seguinte equação:


d2 x 2 F0
+ ω0 x = cos(ωt + ϕ)
dt2 m
com ω0 ̸= ω. Pelos métodos da alı́nea (a), determinamos a solução complementar:

xh (t) = c1 e−iω0 t + c2 eiω0 t


= C1 cos ω0 t + C2 sin ω0 t

em que C1 = c1 + c2 e C2 = i(c2 − c1 ). Agora determinamos a solução particular.


Passamos primeiro para o plano complexo, x = Re[z]:
d2 z F0 i(ωt+ϕ)
2
+ ω02 z = e
dt m
Recorremos ao método de Wronski, em que supomos uma solução da forma:

zp (t) = C1 (t)e−iω0 t + C2 (t)eiω0 t

Pelo método de Wronski, temos o sistema:


 −iω t  ′  
e 0 eiω0 t C1 0
= F0 i(ωt+ϕ)
−iωe−iω0 t iωeiω0 t C2′ m
e
Notemos que o Wronskiano é não-nulo:
e−iω0 t eiω0 t
W (t) = = 2iω0 ̸= 0
−iω0 e−iω0 t iω0 eiω0 t
Pela regra de Cramer:
1 0 eiω0 t 1 F0 i((ω+ω0 )t+ϕ)
C1′ (t) = F0 i(ωt+ϕ) iω0 t = − e
2iω0 m e iω0 e 2iω0 m
1 e−iω0 t 0 1 F0 i((ω−ω0 )t+ϕ)
C2′ (t) = −iω0 t F0 i(ωt+ϕ) = e
2iω0 −iω 0 e m
e 2iω0 m
ˆ
1 F0 i((ω+ω0 )t+ϕ)
C1 (t) = − e dt
2iω0 m

7
1 F0 1
=− ei((ω+ω0 )t+ϕ)
2iω0 m i(ω + ω0 )
F0
= ei((ω+ω0 )t+ϕ)
2mω0 (ω + ω0 )
ˆ
1 F0 i((ω−ω0 )t+ϕ)
C2 (t) = e dt
2iω0 m
1 F0 1
= ei((ω−ω0 )t+ϕ)
2iω0 m i(ω − ω0 )
F0
=− ei((ω−ω0 )t+ϕ)
2mω0 (ω − ω0 )
A solução particular é então:
F0 F0
zp (t) = ei(ωt+ϕ) − ei(ωt+ϕ)
2mω0 (ω + ω0 ) 2mω0 (ω − ω0 )
 
F0 1 1
= − ei(ωt+ϕ)
2mω0 ω + ω0 ω − ω0
F0 /m i(ωt+ϕ)
= 2 e
ω0 − ω 2
F0 /m
xp (t) = Re[zp (t)] = 2 cos(ωt + ϕ)
ω0 − ω 2
A amplitude é então:

F0 /m

 se ω0 > ω
 ω02 − ω 2


A(ω) =
F /m


 20 2 se ω0 < ω


ω − ω0
E a fase em relação à força é:
(
0 se ω0 > ω
δ(ω) =
π se ω0 < ω
Verificamos então que não existe desfasamento do movimento em relação à força caso
não exista amortecimento.
Numericamente, temos:
F0 /m 4/1.0
A(ω) = 2
= = 4.0 m
k/m − ω 2.0/1.0 − 1.02

8
δ=0

(c) Repita a alı́nea (b) para uma frequência de 3 rad s−1 .

F0 /m 4/1.0
A(ω) = = √ = 4.0 m
ω2 − k/m ( 3)2 − 2.0/1.0
δ=π
4. Um oscilador tem frequência própria de f0 = 50 Hz e factor de qualidade Q = 10.
Compare os valores das seguintes grandezas:

(a) Frequência angular de ressonância da velocidade.

O factor de qualidade é definido como sendo:


ω0
Q=
γ
Logo:
γ2 4Q2 − 1 2
ω0 = Qγ =⇒ ω02 − = γ > 0, porque Q = 10
4 4
O movimento é então subamortecido, portanto podemos aplicar os resultados do
exercı́cio 1.. Derivando a expressão do regime estacionário, temos:
v(t) = ωA(ω) cos [ωt − ϕ(ω)]
A frequência de ressonância da velocidade ocorre no máximo de ωA(ω), no qual
temos:
d(ωA) F0 (ω04 − ω 4 )
=0⇔ 3/2
=0
dω m ((ω02 − ω 2 )2 + (γω)2 )
⇔ ω 4 = ω04
⇔ ωrv = ω0 = 2πf0 = 100π s−1
(b) Frequência angular da vibração amortecida livre.

É a mesma que a obtida no exercı́cio 1. para a solução no regime transitório:


r r r r
γ 2 1 1 1
ωa = ω02 − = ω0 1 − 2
= 2πf0 1 − 2
= 100π 1 − = 314 s−1
4 4Q 4Q 400

9
(c) Frequência angular do máximo da amplitude da posição.

A frequência angular de ressonância da posição maximiza a amplitude, logo:


dA F0 (−4ω(ω02 − ω 2 ) + 2γ 2 ω)
=0⇔− 3/2
=0
dω 2m ((ω02 − ω 2 )2 + (γω)2 )
⇔ 4(ω02 − ω 2 ) − 2γ 2 = 0
⇔ 2ω02 − 2ω 2 − γ 2 = 0
r
γ2
⇔ ωr = ω02 −
r 2
1
⇔ ωr = ω0 1 −
2Q2
r
1
⇔ ωr = 2πf0 1 −
2Q2
r
1
⇔ ωr = 100π 1 − = 313 s−1
200
Concluı́mos que:
ωr < ωa < ωrv = ω0
5. Uma força externa dá origem no regime estacionário a uma amplitude da posição
de 0.010 m. A amplitude da posição produzida por outra força com a mesma frequência,
mas aplicada isoladamente, é de 0.020 m. Se for de 0.015 m a amplitude da posição
quando as duas forças estiverem aplicadas simultaneamente, determine a diferença
de fase entre as forças.

Como fizemos no exercı́cio 1., a amplitude quando aplicamos cada força separa-
damente é:
F1 /m F2 /m
A1 = p 2 A2 = p 2
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2 (ω0 − ω 2 )2 + (γω)2
Aplicando as duas forças, temos a seguinte equação:
d2 x dx F1 F2
2
+γ + ω02 x = cos(ωt) + cos(ωt + ϕ)
dt dt m m
Passamos para o plano complexo, x = Re[z]:
d2 z dz F1 iωt F2 i(ωt+ϕ)
2
+ γ + ω02 z = e + e
dt dt m m
10
F1 + F2 eiϕ
 
= eiωt
m
Como fizemos no exercı́cio 3. (b), aplicamos o método de Wronski à solução parti-
cular:

zp (t) = C1 (t)eiω0 t + C2 (t)e−iω0 t

Temos o sistema:
 ′ " #
e−iω0 t 0 

eiω0 t C1
=

−iω0 t F1 +F2 eiϕ
−iωe iωeiω0 t C2′ m
eiωt

Notemos que o Wronskiano é não-nulo:


e−iω0 t eiω0 t
W (t) = = 2iω0 ̸= 0
−iω0 e−iω0 t iω0 eiω0 t
Pela regra de Cramer:
0  eiω0 t F1 + F2 eiϕ i(ω+ω0 )t
 
1  1
C1′ (t) = F1 +F2 eiϕ
iωt iω0 t = − e
2iω0 m
e iω0 e 2iω0 m
e−iω0 t 0  F1 + F2 eiϕ i(ω−ω0 )t
 
1 1
C2′ (t) = = e

−iω0 t F1 +F2 eiϕ
2iω0 −iω0 e m
eiωt 2iω0 m

Integramos:
ˆ
F1 + F2 eiϕ i(ω+ω0 )t
 
1
C1 (t) = − e dt
2iω0 m
F1 + F2 eiϕ
 
1 1
=− ei(ω+ω0 )t
2iω0 m i(ω + ω0 )
F1 + F2 eiϕ i(ω+ω0 )t
= e
2mω0 (ω + ω0 )
ˆ
F1 + F2 eiϕ i(ω−ω0 )t
 
1
C2 (t) = e dt
2iω0 m
F1 + F2 eiϕ
 
1 1
= ei(ω−ω0 )t
2iω0 m i(ω − ω0 )
F1 + F2 eiϕ i(ω−ω0 )t
=− e
2mω0 (ω − ω0 )

11
A solução particular (ou solução no regime estacionário) é então:

F1 + F2 eiϕ iωt F1 + F2 eiϕ iωt


zp (t) = e − e
2mω0 (ω + ω0 ) 2mω0 (ω − ω0 )
F1 /m iωt F2 /m i(ωt+ϕ)
= 2 2
e + 2 e
ω0 − ω ω0 − ω 2
= A1 eiωt + A2 ei(ωt+ϕ)

Este resultado é reminiscente do facto da equação diferencial ser linear. A amplitude


é então:
A2 − A21 − A22
q
|zp | = A = A21 + A22 + 2A1 A2 cos ϕ ⇔ cos ϕ =
2A1 A2
Numericamente:
0.0152 − 0.0102 − 0.0202 11
cos ϕ = =− =⇒ ϕ = 2.33 rad
2 · 0.010 · 0.020 16
6. Um oscilador de massa m = 0.10 kg tem frequência própria f0 = 100 Hz e factor
de qualidade Q = 1000.

(a) Determine a largura de banda.

Temos o seguinte movimento no regime estacionário:

x(t) = A(ω) cos(ωt + δ(ω))


ẋ(t) = −ωA(ω) sin(ωt + δ(ω))

em que é aplicada uma força externa:

F (t) = F0 cos(ωt)

Segue-se que a potência é:


dW
P = = F (t) · ẋ(t) = −ωA(ω)F0 cos(ωt) sin(ωt + δ(ω))
dt
= −ωAF0 cos(ωt) [sin(ωt) cos δ + sin δ cos(ωt)]
ωAF0
=− sin(2ωt) cos δ − ωAF0 cos2 (ωt) sin δ
2

12
Logo a potência média é:
ˆ
1 T
P̄ (ω) = P (t) dt
T 0
ˆ
1 −ωAF0 2π/ω
= · sin(2ωt) cos δ + 2 cos2 (ωt) sin δ dt
T 2
 0 
ωAF0 T
=− · 0 · cos δ + 2 · sin δ
2T 2
1
= − F0 ωA(ω) sin δ(ω)
2
Como:
F0 /m γω
A(ω) = p 2 tan δ =
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2 ω02 − ω2
e usando o facto que:
1
1 + tan2 δ = sec2 δ ⇔ 1 + tan2 δ =
1 − sin2 δ
1
⇔ 1 − sin2 δ =
1 + tan2 δ
tan2 δ
⇔ sin2 δ =
s1 + tan2 δ
tan2 δ
⇔ sin δ =
1 + tan2 δ
De onde vem que:
γω
sin δ = p 2
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2
Temos:
s
F0 ω F0 /m tan2 δ
P̄ (ω) = −
1 + tan2 δ
p
2 2
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2
F02 ω 2 γ
=− 2
2m (ω0 − ω )2 + (γω)2
2

F2 γ
=− 0 2
2m 2 ω0

ω0 ω − ωω0 + γ 2

13
Agora queremos determinar a potência máxima. Ela ocorre no mı́nimo do denomi-
nador:
ω02
− ω = 0 ⇔ ω02 = ω 2
ω
⇔ ω = ω0
Portanto:
F02
Pmax = −
2mγ
Para determinar a largura de banda, temos de determinar as frequências para as
quais a potência é metade do máximo. Primeiro fazemos uma aproximação. Para
frequências próximas do máximo, ω ≈ ω0 , temos:
ω0 ω ω2 − ω2 (ω0 − ω)(ω0 + ω) (ω0 − ω)2ω ω0 − ω
− = 0 = ≈ =2
ω ω0 ωω0 ωω0 ωω0 ω0
Logo:
F02 γ
P̄ (ω) ≈ −
2m 4(ω0 − ω)2 + γ 2
Agora determinamos a largura de banda:
Pmax F02 γ F02
P̄ (ω) = ⇔− =−
2 2m 4(ω0 − ω)2 + γ 2 4mγ
γ 1
⇔ =
4(ω0 − ω)2 + γ 2 2γ
⇔ 4(ω0 − ω) + γ = 2γ 2
2 2

γ2
⇔ (ω0 − ω)2 =
4
γ
⇔ ω = ω0 ±
2
A largura de banda é então:
γ 2πf0 π
∆ω = γ = ω0 = = s−1 = 0.628 s−1
ω0 Q 5
(b) Calcule o coeficiente de atrito.
π −1
b = γm = s = 0.0628 s−1
50
14
(c) Para uma força externa de amplitude F = 0.10 N, determine a frequência de
ressonância da amplitude da posição e o correspondente valor máximo.

Como vimos no exercı́cio 4., a frequência de ressonância da amplitude da posição é:


r r
1 1
ωr = 2πf0 1 − 2
= 200π 1 − 6
= 628.3 s−1
2Q 2 × 10
Então a amplitude máxima é:
F0 /m
Amax = = 2.53 × 10−3 m
γω

7. Um oscilador de massa m = 1.0 kg, coeficiente da força resistiva b = 4.0 N m1s e


constante elástica k = 4 N m−1 , é aplicada uma força externa F (t) = 10 cos 5t + π4 N.
Sendo que para t = 0 s, x0 = 0.10 m e v0 = 0 m s−1 .

(a) Determine a expressão da posição em função do tempo, incluindo o fenómeno


transitório.

Notemos que temos amortecimento crı́tico:

γ2 k b2 4mk − b2 4 · 1.0 · 4.0 − 4.02


ωa2 = ω02 − = − = = = 0 s−2
4 m 4m2 4m2 4 · 1.02
A equação do movimento é a seguinte:

d2 x dx F0
2
+γ + ω02 x = cos(ωt + ϕ)
dt dt m
Começamos por determinar a solução complementar. A equação caraterı́stica é:
r
γ γ2
r2 + γr + ω02 = 0 ⇔ r = − ± i ω02 −
2 4
γ
⇔ r = − ± iωa
2
γ
⇔r=−
2
porque ωa = 0. Como temos uma raiz dupla, a solução complementar é:
γ γ
xh (t) = C1 e− 2 t + C2 te− 2 t

15
Agora determinamos a solução complementar. Agora tomamos como solução parti-
cular:

xp (t) = A cos(ωt + δ)

Passamos para o plano complexo, x = Re[z]:

zp (t) = Aei(ωt+δ)

Inserimos na equação:
F0 i(ωt+ϕ)
− ω 2 Aei(ωt+δ) + iωγAei(ωt+δ) + ω02 Aei(ωt+δ) = e
m
 F0 F0
⇔ A ω02 − ω 2 + iωγ =

cos(ϕ − δ) + i sin(ϕ − δ)
m m
Igualamos as partes reais e as partes imaginárias:
F0 F0
A(ω02 − ω 2 ) = cos(ϕ − δ) Aωγ = sin(ϕ − δ)
m m
Somamos os quadrados:
F02 F0 /m
A2 (ω02 − ω 2 )2 + A2 (γω)2 = 2
⇔A= p 2
m (ω0 − ω 2 )2 + (γω)2
Dividimos a parte imaginária pela parte real:
γω
tan(ϕ − δ) =
ω02 − ω2
A solução geral é então:
γ
x(t) = (C1 + C2 t)e− 2 t + A cos(ωt + δ)

Derivamos:
 γ  γ
v(t) = C2 − (C1 + C2 t) e− 2 t − ωA sin(ωt + δ)
2
Pelas condições iniciais, temos:

x0 = C1 + A cos δ =⇒ C1 = x0 − A cos δ
 γ  γ
v0 = C2 − C1 − ωA sin δ =⇒ C2 = v0 + Aω sin δ + (x0 − A cos δ)
2 2
16
Logo:

− γ2 t
 γ  γ
x(t) = (x0 − A cos δ)e + v0 + ωA sin δ + (x0 − A cos δ) te− 2 t + A cos(ωt + δ)
2
Numericamente:
b 4.0
γ=
= = 4.0 s−1
m r 1.0
k 4.0
ω0 = = = 2.0 s−1
m 1.0
10/1.0
A= p = 0.345 m
(2.0 − 52 )2 + (4.0 · 5)2
2

4.0 · 5
tan(ϕ − δ) = = −0.952
2.02 − 52
ϕ − δ = −0.761
π
δ = + 0.761 = 1.546
4
Logo:
γ
x(t) = (0.091 + 1.751t)e− 2 t + 0.345 cos(5t + 1.546)

(b) Calcule a frequência para que a amplitude da posição seja máxima.

dA F ω(2ω 2 − 2ω02 + γ 2 )
=0⇔− 3/2
=0
dω m ((ω02 − ω 2 )2 + (γω)2 )
⇔ 2ω 2 − 2ω02 + γ 2 = 0
γ2
⇔ ω 2 = ω02 −
r 2
γ2
⇔ ωm = ω02 −
2
(c) Calcule o valor da amplitude máxima.

F0 /m
A(ωm ) = p
(ω02− +ω02 γ 2 /2)2 + γ 2 (ω02 − γ 2 /2)
F0 /m
= p 2
γ ω0 − γ 2 /4

17
F0 /m
=
γωa
Mas ωa = 0, porque temos amortecimento crı́tico, logo o máximo ocorre para ω = 0:

F0 /m F0 10
A(0) = 2
= = = 2.5 m
ω0 k 4

(d) Esboce o gráfico da amplitude da posição em função da frequência da força ex-


terna, indicando as amplitudes dos pontos caracterı́sticos do gráfico.

2.5

2
A/m

1.5

0.5

0
0 1.5 3 4.5 6 7.5
ω/s−1

18
8. Um pêndulo simples tem comprimento l = 1 m. Em oscilação livre a amplitude
decai para 1e do valor inicial ao fim de 50 oscilações. Movendo horizontalmente o
ponto de suspensão, o pêndulo fica sujeito a um movimento de oscilação forçada.
Admita que o ponto de suspensão se move de forma sinusoidal com amplitude de
1 mm.

(a) Mostre que se o desvio horizontal da massa for x e se o deslocamento hori-


zontal do suporte for ξ, então a equação de movimento para a massa no limite de
pequenas oscilações é
d2 x dx g g
2
+γ + x= ξ
dt dt l l
Resolva esta equação no regime estacionário considerando ξ = ξ0 cos(ωt).

Atuam no pêndulo a força de arrasto, a força gravı́tica, e a tensão do fio:

Fa = −bẋ x̂ − bẏ ŷ
Fg = −mg ŷ
T = −T sin θ x̂ + T cos θ ŷ

em que x é o eixo horizontal, y é o eixo vertical, e θ é o ângulo que o pêndulo faz com
a vertical. O deslocamento do pêndulo em relação à vertical definida pelo suporte é:

x−ξ

Logo:
x−ξ
sin θ =
l
Fazemos as seguintes aproximações para pequenas oscilações:

cos θ ≈ 1 ÿ = ẏ ≈ 0

Disto vem que:

mÿ = −bẏ − mg + T cos θ =⇒ T ≈ mg

Portanto:
x−ξ x−ξ
mẍ = −bẋ − T ⇔ mẍ = −bẋ − mg
l l
19
mg mg
⇔ mẍ + bẋ + x= ξ
l l
d2 x dx g g
⇔ 2 +γ + x= ξ
dt dt l l
em que γ = mb .
Agora resolvemos a equação:
d2 x dx
2
+γ + ω02 x = ω02 ξ0 cos(ωt)
dt dt
pg
em que ω0 = l
. Passamos para o plano complexo, x = Re[z]:

d2 z dz
2
+ γ + ω02 z = ω02 ξ0 eiωt
dt dt
No regime estacionário, tomamos como solução uma função da forma:

z(t) = Aei(ωt+δ)

Substituı́mos na equação e dividimos por ei(ωt+δ) :

−ω 2 A + iγωA + ω02 A = ω02 ξ0 e−iδ

Igualamos as partes reais e as partes imaginárias:

(ω02 − ω 2 )A = ω02 ξ0 cos δ γωA = −ω02 ξ0 sin δ

Somamos os quadrados:
ω02 ξ0
(ω02 − ω 2 )2 A2 + (γω)2 A2 = ω04 ξ02 ⇔ A = p 2
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2
Dividimos a parte imaginária pela parte real:
γω
tan δ =
ω02 − ω2
A solução é então:

x(t) = A cos(ωt + δ)

com A e δ dados pelas expressões anteriores.

20
(b) Determine a amplitude máxima quando a massa se encontra em ressonância
da amplitude da posição.

A frequência de ressonância é a frequência ωr tal que A(ωr ) = Amax . Quando ω = ωr :

dA
=0

Resolvemos a equação:

ω02 ξ0 (−4ω(ω02 − ω 2 ) + 2γ 2 ω)
− 3/2
= 0 ⇔ −2(ω02 − ω 2 ) + γ 2 = 0
2 ((ω02 − ω 2 )2 + (γω)2 )
2 γ2
⇔ω = − ω02
r 2
γ2
⇔ ωr = ω02 −
2
E a amplitude máxima é:

ω02 ξ0
A(ωr ) = p
(ω02 − ω02 + γ 2 /2)2 + γ 2 (ω02 − γ 2 /2)
ω 2 ξ0
= p 20
γ ω0 − γ 2 /4
gξ0
= p 2
γl ω0 − γ 2 /4

Quando temos oscilação livre, a equação de movimento toma a forma:

d2 x dx
2
+γ + ω02 x = 0
dt dt
Segundo o exercı́cio 1., a amplitude da solução no regime transitório vai ser propor-
γ
cional a e− 2 t . Se ela decai para 1e do valor inicial ao fim de 50 oscilações, temos:

γ 50γ
e− 2 50T = e−1 ⇔ − T = −1
2
2 1
⇔γ=
50 T
2 ω0
⇔γ=
50 2π

21
r
1 g
⇔γ=
50π l
Numericamente:
r
g
ω0 = = 3.13 s−1
l
r
1 9.81
γ= = 0.02 s−1
50π 1
9.81 · 10−3
A(ωr ) = p = 0.157 m
0.02 · 1 · 3.132 − 0.022 /4
9. Imagine um sismógrafo constituı́do por uma massa M suspensa de uma mola que
é suportada por um braço rigidamente ligado à Terra, como representado ao lado.
A força elástica e a força de amortecimento dependem do deslocamente e velocidade
da massa relativamente à Terra, mas se quisermos evitar forças inerciais teremos de
descrever o movimento no referncial das estrelas fixas no céu.

(a) Usando y para designar o deslocamento da massa M relativamente à Terra e


η para designar o deslocamente da Terra relativamente às estrelas fixas no céu, mos-
tre que a equação de movimento é dada por
d2 y dy 2 d2 η
+ γ + ω 0 y = −
dt2 dt dt2
(b) Encontre uma solução para y(t) em regime estacionário assumindo η = C cos(ωt).

Passando para o plano complexo, y = Re[z], temos:


d2 z dz
2
+ γ + ω02 z = −ω 2 Ceiωt
dt dt
Substituı́mos z = Aei(ωt+δ) e dividimos por ei(ωt+δ) :
−ω 2 A + iγωA + ω02 A = −ω 2 Ce−iδ
Igualamos as partes reais e as partes imaginárias:
(ω02 − ω 2 )A = −ω 2 C cos δ γωA = ω 2 C sin δ
Somamos os quadrados:
ω2C
(ω02 − ω 2 )2 A2 + (γω)2 A2 = ω 4 C 2 ⇔ A = p 2
(ω0 − ω 2 )2 + (γω)2

22
Dividimos a parte imaginária pela parte real:
γω
tan δ = −
ω02 − ω2

A solução é então:

x(t) = A cos(ωt + δ)

com A e δ dados pelas expressões anteriores.

(c) Esboce o gráfico da amplitude A do deslocamento y em função de ω (assuma que


C é independente de ω).

ω0
Em função do fator de qualidade, Q = γ
, temos:

ω2C
A(ω) = p
ω2 ω 4 ((ω0 /ω)2 − 1)2 + γ 2 ω 2
C
=p
((ω0 /ω)2 − 1)2 + γ 2 /ω 2
C
=p 2
ω0 (ω0 /ω − 1/ω0 )2 + γ 2 /ω 2
2

C
= p
ω0 (ω0 /ω 2 − 1/ω0 )2 + 1/(Qω)2

Para C = 1 e Q = 2, temos:

23
2
A/C

ωr /ω0
0
0 1 2 3 4 5
ω/ω0

(d) Um sismógrafo de perı́odo longo tı́pico tem um perı́odo de cerca de 30 s e Q cerca


de 2. Como resultado de um violento terramoto, a superfı́cie da Terra pode oscilar
com um perı́odo de cerca de 20 min e uma amplitude tal que a aceleração máxima é
cerca de 10−9 m s−2 . Qual a ordem de grandeza do menor valor de A que é necessário
medir para que esta oscilação da superfı́cie seja detectável?
2π π −1
T = 30 s =⇒ ω0 = = s
T 15
ω0 π −1
Q = 30 =⇒ γ = = s
Q 450
A aceleração da superfı́cie da Terra é dada por:
d2 η
a⊕ = M⊕ 2 = −ω 2 C cos ωt
dt
Logo a aceleração máxima é:
amax
amax = ω 2 C ⇔ C =
ω2
amax T⊕2
⇔C=
4π 2
Portanto:
10−9 · (20 · 60)2
C= = 3.65 × 10−5 m
4π 2
24
A amplitude da oscilação do sismógrafo é então:

A = 2.28 × 10−8 m

É preciso então ser possı́vel detetar oscilações da ordem de 10−8 m.

25

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