Fisiologia de Microrganismos - PMB502 - Metabolismo - Arquivo - 2

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PPGMA/DBI – Fisiologia

de Microrganismos

Metabolismo
microbiano
Aula 2

1
Fermentação
Catabolismo de Lipídeos

Fosforilação em nível
de substrato
Catabolismo de
Proteínas Conteúdo da
Fermentação lática
Fermentações ácidas
B-oxidação de ácidos
Aula 2
graxos Catabolismo de
mistas
aminoácidos

2
Fermentação
3
Fermentação

As fermentações são classificadas pelo substrato fermentado ou pelos


produtos formados.

Com raras exceções, todas produzem ATP por fosforilação em nível de


substrato.

Algumas fermentações são classificadas com base no substrato fermentado,


e essas fermentações ocorrem por meio de vias diferentes da glicólise

4
Produção de compostos ricos em
energia é essencial à síntese de ATP.

Compostos orgânicos que contem uma


ligação fosfato rica em energia ou uma
molécula de coenzima A; Fosforilação
em nível de
Hidrolise é altamente exergônica.
substrato
Se um organismo for capaz de originar um desses
compostos durante o metabolismo fermentativo,
ele será capaz de produzir ATP pela fosforilação em
nível de substrato.
5
Fosforilação
em nível de
substrato

6
Fermentações MAIS comuns

7
Fermentações pouco comuns

8
Saccharomyces cerevisiae
Fermentação de produtos orgânicos,
Respiração Fermentação como o etanol, ainda contêm uma
quantidade significativa de energia
livre.

• As células realizam a forma de metabolismo que mais as beneficia


energeticamente.
A energia disponível a partir de uma molécula de glicose é muito
maior se esta passar pelo processo de respiração, sendo convertida a
✓ Quando o O está disponível: as leveduras preferem
CO2, do que se for fermentada.
2
respirar a glicose.
✓ Quando as condições são anóxicas: as leveduras optam
pela fermentação. 9
10
Fermentação

11
Produtos finais de fermentação

12
A fermentação é definida como um
processo que:

1. Libera energia a partir de açúcares ou outras moléculas orgânicas, como


aminoácidos, ácidos orgânicos, purinas e pirimidinas;
2. Não requer oxigênio (mas pode ocorrer na sua presença);
3. Não requer a utilização do ciclo de Krebs ou de uma cadeia de transporte de
elétrons;
4. Utiliza uma molécula orgânica sintetizada na célula como aceptor final de
elétrons;
5. Produz somente uma pequena quantidade de ATP (somente uma ou duas
moléculas de ATP para cada molécula de matéria inicial), uma vez que grande
parte da energia original na glicose permanece nas ligações químicas dos
produtos orgânicos finais, como o ácido láctico ou o etanol.
Fermentação
• Glicólise ou Embden-Meyerhof-Parnas

Vias • Via Entner-Doudoroff


• Via fosfoquetolase (BAL) e Via das pentose fosfato
(HMP ou Warburg-Dickens)

Saldo • Glicólise – 2 ATP


líquido de • Entner-Doudoroff - 1 ATP

ATP
• Via da fosfoquetolase – 1 ATP ou 2 ATP

14
Fermentação Álcoolica
via de Entner-Doudoroff

• Variante da via glicolítica, denominada via de


Entner-Doudoroff.
• É uma via amplamente distribuída de
catabolismo de açúcares em bactérias.
• Grupo Pseudomonadacea
• Gera apenas metade do ATP gerado pela via
glicolítica

15
Via de Entner-Doudoroff
• Envolve menos etapas de fosforilação (uma etapa)
e menor produção de ATP do que a VG.
• Não possui as enzimas hexoquinase, hexose-
fosfato-isomerase e fosfofruto-quinase
• Somente em procariotos, principalmente Gram-
negativos e Archaea
• Pseudomonas, Zymomonas
• Rendimento líquido: 1ATP + 1NADH + 1NADPH

2 ADP 2 ATP

VG

16
Via de Entner-Doudoroff Organismos
Arthrobacter sp
EMP
+
ED
+/-
Bacillus subtilis + -
Escherichia coli + +/-
Xanthomonas sp - +
Clostridium sp - +
Halobacterium sp - +
Thiobacillus sp - +
Pseudomonas sp - +
Zymomonas mobilis - +

2 ADP 2 ATP

VG

piruvato-descarboxilase - acetaldeído,
álcool-desidrogenase - etanol 17
9

Fermentação alcoólica por


Saccharomyces cerevisiae e
9
Zymomonas mobilis
1

Etanol
1-6: Via glicolítica - EMP (linhas
sólidas); 8 2
7: Piruvato descarboxilase;
8: Álcool desidrogenase;
9: Entner-Doudoroff (ED) (linhas 7 3
pontilhadas)
6 4

Fermentação
Alcoólica 5
Fermentação Láctica
• Bactérias lácticas
• Gram-positivos
• Sintetizam acido láctico como principal ou único
produto de fermentação.
• Homofermentativo (homoláticas): origina um
único produto de fermentação, o acido láctico.
• Heterofermentativo (heteroláticas): origina
produtos além do lactato, etanol e CO2.
• Diferenças observadas nos padrões de
fermentação determinadas pela presença ou
ausência da enzima aldolase.
19
Fermentação Láctica

• Possuem aldolase
Homofermentativas • Produzem 2 lactatos a partir da glicose
• Via glicolítica

• Desprovidas de aldolase: incapazes de clivar a frutose-bifosfato em triose fosfato.


• Oxidam a glicose-6-fosfato a 6-fosfogluconato e, em seguida, realizam sua

Heterofermentativas
descarboxilacao, originando pentose-fosfato.
• A pentose-fosfato e convertida a triose-fosfato e acetil-fosfato pela enzima
fosfocetolase.
• Via das pentoses-fosfato e Fosfocetolase

20
VPF

Fermentação
Láctica
Via Glicolítica

Via da Fosfocetolase

VG
Fermentação Ácidas
Mistas

• Característica de bactérias entéricas


• Três diferentes ácidos:
• Acético
• Láctico
• Succínico
• Etanol, CO2 e H2.
22
Fermentações ácidas mistas
Enterobacter aerogenes, E. coli
Butanediol, etanol, CO2 e H2 são os
principais produtos formados.

23
“Fermentação” acética

24
GLICOSE

Sacarose
Glicose 6-fosfato
Frutose

Frutose 6-fosfato

ATP
Pi
Manose
Fermentação lática
Frutose 1,6-bifosfato
Manose 6-fosfato
Iogurte, leite fermentado, queijos, manteiga
Gliceraldeído 3-fosfato
Kefir
Pi
2H Vegetais (picles, chucrute, azeitonas)
Dihidroxicetona fosfato
1,3 Difosfoglicerato Produtos cárneos (linguiça, salame)
2H
2H
ATP
ETANOL
Glicerol 3-fosfato
Pi 3 Fosfoglicerato

Fermentação alcoólica
2H
ATP

GLICEROL

2 Fosfoglicerato
Acetaldeído
Cerveja, vinho, fermentados de fruta,
2H
sake, uísque, cachaça, rum, tequila
Fosfoenolpiruvato
LACTATO
ATP
ACETATO
Panificação,
CO2 ATP

PIRUVATO
CoA “Vinagre”
CoASH
2H
Treonina
-Acetolactato
-Cetobutirato
Diacetil
Citrato
Propanol ACETIL-CoA
-Ceto -metilvalerato Cis-Aconitato
Acetoína
2,3-Diidroxiisovalerato Isoleucina
Isocitrato
Oxaloacetato
Fermentação acética
2,3-Butenodiol
-Oxoisovalerato Amílico Ciclo de Krebs Malato Acil-CoA
Vinagre
α-cetoglutarato
-Cetoisocaproato
-Cetoisovalerato Fumarato
Succinil-CoA
Isoamílico Acetato de etila
Isobutanol Succinato
Leucina
Valina Ácido propiônico
Acetato de 25
isoamila
Aplicações industriais

26
Ca

Catabolismo de lipídeos
27
Catabolismo de lipídeos

• Os microrganismos produzem enzimas


extracelulares, chamadas de lipases, que
quebram as gorduras nos seus componentes
ácidos graxos e glicerol.
• Cada componente é metabolizado
separadamente.
• Ciclo de Krebs funciona na oxidação do glicerol
e dos ácidos graxos.
• Muitas bactérias que degradam produtos do
petróleo.
Oxidação de ácidos
graxos
Oxidação
de ácidos
graxos
Oxidação de ácidos graxos
Glicerol

Triacilglicerídeos

L-glicerol- 3-
fosfato

Diidroxiacetona
-fosfato
Glicerol

D-Gliceraldeído-
Ácido graxo
Ácidos graxos 3-fosfato

31
Glicólise
Oxidação de ácidos graxos

Antes de iniciar a beta oxidação o AG deve


ser unido a uma Coenzima A

Ácido graxo + CoA + ATP  acil-CoA + AMP + PP

Molécula rica em Gasto de


energia 2 ATPs
Oxidação de ácidos graxos

33
β-Oxidação de ácidos graxos - Ciclo de Lynen
β-Oxidação de Ácidos Graxos saturados com número par de carbonos.
Ex.: Ácido palmítico (n-hexadecanóico)

Palmitoil-CoA

Acil-CoA
FAD

Acil-CoA FADH2
desidrogenase

trans-2-enoil-CoA
H2O

Enoil-CoA
hidratase

L-β-hidroxi-Acil-CoA
Acil-CoA (- 2C)
β-hidroxiacil-CoA NAD+
Acil-CoA acetiltransferase desidrogenase
(Tiolase)
NADH + H+
β-cetoacil-CoA
Acetil-CoA

CoA-SH
β-Oxidação de Ácidos Graxos saturados com número par de
carbonos

• Cada volta da beta oxidação vai formar:


• 1 FADH2
• 1 NADH
• 1 Acetil-CoA
β-Oxidação de
ácidos graxos - • Com exceção da última volta onde restam 4
Ciclo de Lynen carbonos.
• Então na última volta vão ser formados:
• 1 FADH2
• 1 NADH
• 2 Acetil-CoA
β-Oxidação de ácidos graxos - Ciclo de Lynen
β-Oxidação de Ácidos Graxos saturados com número par de carbonos.
Ex.: Ácido palmítico (n-hexadecanóico)

Rendimento de ATP durante a oxidação de uma molécula de Palmitoil-CoA a CO2 e H2O


Enzima que catalisa a etapa de Número de NADH ou Número de ATPa
oxidação FADH2 formado
Acil-CoA desidrogenase 7 FADH2 10.5
β-hidroxiacil-CoA desidrogenase 7 NADH 17.5
Isocitrato desidrogenase 8 NADH 20
Α-cetoglutarato desidrogenase 8 NADH 20
Succinil-CoA desidrogenase 8b
Succinato desidrogenase 8 FADH2 12
Malato desidrogenase 8 NADH 20
TOTAL 108 - 2 ATP 106 ATP
aEssescálculos pressupõem que a fosforilação oxidativa mitocondrial produz 1,5 ATP por FADH2 oxidado e 2,5 ATP por NADH oxidado.
bO GTP produzido diretamente nesta etapa produz ATP na reação catalisada pela nucleosídeo difosfato quinase 36
β-Oxidação de Ácidos Graxos com diversas estruturas

CK

CK
Oxidação de AG moninsaturado

Oxidação de AG saturado com número


ímpar de C

O ciclo segue da mesma forma, porém na última volta teremos a liberação de um acetil-CoA e restará CK
um composto com 3 carbonos, o propionil-CoA que passa pelas seguintes reações Oxidação de AG poliinsaturado
Catabolismo de Proteínas
38
Catabolismo de Proteínas
• As proteínas são grandes demais para atravessarem as membranas plasmáticas sem
ajuda.
• proteases e peptidases extracelulares.
• Antes os aminoácidos devem ser convertidos enzimaticamente em outras
substâncias que possam entrar no ciclo de Krebs.
• Grupo amina de um aminoácido é removido e convertido em íon
Desaminação amônio (NH4), que pode ser excretado da célula.
• Ácido orgânico restante pode entrar no ciclo de Krebs.

Descarboxilação • Remoção de – COOH

Dessulfurização • Remoção de – SH
39
Catabolismo de Proteínas

Hidrólise da cadeia
peptídica

Peptídeo Aminoácido Desaminação Ácido orgânico

Ureia
Glicólise ou Ciclo de
Krebs
40
Catabolismo
de
aminoácidos

41
Catabolismo
de
aminoácidos

42
Degradaçãode
Biossíntese de
outros compostos
aminoácidos
orgânicos

43
Catabolismo de
compostos aromáticos
Bibliografia
Básica
• MOAT, A. G.; FOSTER, J. W.; SPECTOR, M. P. Microbial physiology. 4th ed. New York: Wiley-Liss, 2002. 715 p.
• DAWES, I. W.; SUTHERLAND, I. W. 1992. Microbial Physiology. 3rd ed. London: Blackwell Scientific
Publications. 289p.
• MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; DUNLAP, P. V.; CLARK, D. P. Microbiologia de Brock. 12 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2010. 1160p.
• WHITE, D. The physiology and biochemistry of prokaryotes. New York: Oxford University Press, 2007. 628p.
• NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger: Principles of Biochemistry. 6th. New York: W. H. Freeman and Company.
1328p.

Complementar
• COHEN, G. N. Microbial biochemistry. Dordrecht: Kluyer Academic Publishers, 2004. 333p.
• WALKER, G. M. Yeast physiology and biotechnology. Chichester: John Wiley, 1998. 320p.
• GLAZER, A. N.; NIKAIDO, H. Microbial biotechnology: fundamentals of applied microbiology. 2nd ed.
Cambridge: Cambridge University Press, 2007. 554 p.

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