Lavoura Úmida - Dimas Macedo
Lavoura Úmida - Dimas Macedo
Lavoura Úmida - Dimas Macedo
1
MACEDO
§.
\
.,'#i:"'; &
§,!& §
í it
'm::tii)r..
t,..
W
LA/oURA ünIDA
.,.r $" I
ffi:+
Macedo, Dimas.
Lavoura ümida 1
41
Y
1
B 3 /050
m I fr
l
-
-
i i tttÍ
YI I rt ú trir " l"'
t lnrNl ll
rrUrr
LAVOTIRA ITNNME
É ruto importante que o crítho
também deva ser visto corno um
orientador que exerce uma tarefa, por
assim dizer, inÍormativa e, portanto,
endereçada ao grande públho, crian-
do um liame entre a obra e o leitor,
tomando, enÍim, acessÍvel a produção l
t DIMAS IUACEDO
I
I
o
U
§.
Ses\rtÍo ()
9at0
)
LAVOTIRA ÚUME
I
í !
'.in
rütltl\c\?r.' \
?üBUGÀ
Sgat â
\
Grania -
Ildttora ()flclna
Fortaleza - 1990
(Dlârlo o- --
I
I
I 6ffiT-!
l,t til!- q'yú{,}''Ê
\»P- Nada concilia a minha angústia
Ponto. Ponto final e necessú,rio, ponto abstrato.
Sou o acrobata dos deuses humild.es.
Salto de c,éu em céu, de trapézio em trapézio,
e nd,o caio.
E o único aplnuso que ainda escuto é o de Deus.
Nã,o sei se sou diuino.
DIMAS MACEDO Abraço-me con'to se eu fosse um outro a n1,e abraçar.
Copyright (c) tggO
l: edição
IRANILDO SAMPAIO
Editora Oficina
Rua_ Tenente Benévolo, Sg3
Fortaleza - Ceará
Fone: 22t.131S
lmpresso no Brasil/printerl
Catalogação na Fonte: BpGMp
ln Brazil
Ít/acedo, D imas
L avoura Umida
Fortaleza, Editora OÍicina, 1990
À memórta d,os meus pais, José Zito de
7op. Macedo e Maria El;tete de Macedo, heróis
1. L iteratura Brasileira - poesia anônimos dilncerados peln crença ern urna
l. título ideologin profética, níufragos inocentes du,
CDD. 869.1 estupidez-e da insensi,bilidnde do destirut e,
acima de tudo, testemunhos edificantes de
I
um projeto de resistência fundamentado na
esperunça e no olnor à aerdade.
I
STIMÁRIO
LAVOURA UMIDA
Poema Aceso. 15
lmaginário 17
Lavoura Umida. 19
Teoria do Poema 21
Latifúndio... 23
Utopia. 24
Existência 25
Cristal da Ansia ... 27
Solidão da lnfânci;....... 28
Poema do Desejo 29
Poema do Insólito. 31
O Mito de Lavras.. 33
LEGENDAS
lmproviso Para Horácio Dídimo'.... 37
O Corpo do FreiTito.. 39
Morte no Boqueirão de Lavras 43
Fragmentos da Denunciação
de Pinto Madeira. 45
49
Décimas ao Poeta José Alcides Pinto.
ALGUNS PERFIS
57
Luciano Maia.
5B
Adriano Spínola.
Batista de Lima. -59
{i0
Barros Pinho. (it
Regine Limaverde..
ti')
Marly Vasconcelos
Linhares Filho. til
(i4
Roberto Pontes.
Francisco Carvalho. íi 1r
(i(;
Antônio Girão Barroso'
I
PRETÁCIO
Lavoura Úmida 9
I
10 Dimas Macedo
Lavoura Úmida 1 l
,I
\
\
i 11\
il',i' I
\ ))),
r,}
fr
{.^d'pY s{
LAVOURA ÚNNIDA
POEIUA ACESO
Lavoura Úmida 15
l
IMAGINÁRIO
Eu quero a ânsia
dos teus braços quero
e a aflição
sensual da tua boca
Eu ouero a louca
lâmina da minha fantasia
Teço com o vento pastando no teu sexo
asagaeocampasso
do coração alado Com a alvenaria do sol
em movimento eu quero apaz da chama
e ergo da solidão e a concha do Prazer
a elegia do tempo e do espaço. sangrando em rebeldia
LAVOIIRA ÚTUI»A
Em ti
diviso a fanüasia
E cultivando o alento da minha possessão
quero com o vento
habitar Vejo-te no sonho
os desertos gerais a bailar
do teu imaginário por sobre a minha ânsia
Lavoura í9
18 Dlmas Macedo
l
TEORIA DO POEII{A
Nós
os poetas
Qle amamos o poema
não sabemos
que tipo de linguagem
Vejo-te na infância se esconde na§asãs do sol
acalentando
a minha alegoria Da nave do sonho
o mito do poema
Em ti lúcido se ánuncia
cansado da espera em auroras de enleio
descubro a poêsia e tardes de magia
20 Dimas Í\Iacedo
Lavoura Úmida 21
LATIFTINDIO
Na solidão do espaço
presa nas asas do vento
nas trevas do latifúndio
a liberdade inexiste
entreadesgraçaeafome
No coração do infortúnio
habita a sombra do medo
Do ventre do poema e a face da violência
explode a solidão arma a trama da desdita
Do rosto do poema
sangra a utopia Nas léguas do latifúndio
que apunhala dorme a saga devorante
o coração trôpego do mundo na sorte do camponês
Lavoura Úmida 23
22 Dimas Macedo
I
I
UTOPIA EXISTÊNCN
24 Dimas Macedo
Lavoura ÚmHa 25
,
I
CRISTAL DA ÂIYSIA
Na superfície da sombra
teço o discurso do empenho
com a perícia do engenho
discuto a arte do sonho
na solidão recomponho
o imaginário do tempo
Na dimensão do quarto persigo o sopro do vento
me nego e reconheço preso nas minhas entranhas
e alimento com atitudes estranhas
no conflito da dor restauro a face da essência
o fantasma da morte e no fundo da consciência
rondando entre os meus dedos guardo o cristal dessa ânsia
28 Dimas l\4acedo
Lavoura 29
I
POEMA DO INSÓLIIO
O MITO DE LATTRAS
D
c
i'1 CI
LEGENDAS
Para Maria Demétrio Ximenes e
d,o Socorro
34 Dimas Macedo
Maria das Dores Carneiro Caualcante (Dóia)
,
IMPROVISO PARA
HORÁCIO DÍDIMO
Lavoura Úmlda 37
,
Lavoura Úmida 4í
40 Dimas Macedo
I
MORTE NO
BOQUEIRÃO DE I,ATüRAS
Lavras da Mangabeira,
barragem do rio Salgado:
eis a torrente
das águas me arrastando !
Eu, em aflição,
rezando a última prece,
a morte a me espreitar
no Boqueirão adiante,
onde a beleza
universal se encerra.
Que a crucificação e as cinzas do
Frei Tito Mística e em anseios
nos sirvam de sementes a serra
e se transformem em viçosos ao meu sofrer assiste
grãos de esperança. atroz é o meu tormento;
-
FRAGMENTOS DA
DENTINCIAÇÃO DE PINTO MADEIRA
o rio impetuoso
me arrasta me arrasta I
a imensidão
-
de uma paz se descerra.
Maldição e culto evoco
Eis-me no Boqueirão, glória ao Santo Padre louvo
a natureza em festa, e ao Coronel de MilÍcias
o esplendor das águas lá da Vila de Jardim
inundando os meus olhos, legendas absolutas
as pilastras da rocha da rebeldia de um povo
comprimindo o meu corpo. nos sertões do Cariri.
DÉCIMAS AO POETA
JOSE ALCIDES PINTO
poeta desconcertante \
1
l;
AIJGTINS PERFIS
LUCIANO IUAIA
Lavoura Úmida 57
,
Lavoura Úmida 61
60 Dimas Macedo
I
O AUTOR
DIMAS MACED},33 anos, natural de Lavras
da Mttng,aheira, recentemente eleito para a Acade-
mia Ceorense de Letras, é considerado um dos
inteler:Írtrtis mais importantes d'a atual conjuntura
AI{TÔNIO GIRÃO BARROSO literáriu tlrt Cettrá.
L'ortto prorlutor de cultura, tem referid'o o seu
norne ou unalisada a sua contribuiçao literária
em nttis de 60 livros dos mais diversos gêneros
culturtris. isto sem contar mais de 20 prefácios
que (s(r(vau Poro livro,s de autores cearenses con-
ternlsor[rrtcos, santlo, por isso mesmo, um dos es-
crilrtre,t rntri'ç r:rttrhecitlos e (ttuon'tes da literatura
(((t r( tl.\'(' t lt' .t tttt,qt rt4'úrt.
t\.loslurkt tlrr rnilitância literária, Dimas Ma-
cetlo sc tetn revelatlo peta brilhante atuaÇao de
st.rtt vitlo pro.f'issional. Professor e Chefe do De-
Antônio Girão Barroso l)ort(tm.ento tle Direito da Universidade de
Forta-
é um grande malabarista lezrt, Mestre em Direito e Professor do Curso de
sua arte é concretista Mestrado em Direito da (Jniversidade Federal do
é rico o seu universo Ceará, Advogado militante na Comarca de Forta-
a metáfora do seu verso leza e Procurador do Estado do Ceará, como cul'
revela a sua cultura tor da literatura jurídica Dimas lt[acedo igual-
mente se tem destacado como jurista de reconhe'
Girão é a escritura cida consideração.
mais lucida da poesia No campo específico do serviço público, exer-
que canta a alegoria ceu os encarSos de Diretor do Departamento de
e tece a literatura Assuntos Culturais ria Secretaria de Cultura e
Desporto do Ceará e, no âmbito tla iniciativa pri-
vada, as funções cle Presidente da Cooperativa
de Cultura do Ceará I'imitada, isto sem contar
a sua atuação como Auditor Titular da Justiça
Desportiva e as suas atribuiçoes como Coorde'
nador Adjunto do Curso de Direito da UNIFOR'
Lavoura Úmida 69
68 Dimas Macedo
I
ti