É SÓ UM DOCINHO: implicações do diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 em
crianças e adolescentes
Ramos, Ana Beatriz Ribeiro 1
Santos, Radsha silva dos 2
Chaves, Thalia de Almeida 3
RESUMO
O diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta significativamente a vida de
crianças e adolescentes, com o tipo 1 sendo o mais comum nessa faixa etária.
Neste sentido, este trabalho tem por objetivo principal conhecer sobre o diabetes
mellitus tipo 1 e tipo 2 em crianças, bem como identificar as causas, sintomas,
formas de prevenção e tratamento da doença. Como metodologia, o trabalho foi
elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica, onde foram identificados artigos
e notícias sobre o tema, a partir de fontes confiáveis. Como resultado, a pesquisa
mostrou que o diabetes tipo 1, uma condição autoimune, requer monitoramento
contínuo dos níveis de glicose e administração diária de insulina, o que pode
impactar o bem-estar físico e emocional dos jovens. Por outro lado, o diabetes
tipo 2, anteriormente raro em crianças, tem se tornado mais prevalente devido
ao aumento da obesidade infantil. Este tipo está associado à resistência à
insulina e exige mudanças no estilo de vida, incluindo dieta e atividade física,
além de, em alguns casos, medicação. Ambos os tipos de diabetes apresentam
desafios psicossociais significativos, destacando a importância do suporte
psicológico e da educação continuada para o manejo eficaz da doença e a
promoção de uma qualidade de vida saudável.
Palavras chave: diabetes, criança e adolescente, saúde.
ABSTRACT
Diabetes mellitus is a chronic disease that significantly affects the lives of children
and adolescents, with type 1 being the most common in this age group.
In this sense, the main objective of this study is to learn about type 1 and type 2
diabetes mellitus in children, as well as to identify the causes, symptoms, forms
of prevention and treatment of the disease. As a methodology, the work was
elaborated from a bibliographic research, where articles and news on the subject
were identified, from reliable sources. As a result, research has shown that type
1 diabetes, an autoimmune condition, requires continuous monitoring of glucose
levels and daily insulin administration, which can impact the physical and
emotional well-being of young people. On the other hand, type 2 diabetes,
previously rare in children, has become more prevalent due to the increase in
childhood obesity. This type is associated with insulin resistance and requires
lifestyle changes, including diet and physical activity, as well as, in some cases,
medication. Both types of diabetes present significant psychosocial challenges,
highlighting the importance of psychological support and continuing education for
effective management of the disease and the promotion of a healthy quality of
life.
Keywords: diabetes, child and adolescent, health.
1
Aluna do 8º ano do Ensino Fundamental do Centro Educação Sesc - José Roberto Tadros – SESC.
2
Aluna do 8º ano do Ensino Fundamental do Centro Educação Sesc - José Roberto Tadros – SESC.
3
Aluna do 8º ano do Ensino Fundamental do Centro Educação Sesc - José Roberto Tadros – SESC.
INTRODUÇÃO
A diabetes mellitus é uma síndrome metabólica originada decorrente a
falta de insulina, para exercer adequadamente seus efeitos, caracterizando altas
taxas de açúcar no sangue de forma permanente. Existe dois tipos de diabetes:
diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2, essas são a mais comuns. Geralmente, não
possui sintomas. Quando há presença de sintomas incluem sede ou micção em
excesso, fadiga, perda de peso e visão turva.
Neste sentido, este trabalho tem por objetivo principal conhecer sobre o
diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 em crianças, bem como identificar as causas,
sintomas, formas de prevenção e tratamento da doença.
Este trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, onde foi
possível identificar, por meio de fontes seguras, as principais discussões sobre
a temática.
A partir do levantamento bibliográfico, identificou-se que a diabetes é uma
das doenças mais dominantes na infância e adolescência. No Brasil a taxa de
incidência é de 7,6 por 100.000 habitantes menores de 15 anos.
O tratamento principal é a insulina, medicamentos orais, controlar o nível
do açúcar no sangue por meio de dietas, fora a recomendação de médico para
a realização de exames regulamentes. Trata-se de uma doença de difícil
controle e diferentes complicações tanto agudas como crônicas. Diante dessas
perspectivas o desenvolvimento desse estudo é motivado.
A terapia insulínica intensiva, aliada a avanços tecnológicos e o objetivo
comum de tratamento às pessoas com DM1, independentemente da idade. Ela
pode ser realizada através de múltiplas aplicações diárias de insulina, seja com
diferentes tipos de insulina, ou com sistemas de infusão contínua de insulina.
Por fim, espera-se que este estudo possa promover a sensibilização da
comunidade escolar para o cuidado com a alimentação, que permitirá um
desenvolvimento físico e mental de crianças.
REVISÃO TEÓRICA
Dentre as doenças mais comuns em crianças e adolescentes, o diabetes
tem se apresentado como a que mais acomete esse público. Trata-se de uma
condição crônica que afeta a capacidade do corpo de regular os níveis de glicose
(açúcar) no sangue.
Para o Ministério da Saúde, o diabetes é:
É uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de
insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia
para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de
quebrar as moléculas de glicose(açúcar) transformando-a em energia
para manutenção das células do nosso organismo. O diabetes pode
causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a
complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos
nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte (Brasil,
2024).
Para a Sociedade Brasileira de Endrocrinologia e Metaboligia, o diabetes
é:
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose
no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção
ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas
chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a
entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela
possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da
insulina ou um defeito na sua ação resulta portanto em acúmulo de
glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia (SBEM, 2024).
Existem dois principais tipos de diabetes: o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo
2. Ambos podem ocorrer em crianças e adolescentes, mas o tipo 1 é o mais
comum nessa faixa etária. Vamos conhecê-los?
Tipo 1 Sintomas Tratamento
Sabe-se que, via de regra, é uma • Fome Os pacientes que apresentam
doença crônica não transmissível, frequente; diabetes do Tipo 1 precisam de
hereditária, que concentra entre 5% • Sede injeções diárias de insulina para
e 10% do total de diabéticos no constante; manterem a glicose no sangue em
Brasil. Ele se manifesta mais • Vontade de valores considerados normais.
frequentemente em adultos, mas urinar diversas
crianças também podem vezes ao dia; Para essa medição, é aconselhável
apresentar. O diabetes tipo 1 • Perda de ter em casa um aparelho, chamado
aparece geralmente na infância ou peso; glicosímetro, que será capaz de
adolescência, mas pode ser • Fraqueza; medir a concentração exata de
diagnosticado em adultos também. • Fadiga;
Pessoas com parentes próximos • Mudanças de glicose no sangue durante o dia-a-
que têm ou tiveram a doença humor; dia do paciente.
devem fazer exames regularmente • Náusea e
para acompanhar a glicose no vômito. Os médicos recomendam que a
sangue. insulina deva ser aplicada
diretamente na camada de células
de gordura, logo abaixo da pele. Os
melhores locais para a aplicação de
insulina são barriga, coxa, braço,
região da cintura e glúteo.
Além de prescrever injeções de
insulina para baixar o açúcar no
sangue, alguns médicos solicitam
que o paciente inclua, também,
medicamentos via oral em seu
tratamento, de acordo com a
necessidade de cada caso.
Tipo 2 Sintomas Tratamento
O diabetes tipo 2 ocorre quando o • Fome Já para os pacientes que
corpo não aproveita frequente; apresentam diabetes Tipo 2, o
adequadamente a insulina • Sede tratamento consiste em identificar o
produzida. A causa do diabetes tipo constante; grau de necessidade de cada
2 está diretamente relacionado ao • Formigamento pessoa e indicar, conforme cada
sobrepeso, sedentarismo, nos pés e mãos; caso, os seguintes
triglicerídeos elevados, • Vontade de medicamentos/técnicas:
hipertensão.e hábitos alimentares urinar diversas
inadequados. vezes; Inibidores da alfaglicosidase:
• Infecções impedem a digestão e absorção de
frequentes na carboidratos no intestino;
bexiga, rins, pele Sulfonilureias: estimulam a
e infecções de produção pancreática de insulina
pele; pelas células;
• Feridas que Glinidas: agem também
demoram para estimulando a produção de insulina
cicatrizar; pelo pâncreas.
Visão embaçada. O Diabetes Tipo 2 normalmente
vem acompanhado de outros
problemas de saúde, como
obesidade, sobrepeso,
sedentarismo, triglicerídios
elevados e hipertensão.
Por isso, é essencial manter
acompanhamento médico para
tratar, também, dessas outras
doenças, que podem aparecer junto
com o diabetes.
Fatores de risco
• Diagnóstico de pré-diabetes;
• Pressão alta;
• Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
• Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
• Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
• Doenças renais crônicas;
• Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
• Diabetes gestacional;
• Síndrome de ovários policísticos;
• Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos - esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
• Apneia do sono;
• Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.
Fonte: Ministério da Saúde, 2024.
Quanto ao diagnóstico, este é feito pelo ato de medir os níveis de glicose
que estão presente na corrente sanguínea. Se os números no exame de sangue
feito estiverem superiores a 126mg/dl, o paciente já pode ser considerado
diabético.
Alguns exames mais utilizados para o descobrimento de diabetes são:
• Glicemia de jejum: consiste em um jejum de 8 horas antes dos exames.
• Hemoglobina glicada (HbA1c): Ela observa examina o controle glicêmico
dos últimos 3 meses. Números maiores que 6,5% podem ser
diagnosticados com diabetes.
Vale destacar que o tratamento do diabetes é feito de forma gratuita pelo
Sistema Único de Saúde – SUS, basta com que o indivíduo busque os serviços
ofertados pela Atenção Primária, ou seja, pelas Unidades Básicas de Saúde ou
Unidades de Saúde da Família – UFS, para que sejam devidamente
acompanhadas pelos profissionais de saúde.
DESENVOLVIMENTO
De acordo com o levantamento bibliográfico, é possível compreender que
o diabetes é uma condição crônica que afeta a capacidade do corpo de regular
os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Existem dois principais tipos de
diabetes: o tipo 1 e o tipo 2, ambos podendo ocorrer em crianças e adolescentes,
embora o tipo 1 seja o mais prevalente nessa faixa etária.
Quanto ao diabetes Tipo 1, por ser uma doença autoimune na qual o
sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis
pela produção de insulina. Sem insulina, a glicose não pode ser transportada
para as células do corpo, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue.
Essa forma de diabetes geralmente se manifesta na infância ou adolescência e
exige o uso diário de insulina para manter os níveis de glicose sob controle.
Alguns sintomas podem ser referência para indícios de alteração glicêmica,
são eles: sede excessiva, micção frequente, fome constante, perda de peso
inexplicável, fadiga, irritabilidade ou mudanças de humor.
Com relação a crianças e adolescentes, se faz necessário os seguintes
acompanhamentos:
Monitoramento Contínuo: Crianças com diabetes tipo 1 precisam
monitorar seus níveis de glicose no sangue várias vezes ao dia, seja por meio
de picadas no dedo ou dispositivos de monitoramento contínuo de glicose.
Administração de Insulina: A insulina deve ser administrada várias vezes ao dia,
por injeções ou através de bombas de insulina. Este é um processo invasivo e
pode ser particularmente difícil para crianças pequenas.
Impacto Psicossocial: Lidar com o diabetes pode ser psicologicamente
desafiador. Crianças e adolescentes podem se sentir diferentes dos seus pares,
o que pode afetar sua autoestima e levar a problemas emocionais, como
ansiedade e depressão.
Riscos a Longo Prazo: Se não for bem controlado, o diabetes tipo 1 pode
levar a complicações a longo prazo, como doenças cardíacas, problemas renais,
danos aos nervos e problemas de visão.
Ao que se refere ao diabetes Tipo 2, os estudos apontam que este era
raro em crianças, entretanto tornou-se mais comum devido ao aumento da
obesidade infantil. Diferente do tipo 1, no diabetes tipo 2, o corpo ainda produz
insulina, mas não a utiliza de maneira eficaz (resistência à insulina). Este tipo de
diabetes é mais comum em adolescentes e está fortemente associado a fatores
como sobrepeso, sedentarismo e histórico familiar.
Os sintomas são semelhantes aos do diabetes tipo 1, mas geralmente
mais leves Infecções frequentes, tais como: infecções de pele, feridas que
demoram a cicatrizar e o escurecimento da pele em certas áreas do corpo
(acantose nigricans).
É importante observar as Implicações para Crianças e Adolescente, são
elas:
Mudanças no Estilo de Vida: Crianças com diabetes tipo 2 precisam
adotar hábitos alimentares saudáveis e aumentar a atividade física para controlar
a doença.
Medicação: Além das mudanças no estilo de vida, algumas crianças
podem necessitar de medicação oral ou, eventualmente, de insulina.
Impacto na Qualidade de Vida: O diabetes tipo 2 pode impactar
negativamente a qualidade de vida das crianças, pois exige mudanças
significativas na dieta e na rotina diária. Além disso, o estigma associado ao
excesso de peso e às condições relacionadas ao estilo de vida pode afetar o
bem-estar emocional.
Considerando o exposto, reforça-se a necessidade de acompanhamento
da saúde de crianças e adolescentes. O diagnóstico de diabetes em crianças e
adolescentes apresenta desafios únicos, como a manutenção dos níveis de
glicose no sangue, a vida escolar, a participação em atividades físicas e a gestão
das emoções. Além disso, é fundamental que a família e os educadores estejam
bem informados sobre a doença para apoiar a criança ou adolescente.
A educação sobre o diabetes é essencial tanto para as crianças quanto
para seus pais ou cuidadores. Compreender a importância do controle da
glicose, da dieta adequada e da atividade física é crucial para garantir que a
criança possa levar uma vida saudável e ativa.
Em muitos casos, ou na maioria deles, o suporte psicológico é
fundamental. Crianças e adolescentes com diabetes muitas vezes enfrentam
desafios emocionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diabetes é uma condição séria, com implicações significativas na
infância e adolescência. No Brasil, a taxa de incidência de 7,6 por 100.000
habitantes menores de 15 anos destaca a necessidade de estratégias eficazes
para diagnóstico precoce, tratamento e suporte contínuo. O manejo adequado
da doença e o apoio integral são fundamentais para minimizar complicações e
garantir uma boa qualidade de vida para as crianças e adolescentes afetados.
Neste sentido, é importante que crianças e adolescentes, bem como todos
aqueles que prezam pela saúde e bem-estar desses seguimentos, estejam
atentos ao acompanhamento alimentar, físico e mental. Promovendo uma
infância saudável e futuramente adultos conscientes de que precisam exercitar
o autocuidado para uma vida tranquila e feliz.
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