2022
CURSO DE CAPACITAÇÃO
INSTITUTO EDUCOMUNICAÇÃO -
Completo
SUMÁRIO
1 A ALFABETIZAÇÃO .................................................................................................... 5
2 O QUE É A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS .......................................................... 7
3 QUAL É O MOMENTO IDEAL PARA INÍCIO DA ALFABETIZAÇÃO? ................... 9
4 QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO? ............... 10
5 QUAL É O OBJETIVO DO PROJETO DE VIDA? ...................................................... 12
6 QUAIS SÃO OS OBSTÁCULOS DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ............... 14
7 METODOS DE ALFABETIZAÇÃO ............................................................................ 17
8 METODO DE LETRAMENTO .................................................................................... 25
9 REFERENCIAS ............................................................................................................ 27
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1 A ALFABETIZAÇÃO
Desde muito cedo, escutamos as vozes
das pessoas e lidamos com um mundo
recheado de expressões e linguagens.
Quando as crianças começam a
compreender os sons e a observar as
palavras, já estão rumo à alfabetização.
Contudo, é no ambiente escolar que a
alfabetização de crianças, de fato,
começa a ser desenvolvida.
Nesse momento, a aprendizagem se
confunde com o brincar. As crianças têm
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contato com as diferentes formas de
linguagem de uma maneira lúdica para
se familiarizar com os símbolos escritos.
Assim, é criada uma experiência
fundamental para inserir os alunos em
uma rotina mais estruturada de
alfabetização.
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2 O QUE É A ALFABETIZAÇÃO DE
CRIANÇAS
A alfabetização é a aquisição do domínio de
um sistema linguístico que favorece as habilidades
de escrever, ler e interpretar textos escritos.
Sabemos que esse é um processo que se inicia
antes de a criança entrar nas escolas, com a criação
de todo um repertório de linguagem adquirido com
as relações no ambiente doméstico.
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Na escola, porém, ela é submetida a uma
alfabetização sistematizada, com exercícios e
abordagens adequados para a sua idade. É no
ambiente escolar que os pequenos conhecem o
alfabeto, aprendem a reconhecer sílabas, a escrever
suas primeiras palavrasetc.
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3 QUAL É O MOMENTO IDEAL PARA
INÍCIO DA ALFABETIZAÇÃO?
Não há um consenso sobre a idade definitiva
para o início da alfabetização. Alguns especialistas
dizem que esse processo pode começar a ser mais
estruturado na primeira infância. Outros dizem
que, nesse período, a antecipação da alfabetização
pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo.
Além disso, é importante lembrar que cada criança
tem o seu ritmo: algumas crianças já conseguem
decifrar suas primeiras palavras aos 5 anos
enquanto outras só lerão efetivamente aos 7 anos.
Nada disso significa qualquer problema de
desenvolvimento. De todo modo, as escolas
começam a introduzir gradualmente as letras e as
sílabas já na educação infantil, sendo que a
alfabetização mais sistemática ocorre por volta dos
6 ou 7 anos. Nessa fase, a abordagem inicial do
processo de alfabetização precisa envolver o
lúdico, o sensorial e uma didática que estimula a
curiosidade da criança que ingressou na escola.
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4 QUAL É A DIFERENÇA ENTRE
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO?
Você já pode ter ouvido falar no letramento infantil
e se perguntado se esse é um sinônimo da
alfabetização. A resposta é não! Enquanto esse
segundo se refere aos processos de formação de
sílabas, palavras e frases, o primeiro diz respeito à
função social da leitura e da escrita.
Muitas pessoas que são alfabetizadas não
conseguem fazer um uso efetivo e crítico da
linguagem escrita, o que significa que não são
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letradas. O letramento tem a ver com a capacidade
de interpretar e produzir conhecimento escrito, de
compreender textos e de expressar sentidos por
meio deles. Pode ser considerada, então, uma etapa
posterior àda alfabetização.
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5 QUAL É O OBJETIVO DO PROJETO
DE VIDA?
Emília Ferreiro, uma das maiores influências
quando falamos sobre a alfabetização na educação,
aborda no livro “Psicogênese da língua escrita”
que toda criança passa por quatro níveis de
alfabetização. São eles:
Pré-silábico: quando a criança começa a
perceber que a escrita está relacionada à
fala, embora não consiga relacioná-las
corretamente;
Silábico: quando a criança passa a entender a
correspondência entre a escrita e a fala,
fazendo rabiscos para interpretar as letras da
sua maneira;
Silábico-alfabético: ela começa a identificar
que uma sílaba é formada por mais de uma
letra e passa a se aventurar nessa relação,
misturando a lógica (por exemplo: “Kvalo”
pode passara ser escrito como “cavalo”);
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Alfabético: ocorre quando a criança passa a
corresponder o valor da escrita à fala
corretamente e consegue reconhecer todos os
fonemas, mantendouma escrita convencional.
Ao contrário de ser um processo simples, com uma
transição sem dificuldades entre as etapas, a
alfabetização pode apresentar uma série de
obstáculos para as crianças. Continue a leitura e
acompanhe!
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6 QUAIS SÃO OS OBSTÁCULOS DO
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Existem alguns desafios no processo de
alfabetização que estão sempre presentes nas
conversas sobre a educação. São questões que
merecem atenção tanto da direção das escolas e
dos educadores quantodos pais dos alunos.
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Sabemos que os alunos não se alfabetizam no
mesmo ritmo, pois alguns encontram dificuldades
para desenvolver as habilidades de escrita e de
leitura. Por isso, um olhar especial para cada caso é
extremamente importante para identificar as causas
da dificuldade de aprendizagem e encontrar as
melhores soluções.
Existem muitas razões que levam um aluno a ter
dificuldades para ler e escrever. São fatores que
podem estar relacionados à família, à escola ou ao
próprio aluno, como o histórico familiar de
dificuldade de aprendizagem, as faltas constantes
e os
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fatores socioeconômicos.
As crianças com dificuldades para ler e escrever
geralmente também apresentam memória de curto
prazo e dificuldade para relacionar as palavras
escritas à linguagemoral.
FALTA DE APOIO OU DE PARTICIPAÇÃO
DA FAMÍLIA
A participação ativa da família na vida escolar das
crianças e dos jovens desempenha um papel
essencial para as diferentes etapas da educação
básica. Sem esse apoio e sem estímulo na infância,
podem surgir dificuldades na alfabetização.
Muitas vezes, as crianças faltam aulas sem
justificativas aparentes e precisam ser reintegradas
ao contexto de aprendizagem.
Além disso, embora seja na escola que a criança
exercite questões como a boa convivência e de
respeito ao espaço coletivo, é no ambiente
doméstico que a educação realmente acontece.
Essa é uma responsabilidade dos pais,
intransferível para a atuação dos professores.
Contudo, para que uma formação integral seja
desenvolvida,
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gostamos sempre de reforçar a importância da
parceria entre a família e a escola.
AUSÊNCIA DE CAPACITAÇÃO E DE
APOIO DOS PROFESSORES
Não há como caminhar na aprendizagem da
alfabetização se os professores não contam com
formação continuada e apoio da coordenação
pedagógica. As atividades para estimular a leitura,
a escrita, e a avaliação pedagógica do professor,
podem ser constantemente atualizadas e
aperfeiçoadas com a sua capacitação profissional.
Além disso, uma escola precisa ser formada por
uma equipe unida com professores, gestores e
coordenadores pedagógicos prontos para apoiar a
família e os alunos. Dessa forma, o processo de
alfabetização só tem a ganhar com atividades e
práticas que engajam cada vez mais as crianças.
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7 METODOS DE ALFABETIZAÇÃO
MÉTODOS SINTÉTICOS
Vão das partes para o todo, começando com as
unidades sonoras ou gráficas
MÉTODO ALFABÉTICO OU SOLETRAÇÃO
COMO É: É considerado o mais antigo dos
métodos. A proposta é que o indivíduo aprenda os
nomes das letras, reconheça-as fora da ordem
alfabética e, por fim, tente redescobri-las em
palavras ou textos, a partir da soletração.
COMO FUNCIONA: Ensinam-se estratégias de
soletração que ajudam o aluno a associar o nome
da letra à sua representação visual e ao som que ela
adquire na palavra. A palavra “banana”, por
exemplo, pode ser soletrada como be a ba (ba),
ene a na (na), ene a na
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(na).
VANTAGENS: Reconhecer as letras é etapa
fundamental e inescapável do processo deaquisição
da escrita, já que as relações entre os sinais
gráficos e os sons que eles representam são o
princípio básico de qualquer sistema alfabético.
RISCOS: A memorização fora de contexto das
letras e de algumas sílabas afasta o aluno do
significado das palavras. É possível desenvolver o
conhecimento sistemático do alfabeto em textos
com sentido e com o uso de materiais como letras
móveis.
MÉTODO SILÁBICO
COMO É: Considera a sílaba a unidade linguística
fundamental, já que, na prática, só se pode
pronunciar a consoante juntamente
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com a vogal. Começa-se pelas sílabas formadas
por uma consoante e uma vogal, até chegar às
mais complexas.
COMO FUNCIONA: Em geral, o processo se
apoia em cartilhas que apresentam as famílias
silábicas, que podem ser associadas a desenhos ou
palavras-chave, cujas sílabas iniciais são
destacadas. Aos poucos, o aluno entra em contato
com pequenos textos.
VANTAGENS: O método enfatiza uma unidade
facilmente identificável com o som, já que, na fala,
pronunciamos sílabas, e não letras ou sons
separados. Assim, não é preciso analisar cada
elemento da palavra para decifrá-la.
RISCOS: O foco excessivo em uma unidade
sonora, assim como em outros métodos sintéticos,
pode tirar do aluno o contato com
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textos reais, dotados de estrutura e função social,
dando lugar a frases sem nexo, como “vovô viu a
uva”.
MÉTODOS ANALÍTICOS
Vão do todo para as partes, originando-se de
unidades de significado
PALAVRAÇÃO
COMO É: A unidade linguística é a palavra que
deve ser reconhecida graficamente sem a
necessidade de decompô-la em sílabas, letras ou
mesmo fonemas e grafemas. A proposta é de que
se forme um repertório antes de construir frases e
pequenos textos. COMO FUNCIONA: Apresenta-
se um grupo de palavras que os alunos tentam
reconhecer pelas características gráficas. São
propostas atividades de memorização de
palavras, às
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vezes associadas a imagens, exercícios de
movimento de escrita etc.
VANTAGENS: É um meio-termo entre as
práticas sintéticas e as analíticas, pois permite
trabalhar em unidades menores, sem dissociá-las
do significado. O aluno aprende estratégias de
leitura inteligente e associa a leitura com prazer
e informação. RISCOS: Focar só no
reconhecimento gráfico das palavras pode
prejudicar a análise das sílabas, letras e grafemas,
afetando o reconhecimento de palavras novas. Isso
costuma ser amenizado pelo uso de palavras
estáveis, como o nome próprio.
SENTENCIAÇÃO
COMO É: A proposta é partir de uma unidade de
significado mais completa, que é a frase. O
estudante deve reconhecer e compreender o
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sentido de uma sentença para só depois analisar as
suas partes menores (palavras e sílabas).
COMO FUNCIONA: A pedagoga argentina
Cecilia Braslavsky ensina que é possível partir da
oralidade das crianças, a partir da qual se extraem
orações simples, escritas em faixas expostas na
sala de aula. As frases
podem depois ser consultadas
permanentemente.
VANTAGENS: A exemplo do método de
palavração, a sentenciação permite que osalunos se
relacionem com o significado dos textos e
aprendam, desde o início da alfabetização, a
utilizar estratégias de leitura inteligente.
RISCOS: O ensino por sentenciação pode
acarretar problemas semelhantes aos
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encontrados na palavração, como a dificuldade de
decodificar textos novos por falta de uma análise
mais detida nas unidades que compõem a base do
sistema de escrita.
MÉTODO GLOBAL
COMO É: Parte-se de um texto, trabalhado por
certo tempo, no qual o aluno memoriza e entende o
sentido geral do que é “lido”. Só depois se
analisam as sentenças e se identificam as palavras,
comparando as suas composições silábicas.
COMO FUNCIONA: No Brasil, o método é
associado aos contos, conforme as práticas
difundidas pela educadora Lúcia Casasanta nos
anos 30. As cinco fases vão da compreensão geral
da história à análise
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comparativa da composição silábica das palavras.
VANTAGENS: Com práticas semelhantes às
adotadas pela moderna alfabetização de linha
construtivista, o método mantém o foco no sentido
dos textos e proporciona, desde o início da
aprendizagem, o contato com o texto.
RISCOS: O trabalho sistemático com as unidades
menores, que são parte da estruturabásica da língua
escrita, pode ficar enfraquecido. Além disso, o uso
só de textos para fins escolares não é positivo: a
criança precisa conviver com textos reais.
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8 METODO DE LETRAMENTO
Nós tivemos um período em que ensinávamos o b
a bá (digamos assim) para depois a criança praticar
isso. Depois passamos por um período (na época
do construtivismo) que esse b a bá foi dispensado;
de certa forma foi marginalizado como um
subproduto do letramento, ou seja, do convívio da
criança com o mundo escrito, etc. Acho que hoje
nós chegamos ao momento da síntese: não é isso
ou aquilo, mas são as duas coisas ao mesmo tempo
e articuladas, embora cada uma com as suas
especificidades quanto à metodologia de trabalho.
Aos 6 anos (a criança) o professor vai fazer isso
num foco maior na aprendizagem do sistema de
escrita, mas sempre no contexto do letramento,
criando situações de leituras de histórias para
crianças, dando todo o contexto de letramento:
quem escreveu a história, as próprias
características do livro; e isso interessa muito à
criança que se encontra na fase da fantasia.
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O professor lê a história para a criança, depois ele
trabalha algumas frases, algumas palavras,
buscando a contextualização; vê aquela palavra
central e passa a escrevê-la trabalhando-a
fonologicamente; divide-a em sílabas, faz o
trocadilho das sílabas criando outras palavras, sem
sair do contexto. Pega o personagem central da
história e transforma-o numa palavra a ser
analisada.
Uma das facetas importantes no processo de
letramento, sobretudo no mundo atual, é os
professores conseguirem contaminar as crianças
com o prazer do livro, o gosto pela leitura, a paixão
pela leitura coisa que a gente tem perdido muito.
Então, tem-se trabalhado muito o livro como um
objeto cultural; não é o livro como portador de um
texto, mas o livro como objeto cultural: deve-se
fazer as crianças cheirarem o livro, pegar o livro,
vê que o livro é um objeto que tem suas partes
como a gente tem no corpo, e as crianças gostam
muito disso. É importante a criança ter uma
relação com o livro, que é uma relação com um
objeto cultural.
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9 REFERENCIAS
https://blog.colegioarnaldo.com.br/alfabetizacao-de-criancas/
https://novaescola.org.br/conteudo/17568/o-be-a-ba-dos-metodos-de-
alfabetizacao
http://professorazezeh.blogspot.com/2017/06/fundamentos-e-metodos-do-
letramento-e.html