Aula 1 - Membrana Plasmática

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BIOFÍSICA

Felipe dos Santos Moysés


Estrutura da Membrana Plasmática
Funções da membrana plasmática:
• Primordialmente permite uma diferença na composição do
meio intracelular do meio extracelular.

no entanto

✓ Canais seletivos que permitem as trocas;


✓ Proteínas transportadoras;
✓ Receptores de sinais;
✓ Capacidade de regeneração;
✓ Capacidade de crescimento.
Estrutura da Membrana Plasmática
Estrutura da Membrana Plasmática

image © National Institute of Health


Estrutura da Membrana Plasmática

• Independente da sua localização, todas as membranas são


compostas por lipídeos e proteínas e dividem uma estrutura
comum.

• Os componentes lipídicos estão arranjados em duas lâminas


justapostas: bicamada lipídica.
Estrutura da Membrana Plasmática
Bicamada Lipídica
• Moléculas hidrofílicas: se dissolvem rapidamente em água e se
atraem eletrostaticamente ou ponte de H com a água.

• Moléculas hidrofóbicas fazem as moléculas se água se


organizarem em arcabouço.
Bicamada Lipídica
• 2-metilpropano: hidrofóbica, (não é capaz de formar interações
favoráveis com a água).
• Moléculas adjacentes de água se organizarem em uma
estrutura de arcabouço ao redor.
Bicamada Lipídica
• Moléculas anfipáticas (incluindo colesterol):

✓ Cabeça hidrofílica é atraída pela água.


✓ Porção hidrofóbica: repele a água e se agrega com outras
moléculas hidrofóbicas.

• Este conflito é resolvido pela bicamadas fosfolipídica


(energeticamente mais favorável).
Bicamada Lipídica
Bicamada Lipídica
Bicamada Lipídica
• A nomenclatura dos fosfolipídios é dada de acordo com o
radical presente na cabeça polar.

Fosfatidilcolina (ou Lectina)


Fosfatidiletanolamina
Fosfatidilinositol
Fosfatidilserina
Bicamada Lipídica

• Cardiolipina (ou Difosfatidilglicerol)

mitocôndrias (baixa permeabilidade)

• Dolicol Retículo Endoplasmático


Bicamada Lipídica
 Esfingolipídeos
- também possuem cauda de ácidos graxos
- sem glicerol
- mais longos que os fosfolipídeos
- Ex.: galactocerebrosídeio (grupamento x é um açúcar) ,
esfingomielina (bainha de mielina)
Bicamada Lipídica
• Mesma força eletroquímica que atua na formação da bicamada
confere o autosselamento.

• Moléculas anfipáticas necessariamente se arranjam em


compartimentos autosselantes fechados.

Esse comportamento notável, fundamental para a


formação de uma célula viva, é, em essência,
simplesmente resultado da estrutura de cada
molécula.
Bicamada Lipídica
• Qualquer ruptura cria uma extremidade livre exposta a água.

• Energeticamente desfavorável: ocorre rearranjo espontâneo.

• Ruptura pequena: rearranjo espontâneo exclui moléculas livres

• Ruptura grande: lâmina pode dobrar-se e se quebrar em pequenas


vesículas
Bicamada Lipídica
• O ambiente aquoso, dentro e fora da célula evita que lipídeos
da membrana escapem da bicamada.

• Bicamada lipídica é flexível capaz de se curvar

• Fosfolipídios se movimentam na membrana.

Alguns tipos de movimentos são frequentes e


rápidos; outros são raros.
Bicamada Lipídica

- Flip-flop: sem proteínas este evento ocorre menos que uma vez por
mês para uma molécula de fosfolipídio.

- Difusão lateral: movimentos térmicos aleatórios em que trocam de


lugar na mesma monocamada (extensão de um célula bacteriana em 1
segundo).

- Rotação: giros em torno do próprio eixo (500 revoluções por segundo).

- Flexão: flexão em relação ao seu próprio eixo.


Bicamada Lipídica
Fluidez da Bicamada
• A fluidez da membrana é importante para as funções da
membrana e deve ser mantida dentro de certos limites

• Depende da sua composição de fosfolipídios.

• Natureza das caudas hidrocarbonadas.

Mais próximas e mais regulares Menor a fluidez


Fluidez da Bicamada
• Comprimento dos fosfolipídios

✓ Caudas hidrocarbonadas variam no comprimento de 14 a 24


átomos (18 a 20 habitual).

✓ Caudas curtas reduzem a interação entre as caudas


hidrocarbonadas.

✓ A maioria dos fosfolipídios contêm uma cauda hidrocarbonada


com uma ou mais ligação dupla entre átomos de carbono e outra
cauda com apenas ligações simples.
Fluidez da Bicamada
• Caudas saturadas

✓ Sem ligações duplas

✓ Número máximo de átomos de hidrogênio


Fluidez da Bicamada
• Caudas insaturadas:

✓ Ligações duplas
✓ Não possuem número máximo de átomos de hidrogênio
Fluidez da Bicamada
• Cada ligação insaturada cria uma pequena dobra na camada.

Torna mais difícil o empacotamento das caudas umas com


as outras

Maior fluidez
Fluidez da Bicamada

• A compactação dessas caudas não polares é estabilizada

pelas interações de van der Waals entre as cadeias de

hidrocarbonetos.
Fluidez da Bicamada
• Maior temperatura Maior fluidez

• Bactérias e leveduras se adaptam a diferentes


temperaturas.

• São ajustados o comprimento e a insaturação das


caudas hidrocarbonadas:

↑ Temperatura

Produz lipídeos com caudas longas e poucas ligações duplas


Fluidez da Bicamada
• Gorduras vegetais em geral são insaturadas

líquidas em temperatura ambiente

• Gordura animal são saturadas.

• Óleos vegetais são


hidrogenados.
Fluidez da Bicamada
• Em células animais, a fluidez da membrana é modulada pela
inclusão de moléculas do esterol colesterol.

• Somam aproximadamente 20% dos lipídeos do total do peso


da membrana.
Fluidez da Bicamada
• Moléculas de colesterol são pequenas e rígidas.

✓ preenchem os espaços vazios entre as moléculas vizinhas de


fosfolipídeos (devido as caudas hidrocarbonadas insaturadas)

✓ bicamada mais rígida, menos flexível e menos permeável


Fluidez da Bicamada
• O colesterol tende a atenuar os efeitos da temperatura na
membrana = efeito tampão.

baixas ✓ aumenta a fluidez evitando que os


temperaturas fosfolipídios fiquem firmemente juntos

altas
✓ reduz a fluidez
temperaturas ✓ estabiliza a membrana pois aumenta o
seu ponto de fusão
Formação da Membrana

• Fosfolipídeos são sintetizados


por enzimas ligadas a superfície
citosólica do RE.

• São inseridos exclusivamente na


porção citosólica da bicamada.

No entanto, as
monocamadas se
tornam iguais.
Formação da Membrana

• Porções da membrana são continuamente destacada do RE.

• Vesículas se fusionam a outras membranas como do aparelho


de Golgi.

• Vesículas adicionais se destacam do aparelho de Golgi e são


incorporadas a membrana plasmática.
Formação da Membrana

• Membranas são assimétricas


(conjuntos distintos de
fosfolipídeos)

• Assimetria se inicia no
aparelho de Golgi (família
flipases).
Formação da Membrana
• Glicolipídeos adquirem seu grupo carboidrato no aparelho de
Golgi (enzimas específicas).

• Não existe flipases para Glicolipídeos

Somente no lado externo da célula

• Fosfolipídio de inositol

Porção citosólica da membrana


Formação da Membrana

fosfatidilcolina esfingomielina

fosfatidilserina
fosfatidilinositool fosfatidiletanolamina
Formação da Membrana
• Para proteínas o posicionamento na
membrana é muito importante pois
está relacionado com suas função.

✓ Vesícula brotando a partir do aparelho


de Golgi e se fusionando à membrana.

✓ Observe que a orientação dos lipídeos


de membrana e das proteínas é
preservada durante o processo.
Proteínas de Membrana
• Desempenham a maior parte das funções da membrana.

• 50% da massa.

• Lipídeos são muito menores, então uma membrana contêm 50


vezes mais lipídeos que proteínas.

• Várias funções:
Proteínas de Membrana
Proteínas de Membrana
• Podem se associar a bicamada lipídica de várias formas:
Proteínas de Membrana

Proteínas periféricas

• Exceto a figura D, todas são proteínas integrais de membrana:

Só podem ser removidas com detergentes


Proteínas de Membrana

• Sódio-dodecil-sulfato (SDS) é um
detergente iônico forte (possui grupos
ionizados na sua terminação hidrofílica).

• Triton X-100 é um detergente não


iônico suave.
Proteínas de Membrana
• Todas proteínas possuem uma
única orientação.

• Segmentos peptídicos que que


atravessam a porção hidrofóbica:
aminoácidos de cadeia lateral
hidrofóbica.

• Como não a água no interior da


membrana átomos da cadeia
principal fazem ligações de
hidrogênio uns com outros.
Proteínas de Membrana
• Nestas α-hélice:

✓ Cadeias laterais hidrofóbicas contato com lipídeos.

✓ Cadeia principal peptídica: ligações de hidrogênio.


Proteínas de Membrana
• A cadeia polipeptídica de algumas proteínas transmembrana é
em forma folha β enrolada oca.
• Aminoácidos do interior do barril geralmente são hidrofílicos.

• Proteína porina, encontrada em bactérias e mitocôndria


(nutrientes, metabólicos e íons inorgânicos).
Córtex Celular
• A membrana celular, são delgadas e predominantemente
lipídicas:

Fragilidade Reforço

• Vegetais possuem parede celular.

• Animais: córtex celular.


Córtex Celular
• Face interna da membrana plasmática.

• Arcabouço proteico (rede de proteínas fibrosas):

Proteínas transmembranas + Citoesqueleto

• Nos heritrócitos o principal componente é a proteína


heterodimérica espectrina

longa, fina e flexível


Córtex Celular
• A malha espectrina é ligada a membrana

anquirina
Que se liga a uma proteína transmembrana

banda 3
Córtex Celular
• A malha espectrina é ligada a membrana

banda 4.1
Que se liga a uma proteína transmembrana

glicoforina

Actina
Essa região agrega outras proteínas do
Tropomiosina
citoesqueleto (complexo juncional)
Aducina
Córtex Celular
• A importância da malha é visível em camundongos e humanos

Alteração genética na espectrina

✓ Baixo números de eritrócitos


✓ Esféricos ao invés de bicôncavos
✓ Frágeis
✓ Anemia
Córtex Celular
Esferocitose hereditária

• Efeito na membrana da hemácia, resultando numa


instabilidade do citoesqueleto celular.

• A hemácia perde superfície, tornando-se esférica e de


tamanho menor.

• São rapidamente sequestradas da circulação pelo baço.


Córtex Celular
• Existem quatro tipos de anormalidades na proteína da
membrana da hemácia:

1. deficiência de espectrina
2. deficiência de espectrina associada a anquirina
3. deficiência da banda 3
4. defeitos na proteína 4.2

• OBS: A deficiência de anquirina é a causa mais comum.


Carboidratos
• Porções glicídicas de glicoproteínas ou glicolipídios.

• Quase sempre na face não citoplasmática.

• Na membrana das organelas: voltados para o interior.


Carboidratos
• Açucares encontrados:

✓ Glicose

✓ Galactose

✓ Manose

✓ Fucose

✓ N-acetilgalactosoamina

✓ Ácido siálico
Carboidratos
• Grande importância na fisiologia da membrana (2 a10%).
• Revestimento celular ou Glicocálice.
• Carboidratos são carregados negativamente (ácido siálico) =
responsáveis pela carga negativa da membrana.
Carboidratos
• Função mais importante: reconhecimento celular

✓ diferentes das proteínas se ligam em várias posições ;

✓ 2 monossacarídeos podem formar 11 dissacarídeos;

✓ elevada capacidade informacional.


Carboidratos

• Para o reconhecimento é necessário a ação das


proteínas lectinas:

- se ligam de forma rápida a


carboidratos
- específica para cada tipo de açúcar
- ligação reversível
Carboidratos
• Características

Grande números de lectinas identificadas

Grande variabilidade

Distribuição

Propriedades
refletem

Ampla gama de
adaptações aos mais
variados fenômenos
biológicos
Carboidratos
• Interação de vários tipos celulares em diferentes processos
fisiológicos que envolvem adesão célula-célula:

✓ interação do espermatozoide com o óvulo;

✓ germinação do grão de pólen e sua interação com o


estigma;

✓ adesão de bactérias Rhizobium à superfície radicular de


leguminosas;

✓ remoção de glicoproteínas do plasma sanguíneo pelas


células hepáticas.
Carboidratos
Lectinas & Células tumorais

• Alguns tipos de lectinas interagem preferencialmente com células


tumorais.

• Também se sabe que células tumorais carregam na sua superfície


lectinas que não são encontradas em outras células.

• Envolvidas na invasão tumoral e metástases.

• Nos tumores tem maior quantidade de glicosilações.


Carboidratos
• Resposta inflamatória:

proteínas de adesão células que promovem


Selectinas principalmente interações célula-célula

• Interação das células do sistema imune com as


endoteliais.
Carboidratos
Selectinas

• Na extremidade extracelular possui uma extremidade muito

parecida com as lectinas.

• Reconhece açucares na membrana de outras células.

• Interação célula-célula.
Carboidratos
Tipos Sanguíneos

• Açúcar terminal antigênico.


• Estes antígenos tornam os
eritrócitos suscetíveis a
aglutinação = aglutinogênios.
• Ex.: sangue do tipo B forma o
anticorpo aglutinina anti-A.
Referências Bibliográficas
• Alberts, Bruce. Fundamentos da Biologia Celular, 4
edição. ArtMed, 2017.

• Carvalho, Hernandes, Recco-Pimentel, Shirlei. A Célula. 3


ed. Barueri: Manole.

• Lodish, Harvey, Berk, Arnold, Kaiser, Chris A., Krieger,


Monty, Bretscher, Anthony, Ploegh, Hidde, A. Biologia
Celular e Molecular, 7 edição. ArtMed, 01/2014

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