Ebook Da Unidade - Contextos de Uso Da Avaliação Psicológica

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Contextos de

uso da avaliação
psicológica
Sumário
Terapia Cognitiva Comportamental 5

Terapia cognitiva comportamental aplicada no tratamento

Para TEA

As Primeiras abordagens cognitivo-comportamentais e suas

características

ABA: definições, demissões e pressupostos filosóficos 18

Definição da ABA

Dimensões da ABA

Análise do comportamento

Intervenção comportamental

Avaliação de resultados

Pressupostos filosóficos da ABA

Métodos de Intervenções 28

Pedovan

Metodo Denver

Inclusão da pessoa com TEA no ensino regular 39

Os desafios da inclusão da pessoa com TEA no ensino

Referências 49

CL I QUE N O CAP Í T UL O P A RA SE R RE DI RE C I O N A DO
Objetivos Definição
Para o início do Se houver necessidade
desenvolvimento de uma de se apresentar um novo
nova competência; conceito;

Nota Importante
quando forem necessárias As observações escritas
observações ou tiveram que ser priorizadas
complementações para o para você;
seu conhecimento;

Explicando Melhor Você Sabia?


Algo precisa ser melhor Curiosidades indagações
explicado ou detalhado; lúdicas sobre o tema em
estudo, se form necessarias;

Saiba Mais Reflita


Textos, referências Se houver a necessidade
bibliográficas e links para de chamar a atenção
aprofundamento do seu sobre algo a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;

Acesse Resumindo
Se for preciso acesar um Quando for preciso se fazer
ou mais sites para fazer um resumo acumulativo
dowload, assistir videos, ler das últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;

Atividades Testando
Quando alguma atividade Quando o desenvolvimento
de autoaprendizagem for de uma competência for
aplicada; concluído e questões forem
explicadas.
@faculdadelibano_

1
Contexto clínico e
organizacional do
uso da avaliação
psicológica
Contextos de uso da Capítulo 1
avaliação psicológica

Contexto clínico e
organizacional do uso da
avaliação psicológica

Objetivos

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender em que consiste


a ciência do Direito e como ela está relacionada com a moral e com
a justiça. Certamente isto será fundamental para a compreensão dos
capítulos a seguir. Motivado para desenvolver esta competência? Então

Contexto clínico

O profissional de avaliação psicológica, que pretende seguir no campo clínico, deve


atentar-se para os princípios teóricos que norteiam a sua prática e refletir sobre os
métodos e técnicas a serem empregados em sua atuação (ARAÚJO, 2007).

Arzeno (1995) enfatiza que a partir de um bom diagnóstico estabelecido no campo clínico,
tal diagnóstico pode servir para as mais variadas ações, desde a atuação no âmbito
jurídico até o campo vocacional, por exemplo. A Figura 1 exemplifica as vantagens de se
estabelecer um diagnóstico.
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

FIGURA 1

Vantagens do estabelecimento de um diagnóstico


FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

Um diagnóstico é vantajoso a partir do momento em que é possível uma melhor


compreensão acerca do fenômeno analisado e suas possíveis causas. Adicionalmente,
pode-se verificar se de fato é possível seguir com o tratamento ou intervenção. Ainda,
o mesmo favorece a escolha do tipo de técnica e método a ser utilizado durante a
intervenção (ARZENO, 1995).

Você Sabia?

Estabelecer um diagnóstico também significa uma proteção profissional


no sentido de reforçar ambos os compromissos: éticos e clínicos. Cabe
ao profissional estar atento a possíveis desdobramentos a partir do
diagnóstico realizado e também fundamentar a sua prática a partir de
uma avaliação consistente (ARZENO, 1995).

A literatura aponta, de maneira geral, três pontos que auxiliam na escolha da técnica
para a realização de uma avaliação em contexto clínico (ARAÚJO, 2007), conforme
exposto na Figura 2.
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

FIGURA 2

Quesitos para a escolha de uma técnica de avaliação


psicológica no contexto clínico segundo Araújo (2007)
FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

Desde a concepção de homem e de mundo (referencial teórico) os objetivos e fins de


uma avaliação são essenciais na seleção das técnicas e métodos a serem empregados
(ARAÚJO, 2007). Para outros autores, há algumas outras finalidades no psicodiagnóstico
clínico que devem ser enfatizadas. A Figura 3 resume as principais finalidades envolvendo
o estabelecimento de uma avaliação no âmbito clínico:

FIGURA 3

Finalidades do estabelecimento de um psicodiagnóstico clínico segundo Arzeno (1995)


FONTE

Elaborado pelos autores (2021).


Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

Dentre as finalidades de um psicodiagnóstico clínico, Arzeno (1995) destaca o próprio


diagnóstico, mas não no sentido de estabelecer um rótulo, entendendo que se trata de
um processo dinâmico. O uso de testes padronizados, a análise do vínculo terapêutico
em entrevistas iniciais é fundamental para um bom diagnóstico. Para tanto, o diagnóstico
pode ser realizado para sanar dúvidas na avaliação ou nas etapas de intervenção, e
ainda como resposta a alguma demanda específica (ARZENO, 1995).

Importante

Ao profissional cabe salientar, que quanto mais fontes de informação


são utilizadas na avaliação, maior a segurança no estabelecimento do
diagnóstico na prática clínica.

Uma segunda possibilidade, quanto à realização de um psicodiagnóstico clínico, pode


envolver a própria avaliação do tratamento, de maneira a verificar possíveis avanços
terapêuticos ou mesmo o estabelecimento e planejamento de uma alta no processo ou
reavaliação para a proposição de uma nova conduta (ARZENO, 1995).

Nesse sentido, é extremamente importante


no contexto clínico a atitude imparcial do
profissional psicólogo quanto ao seu trabalho
e a intervenção realizada, assumindo o papel
de um observador/ “fotógrafo” da situação
(ARZENO, 1995). Araújo (2007) enfatiza,
todavia, a postura profissional para além da
neutralidade e objetividade: os avanços no
psicodiagnóstico a partir do momento que
cederam lugar a subjetividade e a relação
terapêutica permitiram uma compreensão
do indivíduo de forma global.
FIGURA 4

O psicodiagnóstico clínico também pode Fotógrafo


FONTE

funcionar como um meio de comunicação FreeImages


Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

de maneira a ampliar a consciência do cliente acerca do que foi analisado ou mesmo


do que é necessário intervir, sendo uma das formas de auxiliar no engajamento para
a resolução do problema disposto. Por fim, o psicodiagnóstico também pode servir
como fonte de investigação, cujos objetivos podem ser a construção de instrumentos
ou mesmo a avaliação quanto a validade das conclusões/ informações obtidas dentro
do processo clínico (ARZENO, 1995).

Importante

É válido frisar que o diagnóstico clínico pode ser um meio também


para que haja um melhor aceite por parte do cliente, das condições
estabelecidas para o tratamento e mesmo uma forma de discutir com
os familiares, quando é o caso, sobre o melhor tipo de tratamento a ser
estabelecido e as diretrizes da intervenção.

Um processo de psicodiagnóstico pode ser longo e engloba diferentes etapas. Ocampo


(2005) destaca quatro etapas envolvendo o diagnóstico clínico, conforme destacado
na figura 5.

FIGURA 5

Etapas envolvendo o
diagnóstico segundo
Ocampo (2005).
FONTE

Elaborado pelos
autores (2001).
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

As etapas do psicodiagnóstico clínico devem envolver desde o contato inicial do


avaliador com o cliente até a devolutiva, também por escrito, a respeito do que foi
realizado, apresentando a seguinte sequência:

1. entrevista inicial, de maneira a conhecer a demanda e estabelecer os objetivos do


trabalho;
2. a aplicação de testes e técnicas projetivas, compreendendo a base de um
psicodiagnóstico no âmbito psicodinâmico;
3. a devolutiva oral, a respeito de todas as etapas e resultados obtidos ao longo do
processo a serem devolvidos ao cliente ou aos responsáveis (ex. pais, em se tratando
de avaliação infantil);
4. Elaboração de um laudo, um documento escrito como retorno da avaliação de
maneira a registrar e finalizar o processo.

Arzeno (1995) detalha as etapas do psicodiagnóstico clínico em sete momentos, a saber:


1. Solicitação da consulta: tal etapa é referente ao contato inicial do profissional com a
demanda.
2. Entrevista: Etapa em que há a coleta de informações e histórico de vida e clínico do
cliente.
3. Reflexão: Etapa na qual são elaboradas hipóteses iniciais e, é realizado o planejamento
da intervenção.
4. Estratégia diagnóstica: Etapa na qual as técnicas selecionadas são empregadas ao
longo do processo.
5. Análise: integração dos dados frutos do processo de avaliação.
6. Devolução: Etapa na qual há a entrevista devolutiva a partir do que foi observado e
concluído do processo.
7. Laudo: Elaboração de um documento por escrito devolvido a quem de interesse na
avaliação.

Sobre as etapas iniciais no processo de avaliação clínico, há autores que enfatizam e


incluem nesse contato inicial com a demanda, a prática do enquadre (ARAÚJO, 2007;
ARZENO, 1995).
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

Definição

Enquadre, de maneira geral, consiste em um contrato terapêutico


estabelecido com o cliente de maneira a elucidar os pontos acerca do
tratamento e estabelecer os limites de seu trabalho (CATANI, 2013).’

Araújo (2007) destaca alguns tópicos que são úteis no estabelecimento do contrato
terapêutico entre terapeuta e cliente e/ou responsáveis, como detalhar os objetivos
da intervenção, os principais papéis desempenhados na relação, a duração, local,
horário/tempo da avaliação, bem como, quais os honorários e como serão realizados
os pagamentos.

O enquadre pode ser realizado em outros contextos que não só o clínico. O texto de
Catani (2013) aborda o enquadre na abordagem psicanalítica e no contexto hospitalar,
discutindo possibilidades e limites dessa etapa. Acesso-o clicando aqui.

Contexto organizacional

No contexto organizacional, há a responsabilidade do profissional em avaliação,


entre outras atividades, contribuir junto as tarefas de recrutamento e seleção. Tal
responsabilidade se reflete tanto na captação, quanto na classificação de pessoas em
organizações (MAHL; SCHWAB, 2017).

FIGURA 6

Pessoa organizando a agenda


FONTE

FreeImages.
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

O enquadre pode ser realizado em outros contextos que não só o clínico. O texto de
Catani (2013) aborda o enquadre na abordagem psicanalítica e no contexto hospitalar,
discutindo possibilidades e limites dessa etapa. Acesso-o clicando aqui.

Contexto organizacional

No contexto organizacional, há a responsabilidade do profissional em avaliação,


entre outras atividades, contribuir junto as tarefas de recrutamento e seleção. Tal
responsabilidade se reflete tanto na captação, quanto na classificação de pessoas em
organizações (MAHL; SCHWAB, 2017).

FIGURA 7

Avaliação em empresa
FONTE

Freepik

Definição

Recrutamento refere-se ao processo cujo objetivo é atrair pessoas com


potencial para compor vagas existentes em uma organização (LACOMBE,
2005).
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

O quadro 1 mostra a diferença entre recrutamento interno e recrutamento externo,


conforme exposto por Mahl e Schwab (2017) e de acordo com outros autores, condizente
com o que é descrito na literatura da área.

FIGURA 7

Comparativo entre Recrutamento interno e Recrutamento externo conforme apontado por Mahl
e Schwab (2017)
FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

Seleção implica em uma vaga a ser preenchida a partir da escolha de um candidato


conforme o seu potencial para a vaga, de maneira a prezar pela manutenção ou
aumento do desempenho da equipe, ou mesmo um aumento da eficácia da empresa
em questão (CHIAVENATO, 2009).

Segundo Pereira et al. (2003 apud MAHL; SCHWAB, 2017), o processo de seleção depende
inicialmente da própria descrição do cargo e as competências que são exigidas para a
ocupação do mesmo. Apesar de haver essa variação, Lacombe (2005) enfatiza algumas
possíveis etapas envolvendo o processo de seleção, conforme apontado pela Figura 8.
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

FIGURA 8

Etapas de um processo de seleção de pessoas para cargos em uma


organização segundo Lacombe (2005)
FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

A avaliação psicológica em contexto organizacional permite a comparação entre as


características que são pessoais/individuais do candidato às características compatíveis
a demanda da função a ser executada. Cabe destacar que a seleção pode não só
impactar diretamente na função, mas também no próprio clima organizacional, o que
mostra a relevância de se realizar uma boa seleção (MAHL; SCHWARB, 2017).

Wechsler (1999 apud MAHL; SCHWARB, 2017) enfatiza que o profissional nesses processos
deve não só conhecer a organização, mas o departamento no qual essa função
será executada. Adicionalmente, o mesmo autor destaca a importância de conhecer
as características da vaga além das relações estabelecidas a partir da função
desempenhada.

Apesar do profissional de psicologia ser o mais adequado para a realização da seleção,


outras pessoas podem executar a seleção sem quaisquer impedimentos, ainda que
não tenham a formação adequada para isso (MAHL; SCHWARB, 2017). Há muitos testes
utilizados no contexto organizacional. Nesse sentido, em meio a realidade de testes
Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

muitas vezes sem a adaptação para o contexto brasileiro, há a necessidade natural


da adaptação ou construção de um instrumento na área. Para que isso seja feito é
importante e recomendável o contato com os responsáveis pelo teste e, em seguida,
seguir algumas etapas, conforme apontado por Bandeira e Hutz (2020) e dispostas na
Figura 9.

Saiba Mais

O estudo de Borsa et al. (2012) fornece maiores detalhes e exemplificação


a respeito do processo de adaptação de instrumentos para uso
profissional. BORSA, J. C. et al. Adaptação e validação de instrumentos
psicológicos entre culturas: algumas considerações. Paidéia, v. 22, n. 53,
p. 423-432, Ribeirão Preto, 2012.

FIGURA 9

etapas de adaptação de testes estrangeiros para uso no campo organizacional segundo


Bandeira e Hutz (2020)
FONTE

Elaborado pelos autores (2021).


Contextos de uso da Contexto clínico e organizacional Capítulo 1
avaliação psicológica do uso da avaliação psicológica

Resumindo

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo, tudinho?


Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que é possível aplicar a avaliação psicológica considerando
contextos diferentes, a exemplo da clínica e das organizações. No
contexto clínico a importância da avaliação reside também no fato de
poder servir de base para a atuação em outros contextos. Tal avaliação
depende do referencial adotado, do objetivo e de sua finalidade. Além
disso, o diagnostico nesse âmbito pode ser entendido também como
forma de proteção além de um cuidado ético e técnico profissional.
O processo de avaliação psicológica clínico é composto por várias
etapas desde o primeiro contato com a demanda até a finalização do
processo envolvendo a elaboração de um documento psicológico. Já no
contexto organizacional, as etapas de avaliação dependem do contexto
organizacional e uma das formas de trabalhar é dentro de processos
de recrutamento e seleção. Você viu que há dois tipos de recrutamento,
interno e externo, e diversas etapas no processo de seleção que
envolve desde a análise de currículo até o preenchimento no cargo.
Você também viu que em alguns casos são necessárias adaptações
de instrumentos para avaliação pensando na realidade brasileira
e que não necessariamente o processo de seleção seja exclusivo do
psicólogo, muito embora seja um dos profissionais mais indicados para
o desempenho dessa função. Resumidamente, é tarefa do profissional
em avaliação no âmbito organizacional e envolvendo contratação,
verificar a compatibilidade de habilidades individuais e de habilidades
exigidas pela função a ser desempenhada.
@faculdadelibano_

2
Contexto
da avaliação
psicológica em
ambiente escolar
Contextos de uso da Capítulo 2
avaliação psicológica

Contexto da avaliação
psicológica em ambiente
escolar

Objetivos

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona


a avaliação psicológica no contexto escolar. Isto será fundamental para
o exercício de sua profissão, sobretudo para aqueles profissionais que
têm interesse em adentrar no campo da Educação. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

Psicologia escolar e da educação

É importante para a discussão do profissional da psicologia inserido no contexto escolar


compreender a diferença entre Psicologia Escolar e Psicologia Educacional. Embora
sejam campos passíveis de articulação, as
ênfases são distintas (ANTUNES, 2008).

Psicologia Educacional é relativa a uma


subárea da Psicologia, cujos objetivos são
relativos à produção de conhecimento em
torno do processo psicológico e discussão
de processos educativos (ANTUNES, 2008).
A Resolução nº 13/2007 do Conselho Federal
de Psicologia (CFP) reconhece a Psicologia
Escolar enquanto área de atuação do
profissional da Psicologia. Há a possibilidade FIGURA 10

para o profissional refletir quanto a processos Livro aberto


de ensino e aprendizagem, bem como
FONTE

FreeImages
os impactos de vários fatores sobre esse
Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

FIGURA 11

Tarefas executadas
por um psicólogo na
área escolar
FONTE

Elaborado pelos
autores (2021) com
base na Resolução
nº 13/2007 do CFP.

É válido frisar que o campo da educação sempre esteve em destaque na Psicologia, seja
auxiliando no estabelecimento da Psicologia enquanto profissão ou contribuindo para
o status científico da mesma (MÄDER, 2016). É importante que o profissional, nessa área,
tenha conhecimentos acerca do desenvolvimento humano e que compreenda como
uma de suas possibilidades de atuação também pode ser a de facilitar o trabalho de
educadores.

Saiba Mais

Para saber mais sobre o histórico da Psicologia Escolar e Educacional,


o artigo de Antunes (2008) é uma excelente referência, fornecendo
inclusive um debate a respeito de perspectivas na área.

Embora adentre no campo escolar, cabe destacar que o psicólogo não se torna
pedagogo, mas dele é exigido conhecimentos acerca da área e um trabalho com
enfoque interdisciplinar.
Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

Antunes (2008) enfatiza que o profissional na área escolar deve atuar em três instâncias,
sendo:
a) aquele que se compromete;
b) aquele com quem se compromete
c) aquilo com o que se compromete.

FIGURA 12

Menina realizando atividades escolares


FONTE

FreeImages

Avaliação em contexto escolar

Inicialmente o uso de testes no campo escolar era visto de maneira ruim e passava
desconfiança quanto à validade dos resultados, visto que muitas avaliações eram
realizadas como caráter classificatório (OLIVEIRA et al., 2007).

Sisto et al. (2001 apud OLIVEIRA et al., 2007) destacam que os testes são mais um recurso
para a avaliação e não devem ser considerados como fonte única de informação. O
autor indica possibilidades de complementação dos dados de maneira qualitativa, a
partir do uso de entrevistas ou técnicas de observação, por exemplo.

Oliveira et al. (2007) enfatizaram que a avaliação psicológica em contexto escolar


abarca múltiplas dimensões e que os instrumentos utilizados podem variar entre uma
abordagem direta ou indireta do fenômeno observado. A Figura 13 aponta as dimensões
passíveis de avaliação psicológica no referido contexto.
Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

FIGURA 13

Dimensões debatidas em uma avaliação psicológica escolar


FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

Oliveira et al. (2007) destacam como possibilidades de investigação em avaliação


psicológica, habilidades de leitura e escrita, que são os estudos tradicionalmente
realizados, além de outros pontos de investigação, tais como as habilidades sociais,
dificuldades de aprendizagem ou avaliação da interação entre os participantes do
ambiente escolar. A literatura aponta, como principal causa de encaminhamento para
avaliação, as dificuldades escolares (SANTOS; CAVALCANTE, 2016; SPRADA; GARGUETTI,
2016). Nesse sentido, cabe destacar o fato de que a deficiência nem sempre equivale
a dificuldade de aprendizagem, embora em ambos os casos exista a necessidade de
adaptações num modelo de atendimento especial (SPRADA; GARGUETTI, 2016).

Segundo Arzeno (1995), um psicodiagnóstico clínico poderia servir como fundamentos


para um psicodiagnóstico psicopedagógico. A autora relata que muitos profissionais
restringem a sua prática à aplicação de testes e uma análise quanto a aptidões do
indivíduo, embora uma contextualização da história de vida e das relações estabelecidas
pelo cliente possa favorecer uma atuação mais contemplativa do fenômeno.

Cabe lembrar que apesar de mais comum, a avaliação em contexto de aprendizagem
engloba não só crianças, pois adolescentes e adultos também recorrentemente
precisam de atenção a respeito das dificuldades no campo de aprendizagem (ARZENO,
1995).
Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

FIGURA 14

Pessoa adulta estudando


FONTE

Freepik

As dificuldades de aprendizagem podem causar impactos sob o desenvolvimento


da criança, por isso a necessidade não só da sua identificação, mas também da sua
avaliação e tratamento (SPRADA; GARGUETTI, 2016).

Dificuldades de aprendizagem envolvem e podem ter sua influência na escola, na família


ou fatores da própria criança. Rotta (2006) enfatiza que as questões podem ser então
relativas a fatores orgânicos, de ordem psicológica ou ambiental. Dessa forma, uma
abordagem multidisciplinar favoreceria essa avaliação.

Furtado (2010 apud SPRADA; GARGUETTI, 2016) fala que uma pessoa em situação de
aprendizagem pode apresentar uma disponibilidade tanto favorável quanto desfavorável
em aprender. A Figura 15 indica os fatores que influenciam tal disponibilidade.

FIGURA 15

Fatores que exercem influência


sob a disponibilidade para
aprender segundo Furtado
FONTE

Elaborado pelos autores (2021).


Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

A análise dos fatores que influenciam a disponibilidade de aprender em articulação com


os fatores mais comuns atrelados a dificuldades de aprendizagem, fornecem uma visão
global do indivíduo e favorecem o processo de avaliação (SPRADA; GARGUETTI, 2016).

O quadro 2 exemplifica os dois tipos de enfoque apontados por Mäder (2016) para ações
desenvolvidas no contexto escolar, sendo cada um desses enfoques responsáveis por
diferentes estratégias ou mesmo locais onde ocorrem a intervenção.

QUADRO 2

Diferentes enfoques na Avaliação Psicológica em contexto educacional segundo Mäder


(2016)
FONTE

Elaborado pelos autores (2021) com base em Mäder (2016).


Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

Mäder (2016) aponta ainda processos que são comuns as etapas de avaliação
psicológica em contexto educacional:
1. Acolhimento da demanda: motivo da avaliação, queixa etc.
2. Caracterização do objeto de estudo: quem e o que será avaliado.
3. Análise da demanda: Detalhamento da demanda e hipóteses iniciais relativas ao
fenômeno.
4. Definição do objetivo da avaliação: o que o profissional pretende
5. realizar a partir da demanda e avaliação inicial.
6. Construção do planejamento técnico: seleção das melhores estratégias e
estabelecimento do método e enquadre.
7. Aplicação do plano estabelecido: desenvolvimento da intervenção em si.
8. Levantamento, análise e interpretação dos dado: a partir do que foi observado e
das técnicas e instrumentos aplicados.Integração dos resultados: A partir do que foi
avaliado dos resultados, estabelecimento de um raciocínio crítico.
9. Discussão dos dados a partir da perspectiva teórica adotada para a avaliação.
10. Elaboração de uma conclusão de maneira sintética a respeito do que foi observado
e avaliado.
11. Planejamento da proposta de intervenção.
12. Elaboração de documento psicológico de maneira a concluir/finalizar a avaliação
realizada.
13. Seleção de uma metodologia adequada para a sessão ou sessõesde devolutiva.
14. Devolutiva.

A escola por si só já é um ambiente diferente para a


criança, por isso a apreensão dos pais é algo recorrente.
Normalmente há a ideia de fracasso se opondo ao
sucesso, e compreender que muitas vezes se busca
um ideal de comportamento da criança (SANTOS;
CAVALCANTE, 2016).

A contextualização da criança em suas relações e seu


histórico é fundamental e imperativa: trata-se de uma
análise biopsicossocial a ser realizada.
Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

FIGURA 16

Crianças na escola
FONTE

FreeImages

Santos e Cavalcante (2016) enfatizam que há a necessidade de atentar-se, quando


se trabalha com crianças no contexto escolar, em realizar uma boa anamnese,
complementada por uma entrevista com pais. Os autores destacam ainda a necessidade
de empatia na relação profissional-criança, para a garantia de uma intervenção bem-
sucedida. Inclusive, a ação dos professores, quando motivadores, favorecem também o
desenvolvimento saudável da criança.

FIGURA 17

Adulto auxiliando criança


FONTE

FreeImages
Contextos de uso da Contexto da avaliação psicológica Capítulo 2
avaliação psicológica em ambiente escolar

Resumindo

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo, tudinho?


Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve
ter aprendido que a relação da Psicologia com o campo da Educação
é uma relação antiga. Há a necessidade, pois, de você aprender a
diferenciação entre Psicologia Educacional e Psicologia Escolar, sendo
a primeira um campo de saber e produção de conhecimento, uma
subárea da Psicologia e a segunda um campo de atuação, uma
especialidade na prática profissional do psicólogo. Em se tratando de
atuação, o psicólogo em contexto escolar pode exercer múltiplas funções,
desdeaavaliaçãodacriançaeseudesenvolvimento até a promoção de
processos de aprendizagem mais favoráveis. A avaliação psicológica é
uma das ações que podem ser desempenhadas. É importante destacar
que as dificuldades de aprendizagem representam a maior demanda
nesse contexto e, por tanto, o principal motivo de solicitação de avaliação.
Cabe lembrar que o profissional deve realizar uma análise global do
indivíduo a partir da avaliação das seguintes dimensões: cognitiva,
afetiva, social e/ou cultural. A avaliação psicológica em contexto escolar
não deve ser restrita a testes, entendo que há recursos complementares
que podem favorecer essa avaliação, tais como a entrevista envolvendo
pais. A avaliação psicológica em contexto escolar pode ter enfoques
diferentes, mas o psicodiagnóstico clínico pode fornecer bases para
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3
A avaliação
psicológica no
campo judiciário
e esportivo
Contextos de uso da Capítulo 3
avaliação psicológica

A avaliação psicológica no
campo judiciário e esportivo

Objetivos

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona


o contexto jurídico da avaliação psicológica, bem como, possibilidades
para a atuação profissional no campo esportivo. Isto será fundamental
para compreender a amplitude do exercício de sua profissão. As pessoas
que se engajarem na compreensão desses contextos terão maior
flexibilidade no mercado de trabalho, no sentido que compreenderão um
pouco mais sobre o trabalho profissional em contextos interdisciplinares.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.
Avante!

A Psicologia e suas aproximações com o Direito

Para Urra e Mezquita, (1993, apud PENSO; CONCEIÇÃO; COSTA, 2018), o termo “Psicologia
Jurídica” seria o termo adequado para abarcar ambas as práticas, tanto a Psicologia
Forense quanto a Psicologia Criminal.

FIGURA 18

Homem sendo preso


FONTE

Freepik
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

A interdisciplinaridade do campo recai sobre o comportamento humano, todavia


o Direito é responsável pela regulamentação do mesmo, enquanto que a Psicologia
trabalha em prol da sua compreensão e contextualização (GAUDÊNCIO et al., 2015).
Dessa forma, a Psicologia está interessada além da aplicação de uma lei, também na
aplicação de princípios do comportamento humano para fornecer suporte à prática
jurídica (HUSS, 2001), contribuindo com a objetividade e a mensuração, tanto do que
é passível de observação, como o que é de cunho privado, como crenças, processos
tanto cognitivos como emocionais (QUINTERO; LOPEZ, 2010).

Não há subordinação entre o Direito e a Psicologia, são áreas autônomas podendo ser
complementares na Psicologia Jurídica/ Forense. A Figura 19 enfatiza algumas diferenças
entre a Psicologia e o Direito, conforme apontado por Huss (2001).

FIGURA 19

Quadro comparativo entre as ciências Direito e Psicologia


FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

Observando o contexto histórico, a década de 50 foi um marco para a entrada da


Psicologia no âmbito jurídico, muito embora com uma prática restrita a diagnósticos,
mais como um parecer para servir de base a decisões dos profissionais de direito (PENSO;
CONCEIÇÃO; COSTA, 2018).
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

É a partir de 1984 que ocorrem mudanças pertinentes à prática psicológica no campo


da justiça, no qual no Código Criminal Federal Brasileiro o testemunho de profissionais
psicólogos é adicionado, prática antes restrita apenas ao campo da Psicologia (GOMIDE,
2016).

Não há subordinação entre o Direito e a Psicologia, são áreas autônomas podendo ser
complementares na Psicologia Jurídica/ Forense. A Figura 19 enfatiza algumas diferenças
entre a Psicologia e o Direito, conforme apontado por Huss (2001).

A Resolução nº 02/2001 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi fundamental, sobretudo


na criação de uma prática fruto da inserção do profissional no contexto jurídico, a de
Psicologia Jurídica. Tal resolução contribuiu estabelecendo regras pertinentes à função
do profissional, bem como a elaboração de documentos relativos a essa especialidade.

FIGURA 20

Alguns marcos da prática psicológica forense


FONTE

Elaborado pelos autores (2021)

A Resolução nº 007/2003 envolveu o esclarecimento quanto à elaboração de laudos,


pareceres ou relatórios psicológicos como exemplos de documentos envolvidos na
prática de perito ou assistente técnico do judiciário.

Para Huss (2001) há três subáreas principais na prática forense, sendo elas a de
avaliação, tratamento e consultoria. Gomide (2016) destaca outras possibilidades de
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

atuação, inclusive enfatizando a relevância que a pesquisa tem, não só na proposição


e modificação no contexto legislativo, mas também produzindo bases científicas para
atuação nas medidas de conflito e justiça. A figura 21 apresenta um resumo das áreas
de atuação do profissional na prática forense.

FIGURA 21

Áreas de atuação
no campo forense
segundo Gomide
(2016)
FONTE

Elaborado pelos
autores (2021).

O psicólogo em trabalho na área jurídica/forense pode auxiliar em questões de


inimputabilidade ou mesmo avaliar sobre aspectos de negligência. Adicionalmente, pode
auxiliar em tratativas acerca de danos oriundos de crimes na esfera civil (HUSS, 2021).
Apesar de muitas possibilidades de atuação, Gomide (2016) aponta que na literatura a
prática de avaliação é considera como prática nuclear da Psicologia Forense.

O processo de avaliação no contexto jurídico

É importante pontuar que a avaliação psicológica no contexto jurídico depende, entre


outros quesitos, de variáveis como idade, gênero, tipologia e gravidade dos crimes
envolvidos (GOMIDE, 2016). Nessa área podem ser trabalhadas desde a identificação de
psicopatologias a elaboração e aplicação de testes.
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

A avaliação neuropsicológica também se faz presente nesse campo, sobretudo no


fornecimento de subsídios em perícias (SERAFIM et al., 2010). Há pelo menos três campos
de possibilidade de atuação profissional indicados por Serafim et al. (2016) e dispostos
na Figura 22.

FIGURA 22

Possibilidades de atuação em avaliação neuropsicológica forense


FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

Gomide (2016) destaca a possibilidade do psicólogo forense em atender demandas


voltadas não só para o agressor, como também para a vítima, avaliando desde a
responsabilidade criminal do réu em questão, a indicação de reclusão ou reinserção
social; quanto a vítima, verificar os impactos a partir da ocorrência do crime. O profissional
no campo jurídico também pode atuar em situações que envolvem o assédio moral no
trabalho ou em outros contextos, como em disputas de guarda.

Há muitos procedimentos voltados tanto para o agente, quanto para o receptor de ações
no campo jurídico e, normalmente a procura pelo serviço se dá por uma imposição de
um juiz, dificilmente há demanda espontânea (GAUDÊNCIO et al., 2015).

É importante constar que o próprio ambiente jurídico impacta o indivíduo e seu


comportamento, o que pode se tornar um obstáculo a prática da avaliação, sendo essa
de caráter multifatorial (GAUDÊNCIO et al., 2015). Tavares (2012) aponta algumas variáveis
relevantes pertinentes ao processo avaliativo, destacadas na Figura 23.
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

FIGURA 23

Variáveis relevantes no
processo de avaliação
segundo apontado por Tavares
(2012)
FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

A literatura aponta que há algumas condutas comumente associadas à prática


de crimes, tais como o baixo engajamento a papéis sociais tradicionais ou valores e
mesmo alguns transtornos, a exemplo do Transtorno de Personalidade Antissocial, cuja
indiferença relativa aos sentimentos do outro é marcante (GAUDÊNCIO; CARVALHO, 2015).

Cabe destacar que há dificuldades quanto a instrumentos de avaliação psicológica no


sistema prisional brasileiro (GAUDÊNCIO; CARVALHO, 2015). Um dos exemplos atrelados a
psicopatia é o Psychopathy Checklist Revised (PCL-R), traduzido e validado por Morana
(2003).
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

Saiba Mais

A tese de doutorado de Morana (2003) discute a avaliação do


instrumento PCL-R para a realidade brasileira associando-o a traços de
personalidade. Uma ótima oportunidade para saber mais sobre essa
relação. MORANA, H. C. P. Identificação do ponto de corte para a escala
PCL-R (Psychopathy Checklist Revised) em população forense brasileira:
caracterização de dois subtipos de personalidade; transtorno global e
parcial. 178f. Tese (Doutorado) Faculdade de Medicina, Universidade de
São Paulo, São Paulo. 2003

FIGURA 24

Individuo em avaliação
FONTE

Freepik

As vantagens do uso de diversos recursos para um psicodiagnóstico completo, de cunho


dinâmico e com maior viabilidade para a realização de inferências na prática clínica são
apontadas por Costa e Costa (2016). As autoras validam, sobretudo, a entrevista como
fonte de informação e uma atenção especial a confiabilidade dos testes utilizados, visto
que os resultados impactam diretamente no trabalho de outras áreas, como o Direito
ou mesmo a Psiquiatria.

O profissional de psicologia no contexto de avaliação psicológica em articulação com o


direito deve sempre refletir sobre os objetivos da avaliação, a qual instância ele responde
e quem deve ser priorizado nessa avaliação (WILLIAMS; CASTRO, 2016).
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

É comum a existência de múltiplos informantes durante a avaliação. Em questões


de disputa sobre guarda de uma criança, é interessante elencar os fatores de risco
e proteção presentes no ambiente familiar, bem como, os tipos de relacionamento
presentes (WILLIAMS; CASTRO, 2016).

Baish e Lago (2016) destacam que o relacionamento entre os pais deve ser considerado,
bem como a comunicação entre os mesmos ou flexibilidade do contato. Atenção especial
quando há comportamentos cujo objetivo seja desqualificar o ex-companheiro. Para uma
criança com necessidades de cuidado e proteção, a organização de tempo e financeira
do cuidador frente às demandas da criança/adolescente deve ser considerada. O
psicólogo pode então indicar ou contraindicar uma guarda compartilhada, por exemplo.

FIGURA 25

Criança diante do
conflito dos pais
FONTE

Freepik

Saiba Mais

O texto de Lago e Bandeira (2008) exemplifica processos de disputa de


guarda no Brasil e o papel da avaliação psicológica nesse contexto. Vale
à pena conferir!

Outra possibilidade de atuação profissional é em casos de adoção no qual cabe ao


psicólogo avaliar ambos, adotado e adotante, orientando os pais no que se concerne
a essa nova etapa de vida e trabalhando em prol da garantia de um ambiente familiar
saudável (MAGALHÃES, 2017).
Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

É importante destacar que o psicólogo, nesses casos, não necessita fornecer a devolutiva
diretamente ao indivíduo avaliado, o que muitas vezes gera conflito inclusive com os
princípios éticos da profissão. A demanda judicial é a que deve ser atendida (WILLIAMS;
CASTRO, 2016).

Psicologia no esporte: possibilidades para avaliação psicológica

A Psicologia no campo do esporte normalmente é ligada a práticas envolvendo o estudo


do atleta de alto rendimento, mas pode ser ligado também a atividades esportivas e
atividades não regulamentadas (RABELO, 2016).

Definição

Entende-se por esporte, não somente as práticas profissionais e de


alto rendimento, mas uma classificação mais abrangente, envolvendo
qualquer atividade física (RABELO, 2016).

FIGURA 26

Grupo de pessoas
jogando basquete
FONTE

FreeImages

O esporte pode ser considerado um elemento que viabiliza a interação social e pode ser
um meio de auxílio a políticas de saúde ou mesmo uma forma de promoção de lazer.
Nesse sentido, pode ser considerado inclusive como uma oportunidade de promoção
de igualdade e justiça social (RABELO, 2016).

As práticas de avaliação nesse campo podem envolver o aprimoramento do indivíduo,


Contextos de uso da A avaliação psicológica no campo judiciário e esportivo Capítulo 3
avaliação psicológica

considerando aspectos físicos, técnicos e emocionais, bem como o enfoque no


máximo aproveitamento das potencialidades individuais, agindo em prol também do
desenvolvimento das ciências do esporte.

Resumindo

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo, tudinho?


Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que a avaliação psicológica pode ser aplicada em diversos
contextos, inclusive no âmbito jurídico e nas ciências esportivas. O
trabalho do psicólogo em avaliação psicológica no contexto jurídico é um
campo interdisciplinar e o que é comunicado como forma de devolutiva
normalmente é de posse do juiz o que pode causar algum conflito quanto
a princípios éticos. É importante, pois, o profissional refletir a quem ele
presta serviços naquele momento. Nesse contexto, cabe diferenciar
Psicologia e Direito como ciências autônomas e, mesmo na área jurídica
não deve haver submissão, mas sim, colaboração entre ambas as partes
para um trabalho envolvendo o comportamento humano sob essas
diferentes perspectivas. Dentre as várias possibilidades de atuação o
profissional pode atuar em casos de imputabilidade, disputa de guarda,
saúde do trabalhador e adoção. Cabe ao profissional uma leitura de
diversos aspectos do avaliando, desde o contexto no qual ele se insere,
as suas relações e histórico. No campo do esporte, é válido frisar que se
entende por essa prática a atividade esportiva num sentido amplo, e a
avaliação não é feita apenas em situações que envolvem atletas de alto
rendimento, mas qualquer atividade, mesmo as não regulamentadas.
O trabalho no esporte pode atuar em complemento com princípios de
saúde e igualdade entre os indivíduos.
@faculdadelibano_

4
Classificações,
ramos e fontes do
direito
Contextos de uso da Capítulo 4
avaliação psicológica

Avaliação Psicológica no
esporte e para porte de arma
de fogo

Objetivos

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona o


contexto de avaliação no âmbito da Psicologia do Esporte e do Exercício.
Adicionalmente, você aprenderá sobre a Avaliação Psicológica no
contexto da segurança pública e privada, sobretudo no que se concerne
a avaliação para porte de arma de fogo. As pessoas que se engajaram
na compreensão desses contextos têm maior flexibilidade no mercado
de trabalho e podem ampliar sua prática e senso de contribuição social.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.
Avante!

Avaliação Psicológica no esporte’

A Resolução nº 013/2007 do Conselho Federal de Psicologia


(CFP) regulamenta a prática do profissional de Psicologia
no âmbito esportivo. Tal prática é concernente tanto ao
auxílio a atletas, como ao auxílio à comissão técnica,
sobretudo com vias de aumento de desempenho do
atleta como melhora em sua performance (GARCIA;
BORSA, 2016).

FIGURA 27

Ciclista
FONTE

FreeImages
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

Saiba Mais

O texto de Vieira et al. (2010) traz uma discussão a respeito do


desenvolvimento da Psicologia como uma Psicologia do Esporte. São
discutidas questões históricas do desenvolvimento da área, bem como
aspectos da ética e formação.

É válido frisar que o profissional pode atuar em prol do aumento do engajamento de


participantes nas atividades esportivas, sejam adultos, crianças ou pessoas portadoras
de necessidades especiais (GARCIA; BORSA, 2016).

Testes psicológicos no campo esportivo são raros, sobretudo no Brasil. Tem sido
realizado um esforço em termos de pesquisas na área e, quando necessários, são
utilizados instrumentos do contexto clínico ou educacional para melhor embasamento
da avaliação. Pesquisas nesse sentido são necessárias, embora ainda seja importante
a diferenciação da prática de avaliação de uma simples testagem psicológica (GARCIA;
BORSA, 2016).

Rabelo (2016) coloca a avaliação psicológica no campo do esporte aproximando-a


de um processo psicodiagnóstico esportivo, cujos objetivos normalmente envolvem
a avaliação de características individuais do esportista ou equipe esportiva em
situações como preparação ou mesmo competições. A Figura 28 descreve o enfoque
do psicodiagnóstico esportivo nas três categorias de análise segundo estabelecido por
Fleury (2002).

FIGURA 28

Tópicos de atenção no
psicodiagnóstico esportivo
segundo Fleury (2002)
FONTE

Elaborado pelos autores


(2021).
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

As características do esportista são relevantes no que concerne a sua idade, o nível


de competitividade e histórico na modalidade praticada, bem como recursos sociais.
Já os requisitos técnicos envolvem, por exemplo, a modalidade e as regras ou o que
é demandado no esporte. Por fim, os objetivos específicos do treinamento seria uma
maneira de refletir se a finalidade é aumento de desempenho, melhora na performance,
competitividade etc. (FLEURY, 2002).

FIGURA 29

Jogadora de vôlei de praia


FONTE

FreeImages

O profissional da Psicologia do Esporte e do Exercício deve adotar uma postura


investigativa de maneira a aprimorar o desempenho do atleta em situações de treino
ou competições (RABELO, 2016).

Além de auxiliar o atleta, a avaliação pode favorecer também a equipe ou técnico


esportivo de maneira a favorecer o desempenho do atleta em questão (RABELO, 2016).

Como estratégias de avaliação, o profissional pode fazer uso de entrevistas, observação


do comportamento, realizar dinâmicas de grupo ou aplicação de testes, entre outros
recursos. Para uma boa prática no campo do esporte, o profissional deve ampliar seus
conhecimentos acerca do esporte e mesmo da modalidade com a qual irá trabalhar,
sempre preocupado com as bases científicas ao exercer sua função, embora pesquisas
na área ainda sejam escassas (RABELO, 2016).

Ao profissional, também é recomendada uma parceria e conhecimento, sobretudo com


as áreas de tecnologia e informática, as quais podem auxiliar o profissional e a equipe
no fornecimento de maior controle e gestão de dados produzidos (RABELO, 2016).
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

FIGURA 30

Time e treinador de futebol


americano
FONTE

FreeImages

Para atletas de alto rendimento, podem ser trabalhados também, aspectos motivacionais
e as relações com técnico e equipe. Adicionalmente, é possível não só quantificar, como
também qualificar as emoções envolvidas nos diversos contextos nos quais o atleta
participa. É importante destacar que quanto maior a consciência do indivíduo sobre a
atividade a qual ele participa, maiores as chances de regulação (RABELO, 2016).

Saiba Mais

O texto de Rubio (2007) discute a singularidade da prática em avaliação


esportiva no Brasil, comparando ao desenvolvimento em outros países e
a necessidade de se ampliar a visão sobre as possibilidades da prática
no país.

Avaliação Psicológica para porte de arma de fogo

Mäder (2016) destaca que há a possibilidade de trabalho do profissional de psicologia


no campo da avaliação psicológica tanto na segurança pública como na segurança
privada. A Figura 31 destaca as possibilidades de atuação nesse campo.
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

FIGURA 31

Possibilidades de Avaliação Psicológica na segurança pública e privada


FONTE

Elaborado pelos autores (2021).

No âmbito da segurança, seja na esfera pública ou privada o profissional pode trabalhar


com a Avaliação Psicológica Admissional que envolve a prática de avaliação voltada
para concursos em uma interface com práticas de recrutamento e seleção (MÄDER,
2016).

Saiba Mais

O texto de Parpinelli e Lunardelli (2006) destaca sobre a avaliação


psicológica em processos seletivos, embasada na abordagem sistêmica.
É uma excelente fonte de pesquisa para você conhecer um pouquinho
mais sobre a área.

A Avaliação Psicológica Periódica é comum na segurança privada e normalmente


envolve o período de renovação a cada dois anos, juntamente com a reciclagem e
atualização da formação. Se inapto, o profissional tem suas atividades suspensas por 30
dias, podendo refazer a avaliação após esse período (MÄDER, 2016).

Na Avaliação Psicológica envolvendo o porte ou registro de arma de fogo é avaliada


desde a necessidade do indivíduo em fazer uso e possuir a arma, até a sua capacidade
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

técnica e aptidão psicológica para tal. O profissional nesse campo deve estar em
constante atualização quanto a sua formação e normatizações (MÄDER, 2016). Trata-se
de uma área com interfaces, demonstradas na Figura 32.

FIGURA 31

Áreas da Psicologia com


envolvimento na avaliação
de porte ou registro de armas
FONTE

Elaborado pelos autores


(2021).

Os psicólogos, para realizar a avaliação de porte de armas, devem atender aos


requisitos estabelecidos pelo Sistema Nacional de Armas – SINARM. A Polícia Federal é a
responsável pelo credenciamento e capacitação de indivíduos para exercer a função
de avaliação. Tal credenciamento é necessário, exceto pelos casos previstos na Lei nº
10.826/03 (BRASIL, 2003).

Há em algumas legislações da qual o profissional dessa área deve estar ciente para
exercer adequadamente a sua prática, conforme apontado a seguir:
• Código de ética profissional do psicólogo, estabelecido pelo Conselho Federal de
Psicologia (2005), que elucida sobre a postura ética do profissional.
• Resolução CFP nº 007/2003: que envolvia o antigo Manual de Elaboração de
Documentos Escritos, com vias de elaboração dos documentos psicológicos.
• Resolução nº 006/2019: envolve as diretrizes atuais sobre a elaboração de documentos
psicológicos.
• Resolução CFP nº 018/2008: envolvendo as diretrizes do trabalho profissional para o
registro e/ou porte de armas de fogo.
• Resolução CFP nº 002/2009 altera a Resolução CFP nº 018/2008.
• Resolução CFP nº 009/2018: fornece diretrizes para avaliação e para o sistema de
avaliação de testes psicológicos – SATEPSI.
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

• Lei Federal nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o Estatuto do Desarmamento.


• Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas
(SINARM) e define crimes.
• Instrução Normativa do Departamento de Polícia Federal n° 78, no qual há diretrizes
tanto para o credenciamento como para a fiscalização, aplicação e correção de
exames realizados pelos profissionais credenciados e laudos sobre a aptidão do
manuseio de arma de fogo para o exercer da profissão no campo de segurança.

FIGURA 33

Arma apontada para o céu


FONTE

FreeImages

Para Gaudêncio et al (2015) a avaliação psicológica, no que tange ao porte de armas


é de extrema importância, uma vez que pode auxiliar na minimização da violência
na sociedade. A violência é compreendida também, como um fenômeno social e de
grandes impactos ao indivíduo e nas suas diferentes formas, além disso, a violência
envolvendo armas é destaque na violência urbana.

Saiba Mais

O estudo de Caneda e Teodoro (2012) traz uma revisão da literatura


a respeito da avaliação psicológica envolvendo o porte de armas no
Brasil. Vale à pena conhecer um pouco mais sobre o que é discutido
nessa temática.

CANEDA, C. R. G.; TEODORO, M. L. M. Contribuições da avaliação psicológica ao porte de


arma: uma revisão de estudos brasileiros. n. 38-39. Aletheia, 2012. p. 162-172.
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo

FIGURA 34

Assalto envolvendo arma


FONTE

FreeImages

Para a avaliação, o profissional deve estar atento desde aos aspectos cognitivos, ao
grau de impulsividade, à presença de psicopatologia ou mudanças em seu estado
emocional.

É imprescindível que o indivíduo seja avaliado quanto a sua capacidade em avaliar


situações de risco ou planejamento (GAUDÊNCIO et al., 2015). Impulsividade pode ser
compreendida, conforme apontado por (VON DIEMEN, 2006 apud GAUDÊNCIO et al., 2015)
condutas tipicamente precipitadas com ausência de planejamento e com impactos
negativos aos indivíduos.

FIGURA 35

Atirador
FONTE

FreeImages

É válido frisar que para profissionais das forças armadas, profissionais de corporações
policiais, empresas do ramo privado de segurança ou em contextos de transporte de
valores e caçadores, são permitidos o manuseio de arma mediante avaliação, sendo
avaliados quesitos como a tomada de decisão desses indivíduos (GAUDÊNCIO et al.,
2015).
Contextos de uso da Avaliação Psicológica no esporte Capítulo 4
avaliação psicológica e para porte de arma de fogo


Resumindo

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo, tudinho?


Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você
deve ter aprendido que tanto o contexto do esporte como o contexto
de segurança são passíveis de atuação do profissional de avaliação
psicológica. No campo esportivo normalmente a avaliação psicológica
coincide com a nomenclatura de psicodiagnóstico esportivo e tal área é
comprometida tanto com o auxílio ao atleta como a comissão técnica.
Para se atuar no campo esportivo, faz-se necessário obter informações
sobre as características do esportista tanto quanto se informar
a respeito das técnicas e objetivos do esporte e do treinamento,
respectivamente. Normalmente nesse tópico são trabalhados tanto a
melhora no desempenho como na performance do indivíduo. Podem
ser trabalhados ainda, aspectos motivacionais. Você também viu que,
embora sejam fontes importantes de informação, há uma escassez de
testes que servem a essa área de avaliação esportiva, sendo recorrente
a necessidade de fazer uso de instrumentos de outros campos de
avaliação. Adicionalmente, é uma área que pode envolver o trabalho
com indivíduos de diferentes idades,’ promovendo um aprimoramento
de seu desempenho. No campo da segurança, o trabalho do profissional
psicólogo em avaliação pode ser concernente tanto a esfera pública
como a esfera privada. Há pelo menos três tipos de avaliação que
servem a esse contexto, como a avaliação admissional, a periódica e
a de porte e registro de armas, amplamente discutida nesse capítulo.
Para a atuação enquanto psicólogo avaliador de porte de armas, faz-
se necessário o credenciamento no conselho de classe, bem como no
Departamento de Policia Federal, exceto por casos presentes na lei. É de
extrema importância que o profissional esteja atento as normatizações
envolvendo a prática nesse contexto, para que sejam garantidos
o compromisso técnico e ético com sua prática. Adicionalmente, a
importância de se trabalhar com avaliação psicológica no contexto de
porte de armas promove ainda um reflexo de comprometimento social,
sendo uma das formas de combate à violência instaurada em nossa
sociedade.
Contextos de uso da
avaliação psicológica

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