Os Resíduos Sólidos Da Construção Civil - para Mesclagem
Os Resíduos Sólidos Da Construção Civil - para Mesclagem
Os Resíduos Sólidos Da Construção Civil - para Mesclagem
como escapar. A Construção Civil não é destaque somente como indústria de grande impacto na
economia, também é a responsável por produzir 50% dos resíduos do país.
Mas você sabe o que exatamente são esses resíduos, como minimizá-los e até aproveitar na própria obra?
Parece simples: tijolos, massas e outras sobras são acumuladas em uma caixa de transporte que uma
empresa terceirizada recolhe e fica responsável pelos resíduos sólidos da sua construção. Certo?
Não, não é simples assim, e você como responsável pela construção também é o responsável legal pelos
resíduos sólidos gerados por ela, desde a produção na sua obra até a finalização.
Nesse post você vai entender tudo sobre os RSCC, ficar por dentro da legislação e normativas que os
categorizam por composições e determinam formas de destinação final, além de dicas de como e o que
reciclar.
Ainda temos 12 dicas para reciclar seus resíduos. Elas estão no último tópico.
A composição dos resíduos sólidos da construção civil é classificada conforme resolução da CONAMA 307
Art. 3°. Sendo:
A- Materiais que podem ser reciclados ou reutilizados como agregado em obras de infraestrutura,
edificações e canteiro de obras.
C- Itens para o qual não existe ou não é viável aplicação econômica para recuperação ou reciclagem.
Exemplo: Estopas, lixas, panos e pincéis desde que não tenham contato com substância que o classifique
como D.
D- Aqueles compostos ou em contato de materiais/substâncias nocivos à saúde.
Exemplos: Solvente e tintas; telhas e materiais de amianto; entulho de reformas em clínicas e instalações
industriais que possam estar contaminados.
Na prática os resíduos sólidos da construção resumem-se a restos de materiais cerâmicos, argamassa e seus
componentes. Esses itens representam em média 90% de todos os resíduos gerados em obras.
Para que você visualize apresentamos um gráfico de análise dos resíduos do município de São Carlos, em São
Paulo, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Governo Federal – IPEA.
A primeira lei a se destacar é Lei 6.938/81 que instituiu o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
como um órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. O CONAMA é
é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e conta com colegiado dos setores federais, estaduais e
municipais, além do setor empresarial e sociedade civil.
Os resíduos sólidos da construção civil são regulamentados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
e Resolução CONAMA 307/2002.
Não se esqueça:
Um dos destaques da Resolução CONAMA 307 e a atribuição de responsabilidade compartilhada sob os
resíduos sólidos da construção civil aos geradores, transportadores e gestores municipais. Com destaque
para uma atualização realizada posteriormente – Resolução 348/2004 – que determina que o gerador como
principal responsável pelo gerenciamento desses resíduos.
Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – tem sua participação através da NBR 15112, NBR
15113 e NBR 15114 relacionadas a assuntos de diretrizes para projeto, implantação e operação implantação
e operação de áreas de manejo. E nas NBRs 15115 e 15116 sobre o uso de agregados reciclados de resíduos
sólidos da construção civil.
NBR 15112 – Áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos;
NBR 15113 – Aterros para resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes;
NBR 15115 – Procedimentos para que agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil sejam
utilizados na execução de camadas de pavimentação;
NBR 15116 – Requisitos para que agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil sejam
utilizados na execução de camadas de pavimentação;
Agora você já sabe o que são e que existem normas, mas na prática, como
funciona? É possível adotar ações sustentáveis?
Como adotar ações sustentáveis?
Mas não podemos esquecer dos resíduos sólidos, que mesmo sendo de baixa periculosidade, são de grande
volume, o que permite que qualquer leigo veja e interprete a indústria da construção como uma indústria
pouco sustentável.
A construção civil mundial é umas das indústrias que mais consomem recursos naturais e ainda é
responsável por cerca de 25% a 30% de gases lançados na atmosfera, segundo o Green BuildingConcil Brasil.
Não bastasse esses números alarmantes, os resíduos sólidos da construção civil no Brasil representam mais
de 50% dos resíduos sólidos urbanos. E a situação piora quando os resíduos são depositados em locais
inadequados, principalmente oriundos de obras e reformas informais ou empresas de coleta de resíduos
fora da regulamentação.
Cabe ao responsável pela construção dar o destino correto aos resíduos para que eles não comprometam o
tráfego de pedestres e veículos, entupimento de drenagem urbana ou até provocarem foco de multiplicação
de vetores de doenças a saúde.
>>Ficou preocupado? Uma das doenças que se desenvolvem com um empurrãozinho dos entulhos são as
transmitidas pelo Aedes Aegypti. SAIBA COMO EVITAR!
Sabemos a importância econômica e social da indústria da construção no mundo. Sabemos que essa
indústria só tende a crescer, então porque não adotar ações sustentáveis para minimizar os danos
ambientais?
6-Uso de materiais com vida útil reduzida, como estruturas de concreto pré moldadas;
7-Falta de qualidade dos serviços ou bens da construção que podem gerar perdas materiais;
8-Urbanização desordenada que gera construção falhas que demandam adaptações e reformas;
2- Ainda no canteiro de obras crie um processo de segregação que facilite a triagem dos resíduos para
posterior reciclagem ou descarte. Esse processo ajuda não só na organização dos resíduos, mas na
organização de limpeza do canteiro de obras;
3- Defina o local para descarte de cada tipo de resíduo com identificação por categoria e especificação. E se
o seu canteiro de obras for grande, planeje pontos de descarte em diferentes locais da planta, além de dutos
para descarte de andares superiores até o térreo. Assim é possível evitar descartes errados por falta de
sinalização ou opção;
4- Antes de enviar os resíduos para pontos de coleta através de empresa especializada confirme se estes
realmente devem ser descartados. Por exemplo: resíduos sólidos da construção civil classificados como A
podem ser reutilizados na própria obra ou ainda doados para alguma associação ou ONG que o recicle.
Assim você reduz custo com o transporte e até material que seria comprado;
5- O que você realmente identificar como entulho para ser descartado deve ir para uma área de descarte e
tratamento de resíduos da construção devidamente licenciada e fiscalizada pelos órgãos ambientais
competentes. Portanto sempre questione se o local que recebe o seu resíduo é autorizado para tal função.
Hoje a maior dificuldade em reduzir ou reciclar os resíduos sólidos da construção civil está na falta de
conscientização e mão de obra qualificada. Por exemplo:
Muitos pensam ser perda de tempo pedir que o funcionário no canteiro de obras separe os materiais
corretamente na hora de descartá-lo;
Empresas pagam pela coleta, transporte e destinamento para uma empresa especializada, mas o
material não pode ser reciclado, pois não foi separado da maneira correta.
Os resíduos da construção correspondem a metade dos resíduos sólidos urbanos e são responsáveis pelo
esgotamento de áreas de aterros no país. Além disso, materiais como gesso, amianto e resíduos químicos
quando não depositados corretamente podem provocar danos ambientais e à saúde.
Você sabia que um tijolo feito com areia reciclada custa a metade do preço do tijolo tradicional? As
empresas precisam desmistificar o conceito de que resíduos sólidos da construção são restos, pois há muito
a ser aproveitado.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, infelizmente no Brasil somente uma a cada cinco obras recicla os
resíduos. As obras brasileiras geram 84 milhões de m³ de resíduos por ano, e destes, e apenas 17 milhões
são reaproveitados. A boa notícia é que já existem 310 usinas de reciclagem que podem trabalhar com esses
resíduos, e de acordo com o professor engº Benedito Oliveira Júnior, ainda existe muito espaço para
expandir esse mercado.
A conscientização da construção civil para reciclar é um objetivo da Associação Brasileira para Reciclagem de
Resíduos da Construção Civil e Demolição – ABRECON , criada em 2011 para apoiar empresas recicladoras de
entulho. Essas empresas recicladoras fazem o trabalho de separação e adaptação dos resíduos em 310
usinas espalhadas pelos estados do país conforme apresentado no gráfico abaixo de concentração de usinas,
sendo que 83% delas são privadas.
Se você não consegue aproveitar os resíduos na própria obra, é possível enviá-los para usinas e contribuir
para a produção de insumos de obra mais baratos. E veja que o custo para que as usinas recebam seus
resíduos são aceitáveis. O preço para que uma usina receba o m³ dos resíduos sólidos varia entre R$5,00 e
pouco mais de R$30,00, sendo que somente 36% cobram acima de R$20,00.
E o melhor:
Após os resíduos serem reciclados, 42% dos agregados são vendidos a construtoras e pavimentadoras, e o
restante é distribuído para órgãos públicos, pessoas físicas e outros.
1- O gesso que geralmente é misturado aos outros resíduos, deve ser separado e enviado para usinas que
os transformam em novos materiais de gesso;
2- Toda madeira em boa condição, por exemplo da demolição de casas ou troca de forros, pode ser
utilizada pela indústria moveleira. Então se você demolir ou reformar e sobrarem madeiras, considere a
venda ou doação para serem reaproveitadas;
3- Precisa de aterro ou enchimento para calçadas ou base de piso? Restos de cerâmica e argamassa podem
ser utilizados e evitar a compra de brita ou outros materiais;
4- Para reduzir o consumo de areia, cal e cimento na argamassa das obras, em casos que não exigirem
resistência à compressão, é possível utilizar de resto de argamassa e cerâmicas triturados em pó como
aglomerante;
5- A produção de concreto também pode ter o custo reduzido ao substituir parte da brita com telhas e
blocos cerâmicos;
6- No caso de loteamentos e construção pesada os resíduos de concreto como pedaços de meio-fio e
blocos pode ser utilizado na produção de asfalto;
7- Madeiras que não estiverem danificadas podem ser reutilizadas na obra para caixaria;
8- Já as madeiras danificadas podem ser enviadas para usinas que as trituram para uso na fabricação de
papelão; ou ainda virar combustível;
9- Todos os papéis, plásticos e papelões e embalam os insumos utilizados na obra também são
reaproveitados em usinas especializadas;
10- O metal, assim como os papéis, também são recebidos e tratados por usinas;
11- Vidros de janelas também podem ser reutilizados pela construção após transformação em asfalto,
blocos de pavimentação e até telhas; ou enviados para usinas que os transformam em outros objetos de
vidro;
12- E até os sacos de cimento são reciclados, pelo próprio fornecedor que utiliza na fábrica como
combustível.
Conclusão
O aproveitamento, reciclagem e até redução da produção de resíduos sólidos da construção civil é viável e
contribui para o futuro sustentável do mundo?
Além disso, aproveitar os resíduos na própria obra reduz gastos na compra de novos insumos, reduz o m³ de
resíduos para transporte e recebimento em usinas e aterros e ainda contribui para a produção de insumos
mais baratos.
Agora, perguntamos a você, aluno do curso de edificações, vamos mudar esse cenário? Que tal nos próximos
anos mudar o indicador de que 1 a cada 5 obras reciclam e ainda reduzir custos de obra e garantir mais
lucro. Isso só depende de você!