Escola Politécnica Da USP Desenvolve Chipset Inovador para Internet Das Coisas
Escola Politécnica Da USP Desenvolve Chipset Inovador para Internet Das Coisas
Escola Politécnica Da USP Desenvolve Chipset Inovador para Internet Das Coisas
Dispositivo coloca o Brasil na mesma página da tecnologia global, de acordo com o Ministério de
Ciência, Tecnologia e Inovação
A USP anunciou um chipset brasileiro inovador, baseado na filosofia open-source, projetado para transformar a
interação com o mundo digital, “oferecendo soluções sustentáveis, inteligentes e seguras”, segundo Marcelo
Zuffo, diretor do Centro Interdisciplinar em Tecnologia Interativas (Citi) da Escola Politécnica (Poli). O projeto foi
financiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações do Governo Federal, sob a égide da Lei de
Informática. Envolveu uma equipe de especialistas composta por professores e pesquisadores do Citi, do
Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos e do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico
(LSITEC).
Chipset e chiplets
Segundo Zuffo, “um chipset é uma família de circuitos integrados (CIs) projetados para trabalhar em conjunto,
executando funções específicas dentro de um sistema eletrônico”. Esses CIs compartilham uma função comum e
são fundamentais para o desempenho de dispositivos eletrônicos, como os encontrados na IoT. “Um chiplet, por
sua vez, é um conceito mais recente na microeletrônica, referindo-se a um conjunto modularizado de blocos de
circuitos integrados que podem ser reutilizados e combinados com outros chiplets para formar um sistema
eletrônico mais complexo”, acrescenta Zuffo. Essa abordagem modular permite uma flexibilidade, agilidade e
redução de custos sem precedentes na criação de dispositivos eletrônicos, possibilitando a rápida adaptação a
diferentes necessidades e aplicações.
O chipset avançado da Escola Politécnica é composto por dois elementos: um Circuito Integrado Gerenciador de
Energia (Cige) e um microprocessador de 32 bits, este último fundamentado na inovadora arquitetura RISC-V,
conhecida por ser uma arquitetura de processador de código aberto. Este aspecto é especialmente notável, pois o
design open-source do RISC-V estimula uma colaboração global, permitindo que pesquisadores e
desenvolvedores contribuam e aprimorem continuamente sua arquitetura, promovendo assim a inovação aberta,
a adaptabilidade e a interoperabilidade.
Além de promover uma gestão de energia eficiente, este conjunto foi projetado de forma modular, permitindo
que estes circuitos integrados sejam arranjados em estruturas eletrônicas mais complexas chamadas de chiplets.
Isso não só facilita a integração em aplicações de IoT que requerem inteligência artificial (IA) e segurança
criptográfica, com um consumo de energia muito baixo, mas também abre novas possibilidades para a
personalização e inovação em design eletrônico.
Família Caninos Loucos
O chipset modular será integrado em dispositivos de internet das coisas altamente integrados, como é o caso da
Plataforma Pulga do programa Caninos Loucos. A Pulga é uma plataforma de hardware extremamente
miniaturizada, do tamanho de uma moeda de 25 centavos.
O programa Caninos Loucos, também financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, promove o
desenvolvimento, a manufatura e a aplicação em larga escala de plataformas de hardware avançadas em
Internet das Coisas, beneficiando-se da modularidade e adaptabilidade proporcionadas pelo conceito de chiplets.
Chipset integrado na Plataforma de IoT Pulga, a Moeda de 25 Centavos mostra a dimensão das Escalas Envolvidas
– Ilustrações cedidas pelo : Centro Interdisciplinar em Tecnologia Interativas – CITI
De acordo com Zuffo, “este chipset, agora reforçado pela flexibilidade e potencial colaborativo da arquitetura
RISC-V de código aberto, está preparado para revolucionar dispositivos IoT autônomos e inteligentes em uma
ampla gama de campos”. Desde smart cities até saúde digital, agricultura de precisão e preservação ambiental,
todos podem se beneficiar de sua eficiência energética, capacidade de processamento de IA, protocolos de
segurança avançados e a adaptabilidade oferecida por sua arquitetura modular.
Momento histórico
Para Henrique de Oliveira Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital (Setab), “o
desenvolvimento do chipset inovador pela Escola Politécnica da USP, utilizando a arquitetura RISC-V, não apenas
coloca o Brasil na mesma página da tecnologia global de Internet das Coisas, como também celebra nossa
recente filiação ao board do RISC-V International, marcando um momento histórico para a nossa nação na
promoção de uma inovação aberta, colaborativa e sustentável”. De acordo com o secretário, “este avanço reforça
o nosso compromisso com a transformação digital e a soberania tecnológica nacional, abre novas trilhas para o
desenvolvimento de soluções inteligentes e seguras que atendam às necessidades emergentes da sociedade
moderna”.
FONTE: jornal.usp.br
SAIBA MAIS:
A principal característica da arquitetura RISC-V é sua abertura e flexibilidade. Ela fornece uma base sólida para
projetar processadores personalizados, permitindo que empresas, universidades e outras organizações criem
suas próprias implementações de processadores RISC-V de acordo com suas necessidades específicas. Isso
contrasta com arquiteturas proprietárias, como x86 ou ARM, nas quais as especificações são controladas por
empresas específicas e podem estar sujeitas a restrições de licenciamento.
1. Código Aberto: Como mencionado anteriormente, a RISC-V é uma arquitetura de código aberto, o que significa
que qualquer pessoa pode acessar e implementar suas próprias versões sem a necessidade de pagar royalties a
terceiros.
2. Flexibilidade: A modularidade da arquitetura permite que os projetistas de chips personalizem a arquitetura de
acordo com os requisitos de suas aplicações específicas. Isso é particularmente útil em setores como IoT, onde os
requisitos de energia e desempenho podem variar significativamente.
3. Padronização Emergente: Várias empresas e organizações estão trabalhando na padronização e no
desenvolvimento de ecossistemas em torno da RISC-V. Isso inclui organizações como a RISC-V International, que
promove a adoção global da arquitetura.
4. Baixo Custo: Como não há custos de licenciamento associados à RISC-V, isso pode tornar os chips baseados
nessa arquitetura mais acessíveis em comparação com soluções proprietárias.
5. Pesquisa e Educação: A RISC-V é amplamente utilizada em contextos educacionais e de pesquisa, tornando-a
uma escolha popular em universidades e laboratórios de pesquisa em todo o mundo.
Veyron V1, da empresa indiana Ventana Micro Systems Inc., é atualmente o processador RISC-V de mais alto
desempenho rodando a 3,6 GHz em 5 nm
Em relação aos países que adotaram a RISC-V, sua adoção tem sido global. Muitos países têm empresas,
universidades e instituições de pesquisa que estão explorando e implementando a arquitetura RISC-V em vários
contextos. Alguns países notáveis onde a RISC-V tem ganhado destaque incluem:
1. Estados Unidos: Como o berço da arquitetura RISC-V, os Estados Unidos têm uma forte presença de empresas e
instituições de pesquisa envolvidas com a tecnologia.
2. China: A China tem investido significativamente na RISC-V e é o lar de várias empresas que desenvolvem
processadores RISC-V e produtos baseados nessa arquitetura.
3. Europa: Vários países europeus têm universidades e empresas envolvidas em pesquisas e desenvolvimento
relacionados à RISC-V.
4. Índia: A RISC-V também tem ganhado popularidade na Índia, com universidades e empresas locais explorando sua
implementação em várias aplicações.
5. Japão: Empresas japonesas estão trabalhando em produtos baseados em RISC-V, e a arquitetura é usada em
pesquisa e desenvolvimento no país.
É importante notar que a adoção da RISC-V está em constante evolução, e novos países e organizações estão
continuamente explorando suas possibilidades à medida que a arquitetura se desenvolve e amadurece.
Por suas vantagens, as empresas têm aproveitado as vantagens dos núcleos RISC-V para todos os tipos de
aplicações, incluindo: