Especies Arboreas Brasileiras Vol 5 Castanha Da Praia

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Castanha-da-Praia

Pachira glabra

volume

5
Cerejeira
Cincho
Embiruçu
Castanha-da-Praia
Eugenia involucrata
Sorocea bonplandii
Pseudobombax
Pachira glabra grandiflorum

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Foto: Paulo Ernani Ramalho Carvalho Rolândia, PR (Fazenda Bimini) Foto: Paulo Ernani Ramalho Carvalho

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Foto: Paulo Ernani Ramalho Carvalho Foto: Paulo Ernani Ramalho Carvalho

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Castanha-da-Praia
Pachira glabra

Taxonomia e Nomenclatura Nota: o sinônimo descrito é o mais encontrado na literatura,


mas essa espécie tem uma sinonímia considerável, disponível
em Santo (1967).
De acordo com o sistema de classificação
baseado no The Angiosperm Phylogeny Group Nomes vulgares por Unidades da Federação:
(APG) III (2009), a posição taxonômica de na Bahia, castanha-do-pará-branca; em Mato
Pachira glabra obedece à seguinte hierarquia: Grosso do Sul, e no Estado de São Paulo,
Divisão: Angiospermae castanha-do-maranhão e embiruçu-da-casca-lisa.
Clado: Eurosídeas II Nota: nos seguintes nomes vulgares, não foi encontrada
a devida correspondência com as Unidades da Federação:
Ordem: Malvales amendoim-de-árvore, cacau-do-maranhão, cacau-selvagem,
castanha e mamorana.
Família: Malvaceae – Em Cronquist (1981), é
classificada em Bombacaceae Etimologia: o nome genérico Bombacopsis vem
Gênero: Pachira do gênero Bombax e do grego ópsis (parecência);
parecido com Bombax (SANTOS, 1967); o
Binômio específico: Pachira glabra Pasquale – epíteto específico glabra significa “sem pelos”.
(Pasq.)
Primeira publicação: Rendiconti Reale Accad.
Sci. Fis. 7: 18. 1868. Descrição Botânica
Sinonímia botânica: Pachira glabra Pasq.
(1868); Bombax columellatum Buxb; Bombax Forma biológica e foliação: Pachira glabra é
glabrum (Pasq.) A. Robyns; Bombacopsis glabra uma espécie arbórea, de padrão foliar sempre-
(Pasq.) A. Robyns. verde ou perenifólio.

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As árvores maiores atingem dimensões próximas a Distribuição geográfica: no Brasil, Pachira
6 m de altura e 40 cm de DAP (diâmetro à altura glabra ocorre nas seguintes Unidades da
do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade Federação (Mapa 24):
adulta.
• Alagoas (MOURA et al., 2011).
Tronco: é tortuoso, e engrossado na base.
• Maranhão.
Geralmente, o fuste é curto.
• Mato Grosso do Sul (SCALON et al., 2003).
Ramificação: é dicotômica. A copa é larga.
• Pará.
Casca: é fina, medindo até 5 mm de espessura.
A casca externa (ritidoma) é verde e lisa, com • Paraná (JASTER, 2002).
lenticelas brancas. • Pernambuco.
Folhas: são alternas, compostas, digitadas, • Estado do Rio de Janeiro (BRAZ et al.,
com 5 a 8 folíolos esparsamente pubescentes, 2004; PEIXOTO et al., 2004).
elípticos, medindo de 10 cm a 27 cm de
• Estado de São Paulo (DUARTE et al.,
comprimento e até 10 cm de largura, com
2007).
estípulas caducas, com margem inteira.
Flores: são solitárias ou agrupadas em pequeno
número, andróginas, com longos estames em Aspectos Ecológicos
pincel; pentâmeras esbranquiçadas, medindo até
20 cm de largura. Grupo sucessional: a castanha-da-praia é
uma espécie reputada como secundária inicial
Frutos: são cápsulas ovoides, semilenhosas
(PEIXOTO et al., 2004).
deiscentes, medindo até 12 cm de comprimento,
de cor verde mesmo quando maduras. Em Importância sociológica: ocorre,
média, cada fruto produz 20 sementes. principalmente, em formações secundárias
Sementes: são subglobosas e estriadas, de cor situadas em várzeas aluviais e em início de
castanha, envoltas por densa e longa pilosidade, encostas. Essa espécie é rara no interior da
com até 2 cm de diâmetro. Floresta Primária Densa.

Biologia Reprodutiva Biomas (IBGE, 2004a) / Tipos


e Eventos Fenológicos de Vegetação (IBGE, 2004b) ou
Outras Formações Vegetacionais
Sistema sexual: Pachira glabra é uma espécie
hermafrodita.
Vetor de polinização: abelhas e diversos
Bioma Mata Atlântica
insetos pequenos. • Floresta Ombrófila Aberta (Faciações da
Floresta Ombrófila Densa), em Alagoas
Floração: de setembro a novembro, no Estado
(MOURA et al., 2011).
de São Paulo (RODRIGUES, 1996a).
• Floresta Ombrófila Densa (Floresta
Frutificação: frutos maduros ocorrem de janeiro
Tropical Pluvial Atlântica), nas
a fevereiro, em Alagoas (MOURA et al., 2011), e
formações de Terras Baixas, no Estado
no Estado de São Paulo (RODRIGUES, 1996a).
do Rio de Janeiro (BRAZ et al., 2004), e
Dispersão de frutos e sementes: são Submontana, também no mesmo estado
principalmente dispersos por autocoria (PEIXOTO et al., 2004).
(gravidade).

Clima
Ocorrência Natural
Precipitação pluvial média anual: de 1.000 mm,
Latitudes: de 8°S, em Pernambuco, a 23°S, no no Estado do Rio de Janeiro, a 2.700 mm, no
Estado do Rio de Janeiro. Estado de São Paulo.
Variação altitudinal: desde o nível do mar, a Regime de precipitações: as chuvas são
160 m, no Estado do Rio de Janeiro. periódicas.

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Mapa 24. Locais identificados de ocorrência natural de castanha-da-praia (Pachira glabra), no Brasil.

Deficiência hídrica: moderada, do litoral de Geadas: são ausentes. Contudo, quando


Pernambuco, ao Estado do Rio de Janeiro. plantada fora de sua área de ocorrência, pode
suportar geadas fracas.
Temperatura média anual: 19,3 °C (São
Classificação Climática de Köppen: Af
Paulo, SP), a 25,5 °C (Recife, PE). (tropical, úmido ou superúmido), do litoral do
Temperatura média do mês mais frio: Estado de São Paulo ao Paraná. Am (tropical,
úmido ou subúmido), no Pará, em Pernambuco
15,8 °C (São Paulo, SP), a 23,9 °C (Recife, PE).
e no centro-oeste do Estado do Rio de Janeiro.
Temperatura média do mês mais quente: As (tropical, com verão seco), em Alagoas. Aw
(tropical, com inverno seco, subtipo Savana), no
22,4 °C (São Paulo, SP), a 26,7 °C (Rio de
Maranhão, e no Estado do Rio de Janeiro.
Janeiro, RJ).

Temperatura mínima absoluta: 1,1 °C. Essa


temperatura foi observada em Ubatuba, SP, em Solos
6 de junho de 1964 (BRASIL, 1992). Contudo, Pachira glabra ocorre, naturalmente, em várzeas
quando plantada fora de sua área de ocorrência, aluviais.
pode suportar temperaturas de até -2 °C, como O pH desses solos varia de 4,6 a 5,2 (PEIXOTO
no norte do Paraná. et al., 2004).

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Tecnologia de Sementes Características Silviculturais
Colheita e beneficiamento: os frutos dessa Pachira glabra é uma espécie heliófila. Tolera
espécie devem ser colhidos, diretamente, da apenas geadas fracas.
árvore, quando iniciarem a abertura, ou do chão, Hábito: apresenta crescimento monopodial com
após sua queda. a inserção dos galhos em pseudo-verticilos. Não
apresenta derrama natural.
Após a colheita dos frutos na árvore, deve-se
levá-los ao sol, para completar a abertura e a Sistemas de plantio: essa espécie pode ser
liberação das sementes. plantada em plantios mistos.

Número de sementes por quilograma: Sistemas agroflorestais (SAFs): essa espécie


380 sementes por quilo (LORENZI, 2002). é muito cultivada nas regiões litorâneas, como
cercas-vivas, em decorrência da facilidade com
Tratamento pré-germinativo: não há que suas estacas regeneram uma nova planta.
necessidade, pois as sementes não apresentam
dormência.
Longevidade e armazenamento: as sementes Crescimento e Produção
dessa espécie são de comportamento fisiológico
Há poucas informações sobre o crescimento
recalcitrante, mantendo a viabilidade por até da castanha-da-praia em plantios (Tabela 10).
6 meses. Contudo, seu crescimento é moderado.

Produção de Mudas Características da Madeira


Semeadura: semear uma semente diretamente Massa específica aparente (densidade
em saco de polietileno contendo como aparente): a madeira dessa espécie é muito leve.
substrato areia e solo (1:2) adubado com NPK Cor: o alburno e o cerne são pouco diferenciados,
(4-14-8,2 kg m-2 de solo) ou em tubetes de apresentando coloração esbranquiçada.
polipropileno, tamanho grande.
Outras características: Pachira glabra
Germinação: é do tipo epigeal e as plântulas apresenta madeira mole, de tecido frouxo e de
são fanerocotiledonares. A emergência tem início baixa durabilidade natural.
de 5 a 10 dias após a semeadura. A faculdade
germinativa é alta, variando de 95% a 100%
(LORENZI, 1992; SCALON et al., 2003). Produtos e Utilizações
Associação simbiótica: apresenta incidência Madeira serrada e roliça: a madeira da
média de micorriza arbuscular, em viveiro castanha-da-praia é usada na confecção de
(CARNEIRO et al., 1998). objetos leves como caixotes, réguas e brinquedos.
Propagação vegetativa: Pachira glabra Energia: essa espécie não é recomendada para
reproduz-se, também, por estacas. produção de energia.
Cuidados especiais: a castanha-da-praia é Celulose e papel: a madeira de P. glabra não é
uma espécie de fácil propagação, apresentando recomendada para essa finalidade.
bom desenvolvimento das mudas sob pleno Aproveitamento alimentar: as sementes
sol e tolerando sombreamento de 30% e 50% ou castanhas são comestíveis, principalmente
(SCALON et al., 2003). torradas; são também usadas como sucedâneas

Tabela 10. Crescimento de Pachira glabra, em plantios mistos, no Paraná(1).

Idade Espaçamento Plantas Altura média DAP médio Classe de


Local
(anos) (m x m) vivas (%) (m) (cm) solo(2)

Rolândia, PR 7 5x5 100,0 5,25 10,1 LVdf


(1)
Entrevista concedida, ao autor, por Daniel Steider e Ruth Steider, da Fazenda Bimini, em Rolândia, PR.
(2)
LVdf = Latossolo Vermelho distroférrico.

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do cacau, pois apresentam sabor semelhante a Espécies Afins
esse produto.
Paisagístico: por suas folhas e flores grandes, Pachira Aubl. é um gênero com distribuição
a castanha-da-praia é uma espécie largamente neotropical e cerca de 26 espécies. É reconhecido
usada como ornamental em quase todo o Brasil, pelos folíolos articulados, pétalas planas e
exceto nas regiões mais frias. estames agrupados em dez falanges distintas a
partir do tubo estaminal (DUARTE et al., 2007).
Plantios com finalidade ambiental: Pachira
glabra pode ser plantada em áreas degradadas de
preservação permanente, pois proporciona farta
alimentação para a fauna.

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Referências Bibliográficas
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