Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Primeiros Socorros
Conceitos e definição
Os primeiros socorros referem-se ao atendimento temporário e
imediato de uma pessoa que está ferida ou adoeceu
repentinamente. Também podem envolver o atendimento em casa
quando não se pode ter acesso a uma equipe de resgate ou
quando técnicos em emergência médica (TEM) não chegam. Trata-
se de procedimentos de emergência, os quais devem ser aplicados
a vítimas de acidentes, mal súbito ou em perigo de vida, com o
intuito de manter sinais vitais. Os procedimentos não substituem o
médico, a enfermeira ou a equipe técnica. Na verdade, um dos
principais fundamentos dos primeiros socorros é a obtenção de
assistência médica em todos os casos de lesão grave. O socorro
tende a ser prestado sempre que a vítima não tem condições de
cuidar de si própria, recebendo um primeiro atendimento e logo
acionando-se o atendimento especializado.2 3
A (ALERTA)
V (RESPONDE À VOZ)
D (RESPONDE À DOR)
S (SEM RESPOSTA)
Em primeiro lugar, abordar a vítima independente do mecanismo
sendo traumático ou clínico: se ao tocar na vítima o socorrista
percebe uma reação espontânea, concluímos que ela está na fase
A (ALERTA). Isto é um indício de que existe atividade neurológica:
o cérebro está sendo suprido de oxigênio, pois para isto acontecer
ele tem de estar estimulando o grupo muscular da respiração, como
musculatura diafragmática e intercostal (caixa torácica).
Já a fase V (VOZ) é percebida quando a vítima não responde ao ser
chamada pelo nome. É bom lembrar que a audição é um dos
últimos sentidos a serem perdidos antes de o cérebro entrar em
estado de inconsciência.
Não havendo nenhuma resposta à solicitação verbal estimularemos
a D (DOR): feche a mão e com a área da dobra dos dedos friccionar
o esterno da vítima, que fica localizado no meio do tórax, na junção
das costelas. Havendo uma resposta muscular da vítima tanto em
tentar inibir o estímulo ou qualquer outra que seja, saberemos que
ainda existe uma atividade neurológica funcional, pois o cérebro
ainda recebe oxigênio.
Entretanto, se não houver nenhum tipo de resposta como em não
estar em ALERTA, responsivo à VOZ ou à DOR, a vítima está no
estágio de I (INCONSCIÊNCIA), no qual o cérebro não mais recebe
oxigênio e por falta deste não haverá estímulo muscular. O que
preocupa é a possibilidade da necrose, que é a morte de parte dos
tecidos dos cérebro por escassez de oxigênio. Isso pode levar à
paralisia, ao coma, e, em casos mais graves, à morte. Acontece
também o que chamamos de relaxamento muscular generalizado, e
o músculo da cavidade bucal, localizado imediatamente abaixo da
língua, pode fazê-la inclinar-se para trás, o que obstrui a passagem
de ar.
Respiração
A respiração é crítica para a sobrevivência do organismo, e
garanti-la é o ponto fundamental de qualquer procedimento de
primeiros socorros. O cérebro tem lesões irreversíveis
(necroses) em no máximo 6 minutos após a interrupção da
respiração. Após 10 minutos, a morte cerebral é quase certa.
Para verificar a respiração, flexione a cabeça da vítima para
trás, coloque o seu ouvido próximo à boca do acidentado, e ao
mesmo tempo observe o movimento do tórax. Ouça e sinta se há
ar saindo pela boca e pelas narinas da vítima. Veja se o tórax se
eleva, indicando movimento respiratório.
Se não há movimentos respiratórios, isso indica que houve
parada respiratória.
Abertura das vias respiratórias
O primeiro procedimento é verificar se há obstrução das vias
aéreas do paciente.
Para isso, deixe o queixo da vítima levemente erguido para facilitar
a respiração. Usando os dedos, remova da boca objetos que
possam dificultar a respiração: próteses, dentaduras, restos de
alimentos, sangue e líquidos. Os movimentos do pescoço devem
ser limitados, e com o máximo cuidado: lesões na medula podem
causar danos irreparáveis. Também é bom ressaltar: nunca
aproxime a mão ou os dedos na boca de uma vítima que esteja
sofrendo convulsões ou ataques epilépticos.
Respiração artificial
É o processo mecânico empregado para restabelecer a
respiração que deve ser ministrado imediatamente, em todos os
casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca.
Os pulmões precisam receber oxigênio, caso contrário
ocorrerão sérios danos ao organismo no aspecto circulatório,
com grandes implicações para o cérebro.
A respiração artificial pode ser feita de cinco modos:
a) boca a boca;
b) boca-nariz;
c) boca-nariz-boca;
d) boca-máscara;
e) por aparelhos (entubação).
A máscara de respiração é obrigatória para
preservar o socorrista do contágio de doenças.
Sendo utilizado contato direto com o paciente
apenas em situações adversas.
Procedimentos
Os procedimentos são os seguintes:
Circulação
Avaliação
A circulação é inicialmente avaliada através
do pulso: a onda de pressão que é sentida quando
o coração bombeia o sangue através das artérias,
indicando as condições cardíacas.
É sentida nas artérias carótidas, que se localizam
uma a cada lado do pescoço, ao lado do pomo-de-
adão, no sulco entre a traqueia e o músculo do
pescoço. Existem diversos outros pontos onde se
pode sentir o pulsar das artérias, entre elas a artéria
radial (logo abaixo da mão). O pulso deve ser
sentido com os dedos indicador e médio, que devem
pressionar levemente o local.
Dada a complexidade da avaliação do pulso, em
formações para leigos, a medição do pulso foi
eliminada, na medida em que seriam precisos mais
que 10 segundo de VOSP para uma correcta
medição do pulso. Dado isto, os sinais de circulação
são avaliados pela existência de tosse, movimentos
corporais voluntários (excluir convulsões, espasmos)
e sinais respiratórios.
Hemorragias
É o derramamento de sangue para fora dos vasos
que devem contê-lo com repercussão clínica ou
laboratorial (exames), por menor que seja.
Sendo utilizado para transportar oxigênio, nutrientes
para as células, bem como gás carbônico e outras
excretas para os órgãos de eliminação, o sangue
constitui-se como o meio de inquestionável
importância, tanto na respiração, nutrição e
excreção, como na regulação corpórea,
transportando hormônios, água e sais minerais para
a manutenção de seu equilíbrio. O volume circulante
em um adulto varia em torno de 5 a 6 litros, levados
em conta a relação de 70ml por kg de peso corporal,
o que corresponde, por exemplo, a 4.900ml de
sangue em uma pessoa de 70kg.
Havendo uma diminuição brusca do volume
circulante, como a que ocorre em uma grande
hemorragia, o coração poderá ter sua ação como
bomba comprometida, o que chegando a
determinados níveis, levará a vítima a um colapso
circulatório, podendo resultar em morte.
Classificação da hemorragia quanto à
localização
Hemorragia externa
Sangramento "exterior ao corpo"; normalmente é
facilmente visualizada. Pode ser oriunda de
estruturas superficiais, ou mesmo de áreas mais
profundas através de aberturas ou orifícios artificiais
(comuns nos traumas). Normalmente pode ser
controlada utilizando-se técnicas de primeiros
socorros.
Hemorragia interna
Hemorragia das estruturas mais profundas podendo
ser oculta ou exteriorizada, como ocorre em
sangramento no estômago, em que a vítima expele
o sangue pela boca. A hemorragia interna é mais
grave devido ao fato de não podermos visualizá-la, o
que faz com que não saibamos a extensão das
lesões. O tratamento necessariamente deve ser
realizado em ambiente hospitalar, cabendo ao
socorrista apenas algumas manobras que visam
evitar que o estado de choque se instale.
Classificação da hemorragia quanto
ao tipo do vaso rompido
Hemorragia arterial
O sangramento ocorre em jatos intermitentes, no
mesmo ritmo das contrações cardíacas. Sua
coloração é um vermelho claro. A pressão arterial
torna este tipo de hemorragia mais grave que um
sangramento venoso devido à velocidade da perda
sanguínea.
Hemorragia venosa
Sangramento contínuo de coloração vermelho
escuro, pobre em oxigênio e rico em gás carbônico.
Hemorragia capilar
Sangramento contínuo com fluxo lento, como visto
em arranhões e cortes superficiais da pele. Obs:
considerando que as artérias estão localizadas mais
profundamente na estrutura do corpo, as
hemorragias venosa e capilar são mais comuns do
que a do tipo arterial.
Consequências das hemorragias
Uma grande hemorragia não tratada pode conduzir
a vítima a um estado de choque e
consequentemente a morte. Já sangramentos lentos
e crônicos podem causar anemia (baixa quantidade
de glóbulos vermelhos).
Hemorragia nasal
A hemorragia nasal é causada pela ruptura de vasos
sanguíneos da mucosa do nariz. Caracteriza-se pela
saída de sangue pelo nariz, por vezes abundante e
persistente, e se a hemorragia é grande o sangue
pode sair também pela boca.
Ataque cardíaco (apoplexia)
Um ataque cardíaco acontece quando parte de seu
coração não recebe oxigênio em quantidade
suficiente.
O coração é um músculo e como os outros do corpo,
precisa de oxigênio, que é fornecido pelo sangue
dos vasos sanguíneos, conhecidos como artérias
coronárias. Um coágulo sanguíneo em uma dessas
artérias pode bloquear o fluxo de sangue para o
músculo cardíaco o que acarreta prejuízos ao
coração e a depender do tempo de duração deste
bloqueio, uma parte do coração necrosa (morre)
fazendo com que pare de funcionar corretamente.
Ataques cardíacos podem ocorrer caso seu coração
passe a precisar subitamente de mais oxigênio
durante exercícios intensos. Tanto homens como
mulheres têm ataques cardíacos, risco este que
aumentam com a idade.
Placas de ateroma (fragmentos de colesterol)
podem crescer no interior das artérias diminuindo
seu diâmetro. Além disso, coágulos sanguíneos
podem então se formar nesta artéria estreitada e
bloqueá-la.
Diagnóstico
O médico o examinará e perguntará sobre seu
histórico médico. Pode ser necessário a realização
de alguns exames para que se verifique como o seu
coração está trabalhando.
Tratamento
Permanecerá no hospital por 2 a 7 dias.
Desmaio
O desmaio é provocado por falta de oxigênio ou
açúcar no cérebro, a que o organismo reage de
forma automática, com perda de consciência e
queda do corpo. Tem diversas causas: excesso de
calor, fadiga, falta de alimentos, etc, e é
caracterizada por palidez, suores frios, falta de
forças e pulso fraco. Recomenda-se deixar a vítima
em estado de repouso, deitada, sempre
acomodando-a.
Estado de choque
O choque é uma situação em que algumas
alterações no corpo podem levar à morte. O caso de
vítima de estado de choque manifesta-se de
diferentes formas. A vítima pode apresentar diversos
sinais e sintomas, ou apenas alguns deles,
dependendo da intensidade de cada caso. O quadro
clínico é praticamente o mesmo, não importa a
causa que desencadeou o estado. Tal estado é uma
situação grave, acontece quando o fluxo de
oxigênio para as células do corpo diminui ou para
por completo. Este caso que requer atendimento
médico imediato.
Caso se trate de um estado de choque que
provoque a inconsciência da vítima deve-se colocar
o indivíduo em posição lateral (PLS), continuando
com os mesmos procedimentos. Nota importante:
nunca administrar líquidos ao sinistrado. São vários
os fatores que ocasionam o estado de choque,
considerado reação comum em vítimas de acidentes
com hemorragias internas ou externas, emoções
fortes, choques elétricos, queimaduras, etc..
Ferimentos
Picadas
As crianças, devido à sua enorme curiosidade e
devido ao facto de lhes agradar as actividades ao ar
livre, estão muitas vezes susceptíveis a picadas de
insectos, nomeadamente de abelhas e vespas e
também a picadas de peixes venenosos, ouriços e
alforrecas (medusas, águas-vivas), quando as
crianças frequentam a praia.
Mordeduras
Os tipos de mordeduras mais comuns são as de
cães, gatos e de outros animais. Menos comuns,
mas, geralmente, mais perigosas, são as
mordeduras de cobras e roedores. Os problemas de
saúde consequentes de uma mordedura dependem
do tipo de animal e da gravidade da mordedura, e
incluem:
Queimaduras
Definição
Entorses
A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula
articular e/ou ligamentos) de uma articulação.
Manifesta-se por uma dor na articulação, gradual ou
imediata, um inchamento na articulação lesada e
pela incapacidade do lesado para mexer a
articulação.
As entorses se originam de movimentos bruscos,
traumatismos, má colocação do pé ou de um
simples tropeçar que force a articulação a um
movimento para o qual ela não está preparada.
Pode igualmente acontecer de uma intensa tração, a
que o ligamento seja submetido, provocar o seu
estiramento ou ruptura e que isso chegue a arrancar
um pequeno fragmento ósseo.
Fraturas
Uma fractura é caracterizada por uma dor intensa no
local, inchaço, falta de força, perda total ou parcial
dos movimentos, e encurtamento ou deformação do
membro lesionado.
Em caso de fratura ou suspeita de fractura, o osso
deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca
dores intensas e deve ser evitado.
O que fazer
expor a zona da lesão (desapertar ou se
necessário cortar a roupa);
verificar se existem ferimentos;
tentar imobilizar as articulações que se encontram
antes e depois da fratura usando talas
apropriadas, ou na sua falta, improvisadas;
dar analgésico (Ben-u-ron) se a criança estiver
consciente e com dor e mantê-la em jejum pela
possibilidade de cirurgia;
em caso de fractura exposta, cobrir o ferimento
com gaze ou pano limpo.
Nota: As talas devem ser sempre previamente
almofadadas e bastante sólidas.
Choques elétricos
Ver artigo principal: Choque elétrico
A morte causada por eletricidade é também
conhecida como eletrocussão e consiste na
passagem de uma corrente eléctrica pelo corpo. A
electrocussão pode provocar a morte instantânea,
perda dos sentidos mais ou menos prolongada,
convulsões e queimaduras no ponto de contacto.
É necessário tomar cuidado com quem está sujeito
ao choque, tocá-lo pode ser perigoso. O ideal é
pegar num objecto constituído por plástico pois
conduzem pouco a eletricidade; afastá-lo do objeto
que lhe dá o choque, e verificar os sinais vitais da
vitima. Caso esta se encontre em paragem
cardiorrespiratória deve-se retirar os objectos
adjacentes a esta como por exemplo dentaduras,
óculos, etc… desapertar a roupa e expor o tórax, e
proceder então à reanimação colocando sobre o
tórax as duas mãos sobrepostas e realizar 30
compressões seguidas de suas insuflações. Se a
vitima estiver inconsciente mas com pulso e a
ventilar deve-se colocá-la em PLS e contactar o 112
(193 no Brasil) para obter transporte ao Hospital
mais próximo.
Por medicamentos
Dependendo do medicamento ingerido, podem
observar-se: vómitos, dificuldade respiratória, perda
de consciência, sonolência, confusão, etc.
Insolação
O suor é o nosso ar condicionado natural. À medida
que ele se evapora da nossa pele ocorre o
esfriamento do corpo. Porém, esse sistema pode
falhar se ocorrer uma exposição prolongada ao
calor, num local fechado e sobreaquecido (por ex:,
dentro de uma viatura fechada, ao sol) ou se ocorrer
uma exposição prolongada ao sol.
A insolação é caracterizada por: cefaleias (dores de
cabeça), tonturas, vómitos, excitação, pele fria e
pegajosa, boca seca, fadiga e fraqueza, pulso rápido
e inconsciência.
Transporte de vítimas
Ver artigo principal: Transporte aeromédico
Orientações gerais
manter a vítima calma;
procure socorro;
evite mover a vítima;
sinalizar o local onde ocorreu o acidente;
ligar para socorro médico.
Contatos para socorro especializado
no Brasil
Em todo o território nacional, discar:
Ver também]
Hipoglicémia
Direção defensiva
Desintoxicação / Antídoto
Referências