Administração e Economia Aula 5
Administração e Economia Aula 5
Administração e Economia Aula 5
ECONOMIA
AULA 5
Nesta aula, você vai conhecer conceitos de economia que possam auxiliá-
lo a compreender como utilizar alguns desses fundamentos em sua rotina como
engenheiro. Para tanto, você inicia essa compreensão por meio de uma base
conceitual, denominada de fundamentos da economia.
Você entenderá que Economia é uma ciência que estuda o uso dos
recursos produtivos em uma determinada nação e qual o impacto desse uso na
capacidade da nação em se manter funcional em relação a ela mesma e aos
demais países existentes no mundo.
Você perceberá que existem vários setores econômicos diferentes, cada
um deles com características próprias, de acordo com os produtos
desenvolvidos em cada um deles.
Você poderá distinguir duas macroanálises realizadas por economistas, a
análise microeconômica, voltada aos problemas das empresas, e a análise
macroeconômica, voltada a um olhar mais sistêmico da economia da nação
como um todo.
Você compreenderá a importância do desenvolvimento econômico e
como um conceito do ínício do século XX, a destruição criativa, pode ser
bastante adequado a uma análise de desenvolimento sob a ótica da Engenharia.
Finalmente, você terá acesso a conceitos atuais de economia colaborativa e
economia digital que, sem dúvida, farão parte da sua vida, tanto profissional
como pessoal, num futuro muito próximo.
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acesso a esse recurso com facilidade. Cabe então à Economia analisar formas
de alocar os recursos produtivos para, então, atender às necessidades das
pessoas o máximo possível.
Assim, surgem alguns problemas econômicos fundamentais. De acordo
com Vasconcellos e Garcia (2019, p. 3), esses problemas são três: “O que e
quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?”.
O que e quanto produzir diz respeito à escolha que a sociedade deve fazer
em relação a que produtos produzir, tendo em vista a escassez de recursos
produtivos que não dizem respeito somente a matéria-prima, mas também a
outros recursos necessários para a produção, tais como equipamentos, mão de
obra, tempo, infraestrutura, entre outros.
O segundo problema diz respeito à escolha dos melhores métodos para
se produzir, em busca de eficácia, produtividade, minimização de custos. O
terceiro está associado à escolha de quem receberá os produtos, de acordo com
a distribuição de renda dessa sociedade.
Crédito: Lightspring/Shutterstock.
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Todas essas escolhas devem ser racionais e pautadas em uma relação
de análise de custo x benefício. Cada sociedade faz sua própria análise de custo
x benefício, mas é possível separar, em termos didáticos, formas distintas de
realizar essas definições, por meio do que se denomina de sistema econômico.
Vasconcellos e Garcia (2019) explicam que existem dois tipos de sistemas
econômicos: o sistema capitalista, ou de economia de mercado, e o sistema
socialista, ou de economia centralizada.
Atualmente, é quase impossível encontrar um país que atue de forma pura
em um ou outro sistema. A maioria dos países acaba atuando com um sistema
misto, alguns mais voltados à livre iniciativa e à propriedade privada dos recursos
de produção, outros mais voltados à predominância da propriedade pública dos
recursos produtivos.
Os recursos utilizados nos sistemas econômicos, por sua vez, podem ser
classificados em três grandes grupos, que são:
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Juntando esses dois fluxos, há o fluxo circular de renda. O fluxo completo
em um sistema monetário inclui ainda o setor público, com impostos, e o setor
externo, no qual acontecem transações comerciais com o resto do mundo.
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Como engenheiro, você terá a possibilidade de prestar seus serviços
profissionais nas mais diversas atividades que existem em nossa sociedade.
Essas atividades são, tradicionalmente, categorizadas de acordo com o setor
econômico no qual se encontram, apresentando características distintas, em
conformidade com o contexto de cada setor. Tais setores são definidos como
primário, secundário, terciário, quaternário e quinário.
Quinário
(aumento do
pontencial
humano):
Saúde,
Educação, Pesquisa,
Artes, Recreação.
O setor primário da economia tem esse nome por ter sido o primeiro a
ser explorado pelos homens, visto que consiste na simples extração direta de
produtos que se encontram disponíveis na natureza. São produtos que, por conta
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de suas características, podem ser consumidos diretamente ou servir de matéria-
prima para a fabricação de outros produtos.
Entre as atividades típicas do setor, encontram-se a agricultura, a
pecuária, o extrativismo vegetal e mineral, a caça e a pesca. Apesar de fazer
parte da economia de qualquer país, as atividades do setor primário não
agregam muito valor às nações que baseiam sua economia nesse tipo de
atividade.
Anteriormente, era um setor que empregava muita mão de obra, mas, com
o passar do tempo, se tornou extremamente mecanizado, o que reduziu a
quantidade de empregos na medida em houve grande substituição de mão de
obra por máquinas. Por outro lado, a mecanização trouxe mais tecnologia para
o setor, exigindo mão de obra mais qualificada e abrindo portas para a inserção
de engenheiros nessas atividades.
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• A Indústria de base que tem como entrada os produtos extraídos da
natureza e que, com seus processos de transformação, os converte em
produtos semielaborados, que serão utilizados para a fabricação de
outros bens destinados ao consumidor final. São exemplos de indústria
de base a indústria metalúrgica e a indústria química.
• A indústria de bens de capital, cuja função é transformar produtos em
peças, máquinas e ferramentas que serão utilizadas para as atividades
da indústria de bens de consumo. São eles que alimentam toda a cadeia
produtiva. Como exemplo, temos indústrias fabricantes de máquinas,
aeronaves, peças de automóveis; geradores de energia elétrica, entre
outros, usados na indústria.
Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock.
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• A indústria de ponta é a mais sofisticada e de maior intensidade
tecnológica, podendo ser caracterizada pela utilização maciça de
recursos tecnológicos altamente sofisticados e por se apresentar em
constante processo de inovação, com altos investimentos financeiros para
o desenvolvimento de pesquisas.
Até pouco tempo atrás, o setor secundário era o ramo da economia que
mais gerava empregos. Ao se modernizarem os sistemas produtivos, por meio
da mecanização dos processos, assim como da implantação da produção
flexível, grande parte da mão de obra vem saindo das fábricas e se deslocando
para o comércio e os serviços, aquecendo, assim, o setor terciário. Com a oferta
de empregos diminuindo nos setores primário e secundário por conta da
mecanização e da automatização das atividades realizadas nesses setores, há
uma migração dos trabalhadores para as atividades do setor.
Atividades de comércio e de prestação de serviços representam as ações
desenvolvidas nesse setor. Tais atividades surgem naturalmente com a
transformação da sociedade de industrial para pós-industrial. O setor terciário é
composto por uma gama muito ampla de bens imateriais, ou seja, daquilo que o
consumidor receberá em forma de atividades de educação, de lazer, de turismo,
de entretenimento, de segurança, de auxílio jurídico, de consertos mecânicos,
domésticos ou eletrônicos, entre outras. Todas essas atividades exigem
profissionais e tecnologias que prestem um serviço considerado útil ao
consumidor. Além dos serviços, o setor também é composto por atividades de
comércio.
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Figura 6 – Serviço de programação
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Figura 7 – Vale do Silício
Crédito: zimmytws/Shutterstock.
Assim como não fazia mais sentido tentar encaixar as atividades do setor
quaternário no setor terciário, o mesmo acaba por ocorrer com outras atividades
que surgiram ao longo do tempo, forçando a mais uma divisão das atividades
econômicas em um quinto setor, o setor quinário. Nesse setor, encontram-se
atividades que são realizadas sem o intuito do lucro, mas com o objetivo de
interpretar ideias, novas ou já existentes, analisar dados, avaliar novas
tecnologias e criar novos serviços.
É nesse setor que encontramos profissionais altamente remunerados,
cientistas, pesquisadores, funcionários do governo, trabalhando em
universidades, institutos de pesquisa, organizações sem fins lucrativos,
organizações de assistência médica e social, organizações de esporte,
organizações de entretenimento, entre outras.
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todo. Dá-se o nome de análise microeconômica àquela que se preocupa com as
partes. Já a análise que olha o todo é denominada de macroeconomia.
A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da demanda na
formação do preço no mercado, por isso, também é conhecida como teoria dos
preços. Nesse sentido, seu objetivo é identificar como “a empresa e o
consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado
bem ou serviço em mercados específicos” (Vasconcellos; Garcia, 2019, p. 30).
Então, a microeconomia se ocupa, além da análise de formação de preço, do
estudo do comportamento do consumidor e do produtor, assim como dos
diferentes mercados existentes em uma economia.
Crédito: PCH.Vector/Shutterstock.
Microeconomia Macroeconomia
1. Entender os mercados e prever possíveis 1. Entender como uma economia nacional
mudanças. funciona.
2. Avaliar as políticas públicas 2. entender os grandes debates sobre política
econômica.
3. Tomar decisões gerenciais e pessoais. 3. Melhorar a capacidade de tomada de
decisões sobre negócios.
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das pessoas que compõem a organização, e ferramentas, máquinas,
equipamentos, enfim, todos os elementos que compõem a infraestrutura de
produção para a transformação dos recursos em bens e serviços.
Mas também se preocupará com aspectos macroeconômicos, já que
inflação, desemprego, taxa de juros, consumo, entre outros, são variáveis
macroeconômicas que acabam por impactar em todos os setores econômicos,
nas decisões de investimento, na melhoria da competitividade, entre outros
fatores, que afetam diretamente as ações e estratégias a serem determinadas
para a manutenção da indústria nacional.
Hoje, esse conceito agregou outras questões relevantes para uma nação,
acrescentando à sustentabilidade econômica a sustentabilidade social e a
sustentabilidade ambiental. Assim, a preocupação com o crescimento e
desenvolvimento das nações se expandiu e entende-se que o desenvolvimento
econômico deve ser capaz de gerar riquezas para a nação, mas também
melhorar a qualidade de vida das pessoas e contribuir para o equilíbrio social e
ambiental. Indicadores como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
auxiliam a medir a relação do progresso na economia com o desenvolvimento
de uma determinada região.
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Figura 11 – Desenvolvimento econômico
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Figura 12 – Destruição criativa
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TEMA 5 – ECONOMIA COLABORATIVA E ECONOMIA DIGITAL
Crédito: stoatphoto/Shutterstock.
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Além dos novos modelos de negócios, a inserção cada vez maior de
tecnologias de informação e comunicação na vida das pessoas traz a
necessidade de inserção da economia nesse ambiente, por meio de atividades
econômicas baseadas em tecnologia digital. Na economia digital, diversas
operações comerciais são desenvolvidas somente por meio da internet, e o
fornecimento de bens e serviços ocorre exclusivamente em ambiente virtual
(Silva, 2020). Tal movimento cria tendências de fundamental importância para a
sobrevivência das organizações no futuro e para suas questões econômicas.
Palavras como blockchain, criptomoedas, NFT, serão cada vez mais comuns em
nossa rotina pessoal e de trabalho.
A blockchain é uma tecnologia, cujo uso tem por objetivo garantir a
segurança de informações. Seu funcionamento consiste em enviar informações
para uma rede de computadores, que funcionam em um sistema
descentralizado. “Essas informações não podem ser alteradas, elas são
condensadas em blocos, criptografadas e unidas a uma cadeia de informações
pré-existentes” (Koehler, 2021, p. 25).
A seguir, essas informações são distribuídas por vários computadores
espalhados ao redor do mundo, dificultando, assim, a sua manipulação.
Conforme Koehler (2021), pessoas que tem acesso a essa rede de
computadores “competem entre si para conseguir salvar e confirmar as
operações da rede. Esse processo é chamado de mineração”.
A blockchain tem influência nos processos econômicos pela sua forma de
operação, já que permite a transação de criptomoedas, sem a necessidade de
atuação de uma autoridade central, como o Banco Central de um país.
Criptomoedas são uma forma de moeda digital, ou seja, “são ativos digitais
descentralizados, que utilizam da criptografia para transferência de fundos, sem
a necessidade de uma autoridade central” e que só circulam em ambiente digital
(Koehler, 2021, p. 24). Entre as criptomoedas, a mais conhecida é o Bitcoin.
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Figura 14 – Bitcoin
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Figura 15 – NFT
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FINALIZANDO
Você teve acesso, nesta aula, aos fundamentos necessários para uma
base de compreensão da Economia. Você observou que a Economia busca
analisar os recursos produtivos disponíveis em uma determinada nação, de
modo a responder três questão: “O que e quanto produzir? Como produzir? Para
quem produzir?”, com base na posse de três grandes grupos de recursos que
são a terra, o trabalho e o capital.
Conforme esses recursos são manejados, eles geram atividades em
setores econômicos diferentes. E você soube que, no momento, existem cinco
setores econômicos: o primário, o secundário, o terciário, o quaternário e o
quinário, em que se produz desde commodities até conhecimento.
Além da forma de se usar os recursos produtivos, a economia também
pode ser percebida sob duas óticas de análise. Você pode perceber que essas
óticas são denominadas de microeconomia e macroeconomia, cada uma voltada
para uma dimensão diferente de análise. Uma preocupada com questões
empresariais e a outra com preocupada com uma visão global e com
macroestruturas nacionais e internacionais.
Você entendeu o conceito de desenvolvimento econômico tanto sob uma
ótica mais restrita, voltada à acumulação de capaital, quanto sob uma ótica mais
atual, que busca um equilíbrio entre sustentabilidade econômica, ambiental e
social. E, independentemente da ótica, percebeu que toda nação deseja se
desenvolver, já que o desenvolvimento econômico traz uma série de benefícios,
em espcecial a melhoria da qualidade de vida da população da nação.
E pode conhecer uma ideia de desenvolvimento baseada no surgimento
de inovações, a “destruição criativa” de Schumpeter. Ao fim, você pode conhecer
alguns conceitos sobre economia colaborativa e economia digital, duas vertentes
atuais de estudos sobre o impacto do uso das tecnologias atuais no
desenvolvimento econômico das nações.
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REFERÊNCIAS
TORRANCE, S.; STAERITZ, F. Is your business model fit for the Fourth
Industrial Revolution?. World Economic Forum Annual Meeting, 2019.
Disponível em: <https://www.weforum.org/agenda/2019/01/is-your-business-
model-fit-for-the-fourth-industrial-revolution/>. Acesso em: 10 mar. 2022.
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