Cartilha Bichos Pantanal Educacao Infantil Conhecer para Preservar Instituto Sustentar

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EXPEDIENTE

Realização: Instituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental


Coordenação: Jussara Utsch

Edição e organização de conteúdo: Juliana Arini e Yana Marull


Textos: Juliana Arini e Yana Marull
Revisão: Ana Luísa Bellavinha

Coordenação de Educação Ambiental do Projeto Bichos


do Pantanal: Nelci Eliete Longhi
Conteúdo pedagógico: Divandir Ávila Miranda, Evelyn Damasceno da Silva,
Fábio Alexandre da Silva, Liamara Rodrigues da Silva, Maria Claudia Ovelar,
Sandra Regina, Silva da Cunha, Sueli Aparecida dos Santos Silva e Orilzo
de Campos Silva.

Revisão do conteúdo científico:


Claumir Muniz – Ictiólogo – Unemat/Projeto Bichos do Pantanal,
Douglas Trent – Coordenador de Pesquisas do Projeto Bichos do Pantanal,
Zilca Campos – Pesquisadora da Embrapa Pantanal,
Gabriela Ludwing – Pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa
e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBio).

Ilustrações:
Carlos Bosquê – Arte Educador e Artista Plástico regional,
Sebastião Mendes – membro da Academia Brasileira de Artes Plásticas
e Artista Plástico regional

Fotos: Douglas Trent, Nelson Almeida, Roberto Higa e Soely Figueiredo

Conhecer para Preservar. Cartilha Projeto Bichos do Pantanal. 2014.

Organização Juliana Arini e Yana Marull Drews – Cáceres, Mato Grosso.


Projeto Bichos do Pantanal, Instituto Sustentar de Responsabilidade
Socioambiental, 2014.
44p: I.

ISBN 978-85-68653-00-5

Educação ambiental, Pantanal, preservação, animais da fauna brasileira,


ecologia.

Realização: Patrocínio:
Na trilha dos bichos

Apresentação .................................................................................................. 05

Vamos seguir os rastros das onças? ................................................................ 06

Como surgiu o Pantanal? ................................................................................. 08

Conhecer para preservar o Pantanal ................................................................. 10

No ritmo das águas do rio Paraguai .................................................................. 11

Os mamíferos .................................................................................................. 12

Entre anacondas e jacarés encontramos os répteis ........................................... 20

Ictio o quê? Os peixes e a vida debaixo d’água ................................................. 22

O paraíso das aves .......................................................................................... 26

Guia básico para observação de aves do Projeto Bichos do Pantanal ................ 27

Ser pantaneiro é preservar o Pantanal .............................................................. 30

Referências ..................................................................................................... 31

Atividades Projeto Bichos do Pantanal .............................................................. 32

03
Apresentação

É uma grande alegria apresentar a publicação da primeira cartilha de educação


ambiental do Projeto Bichos do Pantanal. Este material surgiu do desejo de nossa
equipe em levar as salas de aula para a natureza e revelar aos estudantes que o
Pantanal não é um local distante, mas o meio que integra cada animal, árvore e
paisagem à vida da população local.

O Projeto atua desde 2013 no Alto Pantanal, no Mato Grosso, e é realizado pelo Ins-
tituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental, com patrocínio da Petrobras,
por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Nossa equipe de pesquisa viaja
todos os meses pelo rio Paraguai, no barco-sede do Projeto Bichos do Pantanal,
para estudar a natureza da região.

Outra importante ação do projeto é compartilhar as nossas descobertas sobre os


animais que vivem ou visitam o Pantanal, como as onças-pintadas, peixes, aves,
lontras e ariranhas, com as escolas e o público em geral, através de nossas ações
de educação ambiental.

Esta cartilha é a primeira semente de muitas outras publicações. Esperamos que


os frutos desta proposta alcancem os corações e mentes de todos que tiverem
acesso a este material e que reforcem os nossos anseios em prol da valorização e
preservação do Pantanal. O lema do Projeto Bichos do Pantanal é “conhecer para
preservar”, e esta publicação é mais um passo nessa direção.

Boa leitura!

Jussara Utsch
Coordenadora do Projeto Bichos do Pantanal
e do Instituto Sustentar

0500
Vamos seguir os rastros
das onças?
Olá! O meu nome é Douglas Trent e sou o pesquisador-chefe do Projeto Bichos do
Pantanal. Vou contar um pouco da minha história e fazer dois convites para vocês.

Eu nasci a muitos quilômetros desta região, e sempre fui apaixonado pela idéia de
ver uma onça-pintada livre na natureza. Há 30 anos, ouvi dizer que no Pantanal
brasileiro tinha muita onça e decidi vir para cá. Finalmente vi as onças e me apai-
xonei pela região.

Foi quando um amigo pantaneiro me deu de presente uma presa de jaguar - como
chamamos esses felinos no meu país. Ele me contou que caçava as onças e eu
fiquei muito triste, pois queria ajudar a salvá-las, mas também queria ajudar o meu
amigo a sobreviver.

Hoje, eu viajo pelos rios e estradas do Pantanal em busca de realizar o sonho de


contribuir para que os animais e os moradores da região possam conviver em
harmonia. Por isso, quero fazer o primeiro convite para vocês: vamos descobrir,
junto com a equipe do Projeto Bichos do Pantanal, por que é tão importante pre-
servarmos as onças.

A maioria das pessoas tem medo de onça, inclusive eu, afinal o bicho é grande e
as do Pantanal são as maiores do Brasil! Mas, se olharmos com atenção, vamos

06
perceber que as onças são as guardi-
ãs desta região e é esse conhecimento
que queremos compartilhar.

Aliás, falamos tanto da natureza, mas


será que todos sabem como foi que
surgiu o Pantanal? Vocês sabiam que
o Pantanal de Cáceres, no Mato Gros-
so, é um entre os dez Pantanais que
formam esse imenso mar de água?
Será que as ariranhas, os jacarés, as
aves e os peixes são tão importantes
para essas regiões quanto as onças?

Claro que sim! Eu descobri, com os ou-


tros pesquisadores do Projeto Bichos
do Pantanal, que um peixe chamado
pacu, por exemplo, é responsável por
semear muitas das árvores que exis-
tem no rio Paraguai. Como eles
sabem disso? Eles passam
muitas horas estudando e
contemplando a natureza.

O segundo convite des-


ta cartilha é justamente
para observarmos a vida
no Pantanal juntos. Com
a ajuda deste material, va-
mos poder descobrir quais
são as aves que cantam nos
jardins, praças e ruas de sua cidade.
Vocês nos acompanham?

Douglas Trent
Ecólogo e Pesquisador-chefe
do Projeto Bichos do Pantanal

07
Como surgiu o Pantanal?
Você sabia que o Pantanal, no passado, quando os dinossauros ainda estavam
vivos, era uma região de morros? O surgimento do Pantanal é muito mais espe-
tacular do que se imagina.

Foi um importante pesquisador brasileiro que decidiu estudar como se originou o


Pantanal. O geólogo Aziz Nacib Ab’Saber viajou por todo o Brasil para compreen-
der porque há paisagens tão distintas no país. Ab’ Saber percebeu que um imenso
choque moldou toda essa região. Esse impacto foi o nascimento das gigantescas
montanhas da Cordilheira dos Andes, que estão nos países vizinhos, como o Peru
e a Bolívia. Essas montanhas surgiram lá das profundezas do planeta por causa
do movimento da crosta terrestre que empurrou essas placas gigantes para cima,
como uma canoa que é empurrada contra o barranco de um rio.

O planeta estremeceu inteiro e os morros que estavam no lugar do Pantanal caí-


ram e formaram um buraco, uma espécie de panela. Daí surgiu o rio Paraguai no
meio desse território que por milhares de anos seguiu até o mar, desenhando as
curvas que moldaram as terras do Pantanal.

Hoje, o território do Pantanal é de 150 mil quilômetros quadrados, podendo che-


gar até a 250 mil no período de cheias. Toda essa área inundável é equivalente ao
Estado do Piauí! Incrível, não?!

Os cientistas já catalogaram na região 4700 espécies de animais e plantas, sendo


aproximadamente 212 espécies de mamíferos, 500 de aves, 98 de répteis e 269
de peixes. Não é exagero afirmar que o Pantanal é uma das maiores moradas,
ainda preservadas, para os animais do planeta! Sua importância foi reconhecida
internacionalmente e, desde 1988, o Pantanal é Patrimônio Nacional e Patrimônio
Natural da Humanidade.

A região é plana e não tem altitudes superiores a 120 metros, com clima que
alterna longos períodos de seca e chuvas. A sua vegetação é formada por misto
de Cerrado, Floresta Amazônica e Mata Atlântica.

São tantas paisagens e tanta variedade de bichos, que as pessoas costumam


dizer que existem dez Pantanais (ou onze)! Eles foram divididos assim por causa
de suas diferenças, seja por conta dos rios que cortam suas terras, seja por conta
dos animais que vivem ali. Em qual dos pantanais do mapa você vive?

08
Pantanal

ILUSTRAÇÕES:
ASSUNTO: MAPA PANTANAL
DATA: 16/10/2014
ORIGINAL: RICARDO SÁ


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Cáceres 9,01
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Poconé 11,63 Rio nte
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Barão de Melgaço 13,15 Rio C

Paraguai 5,90 iquiri


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Paiaguás 19,60 ari Rio Ta
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Nhecolândia 19,48
Abobral 2,05

Aquidauana 3,62 Rio Neg


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Miranda 3,17 Rio Neg


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MAPA DE LOCALIZAÇÃO
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09
Conhecer para preservar o Pantanal
Parabéns! Você mora em um lugar maravilhoso e único: o Pantanal. Não é a toa
que turistas de todo o mundo viajam para conhecer este santuário da natureza.
Muitos pesquisadores também são apaixonados pelos animais e as plantas deste
riquíssimo ambiente. O que você acha de fazermos de conta que estamos num
percurso pelas águas para aprendermos um pouco mais sobre a região? A pro-
posta do Projeto Bichos do Pantanal é conhecer para preservar o Pantanal!

10
No ritmo das águas do rio Paraguai
Uma viagem pelas águas do Pantanal tem como ponto de partida obrigatório o
rio Paraguai. Este é o mais importante entre os vários rios do Pantanal. Ele nasce
na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, e atravessa o Mato Grosso do Sul,
desaguando no rio Paraná. O rio Paraguai também segue por outros países, como
o Paraguai e a Argentina.

Quando chove muito no Pantanal, entre novembro e março, o rio Paraguai “vaza”,
ou seja, transborda e invade uma gigantesca área. Quem já teve a chance de ver
o Pantanal cheio, sabe o quanto é bonito vê-lo espraiar na direção dos campos.
Parece mesmo que o céu encontrou a terra quando as nuvens ficam espelhadas
no rio.

O período de cheia do rio Paraguai é muito importante, pois as águas trazem


alimentos para os peixes e fertilizam o solo. Com mais peixes, os outros animais,
como as aves, os jacarés, as lontras e as onças-pintadas, têm mais comida.
É esse grande banquete natural o responsável por toda a vida que tem no Pan-
tanal, inclusive a dos homens, que também gostam (e precisam) de pescar! O
ciclo de secas e cheias do rio Paraguai é conhecido como o ritmo das águas do
Pantanal.

A melhor época para encontrar os bichos do Pantanal é na estação da seca,


quando os rios estão baixos e é possível ver os animais passeando e descansan-
do nas praias e barrancos.

Você sabe reconhecer os bichos que já encontrou no Pantanal?

11
Os mamíferos do Pantanal
A onça-pintada (Panthera onca)

Para ver uma onça-pintada, às vezes já está na lista oficial das espécies
precisamos de um olho quase mági- ameaçadas de extinção, na categoria
co. O maior felino das Américas gosta vulnerável. A cada dia que passa, nos-
de ficar na beira do rio nas horas de sas cidades e fazendas reduzem os
pico de calor, mas é difícil enxergá-lo territórios que antes eram apenas dos
no meio da vegetação. Você conse- animais. Como a onça precisa de uma
gue ver a onça? área muito grande para caçar, em con-
seqüência desse crescimento das ci-
A onça-pintada é a rainha das matas dades e fazendas, elas ficam cada vez
das Américas e, claro, do Pantanal. com menos alimento. Além disso, até
No topo da cadeia alimentar, ela pode algum tempo atrás, as onças eram in-
devorar todas as outras espécies. tensamente caçadas para virarem ca-
Proteger esse felino fascinante signi- saco de pele.
fica proteger o equilíbrio do Pantanal.
Toda vez que uma onça caça está A onça-pintada gosta de caçar capi-
contribuindo para equilibrar o núme- varas, porcos-do-mato, jacarés e até
ro de bichos na região. Se as onças sucuris. Apesar das suas preferên-
não comessem tantas capivaras, por cias, o seu cardápio é bem diversi-
exemplo, esses roedores poderiam ficado e conta com uma lista de até
destruir a vegetação das margens dos 80 animais. Como boa pantaneira, ela
rios.

Apesar de ser o mais temido e admi-


rado animal da região, a onça-pintada

12
Você conseguiria distinguir uma onça?
Não é difícil: é só prestar atenção nas manchas pretas na testa, sobre
os olhos. Cada onça tem um padrão totalmente diferente, como se
fosse uma verdadeira impressão digital do animal! É dessa forma que
muitos pesquisadores distinguem e estudam as onças no Pantanal.

nada muito bem, o que auxilia nas ca- breviver e a caçar. Se eles são separa-
çadas em meio aos aguapés dos rios. dos, dificilmente o filhote sobreviverá
O seu corpo é muito musculoso e na natureza.
pode medir até 2,4 metros de compri-
mento, algo como a soma do tamanho A onça-pintada é conhecida por per-
de duas crianças de 8 anos. Ela pode correr grandes distâncias e por ser
pesar mais do que 150 quilos, ou seja, um animal solitário, especialmente os
mais do que seis dessas crianças! machos. Mas, ainda existem muitas
coisas sobre esse animal que desco-
Do gênero Panthera, a onça está entre nhecemos e que estão sendo pesqui-
os felinos mais poderosos do planeta, sadas, inclusive pela equipe do Proje-
lado a lado com o leão, o tigre e o le- to Bichos do Pantanal.
opardo. Todos eles são identificados
pelo peculiar esturro. A onça, mesmo O Projeto observa constantemente
não sendo a maior das panteras, é a esses animais, com o apoio de câme-
que possui a mordida mais forte! ras escondidas nas matas (câmeras
Trap), com o objetivo de ajudar a des-
O filhote passa os dois primeiros anos vendar o mistério sobre como real-
de vida com a mãe, aprendendo a so- mente vivem as onças-pintadas.

1300
A capivara
(Hydrochoerus hydrochaeris)

Em todo o Pantanal existem milhares de


capivaras. Este mamífero é o maior roe-
dor do mundo e a caça predileta da onça-
-pintada. Seus filhotes também servem de
alimento para os jacarés, as sucuris e até
para as piranhas.

Você já viu uma capivara caminhando


pelo Pantanal com um passarinho pou-
sado sobre as costas? É o Suiriri-
cavaleiro, uma ave que come os
parasitas deste roedor.

As capivaras têm ninhadas


de até seis filhotes, nadam
muito bem e vivem em grupos
de 20 animais ou mais. A Capiva-
ra mede 1,30 metros de compri-
mento, pode chegar a meio metro
de altura e pesar 60 quilos. Os den-
tes da frente, os incisivos, nunca param
de crescer, e a capivara passa o dia todo
comendo para desgastá-los. São animais
herbívoros e precisam de 3 a 4 quilos de
vegetação por dia para se alimentar.

Você conseguiria comer tudo isso? É por


isso que a relação das capivaras com o
seu maior predador, a onça-pintada, é tão
importante para manter o equilíbrio do
Pantanal. Sem as onças, teríamos uma
superpopulação de capivaras na região e
ficaríamos sem vegetação.

14
A ariranha (Pteronura brasiliensis)

Encontrar ariranhas nadando nos rios do Apesar de passarem o dia nadando, as


Pantanal é uma grande festa, com direito ariranhas cavam tocas nos barrancos dos
a muito barulho e ação! As ariranhas tam- rios onde se protegem durante a noite. A
bém são conhecidas como onças d’água, ariranha também está na lista das espé-
são mamíferos, carnívoros e pertencem cies ameaçadas de extinção, na categoria
a família dos mustelídeos, com até 1,80 vulnerável. O desmatamento e a poluição
metros de comprimento. dos rios são as principais ameaças para
a sobrevivência deste grande nadador do
Elas vivem em grupos formados por ma- Pantanal.
chos, fêmeas e filhotes, e gastam tanta
energia com a algazarra na água que pre- Assim como as onças-pintadas, as ari-
cisam comer uma grande quantidade de ranhas foram quase dizimadas pela caça
peixes por dia. Também podem comer para a indústria de peles. Como a maioria
pequenos mamíferos, aves e répteis. As dos mustelídeos, elas possuem uma pe-
fêmeas têm ninhadas de no máximo cinco lagem espessa que era muito valorizada.
filhotes, que ficam no grupo até os três Hoje a caça deste animal está proibida.
anos de vida.
O Projeto Bichos do Pantanal estuda as
ariranhas do Alto Pantanal para compreen-
der melhor como vivem esses animais.

15
A lontra
(Lontra longicaudis)

A lontra é a parente mais próxima da


ariranha! Porém, ela não possui as man-
chas brancas no pescoço. Esse mamífero
carnívoro, também da família dos muste-
lídeos, mede em média um metro de com-
primento e pesa entre 5 e 12 quilos. Suas
ninhadas são de até quatro filhotes.

As lontras se alimentam de peixes e de O cervo-do-pantanal


pequenos anfíbios, mamíferos e aves. Ao (Blastocerus dichotomus)
contrário das ariranhas, elas são mais so-
litárias e não vivem em grandes grupos. O cervo-do-pantanal vive nas várzeas, que
Para nadar executam um gracioso movi- são as áreas que alagam durante a cheia
mento com as patas e caudas que se des- dos rios. Nesses espaços, o cervo conse-
locam para cima e para baixo, provocando gue ser mais veloz do que a onça-pintada,
uma propulsão veloz. Possuem uma ha- sua predadora natural, e pode encontrar
bilidade muito especial: podem ficar sub- alimento ao longo de todo o ano.
mersas na água por vários minutos.
Ele é o maior cervídeo sul-americano. Os
Como a ariranha e a maioria dos muste- machos possuem chifres ramificados e as
lídeos, as lontras sofreram com a caça fêmeas são um pouco menores. Elas dão
para a indústria de pele. Hoje, sua caça é a luz a apenas um filhote por gestação.
proibida e o Projeto Bichos do Pantanal
está ajudando a proteger esta espécie. Uma das adaptações do cervo para so-
breviver no Pantanal é que ele possui uma
membrana protetora em seus cascos que
o permite permanecer por longos perío-
dos dentro d’água.

O cervo-do-pantanal está na lista de espé-


cies ameaçadas de extinção, na categoria
vulnerável. A redução dessas áreas, hoje
ocupadas pela agropecuária, somada as
doenças transmitidas por bovinos, são
as maiores ameaças à preservação dessa
espécie.

16
O tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla)

É fácil reconhecer um tamanduá-bandeira,


ele pode chegar a medir 2,2 metros de
comprimento e pesar 45 quilos. Sua pela-
gem grossa e marrom é marcada por uma
faixa diagonal preta com bordas brancas.

A sua principal característica é o longo


focinho, que o ajuda a buscar dentro da
terra o seu alimento predileto: as formi-
gas e os cupins. Com as suas grandes O lobo-guará
garras consegue abrir um cupinzeiro (Chrysocyon brachyurus)
com facilidade, onde introduz seu foci-
nho e longa língua em busca de insetos. De cor alaranjada, com longas patas e
O tamanduá pode comer até 30 mil formi- grandes orelhas, o lobo-guará é um dos
gas por dia. Incrível! animais mais conhecidos da fauna brasi-
leira. Podem atingir um metro de altura e
A sua gestação produz apenas um filhote chega a pesar até 30 quilos. Ele gosta de
que a mãe carrega no dorso por até nove morar em lugares abertos e vive de comer
meses. Ele também está na lista de espé- frutos e pequenos animais vertebrados.
cies ameaçadas de extinção, na categoria São vistos normalmente no fim do dia e
vulnerável. A perda de território, a caça, não apresentam grandes riscos aos hu-
os atropelamentos e os incêndios são as manos, é muito raro atacarem.
principais ameaças à sobrevivência desse
animal. Por ser lento, o tamanduá prefere Os lobos-guarás são solitários, ocupam
se camuflar como estratégia de defesa. territórios de até 115 km2 e, depois de
acasalarem, os machos ajudam as fê-
meas a cuidar dos filhotes. Infelizmente,
ele também está catalogado na lista das
espécies ameaçadas de extinção, na ca-
tegoria vulnerável. As principais ameaças
da espécie são a perda de habitat, os atro-
pelamentos e as doenças levadas por ani-
mais domésticos, como os cães.

17
O bugio ou macaco-
barbado (Alouatta caraya)
Se olharmos para as copas das árvo-
res do Pantanal, vamos perceber que
existe um mundo de bichos vivendo
ali. A região tem influência de vários
biomas, como o Cerrado, a Floresta
Amazônica e a Mata Atlântica, e uma
das suas árvores símbolos é o Ipê,
conhecido também como Piúva. Todo
ano, a floração dos Ipês - nas cores
rosa, branco, amarelo e roxo - colorem
o Pantanal.

As flores do Ipê duram apenas dez


dias, mas é tempo suficiente para os
bugios fazerem a festa. Esses ani-
mais costumam carregar os filhotes
nas costas enquanto saltam de árvore
em árvore e adoram comer as flores
dos Ipês, além das folhas e frutos que
ocorrem nas florestas.

O bugio tem pelagem comprida e


pode pesar até 7 quilos. Ele é um dos
maiores primatas das Américas. No
Pantanal, o macho e a femea têm co-
res muito distintas. O macho é preto,
a fêmea é castanho-amarelado e os
filhotes têm a mesma coloração da
mãe. Eles vivem geralmente em gru-
pos e além da barba, possuem uma
característica inesquecível: a sua forte
vocalização. O ronco forte que o bugio
emite na mata pode assustar os mais
desavisados. Mas não tenha medo!
Eles são inofensivos. Você já escutou
o grito do bugio?

18
A anta
(Tapirus terrestres)

A anta é um animal muito in-


justiçado. O seu nome há anos
é associado a falta de inteli-
gência, porém sagacidade é o
que não falta ao maior mamí-
fero terrestre da América do
Sul. Sua aparência lembra a
de um mini-elefante, mas ela é
da mesma ordem dos rinoce-
rontes, a perissodáctilos - um
grupo de animais que possuem
um número ímpar de divisão
nos cascos.

Com uma tromba flexível, per-


nas curtas e um corpo robusto,
a anta pode pesar até 300 qui-
los. A ninhada é de apenas um
filhote, que nasce com o corpo
coberto por manchas claras.

Ela tem hábitos noturnos, gos-


ta de comer folhas, brotos e
frutos, e vive solitária. As antas
são consideradas as jardinei-
ras das florestas, porque tam-
bém possuem um importante
papel para espalhar sementes.
Elas gostam de tomar banhos
de lama e nos rios para se li-
vrarem dos parasitas e do ca-
lor. As maiores ameaças para a
preservação da anta é a caça e
a perda de seu habitat.

19
Entre anacondas e jacarés,
encontramos os répteis
Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare)

O jacaré é um dos animais mais po- aves, mamíferos, outros répteis, mo-
pulares do Pantanal! Quando observa- luscos e peixes. A espécie é menor e
mos um jacaré solitário, ou em gran- menos agressiva do que o jacaré-açu,
des grupos, tomando sol na praia de da Amazônia.
um rio, quietinho e de boca aberta,
nem imaginamos que este animal está Estima-se que existam três milhões
ali para lutar por sua sobrevivência. de jacarés no Pantanal, mas isto não
Por tratar-se de um réptil, o jacaré não é muito. Pois, além de grande caçador,
consegue regular sozinho a tempe- este animal faz parte da dieta de mui-
ratura do corpo como os mamíferos tas espécies de mamíferos e aves que
(e nós seres humanos), eles precisam se alimentam de seus ovos e filhotes.
do sol para armazenar calor. O contato
com a água também ajuda o jacaré, Os jacarés fazem ninhos na floresta,
nesse caso, a se resfriar. nas matas das margens dos rios, no
capim próximo das lagoas e na vege-
O jacaré é considerado um dos prin- tação flutuante - as ilhas de aguapé.
cipais predadores d’água e por isso Cada jacaré põe em média 24 ovos por
também é muito importante para o ninhada. Estudos da Embrapa Pantanal
equilíbrio das espécies. O jacaré-do- revelaram que a temperatura de incu-
-pantanal mede entre 2 e 3 metros e se bação desses ovos determina o sexo
alimenta de vários animais, incluindo dos filhotes. Curioso, não é?

20
A sucuri-amarela
e a sucuri-verde
(Eunectes notaeus
e Eunectes murinus)

A sucuri é uma cobra não-peçonhenta


(sem veneno) e carnívora. Também é
um dos animais mais associados às
lendas e histórias no Pantanal. É uma
ótima nadadora e sua estratégia de
caça é abraçar a vítima enroscando o
seu corpo até matá-la por sufocamen-
to (constrição). Como se movimenta
de forma lenta em terra, ela permanece
a maior parte do tempo submersa nas
regiões alagadas. No Pantanal existem
duas espécies desse gigantesco réptil:
a sucuri-amarela e a sucuri-verde (que
também ocorrem na Amazônia). A se-
gunda é a mais grossa e pesada cobra
do mundo.

A sucuri-verde (Eunectes murinus)


também é conhecida como anacon-
da. É um dos principais predadores do
Pantanal, porém por conta da caça e
da perda de habitat é cada vez mais
raro encontrar esta serpente na região.

A sucuri-amarela (Eunectes notaeus),


ou sucuri-do-Pantanal, é mais comum
na região e possui a mesma estratégia
de caça da anaconda, porém, por seu
porte menor, 5 metros e 70 quilos, é
menos temida.

Você já ouviu alguma história sobre as


cobras sucuris?

2100
Ictio o quê? Os peixes
e a vida debaixo d’água
Até aqui viajamos com o Projeto Bichos do Pantanal sobre as águas e já apren-
demos muitas novidades a respeito de bichos como os jacarés, as onças e as
capivaras. Agora, o convite é para mergulharmos no mundo submerso dos rios
da região e desvendarmos a ictiofauna do Pantanal. A palavra é difícil, mas tem
um significado simples: trata-se do conjunto de espécies de peixes que estão em
uma área definida por fronteiras naturais, como clima e morros.

Os peixes são o verdadeiro tesouro do Pantanal. Eles alimentam os homens e são


peças-chaves para o sustento de muitas outras espécies. Já viu uma garça sabo-
reando um delicioso peixe que pegou com o bico e levou para a copa da árvore
mais alta? Ou uma ariranha segurando um peixe com as patas e devorando-o
com avidez? Esses animais são tão importantes que, é certo afirmar, sem eles
não há vida no Pantanal!

Vamos aprender com o Projeto Bichos do Pantanal um pouco mais sobre as


espécies mais conhecidas de peixes da região?

22
O pacu
(Piaractus mesopotamicus)

O pacu é um peixe da família dos Characidae (a mesma das piranhas-amarelas),


que pode chegar até 8 quilos e é onívoro, ou seja, come de tudo. Apesar de ter
uma dieta bastante abrangente, o seu principal alimento são os frutos.

As pesquisas da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), em conjunto


com o Projeto Bichos do Pantanal, revelaram que o pacu exerce um papel muito
importante na região: ele dispersa (espalha) as sementes das árvores através dos
rios. Interessante, não é?

Na época da cheia, estes peixes conseguem penetrar mais próximo das matas
onde as árvores frutificam, comem os frutos e espalham as sementes (através
das fezes) para outras regiões. A correnteza d’água até consegue lançar essas
sementes rio abaixo, mas apenas os peixes como o pacu têm o potencial de
transportar as sementes rio acima e pelas laterais dos rios.

O pacu faz uma migração para se reproduzir, conhecida como Piracema. Ele per-
corre longas distâncias rio acima até encontrar locais adequados para desovar.

23
O dourado O pintado
(Salminus brasiliensis) (Pseudoplatystoma corruscans)

De cor amarelo-dourado e nadadeiras O pintado não tem escamas, ele é um


alaranjadas, o dourado é um peixe peixe de couro! Foi o seu padrão de
predador e voraz. Ele é conhecido pintas, com manchas negras redondi-
como o rei do rio. As escamas do cor- nhas distribuídas pelo corpo, que lhe
po são bem peculiares, com pontos rendeu este nome. Ele é um grande ba-
escuros formando longas linhas da gre que habita as profundezas dos rios
cabeça à cauda. Esse peixe gosta de e baías. Carnívoro, o pintado se ali-
águas rápidas, como as corredeiras, menta principalmente de outros peixes.
e nada em cardumes. Realiza grandes
migrações para desovar e pode atingir Ele também realiza migrações (a Pira-
25 quilos e até um metro de compri- cema) para a sua reprodução e pode
mento. Ver um dourado saltando do medir mais de um metro e chegar a 50
rio é uma das cenas mais belas do quilos. No passado, era comum en-
Pantanal. Esse peixe, incrivelmente contrar, nos mercados de peixes, pin-
forte, consegue saltar mais de um tados de até 1,80 metros. Já imaginou
metro para fora da superfície d’água. o banquete?

24
A piranha A traíra
(Pygocentrus nattereri) (Hoplias malabaricus)

Sem dúvida as piranhas, que também A traíra tem dentes desiguais, um


são da família Characidae, são famo- focinho agudo e a cabeça com três
sas e temidas. Considerado o peixe listras atrás dos olhos. As nadadeiras
mais voraz do Pantanal, mesmo não têm pontos escuros, ela pode medir
sendo muito grande - tem no máximo até meio metro de comprimento e pe-
35 centímetros - essa espécie nada sar três quilos.
em grandes cardumes e pode atacar
qualquer animal. A traíra também é uma espécie carní-
vora que se alimenta de outros peixes,
Elas são carnívoras, de corpo com- de rãs e de insetos. É um animal ter-
primido e dentes cortantes. Habitam ritorialista e pode tornar-se agressivo
todos os ambientes aquáticos da re- quando invadem o seu espaço, princi-
gião, como o leito do rio, as baías e os palmente enquanto está cuidando de
corixos. É um peixe que merece muita seus ovos até estes eclodirem e os
atenção e pesquisa para compreen- alevinos nascerem. Não é tão rápida
dermos mais sobre a sua importância e voraz como a piranha e vive solitária
e descobrirmos se elas realmente me- nas águas paradas de lagos, represas
recem a fama de agressivas. e rios.

25
O paraíso
das aves
A diversidade de aves é um dos
grandes atrativos para os mi-
lhares de turistas que visitam o
Pantanal. As listas dos órgãos
ambientais brasileiros reco-
nhecem aproximadamente
500 espécies diferentes na
região. As aves promovem
um verdadeiro festival de
cores e formas variadas na
paisagem pantaneira, indo
das deslumbrantes araras
até as discretas garças.

Até aqui, já visitamos alguns


bichos que vivem nas margens
e nas águas dos rios, agora
chegou a hora de encontrarmos
os habitantes alados do Pantanal!

Sair da sala de aula e contemplar a


natureza, praticando o que chamam
de “observação de aves” ou birdwa-
tching, como é o termo conhecido
pelos turistas, é a melhor forma de
realizar essa instigante atividade.

O grande desafio é usar as aves lis-


tadas nesta cartilha e tentar encontrá-
-las no meio ambiente. Quantas destas
espécies você consegue reconhecer?

26
Guia básico para observação de aves do Projeto Bichos do Pantanal

Anu-preto Aracuã-do-pantanal Arara-azul-grande


Crotophaga ani Ortalis canicollis Anodorhynchus hyacinthinus

Batuíra-de-esporão Beija-flor-tesoura Bem-te-vi


Vanellus cayanus Eupetomena macroura Pitangus sulphuratus

Biguatinga Cabeça-seca Cavalaria


Anhinga anhinga Mycteria americana Paroaria capitata

Carão Colhereiro Curica


Aramus guarauna Platalea ajaja Amazona amazonica

27
Guia básico para observação de aves do Projeto Bichos do Pantanal

Garça-branca-grande Gavião-belo Garça-moura


Ardea alba Busarellus nigricollis Ardea cocoi

Garça-real Gavião-caboclo Gavião-carijó


Pilherodius pileatus Buteogallus meridionalis Rupornis magnirostris

Jaçanã Japacanim João-de-barro


Jacana jacana Donacobius atricapillus Icterus croconotus

João-pinto Martim-pescador-verde Periquito-rei


Furnarius rufus Chlooceryle amazona Aratinga aurea

28
Guia básico para observação de aves do Projeto Bichos do Pantanal

Pombão Quero-quero Sabiá-gongá


Columba picazuro Vanellus chilensis Saltator coerulescens

Seriema Socozinho Suriri


Cariama cristata Butorides striatus Tyrannus melancholicus

Tachã Talha-mar Trinta-réis-grande


Chauna torquata Rynchops niger Phaetusa simplex

Tucanuçu Tuiuiú Urubu-de-cabeça-preta


Ramphastos toco Jabiru mycteria Coragyps atratus

29
Ser pantaneiro é
preservar o Pantanal
Há tanta vida e diversidade... Será que os homens também fazem parte do Pan-
tanal? É claro que sim! Pantaneiro é o nome dos habitantes dessa região, pois a
sua vida depende das diferentes fases e ciclos d’águas: cheia, vazante, estiagem e
enchente. A cultura pantaneira, como a música e as festas religiosas de santos, é
transmitida há séculos entre gerações.

Mas, o pantaneiro não é apenas o integrante das populações tradicionais que vi-
vem dos recursos naturais, como a pesca, plantas medicinais, criação de gado e
agricultura. Todos os moradores da região (inclusive as crianças) são pantaneiros,
pois pertencem ao Pantanal! Mesmo nas cidades a vida está conectada com as
aves, as árvores e os animais. A responsabilidade de cuidar do Pantanal também
pertence a todos os seus moradores.

Muitos dos animais que encontramos nesta cartilha estão ameaçados de extinção
e podem desaparecer para sempre. O crescimento não planejado das cidades, o
desmatamento e a poluição dos rios, por esgoto e agrotóxicos, são as principais
ameaças à vida no Pantanal.

Plantar árvores nativas nas regiões desmatadas, combater o desflorestamento e


a caça, apoiar o planejamento das cidades e pressionar para implantarem o tra-
tamento de esgoto nos municípios são algumas das ações que os pantaneiros
podem por em prática para salvarem o Pantanal. Conhecer para preservar é outro
importante caminho!

30
Referências

AB’SÁBER, Aziz. Brasil, paisagens de exceção: o litoral e o Pantanal Mato-Grossense, patri-


mônios básico. Ateliê Editorial, 2006.
ADÁMOLI, Jorge. Fitogeografia do Pantanal. In: Simpósio Sobre Recursos Naturais e Socio-
econômicos do Pantanal. Embrapa, 1984.
BRITSKI, H. A.; SILIMON K Z. S & LOPES, B. S. Manual de identificação de peixes do Panta-
nal. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2007.
CAMPOS, Zilca, Llobet, A., Piña, C.I. and Magnusson, W.E. Yacare Caiman Caiman yacare.
lUNC: Crocodile Specialist Group, 2010.
CARVALHO, N.O.. Hidrologia da Bacia do Alto Paraguai: SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NA-
TURAIS E SOCIOECONÔMICOS DO PANTANAL. EMBRAPA-DDT, 1984.
CBRO- COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS. Lista de Aves do Brasil,
11a edição.
JUNK, W.J., C.N. Cunha, K.M. Wantzen, P. Petermann, C. Strüssmann, M.I. Mar- ques& J.
Adis. Biodiversity and its conservation in the Pantanal of Mato Grosso. Brazil. Aquatic Scien-
ce, 2006.
JUNK, W. J.; DA SILVA, C. J. O conceito do pulso de inundação e suas implicações para o
Pantanal de Mato Grosso. Simpósio sobre recursos naturais e sócio-econômicos do panta-
nal. Embrapa Pantanal, 1999.
MORATO, Ronaldo Gonçalves org. Manejo e conservação de carnívoros neotropicais. Ibama,
2006.
MUNIZ, C. C. Avaliação do pulso de inundação sobre a riqueza e biodiversidade de peixes em
ambiente inundável no sistema de baías Caiçara, porção norte do Pantanal Matogrossense,
Alto Paraguai. UFSCar, 2010.
OLIVEIRA-JUNIOR, E. S.; Buhler, Bárbara Ferraz; MUNIZ, C. C.; Furlan, A. O. . Córregos urba-
nos do município de Cáceres-MT, Brasil: um olhar para a conservação. Revista Eletrônica em
Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 2013.
OLIVEIRA-JUNIOR, E. S.; BUTAKKA, C. M. M.; MUNIZ, C. C.; SILVA, C. J.. A influência do
pulso de inundação na ecolimnologia de baías pantaneiras: um estudo para a compreensão
da dinâmica da Biodiversidade. Holos Environment, 2013.
PERLO, van Ber. A Field Guide to the Birds of Brazil. Oxford University Press, 2009.
SILVA, Carolina Joana da. No ritmo das águas do Pantanal. Edusp, 1995.
SIGRIS, Tomas. Guia de Campo: Avifauna Brasileira. Avis Brasilis, 3ª edição, 2013

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http://www.mma.gov.br/biomas/pantanal. Acessado em 01/09/2014.
http://www.ibama.gov.br/documentos/lista-de-especies-ameacadas-de-extincao.
Acessado em 01/09/2014.
http://www.bichosdopantanal.org. Acessado em 01/09/2014.

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Atividades Bichos do Pantanal
Tema 1: Um mar de palavras sobre o Pantanal.
Exercício 1.

O QUE É? O QUE É? O QUE É? O QUE É?

No alto das árvores catando cocos, Na água tranquilo pode me ver.


faço meus ninhos em lugares ocos. Com grandes dentes posso morder.
Azul é uma das minhas cores, Começa com nome de fruta meu nome.
sou colorida como as flores. Embaixo do rio meu corpo some.
Meu nome é como um espelho diferente, Fico próximo do aguapé,
pode ser lido de frente pra trás, logo eu sou o ...
de trás pra frente.
Resposta: Arara Resposta: Jacaré

Exercício 2.

Pesquise na cartilha sobre as origens do Pantanal e descreva ou desenhe o quê o


Pantanal é para você.

32
Exercício 3.

Ajude a onça-pintada a encontrar no quadro os nomes relacionados ao Pantanal


que estão na lista.

1. Pantanal
2. Aguapé
3. Jacaré
4. Dourado
5. Tuiuiú
6. Lontra
7. Pantaneiro
8. Sucuri
9. Tucanaçu
10. Pacu
11. Ipê
12. Camalote
13. Onça-pintada

T U C A N A Ç U S Y E T
P A N T A N A L Z D F U
C D I P E C Z O A I M I
A H K E A D B N S R J U
M L U P Z S E Ç M J Y I
A G U A P E E A D A S U
L O N T R A O P A C U X
O C W D T J U I P A C C
T X B O J M G N I R U E
E S S U Z C M T Ç E R R
Z C M R B S D A O E I A
S J D A K N J D F R Z D
D A C D Z B P A C U C B
N Y Ç O Z N F A F Z U O
T K P A N T A N E I R O

33
Exercício 4.

Crie um desenho inspirado na poesia do escritor Manoel de Barros.

Águas

“Desde o começo dos tempos águas e chão se amam.


Eles se entram amorosamente
E se fecundam.
Nascem formas rudimentares de seres e de plantas
Filhos dessa fecundação.
Nascem peixes para habitar os rios
E nascem pássaros para habitar as árvores.
Águas ainda ajudam na formação das conchas e dos caranguejos.
As águas são a epifania da Natureza.
Agora penso nas águas do Pantanal
Nos nossos rios infantis
Que ainda procuram declives para correr.
Porque as águas deste lugar ainda são espraiadas para o alvoroço dos pássaros.
Prezo os espraiados destas águas com as suas beijadas garças.
Nossos rios precisam de idade ainda para formar os seus barrancos
Para pousar em seus leitos (...)”

34
Tema 2: Você é Pantaneiro?
Exercício 1.

Esta é a sua carteirinha de observador do Pantanal e de pantaneiro. Anote os


animais do Pantanal que você vê: aves, mamíferos, répteis, peixes. Pode ser na
sua cidade, no rio ou nas matas. Não tem tempo definido para preencher e pode
guardar por muito, muito tempo e ir preenchendo aos poucos. Se preferir, pode
também desenhar os animais.

35
Exercício 2.

Qual parte do Pantanal você reconhece na sua casa ou vizinhança? Desenhe


ou escreva um texto sobre o tema.

Exercício 3.

Converse com algum parente (avós ou pais) ou vizinho, e peça para ele contar
uma história sobre o Pantanal de sua infância. Descreva, em texto ou desenho,
o que ele lhe contou.

36
Tema 3: O rio Paraguai.
Exercício 1.

Desenhe e pinte o rio Paraguai e os animais que vivem nele.

Exercício 2.

Crie uma poesia, ou desenho, sobre a importância do rio Paraguai para você.

37
Tema 4: Os animais do Pantanal.
Exercício 1.

Qual foi o primeiro animal do Pantanal que você conheceu? Escreva uma poesia,
ou texto, sobre ele.

Exercício 2.

Com base nos textos da página 22, descreva ou desenho o quê você entendeu sobre a
importância dos peixes para a as árvores do Pantanal!

38
Exercício 3.

Você é um artista! Pinte a linda pelagem, desenhe as manchas, o couro e as coloridas


penas desses animais do Pantanal.

39
Exercício 4.

Código secreto. Troque os números pelas letras e descubra algo que a onça-
pintada tem a dizer.

1. A - 2. C - 3. E - 4. H - 5. N - 6. O - 7. P - 8. R - 9. S - 10. V

2 6 5 4 3 2 3 8

7 1 8 1

7 8 3 9 3 3 10 1 8
Resposta: Conhecer para preservar.

Exercício 5.

O tuiuiú é uma ave muito comum no


nosso Pantanal e muito bela. Vamos
pintar suas cores.

40
Exercício 6.

Com base nos textos das páginas 12 e 13, descreva (em texto ou desenho) o que você
entendeu sobre a importância da onça-pintada para o Pantanal.

Exercício 7.

Do que se alimenta a onça-pintada? Escreva ou desenhe os animais que são caçados


por esse felino.

41
Exercício 8.

Escreva uma poesia ou redação sobre a sua ave preferida do Pantanal.

Exercício 9.

Pesquisa na cartilha sobre a diferença entre lontras e ariranhas. Escreva um texto ou


desenho sobre esses animais.

42
Tema 5: Vamos cuidar do Pantanal?
Exercício 1.

Vamos colher sementes, folhas ou flores dos Ipês do Pantanal? Cole aqui
e identifique a parte dessa árvore que você conseguiu encontrar

Exercício 2.

Desenhe sobre as ameaças que podem destruir o Pantanal.

Exercício 3.

Vamos criar um teatro sobre como os pantaneiros podem ajudar a preservar o Pantanal?
(A partir de discussões em sala de aula).

43
Realização:

patrocínio:

www.bichosdopanatnal.org
www.facebook.com/bichosdopantanal
twitter.com/BichosPantanal

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