3 e 5. Crescimento e Desenvolvimento

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PEDIATRIA E CRIANÇA SAUDÁVEL

Aula 03 e 05. Crescimento e Desenvolvimento


Prof. Áurea Christina

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM  DESENVOLVIMENTO INFANTIL: modificações


funcionais das células, tecidos e órgãos, que implica
 Conhecer os parâmetros de avaliação do crescimento e
em aquisição e aperfeiçoamento de funções.
desenvolvimento infantil.
 Aquisição de novas funções e habilidades ou o seu
 Conhecer os gráficos de acompanhamento do aperfeiçoamento.
desenvolvimento infantil e saber plotar os dados da  Como avaliá-lo? Tempo x Ganho de capacidade.
criança nos mesmos.
 Ex.: Sustento cefálico → entre 2 e 4 meses.
 Compreender as curvas de crescimento e sua aplicação  Não há uma unidade de desenvolvimento, mas sim
na prática clínica. uma especialização de funções que irão acontecer ao
 Compreender a importância do uso da caderneta de longo do tempo.
saúde da criança no acompanhamento infantil.  É um processo multifatorial, resultado da
combinação de fatores biológicos, ambientais,
O ACOMPANHAMENTO PEDIÁTRICO familiares e sociais, de risco ou de proteção, que
 De acordo com as recomendações do Ministério da culminam num desenvolvimento único e peculiar.
Saúde, as consultas pediátricas deverão ocorrer com a
seguinte periodicidade:  “Casa criança tem o seu tempo” → É uma “meia”
 1ª semana de vida, 1 mês, 2 meses, 4 meses, 6 verdade.
meses, 9 meses, 12 meses, 18 meses, 24 meses e  Para cada marco de desenvolvimento, existe um
36 meses. intervalo no qual ele deve acontecer, porém se
 Após os 2 anos de vida, as consultas da puericultura ultrapassar o limite máximo e a criança não adquiriu
poderão ser feitas anualmente, preferencialmente a habilidade, não podemos justificar com “cada
próximas ao mês de aniversário. criança tem o seu tempo” e sim que ela está atrasada
quanto a esse marco de desenvolvimento.
 É importante que em todas as consultas o pediatra  Entre 10 meses e 1 ano e 6 meses é esperado que a
observe: criança fale as primeiras palavras.
 Crescimento: peso, altura e perímetro cefálico (este  Independente se os pais falaram cedo ou tarde,
até dois anos); uma criança com mais de 1 ano e meio que nunca
 Desenvolvimento neuropsicomotor: conduta falou deve ser considerada com atraso no
motora grosseira, conduta motora fina, conduta desenvolvimento da fala. → Investigar porque
adaptativa, conduta de linguagem e conduta não consegui atingir esse marco.
pessoal-social;
 Alimentação da criança;  INTEGRAÇÃO DOS FATORES DE CRESCIMENTO:
 Vacinas;  A herança é o “motor do crescimento”, balizadora do
 Prevenção de acidentes; caminho a ser percorrido: em condições ambientais
 Identificação de problemas e riscos para a saúde. normais, ninguém ficará aquém ou irá além do ponto
final determinado pela herança, ou seja, tem a
questão da genética, mas o ambiente exerce também
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO papel fundamental.
 São fenômenos diferentes em sua concepção
fisiológica, paralelos em seu curso, e integrados em FATORES QUE INFLUENCIAM O C&D
seu significado; poder-se ia dizer que são 2 fenômenos
 Genéticos. Nutricionais. Doenças agudas repetidas
em um só.
ou crônicas. Fatores ambientais, sociais e
econômicos. Sistema neuroendócrino.
DEFINIÇÕES
 CRESCIMENTO: modificação física como peso,  Fatores extrínsecos como alimentação adequada,
volume e tamanho dos tecidos e dos órgãos, em estímulos biopsicossociais e atividade física, assim
decorrência da alteração no número e no volume de como fatores intrínsecos (genética, sistema
suas células. neuroendócrino), vão apresentar influências
 Alterações físicas (de tamanho, proporções e profundas e marcantes tanto no crescimento quanto no
forma) que vão ocorrendo com a idade. desenvolvimento de uma criança.
 É o processo de aumento da massa corporal; é a  Diversas doenças, sejam elas de natureza carencial
expressão macroscópica da hiperplasia e hipertrofia (desnutrição, violência física, psicológica, sexual,
celulares. negligência), genéticas (cromossomopatias,
 Como avaliá-lo? Peso e altura. mutações variadas), neoplásicas, infecciosas,
 Medidas: kg/mês, kg/ano, cm/mês, cm/ano → inflamatórias, podem influenciar negativamente o
Mensura o aumento de unidade de massa em crescimento e/ou o desenvolvimento.
unidade de tempo.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


CRESCIMENTO INFANTIL AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
 Vale a pena relembrar que quando empregamos a
TIPOS DE CRESCIMENTO palavra "crescimento" ela se refere ao aumento de peso
e estatura de uma criança ao longo do tempo.
 O crescimento somático não ocorre de forma
homogênea ao longo do tempo. Perímetro
 Existem fases de crescimento mais intenso e fases de Idade Peso Estatura
cefálico
crescimento constante. Recém-
 A primeira fase de crescimento intenso, que se nascido 3.400 g 50 cm 35 cm
estende da vida intrauterina até os 2 anos de idade, a termo
é determinada pela nutrição da criança. 1ª Perde 10% do
 Nessa fase, o potencial genético e o hormônio de semana peso ao nascer
crescimento parecem não ter grande importância e 3,5
o peso é um bom avaliador isolado do crescimento. 0-3 meses 30 g/dia 2 cm/mês
cm/mês
3-6 meses 20 g/dia 2 cm/mês 1 cm/mês
 Dos 2 anos de idade até a puberdade, temos uma
Duplica o peso
fase de crescimento regular, relativamente 4º mês
do nascimento
homogêneo.
1,5
 O potencial genético e o hormônio do 6-9 meses 15 g/dia
cm/mês
0,5 cm/mês
crescimento são os principais determinantes dessa
9-12 1,2
fase: a criança entra no seu canal de crescimento. 12 g/dia 0,5 cm/mês
meses cm/mês
Triplica o peso do
 Quando chega a puberdade, outra fase de 1 ano
nascimento
crescimento rápido se instala.
 Os hormônios sexuais e o hormônio de 12,5
1-2 anos 2,5 kg/ano 2 cm/ano
cm/ano
crescimento são responsáveis pelo aumento da
velocidade de crescimento. 7a8
2-5 anos 2 kg/ano
cm/ano
2 anos e 6 Quadruplica o peso do
meses nascimento
4 anos 20 kg 1m
6-7 2-3 cm em 5
6-11 anos 3-3,5 kg/ano
cm/ano anos
Estirão do crescimento 8,3
feminino cm/ano
Estirão do crescimento 9,5
masculino cm/ano
Fase puberal final 1-1,5 cm/ano por 3 anos

 Em geral, é dito que a criança dobra o peso de


nascimento aos 4-5 meses, triplica aos 12 meses e
quadruplica com 2-2 anos e seis meses.
 0-3 meses → crescimento mais intenso
 A medida que a criança se torna mais velha, há uma
desaceleração do crescimento.

 O termo comprimento é usado para determinar o


crescimento linear em crianças de até 2 anos.
 A partir dos dois anos, usamos o termo altura.
 A "estatura", por sua vez, faz referência a ambos os
termos.

O crescimento do tecido neural é próprio: a maior  Perímetro cefálico (PC): é uma medida que
velocidade de crescimento se dá no primeiro ano de vida. representa o crescimento do cérebro.
Uma forma de se avaliar o crescimento neural é a  Nos primeiros meses de vida é muito útil para
monitorização do perímetro cefálico que deve ser identificação de desvios do desenvolvimento
realizada até os dois anos. O tecido linfoide cresce pouco neurológico.
no primeiro ano, porém cresce rapidamente em seguida,
involuindo após a puberdade.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


 Avaliação antropométrica obrigatória nas  Fatores extrínsecos:
consultas pediátricas:  Fatores ambientais e condições
 Peso FATORES
psicossociais.
 Comprimento até os 2 anos PÓS-
 Fatores intrínsecos (da criança):
 Altura após os 2 anos NATAIS
 Fatores genéticos.
 Alvo genético:  Sistema endócrino.
 Sexo masculino = altura do pai (cm) + altura da
mãe (cm) + 13/2 → variação de ± 5 a 10 cm
 Sexo feminino = altura do pai (cm) + altura da
COMO INTERPRETAR AS CURVAS DE CRESCIMENTO
mãe (cm) - 13/2 → variação de ± 5 a 10 cm  CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA / PASSAPORTE
 Velocidade de crescimento (intervalo mínimo de 6 DA CIDADANIA:
meses entre as medidas)  Monitorização do crescimento e desenvolvimento.
 Perímetro cefálico até os 2 anos  Gráficos.
 Índice de massa corpórea (IMC) para a  Orientações para os pais.
classificação do estado nutricional
 Perímetro abdominal na presença de sobrepeso e  PERCENTIL X SCORE Z: são as medidas para expressar
obesidade a situação nutricional e de desenvolvimento do
 Idade óssea na baixa estatura indivíduo.

CANAL FAMILIAR: PREVISÃO DA ESTATURA FINAL

DADOS RELEVANTES NA ANAMNESE


 Se adoece muito.
 Como é a alimentação e o sono.
 Prática de esportes
 Dados da gestação, parto e período neonatal  GRÁFICO DE PESO POR IDADE (ESCORE Z):
 Intercorrências importantes na saúde. adotado e recomendado pela ONU.
 Medicações em uso.  Mais específicas, detectam com mais precisão
 Diagnósticos prévios. aqueles casos que estão mais gravemente
 Histórico familiar (estatura dos pais, biotipos, doenças relacionados com situações de risco nutricional.
crônicas).  Criança acima do escore +3 → Anormal, acima do
 Vacinação. esperado (obesidade).
 Criança abaixo do escore -3 → Anormal, abaixo
 INFECÇÃO DE VIAS AÉREAS EM ESCOLAR: do esperado (desnutrição).
 Criança pode ter até em torno de 6 a 8 infecções de  O escore Z é um valor que afere a distância em
via aérea e ser considerado “normal”, desde que não desvio-padrão que a medida de um paciente se
esteja evoluindo com complicações. encontra da média da população de mesma idade e
 Comum: resfriado, gripe → tosse, espirro, febre de sexo para peso, estatura e perímetro cefálico, por
no máximo 3 dias, coriza. exemplo.
 Complicações: cansaço, otite, amigdalite, sinusite →  Um escore Z positivo indica que a criança está acima
investigar se existe algo que predispõe essa criança da média da população;
a infecções mais graves.  Já um escore Z negativo corresponde a um valor
 Escola: suscetibilidade a doenças, alterações de abaixo da média.
alimentação e sono, adaptação escolar.  O valor de escore Z 0 (zero) representa a média
 Um valor de escore Z entre 2DP a -2DP se apresenta
FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO dentro da normalidade.
 O uso do score-z vem sendo estimulado pela OMS,
 Fatores extrínsecos: permitiria uma padronização e uma maior
FATORES  Fatores inerentes a gravidez. comparabilidade entre as estatísticas de
PRÉ-  Fatores intrínsecos (da mãe): desenvolvimento infanto juvenil dos diferentes
NATAIS  Fatores genéticos. países.
 Sistema endócrino.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


 Peso para Idade 2 a 5 anos:  Ex.: Você pode ter uma criança com P95 que iríamos
 Peso elevado para idade > escore-z +2 | suspeitar de obesidade, mas as vezes ela está apenas
 Peso adequado para idade ≥ escore-z -2 e ≤ escore-z em risco para obesidade → podemos fazer uma
+2 interpretação errada.
 Baixo peso para idade ≥ escore-z -3 e < escore-z -2 |  O que significa dizer que a criança tem o peso (ou
 Muito baixo peso para idade < escore-z -3 estatura) classificado no percentil 25? ou no
percentil 75?
 Analogia da fila → Criança com o peso no P25
significa que ela estaria em 25º de uma fila com 100
crianças, tem 75 crianças acima dela e 24 abaixo
dela.
 Crianças > P97 ou < P3: há maior probabilidade de
uma anormalidade ou doença, mas não é tão
específico quanto o score Z.

 Estatura para Idade 2 a 5 anos:


 Estatura adequada para idade ≥ escore-z -2 |
 Baixa estatura para idade ≥ escore-z -3 e < escore-z
-2 |
 Muito baixa estatura para idade < escore-z -3

Linha verde (Z0): valor da mediana.


Linhas positivas (+1; +2; +3): acima da linha verde.
Linhas negativas (-1; -2; -3): abaixo da linha verde.

 GRÁFICO DE PESO POR IDADE ( PERCENTIL): não


é mais usado na caderneta atual.
 Tendem a ser mais sensíveis, mais abrangentes.
Indicam que as crianças podem estar apenas
próximas de uma situação de risco, mas não
necessariamente em risco nutricional.
 Cada percentil representa a posição que aquele
valor ocupa na distribuição ordenada dos valores
considerados.
 Peso no percentil 30 significa que 30% das crianças
daquele mesmo sexo e idade têm o peso abaixo,
enquanto 70% têm o peso acima.  IMC para Idade 2 a 5 anos:
 O percentil 50 é o ponto central (mediana) na série  Obesidade > escore-z +3 |
de valores crescentes.  Sobrepeso > escore-z +2 e ≤ escore-z +3 |
 P50 seria equivalente ao Z0. As demais linhas teriam  Risco de sobrepeso > escore-z +1 e ≤ escore-z +2
uma equivalência aproximada, mas não exata.  Eutrofia ≥ escore-z -2 e ≤ escore-z +1 |
 Magreza ≥ escore-z -3 e < escore-z -2 |
 Magreza acentuada < escore-z -3

Explicação: Imagine uma fila com 100 crianças. A 50ª


seria a P50. A 97ª seria a P97, ou seja, das 100 crianças,
só existiriam 3 com um peso maior do que ela.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO
 O estudo do desenvolvimento compreende alguns
domínios de função interligados, quais sejam:
sensorial, motor (geralmente subdividido em
habilidades motoras grosseiras e habilidades motoras
finas), da linguagem, social, adaptativo, emocional e
cognitivo
 No Brasil, a Caderneta de Saúde da Criança, utilizada
para o registro dos atendimentos nos serviços de
saúde, disponibiliza uma sistematização para a
vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de
idade.
 Essa ferramenta permite acompanhar a aquisição
dos principais marcos do desenvolvimento.
 Além disso, com base na presença ou ausência de
PREMATURO (< 37 SEMANAS) - ESCALA DE FENTON alguns fatores de risco e de alterações fenotípicas, a
 Novidade na nova caderneta. caderneta orienta para tomadas de decisão.
 Quando a criança nasce prematura, a medida e a
aferição nos gráficos deve ser de acordo com a idade
CONDUTA E DESENVOLVIMENTO
corrigida.  1. Conduta adaptativa: compreende as reações da
 Usa-se essa escala até que ele complete 40 semanas criança frente aos estímulos apresentados (ex.: bola,
(número convencionado), podendo então passar a usar argola, chocalho, cubos), e que dependem da interação
o gráfico normal do nascimento aos 5 anos, marcando da sua capacidade motora, sensorial, de coordenação e
a partir da idade 0. cognitiva para adequada exploração e aprendizagem.
 Usa a escala normal com a idade corrigida.  É considerada a conduta precursora da inteligência,
 Um bebê que nasceu com 32 semanas vai ser visto aquela na qual é avaliada a capacidade da criança em
sempre com 8 semanas de vida a menos no gráfico "resolver" problemas e aprender a partir de novas
comum. experiências.
 Por exemplo, ao mostrar um chocalho ao lactente de
Curvas Internacionais de Crescimento para Crianças quatro meses, espera-se que ele leve a mão à linha
Nascidas Pré-Termo média para observar o objeto, podendo levá-lo à
boca para iniciar a exploração.

 2. Conduta motora fina: compreende as habilidades


cada vez mais precisas e específicas com o uso da mão
e dedos, garantindo-lhe a exploração cada vez mais
delicada do objeto.
 É muitas vezes estudada juntamente com a conduta
adaptativa.
 Por exemplo, espera-se que um lactente tenha uma
pega palmar aos quatro meses, uma pega radial aos
sete meses, e uma pega em pinça (oposição entre o
polegar e o indicador) aos 12 meses.

 3. Conduta motora grosseira: compreende as


habilidades motoras gerais, como sustentar cabeça,
tronco, sentar-se, rolar, engatinhar, andar, pular e
assim por diante.
 Também é uma conduta dependente da interação
das vias motoras centrais e periféricas, assim como
órgãos dos sentidos especiais e vias de equilíbrio.

 4. Conduta de linguagem: refere-se à capacidade de


compreender e exprimir sensações e pensamentos.
Inclui as reações de comunicação não verbal (ex.:
sorriso, riso alto, choro, apontar, expressões faciais) e
verbal (sons guturais, balbucio, lalação, primeiras
palavras, frases, histórias).

Peso (kg) | Comprimento (cm) | Perímetro cefálico (cm)

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


 5. Conduta pessoal-social: refere-se às reações da  Os quadrados marcados correspondem ao tempo
criança frente às outras pessoas (mãe, pai, examinador, esperado para o desenvolvimento daquele marco. Se
brincadeiras com outras crianças) e frente às situações chegou na parte branca e o bebê não se desenvolveu →
de vida diária (alimentação, sono, higiene, vestimenta, configura um atraso → fazer investigação do motivo.
controle esfincteriano).  Cabeça simétrica com o corpo: 2 aos 5 meses.
 Sustento cefálico: 2 e 4 meses.
 Sentar sem nenhum apoio: 5 aos 10 meses.

Marcos do Desenvolvimento do Nascimento aos 6 Meses


Idade Marcos Como pesquisar
Postura: pernas e braços
Deite a criança em superfície plana, de costas com a barriga para cima; observe
fletidos, cabeça
se seus braços e pernas ficam flexionados e sua cabeça lateralizada.
lateralizada
Posicione seu rosto a aproximadamente 30 cm acima do rosto da criança.
Observa um rosto
Observe se a criança olha para você, de forma evidente.
1 mês
Fique atrás da criança e bata palmas ou balance um chocalho a cerca de 30 cm
Reage ao som de cada orelha da criança e observe se ela reage ao estímulo sonoro com
movimentos nos olhos ou mudança da expressão facial.
Coloque a criança de bruços (barriga para baixo) e observe se ela levanta a
Eleva a cabeça
cabeça, desencosta o queixo da superfície, sem virar para um dos lados.
Sorria e converse com a criança; não lhe faça cócegas ou toque sua face. Observe
Sorri quando estimulada
se ela responde com um sorriso.
2º Abre as mãos Observe se em alguns momentos a criança abre as mãos espontaneamente.
mês Observe se a criança emite algum som, que não seja choro. Caso não seja
Emite sons
observado pergunte ao acompanhante se faz em casa.
Movimenta os membros Observe se a criança movimenta ativamente os membros superiores e inferiores.
Fique à frente do bebê e converse com ele. Observe se ele responde com sorriso
Responde ativamente ao
e emissão de sons como se estivesse “conversando” com você. Pode pedir que a
contato social
mãe o faça.
Ofereça um objeto tocando no dorso da mão ou dedos da criança. Esta deverá
Segura objetos
3-4º abrir as mãos e segurar o objeto pelo menos por alguns segundos.
mês Fique à frente da criança e converse com ela. Observe se ela emite sons (gugu,
Emite sons, ri alto
eeee, etc), veja se ela ri emitindo sons (gargalhada).
Levanta a cabeça e apoia- Coloque a criança de bruços, numa superfície firme. Chame sua atenção a frente
se nos antebraços, de com objetos ou seu rosto e observe se ela levanta a cabeça apoiando-se nos
bruços antebraços.
Coloque um objeto ao alcance da criança (sobre a mesa ou na palma de sua mão)
Busca ativa de objetos
chamando sua atenção para o mesmo. Observe se ela tenta alcançá-lo.
Leva objetos a boca Ofereça um objeto na mão da criança e observe se ela o leva a boca.
5-6º Faça um barulho suave (sino, chocalho, etc.) próximo à orelha da criança e
mês Localiza o som observe se ela vira a cabeça em direção ao objeto que produziu o som. Repita no
lado oposto.
Coloque a criança em superfície plana de barriga para cima. Incentive-a a virar
Muda de posição (rola)
para a posição de bruços

Marcos do Desenvolvimento dos 6 Meses a 1 Ano e Meio


Idade Marcos Como pesquisar
Coloque-se à frente da criança e brinque de aparecer e desaparecer, atrás de um pano
Brinca de esconde-
ou de outra pessoa. Observe se a criança faz movimentos para procurá-lo quando
achou
desaparece, como tentar puxar o pano ou olhar atrás da outra pessoa.
7-9º Transfere objetos Ofereça um objeto para que a criança segure. Observe se ela o transfere de uma mão
mês de uma mão para para outra. Se não fizer, ofereça outro objeto e observe se ela transfere o primeiro
outra para outra mão.
Observe se a criança fala “papá”, “dadá”, ”mamã”. Se não o fizer, pergunte a mãe se o
Duplica sílabas
faz em casa.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


Coloque a criança numa superfície firme, ofereça-lhe um objeto para que ela segure e
Senta-se sem apoio
observe se ela fica sentada sem o apoio das mãos para equilibrar-se.
Faça algum gesto conhecido pela criança como bater palmas ou dar tchau e observe
Imita gestos
se ela o imita. Caso ele não o faça, peça a mãe para estimulá-la.
Coloque próximo à criança um objeto pequeno ou uma bolinha de papel. Chame
Faz pinça atenção da criança para que ela o pegue. Observe se ao pegá-lo ela usa o movimento
10-12º de pinça, com qualquer parte do polegar associada ao indicador.
mês
Observe se a criança produz uma conversação incompreensível consigo mesma, com
Produz “jargão” você ou com a mãe (jargão). Caso não seja possível observar, pergunte se ela o faz em
casa.
Anda com apoio Observe se a criança consegue dar alguns passos com apoio.
A criança indica o que quer sem que seja por meio do choro, podendo ser através de
Mostra o que quer palavras ou sons, apontando ou estendendo a mão para alcançar. Considerar a
informação do acompanhante.
Coloque três blocos e a caneca sobre a mesa, em frente à criança. Estimule-a a colocar
Coloca blocos na
13-15º os blocos dentro da caneca, através de demonstração e fala. Observe se a criança
caneca
mês consegue colocar pelo menos um bloco dentro da caneca e soltá-lo.
Observe se durante o atendimento a criança diz pelo menos uma palavra que não seja
Diz uma palavra nome de membros da família ou de animais de estimação. Considere a informação do
acompanhante.
Anda sem apoio Observe se a criança já anda bem, com bom equilíbrio, sem se apoiar.
A criança usa colher ou garfo, derramando pouco fora da boca. Considere a
Usa colher ou garfo
informação do acompanhante.
Constrói torre de 2 Observe se a criança consegue colocar um cubo sobre o outro sem que ele caia ao
cubos retirar sua mão.
16-18º
mês Observe se durante o atendimento a criança diz três palavras que não sejam nome de
Fala 3 palavras membros da família ou de animais de estimação. Considere a informação do
acompanhante.
Peça à criança para abrir uma porta ou gaveta e observe se ela dá dois passos para
Anda para trás
trás sem cair.

Marcos do Desenvolvimento de 1 Ano e Meio a 3 Anos e Meio


Idade Marcos Como pesquisar
Observe se criança é capaz de remover alguma peça de roupa, tais como: sapatos que
Tira roupa exijam esforço para sua remoção, casacos, calças ou camisetas. Considerar informação
do acompanhante.
19-24º Constrói torre de Observe se a criança consegue empilhar três cubos sem que eles caiam ao retirar sua
mês 3 cubos mão.
Aponta 2 figuras Observe se a criança é capaz de apontar duas de um grupo de cinco figuras.
Chuta bola Observe se a criança chuta a bola sem apoiar-se em objetos.
Veste-se com Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de vestir alguma peça de roupa tais como:
supervisão calcinha, cueca, meias, sapatos, casaco, etc.
Constrói torre de Observe se a criança consegue empilhar seis cubos sem que eles caiam ao retirar sua
6 cubos mão.
25-30º
mês Observe se a criança combina pelo menos duas palavras formando uma frase com
Frases com 2
significado que indique uma ação, tais como: “quer água”, “quer papar”, “chuta bola”.
palavras
Considere a informação do acompanhante.
Pula com ambos Observe se pula com os dois pés, atingindo o chão ao mesmo tempo, mas não
os pés necessariamente no mesmo lugar.
Brinca com outras Pergunte ao acompanhante se a criança participa de brincadeiras com outras crianças
crianças de sua idade.
31-36º Imita o desenho Observe, após demonstração, se a criança faz uma linha ou mais (no papel), de pelo
mês de uma linha menos 5 cm de comprimento.
Reconhece 2 Observe se a criança aponta a figura de acordo com a ação, tais como: “quem mia?”
ações “quem late?”, “ quem fala?”, “quem galopa?”.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


Arremessa bola Observe se a criança arremessa a bola acima do braço.
Veste uma Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de vestir sua camiseta e/ou casaco sem
camiseta botão ou zíper, sem ajuda.
Move o polegar
Demonstre para a criança e observe se ela é capaz de mover o polegar para cima em
com a mão
sinal de “OK” ou “legal” ou “tudo bem”, com uma ou ambas as mãos.
fechada
37-42º Verifique se a criança é capaz de compreender dois adjetivos. Pergunte: “O que você faz
mês Compreende 2 quando está com fome?” , “O que você faz quando está com frio?” , “O que você faz
adjetivos quando está cansado?”. Verifique se suas respostas são coerentes, tais como: “Eu
como”, “Eu visto casaco”, “Eu vou deitar”, etc.
Equilibra-se em Após demonstração, verifique se a criança consegue equilibrar-se em um pé só, sem
cada pé 1 apoiar-se em nenhum objeto, pelo menos um segundo, dando-lhe três tentativas. Repita
segundo com o outro pé.

Marcos do Desenvolvimento de 3 Anos e Meio a 5 Anos


Idade Marcos Como pesquisar
Observe se a criança é capaz de emparelhar objetos da mesma cor, como por exemplo
Emparelha cores
os cubos.
Forneça à criança um lápis e uma folha de papel. Mostre-lhe a figura de um círculo e
Copia círculos verifique se ela é capaz de desenhar qualquer forma de aproximação com um círculo,
43-48º que esteja fechada ou quase fechada.
mês
Fala clara e Durante a avaliação observe a inteligibilidade da fala da criança (articulação e
compreensível verbalização de ideias em sequência).
Demonstre e verifique se a criança consegue pular em um pé só, duas ou mais vezes,
Pula em um pé só
sem apoiar-se em um objeto.
Veste-se sem
Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de se vestir, sem alguma ajuda.
ajuda
Forneça à criança um lápis e uma folha de papel. Mostre-lhe a figura de uma cruz e
Copia cruz verifique se ela é capaz de desenhar duas linhas que se cruzem próximo ao seu ponto
49-54º médio.
mês Dê à criança um bloco e peça: “Coloque o bloco em cima da mesa”, “Coloque o bloco
Compreende 4
embaixo da mesa”, “Coloque um bloco na minha frente”, “Coloque um bloco atrás de
preposições
mim”. Observe se ela cumpre adequadamente os quatro comandos.
Equilibra-se em Procedimento semelhante a “Equilibra-se em cada pé 1 segundo” com o tempo de 3
cada pé 3 seg. segundos ou mais.
Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de escovar os dentes, sem ajuda ou
Escova dentes sem supervisão (durante algum tempo), inclusive na colocação da pasta de dentes, na
ajuda escovação dos dentes posteriores e no uso do fio dental. Verifique se a criança recebeu
treino para isto.
Mostre para a criança uma ficha contendo o desenho de duas linhas paralelas em
Aponta a linha posição vertical. Verifique se ela é capaz de apontar a linha mais comprida, mesmo
mais comprida mudando a posição do papel. Em três tentativas, mudando a posição do papel, ela deve
55-60º acertar as três, ou cinco em seis tentativas.
mês
Verifique se a criança é capaz de definir cinco palavras. Faça perguntas do tipo “O que
é uma bola?” ou “O que você sabe sobre o rio?”. Use palavras do seu contexto de vida.
Define 5 palavras Terá que lhe responder cinco de sete palavras. A definição é aceitável quando inclui: 1)
uso; 2) forma; 3) material do que é feito; 4) categoria geral. Ex. Rio= tem peixe, água,
pescar.
Equilibra-se em Procedimento semelhante a “Equilibra-se em cada pé 1 segundo” com o tempo de 5
um pé 5 segundos segundos ou mais.

Marcos do Desenvolvimento de 5 a 6 Anos


Idade Marcos Como pesquisar
Brinca de fazer
61-66º Pergunte aos cuidadores se a criança participa de brincadeiras de fazer de conta (ex.
de conta com
mês casinha, escola), tanto no contexto familiar quanto no escolar.
outras crianças

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


Forneça à criança um lápis e uma folha de papel (sem pauta). Peça a ela para que desenhe
uma pessoa (menino, menina, mamãe, papai etc.). Certifique-se de que ela tenha
Desenha pessoa terminado o desenho antes de pontuar o item do teste. As partes do corpo presentes em
com 6 partes pares deverão ser consideradas como uma parte apenas (orelhas, olhos, braços, mãos,
pernas e pés). Considere como certo somente se ambas as partes do par forem
desenhadas.
Pergunte à criança, devagar e distintamente, uma questão de cada vez: “Se o cavalo é
Faz analogia grande, o rato é…”, “Se o fogo é quente, o gelo é…”, “Se o Sol brilha durante o dia, a lua
brilha durante…” A criança deverá completar corretamente duas das três frases.
Demonstre à criança como andar em linha reta, encostando a ponta de um pé no
calcanhar do outro. Ande aproximada mente oito passos desta forma, e então peça para
que a criança o imite. Se necessário, demonstre várias vezes (pode se facilitar a
Marcha ponta-
compreensão, comparando-se este andar com o “andar na corda bamba”). Até três
calcanhar
tentativas são permitidas. Se a criança conseguir dar quatro ou mais passos em linha
reta, com o calcanhar a, no máximo, 2,5 cm da ponta do pé, sem apoiar-se, terá alcançado
este marco.
Aceita e segue
regras nos jogos Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de aceitar e seguir regras dos jogos de mesa.
de mesa
Define 7
Procedimento semelhante ao item “Define cinco palavras”. Agora deve definir 7 palavras
palavras
Equilibra-se em Procedimento semelhante a “Equilibra-se em cada pé 1 segundo” com o tempo de 7
67-72º cada pé por 7s segundos ou mais.
mês Forneça à criança um lápis e uma folha de papel (sem pauta). Mostre a ela o desenho de
um quadrado. Não nomear a figura nem mover seu dedo ou o lápis para demonstrar
como desenhá-la. Peça para a criança “Faça um desenho como este!”. Podem ser
Copia um
fornecidas três tentativas. Se a criança for incapaz de copiar o quadrado da ficha, mostre
quadrado
a ela como fazê-lo, desenhando dois lados opostos (paralelos) e depois os outros dois
lados opostos (ao invés de desenhar o quadrado com um movimento contínuo). Três
demonstrações e tentativas podem ser fornecidas.

REFLEXOS PRIMITIVOS X MARCOS DO  Alguns reflexos primitivos são substituídos por atos
DESENVOLVIMENTO voluntários e outros vão desaparecer, pois a
evolução da especialização nervosa do bebê vai
obrigatoriamente fazer com que esses reflexos
REFLEXOS PRIMITIVOS desapareçam.
 Os reflexos primitivos são respostas motoras
estereotipadas deflagradas por estímulo externo do  A permanência de um reflexo primitivo além da idade
examinador, e representam as primeiras reações do preconizada é um sinal patológico e pode anunciar a
recém-nascido ao meio. presença de alguma doença neurológica de base
 São chamadas "primitivas" porque não são impedindo que o córtex assuma o controle das funções
voluntárias ou aprendidas, e estão sob controle de cognitivas e motoras.
centros subcorticais, tronco encefálico e medula.
 Possuem um caráter transitório, isto é, podem estar MARCOS DO DESENVOLVIMENTO
presentes ao nascimento, mas possuem uma época  Habilidades que o bebê adquire ao longo do tempo. É a
determinada para desaparecer. especialização dada como desenvolvimento. Alguns
 Alguns reflexos sofrem transição e transformação, são de aspecto motor, outros cognitivos. Não confundir
por exemplo o reflexo da preensão palmar com reflexos primitivos.
(involuntário), por volta dos 3-4 meses, passa a ser
uma preensão voluntária (marco do  DECORAR OS PRINCIPAIS:
desenvolvimento) ele tem a intenção de segurar  Sustento da cabeça: 2 a 4 meses.
algo.  Emitir sons: 2 a 6 meses.
 Reflexo tônico cervical assimétrico ou reflexo de  Sentar: 5 a 10 meses.
Magnus e de Kleijn ou do esgrimista: deve  Rastejar: 6 a 9 meses.
desaparecer por volta do 4º-6º mês. Bebê com  Andar: 10 a 15 meses.
paralisia cerebral persiste com esse reflexo.  Combina 2 ou 3 palavras (Falar): 9 a 18 meses

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


 REGRAS GERAIS:
 A sequência do desenvolvimento neuropsicomotor
ocorre no sentido céfalo-caudal, proximal-distal e
da borda ulnar-borda radial.
 Por exemplo, o lactente adquire primeiro o controle
de cabeça, para depois adquirir o controle de tronco,
o sentar, o engatinhar e o andar;
 primeiro é adquirida a capacidade proximal de
levar as mãos à linha média para depois se
aprimorar a capacidade de preensão;
 a pega é palmar ulnar inicialmente, e com a
evolução se torna uma pega palmar radial, para
depois alcançar o controle mais fino que é o de
pega em pinça (oposição entre polegar e
indicador). Idade: 3 anos e 6 meses; Peso: 14 kg
Cruz → situação atual de Patrícia.
CASO CLÍNICO
 Não tem como afirmar se vem mantendo um bom ritmo
CONSULTA 1 de crescimento se não tem as informações anteriores.
Dona Laura levou sua filha para uma consulta de rotina no Considerando o local atual no score, aparentemente
pediatra da UBS. Ela estava preocupada quanto ao não é uma criança em risco nutricional. Porém, ela
crescimento de sua filha Patrícia. Patrícia era uma linda pode estar descendo no gráfico e não temos como saber
garotinha de 3 anos e 6 meses de idade. Chegou na consulta apenas com uma informação isolada..
meio assustada porque estava com medo da injeção.

Em relação ao crescimento quais são os dados da


anamnese relevantes? Quais os fatores que
influenciam no crescimento?
 Precisa ter marcações no cartão dos anos anteriores
para comparar, se não tiver vai iniciar o gráfico do zero.
Se ela tiver além do +3 ou do -3 pode afirmar
inicialmente que tem alguma anormalidade.

Patrícia nasceu de parto normal, a termo sem


intercorrências gestacionais e/ou neonatais. Nasceu com
peso 2,9 kg e comprimento de 47 cm. Leite materno
exclusivo (LME) até 6 meses quando iniciou alimentação
complementar. Atualmente tem uma alimentação bem
variada com consumo de carboidratos, proteínas e Idade: 3 anos e 6 meses; Estatura: 100 cm
gorduras de forma equilibrada. Sono tranquilo e cedo. Estatura mais ou menos no escore 0.
DNPM normal para a idade. Irá iniciar atividade escolar.
Vacinação atualizada. Nega internamentos ou alergias.
Mãe asmática. Pai saudável. Filha única. Sem outras
comorbidades familiares. Saneamento básico adequado.
Tem um cachorro. Mora com os pais e os avós. Estatura da
mãe: 161 cm. Estatura do pai: 175 cm. Atualmente não usa
medicação. FEN (funções excretoras normais). Sem
queixas clínicas.

E agora. O que fazer? Exame físico completo e plotar


informações no gráfico.

Exame físico de Patrícia: Peso: 14 kg. Estatura: 100 cm.


Exame físico sem alterações.
 Escolha o melhor gráfico para essa criança.
 Coloque no gráfico. Idade: 3 anos e 6 meses; IMC: 14.
 Faça o canal familiar de TH de Patrícia.
 Avalie e explique aos pais como está Patrícia em  Vistos de uma forma pontual, tem peso, estatura e IMC
relação ao peso e a estatura. bons. Mas é necessário continuar o acompanhamento
para observar a partir de agora. Não tem como avaliar
tão bem sem as medidas anteriores.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


Conclusões da avaliação de Patrícia: Como foi o ganho de peso e crescimento de Laura?
 Existe necessidade de realizar exames Necessita de exames? Explique aos pais.
complementares para avaliação de Patrícia?  Ao longo dos 6 meses, mesmo com as mudanças de
 Aparentemente não, é uma criança sem queixas. Pode alimentação, entrada na escola e alguns episódios de
pedir um hemograma para rastrear anemia se quiser. doença, a curva de crescimento está boa, mantém o
 Patrícia cresce bem? Não é possível afirmar sem o bom ritmo de peso e estatura. Não há necessidade de
histórico anterior. exames complementares.
 Orientação: cuidado com a alimentação, evitar as
CONSULTA 2 guloseimas.
Dona Laura retorna com Patrícia após seis meses da
última consulta. Agora Patrícia está estudando. CONSULTA 3
Laura retorna à consulta com 4 anos e 6 meses de idade.
Quais os dados de anamneses importantes? Agora ela não tem mais medo do doutor. Está se
 Se adaptou bem à escola? Adoeceu muito após iniciar alimentando muito bem. Parou com as guloseimas. Está
as aulas? Houve mudança no padrão de alimentação e fazendo ballet 2x por semana e brincando muito com os
no ritmo de sono? amigos. FEN. Sono tranquilo e cedo. Está adorando a
escola.
Evolução: sem queixas agora, mas vem gripando (Dona Peso: 16,5 kg. Estatura: 106 cm.
Laura acha que é devido a escola). FEN. Alimentação com Exame físico sem alterações.
algumas guloseimas que está aprendendo a comer no
colégio. Sono tranquilo. Boa adaptação na escola.

E agora? O que fazer? Pesar, medir, IMC. Plotar nos


gráficos.
Exame Físico Atual: Peso 14,8kg. Estatura: 103 cm. Exame
físico sem alterações)

Idade: 4 anos e 6 meses; Peso: 16,5 kg.


Cruz → atual.
Oscilou um pouco a curva, se aproximando do score 0.
Mas é normal.

Idade: 4 anos; Peso 14,8 kg.


Seta é onde estava no primeiro marco; cruz é o atual.
Em 6 meses, ela ganhou 800g. No gráfico ela se mantém
regular na mesma curva.

Idade: 4 anos e 6 meses; Estatura: 106 cm


Se mantém no escore 0 - bom fluxo de crescimento.

Patrícia cresce bem? Sim.


Como avaliar isso? Através dos gráficos de peso,
estatura e IMC.
Explique aos pais: Patrícia está socialmente bem
Idade: 4 anos; Estatura: 103 cm integrada, sem queixas dos pais, com bom
Seta é onde estava no primeiro marco; cruz é o atual. desenvolvimento na escola, está praticando um esporte.
Continua margeando o escore 0. Mostrar os gráficos para os pais e parabenizá-los.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


Quando uma criança deve ser avaliada quanto ao Quais os sinais que indicam que a menstruação vai
crescimento no especialista? ocorrer?
 Quando apresenta horizontalização (parou de crescer)  Estágio de Tanner M3 e M4 (desenvolvimento de
sem ter uma situação clara que gerou essa perda e mama bem estabelecido).
atraso no crescimento (doença grave, alimentação
precária).

 Variações da velocidade de crescimento pela idade:


Muito específica. O generalista precisa saber detectar
quando existe a necessidade de investigação: fazendo
um bom seguimento, anamnese completa, exame físico
e plotar nos gráficos

Idade: 9 anos e 4 meses; Peso: 27 kg


Cruz → atual. Se mantém entre o escore -1 e o 0.

CONSULTA 4
Patrícia retornou depois de anos, agora com 9 anos e 4
meses. Dona Laura chegou apavorada, chorando e se
culpando porque fazia muito tempo que não consultava
sua filha.
Porque está chorando dona Laura? Ocorreu algo com
Patrícia?
Ela vai menstruar doutor! Há dois meses, percebi mama
em Patrícia. E está com corrimento! Perdi minha menina!

Quais os dados relevantes na anamnese e exame


físico de Patrícia nesse momento?
 Medicações em uso, alimentação, comportamento,
sono, esporte. Idade: 9 anos e 4 meses; Estatura: 134 cm.
Se mantém no mesmo escore 0
Sem uso de medicação. Vacinação atualizada. Praticando
vôlei 3x por semana. Bom rendimento escolar. Sono PUBERDADE
tranquilo. Dormia às 23:00 e acordava às 06:00.
Alimentação com poucas frutas. Excesso de pães e  O que é puberdade? Quais os marcos que
biscoitos. Restante do exame físico sem alterações. determinam que uma criança entrou nessa fase?
Peso: 27kg. Estatura: 134cm. Tanner: M2P1  Período de maturação biológica onde aparecem os
primeiros caracteres sexuais, acontece o estirão
do crescimento e as modificações corpóreas.
 E uma fase biológica de crescimento e
desenvolvimento físico e psicológico, que culmina
com a maturidade sexual-reprodutiva e
estabelecimento da estatura final.

Puberdade precoce
Meninas Sinal puberal antes dos 8 anos
Meninos Sinal puberal antes dos 9 anos
Atraso puberal
Meninas Não aparecimento de sinal puberal
até os 13 anos
Meninos Não aparecimento de sinal puberal
até os 14 anos
Puberdade precoce: malefício principal para as meninas é
a limitação de estatura.

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


ACOMPANHAMENTO DO ADOLESCENTE
 O exame físico seguirá os protocolos de exame do
adulto, completo e detalhado, com dados
antropométricos, cintura abdominal, cálculo do
índice de massa corporal (IMC) e tensão arterial,
colocados sempre nas curvas de crescimento da OMS,
além de avaliar os marcos do desenvolvimento
puberal de Tanner.
 A primeira consulta pode ser feita com o adolescente e
sua família, em seguida outra com o paciente
individualmente e a terceira com todos para que as
orientações necessárias sejam dadas.
 Durante o atendimento reservado com o
adolescente, o pediatra pode aprofundar-se em
questões sobre sexualidade, uso de drogas, violência
e projetos futuros.
 O conteúdo das consultas como, por exemplo,
relações sexuais e prescrição de métodos
contraceptivos, somente será revelado aos pais com
expressa autorização do adolescente.
 O exame físico pode ou não ser feito na presença dos
pais, cabendo ao paciente a decisão de limitar sua
intimidade. MAMAS
 É importante que o médico tenha, na sala de exame,
M1 Estágio de mamas pré-adolescentes.
um outro profissional de apoio cuja função é neutra,
apenas de acompanhamento. Estágio de broto mamário, com pequena
M2 elevação de mama e da papila, e aumento do
CLASSIFICAÇÃO DE TANNER diâmetro da aréola.
Crescimento da mama e da aréola parecendo
Sistematização da escala de avaliação dos estágios
uma pequena mama adulta.
puberais M3
Não há separação dos contornos da mama e da
aréola.
 Estadiamento puberal:
 Compreender o momento maturacional do paciente Crescimento e projeção da aréola e da papila
adolescente. M4 formando uma elevação acima do corpo da
 Fazer correlações entre diversos fenômenos mama.
puberais. Estágio adulto com projeção apenas da papila,
 Estimar a provável idade da menarca, do estirão do M5 pois a aréola retorna para o contorno geral da
crescimento e a estatura final, tratar patologias mama.
associadas a puberdade. PELOS PUBIANOS
P1 Ausência de pelos pubianos.
 Menina:
 Mamas: tamanho e alterações de aréola e mamilo Crescimento esparso de pelos finos,
(maior, cor mais escura). discretamente pigmentados, lisos ou
P2
 Pelos: distribuição, quantidade, característica (fino, discretamente encaracolados ao longo dos
grosso, claro, escuro) grandes lábios.
Os pelos tornam-se mais escuros, mais espessos
 Menino: P3 e mais encaracolados, distribuindo se na sínfise
 Genital: tamanho do pênis e do testículo, pele da púbica.
bolsa escrotal. Pelos do tipo adulto, porém não atingindo a
 Pelos. P4
superfície interna das coxas.
Pelos adultos em tipo e quantidade, atingindo a
CRITÉRIOS DE TANNER - SEXO FEMININO P4
superfície interna da coxa

Jordana Oliveira | Turma XX | Medicina UERN


CRITÉRIOS DE TANNER - SEXO MASCULINO MARCOS PUBERAIS

MENINAS
 O primeiro sinal de puberdade nas meninas é o
aparecimento do broto mamário – telarca (estágio
M2 de Tanner).
 A puberdade fisiológica no sexo feminino tem início
entre 8 e 13 anos e é dependente principalmente da
secreção de estrógenos.
 Em seguida, ocorre a pilificação pubiana – pubarca,
que é dependente dos andrógenos adrenais. Por
último, ocorre a pilificação axilar.
 Gonadarca (mamas e genital masculino - hormônios
ovarianos e testiculares) precede a adrenarca (pelo,
sudorese, espinha - hormônios ovarianos,
testiculares e principalmente as suprarrenais).
 Alguma alteração alimentar ou da suprarrenal pode
fazer esse órgão produzir esses hormônios da
adrenarca antes do tempo, fazendo surgir pelos
antes do esperado.
 A menarca acontece nas fases mais avançadas da
maturação sexual (M4P4 de Tanner), cerca de 2-2
anos e meio após a telarca.
 A ovulação pode ocorrer desde a menarca, mas
normalmente os ciclos menstruais dos dois
primeiros anos após a menarca são anovulatórios e
PÊNIS E TESTÍCULOS irregulares.
 Estirão do crescimento entre estádios 2 e 3 (mais
Pênis, testículo e escroto de aparência e tamanho cedo do que os meninos).
G1
infantis.  O crescimento estatural começa a acelerar na época
Início de aumento de testículos e escroto cuja do aparecimento do broto mamário (M2), e a
G2 pele se torna mais fina e avermelhada; não há velocidade máxima do crescimento em geral ocorre
aumento do pênis. no estágio M3 (8-9 cm/ano).
Continua o crescimento escrotal e o pênis  Como a menarca ocorre em fases mais avançadas do
G3 desenvolvimento puberal, já marca a fase de
aumenta principalmente em comprimento.
Continua o crescimento de testículos e escroto. desaceleração do crescimento estatural.
G4 Há aumento do pênis em comprimento e em  Após a menarca, a menina cresce apenas cerca de 5-
diâmetro tornando-se a glande evidente. 6 cm, ainda que isso possa variar.
 Durante a puberdade, o sexo feminino apresenta um
G5 Genitais adultos em tamanho e forma. aumento estatural de 20-25 cm.
PELOS PUBIANOS
P1 Pelos pubianos ausentes. MENINOS
Crescimento esparso de pelos finos,  Nos meninos o primeiro sinal de puberdade é o
P2 discretamente pigmentados, lisos ou pouco aumento testicular, definindo assim o estágio G2 de
encaracolados, ao longo da base do pênis. Tanner.
Pelos mais pigmentados, mais espessos e mais  Antes de seu início, o volume encontra-se em torno
P3 encaracolados em pequena quantidade na sínfise de 1 a 3 ml.
púbica  Um volume de 4 ml ou mais é indicativo de
Pelos com características adultas, porém não puberdade.
P4  A puberdade fisiológica no sexo masculino tem
atingindo a superfície interna das coxas.
início entre 9 e 14 anos.
Pelos adultos em tipo e quantidade, atingindo a  Pubarca (pelos) e aumento peniano são posteriores.
P5
superfície interna das coxas.  Pilificação facial - estádio 3 de Tanner.
 Estirão do crescimento entre estádios 3 e 4.
 O pico do estirão puberal ocorre quando o volume
testicular alcança o volume de 9-10 cm³ no estágio 4
de Tanner.
 Em média o pico ocorre aos 13,5 anos e alcança uma
velocidade de 9-10 cm/ano.
 Durante a puberdade, o sexo masculino apresenta
um aumento estatural de 25-30 cm.

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 Ginecomastia: por acúmulo de gordura geralmente. MENINA MENINO
 A ginecomastia ou aumento das mamas no sexo Telarca 10 10
masculino é fenômeno normal na puberdade,
acometendo cerca de 40-65% dos meninos devido a Gonadarca 11
um excesso de estimulação estrogênica durante os PVC 11-12 13-14
estágios 2-3 de Tanner. Menarca 13 -
 Geralmente, é bilateral e se menor que 4 cm de Parada de crescimento 16 18
diâmetro tem 90% de chance de resolução
espontânea em três anos. Entretanto, deve sempre
 Os meninos tipicamente iniciam o pico de crescimento
chamar atenção quanto à possibilidade de doença
2-3 anos mais tarde que as meninas, mas este
subjacente àquela ginecomastia que se inicia antes
crescimento é prolongado por mais 2-3 anos depois
ou depois da puberdade e aquela que aparece na
que as mesmas pararam de crescer.
ausência de caracteres sexuais secundários.
 O estirão acontece de modo assimétrico, ou seja, as
 Devem ser pesquisados dados como o uso de drogas
extremidades (mãos e pés, depois braços e pernas)
(esteroides anabolizantes), medicações
crescem primeiro e o tronco se alonga no final.
(bloqueadores H2, psicotrópicos), síndrome de
 Esta característica confere ao adolescente uma
Klinefelter, doença tireoidiana e tumor.
aparência "desengonçada" bastante peculiar.
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO
Patrícia irá menstruar agora? Não.
 Patrícia apresenta o estágio M2P1 (esperado para a
idade):
 M2: broto mamário, sem aumento difuso da mama,
mamilo e aréola de cor clara.
 P1: sem pelos ou pelos muito finos.

O corrimento é normal?
 Não necessariamente significa doença ou menstruação.
Pode ser por mudanças hormonais ou falta de higiene.
 Importante confirmar se tem sintomas associados
(odor, prurido, vermelhidão, irritação).

Existe necessidade de investigação de Patrícia?


 Sem necessidade de investigação.

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