A teoria social ecológica de Albert Bandura é uma estrutura valiosa para compreender e abordar os acidentes de trabalho causados por materiais perfurocortantes. Essa abordagem holística considera fatores individuais, interpessoais e organizacionais que influenciam o comportamento dos trabalhadores.
A teoria social ecológica de Albert Bandura é uma estrutura valiosa para compreender e abordar os acidentes de trabalho causados por materiais perfurocortantes. Essa abordagem holística considera fatores individuais, interpessoais e organizacionais que influenciam o comportamento dos trabalhadores.
A teoria social ecológica de Albert Bandura é uma estrutura valiosa para compreender e abordar os acidentes de trabalho causados por materiais perfurocortantes. Essa abordagem holística considera fatores individuais, interpessoais e organizacionais que influenciam o comportamento dos trabalhadores.
DISSERTAÇÃO
CURITIBA
2009
FLÁVIA CRISTINA OSAKU MINELLA
CURITIBA
2009
Para Marcos, pelo apoio incondicional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Clarice e Nelson, por todo incentivo e pelos
exemplos de conduta.
Ao Prof. Dr. Eduardo Krüger, pela precisa orientação, sem a qual este
estudo não seria possível.
Às colegas Francine Aidie Rossi e Cíntia Akemi Tamura pelo apoio
prestado em diversos momentos, muito além da ajuda nas coletas de dados. Ao
Francisco Rasia e a Eliane Dumke pelo auxílio nas medições.
Ao Prof. Dr. Fernando Oscar Ruttkay Pereira pelo empréstimo da câmera
fotográfica.
À Capes pela concessão da bolsa de estudo.
Aos fotógrafos Ulysses e Amarildo pelas gentilezas prestadas.
Aos professores, funcionários e colegas do PPGTE.
Aos motoristas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná pelo
auxílio no transporte das estações meteorológicas.
Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram para a realização
desta pesquisa.
RESUMO
Key words: Urban climate. Sky View Factor. Thermal comfort. Pedestrian streets.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................18
REFERÊNCIAS.......................................................................................................146
1 INTRODUÇÃO
1
Suga (2005, p. 19) observa que “a busca constante pela exacerbação dos limites técnicos” refletiu na
Arquitetura, de modo que foi possível a “construção de edificações eminentemente verticais”.
21
Por conseguinte, a forma dos cânions afeta tanto o conforto interno como
o conforto externo às edificações. Nem sempre a criação dos cânions urbanos afeta
negativamente as condições climáticas. Johansson (2006) argumenta que, em
climas quentes e secos, os cânions, ao proporcionarem sombra, asseguram o
conforto térmico de pedestres, fato que demonstra a importância da forma urbana.
Sob o aspecto climatológico, Ali-Toudert (2005) afirma que, basicamente, a principal
dificuldade em estabelecer o desenho das ruas é o conflito de necessidades em
épocas variadas do ano, como fornecer a proteção adequada no verão e garantir o
acesso solar no inverno. E acrescenta que isto implica em uma menor ou maior
abertura para o céu, respectivamente.
Souza et al. (2008) citam que é preciso estabelecer um limite máximo
quanto à diminuição do fator de visão do céu, sem que haja intensificação da ilha de
calor, aproveitando a própria massa construída das edificações para prover
sombreamento nas áreas de pedestres.
Nos espaços abertos, o conforto térmico está relacionado com as
atividades humanas, refletindo nos aspectos sociais e econômicos das cidades. Em
outras palavras, os espaços públicos são espaços de circulação, socialização, até
mesmo contemplação, sendo o comércio de rua dependente do fluxo de pessoas.
Assim, quanto mais confortável o ambiente externo, maior a chance dos transeuntes
permanecerem nestes locais.
Sabe-se que o desenho urbano pode ser concebido de maneira a
promover condições climáticas favoráveis. Porém, de maneira geral, o que se
percebe nas áreas urbanas são inadequações climáticas em decorrência das
tendências de aquecimento (fenômeno relacionado à ilha de calor). Para Johansson
(2006), a principal causa desta deterioração é devido ao microclima urbano e ao
conforto térmico em espaços abertos terem importância secundária nos processos
projetuais e de planejamento urbano. Há, inclusive, diferenças nas demandas de
informações requeridas entre climatologistas e planejadores. Enquanto arquitetos e
urbanistas focam nas condições diurnas, por ser o período principal das atividades
humanas, existe, por parte dos climatologistas, uma tradição de estudos em
períodos noturnos, especialmente os estudos em ilhas de calor (SVENSSON, 2004;
ELIASSON, 2002). Outro fator que limita o uso de dados do ambiente térmico para
fins de planejamento urbano, conforme Souza (2007), é a dificuldade de se obter
uma correlação entre valores de fator de visão do céu e temperatura do ar.
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção faz-se uma breve revisão sobre o início dos estudos em
clima urbano e apresentam-se os conceitos de escalas meteorológicas, ilha de calor
e cânion urbano. Em seguida, analisam-se, por meio de referencial teórico, os
efeitos dos cânions urbanos no balanço energético, na temperatura do ar, nos fluxos
de vento, no acesso solar, na vegetação e no albedo2. É apresentado, também, o
fator de visão do céu como parâmetro adimensional que melhor representa os
diversos perfis verticais3 contidos na malha urbana.
Olgyay (1998) relata que, para o Homem, controlar o meio físico e criar
condições adequadas ao desenvolvimento das atividades humanas sempre foram
questões inerentes à idéia de habitar. De fato, as civilizações gregas e romanas já
consideravam os aspectos climáticos para configurar suas cidades. Conforme
Loewen (2002), o arquiteto romano Vitrúvio no tratado intitulado De Architectura Libri
2
O termo albedo pode ser definido pela razão entre a quantidade de radiação refletida e a quantidade
total de radiação incidente, estando relacionado, portanto, com as características de reflexão solar
de um dado local.
3
Nesse caso, “perfis verticais” referem-se às alturas das edificações.
26
4
MONTEIRO, Carlos Augusto F. Teoria e Clima Urbano. IGEOG-USP, Série Teses e Monografias,
n. 25, São Paulo: USP, 1976. 181p.
28
Escalas
cartográficas de Estratégias de abordagem
Espaços Espaços
tratamento
climáticos urbanos
Unidades de Meios de Fatores de Técnicas de
superfícies observação organização análises
1:45.000.000 Latitudes
Caracterização
1:10.000.000 Zonal Satélites Centros de
- geral
Nefanálises ação
(milhões de Km) comparativa
atmosférica
1:5.000.000 Cartas Sistemas
1:2.000.000 sinóticas meteorológicos Rede
Regional -
Sondagens (Circulação transectos
(milhões de Km)
aerológicas secundária)
1:1.000.000
Sub- Megalópole Rede
1:5.000.000 Fatores Mapeamento
Regional Grande área meteorológica
(centenas de geográficos sistemático
(fácies) metropolitana de superfície
Km)
1:250.000 Posto
Área Integração
1:100.000 meteorológico Análise
Local metropolitana geológica
Rede espacial
(dezenas de Km) Metrópole Ação antrópica
Complementar
1:50.000 Cidade
Registros
1:25.000 grande bairro
Mesoclima móveis Urbanismo
(centenas de ou subúrbio
(Episódios)
Km) de metrópole
1:10.000 Pequena
1:5.000 cidade
Fácies de
Topoclima (Detalhe) Arquitetura
Dezenas de bairro/ Especiais
metros subúrbio de
cidade
1:2.000 Grande
edificação Baterias de
Microclima Habitação instrumentos Habitação
Metros Setor de especiais
habitação
(continua)
COMPARAÇÃO COM
ELEMENTOS OBSERVAÇÃO
AMBIENTE RURAL
Global 15 a 20% menos
Ultravioleta, inverno 30% menos
Radiação
Ultravioleta, verão 5% menos
Duração de brilho do sol 5 a 15% menos
Partículas e núcleos de 10 vezes mais
Contaminantes condensação
misturas gasosas 5 a 25 vezes mais
Cobertura (do sol) 5 a 10% mais
Nebulosidade Nevoeiro, inverno 100% mais
Nevoeiro, verão 30% mais
Total 5 a 10% mais
Precipitação
Dias com menos de 5mm 10% mais
5
Fonte: Landsberg (1970 , citado por AYOADE, 2003)
5
LANDSBERG, Helmut E. Man-Made Climatic Changes. Science, n.170, p. 1265-1274, 1970.
33
(conclusão)
COMPARAÇÃO COM
ELEMENTOS OBSERVAÇÃO
AMBIENTE RURAL
Média anual 0,5 a 1 °C mais
Temperatura Mínima no inverno (média) 1 a 2 °C mais
Dias de mais calor 10% menos
Média anual 6% menos
Umidade Relativa Inverno 2% menos
Verão 8% menos
Média anual 20 a 30% menos
Velocidade do Vento Rajadas máximas 10 a 20% menos
Calmarias 5 a 20% mais
Fonte: Landsberg (1970, citado por AYOADE, 2003)
Variável
2 Efeito da variável
(W/m )
Q* Apresenta valor positivo no período diurno devido à radiação solar absorvida ser
maior que a perda de radiação de onda longa. Ocorre inversão térmica no
período noturno e o valor de Q* torna-se negativo.
QF Normalmente o valor de QF é menor que o fluxo de radiação em áreas urbanas.
(continua)
Variável
2 Efeito da variável
(W/m )
QH O aumento do fluxo de calor sensível está relacionado com o aumento do
processo de convecção e com o aumento da diferença de temperatura entre o ar
e as superfícies, conseqüentemente, o valor de QH é maior durante o dia,
particularmente em dias ensolarados.
O aumento do fluxo de calor latente está relacionado com aumento da
turbulência e com o aumento da diferença de umidade entre a superfície e o ar,
QE
assim, o valor de QE será maior quando as superfícies estiverem úmidas e o ar
seco.
A magnitude do fluxo de calor devido ao armazenamento de calor na malha
∆QS urbana (∆QS) depende da admitância térmica das superfícies, sendo o valor
positivo durante o dia e negativo a noite.
Depende da velocidade do vento e da permeabilidade das estruturas urbanas em
∆QA relação aos movimentos do ar (rugosidade). Em áreas com similar forma urbana
e uso do solo, o valor do componente de advecção pode ser desconsiderado.
(conclusão)
6
NAKAMURA, Y.; OKE T. R. Wind, temperature and stability conditions in an east-west oriented urban
canyon. Atmos. Environ., v. 22, n.12, p. 2691- 2700, 1988.
40
edifícios diminui, havendo, também, menor potencial para uso de ventilação cruzada
(GHIAUS et al., 2006).
No tocante ao conforto térmico, Mascaró (1996, p. 44) cita que “a ação do
vento é sentida pelas pessoas como força e como velocidade na medida em que
aumenta a taxa de troca de calor com o exterior”. Conforme a autora, com base na
velocidade média em 10 minutos a 2m do chão, foi estabelecida que a velocidade
do vento a 5 m/s é sentida fisicamente pelos pedestres, sendo a de 10 m/s
claramente desconfortável, com velocidade do vento a 15 m/s o controle do
caminhar é afetado e a 20 m/s esta torna-se perigosa.
Em geral, ventos com maior velocidade podem diminuir o estresse
térmico de pedestres em estações quentes ou exercer um efeito negativo em
estações frias (GIVONI,1998). Porém, ressalta-se que, dependendo do tipo de vento
essa premissa não é verificada. Na Região de Santa Maria, Rio Grande do Sul, em
algumas situações esporádicas, os ventos do quadrante Norte (N e NW) podem
atingir altas velocidades, originando o chamado “Vento Norte”. Conforme Sartori
(2000, 2003), esse vento é aquecido por compressão adiabática ao passar pela
escarpa do Planalto Meridional Brasileiro e sua velocidade pode oscilar de 8 a 12
m/s, podendo atingir até 100 km/h em algumas ocasiões, sendo o fator principal das
sensações de desconforto térmico nessa cidade.
As edificações estão sujeitas às forças da ação do vento, ou seja, ao
barlavento, que exerce uma força de pressão e ao sotavento, que exerce o
movimento de sucção. Quando a direção dominante do fluxo de ar é
aproximadamente maior ou igual a 30 graus em relação ao eixo da rua, podem ser
observados três tipos de regimes de fluxos de ar (SANTAMOURIS, 2001), ver Figura
2. A transição de um regime para outro ocorre em razão das combinações H/W.
De acordo com Santamouris (2001), para que não haja interação entre os
campos de ar (barlavento e sotavento), as construções devem ter um espaçamento
mínimo (H/W > 0,05), sendo este fato chamado de fluxo de rugosidade isolada
(isolated roughness flow). No contexto urbano, em áreas onde há um aumento da
relação H/W, quando o vento está perpendicular ao eixo da rua, o fluxo de ar
predominante não circula entre as edificações, ocorrendo a formação de um vórtice
central, devido às forças de pressão e sucção, dando origem ao fluxo com
interferência de esteira (wake interference flow) e ao fluxo turbulento (skimming
flow). Segundo Oke (1978), o estabelecimento de um vórtice de circulação estável
42
Assim como a forma urbana pode ser utilizada para garantir uma
ventilação adequada, esta também deve ser pensada de modo a garantir acesso
solar.
Figura 4 – Média mensal de fração de sombreamento para os cânions, latitude 33°- (a) verão (b)
inverno
Fonte: Bourbia e Awbi (2004)
7
A estrutura urbana de Curitiba foi pré-estabelecida na década de 70 com a institucionalização do
"Plano SERETE/IPPUC", o qual previa uma estrutura de desenvolvimento linear por meio dos
denominados Setores Estruturais. O plano se baseava em três ferramentas: uso do solo, transporte
de massa e sistema viário, sendo que este último desempenharia a função de indutor do
crescimento da cidade.
46
(2006) consideram dois fatores importantes na criação das ilhas de calor: o albedo e
o fator de visão do céu.
8
OKE, Tim R. et al. Simulation of surface urban heat islands under ‘ideal’ conditions at night. Part 2:
Diagnosis of causation. Boundary- Layer Meteorology, v. 56, p. 339-358, 1991.
49
9
PARK, Hye-Sook. Variations in the urban heat island intensity affected by geographical environments.
Tsukuba Univ., Environ. Research Centre Papers, v. 11, 79 p, 1987.
50
10
BÄRRING, Lars; MATTSSON, Jan O.; LINDQVIST, Sven. Canyon geometry, street temperatures
and urban heat island in Malmö, Sweden. Int J Climatol, v.5, p. 433–444, 1985.
53
câmeras digitas em 1999, o LI-COR LAI-2000 Plant Canopy Analyzer (LI-COR Inc.,
Lincoln, NE, USA) era utilizado para medir o índice de área coberta por vegetação
(índice de área foliar). LAI-2000 é um instrumento que, por meio de um sensor
óptico olho de peixe, fornece dois parâmetros relacionados indiretamente; o DIFN,
ou seja, a radiação difusa que penetra na camada urbana e o FVC. O segundo
método mostrou-se mais eficiente, já que, apesar do LAI-2000 ser um método
alternativo, este apresenta restrições em relação às condições de céu.
Assis, Lima, Santos (2003), por meio da combinação de dois programas
de produção gráfica, Autocad e MapInfo, obtiveram o FVC de uma área urbana da
cidade de Belo Horizonte. Por utilizar um grid polar para projeções eqüidistantes,
este método elimina os cálculos matemáticos e dispensa o uso de programas
desenvolvidos especialmente para o cálculo do fator de visão do céu (ASSIS; LIMA;
SANTOS, 2003).
Moin e Tsutsumi (2004) em um estudo realizado em Okinawa, Japão,
desenvolveram um programa de cálculo automático do FVC, por meio da análise de
imagens fotográficas obtidas com lentes olho de peixe, chamado FIPS (Fisheye
Image Processing for calculation of SVF). Neste estudo, os autores focaram a
relação entre diferentes FVCs e a radiação de onda curta e, especialmente, a
radiação de onda longa.
Correa et al. (2005) desenvolveram um programa chamado PIXEL DE
CIELO, baseado no processamento de imagens digitais (fotos olho de peixe). Para a
validação desta técnica foram feitas comparações com métodos manuais, sendo
utilizados cânions urbanos com distintas configurações e densidades e em
diferentes épocas do ano. Os resultados de ambas as técnicas foram similares.
Com o desenvolvimento dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG),
cuja tecnologia permite "armazenamento, análise e tratamento de dados espaciais e
não espaciais (e eventualmente temporais)”, é possível correlacionar informações,
"possibilitando realizar análises rápidas e precisas" (SOUZA; RODRIGUES;
MENDES, 2003, p. 670).
Segundo Brown, Grimmond e Ratti (2001), as bases de dados em 3D de
alta resolução estão se tornando acessíveis. A grande vantagem do SIG é a
possibilidade de predição de cenários futuros, facilitando a tomada de decisões.
Souza, Rodrigues e Mendes (2003) desenvolveram uma extensão,
3DSkyView, que foi incorporada a um SIG por meio do programa ArcView GIS e sua
54
maior a atuação deste sistema para manter a temperatura interna do corpo, menor
será a sensação de conforto. Conforme o autor, a avaliação do conforto térmico
depende, portanto, dos fatores que interferem no sistema termorregulador, sendo
estas as variáveis ambientais e as variáveis humanas. Os fatores ambientais são
determinados pelas variáveis explicadas no item 2.1, isto é, a temperatura, a
umidade relativa, a velocidade do ar e a temperatura radiante média, esta última
explicitada adiante (item 2.2.2). As variáveis humanas são definidas pela taxa de
metabolismo, isolamento térmico da vestimenta, aclimatação, entre outros fatores.
Sentir-se termicamente confortável é imprescindível para um maior
rendimento das atividades humanas. De acordo com Lamberts e Xavier (2002, p. 2),
o conforto térmico está relacionado com: a satisfação de um indivíduo em sentir-se
confortável, a qualidade da performance humana para a qual dependem “ as
atividades intelectuais, manuais e perceptivas” e a conservação de energia, pois, ao
estabelecer parâmetros corretos de conforto térmico dos ocupantes de um recinto,
evitam-se desperdícios desnecessários com calefação e refrigeração.
As condições ambientais necessárias para que haja conforto térmico não
são as mesmas para todas as pessoas em razão das condições fisiológicas e
psicológicas individuais. Considera-se, então, que estas condições são voltadas
para uma parcela significativa da população, mas não para todas as pessoas. De
modo a possibilitar a avaliação da sensação térmica das pessoas quando expostas
a determinadas combinações das variáveis ambientais e humanas, foram
desenvolvidos os índices de conforto térmicos. Neste estudo, especificamente,
serão abordados os índices Voto Médio Estimado (item 2.2.4.1) e Temperatura
Fisiológica Equivalente (item 2.2.4.2).
2
As componentes desta equação são dadas em W/m .
Höppe (1999) relaciona as componentes individuais desta equação com
as variáveis climáticas da seguinte forma: a temperatura do ar influencia os fluxos
de C e Eres; a umidade do ar afeta os níveis de Edif, Eres, Ersw; a velocidade do ar
11
O MEMI é definido pelo seguinte sistema de equações: a de balanço de energia do corpo humano;
a que descreve o fluxo de calor (Fcs) do interior do corpo humano para a superfície da pele e o
fluxo de calor da superfície da pele para a superfície externa da roupa, sendo possível o cálculo da
temperatura média da pele, temperatura da roupa e temperatura interna do corpo, quando são
conhecidos os parâmetros climáticos e os pessoais (GIRALT, 2006).
65
12
MAYER, Helmut., HÖPPE, Peter. Thermal comfort of man in different urban environments.
Theoretical and Applied Climatology, v. 38, p. 43-49, 1987.
66
Tabela 3 – Sensação térmica e nível de estresse térmico para os índices PMV e PET
PMV PET Sensação Humana Nível de estresse térmico
3 METODOLOGIA
Ponto Localização
1 Praça Santos Andrade
2 Rua XV de Novembro - entre a Rua Pres. Faria e Rua Riachuelo
3 Rua XV de Novembro - entre a Rua Riachuelo e Rua Mons. Celso
4 Cruzamento da Rua Mons. Celso e Rua XV de Novembro
5 Rua XV de Novembro - entre a Rua Mons. Celso e Rua Mal. Floriano
6a e 6b Rua XV de Novembro - entre a Rua Mal. Floriano e Al. Dr. Muricy
7 Rua XV de Novembro - entre a Al. Dr. Muricy e Rua Ébano Pereira
8 Cruzamento da Trav. Oliveira Bello e Rua XV de Novembro
9 Rua XV de Novembro - entre Rua Ébano Pereira e Rua Vol. Pátria
10 Cruzamento da Rua Vol. Pátria e Rua XV Novembro
11 Praça General Osório
12 Rua Saldanha - entre Al. Dr. Muricy e Rua do Rosário
13 Rua Saldanha - entre Rua do Rosário e Rua José Bonifácio
14 Praça Gen. Marques - em frente ao Paço Municipal
15 Praça Gen. Marques - próximo a Rua Riachuelo
16 Praça Gen. Marques - atrás do Paço Municipal
17 Trav. Oliveira Bello
18 Rua Sen. Alencar Guimarães
13
O custo deste equipamento é em torno de 100 % mais baixo do que as câmeras digitais com o
sensor full-frame, que possibilita o registro completo de uma lente olho de peixe.
75
Em relação à altura da obtenção das fotos, por não haver norma relativa,
o parâmetro estabelecido foi a altura dos sensores de temperatura e umidade
consideradas nas medições microclimáticas (descritos no item 3.3). Desta forma, as
fotos foram obtidas a 110 cm em relação ao nível do solo.
Figura 10 – “Foto 1”, imagem posicionada Figura 11 – “Foto 2”, imagem posicionada em
em relação ao Norte relação ao Leste
Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria
Figura 12 – Comando para deixar a imagem com formato quadrado e sem distorção.
Fonte: Autoria própria
0,6
0,5
0,4
FVC (180º)
0,3
0,2
y = 0,64x
0,1 2
R = 0,98
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
FVC (160º)
Gráfico 5 – Gráfico de dispersão entre FVC com ângulo de abertura de 160° e de 180°
Fonte: Autoria própria
80
Para a câmera sem o sensor full-frame, e para FVCs entre 0,19 e 0,54, o
método de calibração parece se aplicar e o coeficiente de calibração “compensa” a
parte da imagem que foi perdida na primeira situação em relação à segunda. O erro
médio entre os valores de FVC de cada método foi de -0,31% (Tabela 4).
Figura 19 – Câmera Nikon CoolPix 4500 com lente olho de peixe FC-E8
Fonte: Autoria própria
ferramenta Magic Tool Eraser (borracha mágica) sob o fundo da imagem. Neste
caso, a tolerância, ou seja, o limite de contraste da ferramenta foi de 1. De modo a
completar esta ação, foram selecionados os seguintes comandos: Image> Trim>
Transparent Pixels > OK.
Piranômetro de silício
(S-LIB-M003)
Velocidade do ar
- Intervalo de medição: 0 a 44 m/s
- Precisão:
± 0,5 m / s (± 1,1mph)
±3% (17 to 30 m/s)
±4% (30 to 47 m/s)
Direção do ar
- Intervalo de medição: 0 a 358°
- Precisão: ± 0,5 m / s
mesmo. O anemômetro foi fixado à 200 cm, conforme recomendado por Campbell
(1997).
Para se obter a temperatura radiante média (Trm), foram utilizados
termômetros de globo de cobre, com Ø=2”, pintados na cor RAL-7001 (THORSSON
et al., 2007), como visualizado na Figura 26. Em cada estação, foram fixados dois
termômetros de globo nas alturas de 60 cm e 110 cm, conforme ISO 7726 (1998),
sendo incorporados nestes globos os instrumentos do Quadro 6. Para se obter a
temperatura de globo, foi feita a média aritmética entre os dois registros. A Trm foi
calculada pela fórmula para convecção natural, definida pela ISO 7726 (1998, p.16).
Sensor interno
- Intervalo de medição: -40 °C a 100 °C
- Precisão: < ±0.2 °C (0 °C a 50 °C)
Sensor externo
- Intervalo de medição: -40 °C a 100 °C
- Precisão: < ±0.2 °C (0 °C a 50 °C)
Tabela 5 – Faixa de precisão dos instrumentos segundo a norma ISO 7726 (1998)
(continua)
Faixa Faixa
Variáveis para Precisão para conforto para Precisão para estresse
conforto estresse
Desejada:
Temperatura do ar 10 a 40 Desejada: ± 0,5 °C -40 a ± 0,5 °C (0 a 50 °C)
(Ta) °C Requerida: ± 0,2 °C 120 °C Requerida:
± 0,25 °C (0 a 50 °C)
87
Tabela 5 – Faixa de precisão dos instrumentos segundo a norma ISO 7726 (1998)
(conclusão)
Faixa Faixa
Variáveis para Precisão para conforto para Precisão para estresse
conforto estresse
Desejada:
Temperatura
10 a 40 Desejada: ± 2 °C -40 a ± 5 °C (0 a 50 °C)
radiante média
°C Requerida: ± 0,2 °C 150 °C Requerida:
(Trm)
± 5 °C (0 a 50 °C)
Desejada: Desejada:
Velocidade do ar 0,05 a 1 ± (0,05 + 0,05va) m/s 0,2 a ± (0,1 + 0,05va) m/s
(va) m/s Requerida: 20 m/s Requerida:
± (0,02 + 0,07va) m/s ± (0,05 + 0,05va) m/s
Umidade absoluta 0,5 a 0,5 a
± 0,15 kPa |Tr - Ta| < 10 °C ± 0,15 kPa |Tr - Ta| < 20°C
(pa) 3,0 kPa 6,0 kPa
Fonte: ROSSI et al. (2009)
consiste na área desobstruída do céu que recebe influência da trajetória solar. Para
a obtenção desse parâmetro, utilizou-se a carta solar sobreposta à foto olho de
peixe, sendo o cálculo realizado com auxílio do programa AutoCAD. O resultado é
dado em percentagem.
O FAS é um parâmetro genérico, pois, deve-se considerar, na carta solar,
a faixa de dias relativos ao período de interesse. Para o estudo em questão, foram
consideradas todas as faixas, já que as medições abarcaram os meses de janeiro a
agosto.
A Figura 27 contém um quadro resumo dos procedimentos metodológicos
empreendidos na pesquisa. Nesse quadro estão inclusos os objetivos,
procedimentos e ferramentas utilizadas nas ações desenvolvidas, de forma a
responder ao objetivo proposto.
94
(continua)
Localização:
Ponto 2 Rua XV de Novembro - entre a Rua Pres. Faria e a Rua
Riachuelo
FVC = 0,20
Largura da via (W): 18 m
Altura média estimada das edificações (H): 30 m
Vegetação: Poucas árvores isoladas
FVC = 0,34
Largura da via (W): -
Altura média estimada das edificações (H): -
Vegetação: Não há
(continua)
Localização:
Ponto 6a
Rua XV de Novembro - entre a Rua Mal. Floriano e a Al. Dr. Muricy
FVC = 0,26
Largura da via (W): 25 m
Altura média estimada das edificações (H): 32 m
Vegetação: Não há
FVC = 0,27
Largura da via (W): 25 m
Altura média estimada das edificações (H): 32 m
Vegetação: Não há
Localização:
Ponto 8
Cruzamento da Trav. Oliveira Bello e Rua XV de Novembro
FVC = 0,37
Largura da via (W): -
Altura média estimada das edificações (H): -
Vegetação: Não há
(continua)
Localização:
Ponto 9 Avenida Luis Xavier - entre a Rua Ébano Pereira e a Rua Vol.
Pátria
FVC = 0,29
Largura da via (W): 30 m
Altura média estimada das edificações (H): 33 m
Vegetação: Não há
FVC = 0,30
Largura da via (W): 30 m
Altura média estimada das edificações (H): 32 m
Vegetação: Poucas árvores isoladas
FVC = 0,21
Largura da via (W): 9 m
Altura média estimada das edificações (H): 21 m
Vegetação: não há
Localização:
Ponto 14
Praça Gen. Marques - em frente ao Paço Municipal
FVC = 0,55
Largura da via (W): -
Altura média estimada das edificações (H): -
Vegetação: Não há
(conclusão)
Localização:
Ponto 16
Praça Gen. Marques - atrás do Paço Municipal
FVC = 0,38
Largura da via (W): -
Altura média das edificações (H): -
Vegetação: Poucas árvores isoladas
FVC = 0,21
Largura da via (W): 18 m
Altura média estimada das edificações (H): 29 m
Vegetação: Não há
Localização:
Ponto 18
Rua Senador Alencar Guimarães
FVC = 0,30
Largura da via (W): 18 m
Altura média estimada das edificações (H): 20 m
Vegetação: Não há
25/03/2009 10 0,30
6
3 0,32
01/04/2009 13 0,22
9
2 0,20
08/04/2009 4 0,34
15
9 0,29
06/05/2009 4 0,34
38
14 0,55
03/06/2009 4 0,34
38
14 0,55
05/06/2009 10 0,30
27
5 0,22
09/06/2009 17 0,21
30
18 0,30
17/06/2009 6a 0,26
23
2 0,20
19/06/2009 3 0,32
18
7 0,39
8 0,37
13/07/2009 3
16 0,38
Fonte: Autoria própria
se muito específicas. Assim, esses dias não aparecem nas análises que incluem
pares de medição.
As medições tiveram início no dia 09/01/2009 nos pontos 2 (FVC 0,20) e
7 (FVC 0,39). Esses cânions urbanos foram escolhidos por apresentarem valores de
FVC distintos, sendo o valor do ponto 7 quase o dobro do valor do ponto 2. Na
medição do dia 25/03/2009, os pontos 10 (FVC 0,30) e 3 (FVC 0,32) foram
selecionados por apresentarem valores de FVC próximos (diferença de 6%).
Novamente, na medição seguinte (01/04/2009), procuraram-se pontos com valores
de FVC semelhantes, mas que estivessem localizados em vias distintas. Desta
forma, foram coletados dados climáticos do ponto 13 (FVC 0,22), situado na Rua
Saldanha Marinho, e do ponto 2 (FVC 0,20) na Rua XV de Novembro. Ambas as
vias possuem a mesma orientação axial (tendência E-W).
As medições dos dias 08/04/2009 e 06/05/2009 tiveram como objetivo
comparar pontos com diferenças expressivas nas suas configurações urbanas. O
ponto 4 (FVC 0,34) situado em um cruzamento de vias de pedestres, foi, então,
medido simultaneamente com um ponto em cânion urbano (ponto 9, FVC 0,29) e
com outro localizado em uma praça seca (ponto 14, FVC 0,55). A medição do dia
03/06/2009 repetiu os pontos da medição do dia 06/05/2009, uma vez que, nessa
data, não foram obtidos dados relativos ao vento no ponto 4.
Os pontos 10 (FVC 0,30) e 5 (FVC 0,22) possuem valores de FVC com
diferença de 27% e foram medidos no dia 05/06/2009. Enquanto o ponto 5
apresenta configuração urbana de cânion, o ponto 10 situa-se em um área mais
aberta, no entorno da Praça General Osório, com configuração mais próxima de um
cruzamento de vias.
No dia 09/06/2009, foram escolhidos pontos no entorno da Rua XV de
Novembro e com orientação axial diferente desta. Assim, selecionaram-se o ponto
17 (FVC 0,21) situado na Travessa Oliveira Bello e o ponto 18 (FVC 0,30) na Rua
Sen. Alencar Guimarães, ambos os pontos com a mesma orientação axial (NW-SE).
Nos dias 17/06/2009 e 19/06/2009 foram selecionados pontos na Rua XV
de Novembro com características de cânion urbano, sendo medidos os pares 6a
(FVC 0,26) e 2 (FVC 0,20) e os pares 3 (FVC 0,32) e 7 (FVC 0,39). O ponto 6
diferencia-se dos outros pontos por apresentar uma fonte d’água centralizada na
quadra. Os pontos 6a e 6b estão em lados opostos desta.
102
11/08/2009 14 1,1 -0,42 552 0,50 64 -0,79 15,1 0,82 23,0 0,81
Correlação média 1,1 -0,5 300 0,3 52 -0,6 20,4 0,7 24,5 0,7
11/08/2009 14 1,1 -0,30 552 0,55 64 -0,87 15,1 0,89 23,0 0,89
Correlação
1,1 -0,5 300 0,3 52 -0,8 20,4 0,8 24,5 0,8
média
Fonte: Autoria própria
(continua)
(conclusão)
14
Os dados horários do dia 09/01/2009 referem-se ao horário de verão.
110
ponto são maiores, como pode ser visto no horário das 13h05 (Gráfico 6). De
maneira análoga, quando a temperatura do ponto 2 é maior, diferença negativa, os
valores do PMV, para este ponto, são maiores, como é visto no horário das 12h06
até às 12h30. Ao longo do período de monitoramento, a predominância de
temperaturas mais altas no local com menor obstrução à abóbada celeste (ponto 7)
é nítida, sendo que ocorre uma inversão de Trm mais considerável no período
próximo às 12h20. Em relação ao PMV nos pontos 2 e 7, durante a maior parte do
dia, os valores ficaram na faixa entre 1,5 e 2,5 (moderado estresse térmico).
09/01/2009
3,5 10
8
6
2,5 4
ǻTrm (°C)
2
PMV
0
-2
1,5 -4
-6
-8
0,5 -10
12h01
12h31
13h01
13h31
14h01
14h31
15h01
15h31
Nas análises dos índices calculados PMV e PET para o ponto 2, houve
uma diferença próxima a 30% entre o grau de leve estresse ao calor, para o grau de
moderado estresse ao calor. No ponto 7, considerando-se os índices calculados,
ocorreu uma predominância significativa de mais de 80% no grau de moderado
estresse ao calor.
Na medição ocorrida no dia 17/06/2009, observa-se que o ponto 6a (FVC
0,26), local com menor obstrução à abóbada celeste, apresentou valores de Trm
mais baixos que o ponto 2 (FVC 0,20) em quase todo o período de medição. No
entanto, a diferença de Trm entre os pontos foi insignificante (0,6 °C conforme
Tabela 10), sendo positiva para o ponto 2. Por conseguinte, os valores de PMV dos
pontos estão visualmente próximos (Gráfico 8), exceto em momentos específicos,
como às 12h06.
112
17/06/2009
-0,5 1,5
-1,5 1
ǻTrm (°C)
-2,5 0,5
PMV
-3,5 0
-4,5 -0,5
-5,5 -1
11h01
11h31
12h01
12h31
13h01
13h31
14h01
14h31
Diferença Trm PMV 6a PMV 2
Tabela 12 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (25/03/2009)
Data 25/03/2009
Ponto 10 3 10 3
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 13 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (01/04/2009)
Data 01/04/2009
Ponto 13 2 13 2
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 14 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (08/04/2009)
Data 08/04/2009
Ponto 4 9 4 9
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 15 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (03/06/2009)
Data 03/06/2009
Ponto 4 14 4 14
extremo estresse ao frio 12,1 0,0 0,0 0,0
Tabela 16 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (05/06/2009)
Data 05/06/2009
Ponto 10 5 10 5
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 17 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (09/06/2009)
Data 09/06/2009
Ponto 17 18 17 18
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 18 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (19/06/2009)
Data 19/06/2009
Ponto 3 7 3 7
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Tabela 19 – Grau de estresse fisiológico calculado relativo aos índices PMV e PET (13/07/2009)
Data 13/07/2009
Ponto 8 16 8 16
extremo estresse ao frio 0,0 0,0 0,0 0,0
Para que fosse possível uma análise geral entre FVC e Trm,
considerando todos os dias de medição, os dados horários foram normalizados em
relação aos dados horários da estação meteorológica fixa. Desta forma, utilizaram-
se como referência os dados de temperatura do ar obtidos pelo INMET,
correspondentes aos dias e horários de monitoramento. Assim, os 13 dias de
medição foram divididos em três grupos:
1. grupo com temperaturas elevadas (acima de 23 °C), chamado de
GRUPO 1;
2. grupo com temperaturas intermediárias (entre 20 a 23 °C), chamado
de GRUPO 2;
3. grupo com temperaturas baixas (abaixo de 20 °C), chamado de
GRUPO 3.
Os procedimentos para a obtenção das temperaturas radiantes médias
normalizadas a partir dos fatores de normalização constam no Apêndice A.
A Tabela 20 contém os dados resumidos das variáveis climáticas de cada
ponto (valor médio) para o período das quatro horas de medição, incluindo a Trm
normalizada.
121
40,0
35,0
25,0
20,0
15,0
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
FVC
35,0
30,0
Trm normalizada - GRUPO 2
25,0
20,0
15,0
10,0
y = 28,45x + 16,30
5,0
R2 = 0,55
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6
FVC
35,0
30,0
20,0
15,0
10,0
y = 35,92x + 7,12
5,0
R2 = 0,60
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6
FVC
2,5 12,0
2,0 10,0
1,5
8,0
1,0
ǻTrm-Ta (°C) 6,0
Ilha (°C)
0,5
4,0
0,0
2,0
-0,5
-1,0 0,0
y = 3,04x - 0,65 y = 23,63x - 2,84
-1,5 -2,0
2
R = 0,10 R2 = 0,35
-2,0 -4,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,0 0,2 0,4 0,6
FVC FVC
Gráfico 13 – Gráfico de dispersão entre FVC e Gráfico 14 – Gráfico de dispersão entre FVC e
Ilha de Calor Diurna ǻTrm-Ta
Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria
2 0,20 4,3
3 0,32 4,4
4 0,34 9,4
5 0,22 -0,3
6a 0,26 -0,3
6b 0,27 -0,1
7 0,39 6,6
8 0,37 4,5
9 0,29 4,7
10 0,30 0,2
13 0,22 2,3
14 0,55 10,2
16 0,38 5,3
17 0,21 3,1
18 0,30 3,0
Fonte: Autoria própria
12,0
10,0
8,0
ǻTrm-Ta (°C)
6,0
4,0
2,0
y = 25,54x - 4,05
0,0
R2 = 0,51
-2,0
0,0 0,2 0,4 0,6
FVC
Gráfico 15 – Gráfico de dispersão entre FVC e Ilha de Calor Diurna (dados agrupados)
Fonte: Autoria própria
radiação solar pode fornecer resultados mais precisos quanto ao nível de conforto
térmico.
A carta solar sobreposta à foto olho de peixe indica o período de
incidência solar no ponto durante todo o ano. A análise da trajetória solar nos pontos
monitorados abrangeu o período dos meses de janeiro, março, abril, junho, julho e
agosto.
A Figura 28 mostra a trajetória solar do ponto 2 (FVC 0,20) e do ponto 7
(FVC 0,39), monitorados no dia 09/01/2009. Nota-se que o ponto 2 recebe sol das
9h00 até às 16h00. Considerando-se o período de medição, das 11h01 até às
15h00, o total de radiação incidente nesse ponto foi de 2449 W/m² (ver Tabela 11).
No ponto 7, o período de incidência de radiação solar abrange o intervalo das 8h00
até às 16h00, sendo considerável o somatório de radiação incidente no período de
monitoramento (2696 W/m²). Nestes dois pontos, os valores de FVC são diferentes,
sendo um o dobro do outro, sendo que o ponto menos obstruído, ponto 7, recebe
uma hora de sol a mais que o ponto 2.
PONTO 2 PONTO 7
PONTO 1O PONTO 3
PONTO 13 PONTO 2
PONTO 4 PONTO 9
Já o ponto 9 (FVC 0,29) recebe radiação solar no intervalo das 11h00 até
às 13h00. Novamente os valores de FVC são semelhantes nestes pontos, embora o
perfil das obstruções seja diferente, assim como o total de radiação recebida (Ig =
1859 W/m², ponto 4 e Ig = 1297 W/m², ponto 9).
As variáveis climáticas do ponto 4 foram medidas novamente no dia
03/06/2009, mas em comparação com o ponto 14 (Figura 32). As configurações
urbanas destes pontos são bem distintas, pois enquanto o ponto 4 (FVC 0,34) situa-
se em um cruzamento, o ponto 14 (FVC 0,55) situa-se em uma praça seca.
O ponto 4 encontra-se em situação de sombreamento logo no início da
medição (11h01) até às 12h00 e, novamente, após às 14h30. O ponto 14 sofre
influência da radiação solar direta durante todo o período de monitoramento. Estas
situações urbanas refletem no total de radiação incidente, sendo de 1693 W/m² no
ponto 4 e de 2626 W/m² no ponto 14.
PONTO 4 PONTO 14
PONTO 10 PONTO 5
PONTO 17 PONTO 18
PONTO 6a PONTO 2
PONTO 3 PONTO 7
PONTO 8 PONTO 16
PONTO 2 PONTO 3
FAS = 20 % FAS = 37 %
PONTO 4 PONTO 5
FAS = 42 % FAS = 29 %
PONTO 6a PONTO 6b
FAS = 30 % FAS = 37 %
(continua)
PONTO 7 PONTO 8
FAS = 42 % FAS = 41 %
PONTO 9 PONTO 10
FAS = 40 % FAS = 28 %
PONTO 13 PONTO 14
FAS = 29 % FAS = 58 %
(continua)
PONTO 16 PONTO 17
FAS = 49 % FAS = 24 %
PONTO 18
FAS = 41 %
(conclusão)
Fator de
Fator de visão
Data de acessibilidade Ilha Calor ǻTrm-Ta
Ponto do céu - FVC
medição solar - FAS
(adimensional)
(°C) (°C)
(%)
2 09/01/2009 20 0,20 1,5 8,6
2 01/04/2009 20 0,20 0,1 4,1
2 17/06/2009 20 0,20 -0,2 0,3
3 25/03/2009 37 0,32 0,7 8,9
3 19/06/2009 37 0,32 -0,8 -0,1
4 08/04/2009 42 0,34 0,9 9,8
4 06/05/2009 42 0,34 1,3 8,8
4 03/06/2009 42 0,34 0,6 9,5
5 05/06/2009 29 0,22 -0,9 -0,3
6a 17/06/2009 30 0,26 -0,4 -0,3
6b 08/12/2009 37 0,27 -1,1 -0,1
7 09/01/2009 42 0,39 2,1 10,6
7 19/06/2009 42 0,39 -0,9 2,5
8 13/07/2009 41 0,37 -0,3 4,5
9 08/04/2009 40 0,29 0,0 4,7
10 25/03/2009 28 0,30 0,7 2,2
10 05/06/2009 28 0,30 -1,6 -1,8
13 01/04/2009 29 0,22 2,0 2,3
14 03/06/2009 58 0,55 1,6 11,3
14 06/05/2009 58 0,55 1,4 10,6
14 08/11/2009 58 0,55 0,7 8,6
16 13/07/2009 49 0,38 0,8 5,3
17 09/06/2009 24 0,21 0,2 3,1
18 09/06/2009 41 0,30 -0,1 3,0
Fonte: Autoria própria
2,5 12,0
2,0 10,0
1,5 8,0
ǻTrm-Ta ( °C)
1,0
6,0
Ilha ( °C)
0,5
4,0
0,0
2,0
-0,5
0,0 y = 21,50x - 3,19
-1,0 y = 0,03x - 0,65
-2,0 R2 = 0,34
-1,5 R2 = 0,09
-2,0 -4,0
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0
FAS FAS
Gráfico 16 – Gráfico de dispersão entre FAS e Gráfico 17 – Gráfico de dispersão entre FAS e
ilha de calor ǻTrm-Ta
Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria
Tabela 24 – Coeficientes de correlação (R) obtidos a partir das análises de regressão simples e
múltipla
Variáveis Ilha de calor ǻTrm-Ta
FVC (regressão simples) 0,32 0,59
FAS (regressão simples) 0,30 0,58
FVC e FAS (regressão múltipla) 0,31 0,60
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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158
NORMALIZADA
Tabela 33 – Dados normalizados de Trm (GRUPO 3), radiação maior que 2000 W/m²
Trm normalizada (°C)
FVC 0,55 FVC 0,38 FVC 0,55
HORA 03/06/2009 13/07/2009 11/08/2009
ponto 14 ponto 16 ponto 14
est 2 est 2 est 2
12h00 36,1 16,0 19,7
13h00 30,9 18,9 23,0
14h00 28,0 22,2 25,5
15h00 24,0 25,2 31,2
Média 29,7 20,6 24,8
Somatório
radiação (W/m²)
2626 2411 2208
Tabela 34 – Dados normalizados de Trm (GRUPO 3), radiação entre 400 W/m² e 2000 W/m²
Trm normalizada (°C)
FVC 0,21 FVC 0,39
HORA FVC 0,37 13/7/2009
03/06/200 19/06/2009
ponto 8
ponto 4 ponto 7
est 1
est 1 est 2
12h00 15,9 25,2 24,0
13h00 33,5 16,2 15,1
14h00 37,1 20,9 15,5
15h00 22,1 16,9 15,6
Média 27,2 19,8 17,6
Somatório
radiação (W/m²)
1692 966 678
Tabela 35 – Dados normalizados de Trm (GRUPO 3), radiação menor que 400 W/m²
Trm normalizada (°C)
FVC 0,27 FVC 0,32 FVC 0,20 FVC 0,26
HORA 12/08/2009 19/06/2009 17/06/2009 17/06/2009
ponto 6b ponto 3 ponto 2 ponto 6a
est 2 est 1 est 2 est 1
12h00 14,2 13,8 13,7 13,6
13h00 14,9 14,9 15,4 14,8
14h00 15,9 16,3 16,8 15,8
15h00 16,7 17,0 17,6 16,8
Média 15,4 15,5 15,9 15,2
Somatório
radiação (W/m²)
332 253 222 160