Fechamento Apendicite
Fechamento Apendicite
Fechamento Apendicite
HMA: Paciente refere surgimento de dor abdominal há 2 dias. A dor se iniciou após o
almoço com a família. No início, sentia um desconforto no andar superior do abdome mas
aos poucos a dor foi caminhando para ao redor do umbigo. Refere que tem cólicas
menstruais mensalmente mas que essa vez está um pouco mais forte no dia seguinte (8/10)
e se localizou mais no andar inferior do abdome direito. Nega irradiação para as costas e
escápula. Relara
ISDA:
Antecedentes Ginecológicos: SOP – toma ACO e parou há 2 meses – não utiliza métodos
contraceptivos seguros
DUM: Há 60 dias
Alergia: AAS
Antecedentes Familiares: Mãe com DM 2, pai com Icor + Stent, Irmão com Dislipidemia
Exame Físico:
Geral: BEG, corada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril fácies atípicas, consciente e
contactante Antropometria: Peso 65kg Altura 1,6m IMC 25,39 Sinais Vitais: T 37,5°C
MMII: sem edema, sem empastamento muscular, Holmans negativo, Pratt negativo,
bandeira negativo, pulsos Fem, Pop, Tp e Ped 4+/4
Hipótese Diagnóstica:
Exames:
• Hemograma
GV: 5.20 milhões/ mm3 Hb: 11,8 g/dl HT: 38% VGM: 28.9 pg HGM: 28.9 CHGM: 34.4
g/dl GB: 13500/mm3 Bastonetes 3% Segmentados 75% Eosinófilos 0% Linfócitos 10%
Monócitos 2% PCR positivo Plaquetas 200.000/mm3
• Glicemia
• Beta HCG: negativo
• Ureia= 40 mg/dl
• Creatinina = 0,8
• Sódio142 mmol/L
• Potássio = 4.6 mmol/L
• EAS: sem alterações
Leucocitúria pode ser em consequência da apendicite – cuidado para não tratar como
ITU
• Função renal
• Função hepática
• Amilase 50 U/L (normalidade adulto: 25-115 U/L)
• Raio x: ortostática – decúbito dorsal
• USG abdominal
• TC abdominal
Objetivos
1. Compreender a anatomia do apêndice e das estruturas adjacentes (não
precisa aprofundar – apenas abordar possíveis diagnósticos diferenciais)
-A dor pode irradiar para lombar, o que pode simular dor relacionada aos rins,
caracterizando um diagnóstico diferencial.
- Além disso a localização do ceco também muda de acordo com o biotipo do indivíduo
-Estruturas adjacentes podem nos levar a pensar em um diagnóstico diferencial. Mas vai
depender também das variações anatômicas.
-Além da apendicite, pensar na diverticulose, torção ovariana, gravidez ectópica etc., mas
quando se tem um acometimento em órgãos pélvicos a dor é suprapúbica, mas entra a
variação do apêndice que também pode ser suprapúbica.
-Manifestações Clínicas: dor abdominal no quadrante inferior direito (FI anterior direita),
periumbilical que irradia para a FID; anorexia; náuseas e vômitos; dor é tipicamente de
natureza periumbilical, com subsequente migração para o quadrante inferior direito à
medida que a inflamação progride. Características inicias atípicas ou inespecíficas:
indigestão, flatulência, irregularidade intestinal, diarréia, mal-estar generalizado. Mas
quadros clínicos diversos podem ocorrer por conta da variação anatômica, como sintomas
urinários (apêndice pélvico), cólica nefrética. Nos casos de apendicite é comum a dor
primeiro e depois o vômito. Tanto diarreia como estase fecal podem ocorrer. Pode haver
febre baixa atingindo 38,3°C (101,0°F). Febre alta significa progressão da inflamação.
Leucócitos altos e febre alta podem indiciar pior prognóstico. Ainda que o EAS venha
alterado não é possível descartar.
Fonte: https://portal.wemeds.com.br/escore-de-alvarado-na-apendicite-aguda/
-DIP: dispareunia, dor pélvica cíclica, dor bilateral, corrimento vaginal, tempo de
evolução maior, febre mais alta, sem migração epigástrica, vômitos menos frequentes.
Entretanto, o quadro pode ser muito semelhante.
- Divertículo de Meckel: o divertículo ileal (de Meckel) é uma anomalia congênita que
ocorre em 1 a 2% da população. Um remanescente da parte proximal do ducto
onfalomesentérico embrionário (pedículo vitelino), o divertículo geralmente apresenta-se
como uma bolsa digitiforme.
-Doença de Crohn: Fadiga, diarreia prolongada com dor abdominal, perda de peso, febre.
Dor persistente após cirurgia. É uma doença crônica. Na maioria das vezes tem uma
inflamação do íleo terminal (ileite terminal)
-GECA
Macetes da professora:
• Hemograma, Beta HCG, USG
• Antes de fazer TC temos que pedir o Beta HCG antes
• EAS: paciente com apendicite vem com piuria e hematúria leve, e ter piuria no
EAS não quer dizer que o paciente tem infecção urinária -> não devemos definir
a conduta em apenas um exame!
-Cetoacidose diabética
• Desvio a esquerda: bastonetes são células jovens que não possuem o núcleo
segmentado – um aumento no número de bastonentes significa um aumento na
produção de neutrófilos pela medula óssea – geralmente é devido infecções
bacterianas - Aproximadamente 80 por cento dos pacientes apresentam
leucocitose e desvio à esquerda (aumento na contagem total de leucócitos, faixas
[neutrófilos imaturos] e neutrófilos) no diferencial
Professora:
Apendicite aguda não tem tratamento clínico. Não considere fazer antibioticoterapia
para paciente com apendicite aguda.
• Tumores no apêndice na ponta ou até 2cm pode realizar a apendicectomia.
• Complicada: colonoscopia
• Drenagem percutânea de abscesso — Se os estudos de imagem demonstrarem um
abscesso intra-abdominal ou pélvico, a drenagem guiada por TC ou ultrassom
pode frequentemente ser realizada por via percutânea ou transretal. Estudos
sugerem que a drenagem percutânea de abscessos apendiculares resulta em menos
complicações e menor tempo de internação geral do que a drenagem cirúrgica.
Também permite que a inflamação diminua antes da apendicectomia, negando
assim a necessidade de uma ressecção intestinal mais extensa (por exemplo,
ileocecectomia) em alguns casos.
Professora:
Indicamos drenagem de abscesso percutânea se o abscesso estiver bloqueado (o
paciente teve apendicite, alças intestinais bloquearam a região e a inflamação é
limitada).
Agora, se o abcesso peritoneal for difuso -> laparotomia
• Dieta Zero
• Soro Glicosado
• Referência para apendicectomia em 24hrs
Referências
2. Ginecologia e obstetrícia Febrasgo para o médico residente / Adolfo Liao ... [et al.] ;
coordenação Almir Antonio Urbanetz. - 2. ed., rev. e ampl. - Barueri [SP] : Manole,
2021.
4. KASPER, Dennis L.. *Medicina interna* de *Harrison. **19* ed. Porto Alegre:
AMGH Editora, 2017.
ANOS DE 2019 E 2020 NO BRASIL. *Revista Científica do Hospital Santa Rosa.* 2023.
10. https://faculdademedicina.ufpa.br/doc/Hemograma.pdf