Proposta de Redação Enem - Urbanização

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Texto 1:

A América Latina é, ao mesmo tempo, uma das regiões mais pobres e ao mesmo tempo a
mais urbanizada do planeta, o que traz imensos desafios. O crescimento das cidades na região se fez
de maneira desenfreada, sem que os investimentos em infraestrutura acompanhassem a ocupação do
solo, criando alguns dos maiores e mais precários conglomerados habitacionais do planeta, como a
favela de Ceilândia (Distrito Federal) e da Rocinha (Rio de Janeiro).
Com o Brasil, maior país da América do Sul, não foi diferente. Em apenas 50 anos, entre
1960 e 2010, passamos de 70,2 milhões para 191,7 milhões de habitantes, e nossa população urbana
passou de 44% para impressionantes 84%. Temos uma das maiores populações urbanas do planeta,
ficando apenas atrás da China (1º), da Índia (2º) e dos EUA (3º). Ainda assim, somos um dos países
mais desiguais do mundo, com taxas de violência altíssimas e grandes problemas em setores como
educação, saneamento e saúde. Tudo isso torna a discussão sobre planejamento de cidades ainda
mais importante no contexto brasileiro.

Politize! Planejamento urbano no Brasil: um breve histórico, 2017.

Texto 2:

O debate sobre a arquitetura moderna no Brasil foi decisivo para que a consciência urbana
no Rio de Janeiro amadurecesse e resultou no seu primeiro plano diretor, o Plano Agache. A escolha
de Alfred Agache para desenvolver a remodelação da cidade envolveu muitas questões que foram
da política à estética. A base do Plano Agache era a renovação da dimensão físico-territorial, e não a
preparação da cidade para o desenvolvimento. Era uma intervenção pontual, que deveria se limitar
ao Centro, lugar por excelência das negociações financeiras. Para tanto, seria preciso realocar
valores, melhorando as edificações, a ordenação dos arruamentos e a circulação, acelerando o
movimento sem congestionamentos.
No que diz respeito às favelas, Agache as considerou cidades-satélites de formação
espontânea, compostas por uma população variável e avessa à higiene, que deveria ser civilizada,
habitando casas populares a serem construídas. O ordenamento do Rio teria como pressuposto a
combinação entre legislação urbana e zoneamento, ou seja, a atribuição de funções a cada espaço,
com o objetivo de alterar a cultura urbana através de mudanças nas relações sociais e fazendo da
cidade um agente de transformações de hábitos e de costumes, o que resultaria em uma cidade
moderna. Com essa naturalização, o Rio e sua vida girariam em torno da sua função político-
administrativa como capital e da função econômica como porto e mercado.

Rio Memórias. O plano Agache. Adaptado.


Texto 3:

Politize! Planejamento urbano no Brasil: um breve histórico, 2017.


Texto 4:

Os espaços urbanos com o acúmulo crescente de habitantes se tornam grandes áreas de


risco, com altos índices de miséria, desigualdades, desemprego, violência e outros problemas,
principalmente nas metrópoles. As cidades têm diferenças, porém uma característica é comum: são
marcadas de um lado pela exclusão de muitos, e de outro, pelas melhores condições de vida de
poucos. A urbanização, então, acaba criando grandes problemas, por um lado, há a hipótese de que a
urbanização é necessária para o processo do crescimento nacional pelas economias de aglomeração
e escala que cria, pelas oportunidades de emprego e melhoramento de posição social que oferece e,
finalmente, por seu clima favorável à elaboração de ideologias progressistas. Por outro lado, porém,
acusa-se a urbanização de agravar desequilíbrios socioeconômicos e disparidades regionais, de
gerar subemprego, degradação da habitação e definição de serviços essenciais.
Com o crescimento da população e a falta de planejamento das cidades ocorre um grave
problema: a segregação, tanto espacial (distância entre moradias de diferentes grupos) como social
(distância de condições no que diz respeito ao acesso, elaboração e execução de políticas públicas).
A primeira está relacionada à valorização excessiva dos imóveis que dispõem dos serviços básicos,
como asfalto, saneamento básico e transporte, e uma localização estratégica que facilita o acesso ao
trabalho, comércio e lazer, além, ainda, da construção dos conjuntos habitacionais na periferia. A
segunda diz respeito a dificuldade que alguns grupos têm para conseguir serviços de melhor
qualidade, como escolas, médicos, emprego, cultura e lazer. As duas formas de segregação são
extremamente ligadas e concentradas nos grupos com menores rendas.

Revista Urutaguá (DCS/UEM). A periferização causada pela desigual urbanização brasileira, 2007. Adaptado.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema “Os impactos da falta de planejamento urbano nas cidades
brasileiras”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.

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