Tipos e Técnicas de Pesquisa 2024

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 89

Tipos e

técnicas de
pesquisa
Seminários 2024
Métodos que indicam os meios técnicos da
investigação
• Nem sempre um método é adotado rigorosa ou exclusivamente
numa investigação.
• Com frequência, dois ou mais métodos são combinados. Isto
porque nem sempre um único método é suficiente para orientar
todos os procedimentos a serem desenvolvidos ao longo da
investigação.(GIL, 2024, p. 16).
Como classificar as pesquisas Gil 2017
• Segundo sua finalidade:
• Gil fala de novos sistemas de classificação derivado do primeiro, um desses sistemas é o
proposto pela Adelaide University (2008), que define as categorias:
• Pesquisa básica pura. Pesquisas destinadas unicamente à ampliação do conhecimento,
sem qualquer preocupação com seus possíveis benefícios. (Michel Polanyi 1958 In.
Stengers)
• Pesquisa básica estratégica. Pesquisas voltadas à aquisição de novos conhecimentos
direcionados a amplas áreas com vistas à solução de reconhecidos problemas práticos.
(Positivistas, Marxistas: John Bernal, A função Social da Ciências, 1939)
• Pesquisa aplicada. Pesquisas voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à
aplicação numa situação específica, conjuntural, contexto prático.
• Desenvolvimento experimental. Trabalho sistemático, que utiliza conhecimentos
derivados da pesquisa ou experiência prática com vistas à produção de novos materiais,
equipamentos, políticas e comportamentos, ou à instalação ou melhoria de novos sistemas
e serviços.
Métodos por Dresch, et al./ Gil
❖ Métodos científicos: ❖ Método de trabalho
▪ indutivo; ❑ Técnicas de coleta:
• dedutivo; • Documental;
• hipotético-dedutivo; • Bibliográfica;
• Abdutivo • Entrevistas;
• Dialético • Grupo focal;
• Fenomenológico • Questionários;
❖ Métodos de pesquisa: • Observação direta
• design science research. ❑ Análise de dados:
• Estudo de caso • Análise de conteúdo;
• Pesquisa-ação • Análise do discurso;
• Survey • Estatística multivariada
• Modelagem
Quanto aos objetivos Quanto aos procedimentos técnicos

Pesquisa Exploratória Pesquisa Bibliográfica

Pesquisa Descritiva Pesquisa Documental

Pesquisa
Experimental
Simulação Protótipo
Pesquisa Explicativa

Estudo de Caso

Estudo de Campo Tipos de pesquisa


em Gil 2017
Pesquisa-Ação

Como classificar as pesquisas segundo seus propósitos mais gerais


Classificação provisória importa para estabelecer um “Marco Teórico”, ou seja uma
aproximação conceitual, confrontando a visão teórica com os dados da realidade para o
delineamento da pesquisa em linhas gerais.
6
Pesquisa Exploratória
A Pesquisa Exploratória envolve as técnicas de:
a) Levantamento bibliográfico
b) Entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática
com o problema pesquisado;
c) Análise de exemplos que estimulem a compreensão
A pesquisa exploratória avaliará quais teorias ou conceitos existentes
podem ser aplicados a um determinado problema ou se novas teorias e
conceitos devem ser desenvolvidos.

7
Exemplos de Pesquisa Exploratória

• Ex. estudou as principais publicações especializadas brasileiras,


buscando referências pertinentes ao que hoje se denomina “arquitetura
sustentável”, e que, tanto pelo conteúdo da matéria publicada sobre
determinada obra, como pelo efeito formador e multiplicador de opinião
sobre o tema, indiquem o estado da ciência dos profissionais sobre os
conceitos e as soluções adotadas nos projetos relativas à
sustentabilidade.
• Título: Sustentabilidade em projetos arquitetônicos brasileiros: Uma
Pesquisa Exploratória (Mackenzie, 2007)
Pesquisa Descritiva
• Pesquisa Descritiva: descrever as • Ex. Produção técnica:
características de determinadas produção invisível? (Titulo)
populações ou fenômenos.
• A pesquisa tem como objetivo
• Uma de suas peculiaridades está na
utilização de técnicas padronizadas analisar a Produção Técnica
de coleta de dados, tais como o dos pesquisadores/docentes
questionário e a observação da UFMG em algumas áreas
sistemática. do conhecimento: Arquitetura
• Ex.: pesquisa referente à idade, e Urbanismo (Ciências Sociais
sexo, procedência, eleição etc. Aplicadas), foi uma delas.
A Pesquisa Descritiva envolve:

Técnicas padronizadas de coleta de


dados, como:
a) questionários e a
b) observação sistêmica.

10
Ex. Pesquisa Descritiva/ Experimental
Preliminary approach to the analysis of climate
perception and human thermal comfort for
riverside dwellings the Brazilian Amazon
Abordagem preliminar para análise da
percepção climática e conforto térmico
humano em habitações ribeirinhas da
Amazônia brasileira Maria Cristina Celuppi
Célia Regina Moretti Meirelles, Raquel Cymrot
Beatriz De Alencar Borst João Paulo Assis
Gobo. PPGAU Mackenzie
Pesquisa Explicativa Gil (2021)
• Pesquisa Explicativa: Visa a • Explica a razão ou o porquê
identificar os fatores que das coisas, com um algum
determinam ou que contribuem risco de erros.
para a ocorrência dos fenômenos.
• O conhecimento científico
• É o tipo que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque está assentado nos
explica a razão, o porquê das resultados oferecidos pelos
coisas. estudos explicativos,
• Por isso, é o tipo mais complexo e com o método experimental.
delicado.
Método explicativo
• Pode-se dizer que o conhecimento científico • As pesquisas explicativas nas ciências
está assentado nos resultados oferecidos naturais valem-se quase exclusivamente
pelos estudos explicativos. do método experimental.
• Nas ciências sociais, a aplicação deste
• Isso não significa, porém, que as pesquisas método reveste-se de muitas
exploratórias e descritivas tenham menos dificuldades, razão pela qual se recorre
valor, porque quase sempre constituem etapa também a outros métodos, sobretudo ao
prévia indispensável para que se possam observacional.
obter explicações científicas. • Nem sempre se torna possível a
• Uma pesquisa explicativa pode ser a realização de pesquisas rigidamente
explicativas em ciências sociais, mas em
continuação de outra descritiva, posto que a algumas áreas, sobretudo da psicologia,
identificação dos fatores que determinam um as pesquisas revestem-se de elevado grau
fenômeno exige que este esteja de controle, chegando mesmo a ser
suficientemente descrito e detalhado. chamadas “quase experimentais”. Gil,
2024
Exxemplo de Método explicativo
• Reestruturação produtiva e consolidação de novos • Os dados apresentados demonstram que há, por
eixos de desenvolvimento territorial (artigo) parte dos órgãos estaduais de planejamento do
Estado, um grande volume de investimentos em
• Anderson Dias de Almeida Proença e Wilson infraestruturas de transporte inter-regional, cujo
Ribeiro dos Santos Jr. objetivo é dotar esse eixo territorial entre
• Analisa-se, neste artigo, a Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e o
porto de São Sebastião de ótimas condições para
concepção do Vetor de atrair a localização dos setores mais modernos da
indústria contemporânea e, por conseguinte,
Desenvolvimento Perimetral da consolidá-lo como o principal corredor de
Macrometrópole Paulista como produção e escoamento de mercadorias
relacionadas aos novos padrões
um eixo linear de planejamento industriais/logísticos.
territorial privilegiado na • O Vetor de Desenvolvimento Perimetral e a
reorganização espacial da consolidação de um eixo de concentração
tecnológica entre Sorocaba, Campinas e São José
estrutura produtiva paulista. dos Campos (conceito criado por órgão de
desenvolvimento de SP)
Reestruturação produtiva e
consolidação de novos eixos de
desenvolvimento territorial
Anderson Dias de Almeida Proença e
Wilson Ribeiro dos Santos Jr.
Reestruturação produtiva e consolidação de novos eixos de
desenvolvimento territorial: Conclusão

• Os indicadores apresentados neste artigo revelam • Assim, a aparente fragmentação – em maior escala –
que, ao contrário do que apontava o senso comum, a da cadeia produtiva e – em menor escala – da
partir da virada do século, não houve perda de peso urbanização, na verdade, responde a uma nova
da indústria no desenvolvimento econômico das concentração, dessa vez, não mais vinculada a um
regiões. ponto territorial específico, mas, sim, a vetores
lineares regionais que reúnem, simultaneamente, as
• O que sim se verifica é uma alteração no perfil melhores condições para a produtividade e fluidez
industrial dominante, com evidente orientação aos territorial (Benko, 1999, apud Proença e Santos Jr. ).
investimentos que beneficiam os setores produtivos
de maior tecnologia, a fim de se ajustar às demandas
de competitividade exigidas pela divisão internacional
do trabalho toyotista. • Reestruturação produtiva e
• Enquanto setores mais tradicionais da indústria, consolidação de novos eixos de
como a metalurgia, tiveram uma queda notável no desenvolvimento territorial
valor de mercadorias produzidas nas últimas duas
décadas, os mais modernos cresceram de forma
estável nesse vetor. • Anderson Dias de Almeida Proença
e Wilson Ribeiro dos Santos Jr.
Estratégias de pesquisa
• Método Histórico • Pesquisa por simulação

• Pesquisa qualitativa • Argumentação lógica

• Pesquisa correlacional • Estudo de caso e estratégias


combinadas
• Experimental ou quase-
experimental • (In Groat; Wang)
What Is Architectural Research ?
• “A verdade é que toda pesquisa é reducionista de uma forma ou de outra. Para que a
pesquisa seja pesquisa, envolve necessariamente a redução da experiência vivida ou
dos fenômenos observados”.
• Embora seja inteiramente possível conceber um estudo de investigação sem o alinhar
com uma determinada escola de pensamento, cada pesquisa é inevitavelmente
enquadrada por um sistema de investigação, explicitamente declarado ou não.
Todos que realizam pesquisa fazem suposições sobre a natureza do mundo e como o
conhecimento é gerado.
• Passando para a relação entre a “faixa média” da metodologia e no nível mais específico
das técnicas, adotamos a distinção semântica entre estratégia e tática.
• Estratégia refere-se ao plano geral de pesquisa ou estrutura do estudo de pesquisa.
• Táticas referem-se ao recurso detalhado à técnicas específicas, como dispositivos
de coleta de dados, formatos de resposta, tratamento arquivístico, análises
procedimentos, e assim por diante (In Groat; Wang)
A estratégia (experimento) com tática de
pesquisa, que é uma técnica de coleta de dados.
• Método Histórico (estratégia):
• Documental; Bibliográfica;
Entrevistas (técnicas/ Táticas)

• Estudo de caso e estratégias


combinadas (estratégia)
• Documental; Bibliográfica;
Entrevistas; Grupo focal;
Questionários; Observação
direta (alternativas táticas). (In
Groat; Wang)
• As estratégias de pesquisa ficam no
centro do círculo.
• O perímetro do círculo representa as
técnicas específicas.
• A dimensão vertical do cilindro
representa o propósito ou resultado de
pesquisa, definida pela dimensão da
teoria ao design/ projeto (ou aplicação).
• A pesquisa arquitetônica pode ser
realizada para diferentes propósitos e em
diferentes contextos.
• Às vezes, um estudo de um conceito
teórico serve como o início ou o resultado
da pesquisa.
• Outras vezes, pesquisas, situam-se no
contexto da prática, provavelmente será
iniciado com uma aplicação
especificação como o resultado
pretendido. (In Groat; Wang)
Técnicas de pesquisa em Gil (2021)
• O sistema aqui adotado leva em consideração o ambiente de
pesquisa, a abordagem teórica e as técnicas de coleta e análise
de dados.
• Assim, definem-se os seguintes delineamentos de pesquisa: 1)
pesquisa bibliográfica; 2) pesquisa documental; 3) pesquisa
experimental; 4) ensaio clínico; 5) estudo caso-controle; 6)
estudo de coorte; 7) levantamento de campo (survey); 8) estudo
de caso; 9) pesquisa narrativa; 10) pesquisa etnográfica; 11)
pesquisa fenomenológica; 12) teoria fundamentada nos dados
(grounded theory); 13) pesquisa-ação; 14) pesquisa participante;
e 15) pesquisas de métodos mistos. Gil, (p. 44).
Delineamentos [táticas, técnicas] de
pesquisa
• A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.
• A principal vantagem da pesquisa bibliográfica está no fato de permitir ao investigador a
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente. Essa vantagem tem, no entanto, uma contrapartida que pode
comprometer em muito a qualidade da pesquisa.
• Perigos reproduzir ou ampliar limites e erros. Gil, (p. 44).
• A pesquisa documental é utilizada em praticamente todas as ciências sociais e constitui
um dos delineamentos mais importantes no campo da História e da Economia. Como
delineamento, apresenta muitos pontos de semelhança com a pesquisa bibliográfica, posto
que nas duas modalidades se utilizam dados já existentes.
• A principal diferença está na natureza das fontes. A pesquisa bibliográfica fundamenta-se
em material elaborado por autores com o propósito específico de ser lido por públicos
específicos. Já a pesquisa documental vale-se de toda sorte de documentos, elaborados
com finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação etc.
• Há fontes que ora são consideradas bibliográficas, ora documentais. Gil, (2021. p. 45).
A pesquisa documental [Delineamentos ]
• Assim, recomenda-se que seja • Dentre os mais utilizados nas
considerada fonte documental pesquisas, estão: 1) documentos
quando o material consultado é institucionais, mantidos em
interno à organização, e fonte arquivos de empresas, órgãos
bibliográfica quando for obtido em públicos e outras organizações; 2)
bibliotecas ou bases de dados. documentos pessoais, como cartas
e diários; 3) material elaborado para
fins de divulgação, como folders,
• Gil, (2021, p. 45). catálogos e convites; 4)
documentos jurídicos, como
certidões, escrituras, testamentos e
inventários; 5) documentos
iconográficos, como fotografias,
quadros e imagens; e 6) registros
estatísticos.
Ver Létourneau
• Capítulo 3. Como interpretar uma fonte • BEZERRA DE MENESES, U. T. O objeto
escrita material como documento
• Capítulo 4. Como analisar um documento • Ulpiano examina a possibilidade de todo
iconográfico suporte físico, praticamente, poder
considerar-se documento
• Capítulo 5. Como analisar um objeto
• Capítulo 6. Como analisar e comentar um • Qual o critério para a admissão como
mapa antigo documento?
• Capítulo 7. Como entender e usar um • O documento como suporte de
quadro estatístico informações de tipo relacional?
• O papel do documento na intermediação
• Capítulo 8. Como utilizar um documento entre o observador e outras realidades?
autobiográfico em uma investigação
• Capítulo 9. Como fazer uma investigação/ • Paradoxos em relação ao valor de troca e
enquete por meio de entrevistas de uso?
• Texto entrevista Silke Kapp, etc...
Ulpiano examina a possibilidade de todo suporte físico,
praticamente, poder considerar-se documento:
• Qual o critério, então, para que alguns desses suportes físicos sejam
considerados documentos, e outros não? O terceiro aspecto seria
justamente o documento como suporte de informações de tipo
relacional, isto é, sua carga enquanto expressa relações entre os
homens. Outro aspecto seria o papel do documento na intermediação
entre o observador e outras realidades. O sexto aspecto seria o
aparente paradoxo de que no documento se dá um acréscimo do valor
de troca, à medida que decresce o valor de uso. Finalmente, duas
últimas pequenas questões para terminar. Uma é a inversão do valor
de uso e de troca que os documentos podem assumir em certas
circunstâncias e outra é o sentido do documento como carga de
trabalho acumulado.
Método histórico

HERÓDOTO E TUCÍDES - o SÉC. XIX POSITIVISMO - Perante um documento o


relato histórico é obra de arte. constitui um corpo historiador deve se colocar
VICO SÉC. XVIII Distingue sistemático de regras questões elementares: quem
conhecimento externo/c. da denominado método crítico. escreveu ou fez? quando?
natureza e interno/c. como? onde?, tal como
humanas. trata-se de A ANÁLISE CRÍTICA DO recusar documento único,
autoconhecimento DOCUMENTO É TODO O por ser incapaz de se
conhecimento histórico - TRABALHO DO instaurar como elemento
compreensão imaginativa HISTORIADOR prova.
SÓ HÁ HISTÓRIA DAQUILO QUE MUDA.
• A ESSÊNCIA DO CONHECIMENTO HISTÓRICO ESTÁ LIGADA ÀS MANEIRAS COMO SE
DECIDE SOBRE AQUILO DE QUE HAVERÁ HISTÓRIA.

• “O intuito do discurso é constituir o terreno onde se pode decidir o que contará como um fato na
matéria em consideração e determinar qual o modo de compreensão mais adequado ao
entendimento dos fatos assim constituídos”. WHITE, Hayden. Trópicos do discurso. São Paulo:
Edusp

• Os mecanismos de mediação e dispersão do discurso, implicam movimento no espaço e no tempo,


“entre meios alternativos para codificar a realidade” ou pelo menos torná-la inteligível.
INOVAÇÕES: PROGRAMA E MÉTODO.

• HISTÓRIA DA SOCIEDADE NÃO DO INDIVÍDUO: história sociologizante, conjunturas,


identificação das constantes estruturais, história total, materialista, práxis, genealogia.

• DOCUMENTO CONFIRMAÇÃO DE UMA HIPÓTESE

• Toda investigação histórica encontra sua justificação na medida em que o investigador se esforça
para resolver uma questão bem delimitada, um problema, que se coloca numa perspectiva também
bem definida.

• HISTÓRIA É CRIAÇÃO.

• Contra o positivismo, que para diante dos fenômenos e diz: “Há apenas fatos”, eu digo: “Ao
contrário, fatos é o que não há; há apenas interpretações”. NIETZSCHE
INOVAÇÕES: PROGRAMA E MÉTODO.
• A partir dos conceitos de Nietzsche, proveniência e emergência, elementos sustentadores da
genealogia, Foucault estabelece uma relação desta com a história.

• A genealogia como análise da proveniência, mantém os acontecimentos na sua efetiva dispersão. A


emergência é o princípio singular de um acontecimento regido por determinado “estado das coisas”, e
nunca por um sujeito, já que os acontecimentos se produzem no interstício (no acaso da luta).

• A história genealogicamente dirigida rejeita a identidade, as pretensões de totalidade, e a história como


movimento contínuo. Também, contrapõe-se ao chamado “espírito da época”, a imanência. Foucault
suspeita da fatia da história´“(...)comum a todos os conhecimentos, uma certa estrutura de pensamentos

que os homens de uma época não poderiam escapar DELEUZE. Nietzsche e a Filosofia/ FOUCAULT.

Nietzsche, A genealogia e (...)


Que é pesquisa experimental?
[Delineamentos ]
• O esquema básico da experimentação pode ser assim descrito: seja Z o
fenômeno estudado, que em condições não experimentais se apresenta
perante os fatores A, B, C e D. Gil, 2021(p. 45).
• Segundo o modelo clássico de pesquisa experimental, o pesquisador
precisa manipular pelo menos um dos fatores que se acredita ser
responsável pela ocorrência do fenômeno que está sendo pesquisado.
• Nem sempre, porém, verifica-se nas pesquisas o pleno controle da
aplicação dos estímulos experimentais ou a distribuição aleatória dos
elementos que compõem os grupos.
• Nesses casos, não se tem rigorosamente uma pesquisa experimental, mas
quase-experimental (CAMPBELL; STANLEY, 1979). Por exemplo, em
populações grandes, como as de cidades, indústrias, escolas e quartéis,
nem sempre se torna possível selecionar aleatoriamente subgrupos para
tratamentos experimentais diferenciais, mas torna-se possível exercer algum
controle experimental sobre esses subgrupos. Op. cit (p. 46).
Pesquisa Experimental

Esta não precisa ser realizada em


laboratório.
Mas precisa necessariamente das
propriedades de:
Manipulação: o pesquisador precisa fazer
alguma coisa para manipular pelo menos
uma das características dos elementos
estudados;
Controle: o pesquisador precisa introduzir
um ou mais controles na situação
experimental, sobretudo criando um grupo
de controle;
Distribuição aleatória: a designação dos
elementos para participar dos grupos
experimentais e de controle deve ser feita
aleatoriamente.
O efeito do design responsivo ao clima
no desempenho térmico e energético:
um estudo baseado em simulação na
região quente e seca do sul da Argélia;
Ahmed Kaihoul Leila Sriti Khaoula
Amraoui Silvia Di Turi Francesco Ruggiero

• Promover o design sensível ao clima em


climas severos em termos de economia de
energia.
• Adotar uma estrutura metodológica
detalhada para avaliar estratégias passivas.
• Simulação de uma habitação típica em
clima quente e seco para validar os
resultados do modelo.
• Chamando a atenção de arquitetos
e tomadores de decisão para conceitos e
resultados ideais.
• Explorando variações paramétricas do
modelo de design adaptativo baseado em
simulação dinâmica. Pesquisa experimental (exemplo)
Pesquisa experimental (exemplo)
• O efeito do design responsivo ao clima • Os principais objetivos deste estudo
no desempenho térmico e energético: foram:1.Identificar as características de
um estudo baseado em simulação na design sensíveis ao clima aplicadas no
região quente e seca do sul da Argélia; estudo de caso escolhido (habitação El-
• Em relação ao estudo de caso, a parte sul Miniawy 200 em Ouled Djellal), que é
da Argélia é uma região com um clima uma casa típica inspirada na arquitetura
quente e seco severo com características local tradicional do sul da Argélia;
culturais próprias, e o design responsivo • 2.Investigar a eficácia do projeto de
ao clima, inspirado na arquitetura resposta climática no controle do
tradicional, tem atributos específicos que ambiente térmico interno por meio de
refletem as características climáticas e gráficos psicométricos (ASHRAE 55) e
culturais. simulações dinâmicas;
• 3.Revelar as avaliações da demanda de
energia (resfriamento e aquecimento) da
aplicação e não aplicação de design
sensível ao clima por meio de variações
paramétricas de vários cenários.
Que é levantamento? [Delineamentos ]
• As pesquisas desse tipo caracterizam-se pela interrogação direta das
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se
à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do
problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa,
obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.
• Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do
universo pesquisado, tem-se um censo.
• Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da
população estudada. Antes seleciona-se, mediante procedimentos
estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo. Os resultados
obtidos com base nessa amostra são projetados para a totalidade do
universo, levando em consideração a margem de erro, que é obtida mediante
cálculos estatísticos.
• Gil, 2021(p. 49).
Pesquisa de LEVANTAMENTO
• De um modo geral, com procedimento estatístico, seleciona-se uma
amostra significativa de todo o universo, levando em consideração a
margem de erro.
Mediante análise quantitativa, obtém-se as conclusões aos dados
coletados.

A margem de erro
será menor, quanto
maior a população
pesquisada

41
Exemplos
• PACHECO, Cristiano Ricardo de Azevedo. Arquitetura e urbanismo : estratégias
profissionais, disputas mercadológicas e ascensão profissional. 2018. 161 f. Dissertação
(Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2018.
• SEGNINI JUNIOR, Francisco. A prática profissional do arquiteto em discussão. 2002. Tese
(Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. Acesso em: 2022-07-05. ( O objeto analisado é
constituído por depoimentos e entrevistas de 206 arquitetos selecionados em 91
exemplares da Revista AU Arquitetura e Urbanismo, no período de 1985 a 2000.)
• SERRANO, Cinthia Lobato Arquitetura & Gênero: O Resgate De Pioneiras No Cenário
Profissional. Dissertação UFF ( análise dos livros de matrículas e dos recebimentos de
diplomas da ENBA – Escola Nacional de Belas Artes - no período do início do século XX até
1944, e dos registros profissionais do CREA-RJ, de forma a buscar as profissionais que
conquistaram um espaço no ambiente predominantemente marcado pela presença
masculina)
• STEVENS, Gerry. O Círculo Privilegiado. Fundamentos sociais da distinção arquitetônica.
(livro)
Observatório das remoções nos EUA

Imagens do Eviction Lab, EUA


Observatório das remoções nos EUA

Imagens do Eviction Lab, EUA


Observatório das remoções nos EUA

Imagens do Eviction Lab, EUA


Pesquisa de LEVANTAMENTO
• Principais vantagens:
a) Conhecimento direto da realidade, mais livre de interpretações
do subjetivismo dos pesquisadores;
b) Economia e rapidez (questionário, treinamento).
c) Quantificação: formatados em tabelas, análise estatística,
correlações, etc.
• Limitações:
a) Ênfase nos aspectos perceptivos (diferença entre o que fazem e
sentem);
b) Pouca profundidade na investigação de fenômenos sociais;
c) Limitada apreensão do processo de mudança: não indica
tendências, é uma foto do momento.

46
Que é estudo de caso? [Delineamentos ]
• O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas
ciências sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos casos,
de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento; tarefa praticamente
impossível mediante outros delineamentos já considerados. (Gil, 2021, pp. 49-50).
• Durante muito tempo, o estudo de caso foi encarado como procedimento pouco
rigoroso, que serviria apenas para estudos de natureza exploratória. Hoje, porém, é
reconhecido como o delineamento mais adequado para a investigação de um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o
fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (YIN, 2013). Gil, 2021(p. 50).
• Indicado para: a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente
definidos; b) preservar o caráter unitário do objeto estudado; c) descrever a
situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; d)
formular hipóteses ou desenvolver teorias; e e) explicar as variáveis causais de
determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a
utilização de levantamentos e experimentos. Gil, (p. 50).
• Preparação para o estudo de caso, conforme Yin:
• Yin (2001) discute que a adoção do Método do Estudo de Caso é
adequada quando são propostas questões de pesquisa do tipo
“como” e “por que”, e nas quais o pesquisador tenha baixo controle
de uma situação que, por sua natureza, esteja inserida em
contextos sociais.
• Embora o pesquisador utilize um quadro teórico referencial como
ponto de partida para utilização do método, alguns estudos
organizacionais enquadram-se em situações em que o
pesquisador se vê frente a frente com problemas a serem
compreendidos e para os quais estudos experimentais não podem
ser aplicados;
• ou em situações nas quais estudos de natureza
predominantemente quantitativa não dá conta dos fenômenos
sociais complexos que estejam envolvidos nas mesmas.
A seleção do Método do Estudo de Caso
• Deve levar em consideração a comparação deste método com outros
métodos de pesquisa.
• Yin (2001) discute que os estudos de caso vão além de uma estratégia
meramente explanatória, reforçando a existência de estudos de caso
exploratórios, descritivos ou explanatórios
• Algumas características de um bom caso – COREY
• Um bom caso deve dar informações suficientes para que os presentes/
participante possam detectar os fatos relevantes.
• A síntese -- como colocar fatos relacionados em um conjunto coerente,
plano de articuladas de ação.
• Um bom caso de sistemas de informação muitas vezes envolve questões de
implementação/ proposição. Destaque os fatores humanos e sociopolíticos
em execução...
Exemplos de Renato Leão, UFPR
Variável (procedimento requerido no estudo
de caso, levantamento e noutras)
• Classicamente, define-se variável tudo aquilo que pode assumir
diferentes valores numéricos, como, por exemplo: temperatura,
idade, renda familiar e número de filhos de um casal. Mas, para fins de
pesquisa, pode-se entender variável como qualquer coisa capaz de ser
classificada em duas ou mais categorias.
• Assim, sexo é uma variável, porque envolve duas categorias. Classe
social também é uma variável, já que pode ser classificada em alta,
média e baixa, por exemplo.
• Com base na definição proposta por Kerlinger, tem-se uma hipótese
quando se afirma que as variações de uma variável correspondem a
variações de outra. Gil, 2021(p. 33).
Arquitetura Social: Metodologia de levantamento
participativo para ATHIS na RMGV/ES
Arquitetura Social: Metodologia de levantamento
participativo para ATHIS na RMGV/ES
Arquitetura Social: Metodologia de levantamento
participativo para ATHIS na RMGV/ES
As condições para a diversidade urbana de
Jacobs: um teste em três cidades brasileiras
• Testagem das proposições de Jacobs.
• A visão de Jacobs (2009) sobre um espaço urbano bem-sucedido baseia-se em dois pilares
principais, intimamente relacionados: o primeiro é a riqueza de experiências e estímulos
proporcionados ao vivenciar a cidade, resultado de “espaços públicos vivos e bem utilizados” (p.
153) nos quais pessoas de diferentes perfis encontram-se e interagem, ainda que de maneira
transitória e não profunda ou íntima; o segundo é a segurança desses espaços, que seria tanto
uma consequência da intensa utilização quanto um incentivo para ela.
• Multifuncionalidade, quadras curtas, combinação com idades e estados de conservação variados
dos espaços e edifícios, densidade populacional.
• Na mesma direção, Schmidt (1977) testou empiricamente o pensamento de Jacobs para a cidade
de Denver. Os resultados não contribuíram para validar os argumentos de Jacobs. Ao contrário,
mostraram que, assim como observado em Chicago, a diversidade de usos principais teve pouca
influência nas variáveis utilizadas para mensurar o sucesso das áreas urbanas: diversidade de
renda, estabilidade da população (percentual da população que mudou de residência no
período de 1965-1970), crime, doenças e lotes vazios.
• Sung, Lee e Cheon (2015) fizeram teste empírico semelhante para a vitalidade urbana de
Seul. Testes corroboraram a hipótese de Jacobs Saboya et al.2021
Que é pesquisa narrativa? [Delineamentos ]
• Trata-se de uma das mais antigas modalidades de pesquisa
qualitativa.
• Refere-se a estudos baseados em relatos escritos ou falados, ou
em representações visuais dos indivíduos. Em sua forma mais
comum, consiste em reunir histórias sobre determinado assunto
com o propósito de conhecer um fenômeno específico.
• Constitui, portanto, uma modalidade de pesquisa em que a
própria história dos indivíduos é o objeto de estudo. Contudo, a
modalidade mais importante é a história de vida Gil, 2021(p. 51).
Que é pesquisa fenomenológica?
[Delineamentos ]
• Trata-se de modalidade de pesquisa qualitativa que se propõe a uma descrição da
experiência vivida da consciência, mediante o expurgo de suas características
empíricas e sua consideração no plano da realidade essencial.
• Constitui, pois, um tipo de pesquisa que busca descrever e interpretar os
fenômenos que se apresentam à percepção. Seu objetivo é chegar à contemplação
das essências, isto é, ao conteúdo inteligível e ideal dos fenômenos de forma
imediata.
• Seus fundamentos são encontrados na Fenomenologia, movimento filosófico
iniciado no século XX e que tem como principais expoentes Edmund Husserl (1859-
1938), Martin Heidegger (1889-1976) e Maurice Merleau-Ponty (1908-1961).
• A pesquisa fenomenológica busca a interpretação do mundo através da
consciência do sujeito formulada com base em suas experiências.
• Seu objeto é, portanto, o próprio fenômeno tal como se apresenta à consciência,
ou seja, o que aparece, e não o que se pensa ou se afirma a seu respeito. Gil, 2021
(pp. 51-52). 2 momentos: redução fenomenológica e redução eidética
Pesquisa de ESTUDO DE CAMPO
• Apresenta semelhanças com a de levantamento, contudo:
• A de levantamento tem maior alcance e o estudo de campo, maior
profundidade.
• A de levantamento procura ser representativo, de universo definido, e
oferecer resultado pela precisão estatística.
• O estudo de campo procura mais aprofundar as questões do que a
distribuição das características da população.
• O planejamento do estudo de campo é mais flexível, podendo ocorrer
mesmo com os objetivos reformulados ao longo da pesquisa.

60
Pesquisa de ESTUDO DE CAMPO

• Estuda um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura


social, não necessariamente geográfica, ressaltando a interação entre
seus componentes. (comunidade de trabalho, de estudo, de lazer,
etc.).
• com mais técnicas de observação do que interrogação.
• Pesquisa desenvolvida por meio da observação direta das atividades
do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas
explicações e interpretações do que ocorre no grupo. (Big Brother).

61
Tese de William Foote-Whyte um clássico da sociologia urbana Sociedade de Esquina (Street Corner
Society, no original), publicado em 1943 e traduzido em 2005, pela editora Zahar. No livro, o economista
de formação descreve suas vivências nos quatro anos que residiu no bairro e se aprofundou na vida
cotidiana dos filhos de imigrantes italianos. TED DULLY/GLOBE FILE
Strøget. Copenhagem 1935, 1967, 2012
O campo de Jan Gehl
Pesquisa de ESTUDO DE CAMPO
• O pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, devido a
importância do pesquisador ter um experiência direta com a situação do estudo.
• Exige-se que este permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois com a
imersão na realidade é que se pode entender as regras, costumes e convenções do
grupo.

É desenvolvido no próprio local em que


ocorrem os fenômenos.
Mais fidedigno e econômico, mas o
que requer mais tempo e risco de
subjetivismo.

64
Pesquisa de ESTUDO DE CAMPO

• O estudo de campo, de modo geral, apresentam objetivos


mais amplos do que os levantamentos.
• Por isso, a formulação exata do projeto de pesquisa é deixada
para um estágio mais avançado, após a exploração preliminar
da situação.
• Um estudo de campo pode ser reconhecido como válido
quando se mostrar capaz de levantar novas questões ou
hipóteses a serem consideradas em estudos futuros.

65
Que é pesquisa etnográfica?
[Delineamentos]
• A pesquisa etnográfica – que também é uma pesquisa qualitativa – tem
origem na Antropologia, sendo utilizada tradicionalmente para a
descrição dos elementos de uma cultura específica, tais como
comportamentos, crenças e valores, baseada em informações
coletadas mediante trabalho de campo.
• Foi utilizada originariamente para a descrição das sociedades sem
escrita. Seu uso, no entanto, foi se difundindo e passou a ser utilizada
também no estudo de organizações e sociedades complexas.
• Pode-se dizer que a pesquisa etnográfica tem como propósito o estudo
das pessoas em seu próprio ambiente mediante a utilização de
procedimentos como entrevistas em profundidade e observação
participante. Gil, 2021(p. 53).
“Trilhas metodológicas da pesquisa
etnográfica”: Malinowski, Durham
• Desafia os conceitos estabelecidos pelo senso comum no confronto
entre a teoria que o pesquisador leva para o campo e a observação da
realidade “nativa” com a qual se defronta.
• Não se contentar com uma única informação obtida de uma fonte ou
de um informante, por mais privilegiado que este pareça ser.
• Tarefas consistem em realizar três tarefas: olhar, ouvir e escrever.
• Após levantamento bibliográfico e leitura, é preciso fazer um diário ou
caderno de campo (de papel ou digital, podendo-se usar gravadores,
smartphones, tablets, etc.), em que o pesquisador registrará as
questões sobre o tema e grupo pesquisado, além de descrever tudo o
que observar e presenciar no campo.
• Observação participante e entrevistas (CARDOSO, 2017).
Método etnográfico – Segundo Eisman et al.
(apud Lakatos e Marconi)
• O método etnográfico “é um modo de investigar naturalista”, que se baseia na observação,
na descrição, no contexto aberto e profundo.
• O objetivo desse método é combinar o ponto de vista do observador interno com o externo,
bem como descrever e interpretar a cultura de um grupo social. Eisman et al. (apud Lakatos)

• A investigação inicia-se com uma ideia global ou temática do trabalho. Não exige
especificidade, mas precisa compreender o sistema de significados próprio do pesquisador.
Frequentemente, não se estipulam antecipadamente hipóteses e categorias. A
formulação demasiado específica do problema pode resultar contraproducente e prejudicar
a descoberta dos significados.
• O que se deve fazer é coletar o que é importante.
• A observação é a técnica-chave dessa metodologia. Além da pesquisa de campo faz-se
necessário recorrer a diferentes fontes bibliográficas e outras. Lakatos
Método etnográfico – Segundo Wilcox (apud
Lakatos)

• De acordo com Wilcox (apud Lakatos), o processo de investigação implica:


• a) Aceder, manter e desenvolver uma relação com as pessoas geradoras de
dados. Esta atividade exige certas habilidades e recursos.
• b) Empregar uma variedade de técnicas para coletar o maior número de dados
e/o informações, aspecto que redundará na validez e confiabilidade do estudo.
• c) Permanecer no campo o tempo suficiente para assegurar uma interpretação
correta do fatos observados e discriminar o que é regular e/ou irregular.
• d) Utilizar teorias e conhecimentos para guiar e informar as próprias observações
do que vou ouviu, redefinir o tema e depurar o processo do estudo.
Método etnográfico – o arquiteto como
etnógrafo
• Xavier Costa, na trilha de Hal Foster, importa a postura etnográfica para o campo da arquitetura. O
arquiteto produtor atua (projeta, desenha) com finalidades disciplinadoras e orquestradoras
(colonizador), filiado ao mundo industrial.
• Xavier Costa propõe que o arquiteto etnógrafo desapegue-se dos programas ideológicos modernos ou
pós-modernos, de seus impulsos colonialistas e de seu confinamento do escritório, apresentando-se
disposto a interpretar a complexidade cultural contemporânea como fenômeno sem precedentes.

• Xavier Costa indica que seguindo a terminologia antropológico-artística as ações/intervenções se


realizam in situ e mediante cartografias. As intermitências do público, do objeto ou do sítio incidem na
necessidade de uma posição de alteridade e de crítica diante dos “espessores” que configuram o
território cultural.
• As ações de arquitetos e artistas, igualmente, dependem da “adequada relação e imersão” nos
contextos das distintas subjetividades e comunidades.
Método etnográfico – o arquiteto como
etnógrafo
• Hal Foster (1996) assinala o trânsito do artista da posição de produtor para a
posição de etnógrafo.
• Etnografia oferece aos artistas a reputação de ciência da alteridade; a cultura e
sua complexidade contemporânea como objeto - cultura tomada como
contextual, ou seja, compartilhada entre muitas práticas e pensada
interdisciplinarmente.

• FOSTER, Hal. The Return of the real. Londres, Cambridge: MIT Press, 1996
• COSTA, Xavier. El arquitecto como etnográfo. In. GAUSA, Manuel & DEVESA, Ricardo. Otra Mirada.
Barcelona: Actar, 2010
Xavier Costa
Método etnográfico, material
que contém abordagem com
o Método etnográfico
El Arquitecto como etnógrafo. Trabajo de campo y
representación en las investigaciones de Kon Wajirô

https://issuu.com/redfundamentos/docs/rita_15_digital_pa
ginas/s/12267546
El Arquitecto como etnógrafo. Trabajo de campo y
representación en las investigaciones de Kon Wajirô

https://issuu.com/redfundamentos/docs/rita_15_
digital_paginas/s/12267546
Técnicas de pesquisa [Delineamentos]
• A grounded theory (teoria fundamentada em dados) tem sua origem nos trabalhos
desenvolvidos por Barney Glaser e Anselm Strauss, na década de 1960, com o objetivo de
proporcionar uma alternativa ao processo de geração dedutiva de teorias sociais. (Gil, 2021,
p. 54).
• A pesquisa-ação vem emergindo como uma metodologia para intervenção,
desenvolvimento e mudança no âmbito de grupos, organizações e comunidades. É uma
modalidade de pesquisa que não se ajusta ao modelo clássico de pesquisa científica, cujo
propósito é o de proporcionar a aquisição de conhecimentos claros, precisos e objetivos.
(Gil, 2021, p. 54).
• O termo pesquisa-ação foi cunhado em 1946 por Kurt Lewin, ao desenvolver trabalhos que
tinham como propósito a integração de minorias étnicas à sociedade norte-americana.
Assim, definiu pesquisa-ação como a pesquisa que não apenas contribui para a produção
de livros, mas também conduz à ação social. (Gil, 2021, p. 55).
• Que é pesquisa participante? Pode-se definir pesquisa participante como uma modalidade
de pesquisa que tem como propósito “auxiliar a população envolvida a identificar por si
mesma os seus problemas, a realizar a análise crítica destes e a buscar as soluções
adequadas” (LE BOTERF, 1984). A ´população é ativa, define objeto e problema...
Técnicas de pesquisa pesquisa-ação e a
pesquisa participante
• Tanto a pesquisa-ação quanto a pesquisa participante caracterizam-se pelo
envolvimento dos pesquisadores e dos pesquisados no processo de pesquisa.
• A pesquisa-ação, segundo a definição de Thiollent (1985, p. 14) é “... um tipo de
pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita
associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual
os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos do modo cooperativo ou participativo.”
• A pesquisa participante, de acordo com Fals Borda (1983, p. 43) é a pesquisa “...
que responde especialmente às necessidades de populações que compreendem
operários, camponeses, agricultores e índios – as classes mais carentes nas
estruturas sociais contemporâneas – levando em conta suas aspirações e
potencialidades de conhecer e agir. É a metodologia que procura incentivar o
desenvolvimento autônomo (autoconfiante) a partir das bases e uma relativa
independência do exterior.” Gil, 2024, p. 31
Técnicas de pesquisa social
em Gil 2024 p.16 a 17
• Método experimental - consiste essencialmente em submeter os
objetos de estudo à influência de certas variáveis, em condições
controladas e conhecidas pelo investigador, para observar os
resultados que a variável produz no objeto.
• O método observacional é um dos mais utilizados nas ciências
sociais, próximos aos procedimentos experimentais.
• O método comparativo (correlacional em Groat e Wang) procede
pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos,
com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles.
Técnicas de pesquisa social em Gil 17 a 18
• Método estatístico - fundamenta-se na aplicação da teoria estatística
da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em
ciências sociais. Há que se considerar, porém, que as explicações
obtidas mediante a utilização do método estatístico não podem ser
consideradas absolutamente verdadeiras, mas provavelmente
verdadeiras.
• Os procedimentos estatísticos fornecem considerável reforço às
conclusões obtidas, sobretudo mediante a experimentação e a
observação.
• O método monográfico parte do princípio de que o estudo de um caso
em profundidade pode ser considerado representativo de muitos
outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Esses casos podem
ser indivíduos, instituições, grupos, comunidades etc.
• Quadro de referência é um conceito que
apresenta íntima relação com o conceito de
Técnicas de pesquisa e
teoria. Quadro de referência em
• Pode-se definir teoria como um sistema
organizado de conceitos e princípios que Gil 18/ Blocos de
explicam um conjunto de fenômenos. As
teorias são muito importantes no processo Construção Lucas
de investigação em ciências sociais. Elas
proporcionam a adequada definição de
conceitos, bem como o estabelecimento de
sistemas conceituais; indicam lacunas no
conhecimento; auxiliam na construção de
hipóteses; explicam, generalizam e
sintetizam os conhecimentos e sugerem a
metodologia apropriada para a investigação
(TRUJILLO FERRARI, 1982, p. 119 apud. Gil).
• Aplicados as “teorias de médio alcance”,
pois, as “grandes teorias” - chegam mesmo
a serem designadas como métodos. É o
caso do funcionalismo, do estruturalismo,
do materialismo histórico e da
etnometodologia. Gil 2024
Uma pesquisa baseada na teoria
• Semelhante a começar com um método, o estabelecimento de uma pesquisa
baseada na teoria existe primeiro dentro de uma estrutura de compreensão, e
depois aplicada a um contexto por meio de uma metodologia.
• O processo de pesquisa liderado pela teoria emprega uma forma estabelecida de
compreensão para determinar o significado mais profundo. Trata-se de uma
pesquisa de orientação crítica, analítica ou dialeticamente.
• Várias metodologias diferentes podem ser usadas.
• A teoria é uma categoria ampla e a distinção entre teoria e método não é
simples, visto que muitos métodos têm uma forte associação com o conteúdo
teórico. Dito isto, a prioridade nos estudos com enfoque teórico é a natureza crítica
do engajamento, onde a metodologia é descritiva. Os estudos conduzidos
teoricamente são, na maioria das vezes, interdisciplinares, emprestando a sua
teoria de campos como a filosofia, as ciências sociais ou a política.

• Lucas, Ray. Métodos de Pesquisa para Arquitetura (pp. 13-14). Querco.


Diagramas de Neil Brenner, 2010 e 2014
• Um exemplo de pesquisa baseada na teoria fundamentada
sobre o processo estagnação ou decrescimento populacional,
com base no conceito de autor

• Um exemplo etnográfico acompanhar a gênese da criação de


uma rede comunitária

• Creswell, John W.. Investigação Qualitativa e Projeto de Pesquisa:


Escolhendo Entre Cinco Abordagens (Métodos de Pesquisa) (p.
116).
Técnicas de pesquisa e Quadro de referência
em Gil 21-22
• O materialismo histórico fundamenta-se no método dialético e suas
bases foram também definidas por Marx e Engels (2007).
• Para o materialismo histórico, a produção e o intercâmbio de seus
produtos constituem a base de toda a ordem social.
• As causas últimas de todas as modificações sociais e das subversões
políticas devem ser procuradas não na cabeça dos homens, mas na
transformação dos modos de produção e de seus intercâmbios.
• Enfatiza a dimensão histórica dos processos sociais. A partir da
identificação do modo de produção em determinada sociedade e de
sua relação com as superestruturas (políticas, jurídicas etc.) é que ele
procede à interpretação dos fenômenos observados.
CRESWELL comparação entre as Cinco Abordagens

Tabela em Creswell, 2014


CRESWELL comparação entre as Cinco Abordagens
Exercícios Gil
• Analise relatórios de pesquisa ou artigos e procure identificar os
métodos utilizados em seu desenvolvimento. (Gil, p. 23).
• Analise alguns relatórios de pesquisa ou artigos. Procure
classificá-los em exploratórios, descritivos e explicativos. (Gil, p.
32).
REFERÊNCIA
• CARDOSO, Leticia. Notas sobre a prática de pesquisa etnográfica no campo da Comunicação; In.
Questões Transversais – Revista de Epistemologias da Comunicação Vol. 5, nº 10, julho-
dezembro/2017
• CRESWELL, John W.. Investigação Qualitativa e Projeto de Pesquisa: Escolhendo Entre Cinco
Abordagens (Métodos de Pesquisa) , 2014
• GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social Atlas. 2024, 4ª reimpressão
• GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 2021. 7ª ed.
• GROAT, Linda N.; WANG, David. Architectural Research Methods. Wiley ed
• SABOYA, Renato; SOUZA, Gustavo; KRONENBERGER, Bruna; BARAUSE, Letícia. As condições para a
diversidade urbana de Jacobs: um teste em três cidades brasileiras. Pontifícia Universidad Católica de
Chile. EURE, vol. 47, núm. 140, pp. 243-267, 2021. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/196/19665133014/html/#gt1
• SERRA, Geraldo. Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo. Guia prático para o trabalho de pesquisadores
em pós-graduação. São Paulo: EDUSP e Editora Mandarim, 2006.
• YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2005.

Você também pode gostar