5°grupo Trabalho de SJ

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Afonso Neto Mariano Afonso

Conduane Fectar André

Célcio Augusto Salvador

França Biassone

Isabel Da Ancia Paulo Zevo

Manjate Alfredo Macário

Maria da Costa

Milena João Harcolete

Shelsia Rui Demande luice

Tersapena Ester Arlindo.S.Penate

Tânia Moisés Paulo langa

Verónica Eusébio Augusto Timol

Profissões jurídicas

Licenciatura em Direito

Universidade Púnguè

Tete, 2023
AfonsoNetoMarianoAfonso

ConduaneFectarAndré

CélcioAugustoSalvador

FrançaBiassone

IsabelDaAnciaPauloZevo

Manjate Alfredo Macário

MariadaCosta

MilenaJoãoHarcolete

ShelsiaRuiDemandeluice

TersapenaEsterArlindo.S.Penate

TâniaMoisésPaulolanga

VerónicaEusébioAugustoTimo

Profissões jurídicas

LicenciaturaemDireito

Trabalhode Sociogia Jurídica aserentreguena


Faculdade de letras, ciências sociais e
humanidades no CursodeLicenciaturaem Direito
sub orientaçãododocente:

Docente:Prof: Bernardo F. Sicoche

Universidade Púnguè

Tete, 2023
Indice:

Introdução..........................................................................................................................2
A sociologia das profissões jurídicas................................................................................ 3
Profissionais da área jurídica.........................................................................................5
A sociologia das profissões jurídicas de moçambique......................................................5
Composição do Sistema da Administração da Justiça...................................................8
a) No que concerne aos advogados................................................................................8
b) No que concerne aos magistrados do Ministério Público......................................... 9
c) No que concerne aos magistrados judiciais...............................................................9
Conclusão........................................................................................................................10
Referencias:.....................................................................................................................11
Introdução

Com o passar dos tempos a sociologia das profissões jurídicas verificaram um


desenvolvimento no que tange a importância, qualidade e grande contributo na
resolução de problemas sociais, no passado as analises das profissões jurídicas ainda
tinham um carácter mais histórico e prospectivo feito por entusiastas das ciências
sociais, com isso as profissões jurídicas começam a receber criticas por se pensar que
estas estão fugindo do seu verdadeiro papel na sociedade e se mercantilizando deixando
assim o seu papel de realização do direito. E com estas mudanças nas profissões
jurídicas a nível mundial verifica-se no caso específico o de Moçambique na
concretização dos direitos a partir da aprovação da CRM de 1990, que assinalou a
definitiva estabilização jurídico-constitucional do país, onde diversas instituições de
ensino superior públicas assim como privadas passaram a leccionar com qualidade, o
que contribuiu para o melhoramento de produção de assuntos constitucionais no
território Moçambicano.

Objectivos

Gerais:

 Falar das profissões jurídicas

Específicos:

 Descrever a composição do Sistema da Administração da Justiça;


 Mencionar os profissionais da área jurídica.
 Conhecer os tipos de profissionais da áreajurídica;

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1. A sociologia das profissões jurídicas

Segundo o autor as primeiras preocupações académicas com as profissões jurídicas


aconteceram já na segunda metade do século XIX, mas até o primeiro quartel do século
XX, os interesses nas profissões jurídicas ainda estavam centradas na qualidade do
ensino jurídico (BREWER,1896), na consolidação das profissões jurídicas no mercado
de trabalho com um campo de actuação intelectualmente fecundo e economicamente
prospero (AWEET, 1890) e com ética dos profissionais. As análises sobre as profissões
jurídicas ainda tinham um carácter mais histórico e prospero e eram feitas quase sempre
por juristas que eram também entusiastas das ciências sociais.

Nas Analises Sociológicas Funcionalistas, a profissão jurídica é frequentemente


idealizada como uma profissão nobre, mas, na prática, é descoberta como um nicho de
actuação para ganhar dinheiro, muito dinheiro pois esta constatação não é bem
assimilada por quem desejaria que os profissionais do direito fossem pessoas chamadas
(vocacionadas) a desempenhar sua função social, em detrimento dos ganhos auferidos
com isto, nesta perspectiva, as profissões tem uma espécie de missão na sociedade, lutar
pelo direito posto como única e suficiente maneira de resolução de conflitos e defender
valores liberais, que fundamentam o direito moderno e as profissões jurídicas.

A partir do século XIX e início do XX, seguindo uma linha funcionalista de análise,
Blackwell (1895), platt (1903) e Andrews (1908), entre outros, começaram a questionar
se as profissões jurídicas não estavam se mercantilizando e, portanto, se afastando do
que era considerado um nobre objectivo de luta pela realização do direito,
negligenciando o aspecto vocacional da profissão. Quase contemporâneo de Parsons
(1902-1979) talvez Roscoe Pound (1870-1964) tenha sido o primeiro a utilizar
sistematicamente as profissões jurídicas, embora ainda pecando pelo excesso de
ideológias profissionais em suas analises. Desde o início do século XX, os textos de
Pounde, proeminente advogado americano e professor da Universidade de Havard,
chamavam a atenção para o tipo de formação dada aos estudantes de direito, futuros
profissionais de direito.

Segundo André Filipe P. dos Santos (2012) no início do século xx, havia também
espaço para discussões sobre a desigualdade de géneros no acesso as profissões
jurídicas, embora não fosse muito comum. Este tipo de preocupação só foi consagrada a

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partir dos anos 1970, depois do movimento feminista ampliar seu espaço de
actuação/intervenção na realidade social, e talvez só tenha afectivamente se firmado nas
abordagens sociológicas sobre profissões jurídicas a partir de meados dos anos 1980.

Com o fim da II Guerra Mundial, a sociologia deixou um pouco de lado as profissões,


com raras pesquisas e analises sobre o tema só voltando a reproduzir analises relevantes
a partir das décadas de 1960 e 1970. As pesquisas realizadas pelos professores Mauro
Cappelletti, Bryant Garth (1988), David M. Trubek e marc Galanter contribuíram para
recolocar as profissões Jurídicas no centro do debate com uma abordagem mais
convincente. Cappellectti e Garth (1988) foram responsáveis pela pesquisa, conhecida
projecto de Florença, gerou um relatório fabuloso que foi que foi publicado em forma
de livro e se tornou referência para o estudo do acesso a justiça.

Os sociólogos do direito, quem se destacou tanto e com bastante êxito, a estudar as


profissões jurídicas são Richarde L. Abel, a partir da década de 1980. Abel e Lewes
(1988;1988~; e destacam – se principalmente pelas colectâneas que organizaram para a
discussão teórico-analítica das profissões jurídicas ao redor do mundo.

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1.1. Profissionais da área jurídica

 Advogado;
 Consultor jurídico;
 Juiz;
 Promotor;
 Delegado de polícia;
 Procurador público.

Lembrando que todas exigem conhecimento das leis e disponibilidade para analisar e
atuar na resolução de conflitos.

Tipos de profissões jurídicas

 Magistrados dos tribunais judiciais e dos tribunais administrativos e fiscais


 Magistrados do Ministério Público
 Advogados
 Consultores jurídicos
 Solicitadores
 Agentes de execução
 Notários
 Conservadores
 Oficiais de Justiça
 Mediadores
 Administradores Judiciais
 Agente Oficial da Propriedade Industrial

Magistrados dos tribunais judiciais e dos tribunais administrativos e fiscais

De acordo com a Constituição, os juízes são titulares de um órgão de soberania - os


Tribunais.

Administram a justiça em nome do povo e devem apenas obediência à lei.

Os juízes dos tribunais judiciais regem-se pelo disposto na Constituição e no Estatuto


dos Magistrados Judiciais. De acordo com a hierarquia dos tribunais são três as
categorias de juízes dos tribunais judiciais:

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 Juízes do Supremo Tribunal de Justiça, com a categoria de Conselheiro;
 Juízes dos tribunais das Relações, com a categoria de Desembargador;
 Juízes dos tribunais de 1.ª instância, denominados Juízes de Direito.

Os juízes da jurisdição administrativa e fiscal regem-se pelo disposto na Constituição,


no Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais e, subsidiariamente, no Estatuto dos
Magistrados Judiciais. De acordo com a hierarquia dos tribunais são três as categorias
de juízes dos tribunais administrativos e fiscais:

 Juízes do Supremo Tribunal Administrativo, com a categoria de Conselheiro;


 Juízes dos tribunais Centrais Administrativos, com a categoria de
Desembargador;
 Juízes dos tribunais administrativos de círculo e tribunais tributários,
denominados Juízes de Direito.

O acesso à profissão de juiz faz-se em três fases: o concurso público; o curso de


formação teórico prática no Centro de Estudos Judiciários; e o regime de estágio.
Aqueles que têm êxito nas três fases são nomeados juízes de direito.

Os juízes têm formação contínua ao longo da carreira.

Os juízes dos tribunais de primeira instância são periódica e regularmente inspecionados


pelo Conselho Superior da Magistratura (no caso dos juízes dos tribunais judiciais) e
pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (no caso dos juízes
destes tribunais).

Magistrados do Ministério Público

Aos magistrados do Ministério Público compete representar o Estado, exercer a ação


penal e defender a legalidade democrática e os interesses que a lei determinar. Os
magistrados do Ministério Público gozam de estatuto próprio e de autonomia, nos
termos da lei.

O acesso à profissão de magistrado do Ministério Público faz-se através de concurso


público e consiste em provas de conhecimentos, avaliação curricular e exame
psicológico de seleção realizados no Centro de Estudos Judiciários.

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Os candidatos admitidos são investidos como auditores de justiça. Após a aprovação no
curso de formação teórico-prática realizado no Centro de Estudos Judiciários são
nomeados procuradores-adjuntos, em regime de estágio.

A carreira profissional de um magistrado do Ministério Público é composta por cinco


níveis, pela seguinte ordem hierárquica decrescente:

1. Procurador-Geral da República;
2. Vice-Procurador-Geral da República;
3. Procurador-Geral Adjunto;
4. Procurador da República;
5. Procurador da República Adjunto.

A Procuradoria-Geral da República é o órgão superior do Ministério Público e é


presidida pelo Procurador-Geral da República, compreendendo ainda o Conselho
Superior do Ministério Público, o Conselho Consultivo, os Auditores Jurídicos e os
serviços de apoio.

Ao Conselho Superior do Ministério Público compete a nomeação, colocação,


transferência, promoção e o exercício da ação disciplinar relativos à magistratura do
Ministério Público.

Advogados

O advogado é o profissional do Direito, inscrito na respetiva Ordem, que, entre outros


aspetos, exerce o mandato forense e efetua consultas jurídicas, ou seja, presta
aconselhamento jurídico, o qual consiste na interpretação e aplicação de normas de
direito, a pedido de terceiro.

São requisitos de acesso à profissão:

 Ter uma licenciatura em direito ou grau académico superior estrangeiro em


Direito, a que tenha sido conferida a equivalência de licenciatura ou que tenha
sido reconhecido com o nível desta;
 Realizar um estágio com uma duração total de 18 meses, composto em duas
fases de formação: a fase de formação inicial, com a duração de 6 meses, e a
fase de formação complementar, com a duração de 12 meses;
 Obter aprovação no exame escrito e oral da Ordem dos Advogados.

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Consultores jurídicos

No sistema legal não existe distinção de regime jurídico entre advogados e consultores
jurídicos.

Solicitadores

Os solicitadores são profissionais liberais que exercem a consulta e representação


jurídica e o mandato forense, dentro dos limites impostos pelo seu estatuto e pela
legislação processual, podendo representar as partes sempre que não seja obrigatória a
constituição de advogado.

Os solicitadores podem, igualmente, representar legalmente os cidadãos e as empresas


fora dos tribunais, por exemplo, perante a administração fiscal, nos cartórios notariais,
nas conservatórias do registo e nos organismos da administração pública.

Para aceder à profissão de solicitador, o interessado deve:

 Ser licenciado em Direito e não estar inscrito na Ordem dos Advogados, ou


possuir licenciatura em Solicitadoria, com diploma reconhecido em ambas as
situações, ou, no caso de nacionais de outro Estado da União Europeia serem
titulares das habilitações académicas e profissionais requeridas legalmente para
o exercício da profissão no respetivo Estado de origem;
 Realizar um estágio com uma duração entre 12 a 18 meses;
 Obter boa informação no estágio, prestada pelo patrono e pelos centros de
estágio e aprovação em exame de caráter nacional, elaborado nos termos do
respetivo regulamento.

Agentes de execução

Os agentes de execução são os profissionais aos quais a lei atribui, ao nível nacional,
poderes para praticar atos no âmbito do processo executivo civil. São profissionais
independentes e imparciais e não representam as partes de um processo, mas compete-
lhes efetuar todas as diligências do processo de execução, incluindo penhoras, citações,
notificações e vendas dos bens penhorados. Em determinados casos, as suas funções
podem ser desempenhadas por oficiais de justiça.

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O agente de execução é designado pelo exequente no requerimento executivo ou pelo
tribunal.

Só pode ser agente de execução o licenciado em Solicitadoria ou em Direito que:

 Tenha nacionalidade portuguesa;


 Não esteja abrangido por qualquer das restrições previstas nos Estatutos da
Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução ou da Ordem dos
Advogados;
 Não tenha sido, nos últimos dez anos, inscrito na lista pública de devedores
legalmente regulada;
 Tenha concluído, com aproveitamento, o estágio de agente de execução;
 Tendo sido agente de execução há mais de três anos, se submeta a exame e
obtenha parecer favorável da Comissão para o Acompanhamento dos Auxiliares
de Justiça (CAAJ);
 Requeira, dentro dos três anos posteriores à conclusão do estágio com
aproveitamento, a sua inscrição no respetivo colégio;
 Tenha as estruturas e os meios informáticos mínimos definidos por regulamento
aprovado pela assembleia geral.

Notários

Os notários são profissionais especializados e autorizados a atuar em determinados


contextos jurídicos, desempenhando um papel significativo no comércio internacional e
nacional.

 Os notários têm competência para:


 Redigir contratos privados e aconselhar as partes, respeitando a obrigação de
tratar cada uma delas lealmente. Ao redigir documentos oficiais, o notário é
responsável pela legalidade destes documentos e pelo aconselhamento que
presta. Tem o dever de informar as partes das implicações e consequências das
obrigações que tencionam assumir;
 Executar negócios jurídicos perante eles celebrados. O ato pode ser inscrito
diretamente nos registos oficiais ou executado, se uma das partes não cumprir as
suas obrigações, sem intervenção prévia de um juiz;

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 Desempenhar o papel de árbitro, de forma imparcial e respeitando plenamente a
lei, permitindo às partes chegarem a um acordo mutuamente aceitável;
 Realizar atos e termos do processo de inventário, sem prejuízo daquelas questões
que, atenta a sua natureza ou a sua complexidade de matéria de facto ou de
direito, não devam ser decididas no processo de inventário mas pelo juiz do
tribunal de comarca do cartório notarial onde o processo foi apresentado
(competência atribuída aos cartórios notariais pela Lei n.º 23/2013, de 5 de
março, que aprovou o Regime Jurídico do Processo de Inventário, criando um
sistema de competência mista).

Com a reforma do notariado e consequente privatização do setor, os notários assumem


uma dupla condição: a de oficiais, enquanto delegatários de fé pública e a de
profissionais liberais, desvinculados da anterior condição de funcionários públicos.

Conservadores

Os conservadores são funcionários públicos responsáveis pelo registo e pela publicidade


de atos e factos jurídicos respeitantes a imóveis, móveis sujeitos a registo, à atividade
comercial e à vida dos indivíduos. A sua função corresponde, essencialmente, à
verificação da legalidade daqueles e dos documentos que os acompanham face ao
ordenamento jurídico, e da garantia de que os direitos constantes nos documentos que
titulam os factos a registar estão definidos corretamente e respeitam a ordem de
inscrição legalmente exigível, bem como da sua publicação, podendo assim admitir, ou
não, o ato ou facto jurídico à inscrição registral.

Consoante as matérias objeto das suas funções, os conservadores podem ser:

 Conservadores do registo civil - exercem funções em matérias relacionadas com


a definição e a publicidade dos factos e atos relativos à vida das pessoas
singulares. Compete-lhes registar atos como o nascimento, o casamento, o óbito,
a adoção e a declaração de maternidade/paternidade, a organização de processos
como os relativos ao divórcio e separação de pessoas e bens por mútuo
consentimento e a emissão de certidões e cópias relativas aos factos registados;
 Conservadores do registo predial - conferem publicidade à situação jurídica dos
prédios, tendo em vista a segurança do comércio jurídico imobiliário;

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 Conservadores do registo de veículos - exercem funções na área da publicidade
dos direitos sobre móveis sujeitos a registo (automóveis, navios e aviões), dando
publicidade à situação jurídica dos veículos a motor e respetivos reboques, tendo
em vista a segurança do comércio jurídico;
 Conservadores do registo comercial - conferem publicidade à situação jurídica
dos comerciantes individuais, das sociedades comerciais, das sociedades civis
sob forma comercial e dos estabelecimentos individuais de responsabilidade
limitada e demais entidades sujeitas a registo comercial, tendo em vista a
segurança do comércio jurídico.

São requisitos para o acesso à profissão ter uma licenciatura em Direito por uma
universidade ou qualificação académica equivalente, bem como realizar exames de
aptidão, um curso de extensão universitária desenvolvendo as matérias jurídico-registais
que relevam para o exercício da atividade, com a duração de 6 meses, e um estágio de 1
ano, a que se seguem provas públicas. Todas as fases deste processo são sujeitas a
avaliação e podem determinar a exclusão do candidato em caso de falta de
aproveitamento.

Oficiais de Justiça

Os oficiais de Justiça constituem um grupo de pessoal integrado nos funcionários de


justiça que prestam funções de apoio à tramitação processual nos tribunais ou nos
serviços do Ministério Público. Contudo, o conceito de funcionário de justiça ainda
integra o pessoal de informática, administrativo, técnico-profissional, auxiliar e
operário.

O acesso à carreira de oficial de Justiça faz-se pelo ingresso nas categorias base das
carreiras judicial e dos serviços do Ministério Público, de escrivão auxiliar e técnico de
justiça auxiliar, respetivamente, de entre indivíduos habilitados com curso de natureza
profissionalizante, aprovados em procedimento de admissão.

Os funcionários de Justiça regem-se pelo Estatuto dos Funcionários de Justiça que


consta da atual versão do Decreto-Lei n.º 343/1999, de 26 de agosto, e o exercício das
suas funções tem um papel relevante na cooperação jurídica internacional. A Direção-
Geral da Administração da Justiça é o organismo do Ministério da Justiça ao qual
compete recrutar, gerir e administrar os funcionários de justiça.

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Mediadores

A atividade de mediador é de grande importância, uma vez que ao auxiliar as partes a


construir o acordo contribui para a manutenção e, em certos casos, para a reposição, da
paz social. Não existem organizações não-governamentais que desenvolvam atividades
no domínio da mediação, mas existem associações privadas que prestam serviços de
mediação e formação para mediadores.

A conduta dos mediadores é monitorizada por um sistema público de mediação dividido


em três partes: matéria civil, laboral ou penal. Cada parte do sistema público de
mediação é gerida por uma entidade pública, identificada no respetivo ato constitutivo.

Administradores Judiciais

O administrador judicial tem a seu cargo a fiscalização e a orientação dos atos


integrantes do processo especial de revitalização, bem como, da gestão ou liquidação da
massa insolvente no âmbito do processo de insolvência, sendo competente para a
realização de todos os atos que lhe são cometidos pelo estatuto e pela lei. Dependendo
das funções que exercer no processo, designa-se administrador judicial provisório ou,
então, administrador da insolvência ou fiduciário.

O Estatuto do Administrador Judicial consta da Lei n.º 22/2013, de 26 de fevereiro.

Podem ser administradores judiciais as pessoas que, cumulativamente:

 Tenham uma licenciatura e experiência profissional adequadas ao exercício da


atividade;
 Frequentem estágio profissional promovido para o efeito, com a duração de 6
meses;
 Obtenham aprovação em exame de admissão especificamente organizado para
avaliar os conhecimentos adquiridos durante o período de estágio profissional;
 Não se encontrem em nenhuma situação de incompatibilidade para o exercício
da atividade;
 Sejam idóneas para o exercício da atividade de administrador judicial.

Agente Oficial da Propriedade Industrial

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O Agente Oficial da Propriedade Industrial é um técnico especializado em propriedade
industrial, ao qual as empresas e pessoas singulares podem recorrer para uma melhor
defesa dos seus direitos e interesses neste âmbito.

São agentes oficiais da propriedade industrial aqueles que forem reconhecidos pelo
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, I. P., para junto deste exercerem atos de
propriedade industrial em nome e no interesse das partes que forem seus clientes e
constituintes, com dispensa da exibição de procuração.

1.2. A sociologia das profissões jurídicas de moçambique

Após um longo período de guerrilha, Moçambique tornou-se independente de Portugal


em 1975, adotando o regime comunista, com apenas um partido político (Frente de
Libertação de Moçambique – Frelimo), e mantendo relações próximas com Cuba e a
extinta União Soviética. Naquela época, segundo informações, o Judiciário tinha
independência apenas formal, visto que o Tribunal Popular Supremo editava instruções
ou diretivas que deviam ser cumpridas por todos os juízes, e os Tribunais Populares
deviam prestar contas às Assembleias do Povo.

Em 1990 foi promulgada nova Constituição, adotando-se o sistema multipartidário e o


sistema capitalista. A Constituição de 1990 sofreu modificações em 2004 e logo ao
início reconhece o pluralismo jurídico, ou seja, a existência de vários sistemas
normativos e de resolução de conflitos.

Isso significa que, atenta a uma realidade que une diversas etnias e culturas, a Carta
Magna admite a existência de formas de solução fora do sistema judicial do Estado.
Procura-se, de forma inteligente, conciliar o antigo, representando pelas práticas
milenares das populações tradicionais, com o novo, trazido, via Portugal, por novas
práticas dos países da União Europeia, com ênfase ao Estado de Direito e à proteção dos
direitos fundamentais.

A Constituição prevê a existência do Tribunal Supremo (TS), Tribunal Administrativo


(TA) e Tribunais Judiciais. Na área dos Tribunais Administrativos, existem cortes
especializadas, por exemplo, em questões aduaneiras e fiscais, que se reportam ao TA, e
não ao TS.

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Além dos Tribunais Judiciários, há um Conselho Constitucional, composto de sete
juízes conselheiros, a quem compete o controle de constitucionalidade das leis e que,
inclusive, atende consulta do Poder Executivo sobre a constitucionalidade de um projeto
de lei antes que ele seja promulgado. Portanto, não cabe aos Tribunais Judiciais
reconhecer inconstitucionalidade de leis.

A magistratura de carreira é exercida por magistrados judiciais e magistrados do


Ministério Público. O ingresso é por concurso e depois faz-se um curso de um ano,
findo ao qual os participantes escolhem se serão juízes ou procuradores. A partir daí
seguirão carreiras diferentes e se subordinarão a conselhos diversos. A carreira da
magistratura judicial é estabelecida pela Lei 7/2009, que é o Estatuto dos Magistrados
Judiciais. Muito embora reduzidos os vencimentos, o estatuto prevê as vantagens do
cargo. Assim, os juízes conselheiros e os juízes desembargadores têm o título de
venerando. Os conselheiros fazem jus a veículo oficial, verba de representação,
passaporte diplomático extensivo ao cônjuge e filhos e passagem em classe executiva.
Os juízes de Direito têm o título de meritíssimo. Toda a carreira é regulada pelo
Conselho Superior da Magistratura Judicial, previsto no artigo 128 e seguintes do
estatuto. Ele é composto por 16 membros, com mandato de 5 anos, sendo presidido pelo
presidente do TS. Todas as atividades judiciárias emanam do conselho, por exemplo,
propor a nomeação de juízes, fiscalização, inspeções, apresentação do orçamento e
promoção, sendo que esta exige três anos de permanência no cargo e avaliação com, no
mínimo, a classificação "bom". Entre as penalidades disciplinares existe a de
despromoção.

Há, todavia, discussão jurídica sobre a vigência da legislação que trata dos juízes
eleitos, sustentando alguns que a Lei 10/92 foi revogada pela Constituição de 2004. A
Constituição também reconhece os Tribunais Comunitários, e a Lei 10/92
regulamentou-os. Basicamente, deliberam e promovem conciliação sobre pequenas
controvérsias de natureza civil, seguindo os usos e costumes locais.

O Ministério Público tem tratamento à parte e, muito embora tenha evoluído muito com
o Estatuto do Ministério Público,Por exemplo, segundo o artigo 239 da Constituição, o
procurador-geral da República não precisa ser membro da carreira. O Conselho Superior
do Ministério Público é o órgão de gestão e disciplina, tendo os seus 10 integrantes o
título de conselheiro e um mandato de cinco anos.

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Registre-se, ainda que todos os cursos de formação, não só para os juízes, mas também
para os agentes do Ministério Público, membros da Polícia Judiciária e funcionários
judiciais, são dados pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária, órgão
tradicionalmente coordenado por magistrados judiciais, mas subordinado ao Ministério
da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.

1.3. Composição do Sistema da Administração da Justiça

Da análise aos instrumentos normativos vigentes no ordenamento jurídico


moçambicano, facilmente se constata que o nosso legislador elegeu os advogados, os
magistrados judiciais e os magistrados do Ministério Público como os pilares do sistema
da administração da justiça em Moçambique, não havendo hierarquia ou subordinação
entre os mesmos, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos (artigo
59 do Estatuto da Ordem dos Advogados de Moçambique (EOAM), aprovado pela Lei
nº 28/2009, de 29 de Setembro). Entre os vários instrumentos normativos, nos quais se
alcança o posicionamento do legislador em referência, podemos referir os seguintes:

a) No que concerne aos advogados

A Lei nº 7/94, de 14 de Setembro (já revogada), Lei que criou a Ordem dos advogados
de Moçambique (OAM), que, no seu preâmbulo, define a advocacia como um dos três
pilares da administração da justiça. A Constituição da República que, no seu artigo 63/1,
estabelece que o Estado assegura a quem exerce o mandato judicial, as imunidades
necessárias ao seu exercício e regula o patrocínio forense, como elemento essencial à
administração da justiça. Os artigos 52 e 53 do EOAM estabelecem que só os
advogados (e os advogados estagiários) podem exercer o mandato forense e o mandato
judicial.

A Lei nº 24/2007, de 20 de Agosto, que estabelece, no seu artigo 20/1, que os


advogados participam na administração da justiça competindo-lhes, nos termos da lei,
exercer o patrocínio judiciário e devem ser tratados com respeito e dignidade que a
função exige. O EOAM que, no seu artigo 72, estabelece que o advogado é
indispensável à administração da justiça.

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b) No que concerne aos magistrados do Ministério Público

O artigo 4/1 da Lei nº 1/2022, de 12 de Janeiro, conjugado com o artigo 20 da Lei nº


24/2007, de 20 de Agosto, que estabelecem, entre outros, que compete aos magistrados
do Ministério Público, no âmbito processual, defender determinados interesses,
promover determinados actos, participar em determinadas diligências, exercer a acção
penal e dirigir a instrução preparatória dos processos-crime, processos por infracções
tributárias, financeiras, entre outros.

c) No que concerne aos magistrados judiciais

O Estatuto dos Magistrados Judiciais, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 11 de Março,


que, no seu artigo 1/1, estabelece que é função da Magistratura Judicial aplicar a lei,
administrar a justiça e fazer executar as suas decisões. O Código do Processo Civil que,
no artigo 156º, estabelece que os juízes têm o dever de administrar a justiça, proferindo
despacho ou sentença sobre as matérias pendentes e cumprindo, nos termos da lei, as
decisões dos tribunais superiores.

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2. Conclusão

Os advogados, os magistrados judiciais e os magistrados do Ministério Público, sendo


os três pilares para a administração da justiça, têm um papel preponderante no que
conserne a garantir o cumprimento da lei e exercicio do direito no pais.

Quando os órgãos de justiça actuam com a seriedade que se lhes é exigível, cria-se um
ambiente fértil para a actuação séria dos órgãos de disciplina em relação aos que violam
os princpios do direito, na medida em que se expõe as práticas desviantes e as
respectivas consequências, tendo um alcance em relação às demais pessoas não
envolvidas no caso.

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3. Referencias:

www.portaldogoverno.gov.mz/por/Media/Constituicao-da-Republica, acesso
12/04/2023.

www.csmj.gov.mz/images/documentos_pdf/
Lei72009de11deMarcoestatutodosmagistradosjudiciais.pdf, acesso em12/04/2023

www.csmj.gov.mz/index.php/csmj/apresentacao-institucional, acesso 12/04/2023.

Jornal Notícias, Nampula, 28/9/2017, p.5.

www.ministeriopublico.pt/iframe/estatuto-do-ministerio-publico, acesso 12/04/2023.

www.pgr.gov.mz/index.php/conselho-superior-da-magistratura-do-ministerio-publico
acesso 12/04/2023.

https://www.csm.org.pt/ e https://www.cstaf.pt/ acesso 13/04/2023

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