Aula15 - Idade-Media - Românico e Gótico

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Aula 15:

Alta Idade Média:


arte e arquitetura Românica e Gótica

Curso de Arquitetura e Urbanismo


Profa Dra Catarina Agudo
Idade Média
Alta Idade Média
Contextualização

• Após 476, com a ruína de Roma e o fim do escravismo, a população deixou as


cidades, buscando a sobrevivência no campo.
• Formação do mundo agrário-feudal.
• A Igreja cristã tornou-se a maior instituição feudal do Ocidente europeu.

• Em 800, o papa conferiu o título de imperador a Carlos Magno - nova ordem política
que colocava toda a Santa Sé e toda a Cristandade sob proteção do rei dos Francos e
do Lombardos.

• Legitimidade do Imperador dependente do papa: interdependência da autoridade


espiritual e política da Igreja e do Estado

• Reabertura das vias comerciais no Mediterrâneo (Veneza, Gênova e Pisa),


reavivamento do comércio e da vida urbana.

• O termo “Idade das Trevas”.


Alta Idade Média
Características artísticas

• Simplificação e estilização, renúncia à profundidade espacial e à perspectiva

• Caráter religioso e espiritual;

• Arte invoca presença espiritual de personagens sagradas mediante a tradução de


cada detalhe da cena numa linguagem da doutrina salvacionista.

• Caráter didático, veículo de doutrina.

• Extraordinário aumento do número de edificações

• Igrejas eram maiores, mais complexas e mais “romanas” de aspecto, porque as suas
naves tinham agora abóbadas em vez de vigamentos de madeiras e as suas
fachadas, ao contrário dos templos paleocristãos, bizantinos, carolíngios e otonianos,
ostentavam uma decoração arquitetônica e até esculturas.
Alta Idade Média
Capela palatina de Carlos Magno (hoje catedral de Aachen) 792-805 d.C.
Alta Idade Média
Capela palatina de Carlos Magno (hoje catedral de Aachen) 792-805 d.C.
Românico
Românico
• Igrejas

• Mosteiros

• Castelos
Românico

Transformações
conforme mudanças no
sistema bélico e
Alta Idade Média S. Miguel de Hildesheim, Alemanha, c. 872-1061.

Florescimento das comunidades monásticas


Mosteiros – centros culturais, políticos e
agrícolas
Alta Idade Média S. Miguel de Hildesheim, Alemanha, c. 872-1061.

Construções maciças
Aspecto pesado
Planta de São Galo, Suíça, 814. Modelo ideal. Abadia de Cluny, 1088-1130.
Igrejas de peregrinação
Românico St.-Sernin, Toulouse, c. 1080-1120 (Sudeste da França).
Românico St.-Sernin, Toulouse, c. 1080-1120 (Sudeste da França).
Românico St.-Sernin, Toulouse, c. 1080-1120 (Sudeste da França).

Abóbadas de berço na nave central e de


aresta nas colaterais
Românico
Planta baixa

• Cruz latina.

• Duas colaterais a cada lado da


nave: prolongando-se pelos
braços do transepto até a
abside.

• Capelas radiantes: capelas


absidais

St.-Sernin, Toulouse, França, c. 1080-1120.


Românico St.-Sernin, Toulouse, França, c. 1080-1120.

• colaterais com
abóbadas de aresta;

• alto grau de
regularidade a todo o
conjunto

• tramos quadrados, que


servem de unidade de
base, ou módulo, para
as outras dimensões.
Românico

Sistema estrutural
complexo para
suportar o peso e
empuxo da abóbada.
Românico Notre-Dame-la-Grande, Poitiers-França, princípio séc. XII.
Românico Catedral de Durham, 1093-1130 (Inglaterra).

Durham

• Primeira utilização da
abóbada de aresta com
nervuras em naves de três
andares.
• Sua nave é das mais belas da
arquitetura românica: a
extraordinária robustez dos
pilares alternados faz um
contraste esplêndido com os
panos da abóbada.
Românico Catedral de Durham, 1093-1130 (Inglaterra).
Românico Catedral de Pisa, c. 1053-1272, Itália.
Românico Catedral de Pisa, c. 1053-1272, Itália.
Românico Catedral de Pisa, c. 1053-1272, Itália.

Catedral de Pisa

• A mais famosa torre do período


românico.
• Magnífico conjunto: catedral, torre e
batistério, redondo e de cúpula
• Planta em formato de cruz latina, cada
braço do transepto tem sua própria
abside
• Cruzeiro marcado por uma torre-
lanterna de cúpula.
• Revestimento de mármore: rico efeito de
textura e cor, como de uma renda.
Românico Apóstolo, c. 1090, St-Sernin de Toulouse (França).
Juízo Final (detalhe), Catedral de Autun (França), c. 1130-35.

Escultura

•Ressurgimento da escultura monumental


de pedra;

•As estátuas de vulto redondo haviam


desaparecido e os baixos relevos eram
somente ornamentos arquiteturais ou
decoração de superfícies, com
profundidade do talhe reduzida;

•Temática cristã.

•Destaque para o sudoeste da França e o


norte da Espanha, ao longo das estradas
de peregrinação para Santiago de
Compostela.
Românico Missão dos Apóstolos, Ste.-Madeleine, 1120-32.
Românico S. Marcos, de um evangeliário, em Corbie, c. 1025-50.
S. João Evangelista, Evangelho do abade Wedricus, c. 1147.

Pintura

• Continuidade da
tradição pictural,
sobretudo nas
iluminuras de
manuscritos.
Baixa Idade Média (séc. X-XV)
• Crescente entusiasmo religioso, refletido no enorme incremento das peregrinações:
Cruzadas para libertar a Terra Santa do jugo maometano.

• Reabertura das vias comerciais do Mediterrâneo pelos barcos de Veneza, Gênova e


Pisa, além do reavivamento do comércio e da indústria, houve o consequente
desenvolvimento da vida urbana.

• A partir do século XI, as cidades (que tinham diminuído de tamanho e de população e


algumas tinham sido totalmente abandonadas) começaram a readquirir importância,
enquanto outras novas surgiram por toda parte, e uma classe média urbana, de
artífices e mercadores estabelecia-se acima dos camponeses e abaixo da nobreza
senhorial.
• Sob muitos aspectos, a Europa Ocidental entre os anos 1050 e 1200 recuperou
algumas das formas do comércio internacional, a vida urbana e a força militar dos
tempos imperiais antigos – tornando-se muito mais “românica”.
• Arte românica e gótica.
Gótico
Gótico
Contextualização

• Termo cunhado para a arquitetura, onde as características do estilo podem ser


reconhecidas com maior facilidade.
• Elaborada localmente na Ile-de-France (Paris e os arredores), a arte gótica alastra-se
pela França e irradia-se para toda a Europa.
• Começou pela arquitetura das grandes catedrais, entre 1150 e 1250.
• Visão de mundo mais positiva.
• Avanços de projeto e tecnologia realizados pela Igreja
• A escultura deixou de ser estritamente arquitetural para se impor, pincipalmente entre
1220 e 1420.
• A pintura atingiu seu apogeu entre 1300 e 1350 na Itália Central e em 1400 no norte
dos Alpes.
Gótico St.-Denis, Paris, reedificação entre 1137 e 1144.

França
St.-Denis

▪ Erguida originalmente no séc. VIII, teve


sua reedificação dirigida pelo abade
Suger
▪ Intenção de ser o centro espiritual da
França
▪ Traçado rigorosamente geométrico e
busca da luminosidade.
▪ Interpretação simbólica da luz e da
harmonia numérica
Gótico

Capela-mor absidal com


arcadas abertas para um
deambulatório e capelas
radiantes que se fundem
constituindo um segundo
deambulatório.

St.-Denis, Paris, reedificação entre 1137 e 1144.


Gótico St.-Denis, Paris, reedificação entre 1137 e 1144.

▪Leveza do interior
▪O arco quebrado (ogival)

Gótico St.-Denis, Paris, reedificação entre 1137 e 1144.


Gótico Notre-Dame de Paris, 1163-1200.
Ambiente etéreo
Gótico Notre-Dame de Paris, 1163-1200.
Gótico Catedral de Chartres, 1194-1220.
Gótico Catedral de Chartres, 1194-1220.

Verticalidade
A altura vertiginosa se tornou a aspiração

Gótico preponderante
Catedral de Amiens, iniciada em 1220.
Fachadas ornamentadas

Gótico Catedral de Reims, c. 1225-99.


Gótico Catedral de Amiens, iniciada em 1220.

Sistema estrutural complexo


Gótico

Sistema estrutural complexo


Gótico
▪ Comparativo estrutural das 3 principais catedrais góticas francesas:
Gótico
▪ Comparativo estrutural das principais catedrais góticas francesas:
Gótico Catedral de Salisbury, c. 1220-70.
Gótico Catedral de Gloucester, c. 1332-57.

Catedral de Gloucester

▪ Gótico final inglês: estilo perpendicular. As nervuras foram multiplicadas até


formarem um reticulado ornamental (aparência de superfície contínua).
Gótico Catedral de Gloucester, c. 1332-57.
Gótico Abadia de Westminster, c. 1503-19.

Abadia de Westminster

▪ Espantosa abóbada de “estalactites”, com as chaves em forma de lanterna, pendendo


de “leques” cônicos.
Gótico Abadia de Westminster, c. 1503-19.
Gótico St. Sebald de Nuremberg, c. 1361-72.
Gótico Catedral de Milão, iniciada em 1386.

Catedral de Milão

▪ Maior igreja gótica da


Itália.
▪ Fachada sobrecarregada
de decoração (justaposição
de elementos díspares).
Gótico Catedral de Milão, iniciada em 1386.
Gótico Catedral de Milão, iniciada em 1386.
Gótico Estátuas das jambas, Catedral de Chartres, 1194-1220.

Escultura
França

▪ As figuras tomam consciência de sua


responsabilidade no conjunto arquitetural.
▪ Simetria e clareza.
▪ As figuras destacam-se como entidades
independentes, seu traçado é superior ao do
românico.
▪ Ombreiras com altas estátuas adossadas em
colunas.
▪ Tendência realística da escultura gótica.
▪ Primeira fase da escultura gótica “clássica”.
Gótico Detalhe da fachada e Abraão e Melquisedeque, Catedral de Reims, 1225-99.
Gótico Catedral de Barcelona, construída entre séc. XIII-XV.

Pintura
Os Vitrais

▪ Elemento integrante da arquitetura gótica


desde o início.
▪ “miraculoso efeito produzido pelos
vitrais”, “luz incessante”.
▪ Vitral ocupou o lugar das iluminuras
como forma pictural dominante.
▪ O vitral era formado por centenas de
pequenos pedaços de vidro colorido
unidos por tiras de chumbo.
▪ O artista pintava “com o vidro” e não
“sobre o vidro” (com exceção de
pormenores mais finos).
Gótico Catedral de Barcelona, construída entre séc. XIII-XV.
Gótico Duccio, Virgem no Trono, Museu da Catedral de Siena.

Pintura
Bibliografia de referência
➢ BENÉVOLO, Leonardo. A História da Cidade. São Paulo, Perspectiva, 1993. (16ex)

➢ FARTING, Stephen. Tudo sobre Arte: os movimentos e as obras mais importantes de todos os
tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.

➢ GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de janeiro: editora LTC, 2008. (PDF no Google
classroom)

➢ JANSON, H.w.; História Geral da Arte – O Mundo Antigo e a Idade Média. Editora: Martins
Fontes. 1993. (versão completa em PDF no Google classroom)

➢ MUMFORD, Lewis. A Cidade na História: suas origens, desenvolvimento e perspectivas.


São Paulo: Martins Fontes/ Editora Universidade de Brasília, 1982. (ainda não tem na
biblioteca)

➢ SUMMERSON, J. A linguagem clássica da arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

➢ VITRUVIO. Tratado de Arquitetura. Tradução do Latim de M. Justino Maciel. São Paulo: Ed.
Martins Fontes, 2007.

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