Dose-Resposta, Efeito-Resposta

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Dose, efeito e resposta e relações dose-efeito e dose-resposta

Os estudos de relações dose x efeito e dose x resposta são cruciais na


toxicologia, desempenhando um papel essencial tanto na avaliação de novos
medicamentos quanto na compreensão dos riscos ocupacionais.

Em ambientes de trabalho, a análise de grupos homogêneos de trabalhadores


expostos a riscos similares é fundamental para entender as implicações à saúde.

O objetivo principal é confirmar ou compreender dados estatísticos que


relacionam a intensidade da exposição com possíveis alterações na saúde.

Embora as respostas a xenobióticos sejam geralmente uniformes na população,


variações individuais, como susceptibilidade ou resistência, podem ocorrer.

Além disso, atingir o limiar para efeitos tóxicos ocorre quando a capacidade de
desintoxicação ou reparo da lesão é ultrapassada, sendo que muitos órgãos possuem
uma reserva capaz de compensar a perda de função até certo ponto.

Dose

A dose representa a quantidade de substância química que entra no organismo de


um trabalhador, geralmente expressa em termos de massa por unidade de peso corporal,
como miligramas por quilograma. Essa dose pode ser determinada pela intensidade e
duração da exposição ao agente tóxico, bem como pelas vias de entrada no organismo

Efeito

O efeito refere-se às alterações observadas no organismo como resultado da


exposição a uma determinada dose de um agente tóxico. Esses efeitos podem variar
desde sintomas leves, como irritação na pele ou nas vias respiratórias, até danos graves
aos órgãos vitais, como os pulmões, fígado, rins ou sistema nervoso central. A natureza
e a gravidade dos efeitos dependem da toxicidade intrínseca da substância, da dose
absorvida e da sensibilidade individual do trabalhador

Resposta

A resposta é a manifestação clínica ou biológica do efeito no organismo, que


pode ser avaliada por meio de diversos parâmetros, como biomarcadores bioquímicos,
alterações histológicas, sintomas clínicos, exames de imagem ou testes funcionais. A
resposta pode ser imediata, como a ocorrência de náuseas ou tonturas após uma
exposição aguda, ou pode se desenvolver ao longo do tempo, como o aparecimento de
doenças crônicas após exposições repetidas ao longo de meses ou anos

Relação Dose-Efeito
A relação dose-efeito refere-se à relação qualitativa entre a dose de uma
substância e a presença ou gravidade do efeito observado.

Essa relação pode ser linear ou não linear, apresentando características


complexas, como efeitos limiares, efeitos de saturação, efeitos de platô ou efeitos de
hormese.

A relação dose-resposta é uma descrição quantitativa da relação entre a dose de


uma substância e a intensidade do efeito ou a proporção de indivíduos afetados.

Essa relação é frequentemente representada graficamente por uma curva dose-


resposta, que mostra como a resposta aumenta ou diminui à medida que a dose da
substância aumenta.

Relação Dose-Resposta

A relação dose-resposta é um conceito fundamental na área da saúde e


toxicologia, que descreve a relação entre a quantidade de uma substância ou intervenção
e a resposta biológica ou efeito observado. Essa relação é frequentemente representada
graficamente por uma curva dose-resposta, que mostra como a resposta aumenta ou
diminui à medida que a dose da substância aumenta. A curva dose-resposta é uma
representação gráfica da relação entre a dose de uma substância ou intervenção e a
resposta biológica observada. Geralmente, essa curva apresenta uma forma sigmoidal,
com uma fase inicial de resposta mínima ou nula, seguida por uma fase de resposta
crescente e, eventualmente, uma fase de resposta máxima ou platô.

A curva dose-resposta pode ser utilizada para determinar a dose efetiva média (ED50),
que é a dose necessária para produzir uma resposta de 50% da máxima possível. Além
disso, a curva também pode ser utilizada para determinar a dose letal média (LD50),
que é a dose que causa a morte de 50% dos indivíduos expostos. Atemção para a
diferença! A ED50 estuda a resposta em 50% do grupo estudado, esta resposta não
é necessariamente a morte de metadade dos elementos do grupo, já LD50
determina a dose necessária para causar a morte em pelo menos 50% dos
elementos do grupo.

Tipos de Efeito Dose-Resposta

O efeito dose-resposta pode ser classificado em diferentes tipos, dependendo da


forma da curva dose-resposta. Alguns dos tipos mais comuns incluem:

– Efeito linear: nesse tipo de efeito dose-resposta, a resposta aumenta ou diminui


de forma proporcional à dose da substância ou intervenção. Por exemplo, se a dose de
um medicamento é dobrada, a resposta também será dobrada.
– Efeito não-linear: nesse tipo de efeito dose-resposta, a resposta não aumenta ou
diminui de forma proporcional à dose. Em vez disso, a resposta pode aumentar de forma
exponencial, atingir um platô ou até mesmo diminuir após um determinado ponto.

– Efeito limiar: nesse tipo de efeito dose-resposta, uma dose mínima é necessária
para que ocorra uma resposta observável. Abaixo desse limiar, a resposta é nula ou
mínima.

ANEXO I
MONITORAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A AGENTES QUÍMICOS

QUADRO 1 - Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva (IBE/EE)*

Número Momento
Substância CAS Indicador(es) da Coleta Valor do Observações
IBE/EE
Acetona 67-64-1 Acetona na FJ 25 mg/L NE
urina
p-amino-fenol
na urina(H) ou 50 mg/L EPNE, NE
Anilina 62-53-3 metahemoglo FJ FJ EPNE, NE
bina no 1,5% da
sangue hemoglobina
Arsênico
elementar e Arsênico
seus inorgânico mais
compostos metabólitos
inorgânicos 7440- metilados na FS 35 µg/L EPNE
solúveis, 38-2 urina
exceto arsina e
arsenato de
gálio
Ácido s- 45 µg/g.creat.
fenilmercaptú EPNE, NF
rico (S- PMA) FJ FJ
Benzeno 71-43-2 na urina ou 750 µg/g.creat.
Ácido trans- EPNE, NE
transmucônico Observação: para
(TTMA) a siderurgia será
na urina mantida a regra
atualmente
vigente
1,2 dihidro-
106-99- 4(n-
1,3 butadieno 0 acetilcisteína FJ 2,5 µg/L EPNE
) butano na
urina
Ácido
2-butoxietanol 111-76- butoxiacéticona FJ 200 mg/g. creat.
2 urina
(BAA) (H)
Ácido 2-
tioxotiazolidina
Sulfeto de 75-15-0 4 carboxílico FJ 0,5 mg/g.creat. EPNE, NE
carbono (TTCA) na
urina
4- FJFS 100 NE NE
108-90- clorocatecol na FJFS mg/g.creat.
Clorobenzeno 7 urina ou
p-clorocatecol 20 mg/g.creat.
na urina
Carboxihemo
globina no FJ 3,5% da EPNE, NE, NF
Monóxido de 630-08- sangue hemoglobina
carbono 0 Ou Monóxido
de FJ 20 ppm EPNE, NE, NF
carbono no ar
exalado
Chumbo 78-00-2 Chumbo na FJ 50 µg/L
tetraetila urina
FJFS

Cromo Cromo na urina AJ-FJ 25 µg/L


hexavalente 7440- ou Cromo na (Aumento
(compostos 47-3 urina durante a 10 µg/L
solúveis) jornada)
Cobalto e seus
compostos
inorgânicos,
incluindo óxidos 7440- Cobalto na urina FJFS 15 µg/L NE
de cobalto, mas 48-4
não combinados
com carbeto de
tungstênio
1,2
ciclohexanodiol
108- (H) na urina ou FJFS 80 mg/L NE NE
Ciclohexanona 94- Ciclohexanol FJ
1 (H) na urina 8 mg/L
Diclorometano 75-09- Diclorometano na urina FJ 0,3 mg/L
2
N,N N-
Dimetilacetamida 127- metilacetamida na urina FJFS 30 mg/g.creat.
19-
5
N-
metilformamida total*
na urina
* (soma da N-
metilformamida e N-
(hidroximetil)-N-
metilformamida FJ 30 mg/L
N,N ) FJFS
Dimetilformamid 68-12- Ou
a 2 N-Acetil-S- (N- 30 mg/L
metilcarbemoil) cisteína
na urina
110- Ácido etoxiacétic o na
Etoxietanol e 80- urina FJFS 100
Etoxietilacetato 5 mg/g.creat.
111-
15-
9
Adutos de N- (2-
Óxido de etileno 75-21- hidroxietil)valina (HEV NC 5.000 NE
8 ) em pmol/g.hemog.
hemoglobina
Soma dos ácidos
100- mandélico e
Etilbenzeno 41- fenilglioxílico FJ 0,15 g.g.creat. NE
4 na urina
Ácido furóico(H) na
Furfural 98-01- urina FJ 200 mg/L NE
1
1,6 1,6
diisocianato de 822- hexametileno FJ 15 µg/g.creat. NE
hexametileno 06- diamina na urina
(HDI) 0
2,5
110- hexanodiona(H S)
n-hexano 54- (2,5HD) na FJ 0,5 mg/L -
3 urina
Mercúrio 7439- Mercúrio na AJ 20 µg/g.creat. EPNE
metálico 97-6 urina
Metanol 67-56- Metanol na FJ 15 mg/L EPNE, NE
1 urina
Indutores de Metahemoglobina no 1,5% da EPNE, NE
Metahemoglobina sangue FJ hemoglobina
2-metoxietanol e 109-
2- 86- Ácido 2- metóxiacético
metoxietilacetato 4 na urina FJFS 1 mg/g.creat.
110-
49-
6
2,5
Metil butilcetona 591- hexanodiona(H S)
78- (2,5HD) na FJFS 0,4 mg/L -
6 urina
Metilclorofórmio no ar
exalado AJFS 40 ppm
ou Ácido FJFS
tricloroacético na urina FJFS 10 mg/L
1,1,1 71-55- ou Tricloroetanol total FJFS - NE NE
Tricloroetano 6 na urina 30 mg/L NE
ou Tricloroetanol total
no sangue 1 mg/L
Metiletilcetona 78-93-3 MEK na urina FJ 2 mg/L NE
(MEK)
Metilisobutilc 108-10- MIBK na urina FJ 1 mg/L -
etona (MIBK) 1
5-hidroxi-n-
N-metil-2- 872-50- metil-2- FJ 100 mg/L -
pirrolidona 4 pirrolidona na
urina
Metahem 1,5% da
Nitrobenzeno 98-95-3 oglobina FJ hemoglobina EPNE,NE
no sangue
Fenol 108-95- Fenol(H) na FJ 250 EPNE,NE
2 urina mg/g.creat.
2-propanol 67-63-0 Acetona na FJFS 40 mg/L EPNE, NE
urina
Soma dos ácidos
mandélico e FJ 400 mg/g creat. NE
100-42- fenilglioxílico na
Estireno 5 urina ou Estireno
na FJ 40 µg/L -
urina
Tetracloretileno
no ar exalado 3 ppm -
Tetracloroetileno 127-18- ou AJ AJ
4 Tetracloroetileno 0,5 mg/L -
no sangue
Tetrahidrofurano 109-99- Tetrahidrofura
9 no na FJ 2 mg/L -
Urina
Tolueno no 0,02 mg/L
108-88- sangue ou AJFS FJ -
Tolueno 3 Tolueno na FJ 0,03 mg/L - EPNE

0,3 mg/g.creat.
urina ou
Orto-cresol na
urina(H)
2,4 e 2,6 Isômeros 2,4 e
Tolueno 584-84- 2,6
diisocianato 9 toluenodiamin o FJ 5 µg.g.creat. NE
(puros ou em 91-08-7 na urina(H)
mistura dos dois (soma dos
isômeros) isômeros)
Ácido
tricloroacétic o FJFS
Tricloroetileno 79-01-6 na urina ou FJFS 15 mg/L NE NE
Tricloroetanol 0,5 mg/L
no sangue(HS)
95-47-6
106-42- Ácido
Xilenos 3 metilhipúrico na FJ 1,5 mg/g.creat. -
108-38- urina
3
1330-
27-7
*São indicadores de exposição excessiva (EE) aqueles que não têm caráter diagnóstico
ou significado clínico. Avaliam a absorção dos agentes por todas as vias de exposição e
indicam, quando alterados, após descartadas outras causas não ocupacionais que
justifiquem o achado, a possibilidade de exposição acima dos limites de exposição
ocupacional. As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que o
trabalhador efetivamente estiver exposto ao agente a ser monitorado.

QUADRO 2 - Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico


(IBE/SC)*

Substância Número Indicador Coleta Valor do Obser


CAS IBE/SC vações
Cádmio e seus 7440-43-
compostos 9 Cádmio na urina NC 5 µg/g.creat.
inorgânicos
- Atividade da FJ 70% da NE
acetilcolinesterase atividade basal
Inseticidas eritrocitária ou Atividade (#)
inibidores da da butilcolinesterase no
Colinesterase plasma ou soro. FJ 60% da NE
atividade basal
(#)
Flúor, ácido
fluorídrico e Fluoreto urinário AJ48 2 mg/L EPNE
fluoretos
inorgânicos
Chumbo no sangue (Pb- 60 EPNE
(M)
Chumbo e seus S) e µg/100ml
compostos 7439-92- Ácido Delta Amino NC NC
inorgânicos 1 Levulínico na urina EPNE
(ALA- U) 10 mg/g. creat. PNE
(*) Indicadores biológicos com significado clínico (SC) evidenciam disfunções
orgânicas e efeitos adversos à saúde.
(#) A atividade basal é a atividade enzimática pré-ocupacional e deve ser estabelecida
com o empregado afastado por pelo menos 30 (trinta) dias da exposição a inseticidas
inibidores da colinesterase.
(M) Mulheres em idade fértil, com valores de Chumbo no sangue (Pb-S) a partir de 30
µg/100ml, devem ser afastadas da exposição ao agente.
Abreviaturas
IBE/EE - Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva
IBE/SC - Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico µg/g.creat. -
Microgramas por grama de creatinina
µg/L - Microgramas por litro AJ - Antes da Jornada
AJ-FJ - Diferença pré e pós-jornada
AJ48 - Antes da jornada com no mínimo 48 horas sem exposição AJFS - Início da
última jornada de trabalho da semana
EPNE - Encontrado em populações não expostas ocupacionalmente FJ - Final de
jornada de trabalho
FJFS - Final do último dia de jornada da semana
FS - Após 4 ou 5 jornadas de trabalho consecutivas H- Método analítico exige hidrólise
para este IBE/EE
HS - O método analítico deve ser realizado sem hidrólise para este IBE/EE mg/L -
Miligramas por litro
NC - Não crítica (pode ser colhido a qualquer momento desde que o trabalhador esteja
trabalhando nas últimas semanas)
NE- Não específico (pode ser encontrado por exposições a outras substâncias)
NF - Valores para não fumantes (fumantes apresentam valores basais elevados deste
indicador que inviabilizam a interpretação)
pmol/g.hemog - Picomoles por grama de hemoglobina ppm - Partes por milhão

Avaliação de toxicidade

Avaliação de toxicidade refere-se ao estudo dos efeitos nocivos que uma


substância química pode causar à saúde, considerando fatores como dose, duração da
exposição e via de administração. Utilizamos esse tipo de avaliação para identificar
potenciais riscos para a saúde humana e definir limites de exposição ocupacional.
Vamos conhecer os métodos mais comuns utilizados na avaliação de toxicidade:

Condições para manifestação de toxidade

As condições para a manifestação da toxicidade são variáveis e existem diversos


fatores que influenciam como e quando os efeitos adversos de uma substância tóxica
podem ocorrer. Alguns dos principais elementos a considerar são:
Importante!

Compreender essas condições é fundamental para avaliar e gerenciar riscos


ocupacionais e ambientais associados à exposição a substâncias tóxicas. A análise
desses fatores permite uma abordagem mais abrangente na prevenção de efeitos
adversos à saúde.

QUESTÕES DE CONCURSO RELACIONADAS AO TEMA

Questão inédita – Em relação à Toxicologia, marque a alternativa que apresenta


aspectos conceituais INCORRETOS.

a) Toxicidade é a potencialidade de a substância química provocar efeitos


adversos quando em contato com o organismo vivo.

b) Toxicologia experimental estuda os sinais de toxicidade própria dos animais.

c) Toxicologia clínica estuda os sinais e os sintomas indesejáveis causados pelo


toxicante.

d) Toxicologia analítica tem como objetivo identificar e/ou quantificar o


toxicante nos tecidos e fluidos biológicos.

e) Intoxicação é a manifestação das reações indesejáveis causadas pelas


substâncias químicas no organismo.

Gabarito: Letra B.

Comentário: A toxicologia experimental não se restringe apenas ao estudo dos


sinais de toxicidade em animais, mas abrange a experimentação em modelos biológicos
para entender os efeitos tóxicos em geral.

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