577-Texto Do Artigo-1442-1-10-20230313
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RESUMO
Rezende KCAD, Lima EL, Nascimento LC. Eficácia e segurança do esomeprazol e lansoprazol comparados ao omeprazol para
o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
Goiás “Candido Santiago”. 2023;9(9a7):1-15.
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ABSTRACT
Rezende KCAD, Lima EL, Nascimento LC. Eficácia e segurança do esomeprazol e lansoprazol comparados ao omeprazol para
o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
Goiás “Candido Santiago”. 2023;9(9a7):1-15.
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INTRODUÇÃO
Contexto
Rezende KCAD, Lima EL, Nascimento LC. Eficácia e segurança do esomeprazol e lansoprazol comparados ao omeprazol para
o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
Goiás “Candido Santiago”. 2023;9(9a7):1-15.
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A DRGE é uma das condições gastrointestinais mais comuns e pode resultar em morbidade
significativa,4 com prevalência estimada de 10% a 20% no mundo ocidental5 e afeta cerca de
12% a 20% da população brasileira.3 Na prática clínica representa um custo significativo para
os cuidados de saúde, devida a cronicidade.6
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o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
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(dose diária de 60 mg), com preço máximo de venda ao consumidor entre R$ 161,72 a
R$ 391,47.11
O lansoprazol possui mais de três registros ativos na ANVISA, sendo 183260178, o registro do
medicamento de referência, PRAZOL®, cuja apresentação é em cápsula de liberação retardada
de 30 mg em embalagem com 7 a 840 cápsulas.10 Uma embalagem com 28 cápsulas com dose
de 30 mg, que permite o tratamento por 4 semanas (dose diária de 30 mg), com preço máximo
de venda ao consumidor entre R$ 88,97 a R$ 240,37.11
Objetivo
Rezende KCAD, Lima EL, Nascimento LC. Eficácia e segurança do esomeprazol e lansoprazol comparados ao omeprazol para
o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
Goiás “Candido Santiago”. 2023;9(9a7):1-15.
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I: Esomeprazol e lansoprazol
C: Omeprazol
O: Remissão de sintomas (azia, regurgitação ácida, disfagia, dor epigástrica), taxa de cura
(reepitalização), resposta terapêutica em escalas, qualidade de vida, taxa de abandono de
tratamento devido a efeitos colaterais, risco de eventos adversos.
S: Revisões sistemáticas
MATERIAIS E MÉTODOS
Os critérios de inclusão para esta revisão rápida foram: revisões sistemáticas (RS) com meta-
análises sobre a eficácia e segurança de lansoprazol ou de esomeprazol no tratamento de doença
do refluxo gastroesofágico em adultos (≥18 anos), comparado ao Omeprazol; estudos mais
atuais, que incluíssem o maior número possível de ensaios clínicos disponíveis na literatura;
estudos com meta-análise, sumarizando os dados dos desfechos e comparando direta ou
indiretamente os medicamentos entre si e com placebo. Os critérios de exclusão foram:
tratamento para úlceras gástricas, gastrite, esofagite infecciosa, por medicamentos, radiação ou
eosinofílica, estenose esofágica. Não houve restrições quanto aos idiomas e dosagem.
Foram realizadas buscas nas bases de dados PUBMED em outubro de 2022, conforme o quadro
1 (na próxima página).
A pesquisa recuperou 10 registros. Após exclusão dos não elegíveis, pela análise de título e
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resumo, foram selecionadas três publicações. Estas foram inteiramente lidas e analisadas. Ao
final foi selecionada uma revisão sistemática para compor a revisão rápida, por atender aos
critérios de inclusão.
A qualidade metodológica do estudo selecionado foi avaliada por dois revisores utilizando a
ferramenta AMSTAR-215, para revisões sistemáticas.
RESULTADOS
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o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
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Estudo Li et al.16
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Quadro 3. Continuação...
A terapia com esomeprazol (20 mg por dia) teve taxas de recaída mais baixas
do que outras drogas durante seis meses de tratamento de manutenção (RR=
0,67 [0,55; 0,83] IC95%), azia (RR= 0,72 [0,57; 0,92] IC95%) e dor
epigástrica (RR= 0,82 [0,70; 0,96] IC95%) foram menos prováveis de
Conclusões
acontecer após o tratamento com esomeprazol e nenhuma vantagem
significativa foi encontrada na regurgitação ácida e disfagia. Houve menor
risco de eventos adversos graves após a terapia com esomeprazol (RR= 1,40
[1,04; 1,88] IC95%).
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Quadro 3. Continuação...
DISCUSSÃO
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Cochrane, para avaliar o risco de viés de cada ECR incluído, entretanto, nenhuma RS utilizou
ferramenta (GRADE) para avaliar a certeza das evidências.
O estudo de Mei et al.17 realizaram meta-análise que incluiu 11 ensaios clínicos randomizados
com pacientes com DRGE sintomático. O tratamento com esomeprazol 20 mg por dia é mais
eficaz apresentando as menores taxas de recaída durante seis meses de terapia de manutenção
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A RS de Chen et al.18 consistem em meta-análise de rede que incluiu 16 ECR (n= 6.309
pacientes) com DRGE (esofagite não erosiva). As evidências mostraram que o omeprazol 20mg
foi associado a uma taxa mais alta de alívio sintomático em contraste com o grupo omeprazol
10mg (OR: 1,89, IC 95%: 1,34, 2,67; p-valor: 0,0005). Não houve diferença significativa entre
todas as intervenções. Para a taxa de eventos adversos, a terapia com omeprazol 20 mg teve a
menor incidência e a terapia com lansoprazol 30 mg foi associada à maior incidência. O
omeprazol 20mg apresentou ser melhor intervenção para o tratamento de pacientes com DRGE
(esofagite não erosiva) comparado aos outros IBPs, entretanto, não pode ser condicionada como
melhor opção pois a mesma não apresentou vantagens quando comparado aos outros IBPs.
CONCLUSÃO
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Nas comparações indiretas entre as drogas, em relação a taxa de resposta no alívio dos sintomas,
o esomeprazol de 20mg e de 40mg apresentou ser mais eficaz, especialmente, na azia e dor
epigástrica. Quanto ao perfil de segurança, não houve diferença significativa entre as taxas de
eventos adversos, todos medicamentos eram parecidos entre si.
Diante desse resultado, o esomeprazol demonstrou ser uma opção mais benéfica que omeprazol
no tratamento de DRGE, tanto na esofagite erosiva quanto na não erosiva. Entretanto, salienta-
se que a maior parte das evidências foram derivadas da meta-análise de comparações indiretas,
cuja certeza da evidência não foi avaliada, e a maioria dos estudos incluídos recebeu
financiamento de empresas comerciais, o que pode afetar a imprecisão dos resultados. Também
não foram encontradas evidências sobre custo-efetividade das tecnologias mencionadas.
As autoras, Keyti Cristine, Edmila Lucas e Lais Cardoso, não têm vínculo com a indústria
farmacêutica. Não participa de projetos de pesquisa de ensaios clínicos de medicamentos.
REFERÊNCIAS
Rezende KCAD, Lima EL, Nascimento LC. Eficácia e segurança do esomeprazol e lansoprazol comparados ao omeprazol para
o tratamento de doença do refluxo gastroesofágico em adultos: revisão rápida. Rev. Cient. Esc. Estadual Saúde Pública de
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