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Revoluções Inglesas do século XVII

A Revolução Inglesa foi um dos momentos mais marcantes da Idade Moderna. Ocorrida entre
1640 e 1688, foi uma das primeiras revoluções burguesas que limitaram o poder de um rei
absolutista e deu início à formação de uma monarquia constitucional na Inglaterra. Essa
revolução marcou também o começo do predomínio das religiões protestantes no reino inglês. O
fim do absolutismo, a ascensão da burguesia como classe social dominante e o Parlamento
como centro político criaram um ambiente favorável para o surgimento das primeiras indústrias
décadas depois, bem como para a consolidação do capitalismo inglês.

Antecedentes da Revolução Inglesa


A Reforma Protestante não foi apenas um movimento de contestação à doutrina da Igreja
Católica, pois influenciou diversas áreas da sociedade, como a política e a economia. Inúmeros
reis europeus se converteram a essas novas religiões cristãs, rompendo suas relações com o
catolicismo. Dessa forma, a burguesa se aliou aos reis para garantir benefícios econômicos, pois
as novas doutrinas religiosas defendiam o trabalho e o lucro, ao contrário da Igreja Católica, que
se opôs à usura, ou seja, à cobrança de juros.

Na Inglaterra, o rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, promoveu uma reforma religiosa
e converteu as terras que pertenciam à Igreja Católica em propriedade privada. Essa ruptura com
o catolicismo fez com que a Inglaterra se tornasse rival de outros reinos católicos, como a
Espanha. Vale dizer que várias guerras que aconteceram na Europa nesse período tiveram entre
suas causas os embates entre católicos e protestantes.

As reformas promovidas por Henrique VIII beneficiaram a burguesia na economia e na política.


Os representantes dessa classe social se tornaram a maioria na Câmara dos Comuns. A força
burguesa começou a ameaçar o domínio da nobreza e da Coroa.

Logo após o fim da dinastia Tudor, subiu ao trono na Inglaterra o rei Jaime I, da dinastia Stuart,
que governou os ingleses entre 1603 e 1625. Essa mudança favoreceu os nobres e tentou frear o
avanço da burguesia. O rei aumentou impostos, impôs o monopólio estatal sobre os negócios
burgueses e perseguiu os puritanos, que era a religião predominante entre os negociantes. Além
dessa investida contra a burguesia, Jaime I também enfrentou o Parlamento ao dissolvê-lo e
deixá-lo inativo entre 1614 e 1622.

O Parlamento inglês era bicameral. A Câmara dos Comuns era dominada pelos burgueses, e a
Câmara dos Lordes, pela nobreza e aliados do rei. Quando alguma medida não obtinha a
maioria no Parlamento, o rei ordenava o seu fechamento. Foi o que aconteceu em 1640, quando
o rei Carlos I, filho de Jaime I, enviou ao Parlamento um projeto de aumento de impostos. O
Parlamento estava dividido em duas alas:
 os diggers, que defendiam a realização da reforma agrária e uma distribuição de
terras para o desenvolvimento da agricultura; e
 os levellers, que defendiam a prática da religião católica de forma livre, bem como
a igualdade jurídica.

Como não houve consenso, o projeto não foi aprovado, e o rei ameaçou suspender as atividades
parlamentares. Quando Carlos I entrou em guerra contra a Escócia, ele pediu aos parlamentares
autorização para aumentar os impostos e financiar a batalha. A Câmara dos Comuns rejeitou o
pedido do rei, mas, dessa vez, estava preparada para uma reação absolutista.

Revolução Puritana e guerra civil


Oliver Cromwell, um líder radical puritano, organizou um exército burguês para defender o
Parlamento contra as investidas de Carlos I. O exército entrou em guerra com as tropas
reais, iniciando a Revolução Puritana. Essa primeira fase da revolução teve questões religiosas e
colocou em lados opostos dois grupos: a nobreza, os aliados do rei e o clero contra os
burgueses, pequenos mercadores e artesãos que professavam o calvinismo.

Nessa batalha contra o Parlamento, Carlos I tinha o apoio dos cavaleiros da nobreza. Em
1642, Cromwell convocou o Novo Exército Modelo, formando por pequenos burgueses e
camponeses, também chamado de “Cabeças Redondas”, por não utilizarem as perucas dos
nobres. Esses soldados eram promovidos pelos méritos, e não por sangue. Além do embate
físico, os motivos daquele confronto eram discutidos entre eles, o que aumentava a consciência
política de suas ações.

O exército de Cromwell conseguiu derrotar as tropas de Carlos I e o rei foi preso. Em 1649, a
ala radical da burguesia exigiu a decapitação do rei, o que aconteceu em 31 de janeiro daquele
ano. Pela primeira vez, um monarca era decapitado em praça pública por ordem do Parlamento.

República de Oliver Cromwell


Oliver Cromwell governou a Inglaterra em 1649 e publicou o Ato de
Navegação, que garantiu o transporte de produtos ingleses por navios
feitos na Inglaterra.

Com o fim da dinastia Stuart, logo após a morte de Carlos I, a Inglaterra foi comandada por
Oliver Cromwell, responsável por organizar o exército que garantiu a vitória do Parlamento
sobre a Coroa e os nobres. A República foi proclamada na Inglaterra, em 16 de maio de 1649, e
os parlamentares nomearam Cromwell como “Lord Protector” (Senhor Protetor da República).
Uma das medidas importantes nesse período foi a implantação do Ato de Navegação, ou seja, os
produtos ingleses só poderiam ser carregados em navios da Inglaterra. Esse ato contribuiu para a
formação da poderosa esquadra naval inglesa, que dominaria os mares pelos séculos seguintes.

A relação entre Oliver Cromwell e os parlamentares não demorou a se enfraquecer. Em 1653,


ele instituiu uma ditadura na Inglaterra, dissolvendo o Parlamento, e acabou com o auxílio do
exército burguês. As principais lideranças desse exército foram mortas por Cromwell.

Em 1657, Cromwell restaurou o Parlamento e buscou uma aproximação. O protetor da república


morreu no ano seguinte e quem assumiu o poder foi seu filho, Richard Cromwell. Porém, o filho
não tinha a mesma força política do pai e não resistiu à pressão dos radicais burgueses, que
convocaram Carlos II, filho do rei decapitado em 1649, reestabelecendo a dinastia Stuart no
poder inglês.

Restauração da dinastia Stuart


Em 1660, Carlos II foi coroado rei da Inglaterra e, no primeiro momento, manteve a promessa
de respeitar os interesses do Parlamento. Porém, não demorou para que suas intenções
absolutistas aflorassem ao se aproximar do rei Luís XIV, da França, e perseguir os calvinistas.
O rei inglês era anglicano, mas tinha boas relações com a Igreja Católica. Os parlamentares
reagiram ao absolutismo de Carlos II e à sua aproximação com o catolicismo, mas o rei, em
1681, dissolveu o Parlamento e governou sozinho a Inglaterra até 1685, ano de sua morte.

Seu irmão, Jaime II, sucedeu-o no trono e reativou o Parlamento, mas mantendo seu
absolutismo e sua aproximação com a Igreja Católica. O rei concedeu privilégios aos católicos,
como a isenção de impostos, gerando protestos do Parlamento, que era composto em sua
maioria por calvinistas

Jaime II foi rei da Inglaterra até ser


deposto por Guilherme III e se exilar na França.
Revolução Gloriosa (1688)
O Parlamento reagiu às ações de Jaime II, mas a aproximação do rei com a França fez com que
não houvesse confronto com a Coroa, pois Jaime II poderia solicitar ajuda dos franceses. A
solução para barrar o absolutismo do rei foi uma manobra política. A filha de Jaime II, Maria II,
era casada com Guilherme de Orange, rei dos Países Baixos. Os parlamentares a chamaram para
ser a nova rainha da Inglaterra. O marido temia que a esposa fosse mais poderosa que ele e, em
1688, as tropas de Orange invadiram a Inglaterra e destituíram Jaime II do poder com o apoio
do Parlamento. Sem forças políticas e militares, o rei inglês buscou exílio na França, onde
permaneceu até o fim da vida.

Guilherme de Orange foi coroado o novo rei da Inglaterra, sendo chamado de Guilherme III.
Porém, antes da coroação, os parlamentares exigiram que Guilherme e sua esposa, Maria,
assinassem a Declaração de Direitos (Bill of Rights) em 1689, que garantia a limitação do poder
do rei e que as decisões políticas na Inglaterra seriam de exclusividade do Parlamento. Outra
medida dessa declaração era a liberdade religiosa. Formava-se, assim, a monarquia
constitucional, vigente até hoje na Inglaterra. Para saber mais sobre esse conflito,
leia: Revolução Gloriosa.

Consequências da Revolução Inglesa


As consequências da Revolução Inglesa foram imensas. Apesar de a monarquia ser
preservada, o poder do monarca foi restringido e as decisões políticas ficaram a cargo do
Parlamento. Os confrontos religiosos que colaboraram nas fases da revolução se encerraram
com a Declaração dos Direitos de 1689, que garantia a liberdade de crença para os ingleses, não
podendo mais o rei impor sua crença aos seus súditos, como era no período anterior à revolução.

Na área econômica, a revolução garantiu a consolidação do poder da burguesia na Inglaterra e a


presença maior de seus representantes no Parlamento. Dessa forma, foram criadas leis que
beneficiaram a burguesia e abriram espaço para a instalação das primeiras indústrias em
território inglês. Com os poderes reais limitados, a Coroa não pôde mais interferir na economia,
possibilitando o livre mercado.

fonte: Revolução Inglesa: o que foi, fases e resumo - Mundo Educação (uol.com.br)

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