Gestão de Conflitos

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GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS


GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
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rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de


ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Denise Gabriela Rodrigues


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade analisará as temáticas do Gerenciamento de
Conflitos, tipos de conflitos e negociação, especificamente, foram en-
focadas: a) o conceito de conflito, a transição em seu conceito e con-
flitos organizacionais, b) os tipos de conflitos, seus motivos e desdo-
bramentos, causas e origens, c) A negociação bem como suas etapas,
os estilos de negociação e as características fundamentais de um bom
negociador; soluções satisfatórias, as características das partes e os
desafios de negociar no gerenciamento de conflitos e como alcançar
sucesso na negociação. Trata-se de um resumo das temáticas no am-
biente organizacional, podendo determinar o caminho e os objetivos
a serem alcançados de maneira a aprimorar a gestão e atingir o su-
cesso.
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Conflito. Gestão de Conflitos. Comportamento Organizacional. Negociação.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
CONFLITO

Conceituando Conflito _________________________________________ 15

Transição no Conceito de Conflito ________________________________ 20

Conflitos Organizacionais ______________________________________ 21

Recapitulando ________________________________________________ 29

CAPÍTULO 02
TIPOS DE CONFLITOS

Diversidade ____________________________________________________ 34

Adequação ____________________________________________________ 36

Externos _______________________________________________________ 38

Gestão da Mudança ___________________________________________ 38


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Equilíbrio Pessoal - Profissional _________________________________ 39

Ambiente de Trabalho _________________________________________ 39

Ético __________________________________________________________ 41

Emoções ______________________________________________________ 43

Valores ________________________________________________________ 44

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Percepção ___________________________________________________ 44

Comunicação _________________________________________________ 46

Conflito Intergeracional _______________________________________ 46

Recapitulando _________________________________________________ 48

CAPÍTULO 03
NEGOCIAÇÃO, SOLUÇÕES SATISFATÓRIAS E DESAFIOS

Negociação __________________________________________________ 52

Soluções satisfatórias __________________________________________ 62

Desafios _______________________________________________________ 64

Recapitulando __________________________________________________ 66

Fechando a Unidade ____________________________________________ 70

Referências _____________________________________________________ 73
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O gerenciamento de conflitos é um desafio reconhecido pelas or-
ganizações, um gestor deve ficar atento às relações construídas dentro
de uma equipe, de modo a monitorar, mapear na tentativa de antecipar
para gerenciar possíveis divergências e questões conflituosas. O conflito é
natural do ser humano e, por isso, tão presente no ambiente empresarial,
que é composto por pessoas das mais diversas opiniões e personalidades.
Curiosamente, em termos gerais, o conflito tem recebido uma contação
negativa, no entanto, como vamos perceber ao longo desta unidade, sendo
bem gerenciado, o conflito pode tornar-se fonte de diferencial competitivo.
O conflito pode ser conceituado de maneira ampla, como ocor-
rência atividades incompatíveis, Deutsch (1973). Já no contexto das orga-
nizações, Greenhalgh (1987) aborda o conflito o descrevendo como um
fenômeno que ocorre de maneira generalizada, e penetra os processos
organizacionais e que é vivenciado sempre que os participantes não con-
cordam em direitos, assuntos, atribuições, detalhes ou procedimentos.
Muitos são os desafios dos gestores de conflitos; o primeiro deles
é a cultura organizacional que é um fator que influencia drasticamente no
processo de identificação, determinação, tratamento, negociação e geren-
ciamento de conflitos. Quanto aos bons frutos advindos de uma gestão de
conflitos, parte que beneficia a empresa trata-se por conflitos funcionais,
que é caracterizada como complexa de ser executada. O tipo de gerencia-
mento deve ser ajustado às demandas organizacionais, e os níveis de con-
flito devem ser monitorados e controlados. A ausência desse acompanha-
mento pode ser definitiva para o sucesso de uma empresa ou organização.
Especificamente, serão tratadas nesta unidade as noções bá-
sicas de gerenciamento de conflitos, e é essencial salientar que, ape-
sar de popularmente as situações de conflito serem consideradas como
“ruins”, o exame detalhado pode ser fonte para descobrir oportunidades
de aprimoramento e crescimento. Assim, ao compreender que conflitos
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são, na maioria das vezes, apenas diferentes pontos de vista de um


mesmo tópico, surge, assim, uma chance de debate, aprimoramento,
troca de ideias e crescimento.
Sendo assim, conflitos são inevitáveis. No entanto, uma gestão
precisa é capaz de transformar um problema comum das organizações
em fonte de inovação contínua.
A unidade inicia tratando sobre o conceito de conflito, sua tran-
sição e como se estabelecem e se desenvolvem os conflitos organiza-
cionais. Destaca-se que a transição do conceito se deu a partir do de-
senvolvimento das escolas de pensamento. Sua função, nos grupos e
organizações, são apontados pelas abordagens tradicional, de relações
humanas e interacionista. Nesta perspectiva, o conflito pode ser funcio-
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nal ou disfuncional e seu processo ocorre em cinco etapas: oposição
potencial ou incompatibilidade; cognição e personalização; estratégia;
comportamento; consequências, conforme será estudado na unidade.
Ele permeia a diversidade, a adequação da personalidade ao trabalho,
os tempos de crise, a estabilidade organizacional e a gestão da mudan-
ça, o equilíbrio pessoal – profissional, o ambiente de trabalho, o estres-
se, a ética, as emoções, os valores, a percepção, e a comunicação.
A unidade ainda aborda detalhadamente os tipos de conflitos.
É importante ressaltar que, quanto à sua causa, podem assumir carac-
terísticas como morais, sociais, transcendentais, ideológicos, dentre ou-
tros. Serão discutidos também as fontes que dão origem aos conflitos,
que podem ser intrapessoais (internalizados no indivíduo), interpesso-
ais (entre vários indivíduos, advindo das diferenças) e de trabalho. Nes-
ta parte, a unidade descreve que existem determinados fatores que po-
dem desencadear uma série de conflitos, como a diversidade, questões
de adequação, fatores externos relacionados a momentos de crise, por
exemplo, a gestão da mudança, o equilíbrio pessoal - profissional, os
fatores no ambiente de trabalho, desencadeando o estresse, questões
sobre ética, emoções, valores, percepção e comunicação. O importan-
te, quando se fala em tipos de conflitos, é que, seja qual for o tipo, uma
boa tratativa está relacionada à qualidade da condução.
Para concluir a unidade, será tratado o conceito da negociação
no processo de resolução de conflitos. Em geral, a negociação é enten-
dida como processo de venda, descontos, uma atividade comercial. No
entanto, a negociação é uma ação social de análise e buscas de con-
cessões a fim de obter um produto comum satisfatório para as partes. É
abordado, também, no fechamento da unidade, as possíveis soluções e
os desafios do gerenciamento de conflitos. Quanto às soluções satisfató-
rias, os conflitos podem ser construtivos, dependendo de seu nível e seu
gerenciamento. Muitos são os desafios aos gestores de conflitos, ao apli-
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car mudanças e incentivar a inovação, seu sucesso dependerá do con-


texto em que a organização está inserida, devendo haver planejamento
e planos de contingência a possíveis resistências por parte da equipe, de
modo a motivá-la de acordo com os interesses a serem alcançados.

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CONFLITO

O conflito é conceituado como “um processo que tem início


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quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar,
negativamente alguma coisa que a primeira considera importante” (RO-
BBINS, 2005, p. 326). Sua existência depende de que uma das partes
envolvidas o note, caso contrário, ele não existe. Seus níveis podem
variar dos mais violentos aos mais sutis.
A transição do conceito se deu a partir do desenvolvimento das
escolas de pensamento. Sua função nos grupos e organizações é apon-
tada pelas abordagens tradicionais, de relações humanas e interacio-
nista. O conflito é classificado como bom ou ruim de acordo com a natu-
reza que o conduz e de como impacta no desempenho organizacional.

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“Problema bom”. Essa unidade irá tratar as nuances da
gestão de conflitos. É essencial salientar que, apesar de popular-
mente situações de conflito serem consideradas como “ruins”, ao
avaliar-se cuidadosamente, pode-se descobrir oportunidades de
melhoria e crescimento. Desse modo, ao compreender que confli-
tos são, na maioria das vezes, apenas diferentes pontos de vista de
um mesmo tópico, surge, assim, uma chance de debate, aprimora-
mento, troca de ideias e crescimento.
Sendo assim, conflitos são inevitáveis. No entanto, uma
gestão precisa é capaz de transformar esse aspecto corriqueiro
das organizações em grande fonte de melhorias e inovação.

Nesta perspectiva, o conflito pode ser funcional ou disfuncional.


Seu processo ocorre em cinco etapas: oposição potencial ou incompa-
tibilidade; cognição e personalização; estratégia; comportamento; con-
sequências (ROBBINS, 2009). Ele permeia a diversidade, a adequação
da personalidade ao trabalho, os tempos de crise, a estabilidade orga-
nizacional e a gestão da mudança, o equilíbrio pessoal – profissional,
o ambiente de trabalho, o estresse, a ética, as emoções, os valores, a
percepção e a comunicação.
A negociação faz parte da convivência em grupos e organizações.
Robbins (2005, p. 335) define o termo como barganha, “[...] o processo pelo
qual duas ou mais partes trocam bens ou serviços e buscam um acordo so-
bre as vantagens dessa troca para elas”. A barganha pode ser distributiva
ou integrativa, de acordo com as disponibilidades e interesses das partes.
O processo de barganha se dá nas seguintes etapas: prepara-
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ção e planejamento, definição das regras, esclarecimentos e justificati-


vas, barganha e solução de problemas, e conclusão e implementação.
O fator personalidade não influencia o processo de negociação, uma
vez que os negociadores se concentram nos pontos a serem defen-
didos. O gênero também não influi significativamente na barganha se
homens e mulheres dispuserem dos mesmos recursos e nível de poder
para negociar. Já as diferenças culturais impactam o processo de nego-
ciação, cada país tem sua forma de fazê-lo.
Ainda, caso as partes não entrem em acordo sobre a negocia-
ção, podem utilizar uma terceira parte para auxiliar no processo. Esse
pode ser um mediador, um árbitro, um conciliador ou um consultor, de
acordo com a necessidade das partes envolvidas e o tipo de conflito.
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Filme sobre o assunto: O Diabo Veste Prada (Fox, 2006).

Quanto às soluções satisfatórias, os conflitos podem ser cons-


trutivos, dependendo de seu nível e seu gerenciamento. Mediante a
situação organizacional o administrador de conflitos, pode escolher a
intenção mais adequada para tratar o problema, adotar o tipo de barga-
nha correta para otimizar o processo e estimular o grupo.
Muitos são os desafios aos gestores de conflitos. A cultura
organizacional é um fator que influencia diretamente no processo de
negociação. Criar conflitos funcionais é uma tarefa difícil. O tipo de ge-
renciamento deve ser ajustado às demandas organizacionais, os níveis
de conflito devem ser controlados. Uma má administração de conflitos
pode trazer consequências devastadoras.

CONCEITUANDO CONFLITO

Conflito pode ser compreendido como uma divergência de opi-


nião que se estabelece quando duas ou mais pessoas têm concepções
diferentes sobre como resolver quaisquer tipos de problemas.
No seu cotidiano, provavelmente, você já pode ter dito que ti-
nha um grande conflito com alguém, referindo-se a um problema, no en-
tanto, na prática, trata-se de divergências, pontos concorrentes, porém,
se não tratados adequadamente, podem sim evoluir para uma questão
problemática.
Os conflitos são naturais da convivência social e, portanto, não
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são exclusivamente do contexto organizacional. No entanto, como a or-


ganização é feita de pessoas, tais questões sociais e psicológicas aden-
tram às organizações para que sejam analisadas e ponderadas em um
processo gerencial.
Específico para o caso de empresas, vamos compreender uma
situação ao qual identificamos um exemplo de conflito de objetivos. Por
exemplo: uma grande empresa que tenha diversos setores, terá cada
setor com suas necessidades, metas, objetivos específicos. Natural-
mente, a atuação de um departamento por gerar conflito com a atuação
de algum outro. Isso não é sinônimo de problema e, sim, de atenção.
Tornando um pouco mais claro, vamos analisar um exemplo
aplicado: Imagine uma empresa de aluguel de máquinas pesadas,
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que conta com uma equipe comercial, uma equipe operacional e outra
equipe financeira. A equipe comercial, com intuito de bater as metas
e cumprir seus resultados, prospecta o máximo de clientes possíveis.
Eventualmente, podem ser mais clientes que o operacional dê conta de
atender levando os materiais, buscando, fornecendo reparos, etc. Por
outro lado, a equipe financeira tem muita responsabilidade com relação
à aprovação de contratos, aprovação de crédito, entre outros, invali-
dando possíveis contratados captados pela equipe comercial. Sendo
assim, sempre a execução de trabalho de uma equipe pode impactar
na atuação de outra. Tais situações são naturais, porém não devem ser
negligenciadas, e é papel do gestor tratar da maneira mais eficiente.
Conforme ilustrado, esses conflitos dentro de uma organiza-
ção podem drenar o potencial de conquista de resultados, desviando
a atenção e esforços. O surgimento de tais impasses atrapalha não só
as entregas das equipes, mas também a satisfação do cliente e colabo-
radores. Vale salientar que, atualmente, a questão da sustentabilidade
está cada vez mais em destaque, portanto equipes conflitantes podem,
ocasionalmente, desperdiçar recursos em virtude de discussões inter-
nas em vez de aturem em conjunto para um sentido único.
Diante de tantos desafios, o gestor precisa se disponibilizar a
atuar ativamente na condução desses conflitos. Vale lembrar que a or-
ganização é composta por pessoas, e não podemos negar o fator pes-
soal que tais conflitos podem tomar, levando a problemas mais comple-
xos ou persistentes. Assim, caso não haja monitoramento ou tratativas
adequadas, os conflitos podem ganhar grandes proporções e, assim,
causar danos graves às organizações, afetando o clima organizacional,
já conhecido como essencial para um bom desenvolvimento de qual-
quer trabalho, conforme registra Thévenet (1985):

O interesse pelo clima organizacional traduz esta preocupação: um bom


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clima resulta em boas relações internas com expectativas reciprocamente


satisfeitas. Sabe-se que um dos maiores resultados das experiências reali-
zadas na Western Electric foi o de mostrar a importância do clima organiza-
cional para a produtividade. (THÉVENET, 1985).

Como na definição de Berg (2012), que reforça que a própria


etimologia da palavra conflito vem do latim conflictus, que significa cho-
que, embate de pessoas, ou grupos opostos que lutam entre si - embate
entre duas forças contrárias. O autor ainda salienta que: “O conflito nos
tempos atuais é inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-
-lo, e saber lidar com ele, é fundamental para o seu sucesso pessoal e
profissional” (BERG, 2012, p.18).
Ouro autor que chama a atenção para graves implicações da
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má gestão de conflitos é Chiavenato (2004, p. 416), “o conflito é muito
mais do que um simples acordo ou divergência: constitui uma interfe-
rência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a
tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos”.
Ainda sobre a conceituação e compreensão dos impactos re-
lacionados à gestão de conflitos, ressalta-se que cada escola da ad-
ministração e vertentes de pensamentos organizacionais delimitarão a
própria noção de mapeamento identificação e tratativa do que pode ser
considerado um conflito. Isso porque a definição do que pode ser ou
não considerado um conflito possuem certo grau de subjetividade, ou
seja, dependerá da maneira como cada um o encara. Um exemplo clás-
sico, é o fato de líderes que optam por equipes homogêneas visando
tornar mais fluida a concordância e, por outro lado, há gestores imensa-
mente interessados na heterogeneidade e nos frutos provenientes das
discussões. São opções individuais que dependem do entendimento de
cada gestor. Tais tópicos serão abordados mais à diante na unidade.

A existência de conflitos cujo gestor precisa intervir e se po-


sicionar com relação a sua visão pode ser um grande desafio den-
tro das organizações. Caso seja necessária uma intervenção direta,
essa deve ser pensada e realizada de maneira criteriosa. Isso porque
o gestor exerce um cargo de comando, o que naturalmente confere
poder ilegitimidade à sua fala. Isso pode promover certo vício dentro
da equipe com o passar do tempo, já que, os liderados podem en-
tender que o gestor não está interessado em ouvir, tem preferências
ou, ainda, usa de seu poder para impor seu posicionamento sem
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respeitar às considerações dos outros membros da equipe.

O conflito, como apresentado até o momento, tem uma caracterís-


tica clara: falta de consenso e clareza sobre a definição do que o “correto”,
por vezes, não existirá mesmo tal definição de maneira precisa. Exemplo,
se alguém infringe uma lei, como roubar um celular, não haverá dúvida de
que sua conduta foi equivocada, configura crime e não tem dupla inter-
pretação sobre a “adequação da possibilidade” de se roubar um celular.
Sabe-se que é errado. Porém, barrar um cliente por suspeita inadimplên-
cia, a exemplo da empresa que ilustramos o conflito anteriormente, pode,
sob circunstâncias diferentes, ser considerado adequado ou não. Pode-se,
inclusive, estabelecer um cenário dinâmico que seja flexível de acordo com
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as necessidades de caixa da empresa e receptividade ao risco.
Sendo assim, a comunicação é uma ferramenta essencial para
condução desse processo. O entendimento do ponto de vista ou do im-
pacto gerado na parte oposta é imprescindível para lidar com a possibi-
lidade de mediação. Robbins aborda “como um processo que tem início
quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar,
negativamente alguma coisa que a primeira considera importante” (2005,
p. 326). Ou seja. É possível ter duas partes corretas e, ainda assim, con-
flitantes, uma vez que o foco não é a razão e, sim, a divergência. Por isso,
a importância compreensão do impacto derivado de ações organizacio-
nais, tornando responsáveis as discussões a fim de amenizar os atritos.
Portanto, diante do exposto, depreende-se que um conflito não
pode ser determinado como positivo ou negativo, intrinsecamente. A con-
dução e desdobramentos serão responsáveis pelos impactos bons ou
ruins no desempenho, conforme orienta Robbins (2005), é possível clas-
sificar os conflitos entre duas categorias sendo funcional ou disfuncional:
● Conflito disfuncional: quando prejudica o desempenho do
grupo.
● Conflito funcional: quando contribui para o desempenho do
grupo.
Além disso, o autor ainda estabelece uma relação entre o de-
sempenho da unidade versus o nível de conflito. A figura 1 descreve as
relações entre o tipo de conflito, o nível de conflito as características
internas da unidade e os respectivos impactos no desempenho:

Figura 1 - Modelo diagnóstico de conflito nas organizações


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Fonte: ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo:


Pearson Prentice- Hall, 11 ed., 2005, p.343.
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Segundo o esquema proposto e descrito na figura 1, pode-se
perceber, pela tabela descritiva, que um ambiente com ausência de confli-
tos não é desejável. Isso porque, como descrito na situação “A”, ausência
de conflitos conferem à equipe características como apatia, estagnação,
até mesmo ausência de novas ideias. O que poderia ser entendido como
uma espécie de acomodação. No outro extremo, verifica-se a situação
“C”, cujo também se identifica um tipo de conflito disfuncional. No entanto,
dessa vez pelo excesso e mau gerenciamento dos conflitos, atribuindo à
equipe características como caótica e não cooperativa. Assim, fica evi-
dente que os desempenhos de uma unidade podem ser considerados
baixos tanto pela ausência quanto pelo excesso de conflitos.
Por fim, analisando o modelo proposto pelo autor, identifica-se um
estágio considerado ótimo, ao qual se verifica que, para o ambiente organi-
zacional, o ideal não é ausência de conflitos, mas a existência de conflitos
que possam ser considerados funcionais. Tal cenário fica evidenciado na
situação “B”, cujo nível de conflito é considerado ótimo e o tipo de conflito
é funcional. Assim, considera-se alto o desempenho da unidade, que conta
com características como autocrítica e inovadora, sem dúvidas, extrema-
mente desejadas para uma boa estrutura organizacional.
Ao longo da unidade, serão analisados como os conflitos poderão
ser mapeados e tratados de acordo com suas características, bem como
estratégias para mediação. No que tange à descrição e à análise dos confli-
tos nas organizações, Rondeau (1996) propôs duas categorias de modelos
que auxiliam no processo de diagnóstico do conflito, conforme descreve:
com intuito de auxiliar o gestor neste quesito. Trata-se por “modelos estru-
turais”: foco na identificação e compreensão no ambiente e fatos gerado-
res de oposição, e os “modelos processuais”, mapeamento e detalhamento
do ciclo de desenvolvimento de um ponto de conflito, concentrando-se no
comportamento das partes envolvidas e discrepantes (RONDEAU, 1996).
A maneira apontada como mais efetiva para lidar com os conflitos
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é não isolar a responsabilidade julgando que esta seja atribuição exclusiva


do RH, o que é comum por se tratar de uma temática que engloba caracte-
rísticas ou questões pessoais. Assim, como a gestão de pessoas é respon-
sabilidade de todas as lideranças de equipes dentro de uma organização,
todo líder deve estar atento aos possíveis pontos de atrito em sua equipe.
Por tratar-se da experiência do indivíduo, a existência de um con-
flito é dependente da percepção. Dessa forma, caso um conflito não seja
notado em determinado contexto, não significa que não exista. Portanto, o
ponto inicial do processo de conflito se dá a partir da observação de fatores
condicionantes que possam, de alguma forma, afetar o desempenho, clima
ou equilíbrio de uma equipe, como oposição e meios de interação entre
as partes envolvidas. E, como visto diante do exposto, a definição pode
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apresentar muitas definições, e seus níveis podem ser dos mais violentos
até os mais sutis, dos mais impactantes até mesmo casos de indiferença.

TRANSIÇÃO NO CONCEITO DE CONFLITO

Ao longo dos anos, houve a necessidade de aprimoramento


das relações humanas dentro das organizações, diante disso, diversos
estudos avançaram almejando a compreensão das razões que levavam
aos conflitos e seus principais desdobramentos. A origem dos conflitos,
em geral, está relacionada às discordâncias, apresentava, assim, uma
conotação negativa. Neste sentido, apresentam-se três escolas de pen-
samentos referentes à gestão de conflito e como se deu a transição de
conceitos. São elas: Visão Tradicional, Visão de Relações Humanas e
Abordagem Interacionista.
A abordagem tradicional é a mais antiga, considera o conflito como
algo ruim e defende que, por ser nocivo, deve ser evitado. “Ele é visto como
contraproducente e usado como sinônimo de violência, destruição e irra-
cionalidade para reforçar seu aspecto negativo” (ROBBINS, 2005, p. 326).
No contexto das décadas de 1930 e 1940, o conceito de conflito era ava-
liado como uma disfunção, seja de comunicação, de confiança e fracasso
entre chefes e funcionários. O modelo propõe a análise do comportamento
dos causadores do conflito, devendo este ser evitado, suas causas des-
cobertas e aplicada a devida correção para otimizar o desempenho de um
todo. Tal entendimento tornou-se obsoleto em razão da não comprovação
da redução dos conflitos ou, ainda, aumento de desempenho.
A visão que predominou do fim dos anos de 1940 até meados de
1970 foi a abordagem das relações humanas, que compreende o conflito
como algo natural que ocorre no ambiente organizacional e grupal, sendo
inevitável. Assim, o para gestão do conflito não está relacionada a elimi-
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ná-lo e que alguns tipos podem, inclusive, trazer resultados positivos.

Gênios em conflito! Atualmente, diversas questões huma-


nitárias têm sido discutidas e ganhado atenção no âmbito social e,
consequentemente, nas organizações. São assuntos relacionados à
inclusão de grupos considerados em situação de vulnerabilidade so-
cial ou associados a minorias (LGBTQ+, mulheres, idosos, negros,
portadores de necessidades especiais, etc). Diante disso, as orga-
20
nizações têm sido provocadas a rever sua gestão em muitos senti-
dos: desde a composição do quadro de colaboradores, comunicação
interna e externa por meio de publicidade e propaganda. Essa nova
forma inclusiva de composição de equipes é extremamente benéfica,
desejável e deve ser encorajada. Como você pode estar imaginando,
uma equipe diversa traz inúmeros desafios. Alinhar a comunicação
entre profissionais com referências distintas pode ser trabalhoso, por
exemplo, uma equipe composta por estagiários e sêniores, certamen-
te, terá debates calorosos. Por outro lado, o trabalho será produto de
um compilado único de experiência e inovações.

Por outro lado, a visão interacionista incentiva a ocorrência de


conflitos em um nível mínimo pelos gestores, de modo que o grupo não
se torne insensível, apático e estático mediante inovação e alterações.
Segundo o autor, o conflito deve ser [...]” o suficiente para fazer com
que o grupo continue viável, autocrítico e criativo” (ROBBINS, 2005, p.
327). A partir da análise das três abordagens, é possível compreender o
que torna o conflito bom ou ruim é a natureza que o guia, além disso, a
capacidade de condução e oportunidade de aprendizado a partir deste.

CONFLITOS ORGANIZACIONAIS

A partir da compreensão que conflitos são da natureza huma-


na, é de se esperar que também possam compor a gestão organizacio-
nal. Identifica-se que ele possa compor o cotidiano das organizações
em diversas dimensões:

O conflito é hoje conhecido como um dos processos básicos que devem ser
geridos nas organizações. Nos livros sobre comportamento organizacional, GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

é quase universal o aparecimento de um capítulo que lhe é dedicado. Do


mesmo modo, tornou-se um cliché afirmar que o conflito nas organizações é
inevitável e frequente, e que serve funções úteis quando gerido apropriada-
mente. Os gestores têm referido que despendem cerca de 20% do seu tempo
lidando com alguma forma de conflito (Thomas. 1992, p. 652).

Sabe-se que o foco de uma organização é cumprir seus ob-


jetivos, sua razão de ser. Rotinas conflituosas com equipes que não
possuam uma interação adequada, fatalmente perderão capacidade de
desempenhar de maneira produtiva seu papel. Isso porque o esforço
pode estar direcionado a evitar o conflito ou tratá-lo de madeira ágil,
desviando, assim, dos objetivos principais dentro da organização. Dreu
(1997, p.9), nesse sentido, alerta para o fato de que:
21
O conflito é um processo que começa quando um indivíduo ou grupo se sente
negativamente afetado por outra pessoa ou grupo. Ocorre entre colegas, equi-
pas de tomada de decisão, entre grupos de trabalho ou reuniões de gestão. O
conflito envolve estresse e ansiedade e, muitas vezes, produz atitudes inter-
pessoais negativas, influencia o clima social entre os grupos deteriorando-o e
causando por vezes danos psicológicos. A maioria das pessoas nega o conflito
por causa das suas consequências negativas. A sua reação natural é evitar o
conflito e acabar com ele o mais rapidamente possível. Dreu (1997, p.9)

O conflito organizacional apresenta-se de duas maneiras quan-


to à forma que afetam o desempenho e os objetivos do grupo, podendo
ser funcional ou disfuncional e ser diferenciado a partir da análise de
suas evidências. Os disfuncionais são destrutivos e corrompem o de-
sempenho organizacional, “[...] estimulando o bloqueio das atividades e
acaba por desviar as energias para o conflito" (FIGUEIREDO, 2012, p.
37). Os conflitos funcionais são construtivos e favoráveis

[...] para melhorar a qualidade das decisões, quando estimula a criatividade e


a inovação, encoraja o interesse e a curiosidade entre os membros o grupo,
fornece um meio para as tensões serem libertadas e cria um ambiente de
autoavaliação e mudança (FIGUEIREDO, 2012, p. 37).

A partir do tipo de gestão adotada pelo gestor que evidenciará


vantagens ou desvantagens em relação aos conflitos organizacionais,
quando bem administrado, pode se revelar funcional, do contrário, pode
gerar consequências que prejudicam os objetivos empresariais.

Os conflitos na organização não são necessariamente negativos. Em certas


circunstâncias, podem ser o motor de mudanças que precisam ocorrer para o
bem de todos. O que torna um conflito positivo ou negativo são os efeitos que
produzem na organização e nas pessoas, sendo que o que faz a diferença
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

nesses casos normalmente é a forma pelo qual o conflito é gerenciado. As cau-


sas dos conflitos podem ser variadas desde pressões externas, equívocos de
processos e fluxos de informações e mudanças de mercado. Mas, no final, são
as pessoas que estão envolvidas nos conflitos e seus gestores que precisam
resolvê-los. O fator humano é sempre um elemento do problema e da solução,
e assim se inicia o papel de RH na questão (LEVY et. al., 2016, p. 8)

Os processos de conflitos apresentam cinco estágios confor-


me descrito por Robbins(2002), sendo a oposição potencial, referente
às condições antecedentes, a cognição e a personalização, as estraté-
gias, o comportamento e as consequências, conforme é definido, deta-
lhadamente, a seguir:

22
a) Oposição potencial ou incompatibilidade – presença de condições, das
categorias de comunicação, estrutura e variáveis pessoais, para o apareci-
mento do conflito.
b) Cognição e personalização – as condições antecedentes só levam ao conflito
se uma ou mais partes envolvidas forem afetadas e estiverem conscientes disso.
c) Intenções – as decisões de agir de determinada maneira.
d) Comportamento – comportamento explícito para desviar a ação de sua
intenção.
e) Consequências - funcionais, quando resultam em melhoria do desempe-
nho do grupo, ou disfuncionais, quando atrapalham seu desempenho. (RO-
BBINS, 2002, p. 373-399

Pode ser ilustrado pela figura a seguir:

Figura 2 - O processo de conflito

Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010, p. 440.

Conforme apresentado na Figura 2, é possível verificar que o Es-


tágio I (oposição potencial ou incompatibilidade) diz respeito à conjuntura
que torna o ambiente oportuno para a disseminação do conflito, seja direta
ou indiretamente, sendo que uma das partes tem seus interesses afetados
e está consciente da situação. As condições fontes ou causas anteceden-
tes dos conflitos são classificadas de forma geral nas categorias:
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● Comunicação: compreendem os erros de compreensão e


expressão nos canais de comunicação, sendo que palavras mal coloca-
das ou a insuficiência da informação resultam em obstáculos e acabam
gerando condições potenciais para que o conflito se desenvolva. Ainda,
excesso ou escassez de informação, filtragens e divergências em re-
passe dos informes são fortes aliados para que a disfuncionalidade se
instaure no ambiente de comunicação.
● Estrutura: incluem variáveis como “[...] tamanho do grupo,
grau de especialização em tarefas delegadas aos membros do grupo,
clareza de jurisdição, compatibilidade entre membros e metas, estilos
de liderança, sistemas de recompensa e o grau de dependência entre
os grupos”. (ROBBINS, 2005, p. 328)
23
O tamanho e a especialização são estimulantes de conflitos,
há uma proporção entre tamanho e ruídos na comunicação, tornando
maior a incidência de conflitos, em geral. Ainda neste sentido, quanto
mais preciso e bem definidas as responsabilidades dos envolvidos, bem
como metas e objetivos, menor a ocorrência de conflitos. Também, o es-
tilo de liderança mais rígido e um modelo que permita o excesso de par-
ticipação podem potencializar impasses. O sistema de recompensas e o
grau de dependência do grupo podem favorecer as forças de oposição.
● Variáveis pessoais: compreende as variáveis individuais, in-
cluindo sistema de valores (que mais se destaca na observação desta ca-
tegoria de conflitos sociais), características e personalidade do sujeito. Há
determinados tipos de personalidade que tendem a causar conflito e os jul-
gamentos de valor, preconceitos e desacordos também enumeram a lista.
O Estágio II do processo de conflito se refere à cognição e
personalização. É o ponto em que as questões de conflito se definem,
a partir de que as partes envolvidas reconheçam o que é realmente o
conflito, o que também determinará as suas possíveis consequências.
Ainda, nesta fase, as emoções afetam as percepções, podendo
ser negativas (produzindo excessos, diminuição da confiança e errôneas
interpretações sobre o comportamento alheio) ou positivas (realçando o po-
tencial das relações entre os envolvidos, proporcionando uma visão mais
ampla e favorecendo meios inovadores para a solução de problemas).
O Estágio III compreende as intenções. Estão estas localiza-
das entre as percepções, emoções e comportamentos. Cinco motiva-
ções para a gestão de conflitos são listadas, considerando as dimen-
sões de cooperação (tendência à satisfação de interesses de outrem)
e afirmação (satisfação dos interesses inerentes ao próprio indivíduo):
● Competir: busca da satisfação de interesses próprios.
● Colaborar: busca da satisfação de interesses de ambas as
partes.
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● Evitar: ao reconhecer o conflito, suprimir ou extingui-lo.


● Acomodar-se: sacrificar-se para apaziguar.
● Compromisso (Conceder): uma das partes cede algo em fun-
ção do compromisso.

24
Figura 3: estratégias de resolução de conflito

Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010.

As intenções orientam, de forma geral, os envolvidos no con-


flito, podendo mudar de acordo com o emocional. A combinação de
características técnicas e características pessoais. As cinco intenções
supracitadas podem ser adotadas com segurança na administração de
conflitos organizacionais e de forma fixa para sua identificação, uma
vez que, quando confrontadas em situação de conflitos, as pessoas irão
reagir de uma dessas formas.
O Estágio IV revela sobre o comportamento. Parte do processo
onde os comportamentos tomam visibilidade, incluindo ações, declara-
ções e reações dos indivíduos envolvidos. Geralmente, é aqui que as
intenções tendem a se explicitar. Podem, muitas vezes, se desviar das
intenções primárias, sendo um processo dinâmico. Os conflitos se divi-
dem em patamares, em que os mais baixos abrigam os conflitos funcio-
nais, enquanto os mais altos são quase sempre disfuncionais.
Identificado que os conflitos funcionais têm características po-
sitivas, podem também ser, propositalmente, incentivados pelo líder a
fim de promover a inovação e fornecer estímulos para a manutenção de
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

diferenciais competitivos. Esta não é uma tarefa fácil. Como exemplos


de instituições que adotam esta prática, podem ser citadas as norte
americanas, Walt Disney Company, a Herman Miller, a IBM, o grupo
Shell, a General Electric e a Anheuser-Busch. Elas recompensam os
divergentes e punem os anticonflitos.
O Estágio V é relativo às consequências do processo de con-
flito, podendo ser essas funcionais ou disfuncionais de acordo com a
forma que afetam o desempenho do grupo. As consequências funcio-
nais englobam os conflitos construtivos, que otimizam a qualidade das
decisões, criatividade, inovação, curiosidade, favorecendo a criação de
um ambiente positivo à resolução dos problemas.
As consequências disfuncionais podem reduzir a eficácia da
25
equipe, a partir de oposições fora de controle que desfaz os laços entre
os membros. Causam impacto na comunicação, alcance de metas e no
entrosamento da equipe.

Tabela 1 - Administração de conflitos


GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010.


26
Conforme já discutimos anteriormente, a principal finalidade da
gestão de conflitos está, obviamente, centrada na condução desses a fim
de convertê-los em benefícios para organização. Não se pode, simples-
mente, acompanhá-los de maneira passiva, o gestor pode e deve buscar
ferramentas que possibilitem o aprimoramento dos comportamentos dos
membros de sua equipe. Sendo assim, DAFT (1998) propõe técnicas de
administração de conflitos relacionadas às alternativas para mudança de
comportamento e de atitude, conforme ilustrado na Figura 4.

Figura 4 – Estratégia para administração de conflitos

Fonte: DAFT, 1998.

O autor esquematiza que as técnicas situadas mais próximas do


topo, terão a ação de alteração de comportamento, mas ocorre o mesmo
para atitudes. Por outro lado, as técnicas que se apresentam mais próxi-
mas da base são compreendidas como promotoras de mudanças positivas
nas atitudes cooperativas. As técnicas mencionadas são as seguintes:
● Autoridade formal.
● Comunicação limitada.
● Dispositivos de integração.
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● Confrontação e negociação.
● Consultores como terceiros.
● Rotação de membros.
● Missão compartilhada e metas superiores.
● Treinamento intergrupal.
Na Gestão de conflitos, as conversas informais são essenciais
para reduzir desentendimentos entre funções.

Resumo

O conflito é natural do ser humano e, por isso, é tão presente


27
no ambiente empresarial, que é composto por pessoas, das mais diver-
sas opiniões e personalidades. No entanto, essa definição é simplista,
uma vez que existem diversos fatores que podem influenciar desde o
fator gerador de um conflito até mesmo seus desdobramentos. Confor-
me já foi apresentado também, embora o desafio seja reconhecido, não
é interessante evitar o conflito, uma vez que eles desempenham um
papel interessante no incentivo de crescimento e fomento da inovação
competitiva no mercado em que esta organização atue.
Sendo assim, a organização precisa estar atenta a alguns fa-
tores já identificados com impactantes nos conflitos organizacionais,
por exemplo, a estrutura da organização que engloba a execução das
atividades. O próprio tamanho do grupo e suas características, como a
rotatividade, entre outros.
A comunicação também é uma peça chave nesse processo.
O ruído na comunicação pode gerar grandes conflitos, uma das melho-
res estratégias para tratar tal questão está na definição clara de metas,
processos e critérios de acompanhamento. Ainda sobre as tratativas,
identificou-se que ações estimulam o comportamento de competição,
o que, em geral, intensifica o conflito, por outro lado, existem também
intervenções capazes de promover comportamentos cooperativos que
diminuem, consideravelmente, problemas derivados de conflitos.
Sendo assim, o gestor deve dominar estratégias de mapea-
mento e diagnóstico para, então, desenhar e aplicar adequadamente,
segundo o perfil da equipe, as estratégias de resolução dos conflitos.
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28
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico e Social (BNDES) Cargo: Profissional bási-
co - Administração
Uma organização vem enfrentando uma situação de conflito tra-
balhista nas últimas semanas. Seu diretor executivo tem adotado
uma postura nem assertiva, nem cooperativa, buscando outras
saídas para que o conflito se torne menos intenso e para que se
obtenham informações adicionais com o tempo.
Tal postura deixa claro que o diretor executivo assumiu um estilo
de administração de conflitos de:
A. Compromisso.
B. Acomodação.
C. Colaboração.
D. Competição.
E. Evitação.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Companhia de Saneamento Básico
de São Paulo - (SABESP/SP) Cargo: Técnico de Gestão 01
Os conflitos são inerentes à convivência de grupos. No que con-
cerne à sua abordagem no ambiente organizacional, diferentes
teorias se sucederam para definir a melhor forma de tratar o confli-
to, sendo que aquela denominada interacionista, difundida a partir
da década de 1970, sustentava que:
A. Existe conflito positivo, quando é do tipo ganha-ganha, e negativo,
quando uma das partes se sente derrotada, cabendo ao líder evitar es-
tes últimos.
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B. O conflito deve ser evitado a todo o custo, pois possui natureza destrutiva
das relações interpessoais, interferindo negativamente na produtividade.
C. Os líderes devem manter, constantemente, um nível mínimo de con-
flito, suficiente para que o grupo continue viável, autocrítico e criativo.
D. O conflito, embora sempre indesejável, não tem como ser evitado, razão
pela qual cabe aos líderes a escolha da melhor estratégia para enfrentá-lo.
E. O conflito só deve ser fomentado e estimulado em situações de alta
maturidade do grupo e competitividade do ambiente externo.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FGV Orgão: Ministério Público Estadual - (MPE/
AL) Cargo: Técnico do Ministério Público
29
O conflito é um aspecto inerente a qualquer organização, tendo
sido interpretado e gerido segundo variadas abordagens. Em rela-
ção à abordagem tradicional, assinale a afirmativa correta:
A. Diferencia conflitos funcionais e disfuncionais, relativizando a sua im-
portância de acordo com a situação.
B. Adota uma postura de incentivo ao conflito, compreendendo-o como
positivo para desempenho organizacional.
C. Apresenta uma relação weberiana com o conflito, colocando o confli-
to na posição de um procedimento a ser realizado.
D. Parte do princípio de que qualquer conflito é prejudicial para a orga-
nização, enfatizando a necessidade de evitá-lo.
E. Desenvolve um trato matemático, ao considerar o conflito como im-
portante para identificar desvios nos processos.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Tribunal Regional Eleitoral - (TRE
RR) Cargo: Analista Judicário.
Em determinada instituição há 2 setores que, geralmente, encon-
tram-se em conflito. No último conflito, eles conseguiram concluir
com satisfação plena seus interesses. Essa situação caracteriza o
estilo de administração de conflitos denominado:
A. Acordo.
B. Colaboração.
C. Acomodação.
D. Competição.
E. Afastamento.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: CETRO Órgão: Ministério das Cidades Cargo:
Analista Técnico Administrativo.
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

Pode-se considerar que o processo do conflito se compõe de cin-


co estágios: (1) oposição potencial ou incompatibilidade; (2) cog-
nição e personalização; (3) estratégia; (4) comportamento; e (5)
consequências. Quanto ao estágio oposição potencial ou incom-
patibilidade, assinale a alternativa correta.
A. É aquele em que os assuntos conflitantes são materializados. É a par-
te do processo em que os envolvidos decidem sobre o que é o conflito.
B. Nele é delineado o conjunto das possíveis consequências.
C. Nele as percepções são configuradas pelas emoções.
D. Nele são consideradas as prováveis fontes de conflitos, sendo as
variáveis pessoais uma delas.
E. Pode-se pensar nesse estágio como um processo dinâmico de inte-
30
ração.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Como visto no capítulo, o conflito organizacional envolve conflitos inter-
pessoais com colegas ou supervisores, ou conflitos intergrupos entre
diferentes seções de uma organização. Explique quais são os dois tipos
de conflitos.

TREINO INÉDITO
Referente aos conflitos organizacionais, eles podem se manifestar
de duas maneiras: “funcionais e disfuncionais”. Referente a esses
dois tipos de conflitos, julgue a única alternativa correta.
a) Os conflitos funcionais podem ser criados pelos gestores para garantir
a sobrevivência da organização no mercado globalizado e competitivo.
b) Os conflitos disfuncionais auxiliam na criação de soluções de novos
processos ou produtos.
c) Os conflitos funcionais corrompem o desempenho organizacional.
d) Os conflitos disfuncionais apresentam algumas características, sen-
do elas: redução da eficácia da equipe, quebra dos laços entre os mem-
bros de uma equipe, aumento na comunicação e no alcance de metas.

NA MÍDIA
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES
O estudo “O Papel de Recursos Humanos na Gestão de Conflitos Orga-
nizacionais” realizado pela ABRH-SP em 2017, que serve como alerta
até hoje, teve como referência um questionário enviado para seis mil
organizações membros do ABRH e 236 respostas serviram de análise
quantitativa, e apontou que mais de 70% dos conflitos nas organizações
ocorrem com frequência.
Esse indicador reflete à preocupação que as empresas devem ter em
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

gerenciar os conflitos de forma eficaz, para não comprometer o bom


clima organizacional. A edição de janeiro do Portal PME NEWS entre-
vistou o Professor de MBAs da PUC-Rio e FGV, Doutor em Psicologia,
Palestrante e Coach em Solução de Conflitos e em Carreira, Marcelo
Carpilovsky. Ele cita as causas e os tipos de conflitos mais comuns que
ocorrem no ambiente de trabalho.
Fonte: Revista Veja
Data: 30 jan. 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://veja.abril.com.br/economia/dino/a-importancia-da-gestao-de-
-conflitos-nas-organizacoes/

31
NA PRÁTICA
Notoriamente, a gestão de conflitos configura uma das áreas mais de-
licadas não só da gestão de pessoas, mas também na administração
como um todo. Sendo, talvez, uma das ações organizacionais que mais
exija experiência no trato cotidianamente.
O profissional deve buscar experiências que lhe permitem vivenciar si-
tuações em que possa se aperfeiçoar em tal assunto. De fato, não é um
preparo simples adquirido apenas com o estudo da teoria, especialmen-
te por envolver variáveis comportamentais humanas.
No entanto, algumas estratégias são aplicáveis e podem auxiliar em
momentos iniciais da atuação como mediador. Por exemplo, exercer a
escuta empática, dando oportunidade equânime para os envolvidos se
pronunciarem, evitar juízo de valores e tratando o fato de forma justa e
imparcial, oferecer tratativas que estejam validadas pelas partes como
minimamente satisfatórias.
Desse modo, a gestão de conflitos é essencialmente baseada em co-
municação e, como abordado ainda nesta unidade, a capacidade de
negociação deve ser aprimorada a fim de transformar estes conflitos em
fonte de inovação.
Por fim, um gestor estratégico atua de maneira preventiva, mapeando
os possíveis pontos de conflito e aliviando gargalos para, dessa forma,
minimizar atritos desnecessários. Além disso, tal proatividade, facilita-
ção da comunicação e coleta desses dados tornam a empresa capaz de
se aperfeiçoar constantemente.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: A proposta (2009)
Acesse o link: https://www.contabeis.com.br/artigos/5131/cinco-mitos-
-sobre-administracao-de-conflitos/
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

32
TIPOS DE CONFLITOS

Os conflitos por sua existência englobam pessoas, seja de for-


GRUPO PROMINAS
PROMINAS

ma singular ou grupal, estes podem apresentar variáveis motivos e se


desdobrar em tipos, a partir do momento em que alguém o percebe.
CONFLITOS -- GRUPO

Quanto à sua causa, podem assumir características como mo-


rais, sociais, transcendentais, ideológicos, dentre outros. Em relação
DE CONFLITOS

à sua origem, os conflitos podem ser intrapessoais (internalizados no


indivíduo), interpessoais (entre vários indivíduos, fomentado pelas dife-
GESTÃO DE

renças) e de trabalho, conforme aponta Figueiredo (2012).


GESTÃO

Os tipos de conflitos de trabalho são três: de tarefa, de rela-


cionamento e de processos. “O conflito de tarefa está relacionado ao
conteúdo e aos objetivos de trabalho. O conflito de relacionamento se
refere às relações interpessoais. O conflito de processo relaciona-se
à maneira como o trabalho é realizado” (ROBBINS, 2005, p. 327). Os
3333
conflitos de relacionamento apresentam, na maioria dos casos, carac-
terísticas de disfuncionalidade, pelo fato de interferirem diretamente na
execução das atividades organizacionais, estes despertam diversos
sentimentos nas partes envolvidas.
Já os níveis adequados de conflitos de tarefas e processos
são funcionais. Os conflitos de tarefas, com níveis baixos a moderados,
podem influenciar a criação de ideias, favorecendo o trabalho em grupo.
E os níveis baixos de conflitos de processos podem apresentar resulta-
dos produtivos, a partir da definição dos papéis, otimização do tempo e
alinhamento dos objetivos grupais.
Ainda, existem determinados fatores que podem desencadear
uma série de conflitos, como a diversidade, questões de adequação,
fatores externos relacionados à época de crise, à gestão da mudança,
ao equilíbrio pessoal - profissional, aos fatores no ambiente de trabalho,
desencadeando o estresse, às questões sobre ética, emoções, valores,
percepção e comunicação.

Compreender o tipo de conflito auxilia na assertividade da


tratativa. Por exemplo, conflitos de perfis profissionais devem ser
analisados sobre a perspectiva comportamental e adequação de
competências e cargos. Já conflitos de interesses e de funções
podem ser resolvidos por meio de definições claras de estrutura,
métodos, processos e indicadores.

DIVERSIDADE
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

A diversidade refere-se a qualquer característica que difere os


seres entre si. Uma administração correta da diversidade pode fornecer
maior variedade de habilidades, ideias e competências. Além disso, im-
plica de forma importante nas práticas de gestão. Adaptar as diferenças
entre as pessoas é um grande desafio enfrentado pelas organizações
na atualidade.
As organizações estão se transformando em mais heterogêne-
as. A diversidade de força de trabalho se refere às diferenças demográfi-
cas entre pessoas de determinado país: raça, etnia, sexo, pessoas com
deficiência, idosos, homossexuais. Os valores culturais, o estilo de vida
de cada indivíduo do grupo, a forma de trabalhar e as necessidades se di-
34
ferem mesmo compartilhando o ambiente de trabalho, metas e objetivos.
A diversidade pode ocorrer em nível superficial, que se refere ao
pensamento das pessoas quanto aos estereótipos e diferença facilmente
identificáveis e obtidas por meio de registros do colaborador. Neste gru-
po, estão as características biográficas (idade, gênero, raça, deficiência,
tempo de serviço e estabilidade, orientação sexual e religião).
Em nível profundo, à medida que as pessoas vão se conhecen-
do, descobrem personalidade, valores e preferências em comum. Esse
nível está relacionado às habilidades do indivíduo, sua capacidade de
desempenhar diferentes tarefas em determinada função, tanto intelectu-
ais como mental geral, e as habilidades físicas, inerentes a funções espe-
cíficas, demandando mobilidade e esforço, dentre outras características.
Para que a gestão da diversidade seja efetiva, deve-se atuar
de forma a extinguir injustiças por discriminação. Discriminar, em si, é
um conceito que abrange o reconhecimento das diferenças entre coi-
sas, mas, se este ato influenciar negativamente o comportamento por
julgamentos de estereótipos, presumindo que todo o grupo é igual, tra-
rá más consequências à organização e ao capital intelectual. Ainda, é
necessário que sejam implementadas estratégias de gestão da diversi-
dade, tornando todos mais conscientes às necessidades e diferenças
alheias, criando uma visão de que este é um problema de todos:
● Atrair, selecionar, desenvolver e reter funcionários diversifica-
dos: esforços para capitalizar a diversidade;
● Diversificação nos grupos de trabalho: tornam-se mais efica-
zes quando regidos por interesse comum. Independentemente de sua
composição, se liderado da forma adequada, podem alcançar níveis
superiores de desempenho;
● Programas de diversidade eficazes: incentivo à diversidade
na força de trabalho, preocupando-se em oferecer um tratamento jus-
to a todos. São compostos por três componentes a serem ensinados
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

aos gestores - a conjuntura legal para ofertar oportunidades iguais de


emprego, como essa diversidade pode atender a um mercado com as
mesmas características, e a criar práticas de desenvolvimento pessoal
para despertar habilidades e talentos na equipe.

Comunicação adequada e sem gafes! Há um conceito re-


lacionado à inclusão e representatividade que se chama “Lugar
de fala”. Essa abordagem refere-se À legitimidade, ou seja, direito
35
conferido a um representante de determinado grupo expressar-se
como tal e ser respeitado pelo que julgar inadequado ou ofensi-
vo. Por exemplo, uma pessoa branca não teria propriedade para
argumentar em relação ao racismo, portanto não estaria adequa-
do ao lugar de fala. Sendo assim, em uma era digital, como a que
vivenciamos hoje, empresas facilmente deslizam em mensagens
que, por vezes, erram o tom ou são descuidadamente ofensivas. A
solução? Equipes diversas. Onde cada membro, com suas diferen-
tes visões, podem, do seu lugar de fala, apresentar perspectivas
diferentes e, assim, construir mensagens que sejam inclusivas e
tenha representatividade, que conectam da maneira correta.

ADEQUAÇÃO

Adequação é um ponto chave e estratégico na administração


em geral. Isso porque ao avaliar ações, dificilmente será determinado
algo como certo ou errado devido ao contexto dinâmico em que estão
inseridas as organizações. Dessa forma, as contingências vão nortear
quais determinações serão aplicadas ou não. Sendo assim, o termo
adequação está associado à correspondência entre um fator e o cenário
no qual atua. Em geral, essa ação recebe mais atenção no momento do
processo seletivo e, ao longo da carreira do indivíduo, acompanhado
segundo seu desempenho.
Trata-se de vincular a personalidade e os valores de um indiví-
duo ao local de trabalho. A teoria da adequação da personalidade ao tra-
balho, de John Holland, aponta “[...] seis tipos de personalidade e propõe
que a satisfação e a propensão em deixar um emprego dependem do
grau em que os indivíduos alinham, com sucesso, suas personalidades
ao trabalho que desenvolvem” (ROBBINS, JUDGE e SOBRAL, 2010, p.
143). Holland criou o Vocational Preference Inventory, teste para formar
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

perfis de personalidade conforme preferências profissionais.

Tabela 2 - Tipos de Personalidade e Ocupações de Holland

36
Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010.

A teoria afirma que satisfação e rotatividade estão relacionadas


em funções opostas, quando uma aumenta a outra diminui, dependen-
do de que a personalidade e a profissão estejam em equilíbrio. Ainda,
aponta que “[...] pessoas são atraídas e selecionadas pelas organizações
que se identificam com seus valores e elas deixam as empresas que não
são compatíveis com sua personalidade” (ROBBINS, 2010, p. 145, 146).
Valores pessoais que combinam com a cultura organizacional podem evi-
denciar o alcance de satisfação, comprometimento e baixa rotatividade.

Já imaginou uma banda onde os músicos estivessem em


GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

papéis trocados? O melhor baterista do mundo pode não saber


cantar. Assim como o pianista, por mais competente que seja,
pode não dominar instrumentos de corda. Respeitar as habilidades
de cada um é essencial.
E, por mais que exemplo pareça extremo, é isso que ocor-
re, por vezes, nas organizações. Perfis comerciais são promovidos
e acabam se perdendo em burocracias ou pessoas sem caracte-
rísticas de líder, são convidados a conduzir pessoas, sem estarem
devidamente capacitados.
É normal que candidatos em processos seletivos na ânsia
por conquistarem um cargo sintam-se mais flexíveis ou propensos
a exercerem cargos que exijam características diferentes das suas
37
habilidades naturais. Por isso, a equipe de gestão de pessoas deve
estrar atenta promovendo processos seletivos completos que per-
mitam uma análise observadora sobre os perfis dos candidatos e a
adequação correspondente.

EXTERNOS

Administrar as pessoas em tempos de crise de forma eficaz


é sem dúvida a maior provação que um gestor pode enfrentar. Sejam
crises econômicas, sociais ou momentos específicos de dificuldades do
setor ou da empresa em si. A liderança para ser efetiva demanda con-
fiança e, em momento de crise ou intervenção de fatores externos, tor-
na-se mais desafiador ainda em virtude da impossibilidade de controle
em meio a um ambiente mais incerto.
Uma boa gestão se destaca pelos resultados conquistados jun-
to à equipe. Em tempos de instabilidade, provavelmente, será necessário
inclusive considerar a necessidade de algumas emissões, deixando a inte-
ração com o grupo ainda mais delicada, em razão das preocupações rela-
cionadas à manutenção do emprego entre outros medos naturais dos indi-
víduos. Ou seja, situações de crise tendem a ampliar situações de conflitos
e merecem atenção especial para lidar com a condução dos impasses.
Nesse momento, é exigido do gestor sensibilidade e atenção
às especificações e necessidades individuais sem impactar, é claro, na
sinergia da equipe e atingimento dos objetivos coletivos.

GESTÃO DE MUDANÇAS

Atualmente, as empresas não se encontram em situação de


estabilidade. Até mesmo as mais estáveis precisam se preparar para
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mudanças drásticas de curto e longo prazo. Há seis forças que estimu-


lam as mudanças: adaptações de contextos (gobal x local) que abarcam
questões sociais, políticas, culturais e até mesmo tecnológicas. Nesses
casos, a agilidade nas organizações em mapear e adaptar-se é essen-
cial e será um grande diferencial, segundo descrito por Robbins (2010):

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Tabela 3 - Forças para a mudança

Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010.

EQUILÍBRIO PESSOAL - PROFISSIONAL

Em 1980, as questões entre vida pessoal e profissional come-


çaram a ser observadas pelos administradores. Havia o aumento de
mulheres se inserindo no mercado de trabalho. Mas os conflitos não
eram inerentes somente às mulheres e seus filhos, havia outros fatores
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que influenciavam o grupo em geral.


Para acolher as diversas necessidades de seus colaboradores,
as organizações têm se modificado e ofertado iniciativas para reduzir
este conflito. As preferências quanto aos benefícios também são variá-
veis. Deve-se formular estratégias com base no tempo, na informação,
nas finanças, de serviços diretos e de mudança de cultura. A interferên-
cia psicológica entre vida profissional e pessoal é importante e reflete no
desempenho organizacional.

AMBIENTE DE TRABALHO

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“O estresse é uma condição dinâmica na qual o indivíduo é
confrontado com uma oportunidade, limitação ou demanda em relação
a alguma coisa que ele deseja e cujo resultado é percebido, simultane-
amente, como importante e incerto” (ROBBINS, 2005, p. 438).
● Estressores por desafio: associados à carga de trabalho, pres-
são quanto ao término de tarefas e tempo escasso para sua execução;
podem melhorar o desempenho profissional em um ambiente propício.
● Estressores por obstáculo: impedimentos ao alcance das
metas, como excesso de burocracia, políticas organizacionais e falta
de esclarecimento quanto a cargos e funções. Estes produzem mais
tensão e podem reduzir o desempenho profissional.
Os Estressores são cumulativos. O nível real de estresse é
medido pela soma dos estressores de oportunidade, de limitação e de
demanda. Tipicamente o estresse se mostra em relação aos recursos e
às demandas. Os recursos disponíveis podem ser utilizados para aten-
der às demandas.
A aplicação de recursos na demanda pode reduzir os níveis de
estresse a partir da combinação de suas naturezas. Devem estar em
equilíbrio para lidar com o conflito.
Os potenciais fatores de estresse são:
● Fatores ambientais: incertezas políticas, econômicas e de
tecnologia.
● Fatores organizacionais: categorizados em torno das de-
mandas de tarefas, de papéis e exigências interpessoais.
● Fatores individuais: questões familiares, problemas econômi-
cos e traços de personalidade.

Figura 5 - Um modelo de estresse


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Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010, p. 582.


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As reações mediante situações de estresse variam de pessoa
para pessoa. A percepção, a experiência profissional, o apoio social e a
personalidade são diferenças individuais relevantes. A compulsão pelo
trabalho configura outro aspecto que intensifica o estresse. O estresse
pode ser diagnosticado a partir de sintomas físicos, psicológicos e com-
portamentais.
“Com maiores diversidades e menor tempo, o estresse acaba
gerando conflitos nas empresas, mas nem sempre ele é necessaria-
mente ruim” (SALLES e MELLO, 2016, p. 10). Quanto à administração
do estresse, se este for estimulado de níveis baixos a moderado, pode
exercer um papel funcional, proporcionar uma melhora no desempenho,
sem ser preciso se preocupar com a saúde dos colaboradores. Quanto
a isso, gestores e funcionários podem ter visões diferentes, uma vez
que não entendam a necessidade de adoção de um programa de ges-
tão do bem-estar funcional. do mesmo.
As abordagens individuais da administração do estresse pro-
põem que o empregado pode se responsabilizar por diminuir o nível de
estresse de si próprio, utilizando-se de estratégias para administrar o tem-
po, praticando exercícios físicos, relaxando e expandindo sua rede social.
Considerando as abordagens organizacionais, é papel do ges-
tor ponderar fatores de estresse, a partir de decisões de seleção e co-
locação pessoal, de treinamento, estabelecimento de objetivos, rees-
truturação do trabalho, melhoria na comunicação organizacional e no
envolvimento do funcionário, ofertar programas de bem-estar e conce-
der licenças para descanso.

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O filme “Uma Nova Chance (2018)”, Estrelado por Jennifer


Lopes, apresenta ótimos exemplos relacionados à importância de
uma boa gestão de conflito. A personagem principal tem um trabalho
onde suas ideias são conflitantes com as da organização, depois, ao
mentir sobre seu currículo, consegue um novo emprego onde encon-
tra um ambiente competitivo, sem cooperação e ainda possui con-
sideráveis dificuldades para conciliar a carreira com a vida pessoal.
Vale a pena conferir e analisar, como você agiria no lugar dela?

41
ÉTICO

No contexto empresarial, diariamente, ocorrem dilemas e es-


colhas de natureza ética, que precisarão ser julgados e resolvidos a
partir de um julgamento de conduta - o certo e o errado, sendo essa
uma linha tênue ou, até mesmo, uma definição inexistente, que irá va-
riar de acordo com o contexto. É o caso, por exemplo, de instituições
que promovem ações que questionavelmente atenuam problemas de
seus clientes, como profissionais de banco que são pressionados a ba-
ter metas e, por vezes, oferecem empréstimos e seguros mesmo a pes-
soa não tendo tal necessidade. Como determinar quais condutas estão
corretas em todos os agentes destes exemplos, tem análises variadas.
Neste sentido, existem fatores que exercem pressões para
quebra de normas e adoção de condutas questionáveis. Sendo assim,
viando atender tal necessidade, organizações vem adotando códigos
de conduta ética organizacional, investido em informação e treinamen-
tos, utilizado conselheiros internos e criado mecanismos de proteção
para incentivar delações. É necessário desenvolver um clima e uma
cultura organizacional voltados para as questões éticas.
A tomada de decisão do indivíduo é estudada desde os pri-
mórdios, sabendo que o ser humano nem sempre é racional em suas
ações, portanto tais manuais auxiliam os profissionais a orientarem as
suas ações. Um exemplo de como o código de conduta pode ser útil,
é normatizando as relações comprador-fornecedor, que já é conhecida
por classicamente ter favorecimentos e conflitos éticos. Nesses casos,
algumas empresas fornecedoras adotam a prática de “presentear” os
profissionais responsáveis por contratações com o intuito de amenizar
o status assediante de um suborno. Assim, fica difícil comprovar que a
atuação seja ilícita. A empresa então pode atuar proibindo qualquer tipo
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de brinde, cortesia, sob pena de, automaticamente, excluir o fornecedor


ou demitir o profissional. A empresa pode ainda adotar sistemas seme-
lhante a licitações, para evitar que questões antiéticas e de interesses
profissionais se sobreponham aos interesses institucionais.

A discussão ética é extensa e complexa na medida em que


extrapola regras e determinações legais. As regras, normas e leis
determinam claramente o que deve ou não ser feito. Porém, a ética é
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discutível e subjetiva. Está associada à forma de fazer acordando-se
que tal maneira seja aceita e não tão impactante, sob o ponto de vista
do coletivo. É comum seguir as seguintes orientações para clarear
se uma decisão a ser tomada fere ou não princípios éticos: “eu me
orgulharia disso?”, “eu contaria isso para meus amigos com orgu-
lho e ensinaria qualquer pessoa a fazer o mesmo?” , “aconselharia
meu filho a seguir essa recomendação que fazer” “ se um inimigo
fizesse a mesma coisa, julgaria correta”. Tais questionamentos fun-
cionam como exercício para posicionar socialmente a tomada da
ação e auxiliar na avaliação de diferentes perspectivas.

EMOÇÕES

As emoções e os sentimentos podem otimizar a visão e o en-


tendimento sobre:
● Processos de recrutamento e seleção: aplicação de avalia-
ções de inteligência emocional para contratação, principalmente, para
cargos com exigências específicas.
● Tomada de decisão: durante esse processo, de acordo com
a forma que o indivíduo os conduza. Quando positivos podem auxiliar
no processo cognitivo de informações e aumentar a capacidade de re-
solver problemas. Quanto aos negativos existe uma discussão. Além do
tipo, a intensidade das emoções influencia o referido processo em ca-
sos de problemas intuitivos por vezes a tentativa de tomada de decisão
ágil, mas sem informações claras, pode ser muito prejudicial.
● Criatividade: estados de humor positivos e negativos que
conduzam à ação aparentam aumentar a criatividade.
● Motivação: o bom humor interfere no desempenho das ativi-
dades.
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● Liderança: apelos emocionais na transmissão de mensagens


aos liderados; gestores expressam as emoções em forma de discurso
para convencimento.
● Conflito interpessoal: animosidade entre membros da equipe.
● Negociação: processo emocional em que os resultados de-
pendem do controle emocional das partes envolvidas.
● Atendimento ao cliente: estado emocional do funcionário afe-
ta a qualidade do atendimento ao cliente, a partir do contágio emocio-
nal, em que passa para o cliente seu estado de humor.
● Atitudes no trabalho: estado de humor no trabalho se estende
ao lar.
● Desvios de comportamento no ambiente de trabalho: atri-
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buídos a emoções negativas; busca-se o culpado, podendo chegar a
agressões físicas e verbais.
Um gestor tem a habilidade de impactar de maneira positiva
ou negativa os sentimentos e emoções de sua equipe, a partir da utili-
zação do próprio bom humor, apreciando trabalhos bem executados e
influenciando na positividade do grupo, como estratégia de comunica-
ção. Ainda, há a possibilidade de selecionar participantes da equipe que
tenham, naturalmente, um comportamento afetuoso e incentivá-los a
cultivar o bom humor nas equipes.

VALORES

Os valores estão atrelados a convicções sobre modos determina-


dos de conduta e condições de existência em uma sociedade, dos quais é
possível realizar um juízo a partir de um posicionamento quanto ao que é
correto ou não (Robbins et. al. 2010). Tendem a ser estáveis e duradouros.
Adquiridos na infância e ligados à personalidade. São importantes, pois
neles baseamos atitudes e motivação, além de influenciarem a percepção
do indivíduo. Os valores podem ser terminais, relativos às condições de
existência para alcançar uma meta, e podem ser instrumentais, meios para
alcançar a posição terminal. São diferentes de acordo com cada cultura.
No ambiente organizacional, quando os valores são identifica-
dos com a organização, o desempenho e a satisfação dos colaboradores
tendem a alcançar níveis mais elevados. Um método de análise de varia-
ções de valores, de acordo com culturas diferentes, é o modelo propostos
por Geert Hofstede no fim da década de 1970, mediante resultados de
uma pesquisa aplicada na IBM em quarenta nações. Hofstede propôs
que há cinco dimensões de valores: a distância do poder, o individualismo
versus o coletivismo, a masculinidade versus a feminilidade, aversão à
incerteza, e orientações para o longo prazo versus curto prazo.
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PERCEPÇÃO

A percepção pode ser conceituada como a interpretação de im-


pressões sensoriais do ambiente por parte dos indivíduos. Ela é impor-
tante no estudo organizacional por se tratar de uma realidade singular,
que, nem sempre, é a realidade de fato. Diferentes pessoas podem per-
ceber ambientes de formas variadas. A figura a seguir apresenta os fa-
tores que influenciam a percepção na situação, no preceptor e no alvo:

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Figura 6 - Fatores que influenciam na percepção

Fonte: Robbins, JUDGE & SOBRAL, 2010, p. 187.

Quanto à aplicação da percepção nas organizações, em uma


entrevista de seleção, os entrevistadores fazem o julgamento para con-
tratação por meio da primeira impressão registrada por sua percepção,
sendo que a falta de fatores desfavoráveis pesa mais que os favorá-
veis presentes no processo. Nas expectativas sobre desempenho, os
indivíduos constantemente tentam validar sua percepção de realidade.
A avaliação de desempenho também depende da percepção sobre o
comportamento do empregado, podendo ser objetiva ou subjetiva.
Quanto aos erros e vieses mais comuns no processo de toma-
da de decisão, atalhos podem levar a graves distorções do que é real:
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● Excesso de confiança: comum e potencialmente destrutivo.


● Ancoragem: dificuldade em abandonar informações antigas e
adotar novos pontos de partida a partir da atualização de informações.
● Evidência confirmadora: desprezo de informações que con-
testem determinada escolha.
● Disponibilidade: julgamento a partir de informações disponíveis.
● Escalada do comprometimento: apego ao comprometimento,
mesmo que tenha sido uma decisão errada.
● Erro de aleatoriedade: percepção distorcida por superstições
e acreditar que é possível dizer a previsão do que ocorrerá no fim de
eventos aleatórios.
● Aversão ao risco: preferir o que já é certo e não arriscar.
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● Compreensão tardia: após ocorrência de um fato perceber
que o resultado poderia ter sido previsto.

COMUNICAÇÃO

Muitos conflitos podem ser gerados caso o ambiente organiza-


cional não ofereça condições para que as informações sejam transmi-
tidas da forma mais adequada entre gestores e funcionários, causando
uma dissonância, consequências negativas e até mesmo graves.
Barreiras podem dificultar e distorcer a efetividade comunica-
cional em uma organização:
● Filtragem: o emissor manipula a informação para que pareça
mais favorável.
● Percepção seletiva: o receptor vê e escuta de forma seletiva,
de acordo com suas expectativas sobre a informação.
● Sobrecarga de informação: informações excedem capacida-
de de processamento intelectual.
● Emoções: afetam a forma como será interpretada a informa-
ção recebida;
● Idioma: idade e contexto cultural proporcionam que o ouvinte
entenda a informação de acordo com seus conhecimentos.
● Silêncio: ausência ou sonegação de informações.
● Medo da comunicação: Algumas pessoas podem sofrer por
medo de se comunicarem, seja de forma oral ou escrita, ou por am-
bas, mesmo que não haja um motivo aparente, são envolvidos por uma
tensão e essa disfunção pode levar o funcionário a agir de modo que
minimize ao máximo a comunicação na execução das atividades orga-
nizacionais, tornando um problema.
● Gênero: homens e mulheres despendem esforços diferentes
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no processo de comunicação, cada um age conforme suas particulari-


dades. Enquanto eles reafirmam um status, elas tentam criar conexões.
● Comunicação politicamente correta: quando o desejo de evitar
uma ofensa torna o vocabulário complicado, dificultando a comunicação.

CONFLITO INTERGERACIONAL

Por fim, um dos conflitos que mais ocorrem em organizações é


o conflito intergeracional. Esse conflito, de certa forma, contém diversos
dos aspectos apresentados anteriormente, desde resistência à mudan-
ça até comunicação.
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Conforme já vem sendo abordado, há muitos benefícios em
equipes múltiplas. Especificamente, quando falamos de multigerações,
as empresas contam com uma possibilidade interessantíssima. Ou seja,
a possibilidade de inovar com respaldo e assertividade.
Inovação assertiva refere-se à possibilidade de conhecer bem um
processo a ponto de se ter a capacidade de propor melhorias, e isso se dá
por meio da experiência. Por outro lado, as gerações mais novas e mais
jovens possibilitam olhar de maneiras diferentes para a mesma situação,
propondo algo que ainda não foi pensado, porque, provavelmente, só po-
deria ser redesenhado por um olhar novo e com uma nova forma de pensar.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: Conselho Regional dos Re-
presentantes Comerciais - (CORE/SP) Cargo: Operador de Telea-
tendimento.
Sempre que temos pessoas entrando em contato com outras, os
conflitos podem surgir, é um fenômeno comum sempre que fa-
lamos do trabalho em equipe. Quanto ao aspecto qualitativo dos
conflitos, que resposta podemos considerar como correta?
A. De nível baixo ou nível alto.
B. Organizacional ou pessoal.
C. Intergrupal ou grupal.
D. Funcional ou disfuncional.
E. Setorial ou intersetorial.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: Conselho Regional dos Re-
presentantes Comerciais - (CORE/SP) Cargo: Operador de Telea-
tendimento. No âmbito organizacional, constatam-se diversos ti-
pos de conflitos recorrentes nas equipes de trabalho. Na mediação
desses conflitos, faz- se necessária levar em consideração a sua
classificação. A partir da consideração do tipo substantivo, que
resposta melhor atende sua especificação?
A. Está relacionado à ausência da chefia e gerenciamento.
B. Observa-se a necessidade de reconhecimento e merecimento pro-
fissional.
C. Se refere à antipatia, medo, raiva.
D. Tem relação com as tarefas de trabalho.
E. Comporta as avaliações precárias e falta de planejamento.
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QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: CETRO Órgão: Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - (ANVISA) Cargo: Analista Administrativo.
Em relação à Gestão de Conflitos nas Organizações, assinale a al-
ternativa incorreta.
A. A existência de conflitos com baixos níveis, em qualquer organiza-
ção, deixa-a vulnerável à estagnação, à tomada de decisões empobre-
cidas e até mesmo à falta de eficácia, enquanto que, possuir conflitos
em demasia, encaminha a organização diretamente ao caos.
B. O conflito, geralmente, refere-se à situação frente a qual uma pessoa
não é capaz de agir, causando paralisia no processo.
48
C. O conflito é um colapso nos mecanismos decisórios normais, em
virtude do qual um indivíduo ou grupo de indivíduos experimenta dificul-
dades na escolha de alternativas de ação.
D. A presença do conflito nas organizações pode ser detectada com a
observação de fatores, por exemplo, comunicação deficiente, hostilida-
de e inveja intergrupal, fricção interpessoal, escalada de arbitragem,
proliferação de regras e regulamentos, moral baixa devido à frustração
oriunda da ineficiência.
E. Gerir conflitos significa acabar com eles dentro das organizações para
reduzir os atritos e fazer com que a eficiência e eficácia possam crescer.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: INAZ do Pará Órgão: CRF-PE Cargo: Analista -
Administrador. Quando o conflito é muito baixo ou muito intenso,
ele é chamado de conflito disfuncional (destrutivo ou negativo).
Qual alternativa apresenta uma condição que pode aumentar a
chance de um conflito ocorrer dentro das organizações?
A. Abundância de recursos financeiros.
B. Papéis bem definidos na estrutura funcional.
C. Interdependências entre setores e pessoas.
D. Efetiva comunicação.
E. Objetivos comuns.

QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: PGE-MT Cargo: Analista – Adminis-
trador.
Existem diferentes definições de conflito no ambiente organizacio-
nal, bem assim de seus tipos, além de diferentes abordagens quan-
to a sua resolução. Nesse sentido, em uma situação hipotética, um
grupo da organização expressa divergência acerca da forma como
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deveria ser realizado determinado trabalho e o administrador, para


fins de resolução de tal divergência, efetuou uma intervenção no
episódio, mediante uma reunião de confrontação entre as partes.
Em tal situação, verifica-se:
A. Iminência de conflito e aplicação de técnica de desativação.
B. Presença de conflito de tarefa e adoção de abordagem estrutural.
C. Ocorrência de conflito interpessoal e aplicação de abordagem de
processo.
D. Ausência de conflito e aplicação de medida preventiva.
E. Existência de conflito de processo e aplicação de abordagem de pro-
cesso.

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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Segundo o que foi abordado no capítulo, existem determinados fatores
que podem desencadear uma série de conflitos. Cite quais são esses
fatores e comente sobre cada um.

TREINO INÉDITO
A presença de conflito é algo natural no cotidiano dos seres hu-
manos e, por isso, é tão presente no ambiente empresarial, que é
composto por diversas pessoas, das mais diferentes personalida-
de e opiniões. Dentre os tipos de conflitos existentes nas organiza-
ções, selecione a alternativa incorreta.
a) Conflito latente é aquele tipo de conflito que não é declarado e não há
uma clara percepção de sua existência por parte dos envolvidos.
b) Conflito percebido acontece quando as partes percebem e compreen-
dem que existe um conflito, pelo fato de sentirem que seus objetivos são
diferentes dos objetivos dos outros e que existem oportunidades de in-
terferência ou bloqueio.
c) Conflito sentido, esse atinge ambas as partes, há emoções de diver-
sos âmbitos e acontece de forma consciente. Neste tipo, não existe o
sentimento de raiva, hostilidade, medo e descrédito entre uma pessoa e
outra, e ele não é manifestado externamente com clareza.
d) Conflito manifesto se dá quando o conflito é expresso através de
comportamentos de interferência ativa ou passiva, em uma das partes.
Podendo ser denominado de conflito aberto.

NA MÍDIA
REPORTO PARA DUAS PESSOAS. COMO DEVO FAZER PARA EVI-
TAR CONFLITO?
Quando se tem dois chefes, a arte de evitar conflitos deve ser domina-
da. Rubens Prata, CEO da STATO, fala sobre o desafio que é ter que
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se reportar a duas pessoas ao mesmo tempo. Confira, em mais um dos


vídeos de carreira.
Fonte: Exame
Data: 2 maio. 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://exame.abril.com.br/videos/sua-carreira/reporto-para-duas-pes-
soas-como-devo-fazer-para-evitar-conflito/

NA PRÁTICA
Você sabe como fazer gestão de conflitos nas organizações na prática?
Para começar, conflito é um encontro de opiniões, olhares e ações dife-
rentes sobre o mesmo tema e realidade. Fato que provoca um mal-estar
50
que afeta as ações e o cotidiano dos envolvidos, podendo chegar a um
confronto.
Antes de saber como fazer uma gestão de conflitos nas organizações,
você precisa saber dos tipos de conflito existentes. De antemão, segun-
do o Portal da Educação, existem 5 tipos de conflitos nas organizações.
Sendo eles: interdepartamental (entre dois gerentes), intersocial (entre
os sócios), interempresarial (entre duas empresas parceiras), interde-
partamental (entre dois departamentos de uma mesma empresa) ou
interrelacional (entre a empresa e seus clientes).
Contra fatos, não há argumentos: pessoas são diferentes umas das ou-
tras. E, consequentemente, elas possuem pontos de vista distintos. É
fundamental entender que passar por conflitos na sua organização está
longe de ser um caminho sem volta, tampouco ser o fim do mundo. Sen-
do assim, a sua empresa não vai fechar por causa de um conflito. Antes
demais nada, é preciso fazer uma gestão de conflitos nas organizações
para manter as portas abertas.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: Amor sem escalas (2009)
Acesse o link: https://www.jornalcontabil.com.br/cinco-problemas-cau-
sados-por-ma-gestao-de-conflitos-nas-empresas/

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51
NEGOCIAÇÃO, SOLUÇÕES
SATISFATÓRIAS E DESAFIOS

NEGOCIAÇÃO
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No contexto da administração, o termo negociação é associa-


do a transações econômicas e discussões relacionadas há condições
de pagamento precificação entre outros. No entanto, se explorarmos
esse entendimento sobre a negociação, fica fácil compreender como a
negociação pode aparecer como uma solução ou estratégia para lidar
com conflitos. Comumente em um processo de negociação, duas partes
estão estabelecendo justificativas ou propostas para se chegar a um
acordo em comum. Dessa forma, compreende-se que a negociação é
um processo no qual os indivíduos procuram alcançar um compromisso
que esteja de acordo com a satisfação de ambos (KENNEDY,1998).
5252
Sabe-se que, ao referir-se a um processo gerencial, compre-
ende-se a necessidade de um processo de negociação a partir da bus-
ca por soluções eficazes que podem surgir de um conflito (CUNHA E
LEITÃO, 2011). Vale lembrar que só é possível tratar aqui os conflitos
a serem tratados por meio de uma negociação, aqueles que existirem
entre no mínimo duas partes (LEWICKI, 2001).
Além disso, Derr (1978) considera que há três formas de se ad-
ministrar conflitos: colaboração, negociação e atuação de poder. Nessa
perspectiva, Ikeda (2007) complementa ainda que:

A negociação funciona melhor para estabelecer a paridade de poder (usu-


almente entre pessoas e grupos), como um meio de distribuir recursos es-
cassos e como uma eficiente opção para alcançar um acordo formal em uma
disputa comum. A negociação é uma estratégia intermediária entre a colabo-
ração e a atuação de poder. A atuação de poder é uma forma importante de
se lidar com conflitos que envolvem pessoas independentes, sendo um meio
de se alcançar um equilíbrio dinâmico para as forças que competem e talvez
a única maneira possível de resolver disputas ideológicas IKEDA (2007).

Pode-se, inclusive, visualizar em contextos de venda a referên-


cia à negociação pela frase “preço a negociar”. Ou seja, sabe-se que,
obviamente, o vendedor quer ter um melhor resultado, por exemplo,
vender ao preço mais alto possível. Já o comprador busca, por sua vez,
ampliar seu benefício, neste caso conseguindo pagar o preço mais bai-
xo possível. Percebe-se, assim, claramente, um conflito de interesses,
que possuem um ponto em comum o objeto a ser transacionado. Assim,
ambas as partes vão negociar a fim de realizarem o seu objetivo inicial,
encontrando o melhor quando satisfatório entre os envolvidos.
Popularmente é compreendido que, em geral, conflitos são ge-
rados por duas razões: 1º) as partes querem coisas diferentes ou 2º) as
partes querem a mesma coisa por caminhos diferentes. Aplicando ao con-
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texto organizacional, poderia ser o caso em que a equipe de marketing de-


fendendo características de um novo produto baseando-se nos diferenciais
que o cliente busca versus a equipe de produção discutindo que atender
tal demanda tornaria o produto extremamente caro (Partes que querem
coisas diferentes). Ou poderia ser também identificado a partir da discus-
são entre investir mais na propaganda via televisão ou em propaganda via
mídias sociais (partes querendo a mesma coisa por caminhos diferentes).
Neste sentido, a negociação é sim desafiadora e entendi-
da como um processo complexo de ser implementado ou conduzido
(ALLAIN, 2009). Mesmo assim, altamente recomendável por se tratar
de um meio reconhecido como um potencial meio para gerir e encontrar
soluções e ser fonte de inovações (MEDINA, 2001).
53
E como já tratamos anteriormente, os fatores humano e comuni-
cacional são tão presentes que, às vezes, negociação é útil inclusive em
mostrar que o conflito poderia sequer existir, tratava-se apenas de uma
dificuldade de compreensão entre partes. Dessa forma, existe então uma
espécie de conflito “ilusório”, ou seja, se refere ao fato dos participantes
acharem que representam pontos de vistas antagônicos, porém só expres-
sam a mesma ideia de forma diferente (PRUITT E CARNEVALE, 1993).
O que é tratado como um desafio comum das negociações os momentos
que envolvem sujeitos que têm os mesmos objetivos e que, por isso, não
conseguem tomar consciência da questão (LAX E SEBENIUS, 1986).

Embora seja comum observar que cenários de discussão


e negociação apresentem um tom ou ambiente de certa forma hos-
til, esses processos devem ser baseados em argumentações e não
em agressão. O melhor caminho para um debate é a argumentação
adequada, exercendo a escuta por todos os envolvidos e, assim,
estabelecer uma comunicação e relação de ganha-ganha. Vale co-
nhecer mais sobre “escuta empática” e comunicação não violenta.

Negociação, embora apresentada como uma possível solução,


demanda disponibilidade do envolvidos. Não é possível coagir uma pessoa
a entrar em negociação. Especialmente, quem ocorre em participantes de
níveis hierárquicos diferentes, a situação demanda mais cuidado ainda.

A partir do momento em que existe uma possível negociação, existe por par-
te das pessoas um sentido de colaboração em resolver o conflito existente. A
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colaboração permite que as pessoas trabalhem em equipa à procura de vanta-


gens para todas as partes. É importante na resolução de conflitos que ambas
as partes tenham noção que o fator “Comunicação” é fundamental para que a
posteriori haja possibilidade para encontrar alguma estratégia que possa resol-
ver o conflito. Vários teóricos estudaram a questão da resolução de conflitos no
sentido de descobrir como é que o conflito se pode resolver (CUSTÓDIO, 2013).

Tipos De Negociação

Blake e Mouton (1964) distinguiram três tipos de abordagens


estratégicas relativas à resolução de conflitos almejadas em uma nego-
ciação: win-lose, lose-lose ou win-win, explicadas e detalhadas a seguir.
54
É importante salientar que se trata por ganho o atingimento do objetivo
inicial, com pouca ou nenhuma concessão, já a perda, como desistência
da busca inicial, ou concessão integral apesar da discordância. Sendo
assim, define-se:
• Win-lose (traduzindo: ganha – perda) é uma estratégia que
apreende os comportamentos do conflito como negativo/destrutivos: e
implica que uma parte “ganhe” e a outra “perca”.
• Lose-lose (traduzindo: perda – perda) é considerada uma das
mais simples e nem tão desejável, devido ao seu resultado. A discordân-
cia é algo visto como inevitável, permitindo então alcançar uma satisfação
apenas parcial uma vez que as partes não estão dispostas a cooperar.
• Win-win (traduzindo: ganha – ganha) objetiva maximizar os
resultados almejados por meio da cooperação das duas (ou mais) par-
tes envolvidas, o conflito é compreendido por positivo. Os interessados
compreendem as necessidades dos envolvidos e analisam alternativas
para chegar a um acordo cujos todos têm a ganhar. Este tipo de estra-
tégias requer uma postura paciente e alguma sabedoria no que toca às
relações humanas e resolução de conflitos. (BLAKE E MOUTON, 1964)

Apesar do termo relacionado à explicação dos tipos de


negociação envolver expressões como “perda” ou “ganho” e por
isso evocar sentimentos de competitividade, o ideal não é obser-
var a negociação sob o ponto de vista da competição. Tais concep-
ções devem ser consideradas com atenção no contexto de gestão
de conflitos organizacionais. Pensar diferente ou adotar uma pers-
pectiva divergente de outra pessoa, líder, ou grupos não configura
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

ou estabelece, necessariamente, uma possibilidade de compara-


ção ou hierarquização, muito menos perda. Na verdade, se ana-
lisarmos bem, mudar de ideia ou aprender com o ponto de vista
oposto ao seu pode significar inclusive um ganho.
Dito isso, salienta-se a importância de compreender a ne-
gociação com uma estratégia de trocas de significados a fim de
se estabelecer um padrão mínimo satisfatório para os envolvidos.
Especialmente no contexto organizacional, é muito proveitoso que
pessoas tenham ideias diferentes para atingir o resultado coletivo,
sendo sim, abrir concessões não deve ser entendido como uma
perda e, sim, como parte da rotina do dia a dia que conta com re-
lações profissionais maduras, dispostas a abrir mão de pontos de
55
vistas individuais para a conquista de resultados coletivos.

Além dos tipos de negociação, identifica-se também diferentes


estratégias relativas ao estilo de administração de conflito. RAHIM (1992)
propõe o modelo no qual é possível identificar em uma matriz o quanto
um indivíduo ou membro de uma equipe tem como intenção defender
uma preocupação própria versus sua disponibilidade em relação à preo-
cupação com os outros. A partir da correspondência entre tais aspectos,
é possível identificar cinco perfis, sendo eles: Dominante que é conside-
rado inapropriado por sua baixa capacidade de argumentação. Negação
também inapropriado em virtude da dificuldade de se estabelecer uma
conversa e possibilidades resolutivas sem considerar um a existência de
um problema. O perfil prestativo que é apropriado e desejável, porém
ineficaz em relação ao enfrentamento do conflito por ser demasiadamen-
te concessivo. Integrante que é considerado apropriado e efetivo, pois
exercita a possibilidade de se colocar no lugar do outro, ouvir, negociar e
encontrar a solução satisfatória para todos. E de maneira intermediária,
destaca-se o perfil conciliador. Este não está necessariamente argumen-
tando em algo a seu favor, no entanto tem a capacidade de conduzir o
conflito ouvindo as partes, pontuando quais são as zonas de atrito, as
zonas de possíveis concessões e auxiliando a busca pela melhor solução
para as partes. A proposta segue esquematizada na matriz a seguir:

Figura 7 - Estilos na administração de conflitos


GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: RAHIM, 1992.

A negociação faz parte da convivência em grupos e organiza-


ções. Robbins (2005, p. 335) define o termo como barganha, “[...] o pro-
cesso pelo qual duas ou mais partes trocam bens ou serviços e buscam
um acordo sobre as vantagens dessa troca para elas”. A negociação
do tipo mais óbvio compreende o consenso entre sindicato e empresa;
chefes e subordinados, comprador e fornecedor; e a sutil diz respeito à
56
troca de favores entre colegas de trabalho. Robbins (2005) apresenta
ainda outra vertente da negociação tratada por barganha, cuide-se ca-
racterísticas são apresentadas na tabela em sequência:

Tabela 4 - Características da Barganha

Fonte: Robbins (2005)

As estratégias de barganha são apontadas em duas aborda-


gens de forma geral, integrativa e distributiva:
● Barganha Integrativa: um ou mais acordos podem gerar uma
solução ganha-ganha. Todos os negociadores se sentem satisfeitos.
● Barganha Distributiva: é a negociação da parte que cada um
consegue obter do todo. Ganha-se às custas do oponente, sendo que
cada uma das partes tem seu ponto de interesse e seu ponto de resis-
tência. Há um espaço de manobra para pleitear suas aspirações.
Sendo assim, a barganha tem suas próprias características,
dessa forma está associada há uma troca mútua de concessões, ou
seja, o processo já é destinado à adequação das possibilidades de tro-
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

ca. O esquema a seguir representa a demarcação de uma região de


possíveis barganhas a serem realizadas. De uma forma simplificada,
pode-se compreender que a ilustração refere-se há uma espécie de
“meio termo” entre as propostas iniciais das partes. Sendo assim, a
zona de convergência ou centralidade entre as propostas é a região
com maior chance de resolução. Como esquematizado, a proposta in-
tegral “A” não seria aceita (à extrema esquerda) assim como a proposta
integral “B” também não (à extrema direita).

57
Figura 8 - Demarcando a área de barganha

Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010, p. 448.

Filme sobre o assunto: O Negociador (Regency Enterpri-


ses, 1998)
Livro: Tudo o que você precisa saber sobre negociação: O
guia completo da negociação para você desenvolver estratégias e
chegar ao acordo em qualquer situação.
(Editora Gente, 2020
Acesse os links: https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/
negociao-e-administrao-de-conflitos/ e https://administradores.
com.br/artigos/a-habilidade-de-negocia%C3%A7%C3%A3o-na-
-gest%C3%A3o-de-conflitos-nas-organiza%C3%A7%C3%B5es
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno
note a o quão benéfico e fértil a gestão de conflitos pode ser para
uma organização.

Diante dos desafios, o gestor pode se questionar sobre como


GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

poderia ser bem sucedido na habilidade de conciliação e negociação.


Por vezes, pode até se perder no mito de que exige alguma habilidade
especial ou que deveria ter nascido com algum talento específico similar
aos mitos relacionados à liderança. No entanto, todo o processo de ne-
gociação é composto por etapas que podem ser detalhadamente estu-
dadas aprimoradas e aplicadas com excelência. Robins (2010) defende
que o sucesso em um processo de negociação passa por cinco etapas
que, se bem estruturadas e implementadas, auxiliam o gestor.
O processo de negociação compreende as seguintes etapas:
● Preparação e planejamento - realizar um levantamento de
qual é a natureza do conflito, o histórico da negociação, as partes en-
volvidas e suas percepções a respeito. Deve-se, ainda, apontar as pre-
58
tensões em negociar e as metas a alcançar. Avaliar quais podem ser as
possíveis metas da outra parte, procurando antecipar suas posições e
preparar os argumentos para a negociação.
● Definição das regras básicas - após a elaboração do pla-
nejamento e da estratégia, o próximo passo é definir regras e procedi-
mentos da negociação: indivíduos que participarão, local, tempo, limitar
as questões a serem debatidas, procedimentos em caso de impasses,
expor propostas e demandas.
● Esclarecimentos e justificativas - explanar as questões iniciais.
Oportunidade de explicar e defender a importância do objeto de negocia-
ção, sem necessidade de confronto. Pode-se utilizar um material de apoio.
● Barganha e solução de problemas - tentativa de acordo e
possível adoção de concessões.
● Conclusão e implementação - formalização do que foi acor-
dado, desenvolvimento, implementação e monitoramento do que será
executado. Pode-se utilizar contrato formal ou até mesmo um simples
aperto de mão.

Figura 9 - O processo de negociação

GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: ROBBINS, JUDGE & SOBRAL, 2010, p. 452.

O autor ainda defende que o processo de planejamento é essen-


cial para se obter sucesso durante a negociação de um conflito. Isso por-
que se espera que, em um processo de negociação, as partes estejam
devidamente informadas sobre os detalhes envolvidos no conflito. Imagi-
ne a seguinte situação no contexto empresarial, o líder tem uma situação
de conflito de horários de seus funcionários e, ao chegar lá, para tratar o
conflito, ele recebe diversas informações em relação à inadequação das
59
condições de trabalho, fazendo com que as profissionais não só atrasem,
mas também tenham diversos outros problemas. Sendo assim, o sucesso
da negociação não seria possível, pois faltou a execução da etapa inicial,
de planejamento e, portanto, conhecimento do contexto a ser negociado.
Além deste exemplo, tem outros erros comuns na hora da ne-
gociação, por exemplo:
● Negociar com a pessoa errada.
● Insistir em uma posição.
● Sentir-se impotente durante uma negociação.
● Perder o controle da negociação.
● Afastar-se das metas e limites estabelecidos.
● Preocupar-se demais com o outro.
● Pensar na “resposta certa” no dia seguinte.
● Culpar-se pelos erros dos outros.
A partir dos principais erros cometidos no ato de negociação,
destaque-se que o papel do gestor, além do que já foi abordado quanto
à condução do conflito tem, refere-se também a avaliação e determina-
ção sobre quais gargalos são, de fato, críticos e problemáticos para a
organização. Isso porque alguns pontos de discordância podem signifi-
car apenas diferentes pontos de vista ou de percepção.
Dessa forma, alguns gestores podem perder tempo ou destina-
rem esforços desnecessários ao entrarem em uma discussão que não
terá como resultado uma solução que seja proveitosa para a organiza-
ção. A charge a seguir, representada na figura 10, ilustra um exemplo de
um conflito improdutivo, cujas partes podem discutir por horas a fio sem
a possibilidade de conquistar um cenário interessante. A vantagem do
conflito é propiciar um cenário enriquecido, que seja melhor do que as
propostas anteriores e individuais.
A motivação de uma tentativa de resolução de um conflito por
meio de uma negociação deve almejar uma solução que vá além de ape-
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

nas concordância versus desistência. Isso porque, conforme ilustrado, às


vezes, uma discussão é travada com os objetivos de concluir quem é o
detentor da razão, ou ainda quem apresenta a versão mais correta. Esta
situação não funciona, uma vez que, nas organizações, como o contexto
é sempre dinâmico, é bem provável que ambos estejam corretos e esse
fato não agregar em nada aos objetivos organizacionais. Ou seja, o que
interessa é qual posicionamento é mais adequado, útil, efetivo, econômi-
co entre outros e não saber “quem tem razão”. Até porque, fatalmente isso
irá aguçar o sentimento de competição e até mesmo coação na equipe.

60
Figura 10 - Perspectivas

Fonte: MEDEIROS (2016)

Os assuntos e fatores que envolvem cada negociação são os


pontos em que os negociadores devem se concentrar. Diferentemente da
intuição, conhecer os traços de personalidade do oponente não influen-
cia significativamente no processo de barganha nem sobre os resultados
desta. Outro ponto importante, é que a diferença de gênero não impacta a
negociação, caso homens e mulheres disponham dos mesmos recursos
e poder semelhante, seu estilo de negociar em pouco se diferenciam.

Tanto no ambiente organizacional, como em nossas rela-


ções pessoais, vale a pena avaliar a real motivação ou ainda ne-
cessidade de uma discussão. Antes de iniciar uma argumentação,
pode ser de grande utilidade os seguintes autoquestionamentos:
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

“discutindo isso, quais os frutos promissores poderão resultar?”,


“ao argumentar me contrapondo, eu trago alguma possibilidade de
melhoria para o status inicial ou apenas desenvolver argumentos
para me justificar ou fazer ser compreendido?” “se eu estivesse
completamente errado como eu agiria?”

Quanto às diferenças culturais durante o ato de negociação,


os estilos de negociar variam em cada país, considerando os traços de
sua cultura como base. Este aspecto influencia a quantidade e a forma
de preparo que será preciso adotar, o local onde irá ocorrer e a atenção
que se dará à tarefa.
Ainda, as negociações podem ser realizadas por meio de uma
61
terceira parte. Quando não se atinge um acordo durante a negociação
direta, pode-se optar pelo intermédio da terceira parte, que irá auxiliar a
encontrar uma solução satisfatória, sendo que será possível exercer um
papel de mediador, árbitro, conciliador ou consultor.
● Mediador: terceiro neutro e não coercitivo, que atua em ní-
veis moderados de conflito e costuma obter uma eficácia expressiva.
Relações trabalhistas e jurídicas cíveis são situações em que se utiliza
muito deste recurso.
● Árbitro: ação voluntária ou compulsória. Terceiro que dita de
forma autoritária o acordo a partir de normas estabelecidas pelas partes
envolvidas, sempre resultando em uma solução. Se uma das partes se
sentir lesada, o conflito pode iniciar-se novamente.
● Conciliador: Intermediário de confiança que conduz a comu-
nicação informal entre os envolvidos. Utiliza levantamento de dados,
interpreta informações e persuade a negociação. Atuação em disputas
de família, internacionais, trabalhistas e comunitárias.
● Consultor: Induz à melhoria da relação entre as partes para
que elas estabeleçam um acordo. Profissional habilitado em gestão de
conflitos e imparcial, atua a partir de comunicação, análises e conhe-
cimentos específicos. Processo de longo prazo em que se enfoca na
construção de percepções e atitudes entre as partes.

SOLUÇÕES SATISFATÓRIAS

Os conflitos podem ser benéficos para a organização a depender


da tratativa e da maneira em que são monitorados e resolvidos. Robbins
(2005, p. 342) aponta que “o ótimo nível seria aquele em que há conflito
suficiente para evitar a estagnação, estimular a criatividade, permitir que as
tensões sejam liberadas e o processo de mudança seja iniciado, mas in-
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

suficiente para ser destrutivo ou prejudicar a coordenação das atividades”.


De acordo com cada situação organizacional, o gestor pode es-
colher uma intenção adequada para enfrentar níveis muito altos de con-
flito e suprimi-los, podendo se utilizar da competição, da colaboração,
do não-enfrentamento, da acomodação e da concessão. Ainda, por ser
a negociação uma atividade cíclica, deve-se adotar o tipo de barganha
correto para otimizar o processo, sendo que a distributiva se faz no curto
prazo e é confrontadora, enquanto a integrativa procura satisfazer ambas
as partes, o que pode implicar gastos a mais de tempo e esforços.
Utilizados de forma positiva a estimular o grupo, os conflitos po-
dem ser uma forma de introduzir mudanças radicais, facilitar a coesão do
grupo, melhorar a eficácia da equipe e da organização, e ser construtivo
62
em meio a altos níveis de tensão. O conflito funcional produz benefícios à
empresa e auxilia em seu sucesso e sobrevivência no mercado.
SPAGNOL (2010) realizou um estudo detalhado sobre os con-
ceitos referentes às melhores estratégias de gestão de conflitos, confor-
me será retratado mais frente. A autora retrata diversas possibilidades e
reforça a importância e destaque da negociação. Assim, conforme neste
capítulo exploramos de forma mais detalhada, a estratégia de negocia-
ção pode ser tratada por diversos autores como a possibilidade mais
promissora para as organizações em termos de potenciais resultados.
Entretanto, lidar com os conflitos dentro de uma organização é
uma demanda que exige planejamento, estratégias e ferramentas ade-
quadas. Portanto, com intuito de explorar soluções satisfatórias e que,
provavelmente, em outros contextos se adéquem de uma maneira mais
assertiva aos problemas encontrados no cotidiano organizacional, dis-
cute-se alternativas. Assim, com o intuito de enriquecer o conhecimento
do estudante, aborda-se brevemente outras possibilidades a fim de for-
necer ferramentas e estratégias adicionais para atuação no cotidiano de
uma organização, conforme apresentado na figura 10, conforme descri-
to por SPAGNOL (2010):

Figura 10: Compilado e Conceitos e Estratégias de Administração de Conflitos

GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: SPAGNOL, 2010.


63
Muitas teorias da administração contemplam a complexi-
dade do comportamento humano, por isso todas as orientações
discutidas merecem a devida atenção no intuito de adequar-se ao
contexto em que será aplicada. Por isso, todas as estratégias de-
mandam análise e, por vezes, testes para sua correta avaliação.

DESAFIOS

Negociar em si é um desafio. O processo de negociação é for-


temente influenciado pela cultura organizacional, assim esta deve estar
muito bem alinhada e definida, além dos objetivos, as metas, a visão e
a missão corporativa. Identificar ou gerar conflitos que sejam funcionais
é uma tarefa complexa que requer muita dedicação. Os estágios do pro-
cesso de negociação precisam ser bem executados, e, quando necessá-
rio, adotar um terceiro na barganha para atingir resultados satisfatórios.
O tipo de gerenciamento deve ser ajustado de acordo com as
peculiaridades de cada grupo ou instituição. Ao aplicar mudanças e in-
centivar a inovação, seu sucesso dependerá do contexto em que a orga-
nização está inserida, devendo haver planejamento e planos de contin-
gência a possíveis resistências por parte da equipe, de modo a motivá-la
de acordo com os interesses a serem alcançados. As consequências de
uma má administração de conflitos podem ser devastadoras, por isso se
faz importante mantê-los em níveis desejados e controlados.

[...] é necessário clarificar os papéis e responsabilidades na gestão de confli-


GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

tos em cada organização, de acordo com seu tamanho, complexidade, cultu-


ra e gestão, capacitando os envolvidos nas novas ferramentas de resolução
de conflitos, inclusive para quando é necessário reconhecer seu limite de
atuação através de recursos internos e a necessidade de utilização de facili-
tadores externos. Como isso será possível não apenas medir, como também
otimizar custos, esforços e tempo envolvidos na gestão de conflitos nas or-
ganizações (LEVY et. al., 2016, p.22).

No entanto, conforme já demonstrado, o gestor deve encarar


esse benefícios como grande fonte de diferenciais competitivos. Além
disso, ser bem sucedido na condução de uma equipe especialmente em
situações de conflito, não devem ser encarados como um processo resul-
tante de sorte ou fatores aleatórios, se quer deve-se imaginar que sejam
64
necessários talentos especiais para que o gestor seja bem-sucedido.
Um estudo detalhado sobre o conflito, incluindo o seu fator ge-
rador, bem como, o entendimento dos diferentes pontos de vista e mais
um planejamento cuidadoso sobre como deverá acontecer a negociação
são estratégias que aumentam consideravelmente a chance de sucesso
de um gestor. De acordo com Carvalhal et al. (2012, p.114), “o sucesso
em uma negociação depende da escolha da melhor oportunidade, da
obtenção da informação correta e do poder de decisão do negociador”.
Por fim, faz-se necessário enfatizar que divergências e discordân-
cias são naturais e saudáveis, portanto, o fato de existirem, por si só, não
configura conflito. As diferentes percepções devem ser a colhidas e acomo-
dadas durante um processo gerencial. Não é esperado da interação entre
grupos, equipes um consenso completo, não sendo inclusive desejável,
uma vez que das diferenças podem surgir sempre novas possibilidades.

Resumo

Em geral, conflitos têm muitas formas de serem gerenciados nas


organizações. Existem estratégias para auxiliar na tratativa desses, confor-
me já foi evidenciado, o objetivo não é evitar e sem conduzir os conflitos
de maneira a extrair identificar diferenciais e inovação para manter-se com-
petitiva. Sendo assim, os conflitos não são, por definição, negativos e os
possíveis desdobramentos são dependentes das estratégias de resolução
adotadas pela organização. Existem diferentes maneiras de mediar um
conflito, bem como estilos diferentes para lidar com este cenário. A negocia-
ção tem se apresentado como uma maneira mais efetiva e adequado para
as organizações isso alcançarem o sucesso neste quesito. Desta forma, a
negociação pode ser compreendido como um processo onde partes confli-
tuosas diálogo de maneira argumentar em relação às suas necessidades e
possibilidades de concessão. E ainda neste contexto, a sugestão que me-
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

lhor se apresenta para motivar a negociação é aqui almeja uma conquista


ganha-ganha, cujas partes compreendem as necessidades opostas sem
abrirem com seções demasiadamente prejudiciais.

65
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: Órgão: Companhia Pernambucana de Saneamen-
to PE - (COMPESA) Cargo: Assistente de Saneamento e Gestão.
No processo de negociação, existindo um conflito, a figura de um
terceiro, imparcial em relação à questão, pode facilitar o acordo
entre as partes pela proposição de acordos benéficos para ambos.
Assinale a opção que indica a denominação dada à figura que pro-
move esse acordo.
A. Árbitro.
B. Regulador.
C. Conciliador.
D. Juiz.
E. Avaliador.

QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: FGV Orgão: Prefeitura de Salvador – BA Cargo:
Técnico de Nível Médio II - Área Operacional.
Sobre os procedimentos adequados para evitar conflitos ou para
manter a situação sob controle, assinale a afirmativa correta.
A. Ouvir os litigantes para marcar posição.
B. Criticar as partes em conflito para encontrar alternativas.
C. Negociar com os envolvidos para acirrar os ânimos.
D. Confrontar posições para definir o vencedor.
E. Aceitar as divergências para encaminhar o entendimento.

QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: Tribunal Regional Eleitoral - Amapá
(TRE AP) Cargo: Analista Judiciário.
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

Considere a seguinte situação hipoteticamente verificada em uma


organização: João, servidor que atua na execução de determinado
projeto, discorda da orientação recebida do gerente do referido pro-
jeto, que não é seu superior hierárquico, mas, sim, o coordenador do
grupo de trabalho formado para a realização de projetos estratégicos
que envolvem diversos setores da organização. Uma das abordagens
passíveis de utilização para o gerenciamento do referido conflito é
recorrer a uma terceira parte, podendo ser utilizada a figura do:
A. Superior hierárquico, que determinará quem deve ceder.
B. Mediador, elemento neutro que facilita a solução negociada, com a
sugestão de alternativas, sem caráter coercitivo.
C. Árbitro, que tem o objetivo de persuadir as partes na construção de
66
uma solução intermediária.
D. Consultor, utilizado quando as partes decidem delegar a terceiro im-
parcial a decisão sobre a melhor alternativa para a resolução do conflito
instalado.
E. Conciliador, elemento com autoridade para ditar um acordo, que deve
se basear em critérios de equidade e razoabilidade.

QUESTÃO 4
Ano: 2011 Banca: IPAD Órgão: Serviço Nacional de Aprendizagem Co-
mercial - PE (SENAC/PE) Cargo: Auxiliar Técnico II - Área Biblioteca.
João, gestor de uma organização, analisando uma série de confli-
tos que estavam ocorrendo entre seus funcionários, decidiu elabo-
rar uma série de recomendações que deveriam ser seguidas por
todos, na busca de melhorar o ambiente de trabalho. Marque a al-
ternativa que não corresponde a uma dessas recomendações:
A. Escute mais. Fale menos.
B. Seja cooperativo e atencioso com as pessoas.
C. Evite fofocas e julgamentos sobre a vida de seus colegas.
D. Seja autêntico.
E. Quando alguém estiver falando com você, já prepare a resposta en-
quanto escuta.

QUESTÃO 5
Ano: 2006 Banca: Fundação Universa Órgão: Agência de Promo-
ção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil) Cargo: Consul-
tor - Área Organizacional Projetos.
O conflito está presente em todas as negociações. Se não há con-
flito, não há negociação. Negociar, portanto é solucionar conflitos
e superar impasses. O negociador deve perceber os conflitos a
tempo, e efetuar correto diagnóstico da situação, impedindo que
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

assumam proporções que dificultem a sua solução. O bom nego-


ciador é aquele que:
A. Respeita o impasse, pois a opinião é um direito de cada negociador;
faz concessões para evitar mais conflitos; aceita que é difícil detectar o
real motivo do impasse e procura outras soluções que aliviam a pressão
dos oponentes, mesmo que não resolva completamente o conflito.
B. Não perde tempo detectando o que levou ao impasse, pois o impor-
tante é neutralizá-lo.
C. Não tem receio de impasse; analisa o impasse; identifica o impasse;
cria alternativas para sair do impasse; controla as ações para resolver o
impasse e mantém as soluções encontradas
D. Não identifica o impasse; na incapacidade de resolvê-lo, você tenta
67
minimizá-lo e recua na solução do conflito
E. É enérgico com os participantes do conflito, pois, dessa maneira, eles
tentarão chegar a um consenso.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


De acordo com o que foi visto no capítulo, explique as características
que um bom negociador precisa ter.

TREINO INÉDITO
Uma boa gestão de conflitos deve criar uma atmosfera saudável,
esclarecedora, buscando alcançar acordos de benefícios mútuos
para que ambas as partes saiam satisfeitas de uma negociação.
Dentre os tipos de liderança, temos o estilo de liderança "Traba-
lhando Juntos", onde ambas as partes se sentem em uma posição
confortável sobre a exposição e solução dos problemas. Esse mo-
delo pode ser mais conhecido e classificado como:
a) Perde-ganha.
b) Barganha.
c) Ganha-perde.
d) Ganha-ganha.

NA MÍDIA
COMO NÃO TRANSFORMAR NEGOCIAÇÃO EM BRIGA?
Negociações pressupõem conflito de interesses, e Breno Paquelet, es-
pecialista no assunto, tem dicas para que no momento da negociação
gestores e lideres consigam uma melhor performance.
Fonte: Exame
Data: 6 dez. 2018.
Leia a notícia na íntegra:
https://exame.abril.com.br/videos/sua-carreira/como-nao-transformar-
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

-negociacao-em-briga/

NA PRÁTICA
O ato de negociar é tão apreciado que muitos países, por vezes, con-
tam com profissionais para representá-los internacionalmente em tran-
sações que vão além de relações de embaixadas e diplomacia.
Isso porque, em diversas situações, a maneira de conduzir um conflito
pode, se mal executado, ocasionar um problema maior que o conflito
inicial. Da mesma forma, um processo conciliador ou de negociação
assertivos, adequados e coerentes aumentam consideravelmente as
chances de resultado positivo.
O poder de negociação, embora seja frequentemente associado à perspec-
68
tiva de negócios, vendas, não acontece apenas em relações comerciais.
Socialmente, as relações ocorrem por meio de interações que, ao longo
de sua construção, passam por processos de negociação. A essência dos
relacionamentos está baseada na capacidade de conciliar ações, ceder e
argumentar a favor do que se deseja. Além disso, a própria conversa ou
discussão passa por um processo de negociação de significados.
A partir do exposto, pode-se associar que os processos organizacio-
nais, que, em sua maioria, depende do relacionamento humano, pode
ser aprimorado e efetivado a partir das técnicas de negociação. Espe-
cialmente, porque a negociação tem um cunho preventivo. Ou seja, por
filosofia, alguém disposto a ouvir, negociar e está atento aos detalhes,
focado na satisfação mútua. Assim sendo, é ainda melhor considerar
equipes que contem com membros que estejam dispostos a negociar
do que bons profissionais que apenas auxiliam com a conciliação.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: A negociação (2012)
Acesse o link: https://www.jornalcontabil.com.br/cinco-problemas-cau-
sados-por-ma-gestao-de-conflitos-nas-empresas/

GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

69
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O conflito organizacional envolve conflitos interpessoais com colegas


ou supervisores, ou conflitos intergrupos entre diferentes seções de
uma organização. Há dois tipos essenciais de conflito organizacional:
Conflito vertical: ocorre entre grupos de diferentes níveis hierárquicos,
como entre supervisores e vendedores.
Conflito horizontal: ocorre entre indivíduos do mesmo nível, como entre
gerentes de uma mesma organização.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

70
GABARITOS
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Existem determinados fatores que podem desencadear uma série de con-


flitos, como a diversidade, questões de adequação, fatores externos re-
lacionados à época de crise, à gestão da mudança, ao equilíbrio pessoal
- profissional, os fatores no ambiente de trabalho, desencadeando o es-
tresse, questões sobre ética, emoções, valores, percepção e comunicação.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

GESTÃO DE CONFLITOS - GRUPO PROMINAS

71
GABARITOS
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

As características fundamentais que um bom negociador precisa ter são:


Habilidade no relacionamento: Mostrar pontos fortes e não deixar trans-
parecer as fraquezas; ser firme, porém simpático; observar as caracte-
rísticas da outra parte e ir desenvolvendo os próprios argumentos em
função dessa percepção; saber ouvir e colocar-se no lugar da outra
parte; ser flexível e criar um clima de cooperação.
Táticas de negociação: Nunca chegar a uma negociação de improviso e,
sim, planejar, conduzir e controlar a negociação; conhecer algumas estra-
tégias de argumentação e de sensibilização da outra parte; fazer algumas
concessões se elas forem necessárias para superar impasses, para isso,
privilegiar a causa e não o duelo pessoal; nunca usar a coerção.
Conhecimento do negócio: Ter o máximo de informações acerca do as-
sunto a ser negociado, de modo a não ser pego de surpresa com argu-
mentos que não poderá rebater.

TREINO INÉDITO
Gabarito: D
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