TESE

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 37

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP

CAMPUS DE JABOTICABAL

AGREGAÇÃO DE SOLOS SOB CULTIVO DE CANA-DE-


AÇÚCAR E MATA NATIVA

Edson José de Castro Júnior


Engenheiro Agrônomo

2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP
CAMPUS DE JABOTICABAL

AGREGAÇÃO DE SOLOS SOB CULTIVO DE CANA-DE-


AÇÚCAR E MATA NATIVA

Discente: Edson José de Castro Júnior


Orientadora: Profa. Dra. Carolina Fernandes

Dissertação apresentada à Faculdade de


Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp,
Campus de Jaboticabal, como parte das
exigências para a obtenção do título de Mestre
em Agronomia (Ciência do Solo).

2020
Castro Júnior, Edson José de
C355a Agregação de solos sob cultivo de cana-de-açúcar e mata nativa /
Edson José de Castro Júnior. -- Jaboticabal, 2020
26 p. : il., tabs.

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp),


Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal
Orientadora: Carolina Fernandes

1. Solo Agregação. I. Título.

Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de


Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal. Dados fornecidos pelo autor(a).

Essa ficha não pode ser modificada.


DADOS CURRICULARES DO AUTOR

Edson José de Castro Júnior – nascido em 13 de junho de 1990 na cidade de


Cuiabá/MT, cursou o ensino médio no Colégio Isaac Newton, em sua cidade natal de
2005 a 2007. Em agosto de 2008, ingressou no curso de Gestão Ambiental no Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá – Bela
Vista, finalizando-o em 2011. Em março de 2009, ingresso em Agronomia na
Universidade Federal de Mato Grosso de Cuiabá e realizou intercâmbio pelo Ciência
Sem Fronteiras na Universidade de Wisconsin em River Falls, nos Estados Unidos de
agosto de 2013 a dezembro de 2014, finalizando o curso de Agronomia em outubro de
2016. Em março de 2017, iniciou o curso de Mestrado em Agronomia (Ciência do Solo),
na Universidade Estadual Paulista na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
(UNESP/FCAV) em Jaboticabal/SP, onde foi bolsista da CAPES até julho de 2018. Em
agosto de 2018, iniciou um programa de Trainee na Delta Sucroenergia, se desligando
da empresa um ano depois. Atualmente trabalha como Consultor Técnico Comercial da
Wolf Sementes desde agosto de 2019. No dia 02 de dezembro de 2019, submeteu a
banca examinadora para a defesa da Dissertação para obtenção do título de Mestre em
Agronomia (Ciência do Solo).
“Sagacidade pra viver
Lutar, cair, crescer
Sem arriar ou se render
Tem que defender”
IZA - Ginga
DEDICO

Aos meus pais Edson José de Castro e Marli Maria da Costa Castro, minhas
irmãs Edmara da Costa Castro Dallabrida e Mariley da Costa Castro e ao meu tio
Ivo Aquino de Castro, por sempre me incentivar, motivar e investir em minha educação,
a esta capacitação, moverem todas suas forças para fazer com que eu chegasse até
onde estou. A vocês, meu sincero e humilde agradecimento.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer minha orientadora Professora Doutora Carolina


Fernandes que depositou sua confiança em mim no primeiro momento e, apesar de
todas as adversidades que vieram no meio do caminho, continuamos nesta empreitada
para poder me orientar, guiar e até mesmo motivar, mesmo com as intempéries da vida
que aconteceram durante essa trajetória. Hoje, se não fosse a sua aceitação a me
orientar, talvez não estaria onde estou atualmente e gostaria de agradecer imensamente
por isso.
Além disso, tenho que agradecer muitas pessoas que conheci durante essa
trajetória que me auxiliaram imensamente no laboratório e durante o Mestrado: Matheus
Flávio da Silva, Anderson Prates Coelho, Marielle Fernandes e aos técnicos Cláudia,
Adauto e Mauro por esse tempo de auxilio e companhia na FCAV.
Também, gostaria de deixar meu humilde agradecimento aos meus fiéis amigos
que sempre estiveram juntos comigo nessa caminhada, mesmo que distantes:
Torrezome Junior, Jaline Monteiro, Higor Ramos, Sabrina Schmidt Correa e Sânia
Lúcia Camargos.
Apesar de distante da cidade natal, novos amigos eu fiz nessa nova caminhada e
essa amizade perduram até hoje e agradeço imensamente pelo apoio e suporte para
poder chegar até aqui: Daniel Silva, Leandro Antunes, Fábio Rocha, Jean Nogueira,
Raphael Bighetti, Grayce Gama, Ítalo Santana, Lucas Freitas, Frederico Figueiredo,
Jheinnefer Motta e Raissa Vieira.
Em especial, gostaria de agradecer ao meu namorado Rafael Vieira que, por mais
difícil que toda nossa caminhada foi até estarmos juntos atualmente, nunca hesitou em
poder ajudar, motivar, incentivar e de ser a minha família, em todos os momentos.
O presente trabalho foi executado com o apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de
Financiamento 001.
SUMÁRIO

RESUMO ..........................................................................................................................i
ABSTRACT .....................................................................................................................ii
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
2. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................3
3. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................9
5. CONCLUSÕES..........................................................................................................19
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................20
i

AGREGAÇÃO DE SOLOS SOB CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR E MATA NATIVA

Resumo – A colheita mecanizada da cana-de-açúcar possibilita a deposição da


palhada na superfície do solo, trazendo inúmeros benefícios para a conservação do
mesmo e ao sistema de produção da cultura. No entanto, o aumento no número de
operações mecanizadas e o intenso tráfego de máquinas podem contribuir para a
degradação, principalmente da estrutura do solo. Comparar o ambiente natural em
relação á área de produção de cana-de-açúcar possibilita demonstrar o efeito benéfico
da palha para a estrutura do solo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os
atributos físicos do solo em duas áreas com solos de granulometria semelhantes,
sendo uma delas utilizada para o cultivo de cana-de-açúcar e a outra, uma área de
mata nativa preservada. As camadas avaliadas foram de 0,00-0,05 m, 0,05-0,10 m e
0,10-0,25 m considerando os atributos físicos do solo: classes de agregados do solo,
diâmetro médio ponderado dos agregados, classe de agregados, o índice de
estabilidade de agregados, carbono orgânico particulado e carbono orgânico associado
aos minerais. Os valores obtidos foram submetidos a estatística descritiva, análise de
fatores e variância fatorial. Os resultados demonstraram que a formação de agregado
foi estatisticamente semelhante nas duas áreas, diferindo somente nas camadas
avaliadas. Quanto a estabilidade de agregados, a mata nativa se mostrou superior à
área com produção de cana-de-açúcar. No entanto, a camada da área da cana-de-
açúcar que mais se aproxima da estabilidade de agregados da mata foi a camada
superficial de 0,00-0,05 m, indicando que a manutenção da palhada no campo pode ser
uma estratégia de manutenção do carbono no solo.

Palavras-chave: palha, análise de fatores, estrutura do solo.


ii

SOIL AGGREGATION IN SOILS WITH SUGARCANE CROP AND PRESERVED


AREA

Abstract – The mechanized harvesting of sugarcane allows the residue to be left on the
soil surface, to benefiting soil conservation. However, the increased mechanization can
contribute to soil structure. Comparing a natural environment to a sugarcane production
area helps to demonstrate the beneficial effect of the residue on soil structure. The goal
of this study was to evaluate the physical attributes of the soil with similar granulometry
in two areas: sugarcane crop and a preserved area of a native forest. We evaluated
soil layers at 0.00-0.05 m, 0.05-0.10 m and 0.10-0.25 m for the soil physical attributes:
soil aggregate classes, aggregate diameter, aggregate stability index, particulate
organic carbon, and organic carbon associated with minerals. The values obtained were
submitted to a descriptive statistics, a factor analysis and a factorial variance. The
results showed that the aggregate formation was similar in the two areas, only differing
between the evaluated layers, decreasing the aggregate formation along the evaluated
soil profile. The stability of aggregates in the native forest was superior to the sugarcane
production area. However, the surface soil of sugarcane was the most closely to the
situation of native forest soil stability, indicating that sugarcane residue could be a
strategy of soil carbon maintenance.

Keywords: straw, factor analysis, soil structure.


1

1. INTRODUÇÃO

O cultivo da cana-de-açúcar passou por diversas mudanças e uma delas foi a


colheita manual para a colheita mecanizada, que foi introduzida no Brasil em 1973
(Braunbeck e Magalhães, 2010) devido a mão de obra e rigorosidade das leis
trabalhistas. A colheita mecanizada da cana-de-açúcar é utilizada em grande parte das
áreas de produção da cultura. A técnica foi se aprimorando e atualmente utiliza-se a
colheita mecanizada da cana com a deposição residual de palha no campo.
A palha depositada no solo na colheita é degradada ao longo das safras e a
atividade microbiológica no solo é lenta (Yamaguchi, 2015). Com a atividade
microbiológica, este material vegetal degradado é convertido em menores frações de
carbono no solo e, juntamente com o desenvolvimento radicular das plantas, pode
contribuir diretamente na formação e estabilidade de agregados, processos conhecidos
que influenciam na estrutura do solo. Para que forme os agregados, a ação das raízes
e o carbono derivado do material vegetal degradado pela microbiota do solo pode
promover a atração entre partículas. A estabilidade de agregados é promovida pelo
carbono oriundo da decomposição da matéria orgânica no solo por microrganismos que
fracionam a matéria orgânica, liberando exsudatos que funcionam como agentes
cimentantes que favorece a coesão das partículas (Kiehl, 1979) e, sobretudo, o
conjunto dos atributos pode estruturar o solo.
A estrutura do solo afeta processos no solo, como a infiltração e a retenção de
água do solo, as trocas gasosas e a dinâmica da matéria orgânica e dos nutrientes. Por
isso, é importante que se favoreça a agregação de partículas, que se refere à união das
frações mineral e orgânica do solo, formando agregados de diferentes tamanhos e
estabilidade para que o solo desenvolva essas características.
A forma que os agregados se arranjam e se estabilizam ocasiona a porosidade
do solo, aeração, infiltração e retenção de água (Kiehl, 1979) e, consequentemente,
influencia na relação solo e planta. Em uma área preservada, a estrutura do solo foi
construída durante anos. Já em um solo com atividade agrícola, como a produção de
cana-de-açúcar, é realizado o preparo do solo, além de diversas atividades agrícolas,
2

uma delas é a colheita mecanizada com deposição de palha no solo. No entanto, a


intensificação de mais uma operação mecanizada pode promover alterações na
qualidade física do solo, causando compactação do solo, redução da porosidade e
modificação de sua estrutura (Souza, 2016).
No centro sul brasileiro, maior polo de produção de cana-de-açúcar do país, o
período para safra da cana se dá entre abril a outubro (HORII, 2004), caracterizado
como a época de baixa pluviosidade. Todavia, há uma tendência de redução do período
da entressafra e a realização da colheita em condição de umidade no solo, causando
impacto e comprometendo sua qualidade estrutural (Arantes, 2015).
Diferentes tipos de resíduos vegetais podem contribuir com a estrutura do solo,
com destaque a palhada da cana-de-açúcar, de potencial para produzir de 10 a 20 Mg
ha-1 ano-1, podendo corroborar na formação e a estabilidade de agregados no solo
(Oliveira et al., 2010; Lopes et al., 2017). Com isso, é importante comparar o ambiente
de produção de cana-de-açúcar com o ambiente natural, a fim de visualizar a
importância da contribuição deste material vegetal e o carbono contido nele para a
estrutura do solo.
Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar agregação do solo em dois
ambientes: um solo de mata nativa e um solo com um sistema de produção de cana-de-
açúcar.
3

2. REVISÃO DA LITERATURA

Atualmente, na cultura da cana-de-açúcar, o material é colhido mecanicamente e


a palhada da cana, que é triturada no processo da colhedora, é depositada em campo.
Esta palha pode contribuir para a melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos
do solo, favorecendo as condições para a germinação, emergência e estabelecimento
da cultura (Varella, 1999), além de apresentar benefícios na retenção da umidade do
solo (Peres et al., 2010) e controle de daninhas (Silva e Monquero, 2013) a porosidade
e a infiltração de água (Blanco-Canqui e Ruis, 2018).
Também, de acordo com Garbiate et al., (2011), Rosin et al. (2012) e Vishi Filho
et al. (2015), a palha depositada no solo na colheita mecanizada pode minimizar o
efeito das operações mecânicas realizadas na área com a cana-de açúcar. O resíduo
vegetal da cultura depositado na superfície do solo, não somente contribui para
minimizar o impacto das operações, como também interfere positivamente nos atributos
químicos, físicos e biológicos do solo (Souza et al., 2014).
Em um ambiente natural, a construção do solo é realizada ao longo do histórico
desta área intacta, que se iniciou com plantas de pequeno porte até as grandes plantas,
com deposição de matéria orgânica por serapilheiras e estimulo da construção da
estrutura do solo e bioporos pela degradação da matéria orgânica realizado pelos
microrganismos do solo.
Para o estudo da estrutura do solo, a formação e a estabilidade de agregados
são atributos que podem caracterizar o processo e foram descritos por Doran e Parkin
(1994) como atributos alteráveis com o manejo do solo e também são indicativos de
qualidade física do solo (Stefanoski et al., 2013) por meio de sua mensuração
laboratorial.
Emerson (1959); Edwards e Bremner (1967) estudaram detalhadamente o
processo de agregação no solo e desenvolveram um modelo que auxiliam nos dias
atuais para a compreensão do processo. O primeiro autor considera que a formação de
microagregados está associada entre o domínio das argilas e matéria orgânica no solo,
sendo a proteção da matéria orgânica proporcional à área superficial dos domínios.
4

Edwards e Bremner (1967) afirmam que as formações de microagregados originam-se


da reação entre moléculas orgânicas, cátions polivalentes (Fe, Al e Ca) e partículas de
argila.
Também, Tisdall e Oades (1982) estudaram as interações dos agregados e a
matéria orgânica. Estes autores afirmam que, em uma hierarquia de agregados, as
partículas livres no solo e agregados menores que 20 μm são unidos por agentes
ligantes de natureza forte, podendo ser a matéria orgânica humificada, complexos de
cátions de metal polivalentes óxidos e aluminosilicatos altamente desordenados,
formando microagregados (20-250 μm). Esses microagregados estáveis podem se unir
com outros agregados de mesmo tamanho, através de ligantes de menor força de
tração, podendo ser raízes, hifas de fungos, polissacarídeos microbianos e de plantas e
agentes transitórios, formando macroagregados (> 250 μm).
Como mencionado anteriormente, o manejo do solo está interligado ao processo
de formação e estabilidade destes agregados, pois as atividades mecânicas intensivas
podem desestabilizar o solo com a passagem de máquinas agrícolas, proporcionando a
maior aproximação entre partículas, promovendo agregados não estáveis, reduzindo a
porosidade, aeração e, consequentemente, causando a compactação do solo.
Vezzani e Mielniczuk (2009) descreveram a importância dos agentes ligantes no
processo de agregação do solo. Estes autores relatam que, quando o ambiente de
produção agrícola permite o maior aporte de compostos de natureza orgânica oriundo
da cultura plantada, a matéria orgânica é degradada pelos microrganismos do solo,
consequentemente há a liberação de exsudatos que atuam na formação e estabilidade
de agregados.
Portanto, por fazerem parte da estrutura do solo, os agregados são primordiais
para manutenção da aeração, infiltração e retenção de água disponível para as plantas,
que favorecem o crescimento da cultura, desenvolve a microbiota do solo e controla as
possíveis erosões que possam acontecer neste solo (Oades, 1984; Dexter, 1988).
Assim, a palha da cana-de-açúcar depositada no solo pode trazer benefícios a
estrutura do solo, como descreve Lopes et al. (2017), que avaliaram quatro tratamentos
de palha no solo (0%, 25%, 50% e 100% de palha no solo) em um Latossolo Vermelho
5

de textura arenosa (843 g kg-1 de areia e 30 g kg-1 de argila). Estes autores


identificaram maior quantidade de agregados nos tratamentos com maior volume de
palha (aproximadamente 35 e 28% do total de agregados foram aqueles com diâmetro
de 4 a 2 milímetros nos tratamentos com 100 e 50% de palha, respectivamente).
Também, Lopes et al. (2017) reitera que o carbono estava presente em maior
quantidade nos agregados de maior diâmetro (maiores nas classes com diâmetro de 4
a 2 milímetros e 2 a 1 milímetros com teores de carbono de 12,5 e 12,4 g kg-1,
respectivamente), demonstrando o efeito benéfico da palha para o processo de
estruturação do solo.
Oliveira et al. (2010) avaliaram quatro sistemas de manejo (mata nativa, cana-de-
açúcar com vinhaça, cana-de-açúcar com irrigação e cana-de-açúcar sem irrigação) em
três camadas de um Argissolo Amarelo distrocoeso. Os autores observaram que o
carbono foi mais expressivo nas camadas de 0 a 20 e 20 a 40 cm de todos os manejos,
contribuindo para formação de agregados de maior diâmetro e maior estabilidade dos
agregados, seguindo a ordem decrescente dentre os tratamentos: mata nativa, cana-
de-açúcar com vinhaça, cana-de-açúcar com irrigação e cana-de-açúcar sem irrigação.
Estudos como o de Oliveira et al. (2010) evidenciaram o efeito da matéria
orgânica no solo, uma vez que são essenciais para o estímulo do crescimento e
desenvolvimento da comunidade microbiológica que degradam o resíduo vegetal, se
multiplicam (Tavares et al.; 2015) e adicionam exsudatos orgânicos ao solo que
favorecem a agregação.
Vicente et al. (2012) reforça a teoria do efeito da matéria orgânica na estrutura do
solo, demonstrando correlações diretamente proporcionais entre a estrutura do solo
com o carbono no solo em diferentes granulometrias e com os manejos: com vinhaça e
palha; sem vinhaça; com palha no solo.
6

3. MATERIAL E MÉTODOS

A área de produção de cana-de-açúcar (C) e mata nativa (MN) estão localizadas


no bioma do cerrado, próximo as coordenadas de latitude 21º 04’ 05’’ e longitude 48º
05’ 13’’. O solo destas áreas foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo (LVA)
(Embrapa, 2013) e a caracterização granulométrica foi realizado segundo metodologia
da Embrapa (2017). O clima da região foi caracterizado como Cwa - tropical úmido com
inverno seco e verão úmido, de acordo com a classificação de Köppen (Alvares et al.,
2014).

Tabela 1: Frações granulométricas nas três camadas de solo sob cultivo de cana-de-
açúcar e mata nativa.
Áreas Camadas (m) Argila (g kg-1) Areia (g kg-1) Silte (g kg-1)
0,00-0,05 161,6 612,2 226,2
Cana-de-açúcar 0,05-0,10 171,3 603,3 225,4
0,10-0,25 186,0 590,4 223,6
0,00-0,05 197,2 707,5 95,3
Mata Nativa 0,05-0,10 214,1 687,1 98,8
0,10-0,25 240,2 657,2 102,6

Esta área foi reformada na safra 2009/2010 em janeiro com erradicação química
e, posteriormente, o solo foi preparado com subsolador para rompimento de camadas
compactadas em até 40 centímetros e grade pesada, com discos de 32’’ para
destorroamento. Em seguida, foi plantado a cultivar RB85-5156 (Saccharum officinarum
spp.) e adubada com o formulado 10-25-25 na dose de 500 Kg ha-1. Durante o manejo
de cana planta e soca, não foi utilizado nenhum resíduo industrial (vinhaça e torta de
filtro). Após os cortes, foi realizado adubação mineral com dosagem de acordo com a
produtividade da área. A amostragem do solo ocorreu logo após as primeiras chuvas
em outubro de 2017 na área de mata nativa e após a colheita do sétimo corte da cultura
na safra 2017/2018.
Com o auxílio de um enxadão, foram coletados trinta pontos em cada área (C e
MN) nas camadas 0,00-0,05, 0,05-0,10 e 0,10-0,25 m de profundidade. Estas amostras
7

deformadas foram submetidas a um conjunto de peneiras para retirada de três frações


granulométricas. A primeira fração, ainda úmida, foi retirada das peneiras com malhas
entre 6 e 4 mm de diâmetro e a segunda fração foi seca ao ar e depois peneirada para
extrair amostras com diâmetros entre 2 e 1 mm. Em seguida, uma terceira fração foi
retirada de terra fina seca ao ar após passar em peneira com malha de 2 mm.
A primeira fração da amostra foi submetida a análise de diâmetro médio
ponderado (DMP) (Nimmo e Perkins, 2002). Posteriormente, por meio de dados obtidos
no DMP, foram calculadas as porcentagens de classes de agregados subdivididos em:
agregados com diâmetro maior que 4 mm (%AG>4); agregados com diâmetro entre 4 e
2 mm (%AG4-2); agregados com diâmetro entre 2 e 1 mm (%AG2-1); agregados com
diâmetro entre 1 e 0,5 mm (%AG1-0,5); agregados com diâmetro entre 0,5 e 0,25 mm
(%AG0,5-0,25) e agregados com diâmetro entre 0,25 e 0,125 mm (%AG0,25-0,125).
A segunda fração da amostra foi utilizada para determinação do índice de
estabilidade de agregados (IEA) (Nimmo e Perkins, 2002). A terra fina seca ao ar foi
utilizada para determinação do carbono orgânico (CO), segundo a Embrapa (2017), e
carbono orgânico particulado (COP) de acordo com a metodologia proposta por
Cambardella e Ellitot (1992). O carbono orgânico associado aos minerais (COAM) foi
resultante da subtração entre o CO e COP.
Os dados foram submetidos a estatística descritiva com nível de confiança de
95%. Em seguida, o conjunto de dados foram analisados por meio de técnicas
estatísticas multivariadas, mais especificamente, a análise de fatores, que permite
relacionar um conjunto de variáveis limitado em fatores. Através desta ferramenta, as
variáveis se correlacionam em fatores e a covariância dos fatores representa quão o
fator descreve um processo (Milstein et al., 2005). Para este experimento, o fator
demonstra um processo que acontece no solo e estas variáveis podem estar
diretamente ou inversamente relacionadas. Dentro de cada processo, valores com o
mesmo sinal possuem correlações direta e, com sinais contrários, possuem correlação
inversa. As variáveis somente se correlacionam se elas tiverem alta carga dentro de um
mesmo processo e os fatores determinados estatisticamente são independentes um do
outro, com distribuição normal, médias e variâncias iguais a 0 e 1, respectivamente.
8

Em seguida, os scores dos fatores de cada amostra foram testados pelo General
Linear Models (GLM) em uma análise de variância (teste F a 5% de significância). Os
fatores significativos para o teste F (p < 0,05) foram analisados através do teste de
Tukey a 5% de probabilidade (p < 0,05).
9

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise multivariada demonstraram a existência de dois fatores


pertinentes ao conjunto de dados. No primeiro fator (P1), o DMP, %AG>4, %AG4-2,
%AG2-1, %AG1-0,5, %AG0,25-0,125 e %AG0,25-0,125 foram as variáveis que
influenciaram no processo. Este fator pode ser correlacionado com a formação de
agregados no solo, sendo que as duas primeiras variáveis são diretamente
proporcionais e o restante são inversamente proporcionais. Este explica 62,85% da
variância total do conjunto de dados (Tabela 2).

Tabela 2: Coeficiente de correlação da análise de fatores dos atributos do solo com


dois fatores (P1 e P2).
Atributos do Solo P1 P2
Carbono Orgânico Particulado (COP) 0,40 -0,27
Carbono Orgânico Associado aos Minerais (COAM) 0,42 -0,79
Índice de Estabilidade de Agregados (IEA) 0,39 -0,81
Diâmetro Médio Ponderado (DMP) 0,90 0,10
Agregados com diâmetro maior que 4 mm (%AG<4) 0,74 0,14
Agregados com diâmetro entre 4 e 2 mm (%AGR4-2) -0,94 -0,11
Agregados com diâmetro entre 2 Agregados e 1 mm (%AG2-1) -0,97 -0,12
Agregados com diâmetro entre 1 e 0,5 mm (%AGR1-0,5) -0,98 -0,13
com diâmetro entre 0,5 e 0,25 mm (%AGR0,5-0,25) -0,92 -0,18
Agregados com diâmetro entre 0,25 e 0,125 mm (%AGR0,25-0,125) -0,90 -0,06
*Variância Relativa (%) 62,85 14,72
* Variância Relativa infere sobre a porcentagem de variação do grupo de dados quanto
ao processo.

O fator 1 (P1) foi caracterizado como a formação de agregados pois, no solo,


para que as partículas se unam, a pressão exercida pelas raízes aproxima as partículas
e podem formar os agregados (Kiehl, 1979), possivelmente atuantes neste processo.
Brandão e Silva (2012) avaliaram o efeito da forrageira Brachiaria ruziziensis na
formação e estabilidade de agregados em um Nitossolo Vermelho de textura média
(432 g kg-1 de argila e 373 g kg-1 de areia) com e sem a gramínea. Os autores
observaram que o enraizamento da cultura foi benéfico principalmente para o
acréscimo de macroagregados em comparação a um solo sem a presença da
Brachiaria, devido a densa presença das raízes característico desta espécie vegetal.
10

Este estudo também corrobora Silva e Mielniczuk (1997) que estudaram a


agregação em dois solos de textura argilosa com cultivo de gramíneas e verificaram
que o principal responsável para formação de agregados foram as raízes, pois elas
promoveram a aproximação das partículas. Por forças de atração, os agregados se
unem a outros agregados, formando maior quantidade de agregados maiores e menor
quantidade de agregados menores e assim, estruturando o solo (Tisdall e Oades,
1983).
Em relação ao segundo fator (P2) da análise multivariada, as variáveis
envolvidas foram o IEA e COAM e ambas são diretamente proporcionais. Este fator
explicou 14,72% da variância dos dados totais e, de acordo com as variáveis envolvidas
nele, pode ser caracterizado como a estabilidade de agregados no solo. Para que o
agregado apresente estabilidade, é necessário que ele seja resistente a ações
mecânicas e que as ligações de sua área de contato sejam fortes o suficiente para
resistir a forças desagregadoras. Para que o agregado apresente esta estabilidade, um
dos principais fatores que contribuem para tal é o carbono no solo (Kiehl, 1979; Munner
e Oades, 1989; Soane, 1990; Palmeira et al., 1999). Por isso, o segundo fator da
análise apresentou correlação direta entre o IEA e COAM, ou seja, quanto maior a
presença deste carbono, maior a estabilidade do agregado.
Estudo como de Corrêa et al. (2009) demonstram o benefício do carbono para a
estabilidade de agregados. Estes autores avaliaram o IEA e carbono de um Latossolo
Vermelho distrófico de textura média, submetidos a quatro tipos de resíduos orgânicos
para uso no sistema de plantio direto e em quatro camadas (0,00-0,05 m; 0,05-0,10 m;
0,10-0,20 m e 0,20-0,40 m), sendo eles: lodo de esgoto centrifugado, lodo de
biodigestor, escória de aciaria, lama cal e testemunha. Para a estabilidade de
agregados e carbono orgânico, todos os tratamentos foram superiores a lama cal
devido ao conteúdo de material orgânico superior contido nestes resíduos. Isso
demonstra que os materiais orgânicos adicionados nos solos contribuem para a
atividade microbiológica do solo, liberação de agentes ligantes pelos microrganismos e
promove maior estabilidade aos agregados, principalmente em profundidade, pois são
11

resíduos que contém água e podem carrear no perfil do solo, podendo carregar o
carbono em subsuperfície.
Vasconcelos et al. (2010) avaliaram a adição de vinhaça (V) e vinhaça e torta de
filtro (VT) em um Latossolo Amarelo distrocoeso de textura média/argilosa (561 g kg -1
de areia e 300 g kg-1 de argila) com cana-de-açúcar e os efeitos na estabilidade de
agregados em comparação a mata nativa (MN) de mesmo solo e textura em até 0,60
metros de profundidade, subdividido em camadas de 0,20 metros. Neste estudo, a
estabilidade de agregados foi estatisticamente superior no solo da MN, decrescendo
nos tratamentos VT e V, 78,3%, 68,3% e 62,1% de IEA, respectivamente, em 0,00-0,20
m. Estes resultados demonstraram o efeito benéfico da matéria orgânica no solo para a
estabilidade de agregados em superfície. Neste estudo, houve correlação diretamente
proporcional do carbono no solo e IEA, pois a presença de microrganismos, os quais
utilizam da matéria orgânica para sua multiplicação produzem substâncias que atuam
como agentes estabilizadores ou funcionam como rede envolvendo os agregados do
solo, assim como as hifas dos fungos associadas às pequenas raízes, são importantes
para tal processo de estabilidade de agregados (Castro Filho et al., 1998; Mielniczuk,
1999; Azevedo e Dalmolin, 2004).
Também, Demarchi et al. (2011) avaliaram os atributos físicos e químicos em
solos de diferentes classes (Latossolo, Nitossolo e Argissolo) submetidos a diferentes
tipos de manejos e a qualidade estrutural decresceu de acordo com os manejos:
pastagem, mata nativa, cultivo de soja em rotação de culturas de inverno, cana-de-
açúcar e solo urbano, respectivamente. Estes autores mencionam que a agregação
teve uma relação direta ao aporte e manutenção da matéria orgânica dos solos com
resíduos vegetais, uma vez que esta foi essencial para a qualidade estrutural do solo.
Em seguida, os scores de cada amostra foram submetidos à análise de variância
fatorial para analisar se houve efeito entre os tratamentos e camadas entre os dois
fatores determinados pela técnica multivariada. Assim, no primeiro fator, caracterizado
como a “formação de agregados”, foi observado efeito significativo somente das
camadas (Tabela 3).
12

Tabela 3: Análise de variância (ANOVA) do fator 1 denominado “formação de


agregados”.
Causas da Variação GL SQ QM F1 P
Áreas 1 1,47 1,47 2,50 0,12ns
Camadas 2 75,39 37,69 64,25 0,00*
Áreas x Camadas 2 0,05 0,03 0,04 0,96 ns
Resíduo 174 102,09 0,59
Total 179 179
GL = Graus de liberdade; SQ = Soma de quadrados; QM = Quadrado médio; F1
=Estatística F para fator 1 (P1); P = Valor P; * = As camadas diferem entre si segundo o
teste F a 5% de probabilidade (p < 0,05); ns = não significativo segundo o teste F a 5%
de probabilidade (p < 0,05).

Para este estudo, as áreas não foram estatisticamente diferentes quanto à


formação dos agregados no teste F a 5% de significância (p < 0,05). Provavelmente
isso aconteceu porque a palha da cana depositada no solo foi suficiente para promover
a formação de agregados semelhantes a da mata nativa, demonstrando o efeito
benéfico da palha para a estrutura do solo. Também, notou-se na estatística descritiva
que todas as classes de agregados foram estatisticamente iguais entre as áreas (Figura
1), assim como o DMP (Figura 2a), o que reforçam a teoria do benefício da palha para a
formação de agregados.
Este fato também foi descrito por Rosetti et al. (2014), que avaliaram a formação
e estabilidade de agregados em um Latossolo Vermelho distrófico típico (700 g kg -1 de
areia e 260 g kg-1 de argila) sob mata nativa e em função de três ciclos do canavial
(primeiro, sétimo e oitavo corte) em três camadas (0-0,10 m; 0,10-0,20 m e 0,20-0,30
m). Estes autores também evidenciaram que, em cada camada, as classes de
agregados foram estatisticamente semelhantes no sétimo e oitavo corte e mata nativa,
semelhante ao que foi apresentado neste trabalho. Os autores daquele estudo
concluiram que o material vegetal inserido pelo histórico de cortes da cana no solo em
que ela foi cultivada pode contribuir significativamente para a formação de agregados.
13

(a) 94,50 (b) 2,70


94,00 2,50
93,50

%AG4-2 (%)
%AG>4 (%)

2,30
93,00
2,10
92,50 MN MN
1,90
92,00 C C
91,50 1,70
91,00 1,50
0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25 0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25
Camadas (m) Camadas (m)

(c) 1,60 (d) 1,20


1,40 1,10

%AG1-0,5 (%)
%AG2-1 (%)

1,00
1,20
0,90
1,00 MN MN
0,80
0,80 C 0,70 C

0,60 0,60
0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25 0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25
Camadas (m) Camadas (m)

(e) 0,60 (f) 0,15


%AG0,25-0,125 (%)

0,55 0,14
%AG0,5-0,25 (%)

0,50 0,14
0,13
0,45
MN 0,13 MN
0,40
C 0,12 C
0,35 0,12
0,30 0,11
0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25 0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25
Camadas (m) Camadas (m)

Figura 1: Médias e erro padrão da média dos atributos agregados com diâmetro maior
que 4 mm (a), agregados com diâmetro entre 4 e 2 mm (b), agregados com diâmetro
entre 2 e 1 mm (c), agregados com diâmetro entre 1 e 0,5 mm (d), agregados com
diâmetro entre 0,5 e 0,25 mm (e), agregados com diâmetro entre 0,25 e 0,125 mm (f)
nas áreas de mata nativa (MN) e Cana-de-açúcar (C) e camadas de 0-0,05, 0,05-0,10,
0,10-0,25 m de profundidade.

Para o teste de Tukey a 5% de significância (p<0,05) do primeiro fator, os scores


das camadas para a “formação de agregados” foram estatisticamente diferentes
14

seguindo a ordem: 0,00-0,05 m > 0,05-0,10 m > 0,10-0,25 m, scores de 0,65, 0,24 e -
0,88, respectivamente. Na área de mata nativa, a agregação pode ter ocorrido pela
presença das raízes na camada superficial e subsuperficial, sendo decrescente ao
longo do perfil do solo a qual ela se encontra, promovendo a aproximação entre as
partículas e formando agregados (Calonego e Rosolem, 2008). Em um ambiente de
produção de cana-de-açúcar há, além do efeito das raízes da cultura, a ação antrópica
com as operações mecanizadas que podem promover a aproximação entre os
agregados (Vishi Filho et al., 2015).
Rossetti et al. (2014) demonstraram que o DMP na mata nativa não apresentou
diferença estatística entre as camadas avaliadas, diferente do sétimo e oitavo ciclo do
canavial onde apresentou diferença estatística, sendo 0-0,10 m > 0,10-0,20 m > 0,20-
0,30 m. Segundo os autores, a adição de palhada promoveu a formação de agregados
maior em superfície, decrescendo sua influência em profundidade.
Fontana et al. (2010) avaliaram a relação da agregação e substâncias húmicas
em Latossolos e Argissolos do tabuleiro costeiro e verificaram maiores valores de DMP
em áreas de floresta comparado a pastagens e cana-de-açúcar. No entanto, Garbiate et
al. (2011), que avaliaram um Latossolo Vermelho distrófico de textura média em área
cultivada com cana crua e queimada através de atributos físicos do solo, reiteraram que
o sistema de produção de cana crua com palha depositada em campo apresentou
valores de DMP superiores ao da cana queimada. Isso demonstrou que o tráfego de
máquinas pode ser minimizado através da estabilidade estrutural e com cobertura de
resíduos vegetais.
Quanto ao fator 2, houve diferença significativa para o tratamento e camada,
além da diferença significativa para a interação avaliada (Tabela 4).
15

Tabela 4: Análise de variância (ANOVA) do fator 2 denominado “estabilidade de


agregados”.
Causas da Variação GL SQ QM F2 P
Áreas 1 95,33 95,33 276,72 0,00*
Camadas 2 17,35 8,67 25,18 0,00*
Áreas x Camadas 2 6,39 3,19 9,27 0,00*
Resíduo 174 59,94 0,34
Total 179 179
GL = Graus de liberdade; SQ = Soma de quadrados; QM = Quadrado médio; F1
=Estatística F para fator 2 (P2); P = Valor P; * = As camadas diferem entre si segundo o
teste F a 5% de probabilidade (p < 0,05); ns = não significativo segundo o teste F a 5%
de probabilidade (p < 0,05).

Segundo o teste de Tukey a 5% de significância (p < 0,05), para a interação


entre as áreas e camadas avaliadas, a mata nativa foi superior a cana-de-açúcar na
estabilidade de agregados e não demonstrou diferença estatística entre as camadas.
Em seguida, a camada de 0,00-0,05 m da área de cana-de-açúcar se mostrou superior
as camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,25 m da área com cana-de-açúcar. Por fim, as duas
camadas mencionadas anteriormente da área com cultivo de cana foram
estatisticamente semelhantes (Tabela 5).

Tabela 5: Teste de média (Tukey a 5% de significância) da estabilidade de agregados


da interação das áreas de estudo e camadas do solo.
Áreas Camadas (m) Scores
Mata Nativa 0,00-0,05 -0,90 A
Mata Nativa 0,10-0,25 -0,75 A
Mata Nativa 0,05-0,10 -0,53 A
Cana-de-açúcar 0,00-0,05 0,03 B
Cana-de-açúcar 0,05-0,10 1,05 C
Cana-de-açúcar 0,10-0,25 1,10 C

Estes resultados corroboram Souza et al. (2006) que analisaram a estabilidade


de agregados e matéria orgânica em um Latossolo Vermelho eutroférrico argiloso (504,
536, 581 e 593 g kg-1 de argila nas camadas em até 0,40 metros de profundidade
estratificado em camadas de 0,10 metros) em áreas com colheita de cana crua e mata
16

nativa. Os resultados destes autores evidenciam que todas as camadas da mata nativa
foram semelhantes em carbono e IEA. Porém, estas camadas foram superiores ao
manejo de cana crua e este comportamento foi observado em ambos os atributos
avaliados. Isso é justificado pela maior presença de raízes nas camadas superficiais e
da presença do material vegetal depositado no solo que atuam na estabilização dos
agregados.
Vasconcelos et al. (2010) afirmam que o processo de estabilidade de agregados
está correlacionado com o teor de matéria orgânica no solo em que, à medida que o
carbono orgânico diminui em profundidade, seja pelo revolvimento excessivo do solo ou
pelo baixo aporte de material orgânico, decresce a estabilidade de agregados. Para o
presente estudo, uma vez que a palha do solo depositada nos cortes não é revolvida e
dependente da atividade lenta da microbiota do solo (Yamaguchi, 2015), mesmo com
sete deposições de palhadas por corte, a quantidade de COP (Figura 2b) em ambas as
áreas foram semelhantes, independentemente das camadas. No entanto, o COAM
(Figura 2c), principal atuante na agregação, foi diferente nas áreas e camadas,
evidenciando a longa construção da estrutura do solo de uma mata nativa frente a uma
área com a cultura da cana de açúcar, resultando em IEA (Figura 2d) estatisticamente
diferentes.
17

(a) 4,98 (b) 3,10


4,96 3,05
DMP (mm)

4,94 3,00

COP (g kg-¹)
4,92 2,95
MN MN
4,90 2,90
4,88 C 2,85 C
4,86 2,80
0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25 0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25
Camadas (m) Camadas (m)

(c) 13,00 (d) 78,00


76,00
12,00
COAM (g kg-¹)

74,00
72,00

IEA (%)
11,00
70,00
10,00 MN 68,00 MN
C 66,00 C
9,00
64,00
8,00 62,00
0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25 0,00-0,05 0,05-0,10 0,10-0,25
Camadas (m) Camadas (m)

Figura 2: Médias e erro padrão da média dos atributos carbono orgânico particulado
(a), carbono orgânico associado aos minerais (b), diâmetro médio ponderado (c) e
índice de estabilidade de agregados (d) nas áreas de mata nativa (MN) e Cana-de-
açúcar (C) e camadas de 0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,25 m de profundidade.

Em um ambiente de produção de cana-de-açúcar, há operações mecanizadas


que incorporam esta palha advinda da cultura somente até o plantio, sendo as mais
importantes: subsolagem e a sulcação. Estas operações agrícolas possibilitam que o
material seja incorporado no solo até 40 centímetros de profundidade, permitindo um
maior contato da palha com o solo nesta camada (Carvalho et al., 2014). Na cana soca,
poucas operações possibilitam tal incorporação deste material vegetal, residindo maior
parte do tempo em superfície, situação encontrada neste estudo. Na mata nativa, há a
inserção constante de material vegetal em superfície durante um longo histórico, além
das raízes mortas em subsuperfície, que entram em decomposição em profundidade
(Souza et al., 2006; Rossetti et al., 2014). Em todas as áreas avaliadas, a ação da
fauna do solo foi degradar o material vegetal adicionado por meio dos microrganismos
existentes no solo, refletindo em decréscimo do teor de matéria orgânica e aumento de
18

carbono. Assim, onde possivelmente poderá ocorrer o maior aporte de material vegetal
será em superfície, decrescendo sua quantidade em profundidade.
O evento descrito foi demonstrado por Popin (2017) em um Nitossolo Vermelho
eutroférrico típico de textura argilosa com diferentes volumes de palha da cana e em
três camadas subdividas entre 0,10 metros. O autor descreve que a maior entrada de
carbono no solo foi na superfície (em média de 20 g kg -1), decaindo em subsuperfície
(média de 17 g kg-1 na camada de 0,20-0,30 metros). Devido a área ser de primeiro
corte, o solo foi submetido a atividades de preparo do solo e plantio há, no mínimo, um
ano após a amostragem. Porém, como o processo de estabilização da matéria orgânica
é lenta (Yamaguchi, 2015), as alterações no estoque podem seguir o mesmo ritmo,
sobretudo, gradual ao longo dos cortes (Cerri et al., 2011).
Apesar de que houve diferença no segundo fator entre a mata e cana, a camada
que mais se assemelha a mata é a superficial (0,00-0,05 metros). Portanto, pode-se
inferir que o efeito da palhada no solo para as áreas de cana podem ser uma estratégia
para manutenção do carbono neste sistema (Conceição et al., 2013) e
consequentemente, na contribuição para a estrutura do solo, principalmente para a
estabilidade de agregados.
Pesquisas como a de Carvalho et al. (2017a), Oliveira et al. (2017) demonstram
por meio de modelagens que a remoção total em campo da palhada para outros fins
como a produção de etanol de segunda geração ou produção de energia elétrica
impacta negativamente o estoque de carbono no solo. A retirada da palhada do solo
para esta finalidade, não somente prejudica o estoque de carbono, mas leva a uma
série de consequências. Com o solo exposto e sem palha, pode acarretar aumento da
densidade do solo e resistência à penetração (Souza et al., 2014; Souza et al., 2015),
diminuição da porosidade do solo, do poder de agregação, da disponibilidade de água,
acarretando no decréscimo da produtividade, além da perda da água por escoamento
superficial e perda do solo por erosão (Carvalho et al., 2017b).
Assim, pode-se inferir que a palha da cana-de-açúcar em superfície desempenha
função essencial para contribuir na estrutura do solo, principalmente na estabilidade
dos agregados a 5 cm de profundidade.
19

5. CONCLUSÃO

⎯ A formação de agregados foi semelhante nas áreas de mata nativa e cana-de-


açúcar, somente diferindo-se entre as camadas avaliadas, decrescendo ao longo
do perfil avaliado.
⎯ A estabilidade de agregados na mata nativa se mostrou superior a área com
produção de cana-de-açúcar.
⎯ A camada da área agrícola que mais se aproxima a situação da estrutura do solo
da mata nativa foi a camada superficial com cana.
⎯ A palhada no campo pode ser uma estratégia promissora para manutenção do
carbono no solo.
20

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alvares CA, Stape JS, Sentelhas PC, Golçalves JLM, Sparovek G. Koppen’s climate
classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift. 2014, 22, 6, 711–728.
http://dx.doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507.

Arantes HP. Atributos físico-hídricos do solo após colheita mecanizada de cana-


de-açúcar [Dissertação de Mestrado]. Dourados: Universidade Federal da Grande
Dourados; 2015.

Azevedo AC, Dalmolin RSD. Solos e Ambiente: uma introdução. Santa Maria: Pallotti,
2004.

Blanco-Caqui H, Ruis SJ (2018) No-tillage and soil physical environment. Geoderma


326:164-200. http://doi.org/10.1016/j.geoderma.2018.03.011

Brandão ED, Silva I de F da. Formação e estabilização de agregados pelo sistema


radicular de braquiária em um Nitossolo Vermelho. Cienc. Rural [online]. 2012, 42 (7),
1193-1199. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782012000700009.

Braunbeck OA, Magalhães PSG. Avaliação Tecnológica da Mecanização da Cana-de-


Açúcar, Bioetanol de Cana-de-Açúcar: P&D para Produtividade e Sustentabilidade, São
Paulo: Ed. Blucher, 2010.

Calonego JC, Rosolem CA. Estabilidade de agregados do solo após manejo com
rotações de culturas e escarificação. R. Bras. Ci. Solo. 2008, 32, 1399-1407.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832008000400004.

Cambardella CA, Elliott ET. Particulate soil organic matter changes across a grassland
cultivation sequence. Soil Science Society of America Journal. 1992, 56, 777-783.
http://dx.doi.org/10.2136/sssaj1992.03615995005600030017x.
21

Carvalho JL, Hudiburg TW, Franco HC, DeLucia EH. Contribution of above‐and
belowground bioenergy crop residues to soil carbon. GCB Bioenergy. 2017b, 9, 1333-
1343. http://dx.doi.org/ 10.1111/gcbb.12411.

Carvalho JL, Nogueirol RC, Menandro LM, Bordonal R, Borges CD, Cantarella H,
Franco HC. Agronomic and environmental implications of sugarcane straw removal: a
major review. GCB Bioenergy. 2017a, 9, 1181-1195.
http://dx.doi.org/10.1111/gcbb.12410.

Carvalho LA de, Resende I da S, Panachuki E, Silva Júnior CA da, Novak E, Silva GFC.
Variáveis físicas do solo e produtividade de cana-de-açúcar sob sistemas de preparo na
reforma de canavial. Agrarian Academy. 2014, 1 (1), 259-274.

Castro Filho C, Muzilli O, Podanoschi AL. Estabilidade dos agregados e sua relação
com o teor de carbono orgânico em um Latossolo Roxo distrófico, em função de
sistemas de plantio, rotações de culturas e métodos de preparo das amostras. Revista
Brasileira de
Ciência do Solo. 1998, 22 (3), 527- 538. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
06831998000300019.

Cerri CC, Galdos MV, Maia SM, Bernoux M, Feigl BJ, Powlson D, Cerri CEP. Effect of
sugarcane systems on soil carbono stocks in Brazil: an examination of existing data.
European Journal of Soil Science. 2011, 62 (1), 23-28.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2389.2010.01315.x.

Conceição PC, Dieckow J, Bayer C. Combined role of no-tillage and cropping systems
in soil carbon stocks and stabilization. Soil & Tillage Research. 2013, 129, 40-47.
http://dx.doi.org/10.1016/j.still.2013.01.006.

Corrêa JC, Bull LT, Crusciol CAC, Moraes MH. Alteração de atributos físicos em
Latossolo com aplicação superficial de escória de aciaria, lama cal, lodos de esgoto e
calcário. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 2009, 33 (2), 263-272.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832009000200004.

Demarchi JC, Perusi MC, Piroli EL. Análise da estabilidade de agregados de solos da
microbacia do Ribeirão São Domingos, Santa Cruz do Rio Pardo-SP, sob diferentes
22

tipos de uso e ocupação. Revista Brasileira de Tecnologia Aplicada nas Ciências


Agrárias. 2011, 4 (2), 7-29. http://dx.doi.org/10.5777/paet.v4.n2.01.

Dexter AR (1988) Advances in characterization of soil structure. Soil & Tillage


Research 11:199-238.

Doran JW, Parkin TB (1994) Defining and assessing soil quality. In: Doran JW, Coeman
DC, Bezdicek DF, Stewart BA (Eds.). Defining soil quality for sustainable environment.
Madison. Soil Science Society of America, p.3-21.

Edwards AP, Bremner JM. (1967) Microaggregates in soils. Journal of Soil Science
18:64-73.

Emerson WW (1959) Stability of soil crumbs. Nature 183:538.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Manual de métodos de


análise de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 2017.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Sistema brasileiro de


classificação de solos. Brasília: EMBRAPA Solos; 2013.

Fontana A, Brito RJ de, Pereira MG, Loss A. Índices de agregação e a relação com as
substâncias húmicas em Latossolos e Argissolos de tabuleiros costeiros, Campos dos
Goytacazes, RJ. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. 2010, 5, 291-297.
http://dx.doi.org/10.5039/agraria.v5i3a461.

Garbiate MV. Vitorino ACT, Tomasini BA, Bergamin AC, Huki EP. Erosão em entre
sulcos em área cultivada com cana crua e queimada sob colheita manual e
mecanizada. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 2011; 35;2145-2155.

Horii J. A cana-de-açúcar como matéria-prima. Piracicaba: Visão Agrícola, 2004.

Kiehl EJ. Manual de edafologia: Relações solo-planta. São Paulo: Ceres; 1979.

Lopes IM, Ziviani MM, Pinto LAS, Pinheiro EFM, Weber H, Pereira M G, Lima E,
Campos DVB. Agregação e Distribuição do Carbono nos Agregados de Latossolo
23

Vermelho sob Diferentes Níveis de Palhada da Cana-de-Açúcar em Paranavaí (PR).


Rev. Virtual Quim. 2017; 9 (5); 1985-1995. http://dx.doi.org/10.21577/1984-
6835.20170117

Mielniczuk J. Importância do estudo de raízes no desenvolvimento de sistemas


agrícolas sustentáveis. In: workshop sobre sistema radicular: metodologias e estudo de
caso; 1999; Aracaju, Sergipe: EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, 1999. p.13-17.

Milstein A, Islam MS, Wahab MA, Kamal AHM, Dewan S. Characterization of water
quality in shrimp ponds of different sizes and with different management regimes using
multivariate statistical analysis. Aquaculture International. 2005, 13, 501-518.
http://dx.doi.org/10.1007/s10499-005-9001-6

Munner M, Oades JM. The role of Ca-organic interactions in soil aggregate stability. III.
Mechanics and models. Aus. J. Soil Res. 1989, 27, 411-423.
http://dx.doi.org/10.1071/SR9890401.

Nimmo JR, Perkins KS. Aggregate stability and size distribution. Soil Science Society
of America Journal. 2002, 5, 317-328.

Oades JM (1984) Soil organic matter and structural stability: mechanisms and
implications for management. Plant Soil 76:319-337.

Oliveira DM, Williams S, Cerri CE, Paustian K. Predicting soil C changes over
sugarcane expansion in Brazil using the DayCent model. GCB Bioenergy. 2017, 9,
1436-1446. http://dx.doi.org/10.1111/gcbb.12427.

Oliveira VS, Rolim MM, Vasconcelos RFB, Pedrosa EMR. Distribuição de Agregados e
carbono orgânico em um Argissolo Amarelo distrocoeso em diferentes manejos.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. 2010, 14, 907-913.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662010000900001.

Palmeira PRT, Pauletto EA, Teixeira CFA, Gomes AS, Silva JB. Agregação de um
Planossolo submetido a diferentes sistemas de cultivo. Revista Brasileira de Ciência
do Solo. 1999, 23 (2), 189-195. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06831999000200001.
24

Peres JG, Souza CG, Lavorenti NA. Avaliação dos efeitos da cobertura de palha de
cana-de-açúcar na umidade e na perda de água do solo. Eng. Agríc. 2010, 30 (5), 875-
886. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69162010000500010.

Popin GV. Efeito do manejo da palha de cana-de-açúcar nas relações solo-planta


em Igaraçu do Tietê – SP. [Dissertação de Mestrado]. Piraciacaba: USP/ESALQ; 2017.

Rosim DC, de Maria IC, e Silva RL, da Silva AP. Compactação de um Latossolo
Vermelho distroférrico com diferentes quantidades e manejos de palha em superfície.
Bragantia. 2012;71; 502-508. http://dx.doi.org/10.1590/S0006-87052013005000003.

Rossetti K de V, Teixeira D de B, Reis IMS, Centurion JF. Agregação de um Latossolo


em função de diferentes ciclos de cultivo de cana-de-açúcar sob colheita mecanizada.
Revista Agro@mbiente On-line. 2014, 8 (1), 10-17. http://dx.doi.org/10.18227/1982-
8470ragro.v8i1.1438.

Silva IF, Mielniczuk J. Ação do sistema radicular de plantas na formação e estabilização


de agregados. Revista Brasileira de Ciência do Solo. 1997, 21 (2), 113-117.

Silva PV da; Monquero PA. Influência da palha no controle químico de plantas daninhas
no sistema de cana crua. Revista Brasileira de Herbicidas. 2013, 12 (1), 94-103.
http://dx.doi.org/10.7824/rbh.v12i1.235.

Soane B. The role of organic matter in soil compactability: a review of some practical
aspects. Soil & Tillage Research. 1990, 16 (1), 179-201.
http://dx.doi.org/10.1016/0167-1987(90)90029-D.

Souza FCA. Atributos físicos de solos submetidos à escarificação na linha de


plantio e em área total para cultivo da cana-de-açúcar [Dissertação de Mestrado].
Jaboticabal: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2016.

Souza GS de, Souza ZM de, Cooper M, Tormena CA. Controlled traffic andsoil physical
quality of an Oxisol under sugarcane cultivation. Scientia Agricola. 2015, 72, 270–277.
http://dx.doi.org/10.1590/0103-9016-2014-0078.
25

Souza GS, Souza ZM, Silva RB, Araújo FS, Barbosa RS, Araújo FS. Effects of traffic
control on the soil physical quality and the cultivation of sugarcane. Revista Brasileira
de Ciência do Solo. 2014;38;135-146. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
06832014000100013.

Souza ZM de, Beutler NA, Prado R de M, Bento MJC. Efeito de sistemas de colheita de
cana-de-açúcar nos atributos físicos de um Latossolo Vermelho. Científica. 2006, 34
(1), 31-38. http://dx.doi.org/10.15361/1984-5529.2006v34n1p31+-+38.

Stefanoski DC, Santos GG, Marchão RL, Petter FA, Pacheco LP (2013) Uso e manejo
do solo e seus impactos sobre a qualidade física. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental 17:1301-1309.

Tavares RLM, Farhate CVV, Souza ZM, La Scala Júnior, N, Torres JLR, Campos MCC.
Emission of CO2 and soil microbial activity in sugarcane management systems. African
Journal of Agricultural Research. 2015, 10 (9), 975-982.
http://dx.doi.org/10.5897/AJAR2014.9351.

Tisdall JM, Oades JM (1982) Organic matter and waterstable aggregates in soils.
Journal of Soil Science 33:141-163.

Tisdall JM, Oades JM. Organic matter and waterstable aggregates in soils. Journal of
Soil Science. 1983, 33, 141-163. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2389.1982.tb01755.x.

Varella, CAA (1999) Efeitos dos sistemas de cultivo convencional, mínimo e direto
no escoamento superficial e nas perdas de solo. 47 f. Dissertação (Mestrado)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Agronomia, Seropédica.

Vasconcelos RFB, Cantalice JRB, Oliveira VS, Costa YDJ, Cavalcante DM. Estabilidade
de agregados de um Latossolo Amarelo distrocoeso de tabuleiro costeiro sob diferentes
aportes de resíduos orgânicos da cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Ciência do
Solo. 2010, 34, 309-316. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832010000200004.

Vezzani FM, Mielniczuk J (2009). Uma visão sobre qualidade do solo. Revista
Brasileira de Ciência do Solo 33:743-755.
26

Vicente TF da S, Pedrosa EMR, Rolim MM, Oliveira VS, Oliveira AKS, Souza AMPL.
Relações de atributos do solo e estabilidade de agregados em canaviais com e sem
vinhaça. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. 2012, 16, 1215-
1222. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662012001100010.

Vischi Filho OJ, Souza ZM, Silva RB, Lima CC, Pereira DM, Lima ME, Sousa ACM,
Souza GS. Capacidade de suporte de carga de Latossolo Vermelho cultivado com
cana-de-açúcar e efeitos da mecanização no solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira.
2015;50;322-332. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-204X2015000400008.

Yamaguchi CS. Decomposição da palha de cana-de-açúcar em função da


quantidade aportada e da aplicação de vinhaça. [Dissertação de Doutorado].
Campinas: Instituto Agronômico, 2015.

Você também pode gostar