Artigo 15062020 Formatado

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

1.

INTRODUÇÃO
A torre de resfriamento é um equipamento muito comum em diversos setores, atuando em siderúrgicas,
indústrias alimentícias, químicas, petroquímicas, alimentícias, de geração de energia e muito mais. Sua
função, de forma simplificada, é reduzir parte do calor gerado nesses mesmos processos industriais. Para
Oliveira (2010), as torres de resfriamento estão atualmente associadas a fatores de redução de custos
operacionais juntamente com os fatores ambientais. Os sistemas de arrefecimento operam, em geral, em
circuito fechado visando à reutilização e a redução do desperdício de água.
Desde o projeto, dimensionamento e escolha de uma torre de arrefecimento, deve-se adequar a remoção
térmica troca térmica até chegar a uma temperatura mínima, de forma que se tenha o mínimo de perdas de
água e energia, garantindo que o processo esteja mantido sem perder eficiência produtividade. Pequenos
desvios em relação às especificações técnicas térmicas podem causar implicar em graves problemas de
funcionamento e na economia desse equipamento, assim como, pequenas melhorias podem trazer uma
grande economia em todo o processo.
O estudo teve como base a investigação análise dos parâmetros operacionais desta torre de resfriamento
através por meio de cálculos a partir de dados experimentais, foi possível avaliar seu funcionamento e sua
eficiência.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Sistema de refrigeração industrial

O sistema de refrigeração industrial (Figura 1) é aplicado em muitos segmentos das indústrias siderúrgica,
celulose, alimentícias, plástico, fundição e química, o monitoramento da temperatura é de fundamental
para estas indústrias. O processo industrial em sua maioria produz calor independentemente do segmento
e é necessário o controle desse calor. O sistema de resfriamento serve para retirar o calor gerido gerado
nestes durante os mais variados processos, sendo que os diversos processos industriais demandam um
domínio o controle da temperatura em determinada fração do processo. Um sistema de resfriamento
adequadamente operado e bem monitorado, alcança sua melhor performance na transformação de energia
térmica. Consequência disto, se tem uma melhoria da produtividade e redução de custos operacionais
(MORAES, 2017).

Existem dois tipos de sistemas de resfriamentos, são eles sistema de resfriamento refrigerado a ar e a
água. O sistema de resfriamento a ar que consiste na dissipação do calor por intermédio atmosférico
(TECNOGERA, 2014).
Figura 1 - Sistema de resfriamento industrial.

Fonte: Adaptado de CHILLER RADICAL, 2016.

2.2 Sistema de resfriamento a ar


Estas torres como as torres de resfriamento a água são utilizadas em regiões onde existem escassez de
água. No entanto, estas torres possibilitam somente a utilização do ar, ou seja, a transferência de calor
com o ar para resfriar a água. Este tipo de torre, induzida somente pela temperatura do bolso seco do ar,
alcança níveis de refrigeração de temperatura da água elevados comparada a outros tipos de torres de
resfriamento como a água ou evaporativas. Em épocas de estiagem, o resfriamento do líquido de
refrigerante não é o suficiente, em consequência do gradiente térmico no qual existe entre a água e o ar.

As torres de resfriamento a ar são empregadas pelas grandes usinas termoelétricas, visto que relevam a
instalação da mesma em lugares onde há poucas reservas de água e fonte considerável de combustível,
fato este que indica uma redução dos custos, de contrário, os custos se elevariam com a logística de
transporte de combustível imprescindível para seu funcionamento. Outra vantagem da torre de
resfriamento a ar é que, em comparação com as evaporativas, não se tem a necessidade de grandes
volumes de aditivos químicos e frequente higienização, além de sua manutenção ser mais barata. Outro
fato que deve-se dar relevância é quanto as vantagens em relação aos termos ambientais, no qual vão de
encontro as medidas tomadas nas políticas ambientais que impõe uma série de limitações à poluição
térmica, especificamente no que se refere a descargas de água de resfriamento para afluentes e rios para o
tratamento de efluentes, as nuvens causadas pelas torres de resfriamento a ar, fator este que, para
comunidades e localidades vizinhas, pode considerar um fator de risco e desconforto.

Sua desvantagem em relação a torre de resfriamento evaporativa, é não são tão ser menos eficientes, visto
que dependem da temperatura do bolbo seco do ar, carecendo necessitando de grandes áreas e gerando
muito ruído. Além de ser mais cara que as torres de resfriamento evaporativas, sendo que o custo do kW
em uma torre de resfriamento seca 4 vezes maior que a de uma torre de resfriamento evaporativo
(HINRICHS E KLEINBACH, 2004).

As torres de resfriamento a ar estão subdivididas em dois tipos:

• Condensadores de vapor de arrefecimento a ar;

• Sistemas de arrefecimento de líquido a ar;

2.2 Condensadores de vapor de resfriamento a ar

2.2.1 Tipo direto

Os condensadores de vapor de resfriamento do tipo direto são aplicados em centros de pequenas


proporções, com potência de 200-300kW (KATZ, 1972).
O funcionamento deste tipo de instalação pode ser visto na Figura 2.

Figura 2: Modelo de um condensador de vapor de resfriamento a ar do tipo direto.

Fonte: Adaptado de IPPC, 2001.

Com o intuito de diminuir as perdas de carga, o vapor de escape oriundo da turbina é direcionado
por intermédio de grandes dutos até o condensador de vapor. Em seguida o vapor percorre pelas
serpentinas com aletas, onde vai acontecer o resfriamento pelo ar externo que é ventilado sobre estas.
Então acontece a condensação do vapor, que será coletado no tanque de condensação, e futuramente
bombeado novamente para um ciclo de resfriamento novo. O formato em “A” em que a serpentina está
ordenada tem o intuito de permitir uma diminuição da área do terreno indispensável para a instalação
deste tipo de sistema.

2.2.1.2 Tipo indireto

As torres de resfriamento a ar do tipo direto são mais usadas nos centros de grandes proporções, no
qual são geradas potências que ultrapassam 1000 MW.
Estes tipos de torres são mais econômicos e eficientes, a água é resfriada na torre, por intermédio de
atomizadores, no condensador de contato direto onde vai resfriar o vapor de escape fazendo condensar. O
vapor condensado e a água de resfriamento da torre estão dispostos no fundo do condensador, onde em
seguida são removidos pela bomba de circulação. A fração maior de água de resfriamento é reenviada
para a torre, e uma quantidade igual a de vapor de escape é canalizada para a caldeira para uma nova
evaporação (KATZ, 1972).
2.3 Torre de resfriamento a água.

As torres de resfriamento a água foram projetadas no intuito de reduzir as nuvens projetadas pelas
torres de resfriamento evaporativas, somente com o adicionamento de um sistema de resfriamento a seco
que antecede o processo de evaporação, de modo a diminuir a humidade relativa do ar em um processo
abaixo onde a formação de nuvens visíveis fossem transcorrer sob condições de elevadas humidades e
baixas temperaturas para o ambiente externo. Outra vantagem deste tipo de torre de resfriamento é o fato
de serem usadas em áreas onde há escassez de água, pois permite a economia de água em meses chuvosos
do ano, visto que o processo usado é o de resfriamento a ar.
Este tipo de torre de resfriamento se assemelham as torres de resfriamento evaporativas indiretas,
pois também trabalham com funcionamento a seco. Portanto a diferença é o fato das torres de
resfriamento a água possuir duas zonas, uma seca e outra molhada, em oposição ao que acontece com as
indiretas onde o resfriamento molhado e a seco transcorrem na mesma zona, mas não em simultâneo.
As torres de resfriamento a água dispõem de dois tipos de serpentinas, sendo uma delas com aletas
voltadas para a zona seca e outra serpentina sem aletas voltadas para zona molhada. Isto permite a
aplicação simultânea de resfriamento a seco e resfriamento evaporativo nas épocas do ano mais quentes,
por outro lado as torres de resfriamento indiretas em que a utilização a seco se dar somente em épocas
mais chuvosas do ano, visto que estes tipos de torre possuem serpentinas sem aletas.
A figura 3 mostra que a água entra inicialmente através da zona seca percorrendo a serpentina, onde
acontece a troca de calor sensível com o ar externo, fazendo com que haja uma redução de sua
temperatura permitida pela temperatura do bolbo seco que atravessa a serpentina.
Figura 3: Torre de resfriamento a água com funcionamento a seco.

Fonte: Adaptado de KORPER, S/D.

Depois que sai da serpentina, o trajeto da água de circulação é definido de acordo com a necessidade
de mais resfriamento. Se for necessário resfriar ainda mais a água, esta será direcionada para zona
molhada, onde será removido o restante do calor.
Este tipo de torre, possibilita o consumo de água inferior em comparação as torres evaporativas, pois
diante de temperaturas elevadas uma parcela do calor é removida na zona seca (BONALDI, 2018).

2.4 Evolução: torres de resfriamento

Para Mancuso (2011), as primeiras torres de resfriamento tinham pouca eficiência e concepções simples.
Nesses primeiros dispositivos, a água era levada até o topo e nebulizada por bicos, aumentando, assim,
sua área de contato com a corrente de ar, e sua vazão controlada por venezianas localizadas nas paredes
laterais. As primeiras torres foram fabricadas pelo Eng. Hans Joachim Balcke, em 1894, já tinham 12
metros de altura e foram denominadas com o tipo “chaminé’’ (VETTOR TEMPSITE, 2012).
Nesse tipo de torre de resfriamento “chaminé” à medida que a água caia pela torre, esta entrava em
contato com o ar evaporando-se parcialmente. A água resfriada em certo volume era acumulada na
bandeja inferior, de onde voltava para o processo e novamente reutilizada como fonte fria. (MANCUSO,
2011)

Ainda para Mancuso (2011), apenas posteriormente verificou-se que a introdução de obstáculos no seu
interior, (chamado pelos fabricantes de “enchimento”) permitia um aumento na eficiência e grau de
nebulização, intensificando a troca de calor entre água e ar. Nesses equipamentos ocorriam perdas
relativamente grandes de água, pois as gotículas dispersas por arraste através das venezianas,
correspondiam a cerca de 0,3 a 1,0% da vazão da torre. Com o tempo a popularidade das torres com
circulação natural caiu, sendo substituídas por torres de circulação mecânica de ar, como a ilustrada
abaixo na Figura 4.
Figura 4: Primeira torre de resfriamento de água com tiragem mecânica do ar.

Fonte: VETTOR Comércio LDTA, 2012.

Os perfis e tipos das torres, assim como o material de construção, foram evoluindo com o tempo
juntamente com a sua eficiência. Um breve histórico dessa evolução é exemplificado pela VETTOR
comércio LTDA, e para a mesma as primeiras torres de resfriamento chegaram no Brasil em 1951 e sua
estrutura era feita em madeira. Hoje muitas torres já são construídas totalmente em fibra de vidro com as
partes internas feitas de PVC extrudado.

3 METODOLOGIA
3 1 Descrição da instalação

O sistema de resfriamento é composto por uma torre de resfriamento de tiragem do tipo


contador de fluxo induzido, fabricada pela empresa HAMON KOREA e sua
identificação é KHC-391. A torre opera com 10 células( 8 células operando e mais duas
em stand-by) e o fluxo de água de resfriamento em cada uma é de 5.000 .

Ajustar espaçamento
Os ventiladores da torre de resfriamento tem potência de , com velocidade de 112 RPM
da marca COFIMCO e não possuem velocidade controlada. Os ventiladores da série
COFIMCO G / GR-FRP estão disponíveis em duas configurações diferentes
(veja a figura 6, apenas como exemplo):

• Tipo G: ventiladores apoiados em eixos de transmissão.

• Tipo GR: ventiladores suspensos nos veios de transmissão.

Figura 1: Representação das ventoinhas da série COFIMCO 35 F G/GR FRP.

Fonte: Manual para operação e manutenção de ventoinhas COFIMCO.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, João Luís Toste. Apontamentos de Permutadores de Calor. Apostila de Azevedo, 2005.

DIAGNÓSTICO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE UMA TORRE DE RESFRIAMENTO DE


ÁGUA DA ARCELORMITTAL INOX BRASIL. Orientador: Prof. Dr. Geraldo Augusto Campolina
França. 2010. 110 p. Dissertação (Pós-graduação) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2010.
MANCUSO, Pedro Caetano Sanches. Reuso de água para torres de resfriamento, São Paulo, p. 1-18, 21
nov. 2011. Disponível em:
http://colecoes.sibi.usp.br/fsp/files/original/952afbf74da1f8655a67bbedbbb0dac3.pdf. Acesso em: 21
maio 2020.
MORAES, Bianca. Sistema de resfriamento Industrial. resfriamento, sistema de refrigeração industrial,
sistema de resfriamento de água, [s. l.], 2017. Disponível em: http://refrisat.com.br/conteudo/sistema-de-
resfriamento-industrial/. Acesso em: 2 abr. 2020.

OTIMIZAÇÃO OPERACIONAL DE TORRE DE RESFRIAMENTO. Revista Vincci, [S. l.], p. 132-160,


26 jul. 2017.
TECNOGERA (ed.). Saiba que o que é e qual a finalidade do sistema de arrefecimento: Sistema de
arrefecimento. In: SAIBA O QUE É E QUAL A FINALIDADE DO SISTEMA DE ARREFECIMENTO.
[S. l.]: Tecnogera, 2014. Disponível em: https://www.tecnogera.com.br/blog/saiba-o-que-e-e-qual-a-
finalidade-do-sistema-de-arrefecimento. Acesso em: 2 abr. 2020.

VETTOR comércios e serviços LTDA. História das torres de resfriamento. Vettor tempsite, 2012.
Disponível em: http://vettor.tempsite.ws/empresa/historia.html. Acesso em: 10 out. 2012.
CHILLER RADICAL (ed.). Sistema de resfriamento industrial. In: SISTEMA DE RESFRIAMENTO
INDUSTRIAL. [S. l.]: Tecnogera, 2016. Disponível em: https://www.chillerradical.com.br/sistema-de-
resfriamento-industrial. Acesso em: 2 abr. 2020.

HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin. Energia e Meio Ambiente. 3 Edição. São Paulo: Thomson,
2004.

KATZ, D. L. Chemical Engineering Progress. 1972.

IPPC, Climate Change. The Scientific Basis. 2001.

KORPER (São Paulo) (org.). Benefícios da utilização do circuito fechado de água industrial. 2016.
Desenvolvida por Korper. Disponível em: https://www.korper.com.br/Home. Acesso em: 19 maio 2020.

BONALDI, Bruno Gomes. A excelência do projeto de climatização e seu reflexo no conforto e custo
operacional. In: ENCONTRO NACIONAL DE EMPRESAS PROJETISTAS E CONSULTORES DA
ABRAVA, 13º, 2018, Salvador. Anais [...] . [São Paulo]: Encontro Nacional de Empresas Projetistas e
Consultores da Abrava, 2018. p. 1-17. Disponível em:
https://www.abrava.com.br/palestradnpc18/c2brunobonaldi.pdf.pdf. Acesso em: 19 abr. 2020.

Você também pode gostar