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Desenvolvimento 3-6 Anos

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Desenvolvimento bio-psico-social e

cognitivo na 2ª infância (3-6 anos)


(Definir o desenvolvimento bio-psico-social de três a seis anos, destacando suas
características.
Caracterizar o desenvolvimento cognitivo de três a seis anos.
Caracterizar o desenvolvimento motor de três a seis anos.)

 O desenvolvimento biopsicossocial na faixa etária


de 3 a 6 anos de idade

Entre os três e seis anos, temos o período marcado por novas


habilidades que vão sendo adquirida enquanto outras são
aprimoradas. Nessa nova etapa, conseguimos observar
notoriamente as mudanças físicas e biológicas que se apresentam
sob os seguintes aspectos, segundo Papalia e Feldman

As crianças crescem rapidamente entre os 3 e 6 anos de idade, mas num


ritmo diferente. Com aproximadamente 3 anos, as crianças normalmente
começam a perder a forma roliça característica dos bebês e assumem a
aparência mais esguia e atlética da infância. À medida que os músculos
abdominais se desenvolvem, a barriga grande da criança entre 1 e 3 anos se
fortalece. O tronco, os braços e as pernas ficam mais longos. A cabeça ainda é
relativamente grande, mas as outras partes do corpo continuam a se amoldar à
medida que as proporções corporais se tornam gradualmente mais
similares às de um adulto.

Além das características de crescimento evidenciadas acima,


outras transformações biológicas se dão por meio do
desenvolvimento muscular e esquelético e fortalecendo essas
estruturas. O cérebro se torna mais maduro, ampliando as
capacidades do sistema nervoso, respiratório,
imunológico, circulatório e das habilidades motoras. Dos
3 aos 6 anos de idade, as áreas de maior crescimento do
cérebro são as frontais, responsáveis pelo planejamento e
organização de ações (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Quanto
ao desenvolvimento social, a criança deve encontrar tanto no
ambiente familiar quanto nos espaços educacionais uma
estrutura que atenda duas necessidades. A organização
temporal e espacial na educação infantil deve ser pensada
com base na indissociabilidade das ações cuidadoras e
educativas. Segundo (FRISON, 2008, p. 169):
Os espaços são concebidos como componentes ativos
do processo educacional e neles são refletidas as
concepções de educação assumidas pelo educador e
pela escola. É importante que a sala de aula seja um
lugar motivador, em que se acolham as diferentes
formas de ser e agir contempladas nos projetos de
trabalho, nos quais as crianças vivenciam
experiências e descobertas. [...] O espaço físico pode
ser transformado em espaço educativo dependendo da
atividade que nele acontece

Assim, observamos pelo fragmento anterior que muito mais que


recursos, é importante que esses espaços sejam preenchidos
com experiências que promovam um convívio que respeite a
diversidade e a individualidade, com o objetivo de construir o
conhecimento. Cada criança realiza uma atividade, tendo uma
variedade de materiais que oportunizam o exercício da
criatividade. É importante que os profissionais da educação
compreendam que as crianças têm direitos e liberdade de
escolha e que, acima de tudo, percebam que organizar um
espaço não se resume a equipar um ambiente com variados
brinquedos, mas também oferecer flexibilidade e respeito pelas
escolhas feitas – dar a oportunidade de a criança ter o direito a
fala, atenção e expressão de seus sentimentos (MACHADO,
2004).

 O desenvolvimento cognitivo de crianças de


3 a 6 anos

O desenvolvimento cognitivo das crianças na segunda infância


foi objeto de estudo de muitos pesquisadores e psicólogos. Uma
importante contribuição acerca dessa fase se deu por meio das
investigações de Jean Piaget, que dividiu o desenvolvimento
infantil em etapas. A que compreende essa fase é denominada
de estágio pré-operatório, que compreende o desenvolvimento
em que há uma expansão da capacidade do pensamento
simbólico, mas as crianças ainda não estão suficientemente
desenvolvidas para realizar operações usando a lógica
(PAPALIA; FELDMAN, 2013). Para identificar os avanços
cognitivos referentes à faixa etária de 3 a 6 anos, observe os
quadros a seguir, adaptados de Papalia e Feldman (2013, p. 259).
Conforme se observa, o Quadro 1 explicita os avanços
cognitivos, as descrições de como ocorrem, assim como traz
exemplos para ilustrá-los. Já no Quadro 2, vemos as limitações,
descrições e os exemplos dos aspectos imaturos do
pensamento pré-operatório de acordo com Piaget, podendo
compreender o desenvolvimento dos estudos sobre casualidade,
identidade, categorização e números. Sobre o desenvolvimento
da memória na faixa etária de 3 a 6 anos, na segunda infância,
as crianças apresentam avanços na atenção e no
processamento de informação, iniciando a aquisição da
habilidade de formar memórias de longo prazo. Apesar de as
crianças mais novas não se lembrarem tanto quanto as mais
velhas, elas conseguem ter atenção em detalhes com exatidão
sobre um evento, enquanto os adultos costumam se concentrar
mais na essência dos acontecimentos. Pelo fato de nessa fase
terem passado por menos experiência que os adultos, as crianças
são capazes de notar aspectos relevantes, que ajudam a
reativar essas lembranças posteriormente (PAPALIA; FELDMAN,
2013).

 O desenvolvimento Motor de crianças de 3 a


6 anos

Devido ao desenvolvimento do córtex cerebral, responsável


pelas áreas sensoriais e motoras, as crianças, nesse período de
vida, passam a ter uma melhor coordenação entre o que
planejam e o que são capazes de fazer. Há avanço nas
habilidades motoras grossas, que envolvem músculos maiores no
corpo, tornando-as capazes de correr, saltar, pular, escalar, já
que os músculos e ossos estão mais fortalecidos, assim como
o pulmão, ampliando as capacidades respiratórias (PAPALIA;
FELDMAN, 2013). Quanto às habilidades motoras finas, que
requerem o movimento de pequenos músculos e que envolvem a
coordenação de olhos e mãos e dos músculos pequenos,
permitem que as crianças consigam, por exemplo, abotoar uma
camisa e desenhar imagens. “As crianças em idade pré -escolar
mesclam continuamente as habilidades que já possuem com
as que estão adquirindo para produzir capacidades mais
complexas. Essas combinações de habilidades são conhecidas
como sistemas de ação [...]” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 251).
Outro ponto a ser observado se trata dos avanços psicomotores
concretos, como mostra o Quadro 3 (COLL; MARCHESI;
PALACIOS, 2004).
Pelas informações dispostas no Quadro 3, observamos que, a cada
período, novas habilidades vão sendo adquiridas e aprimoradas,
desde que a criança tenha estímulo, ambientes apropriados e
incentivo em autonomia para executar ações que já é capaz de
realizar sem o auxílio de um adulto. Outro aspecto a ser
abordado sobre o desenvolvimento motor diz respeito às
relações simbólicas do esquema corporal. Esse conceito se
refere à representação que temos de nosso corpo, como
enxergamos nossas possibilidades de movimentos, ações e
limitações. Trata-se de uma representação complexa que se
constrói a partir de nossas experiências corporais. Segundo Coll,
Marchesi e Palacios (2004, p. 135):
Imagine-se nessas diversas situações: um amigo diz que você
tem uma mancha bem debaixo do queixo; estando sentado, o
lápis cai entre seus pés, e, sem mover a cadeira, procura
alcançá-lo, guiando-se pelo som que o lápis produz ao cair ou
pela visão que teve da posição do lápis antes de se abaixar; o
despertador toca estridente de manhã̃ cedo e você precisa
desligá-lo urgentemente; você quer jogar um papel dentro de
uma lixeira que está a certa distância e tem de decidir no ato se
vai se aproximar da lixeira ou se vai atirá-lo do lugar em que está
. Nessas situações, e em outras muito semelhantes que
poderíamos utilizar como exemplos, são produzidos
comportamentos rápidos e não meditados em resposta às
demandas da situação: levar a mão exatamente debaixo do
queixo, flexionar o tronco e dirigir a mão ao lugar em que o lápis
está (enquanto se mantém o olhar fixo no interlocutor), levar
diretamente o dedo indicador ao interruptor do despertador,
aproximar-se um pouco da lixeira e jogar o papel dentro dela.
Como é evidente, estamos nos aproveitando continuamente de
ter uma representação bem articulada de nosso corpo e de suas
relações com o ambiente. Se não fosse assim, a realização de
nossa atividade motora iria se ver continuamente entorpecida, e
estaríamos sempre envolvidos em penosas tentativas e erros
motores.

Assim, para desenvolver essa representação de esquema corporal


evidenciado nos exemplos anteriores, temos de passar por um
extenso processo de tentativas (COLL; MARCHESI; PALACIOS,
2004), ajustando nossas ações corporais por meio de estímulos
ambientais e de acordo com nossos objetivos para cada uma
dessas ações. Assim, ocorrem as aprendizagens e ajustes que vão
sendo acrescentados às nossas experiências.

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