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PeakVue: Uma mais-valia na anlise de vibraes
A medio e anlise de vibraes uma tcnica de controlo de condio, apesar de tecnologicamente avanada, j bastante utilizada de forma satisfatria pela generalidade da indstria de manuteno, sendo manifestamente acessvel a qualquer empresa, mesmo de pequena dimenso, seja por implementao interna ou por servio externo. Em comparao com outras tcnicas, permite detectar de forma eficaz um grande nmero de anomalias em equipamentos mecnicos, tais como desequilbrios, desalinhamentos, folgas, ressonncia, problemas em rolamentos e engrenagens e at problemas elctricos em motores. Como tal, as suas vantagens so evidentes e os seus benefcios so perceptveis a curto prazo. H muito tempo que anomalias como, por exemplo, o desequilbrio e o desalinhamento so facilmente detectveis, na grande maioria dos equipamentos industriais, com qualquer analisador espectral. Porm, comeou a sentir-se a necessidade de detectar de forma mais precoce alguns defeitos que tm a particularidade de se manifestar atravs de choques e impactos, nomeadamente os problemas em rolamentos e em engrenagens. Ao mesmo tempo, desde sempre tm existido casos especficos em que a deteco de tais problemas se mostra particularmente difcil com o processamento tradicional, como por exemplo, mquinas de muito baixa rotao e mquinas alternativas.
O que o PeakVue
O PeakVue um sistema de processamento, desenvolvido pela CSI (Computational Systems Incorporated), que consiste na modulao a baixa frequncia detectada nas gamas de alta frequncia. Quando uma pea de metal flectida, partida ou sofre um choque, so criadas ondas de impacto de curta durao e muito alta frequncia. Tal acontece, por exemplo, quando um corpo rolante de um rolamento passa por um defeito. ento originado um movimento sinusoidal com as seguintes caractersticas: Pequeno tempo de durao: alguns milisegundos. Alta frequncia: de 1 kHz at 50 kHz.
Devido sua curta durao e alta frequncia, muitas destas ondas de impacto no so detectadas pelo processamento tradicional, em que o sinal vibromtrico adquirido mediante a leitura de vrios valores instantneos, a que se chamam amostras. Aqui, a taxa de amostragem (Srate) limitada e dependente da frequncia mxima (Fmx):
Srate = 2,56 * Fmx
Por exemplo, se Fmx for de 1000 Hz, teremos Srate = 2560 amostras por segundo. Desta forma, quando mais baixo for o valor de Fmx, menor ser a taxa de amostragem, e eventos transientes que se manifestem sob a forma de ondas de impacto no so capturados. J com o PeakVue, independentemente de Fmx, temos sempre uma taxa de 100.000 amostras por segundo, em consequncia de um elaborado sistema de processamento do sinal. Desta forma, possvel detectar as ondas de impacto de alta frequncia e muito curta durao que no seriam detectveis atravs do processamento normal, mesmo em mquinas de muito baixa rotao:
O PeakVue captura o valor de pico da onda no tempo, num intervalo de tempo definido, aps fazer passar o sinal por um filtro, de modo a eliminar as frequncias de baixa frequncia e grande amplitude, como as harmnicas da velocidade de rotao. Estes valores de pico podem ento ser processados e representados num espectro de frequncia, tal como os valores instantneos no processamento tradicional. As frequncias de baixa amplitude passam ento a ser claramente visveis. Em comparao com outras formas de processamento, como a Demodulao, o PeakVue no altera a amplitude real medida, nem deforma a onda no tempo, sendo assim possvel seguir a tendncia dos valores medidos.
Aplicao do PeakVue
Convm destacar o facto de que o PeakVue faz leituras de alta frequncia, mesmo num equipamento de baixa velocidade. Por esta razo, devem ser tidas em conta os seguintes aspectos:
Usar um acelermetro com boa resposta a alta frequncia (< 5 kHz) e com uma sensibilidade de 0,1 Volt/G. Definir um ponto de medio em unidades do sensor (acelerao), para no existir integrao dos dados. Montar o acelermetro no equipamento fixado numa base magntica ou de enroscar.
O valor da frequncia mxima deve ser definido com base nas frequncias que queremos ver no espectro. O PeakVue obriga tambm utilizao de um filtro, havendo uma regra bsica na sua definio: utilizar um filtro passa-alto (filtro que elimina as frequncias abaixo de um determinado valor) de valor igual ou superior a Fmx. Na prtica, verifica-se que mesmo uma escolha menos correcta de Fmx e do filtro continua a devolver resultados vlidos. Geralmente, suficiente a utilizao do PeakVue num nico ponto de medio por componente. Para mquinas com uma velocidade de rotao inferior a 600 rpm, recomenda-se mesmo a sua utilizao em todas as medies, em detrimento do processamento tradicional. Tm j sido reportados casos de sucesso em mquinas com velocidades de 15 rpm e menos. O PeakVue tambm mostra-se especialmente adequado anlise de mquinas alternativas, ao diferenciar as harmnicas originadas pelas foras recprocas, das harmnicas devidas a folgas e impactos, tambm excelente para a anlise de caixas redutoras complexas, pois permite observar e identificar claramente as frequncias de engrenamento e dos rolamentos.
Caso Prtico engrenagens de uma caixa redutora

Esta caixa redutora acciona um reactor de uma fbrica de produtos qumicos e est sujeita a medies vibromtricas regulares de periodicidade mensal. Comeou-se a verificar o aumento dos nveis de vibrao, tanto nas medies em acelerao (05000 Hz) com o processamento normal, como nas medies com PeakVue (0-500 Hz com filtro HP 1000 Hz). Na medio com o processamento tradicional, observam-se algumas harmnicas da frequncia de engrenamento e uma grande quantidade de energia no sncrona.
2 C CCC 1 - REACTOR B -P5X CX RED. ENTRADA LD INT. ACEL V ROUTE SPECTRUM 21-Nov-00 15:39:38 OVRALL= .9057 A-DG RMS = .9021 LOAD = 140.0 RPM = 748. RPS = 12.46 C=1 ENGRENAMENTO
RMS Acceleration in G-s
0.20 0.16 0.12 0.08 0.04 0 0 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 0 10 20 1000
2000
3000 Frequency in Hz
4000
5000
Acceleration in G-s
CF ALARM PK ALARM PK ALARM CF ALARM
WAVEFORM DISPLAY 21-Nov-00 15:39:38 RMS = .8314 PK(+) = 4.75 PK(-) = 5.63 CRESTF= 6.77
30
40 50 Time in mSecs
60
70
80
J o espectro recolhido com o PeakVue mostra claramente as harmnicas da velocidade de rotao do veio de entrada com uma amplitude elevada, acompanhado de impactos severos,
como se pode comprovar pelo aspecto da onda no tempo. Tal permitiu concluir sobre a existncia de problemas com as engrenagens da caixa redutora.
1 RMS Acceleration in G-s 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0 0 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 0 100 200 300 400 500 Time in mSecs 600 700 800 Freq: 12.50 Ordr: 1.002 Spec: .738 CF ALARM PK ALARM PK ALARM CF ALARM 100 200 300 Frequency in Hz 400 500 AAAAA 2 - REACTOR B -PK5 PEAKVUE ROUTE SPECTRUM 21-Nov-00 15:39:51 (PkVue-HP 1000 Hz) OVRALL= 1.26 A-DG RMS = 1.25 LOAD = 140.0 RPM = 749. RPS = 12.48 A=MOTOR
A caixa foi inspeccionada e reparada, tendo-se observado alguns dentes partidos e um grande desgaste das engrenagens. Aps a interveno, o nvel de vibrao baixou consideravelmente.
RMS Acceleration in G-s
Acceleration in G-s
WAVEFORM DISPLAY 21-Nov-00 15:39:51 (PkVue-HP 1000 Hz) RMS = 1.24 PK(+) = 6.49 PK(-) = .9475 CRESTF= 5.22
- REACTOR B 2 -PK5 PEAKVUE
Aps interveno
Max Amp .74 Plot Scale 0.40 0 27-Nov-00 16:00:19 21-Nov-00 15:39:51 07-Nov-00 14:56:56 500 02-Jan-01 15:39:04 19-Dec-00 15:37:39 05-Dec-00 16:40:31
100
200
300 Frequency in Hz
400

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Srate = 2,56 * Fmx

Caso Prtico engrenagens de uma caixa redutora

RMS Acceleration in G-s

0.20 0.16 0.12 0.08 0.04 0 0 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 0 10 20 1000

CF ALARM PK ALARM PK ALARM CF ALARM

RMS Acceleration in G-s

- REACTOR B 2 -PK5 PEAKVUE

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