Transferência de Embriões - Letícia Pazzim
Transferência de Embriões - Letícia Pazzim
Transferência de Embriões - Letícia Pazzim
Curitibanos
2021
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Curitibanos
2021
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Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de
“Médico Veterinário” e aprovado em sua forma final pela seguinte banca:
Banca Examinadora:
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Embryo transfer (ET) is a globally widespread biotechnology, with the main objective
of producing a high number of genetically superior offspring per female. From TE it is
possible to reduce the interval between generations and increase the speed of genetic
improvement of the herd, in addition to allowing genetically superior animals and those
with acquired reproductive disorders to reproduce, preventing or discarding them early.
The technique consists of obtaining embryos from a donor female and transferring
them to recipients, with a process of completing the gestation period. Therefore, it is
necessary to carry out the selection and synchronization of the estrous cycle of donors
and recipients of embryos, and a hormonal donor superovulation protocol, in addition
to the collection, classification and transfer of the embryos. The present work of
completion of the course in Veterinary Medicine at the Federal University of Santa
Catarina presents a literature review regarding embryo transfer (ET) in bovines. During
this monograph, the physiological reproductive aspects of bovine animals are added,
as well as the main steps for carrying out embryo transfer in this species.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
BE Benzoato de Estradiol
°C Graus Celsius
CL Corpo Lúteo
cm Centímetros
E2 Estrógeno
ECC Escore de Condição Corporal
FD Folículo Dominante
FSH Hormônio Folículo Estimulante
g Gramas
GnRH Hormônio Liberador de Gonadotrofinas
h Hora
ICM Massa Celular Interna
IETS International Embryo Transfer Society
IM Intramuscular
L Litros
LH Hormônio Luteinizante
ml Miligramas
ng Nanogramas
P4 Progesterona
PGF2α Prostaglandina dois alfa
PIVE Produção In Vitro de Embriões
SNC Sistema Nervoso Central
SOV Superovulação
TE Transferência de Embriões
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 15
2. OBJETIVOS ........................................................................................ 17
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................ 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................. 17
3. FISIOLOGIA REPRODUTIVA EM FÊMEAS ....................................... 18
3.1 Estrutura ovariana ............................................................................. 18
3.2 Endocrinologia reprodutiva ................................................................ 20
3.3 Dinâmica folicular .............................................................................. 22
4. TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES .................................................... 26
4.1 Seleção de doadoras ......................................................................... 26
4.2 Protocolos de superovulação de doadoras ........................................ 27
4.3 Coleta de embriões ............................................................................ 31
4.4 Avaliação morfológica de embriões ................................................... 34
4.5 Envase e criopreservação .................................................................. 38
4.6 Seleção e preparo de receptoras ....................................................... 40
5. CONCLUSÃO ..................................................................................... 45
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1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Sabe-se que o desenvolvimento folicular bovino tem início ainda na vida fetal a
partir de células germinativas primordiais. Estas células são provenientes do
endoderma do saco embrionário vitelino e são responsáveis pela formação e
manutenção do ovário. A partir de sucessivas mitoses e síntese de DNA, estas células
atingem a fase de oócitos primários, onde adquirem uma camada única de células da
pré-granulosa, formando os folículos primordiais (SANTOS, 2017).
Contudo, caso não haja embrião viável no útero da fêmea, ocorre a luteólise no
dia 16 do ciclo reprodutivo da vaca, a partir da ação do hormônio PGF2α, produzido
pelo útero (GONZÁLEZ, 2002). Sabe-se que, após um período de 12 a 14 dias de
exposição à progesterona, as células endometriais e o eixo hipotálamo-hipofisário
tornam-se insensíveis a este hormônio. Em consequência, o estradiol, produzido pelo
folículo dominante, estimula a produção de receptores para ocitocina no endométrio
uterino, mas também induz a liberação do mesmo hormônio pela neurohipófise. Em
decorrência da ação da ocitocina sobre seus receptores endometriais, ocorre a
síntese e secreção de PGF2α, responsável pela luteólise (SILVA, 2020A). A Tabela 1
demonstra os principais hormônios que agem no trato reprodutivo feminino, assim
como suas estruturas de origem e suas respectivas funções.
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e dominância, ovulação ou atresia (Figura 4). Durante o ciclo estral de fêmeas bovinas,
são apresentadas de duas a três ondas foliculares, sendo que a ovulação irá ocorrer
apenas na última. Em vacas com três ondas foliculares, a fase lútea é mais longa e,
consequentemente, o ciclo estral também é mais comprido, de 22 a 23 dias. No
entanto, as vacas com duas ondas apresentam um ciclo estral de 18 a 21 dias, sendo
que o período de dominância folicular é maior nestes animais, o que influencia no
potencial dos ovócitos para desenvolver um embrião viável. Ou seja, a porcentagem
de concepção é menor quando ovulam folículos que tiveram mais dias de dominância
(SILVA, 2020A).
4. TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
Apesar das suas vantagens, a TE, assim como qualquer outra técnica,
apresenta algumas limitações. Estas podem estar associadas às fêmeas doadoras de
embriões, havendo discrepância nas respostas aos tratamentos hormonais, mas
também relacionadas às receptoras. A seleção e o manejo adequado das receptoras
de embriões são indispensáveis para o sucesso da TE, uma vez que a mortalidade
após a transferência é ainda significativa e limita muito a eficiência desse método
(HONORATO et al., 2013).
Além disso, outro aspecto importante para a seleção é analisar o bem-estar das
doadoras, já que, sob situações de estresse, não respondem de maneira eficiente ao
tratamento superovulatório (WILLIAMS, 2001). Também é necessário avaliar o estado
corporal dos animais, onde as doadoras devem estar sadias e com bom escore
corporal (ECC 3, considerando uma escala de 1-5) (SANTOS, 2012).
Para tanto, a onda folicular pode ser estimulada com FSH, sendo que altas
doses deste hormônio são administradas aos animais antes que se estabeleça a
dominância folicular. Dessa maneira, os efeitos inibitórios do folículo dominante sobre
o crescimento dos demais folículos são bloqueados. Ou seja, o hormônio folículo
estimulante em altas concentrações promove o crescimento simultâneo de vários
folículos com características fisiológicas semelhantes daqueles selecionados para
ovularem. A divergência folicular é impedida, e os folículos terciários, que seriam
fadados a atresia, tornam-se folículos ovulatórios (OLIVEIRA C. S. et al., 2014).
Tabela 3 - Protocolo de SOV com associação de FSH, E2, P4, CIDR e PGF2α.
DIA 0 4 5 6 7 8 9
MANHÃ P4 + E2 FSH FSH FSH FSH – CIO IA
+ CIDR CIDR
TARDE FSH FSH FSH e FSH IA
PGF2α
Fonte: Penitente Filho et al. (2014).
buscou-se tornar a colheita por via transcervical uma técnica prática, asséptica e
segura para a doadora, com a menor possibilidade de contaminação ou de perda dos
embriões. Além disso, o circuito fechado propicia uma maior pressão no interior do
corno uterino, o que favorece a recuperação do meio de lavagem infundido para o
interior do útero. Neste método de coleta, a sonda utilizada pode ser fixada no corpo
do útero, lavando os dois cornos uterinos de uma só vez, ou na base de cada corno
uterino, onde a lavagem é realizada em um corno por vez (OLIVEIRA C. S. et al.,
2014).
Por fim, de acordo com Hopper (2015), após realizar a lavagem uterina na
fêmea doadora de embriões, deve-se aplicar Prostaglandina, a fim causar a luteólise
e impedir o desenvolvimento de uma possível gestação, caso tenha restado algum
embrião remanescente no interior do trato reprodutivo dela.
• Uma célula ou não fertilizado (Estágio 1): um oócito coletado por volta do dia
7 é chamado de óvulo não fertilizado. O seu citoplasma parece granular,
contendo uma quantidade razoável de espaço perivitelino. O óvulo não
fertilizado pode estar degenerando no dia 7 e mostrar uma aparência mais
fragmentada.
• Duas células a doze células (Estágio 2): embriões que são recuperados por
volta do dia 7, contendo 2 a 12 células, são considerados atrasados em seu
estágio de desenvolvimento e devem ser considerados mortos ou
degenerados.
prenhez são ainda menores com esta qualidade mesmo que transferidos a
fresco.
4. Morto ou degenerado: oócitos não são viáveis, que devem ser descartados.
Além disso, de acordo com Youngs (2007), os animais devem ser negativos
para tuberculose, brucelose e leucose enzoótica, além de serem imunizados contra
diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa bovina, leptospirose, clostridioses, febre
aftosa e raiva. Ainda, devem receber vermífugos e ectoparasiticidas, a fim de haver o
controle de endoparasitos e ectoparasitos.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALVAREZ, R.H. et al. Transfer of bovine blastocysts derived from short-term in vitro
culture of low quality morulae produced in vivo. Reproduction of Domestic Animals
(OnlineEarly Articles), 2007.
GOODHAND, K. L. et al. In vivo oocyte recovery and in vitro embryo production from
bovine donors aspirated at different frequencies or following FSH treatment.
Theriogenology, v. 51, p. 951-961,1999.
SPELL, A. et al. Evaluating recipients and embryo factors that affect pregnancy rates
of embryo transfer in beef cattle. Theriogenology, v. 56, n. 2, p. 287-299, 2001.