Escatologia - Apostila Completa
Escatologia - Apostila Completa
Escatologia - Apostila Completa
INTRODUÇÃO
B) Definição Teológica:
A Doutrina das Últimas Coisas, por conseguintes, são as verdades da Bíblia Sagrada
referente aos derradeiros dias da história humana. Em Teologia Sistemática, recebe ela o nome de
Escatologia que, em grego, significa, literalmente, estudo das “Últimas Coisas”.
É o estudo dos acontecimentos que hão de ocorrer conforme a soberana vontade de Deus
(Ef 3.11).
A questão é como se interpreta o termo “últimas coisas”. Para muitos, este termo está
relacionado a uma ideia de finalização de uma certa existência posterior ao próprio fim. Mas, pela
visão bíblica, o fim dá início a uma nova etapa. O exemplo disso é o noivado, que pode chegar ao fim
quando o casal se separa, mas também pode chegar ao fim quando o casamento chega.
É por isso que a escatologia não está relacionada ao estudo do “fim do mundo”, pois a
Bíblia ensina que o fim é a consumação é a consumação, ou melhor dizendo, um novo início. Desse
modo, a Escatologia é a doutrina que aborda como todas as coisas se completarão na plenitude dos
tempos.
3. A profecia e a Escatologia
A escatologia tem profunda relação com a profecia. Não podemos evitar nem negligenciar
a profecia. Se trouxermos o estudo da Bíblia apenas para a esfera presente, como trataremos das
profecias que nos estimulam a vigiar acerca da vinda de Cristo?
Há um outro fator importante nessa relação entre a escatologia e a profecia que é o seu
cumprimento passado. São profecias que foram faladas ou registradas bem antes dos eventos
profetizados, principalmente, aquelas relativas a Cristo. As profecias quanto à sua primeira vinda se
tornaram históricas pelo seu cumprimento literal (Is 7.14; Mq 5.2; Is 11.2; Zc 9.9; Sl 41.9; Zc 11.12; Sl
50.6; Sl 34.20; Is 53.4-6). Portanto, a relação da escatologia com a profecia não é teórica, porque tem
o testemunho das Escrituras.
Compreender a linguagem da mensagem profética no estudo da escatologia é de
fundamental importância. Toda e qualquer declaração profética depende da linguagem. Expressões
simples do conhecimento humano foram usadas e inspiradas pelo Espírito Santo aos profetas, para
que, na apresentação da mensagem profética, não houvesse confusão na sua compreensão. A
linguagem da profecia bíblica é singela e clara, mesmo quando ela vem em forma alegórica. Seu
objetivo primordial é apresentar as verdades divinas. Todo aquele que ministra a Bíblia é chamado por
Deus para declarar “todo o conselho de Deus” (At 20.27). Não há como escapar da responsabilidade
de conhecer e interpretar corretamente os textos bíblicos proféticos.
B) IDEALISTA – Olha de uma forma que não está preocupada se o que está escrito aconteceu ou
irá acontecer. Percebe uma espécie de desenvolvimento de uma batalha de ideias ou espiritual
entre o bem e o mal. Como se o Apocalipse fosse uma luta da semente da mulher com a
serpente. Não é exatamente a profecia que vai se cumprir, mas são verdades que se aplicam
à nossa vida.
B) PRÉ MILENISTA – Creem que esse Reino ainda há de chegar no futuro, dentre os quais ainda
se dividem em:
- Dispensacionalistas:
- Clássicos: defensores de sete ou oito dispensações, que fazem aqueles gráficos
bem interessantes; as dispensações são como testes divinos pelos quais os
homens devem passar. Por exemplo, na Dispensação Adâmica, Deus testa Adão
com uma ordem e estabelece um juízo. Uma vez que Adão pecou, Deus dá início
à nova dispensação. A atual dispensação também tem um teste, uma ordem e um
juízo que é a tribulação futura. Depois dessa tribulação, inicia-se nova
dispensação, a do Milênio. Característica importante do clássico é seu propósito
dualista de redenção. Deus, portanto, tem dois propósitos diferentes, um
relacionado ao céu e outro relacionado à Terra. O Dispensacionalismo clássico
tem como proponentes Darby, Chafer e Scofield.
- Revisados: recebe esse nome porque procura revisar algumas ideias centrais do
Dispensacionalismo clássico. Uma das principais modificações à teologia do
clássico é o abandono do dualismo eterno bem como da separação da
humanidade celestial e terrena. Não havia mais uma distinção celestial/terrena,
mas aqueles representados por Israel e pela Igreja. Estes dois grupos contêm
diferentes indivíduos, assim uma pessoa não poderia estar em ambos ao mesmo
tempo, embora a salvação recebida seja a mesma para ambos por meio da fé.
Portanto, a distinção entre Israel e Igreja é enfatizada. Embora a salvação que eles
recebem seja a mesma, as duas entidades são estruturadas de forma diferente,
com diferentes papéis e responsabilidades. Para a maioria dos revisados não há
duas novas alianças, mas apenas uma. A distinção entre Israel e Igreja, como
grupos diferentes, permanece pela eternidade, mesmo que ambos herdem o
milênio e estado eterno em um corpo glorificado. Negam que Jesus já esteja
sentado ou governando do trono de Davi na era da Igreja, sendo, portanto, um
reinado futuro.
- Progressistas: De toda essa tradição dispensacionalista anterior, a progressiva se
diferencia por ver as dispensações como avanços ou progressos dentro dos planos
de Deus. O dispensacionalismo progressivo rompe com essa visão, influenciado
pela teologia bíblica europeia e pela teologia do reino de George Ladd. Dessa
forma, os progressivos procuraram corrigir todos os excessos dos
dispensacionalistas tradicionais, vendo os planos divinos como algo unificado. A
Bíblia apresentaria então um centro unificador, que é o avanço do Reino de Deus,
e cada dispensação é um progresso das conquistas divinas durante o Seu plano.
O Dispensacionalismo progressivo considera que a Igreja é parte vital do mesmo
plano de redenção dado por Deus a Israel. Apesar de o Dispensacionalismo
progressivo vê a Igreja como uma manifestação da graça, uma nova dispensação
na história redentiva, ainda acredita que essa graça está precisamente de acordo
com as promessas do Antigo Testamento. Assim, uma vez que as bênçãos da Nova
Aliança foram inauguradas na Igreja, há uma distinção desta com os judeus e
gentios da dispensação passada. Contudo, apenas algumas bênçãos foram
inauguradas, o que faz com que a Igreja seja também distinguida da próxima
dispensação em que todas as bênçãos serão inauguradas. Assim, há mais
continuidade entre Israel e Igreja do que os outros dois tipos de
Dispensacionalismo. O progressivo considera que Israel e Igreja constituem o
povo de Deus quanto à salvação e ambos se relacionam com as bênçãos da nova
aliança. Contudo, ainda é notada a distinção indenitária e funcional para o Israel
étnico.
- Históricos: Jesus vai estabelecer um Reino literal na terra, com ideias diferentes sobre O
momento em que ocorrerá o arrebatamento: Pré-tribulação, Pós-tribulação, Pós-tribulação, mas pré-
ira – ao soar da última trombeta, e antes do derramar das taças.
C) PÓS MILENISTA - Crê que o Reino há de vir de uma forma espiritual, em forma de um
avivamento e transformação da sociedade.
2 – SINAIS DE QUE A VINDA DO SENHOR SE APROXIMA
Encontramos no texto escrito por Paulo a Timóteo, alguns dos maiores sinais dos últimos
tempos, que antecedem a vida do Senhor, e que se referem à apostasia dos últimos tempos.
2 Timóteo 3.1-9:
1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 - porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 - sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 - traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 - tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
6 - Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias
carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências,
7 - que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
8 - E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo
homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.
9 - Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o
daqueles.
Este tema tem destacada importância na área da Escatologia Bíblica. Segundo as
Escrituras, a apostasia é um pecado contra a fé cristã e, ao contrário do que alguns pensam, está
presente nos dias atuais não apenas como um sinal da vinda de Cristo, mas como uma atividade
maligna contra a Igreja do Senhor.
Ore a Deus para que seus alunos não se desviem, seguindo a doutrinas de demônios e
apartando-se da genuína fé cristã. Oriente-os para que tenham cuidado com as antigas e novas
heresias que contrariam a Palavra de Deus.
As epístolas de Paulo a Timóteo foram escritas aproximadamente entre 61 a 65 d.C.
Embora o Doutor dos Gentios tenha escrito a primeira, provavelmente na Macedônia, e a segunda em
Roma, ambas tratam do mesmo tema: A apostasia dos últimos tempos (1 Tm 4.1-5; 2 Tm 3.1-9).
Timóteo era um jovem pastor que dirigia a igreja de Éfeso na província da Ásia. Naquela
época, não somente Éfeso, mas outras seis cidades da mesma província, estavam sendo assoladas por
diversas heresias (Ap 2.6-20) relacionadas principalmente à idolatria, ao materialismo, ao profetismo
e à imoralidade.
Daí a necessária e urgente admoestação dos apóstolos: “Quem tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas... que nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé” (Ap 2.7a; 1 Tm 4.1a). Esta
advertência não é apenas histórica, mas profética.
Inspirado pelo Espírito Santo, deixou-nos o apóstolo Paulo este gravíssimo alerta: “Mas o
Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a
espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). Infelizmente, essa profecia vem se
cumprindo de forma alarmante.
Igrejas são corrompidas por falsos mestres; congregações inteiras são desviadas da
simplicidade evangélica por videntes e profetas que se acham a serviço de Satanás; rebanhos são
apartados da verdade pelos que mercadejam a Palavra de Deus. E os seminários que abandonaram a
sã doutrina? E os púlpitos que se acham comprometidos com o liberalismo teológico? Tendo como
base as cartas que o Senhor Jesus enviou, através de João, às igrejas de Éfeso, Pérgamo e Laodicéia,
vejamos alguns sintomas da apostasia destes últimos dias. Antes, porém, vejamos o que é a apostasia.
I - APOSTASIA
O termo apostasia vem da palavra grega apostasia, e significa o abandono consciente e
público da fé que, de uma vez por todas, foi confiada aos santos (Jd v.3).
A apostasia destes últimos dias visa atacar, prioritariamente, os seguintes artigos de fé:
1. A soberania de Deus (Jd v.4);
2. A divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo — verdadeiro homem e verdadeiro Deus, e
único salvador e redentor da humanidade (At 4.12); e:
3. A realidade de sua vinda (2 Pe 3.1-10).
Pode-se dizer que a apostasia é deixar de crer, de acreditar, ou ainda, dizer que acredita,
mas não viver como quem acredita.
Através da apostasia, objetiva o Diabo minar a resistência da Igreja, induzindo-a a deixar
de ser Reino de Deus para tornar-se uma simples organização religiosa.
Como a seguir veremos, um dos primeiros sintomas da apostasia é a perda do primeiro
amor.
IV - O MISTICISMO HERÉTICO
A apostasia dos últimos tempos vem sendo caracterizada, também, por um misticismo
herético e extravagante. Embora pareça espiritual, é extremamente nocivo à Obra de Deus. Assim o
Senhor Jesus o desmascara: “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa,
ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap
2.20).
Na essência, esta profetisa em nada diferia de Balaão. Seu objetivo era, através de uma
postura falsamente piedosa, induzir os crentes a um comportamento abominável. Conclui-se, do texto
bíblico, que ela já havia conseguido, inclusive, as rédeas do governo eclesiástico de Pérgamo.
Até o anjo da igreja achava-se em suas mãos. O misticismo herético tem como principais
características:
1. Culto aos anjos (Cl 2.18).
2. Falsas profecias (Mt 24.11).
3. Prodígios de origem demoníaca (Mt 24.24).
4. Doutrinas de demônios (1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).
Esta Jezabel dizia ser profetisa, com revelações especiais da parte de Deus que a
qualificavam como mestre com autoridade. É óbvio que ela era membro da igreja e que procurava
seguidores entre os cristãos de Tiatira.
Toleras. O problema em Tiatira era uma tolerância que não era sadia. Eles reconheciam a
existência de uma profetisa falsa; reconheciam também o caráter maléfico de seu ensino, mas em sua
tolerância se negavam a lidar com ela. A situação é oposta à de Éfeso. Os efésios tinham provado os
que se diziam apóstolos e rejeitado os pseudo-apóstolos, mas este conflito os fez rudes e críticos. Aqui
temos uma igreja com muito e crescente amor e fé, que tolera falsos profetas em seu próprio prejuízo.
Toleras que ela não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a
prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.
O erro desta Jezabel é o mesmo dos nicolaítas em Pérgamo: adaptação completa aos
costumes pagãos. O problema em Tiatira era tão grave porque a filiação às corporações de comércio
envolvia a participação em refeições no estilo dos pagãos, que muitas vezes levavam a imoralidade.
Estejamos precavidos! Nem sempre fervor significa espiritualidade. Pode ser forjado,
fingido ou meramente emocional. Quando a congregação de Israel apostatou da fé, no deserto, aquele
ruidoso movimento até parecia um culto avivado; não passava, todavia, de uma rebelião desenfreada
contra o Senhor (Êx 32.6,18).
Assim diz o Espírito Santo por intermédio do salmista: “Mui fiéis são os teus testemunhos;
a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).
V - A PROSPERIDADE FATAL
A apóstata, rebelde e orgulhosa Laodicéia é um tipo perfeito da Teologia da Prosperidade.
No auge de sua riqueza, afirmou o anjo dessa igreja: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho
falta” (Ap 3.17).
A Teologia da Prosperidade é um arremedo doutrinário. Afronta a simplicidade da Igreja
de Cristo e torce, de forma escandalosa, a Bíblia Sagrada. Ensinando os santos a endeusar os bens
materiais em detrimento dos eternos, vão os proponentes dessa teologia subsidiando mentiras,
enganos, heresias e rebeliões contra o Cordeiro de Deus. Consciente, ou inconscientemente, vão
dando sustento à estrutura sobre a qual o Anticristo acha-se a construir o seu império.
Tal apostasia vem encontrando generosos espaços em alguns púlpitos, produzindo uma
geração de crentes cegos, despidos da graça e imperfeitos em suas convicções. Eles supõem, à
semelhança dos amigos de Jó, serem os bens materiais a evidência maior da presença de Deus na vida
humana.
Os proponentes da Teologia da Prosperidade amam a bênção mais do que ao
Abençoador; não têm a fé em Cristo, mas a fé na fé; a mente de Cristo, trocaram-na por um
pensamento enganosamente positivo; determinando tudo, acham-se indeterminados em sua
esperança. E esperando em Cristo apenas nesta vida, tornam-se os mais desgraçados dos homens (1
Co 15.19).
Se não estivermos vigilantes, poderemos ser enganados pelos que, insolentemente, vêm
substituindo a Palavra de Deus por doutrinas de demônios.
Você está firme na fé? E se Ele vier neste instante, está preparado para recepcioná-lo?
Esta é a sua oportunidade! Renove, agora mesmo, a sua aliança com o Cordeiro de Deus, e não se deixe
enganar pela apostasia dos últimos tempos.
Senhor Jesus, ajuda-nos a estar sempre vigilantes, a fim de não sermos contaminados e
consumidos pelo engano. Oh! Senhor, que os nossos vestidos sejam sempre brancos, e que jamais nos
falte o óleo sobre a cabeça. Amém!
5 – A GRANDE TRIBULAÇÃO
I - Início da Segunda, e pior etapa da “Tribulação”:
Durará, também, 3 anos e meio. Ou, como é citado em Ap 12.6 ”...mil duzentos e sessenta
dias”, em Ap 12.14 e Dn 7.25 “...um tempo, dois tempos e metade dum tempo”, e em Ap 13.4
”...quarenta e dois meses.”
Após as “duas testemunhas” terem concluído o testemunho que devem dar, a Besta
pelejará contra elas, as vencerá e as matará (Ap 11.3-14). Seus cadáveres ficarão durante 3 dias e meio
estirados na praça da grande cidade, que na Bíblia é citada como “ ...espiritualmente chamada de
Sodoma e Egito”. Essa cidade deve ser Jerusalém, pois é mencionado também, no mesmo versículo
que é a mesma cidade onde o Senhor foi crucificado. Todos os habitantes da terra verão seus
cadáveres, e celebrarão e farão muitas festas por causa da vitória da Besta sobre as testemunhas.
Passados os três dias e meio, as duas testemunhas ressuscitarão e subirão ao céu em uma
nuvem, e isso será visto por todos os seus inimigos. Então um terremoto ruirá a décima parte da
cidade, e morrerão sete mil pessoas (Ap 11.13)
As nações do norte (provavelmente a Rússia e seus aliados) invadem Israel e são
sobrenaturalmente destruídos por Deus (Ez cap. 38 e 39; Dn 11.40).
A Anticristo romperá seu acordo com Israel a começará a persegui-los. Ele colocará sua
imagem no Lugar Santo do Templo dos judeus e exigirá adoração. Talvez seja nesse tempo que ele será
mortalmente ferido e logo a seguir curado pelo poder satânico (Ap 13.3). Ele estabelecerá o seu palácio
em Jerusalém (Dn 11.45). O Anticristo será então uma personificação do Diabo. Um falso messias e
salvador, imitando assim o Senhor Jesus Cristo.
II – A ‘marca da besta’
A “superigreja” será destruída pela confederação dos dez países sob a chefia do próprio
Anticristo (Ap 17.16-18). Em seu lugar surgirá imediatamente a adoração compulsória da Besta,
promovida pelo mesmo líder religioso, o “Falso Profeta”. O único culto permitido, a partir de então
será o da adoração da Besta (Ap 13.8). Haverá um rígido controle para que todo a população da terra
adore a Besta, e receba seu sinal em suas frontes, ou em uma de suas mãos, de modo que quem não
adotar essa nova religião não possa comprar nem vender, seja para sustento da família, seja para
comércio.
Ap 13:16 Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem
certa marca na mão direita ou na testa, 17 para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser
quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome. 18 Aqui há sabedoria. Aquele
que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos
e sessenta e seis.
O número repetido três vezes no nome da Besta, fala da suprema exaltação do homem,
cujo número na numerologia bíblica é 6. As três vezes, pode significar o homem exaltando-se a si
mesmo como se fosse Deus, como está escrito em 2 Ts 2.4.
Em Ap 7:3 o povo de Deus, às portas da grande tribulação, é selado em suas testas,
separando-o da ira de Deus derramada sobre o mundo (9:4), e, podemos crer, fortalecendo-o em seu
testemunho e sua lealdade a Cristo. A besta tem a sua marca, que é aplicada sobre a mão ou a testa
daqueles que a adoram. De maneira que temos dois grupos de pessoas — os que são selados por Deus
e os que levam a marca da besta.
A humanidade está dividida entre os selados de Deus e os selados da besta. Entre os
seguidores do Cordeiro e os seguidores do dragão. Entre os que estão diante do trono e aqueles que
serão atormentados eternamente.
Todos aqueles que não têm selo de Deus, são selados pela besta. Não há meio termo.
Quem não é por Cristo, é contra ela. Não há neutralidade em relação a Deus.
No tempo do fim a religião não será mais algo nominal: todo mundo terá de declarar
lealdade ou a Cristo ou ao Anticristo.
A marca consistia no nome da besta (v. 17). Não está bem claro se João tem em mente
uma marca visível nos adoradores da besta. O selo que Deus colocou na testa dos 144.000 (7:3)
certamente não é uma marca visível; é um símbolo que expressa a proteção divina (veja Is 44:5).
A intenção pode ser que a marca da besta seja uma imitação da marca de Deus, inclusive
com relação aos textos que encontramos no Antigo Testamento:
Ex 13:8 Naquele dia contarás a teu filho, dizendo: Isto é por causa do que o Senhor me fez,
quando eu saí do Egito; 9 e te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que
a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.
Dt 6:4 Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 5 Amarás, pois, ao Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. 6 E estas palavras, que hoje
te ordeno, estarão no teu coração; 7 e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e
andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. 8 Também as atarás por sinal na tua mão e te
serão por frontais entre os teus olhos;
Não sabemos de nenhuma prática antiga que sirva de fundo para explicar a marca da
besta em termos históricos. A palavra “marca” era usada para sinal de propriedade em animais. Era
também um termo técnico para o selo imperial em documentos comerciais e para a cunhagem romana
de moedas. Os escravos eram marcados na testa, mas isto era sinal de servidão, não de lealdade. A
marca da besta é sinal de fidelidade por parte dos que a recebem, identificando-os como adoradores
da besta.
A forma com o a grande Babilônia se manifestará contra o povo de Deus envolve uma
mentalidade e um padrão de comportamento. A “marca da besta” que é colocada na testa e na mão
dos homens pode simbolizar muitas coisas, mas incialmente indica uma mentalidade (representada
pela testa) e um tipo de comportamento (representado pelo braço). Isso se refere a uma imposição de
uma forma de pensamento e um estilo de vida que se levanta contra os princípios do Reino de Deus,
mantendo o povo alheio à necessidade de se preparar para o dia da vinda do Senhor.
v17. Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome
da besta, ou o número do seu nome.
A marca da besta tinha utilidade religiosa e econômica. Novamente não dispomos de
nenhuma situação histórica relacionada com o culto ao imperador que possa ilustrar esta profecia.
João prevê que a besta, com a ajuda do falso profeta, assumirá poderes totalitários, com controle
completo de toda a política, religião e economia do mundo, com o objetivo de levar toda a humanidade
a adorá-lo.
v18. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois
ê número de homem. Ora, este número é seiscentos e sessenta e seis.
João dá o nome da besta de maneira simbólica, usando um esquema conhecido no mundo
antigo como gematria. Nem a língua grega nem a hebraica tinham um sistema numérico. Usavam as
letras do alfabeto em lugar de números; por exemplo: A = 1,B = 2, C = 3, etc. Assim um nome podia ser
transliterado no número correspondente. Deissmann fala de uns rabiscos num muro de Pompéia que
dizem: “Eu amo a que tem o número 545”4 (ou ɸME).
Nos Oráculos Sibilinos encontramos uma ilustração importante de gematria. Swete alude
a uma passagem onde o valor numérico do nome Jesus é dado como sendo 888 (I = 10, H = 8 , Ʃ = 200,
0 = 70, Y=400, Ʃ = 200). João diz que é preciso sabedoria para calcular o nome da besta do seu número,
e acrescenta que é um número humano, igual a 666.
A interpretação mais comum entre os estudiosos preteristas é que o número se refere ao
imperador Nero (Neron Kaisar). Só que no grego o total numérico de Neron Kaisar não é 666, mas
1005. O problema se resolve transliterando Neron Kaisar para o hebraico, o que dá então 666. O
resultado só é obtido, todavia, alterando um pouquinho a palavra hebraica para César. Além disto
ninguém explicou por que João, escrevendo a um público que falava grego, teria elaborado um
simbolismo de gematria com a forma hebraica do Nome, e não a grega. Também é significativo que
nenhum dos intérpretes antigos do Apocalipse reconheceu esta solução.
Nosso primeiro intérprete, Irineu, sugeriu que 666 poderia significar euanthas, teitan
(Tito?), ou lateinos (o Império Latino). Muitos intérpretes sentiram que esta última sugestão de Irineu
foi a melhor.
Com uma manipulação inteligente pode-se fazer quase tudo com estes números. Por
exemplo, se A = 100, B = 101, C = 102, etc., o número de Hitler é 666.
Ê possível que o número queira ser algo simbólico. Se o número do Messias, I H Ʃ O Y Ʃ,
totaliza 888, e sete é o número perfeito, pode ser que a intenção seja que 666 seja o símbolo para o
que o homem é capaz de fazer de melhor, impossibilitado de alcançar a perfeição. Este pode ser o
significado da frase “é número de homem”. O máximo que podemos dizer é que se o número da besta
é uma profecia de uma situação futura, ninguém ainda foi capaz de resolver o seu significado, mas
quando vier a hora o significado será evidente.
7 – JULGAMENTOS E AS BODAS
I – O Tribunal de Cristo – Julgamento dos salvos
2 Co 5:10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada
um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
1 Co 3:11 Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.
12 Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira,
feno, palha, 13 manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo
revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. 14 Se permanecer a obra
de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; 15 se a obra de alguém se
queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.
Os textos bíblicos que mencionam esse julgamento são claros ao expressar que o mesmo
será destinado apenas aos salvos – a Igreja do Senhor. Alguns teólogos entendem, inclusive, que seja
o cumprimento da parábola dos talentos (Mt. 25. 14 – 19). A Bíblia não especifica o momento em que
ocorrerá esse Tribunal de Cristo, mas se entende que ele deverá ser realizado entre o momento após
o arrebatamento e a instituição do reino milenar de Cristo.
O julgamento das nossas obras perante o tribunal de Cristo mostrará como administramos
aqui nossos bens, dons, dádivas, nossa vida, energias, dotes, talentos, enfim, tudo o que de Deus
recebemos. Jesus deixou claro em Mt 20.1-16, que será um julgamento mais da qualidade do trabalho
feito, do que da quantidade (1 Co 3.8, 14, 15; 2 Co 9.6; Rm 14.10; Tg 5.4; Mt 18.23-35). Como remidos
por seu sangue, fomos por Ele comprados, e desde então não somos mais nossos. Não temos mais
direito de fazermos o que quisermos com a nossa vida e tudo o que temos. Não somos mais donos de
nada e sim administradores, mordomos de Deus.
Embora seja verdade que deveremos comparecer diante do trono de julgamento de Cristo
para responder pelos atos que fizemos no corpo (2 Co 5.10), isso de forma alguma significa que
devemos ficar com os medrosos e os incrédulos (Apocalipse 21:8). Pelo contrário, o santo fiel
apresenta-se ao Cordeiro de Deus com confiança porque já foi perdoado. O pecado dele, não o nome
dele, foi apagado (Is 44.22; Atos 4.19). É como se o pecado jamais tivesse ocorrido. O pecado é apagado
para sempre por Deus e jamais será reinserido nos registros. Deus fez um julgamento para saldar a
dívida, e não há outro juiz que possa fazê-la ser novamente registrada.
Paulo trata dessa confiança em 2 Timóteo 1:12, ao declarar que é só Deus que é capaz de
guardar aquilo que lhe confiou até aquele dia. O santo fiel está sempre em contato com o sangue
purificador de Cristo, para que possa levar uma vida sem medo (1 Jo 1.7). Está sempre debaixo do
julgamento de Deus, que o declara justo S uma justiça que surge do perdão, não da realização humana.
Entendemos que Deus nos comprou e nos salvou, através de Jesus Cristo, por sua graça,
não por obras, mas PARA as boas obras, conforme declara Paulo aos efésios (Ef 2.8-9). Dessa forma,
nenhuma obra que nós façamos poderá interferir em nossa salvação. Mas, uma vez salvos, temos o
dever de praticar boas obras, em especial no tocante à obra do Senhor. Justamente a forma como
praticamos essas obras é que será objeto deste julgamento.
Assim, não será um julgamento para salvação ou condenação, todos os que
comparecerem a este julgamento já estarão salvos. Este julgamento tem a finalidade de galardoar cada
um segundo as suas obras. O crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a
Deus.
O texto de 1 Co 3.12 diz que as obras podem ser: Madeira, Feno, Palha ou Ouro, Prata,
Pedras. Ouro, prata, pedras preciosas são as obras que eu permito que Deus faça através de mim, por
isso são indestrutíveis. Madeira, feno, palha são obras feitas pelo nosso esforço próprio e para
promover a nossa pessoa, por isso são destrutíveis.
A) RESULTADO DO JULGAMENTO:
O resultado é a recompensa ou perda da recompensa como por exemplo:
- Aprovação divina (Mt 25.21)
- Tarefas e autoridades (Mt 25. 14–30)
- Recompensa (II Tm 4.8)
- Honra (Rm 2.10; I Pe 1.7)
Todo o crente receberá pelos menos um louvor da parte de Deus conforme lemos em (I
Co 4.5). Haverá um galardão para aqueles que suportaram a provação (Tg 1.12). Também haverá
recompensa para aqueles que sofreram com paciência por causa do Senhor (Mt 5.11–12). Até um copo
de água como ato de bondade não ficará sem galardão (Mt 10.42).
B) O N.T. menciona 5 coroas que os vencedores podem receber:
1- COROA DA VIDA – Tg 1.2; Ap 2.10. Para os que resistem às provações, com fidelidade;
para os mártires.
2- COROA DA JUSTIÇA – II Tm 4. 7,8. Para os que combatem até o fim, e amam a vinda do
Senhor Jesus,(muitos crentes tem medo desta vinda, ou colocam realizações deste mundo, na frente).
3- COROA DE GLÓRIA – I Pe 5.4. Para pastores, missionários, e obreiros fiéis.
4- COROA INCORRUPTÍVEL - I Co 9. 25 -27. Pelo autodomínio (domínio sobre o velho
homem). Para os que têm um alvo eterno Fp 3.13,14, e não colocam coisas terrenas na frente das
eternas.
5- COROA DA ALEGRIA – I Ts 2. 19,20; Fp 4.1. Para ganhadores de almas.
É legítimo queremos galardões: Hb 11.24–26.
II – As Bodas do Cordeiro
Ap 19:7 Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro,
cuja esposa a si mesma já se ataviou, 8 pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e
puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. 9 Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-
aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as
verdadeiras palavras de Deus.
Lc 22:29 Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, 30 para que comais e bebais à
minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.
Findo o julgamento do tribunal de Cristo, a Igreja fiel será chamada a ter acesso à festa
das Bodas do Cordeiro (Lc 22.30; Ap 19.7). Ali a Igreja será vista no seu aspecto universal. Ali estarão
juntos todos os santos do Antigo e do Novo Testamento, desde Abel. Todos os crentes do Oriente e do
Ocidente tomarão assento à Sua mesa (Mt 8.11).
As bodas passavam por quatro fases: 1) Compromisso; 2) Preparação; 3) A vinda do noivo;
4) A festa. Será um tempo de festa, alegria, celebração e devoção. Exaltaremos para sempre o noivo.
Deleitar-nos-emos em seu amor. Ele se alegrará em nós como o noivo se alegra da sua noiva. Esta festa
nunca vai acabar!
Os salvos chegados de todas as partes da terra e de todos os tempos, saudar-se-ão festiva
e alegremente. Findou a batalha na terra! Chegou o dia triunfal em que os salvos serão elevados e os
ímpios castigados. Os salvos estarão livres de todas as lutas, angústias, pecados e mal. Uma só mirada
na divina face de Jesus compensará todas as lutas e tristezas sofridas neste lado da vida.
8 – O MILÊNIO
Ap 20:1 Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. 2
Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; 3 lançou-o
no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem
os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo. 4 Vi também tronos, e nestes
sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por
causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram
a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e
reinaram com Cristo durante mil anos. 5 Os restantes dos mortos não reviveram até que se
completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. 6 Bem-aventurado e santo é aquele que tem
parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão
sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos. 7 Quando, porém, se completarem os
mil anos, Satanás será solto da sua prisão
Com a vitória sobre os inimigos, o aprisionamento de Satanás e o estabelecimento do
governo de Cristo inicia-se um período de paz em toda a Terra durante mil anos. Este tempo será a
transição entre a antiga era e a eternidade. A base bíblica para o milênio encontra-se em Apocalipse
20:4-6. Esses são os três versos bíblicos que sustentam essa posição. O texto descreve o Reino de Cristo
que se dará junto aos santos. No final do milênio Satanás será solto por um período de tempo para
então ser finalmente destruído (Ap 20:7-10). Após a destruição de Satanás, o julgamento do inferno e
da morte, o reino de Cristo será entregue ao Deus Pai, o qual será tudo em todos (1Co 15:25-28).
O Milênio é o esplendoroso reinado de Cristo aqui na terra durante mil anos, com seus
santos. É um período de preparação da terra para o estado perfeito eterno que se seguirá ao Milênio.
(Ap 20.1-6)
Satanás ausente da terra durante o Milênio será uma maneira de Deus fazer o mundo
saber que o pecado é mais do que uma influência, mais do que um produto diabólico. Isso vai provar
ao homem que ele irá pecar, mesmo sem a ação do Diabo.
Jesus vem para reger as nações como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele será o
potentado único que regerá o Milênio (1 Tm 1.17). Durante esse período, toda e qualquer oposição a
Deus será neutralizada por Cristo (1 Co 15.24-26). Ele preparará a terra para o estabelecimento do Seu
reino eterno sob Deus, conforme a palavra divina em 2 Sm 7.12,13 e Lc 1.32,33.
Quando o milênio for introduzido, a Terra se encontrará em ruínas após a batalha do
Armagedom, duas partes da Terra serão extirpadas, somente a terceira parte restará de todo o mundo
(Zc. 13.8).
A população estará muito reduzida, principalmente a masculina, aponto de 7 mulheres
lançarem mão de um homem. (Is 4.1; 6.12; 13.11,12). Mais tarde sob o reino de Cristo a população se
multiplicará com rapidez. (Is 6.13).
O Milênio será uma teocracia, isto é, Cristo reinará diretamente, através de seus
representantes. (Gn 49.10; Is 1.26; Dn 7.27). Todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de
Cristo. (Fp 2.10,11).
A Igreja integrará a administração de Cristo (1 Co 6.2; Ap 2.26,27), porém o Milênio será
um reino proeminentemente judaico. Jesus reinará sobre Israel através de seus apóstolos (Mt 19.28),
e reinará sobre os gentios certamente através da Igreja. Tudo leva a crer que Davi ressurreto estará à
frente do governo de Israel (Ez 34.23,24; 37.24,25; Jr 30.9; Os 3.5)
Os salvos (todos aqueles ressuscitados e os arrebatados cf. Ap 20.4.5) não estarão
limitados à terra, nem pelas coisas físicas ou mortais. Serão como os anjos, terão corpos apropriados
para estar na terra e no céu.
Será construído um novo Templo em Jerusalém, que estará muito ampliada (Jr 31.38-40;
Sl 102.16). O território de Israel irá do Mediterrâneo ao rio Eufrates (Gn 15.18; 17.8; Ex 23.31), e será
dividido em doze faixas iguais e paralelas, uma para cada tribo de Israel (Ez 48). Haverá em Israel um
vasto programa de reconstrução (Ez 36.33-36). Israel e os israelitas serão exaltados, conceituados,
respeitados, procurados (Zc 8.23; Jr 3.17), especialmente sua capital, Jerusalém, que será a sede do
governo milenial e mundial de Cristo (Is 2.3; 60.3; 66.20; Zc 8.3, 22, 23; 14.16; Jr 3.17).
A santa Cidade de Jerusalém celestial descerá e pairará nas alturas, sobre a Jerusalém
terrestre (Is 2.2 e Mq 4.1). A glória e o esplendor da Jerusalém celeste iluminarão a Jerusalém terrestre
e seu templo (Is 4.5; 24.23; Ez 43.2-5). Essa glória será visível (Ez 43.4), e toda carne a verá manifesta,
certamente por efeito miraculoso (Is 40.5; 35.2b). Essa glória luminosa será tamanha em Jerusalém e
seus arredores que o sol e a lua se levantarão e se porão sem serem notados (Is 24.23)
Haverá pleno derramamento do Espírito Santo (Ez 39.29; 36.27; Zc 12.10); haverá
restauração e renovação em toda a face da terra (Mt 19.28; At 3.21); um rio fluirá do templo milenial
(Jl 3.18) e o mar morto terá suas águas restauradas, e terá muito peixe (Ez 47.8-12); a vida humana
será prolongada (Is 65.20,22; Zc 8.4); a fertilidade do solo será maravilhosa (Is 35.1,6; 40.19; Jr 31.12;
Is 30.23; Sl 72.16); haverá prosperidade para todos (Is 65.21,22; Mq 4.4; Zc 3.10); haverá alterações no
relevo do solo (Zc 14.2,10) ; haverá mudança no reino animal (Is 11.6-8; 65.25; Ez 35.25); a população
da terra crescerá rapidamente sob as benignas condições de vida. Haverá desarmamento total, as
armas serão transformadas em ferramentas. (Is. 2.4; Mq. 4.3; Jl. 3.10).
A Igreja estará com Cristo e cumprir-se-á em sua plenitude a profecia de Joel 2.28,29; pois
o Espírito Santo será derramado sobre Israel e demais nações (Ez. 36.25-27).
PS.: A Bíblia menciona ainda uma sucessão de eras futuras, sobre as quais nada nos é dito no presente.
“Para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em
Cristo Jesus” (Ef 2.7). Certamente, à medida que essas eras bíblicas forem passando, conheceremos
mais e mais as insondáveis riquezas da sua graça! E como são insondáveis as riquezas de Cristo! (Ef
3.8). Certamente nessas eras bíblicas futuras o imenso universo, com seus milhões e milhões de
planetas serão ocupados, pois Deus criou todas as coisas para determinados fins, segundo o seu eterno
plano e propósito.
I. O QUE NÃO VAI ENTRAR NO NOVO CÉU E NA NOVA TERRA?
1. No novo céu e na nova terra não haverá dor – v. 4
A dor é consequência do pecado. A dor física, moral, emocional, espiritual não vão entrar
no céu. Não haverá mais sofrimento. Não haverá mais enfermidade, defeito físico, cansaço, fadiga,
depressão, traição, decepção. O céu é céu por aquilo que não vai ter lá. As primeiras coisas já passaram.
O que fez parte deste mundo de pecado não vai ter acesso lá. Aquilo que nos feriu e nos machucou
não vai chegar lá.
2. No novo céu e na nova terra não haverá mais lágrimas – v. 4
Não haverá choro nas ruas da nova Jerusalém. Este mundo é um vale de lágrimas. Muitas
vezes alagamos o nosso leito com nossas lágrimas. Choramos por nós, pelos nossos filhos, pela nossa
família, pela nossa igreja, pela nossa nação. Entramos no mundo chorando e sairemos dele com
lágrimas, mas no céu não haverá lágrimas. Deus é quem vai enxugar nossas lágrimas. Não é auto-
purificação. Deus é quem toma a iniciativa.
3. No novo céu e na nova terra não haverá luto nem morte – v. 4
A morte vai morrer e nunca vai ressuscitar. Ela foi lançada no lago do fogo. Ela não pode
mais nos atingir. Fomos revestidos da imortalidade. No céu não há vestes mortuárias, velórios, enterro,
cemitério. No céu não há despedida. No céu não há separação, acidente, morte, hospitais. Na Babilônia
se calam as vozes da vida (Ap 18:22-23), mas na Nova Jerusalém se calam as vozes da morte (Ap 21:4)!
II. POR QUE O NOVO CÉU E A NOVA TERRA SERÃO LUGARES DE BEM-AVENTURANÇA ETERNA? – V.
2,3,7
1. Porque a vida no novo céu e a na nova terra será como uma festa de casamento que
nunca termina – v. 2. As bodas passavam por quatro fases: 1) Compromisso; 2) Preparação; 3) A vinda
do noivo; 4) A festa. O céu é uma festa. Alegria, celebração, devoção. Exaltaremos para sempre o noivo.
Deleitar-nos-emos em seu amor. Ele se alegrará em nós como o noivo se alegra da sua noiva. Esta festa
nunca vai acabar!
2. Porque o novo céu e a nova terra serão profundamente envolvidos pela presença de
Deus – v. 3. O céu é céu porque Deus está presente. Depois que o véu do templo rasgou Deus não
habita mais no templo, mas na igreja. O Espírito Santo enche não o templo, mas os crentes. Agora
somos o santuário onde Deus habita. Agora somos um reino de sacerdotes. Veremos Cristo face a face.
Vê-lo-emos como ele é. Ele vai morar conosco. Não vai haver mais separação entre nós e Deus. A glória
do Senhor vai brilhar sobre nós. O Cordeiro será a lâmpada da cidade santa.
3. Porque no novo céu e na nova terra teremos profunda comunhão com Deus – v. 3b.
Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus. Aqui caem as diversidades, não só do Israel étnico,
como das denominações religiosas. Lá não seremos um povo separado, segregado,
departamentalizado. Lá não seremos presbiterianos, batistas ou assembleianos. Seremos a igreja, a
noiva, a cidade santa, a família de Deus, povos de Deus.
4. Porque no novo céu e na nova terra desfrutaremos plenamente da nossa filiação – v. 7.
A igreja é noiva do Cordeiro e filha do Pai. Tomaremos posse da nossa herança incorruptível.
Desfrutaremos das riquezas insondáveis de Cristo. Seremos co-herdeiros com ele. Seremos filhos
glorificados do Deus todo-poderoso e reinaremos com o Rei dos reis!
APÊNDICE
I – LAGO DE FOGO
O lago de fogo é a Gehenna, apesar desta palavra não ser usada no Apocalipse. O Novo
Testamento faz uma distinção clara entre Hades e Gehenna, mesmo se nossas traduções não
evidenciam isto. Hades é o estado intermediário entre a morte e a ressurreição, é o além ou o mundo
dos mortos (Mt 16:18; Lc 16:23; At 2:27), e às vezes é sinônimo de túmulo (1:18; 6:8; 20:13). Equivale
ao Seol do Antigo Testamento. Para o pano de fundo veterotestamentário para a ideia de Gehenna
veja as observações a 14:9-10. Ge Hinnom ou Vale de Hinom era um lugar de sacrifícios humanos, e se
tornou sinônimo de inferno, lugar de punição eterna, na literatura apocalíptica (Enoque 27:lss.; 54:lss.;
56:3ss.; 90:26; 4 Esdras 7:36, Apocalipse de Baruque 59:10; 85:13).
Já que nos evangelhos o inferno é retratado não só como lugar de fogo, mas também
como lugar de escuridão (Mt 8:12; 22:13; 25:30), a impressão é que a descrição usa linguagem
figurada, tirada do judaísmo contemporâneo, para descrever o julgamento final e irreversível.
II - AS SETE DISPENSAÇÕES
1. Dispensação da Inocência - É o tempo contado durante a ocasião em que Adão e Eva estavam dentro
do Jardim do Éden, tempo desta dispensação é incerto. Termina com expulsão do homem do Jardim
do Éden. Gn. 3.24.
2. Dispensação da Consciência - Contada desde a saída de Adão e Eva do Jardim do Éden até o dilúvio.
Gn. 7.12; 8.14 -16, abrange um período de 1656 anos.
3. Dispensação do Governo Humano - Iniciou com Noé e sua família os únicos sobreviventes do dilúvio.
Estendeu-se desde o dilúvio até Babel Gn. 8. 15 – 16; 11. 1 – 9. Nesta dispensação foi implantada a
pena de morte Gn. 9.6. Abrange um período de 427 anos.
4. Dispensação Patriarcal - Porque nela viveram os três grandes Patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó.
Dispensação da Promessa, porque eles viviam esperando nas promessas do Deus todo poderoso.
Dispensação da Família, porque de uma família Deus formou uma grande Nação espiritual. Começa
com a chamada de Abraão Gn. 12. 1 – 9. E estendeu-se até a promulgação da Lei no Sinai. Ex. 19. 1 –
25. O livro de Gênesis contém 4 dispensações
5. Dispensação da Lei - Começa com a promulgação da Lei no Sinai Ex. 19. 1 – 5. Termina com o
sacrifício vicário e expiatório de Cristo no calvário Jo. 19.30. Com um tempo aproximadamente de 1430
anos.
7. Dispensação do Milênio (Reino) - É a única dispensação que tem um tempo determinado 1000 (Mil)
anos. Ap. 20.1 – 6. O reinado de Cristo na terra.
A seguir apresentamos um esboço bastante resumido das sete dispensações. Observe que
em cada dispensação é dado ao homem uma prova ou responsabilidade específica. Cada época
termina em fracasso humano e esse tem o seu juízo correspondente. As dispensações mostram que o
homem está totalmente cheio de pecado e perdido (Rm 3.10-23).
Aqueles que creem que o arrebatamento dos santos e a ressurreição dos justos em
Yeshua virão no final da tribulação (Pós-Tribulacionismo) apresentam duas possíveis visões sobre onde
colocar o arrebatamento.
Uma delas, que eu acredito ser a mais prevalecente, é que acontecerá no sétimo Shofar
(trombeta) em Apocalipse 11. A outra visão é que virá no final do período das taças da ira (um breve
período no final da tribulação), e é identificado com o toque do shofar no final do dia sagrado de Yom
Kippur. Esta identificação está ligada a 1 Coríntios 15. 51-52, texto que diz que seremos transformados
no último shofar.
Em meu livro Páscoa: a chave para abrir o livro do apocalipse, eu defendo que o sétimo
shofar é o shofar do Arrebatamento, quando seremos arrebatados ao encontro com o Senhor, e que
logo em seguida voltaremos à Terra com ele. Eu vejo uma série de eventos na volta de Yeshua e não
um único evento. Entendo que em tais assuntos ainda vemos como por um espelho de modo obscuro
e que todas essas percepções são um tanto especulativas.
Minhas razões para sustentar esse ponto de vista:
1. O Último Shofar em 1 Coríntios 15 poderia se referir apenas ao último dos shofares que
trazem juízo e este sétimo é o último da série e anuncia o juízo final, o arrebatamento e a ressurreição.
Não é o último a ser tocado. Haverá muitos outros durante toda a Era Milenar.
2. A Festa de Yom Teruah, ou a Festa das Trombetas, não teve nenhum cumprimento
histórico claro como as outras Festas, que têm cumprimentos bem óbvios em Yeshua. Mas se Yom
Teruah anuncia a vinda do Messias, e desencadeia o arrebatamento, a ressurreição e depois a sua
descida à Terra, teríamos um cumprimento bem adequado. Outras interpretações não identificam um
grande cumprimento adequado para o peso de uma grande festa como esta. A associação de 1
Tessalonicenses 4.16-17 com Yom Teruah ou Rosh Hoshana é uma visão muito aceita e comumente
ensinada por boas razões.
3. O Livro do Apocalipse fornece uma cronologia que é progressiva nos Sete Selos, nos
Sete Shofarot e Sete Taças da Ira. O Sétimo Selo se abre e inicia as Sete Trombetas. A Sétima Trombeta
toca e desencadeia as Sete Taças da ira de Deus. O livro também inclui narrativas em parêntesis no
meio dessa progressão que não estão necessariamente na linha cronológica. Ao mesmo tempo, é
significativo observar exatamente onde João colocou essas inserções em parêntesis.
No capítulo 10, João escreve que o mistério de Deus será completado logo antes de tocar
o sétimo shofar (Apocalipse 10.7). Se este é o shofar do arrebatamento e da ressurreição, seria um
encaixe perfeito. O mistério é o número completo de participantes da Noiva do Messias (como Paulo
ensina em Efésios 3 e a plenitude dos gentios em Romanos 11). Se o arrebatamento e a ressurreição
ocorrerem após o sétimo shofar, então o mistério não estaria completo antes de ser tocado essa última
trombeta como Apocalipse 10.7 declara. Ainda haveria pessoas sendo salvas que poderiam fazer parte
do arrebatamento após o toque do sétimo shofar. Não se encaixaria no texto de Apocalipse 10.7.
4. Apocalipse 11.3 afirma que, ao fim de 1.260 dias (o tempo da Grande Tribulação), as
duas testemunhas proféticas martirizadas ressuscitam dos mortos e ascendem ao céu. Esta é
certamente uma imagem do arrebatamento e da ressurreição que eu acredito que acontecem logo
depois. Então, há um grande terremoto e 7 mil morrem na cidade chamada Sodoma, que é identificada
como Jerusalém, notando que é a cidade onde nosso Senhor foi crucificado. Na sequência, indica que
Jerusalém se volta para o Senhor. “As outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus
do céu” (Apocalipse 11.13).
Em todos os outros casos, quando há juízos no Livro do Apocalipse, o povo não se volta
para Deus, mas se rebela e amaldiçoa ainda mais, porque estão sob o engano do Anticristo e do Falso
Profeta. Esse reconhecimento e glorificação de Deus em Apocalipse 11, porém, se encaixa como o
tempo em que Israel / Jerusalém invocará Yeshua para salvá-los (Mateus 23.39)
Isso se encaixa também com Zacarias 14 onde lemos que as nações cercarão Jerusalém,
haverá um terremoto e então o Senhor sairá para lutar contra os exércitos daquelas nações. O retorno
de Jerusalém para Yeshua se encaixa se ocorrer entre Zacarias 14.2 e 14.3, e, então, seus pés pousarão
no Monte das Oliveiras (v.4). Os santos retornarão com Yeshua enquanto a guerra ainda está em
andamento, antes do seu final. Ainda não é a experiência do novo nascimento para Israel, mas,
aparentemente, é um retorno corporativo de Jerusalém para Yeshua. Somente depois desta virada em
Apocalipse 11.14 é que o anjo toca o sétimo shofar.
Eu acredito que quando Israel ou Jerusalém invocar Yeshua, isso desencadeará o
arrebatamento, e em seguida os Reinos deste mundo se tornarão o Reino de nosso Senhor e de seu
Ungido (Ap 11.15).