Ascarel
Ascarel
Ascarel
DETERMINAÇÃO DE ASCAREL EM
Dissertação de Mestrado
apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Química da
Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito para a
obtenção do título de Mestre em
Química.
Izoldir Antonello
Florianópolis
Santa Catarina - Brasil
Fevereiro de 2006
ii
DETERMINAÇÃO DE ASCAREL EM
Izoldir Antonello
Banca examinadora
AGRADECIMENTOS
A minha mãe Dona Teresinha e minha namorada Lidiane, pelo apoio e força para a
conclusão desta dissertação.
ÍNDICE GERAL
ABSTRACT................................................................................................. vi
RESUMO..................................................................................................... vii
ABREVIATURAS........................................................................................ viii
ÍNDICE DE FIGURAS................................................................................ ix
ÍNDICE DE TABELAS................................................................................ xi
1-JUSTIFICATIVAS E RELEVÂNCIAS...................................................... 01
2-INTRODUÇÃO......................................................................................... 02
2.1. Bifenilas Policloradas (PCB) ………………………………………….. 02
2.2. Toxicologia dos PCBs ....................................................................... 04
2.3. A Química dos Radicais livres........................................................... 08
2.4. Ânions Radicalares ........................................................................... 11
2.4.1. Reações do Ânion Radical Naftaleno com Haletos de Alquila e
Arilas .......................................................................................... 12
2.5. Potenciometria .................................................................................. 15
2.5.1. Potenciometria – eletrodos íon-seletivo (ISEs)............................ 17
2.5.1.1.Eletrodos Íon-seletivo de Membrana Sólida........................ 18
3-OBJETIVO GERAL.................................................................................. 21
3.1-Objetivos específicos.......................................................................... 21
4-PARTE EXPERIMENTAL......................................................................... 22
4.1-Materiais............................................................................................. 22
4.2-Métodos.............................................................................................. 23
4.2.1. Determinação da % de Água e secagem do solvente
Tetraidrofurano ........................................................................... 23
4.2.2. Preparação do Ânion Radical Naftaleno .................................... 24
4.2.3. Análise do ARN por espectrometria ultravioleta-vísivel.............. 26
4.2.4. Análise de ARN por ressonância Magnética Nuclear ................ 26
4.2.5. Descloração de 1,2,4-triclorobenzeno ....................................... 26
4.2.6. Descloração de Organoclorados e extração de Íons cloretos.
Determinação Potenciométrica.................................................... 27
4.2.7. Análise Comatográfica ............................................................... 30
5-RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 31
v
ABSTRACT
transformers as insulating oil. Due to its toxicity Ascarel was substituted with silicone
oil. The substitution process, due to a lack of technical criteria, the new oil was
above permitted by Brazilian law. Thus new techniques able to detect Ascarel, with
low operational costs, are very attractive. The present work, proposes an analysis, of
the contaminated levels of silicon oil using the following techniques; naphthalene
anion radical reaction for Ascarel dechlorination; and potentiometry with ion selective
transformer insulating oil contaminated with PCB in the range of 0 to 200 mg L-1
were used. The result obtained from potentiometry was compared with standard
detector. The data obtained with the proposed methodology agree well with those
RESUMO
ABREVIATURAS
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
Policloradas – PCB). Esta contaminação foi fruto do uso do ascarel como isolante
para buscar medidas que possam descontaminar de forma definitiva estes óleos,
uma vez que a eliminação dos PCB acarreta sua destruição ou transformação em
2. INTRODUÇÃO
de isolamento e refrigeração, que são realizados por fluídos com propriedades tais
3' 2' 2 3 Cl
Cln n
1' 1
4' 4
5' 6' 6 5
1.200.000 toneladas, sendo que deste montante cerca de 60% foram utilizados em
Aroclor é o nome dado ao PCB nos Estados Unidos (Tabela 1), onde a
congêneres, sendo que deste total 130 são encontrados em amostras comerciais.
Tabela 1. Alguns nomes mais comuns (comerciais) com que são conhecidos os
PCBs.
Substances Control Act.).2 No Brasil, as primeiras restrições para seu uso foram
Brasil estão contaminados com o ascarel em níveis acima dos permitidos pela
legislação vigente.8
isolante contenha teores inferiores a 3,0 mg L-1; não contaminados com valores
Figura 2 são apresentados exemplos de PCBs coplanares, N° IUPAC 77, 169 e 126,
TCDD.1
Cl Cl Cl Cl
Cl Cl Cl Cl
Cl Cl Cl Cl
N° IUPAC180
Cl N° IUPAC 126 Cl Cl
coplanarCl planar
O Cl
Cl O Cl
TCDD
Figura 2. Estrutura de alguns PCB planar e coplanares e TCDD com potencial genotóxico.
21 3,98
32 4,47
42 8,65
48 11,0
62 11,3
68 10,9
1,2,4-triclorobenzeno 0,756
Fonte: Industrial Organic Chemicals.
a busca por metodologias limpas e baratas se faz cada vez mais necessária e
PCB deve ser realizada por processo de destruição ou reciclagem. Processos como
luz, levando a produtos poucos clorados),12 degradação por agentes oxidantes e/ou
Agentes oxidantes e/ou redutores tem sido objeto de muitos estudos para a
descloração das bifenilas e são apresentados muitas vezes em Kits analíticos para a
radicalar entre a bifenila e o ânion radical naftaleno, com formação de íons cloreto,
estabilizados também existem e podem ter seu tempo de vida medido em fase
gasosa. Sínteses orgânicas com radicais livres começaram em 1937 quando Hey e
volumes, editado por Kochi (1973). Outrora em 1970, pode-se presenciar novos
de compostos aromáticos.25
9
Ag
Cl
+ AgCl
estrutura
correta do
dimero
(1970)
estrutura sugerida do
dimero trifenilmetil (1900)
A definição mais simples para radical foi proposta por Pryor26 como sendo
qualquer espécie com número impar de elétrons, ou seja, que possui um elétron
Substituição
X Y Z X Y + Z
Adição
X Y Z X Y Z
Eliminação
X Y Z X Y + Z
são ditos radicais persistentes e uma explicação possível para tal estabilidade se
eletrônica.27
favor ou contra ao mesmo e, portanto o elétron pode existir em qualquer um dos dois
níveis de energia. As transições entre estes dois níveis produzem linhas de absorção
11
que um próton, assim o magneto usado em RPE pode ser muito menor.27
naftaleno (ARN), (Esquema 1). Estes elétrons podem ser gerados por metais
1 1
2
+ e
4
dióxido de carbono, por isso devem ser manuseados em ambientes inertes, sob
éteres são bons estabilizantes para estes ânions e seu poder de solvatação está
íon e pares de íons segue uma relação de constante de dissociação, por exemplo,
para o ARN em THF o valor de Kd (25°C) é 10-7 mol L-1, para o ânion antraceno de
sódio, também em THF o valor de Kd (25°C) é 4 x 10-6 mol L-1 e para o ânion radical
vantagem deste ânion está no fato de que as reações laterais são minimizadas e
correspondente.13
13
De maneira geral, as reações de ARN com haletos de alquilas são regidas por
REDUÇÃO
REDUÇÃO BIMOLECULAR
MONOALQUILAÇÃO
H H
H H R H
(1) (2)
ocorre através de redução, já que os mesmos não reagem com a maioria dos
inicial de (ArCl, equação 1). Reduções rápidas têm sido detectadas para a reação de
X
e
+ Cl- (1)
H
+ + e
(2) (4)
O O
H
(3) + (5)
e +
O O O O
X X X H
ou + ou (6)
O O
O
ou ou
X H
O O
ambiente.
análise, que podem ser desde métodos cromatográficos (CG e CLAE) a métodos
cloreto.
15
2.5. Potenciometria
não é modificada.35
Métodos Eletroanalíticos
Interfaciais
Coulometria de Corrente
Potencial Variável
Controlada (Q = It)
Voltametria
Potencial Fixo
Amperometria
Coulometria de Potencial
Controlado
Figura 5. Métodos eletroquímicos interfaciais.
RT a (reduzida)
Ε = Ε0 − ln (1)
nF a (oxidada)
simplificada em
0,05916 a (reduzida)
Ε = Ε0 − log (2)
n a (oxidada)
onde a é a atividade das espécies. Esta equação mostra que o potencial de célula
pelo uso de uma membrana que reage seletivamente com um íon singular, como na
soluções contendo o analito, dois eletrodos de referência são usados, sendo que um
está posicionado com a solução interna e o outro com a amostra (Figura 7). O
constantes.35
18
cilindro plástico não condutor, no qual também são colocados a solução interna,
dado por:
adicionado. Este é o caso de eletrodos seletivos para cloreto (Cl-), onde o cloreto de
prata (AgCl) é usado como sal e o potencial de célula pode ser determinado pela
menos solúveis que AgCl. São listados na Tabela 5 alguns exemplos de ISEs
KAg+/Pb2+ = 10–10
Hg2+ interferente
KCd2+/Pb2+ = 6
KCu2+/Cu+ = 1
Ag+, Hg2+
KBr–/CN– = 100
KBr–/Cl– = 5 . 10–3
KBr–/OH– = 1 . 10–5
S2–
KCl–/Br– = 100
KCl–/OH– = 0.01
S2–
KCN–/Br– = 1 ´ 10–4
KCN–/Cl– = 1 ´ 10–6
KCN–/OH– = 1 ´ 10–8
S2-
21
3. OBJETIVO GERAL
transformador.
4. PARTE EXPERIMENTAL
4.1. Materiais
Reagentes
tetraidrofurano (THF) foi seco antes do seu uso, conforme descrito na literatura.37 A
Catarina – CELESC.
Equipamentos
AC – 200F, 200 MHz, usando TMS como padrão interno e como solvente Acetona-d6
água nos solventes foi realizada no aparelho Karl Fischer Metrohn Swing Made
modelo 665 Posimat. Para a análise de cloreto foram utilizados os pHmetros Analion
modelo AN 2000 e ANALIZER ORION modelo 920 A e eletrodos íon seletivo para
cloreto marca Orion Chloride Plus modelo 9617 e Analion G 8036, Cl 651. Também
foi utilizada uma balança analítica Shimadzu modelo Libror AEG – 220. As análises
23
4.2. Métodos
Tetraidrofurano
gasto desta solução para a massa de água utilizada. O THF foi titulado com a
seguida, o solvente foi filtrado, por gravidade com papel filtro de filtração rápida. Em
refluxo de 12 horas, foram adicionados mais pedaços de sódio metálico ficando sob
24
refluxo por mais 12 horas, utilizando benzofenona com indicador (na ausência de
solução Karl Fischer (KF), para 10 mL de THF o volume gasto foi de 4,19 mL da
com algumas adaptações, substituindo o frasco coletor por um balão de três bocas
25
utilizando as bocas adjacentes como entrada e saída do fluxo, para tanto o tubo para
Embora o nitrogênio usado fosse de alta pureza (White Martins 4.6 FID para
=0,889220 g cm-3, 0,740 mol) para dentro do balão, obtendo-se uma solução verde
intenso após 3 mim de agitação, em seguida o balão foi revestido com papel
Figura 9. Sistema montado para síntese do ânion radical naftaleno, utilizando como
álcali o sódio.
26
esta amostra fez-se a leitura do branco. Com o auxílio de uma seringa foram
qualitativas.
(reação de 0,5 mL de TCB com 1,0 mL de ARN) com agitação por 10 min, seguida
27
espectros.
25 mL de Hexano, fornecendo uma solução 0,32 mol L-1 (TCB4). Em seguida 0,5 mL
da solução foram reagidos com 1,5 mL de ARN e agitada por 4 min. O processo foi
repetido com agitação de 15 min. Em seguida o meio foi neutralizado com 0,5 mL de
HNO3 5% v/v e adição de 4 mL de água. A fase orgânica foi isolada e seca com
cloreto de cálcio.
Para a leitura dos espectros foi preparada uma amostra contendo 4,0 mL de
10-3 e 1,5 x 10-5 mol L-1. Para a leitura do branco, antes da reação de TCB com ARN
usou-se somente hexano e após a reação utilizou-se uma solução de hexano e ARN
Determinação Potenciométrica
desalogenação foi feita via ânion radical naftaleno (ARN). A reação foi realizada em
A separação dos íons cloreto da fase orgânica foi realizada através de três
extrações aquosas, sendo a primeira em meio ácido (HNO3 0,1 mol L-1). Em seguida
– 35,5 – 355 mg L-1). Deste modo o teor de cloreto na amostra foi fornecido em mg
Naftaleno THF
(OMI + Ascarel) Adição de ARN Separação das 1- Extr. HNO3 0,1 mol L-1
25,0 mL Até cor verde fases – 3 extr. 2- Extr. H2O
Potenciometria
de PCB em OMI, antes e após a reação com ARN, bem como em OMI isento de
contaminação, branco.
240°C; Tdeterctor = 340 °C; Tcoluna = 140 °C (3’min) e 10 °C/mim 280 °C; Vinjetor = 1,4
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
sódio não é solúvel em THF, porém em contanto com THF no meio reacional ocorre
metálico, que rapidamente se estende por todo o meio reacional, indicando o inicio
4,0
322 423 ARN
3,5 naftaleno
3,0
2,5
Abs
2,0
264 550
1,5
286
1,0
310
0,5
0,0
250 300 350 400 450 500 550 600 650
λ máx nm
Figura 12. Espectro de UV-Vis, processo de degradação espontânea do ânion
radical nafatleno a naftaleno.
definida, pois como pode ser visto na Figura 12, as bandas etilênicas (E1 e E2) do
absorbância alta, no início sendo superior a 1,0 com isso apenas a banda em 754
2,25
2,00 754
1,75 1,8
264
1,50
1,5
1,25 1,3
Abs
286
1,00
1,0
0,75 546 0,8
0,50
310
0,25
0,00
220 240 260 280 300 500 550 600 650 700 750 800
λ máx nm
Figura 13. Espectros de UV-vís do ARN e naftaleno, dependência das bandas com
a concentração.
elétron deve ocupar o primeiro orbital livre do naftaleno, o esquema pode ser
deslocamento nas bandas do naftaleno (Tabela 6), que pode ser confirmado através
do gráfico da Figura 12. Nota-se que a absorbância neste caso não obedece a Lei
de Lambert Beer, pois a absorbância é superior a 1,0, mas serve como verificação
As duas bandas descritas para o ARN (754 e 550 nm) possuem absortividade
correspondente a banda em 754 nm, pode ser suprimida devido a alta solvatação do
cátion.
7,2 e 6,2 ppm devem estar relacionados com os hidrogênios α e β do ânion radical
Figura 16. Espectro de NMR 1H do ânion radical naftaleno (acetona-d6, 200 MHz).
espectro realizado após uma semana, onde aparecem dois picos correspondentes
aumentada, possibilitando a distinção dos dois sinais em 7,08 e 7,01 ppm, mas
ainda podendo ser notado a sobreposição visto que a diferença é de apenas 0,07
ppm.
Figura 19.
37
(a) (b)
Figura 17. Espectros de RMN 1H do ânion radical naftaleno (DMSO-d6, 400 MHz)
(a) recém preparado e (b) degradação após uma semana.
maior que o do hidrogênio. Desta forma, análise de RMN para ânions radicalares
16 pode-se observar que a acetona reage com o ânion, comprovado pela presença
dos picos do naftaleno em 8,04 e 7,65 ppm. A utilização de DMSO-d6 como solvente
causou o desaparecimento do pico em 6,25. Sabe-se que DMSO não é bom agente
bem efetiva e deslocalizada por toda a estrutura, não sendo possível distinguir entre
os hidrogênios α e β.
19, onde se observa que após um semestre de preparação, não há a presença dos
representa 85% da solução e para haver uma boa visão do pico do ânion foi
radicalares, que com algumas exceções, se caracterizam por sua alta instabilidade,
associado com a sua alta reatividade frente a água, oxigênio e dióxido de carbono,
portanto a síntese requer certos cuidados, como ambiente totalmente inerte e seco.
Dioxano também foi utilizado como solvente para a síntese, como tentativa de
(DME) e diglimes são de alto custo e tendo que ser importados. Os resultados
obtidos não foram satisfatórios e mesmo após três dias de agitação a taxa de
mostra que para uma mesma separação de cargas, a energia potencial para o
solvente dioxano é de 14 kcal mol-1, enquanto que para DME este valor é de 4 kcal
40
reação em dioxano ser muito mais lenta que em THF. Para dioxano não foram
concentrações. A presença das bandas dos isômeros triclorados, com λmáx = 272,
279, 288 nm, são mostrados em vermelho. Após a reação com ARN, foi possível
observar a diminuição dessas bandas e o surgimento das bandas em 248, 240 e 233
nm. A Figura 21 mostra o espectro da amostra TCB4 após a reação com ARN em
O teste com nitrato de prata confirmou a presença de cloreto nas duas amostras em
272
0,6
1,4 205
0,4
1,2
0,2
1,0
0,0 233
227
240 260 280 300
0,8
λ máx (nm)
Abs
0,6
0,4
0,2
0,0
λ máx (nm)
Figura 20. Espectros qualitativos de TCB em hexano e TCB reagido com ARN.
42
-5 -1
236 nm TCB - 1,5 x 10 mol L
1,4 -3 -1
TCB - 1,28 x 10 mol L
TCB4 + ARN (15 min)
1,2 TCB4 + ARN (4 mim)
1,0 288 nm
230 nm
278 nm
0,8
Abs
270 nm
0,6 311 nm
0,4
0,2
0,0
200 225 250 275 300 325
λmáxnm
Figura 21. Espectros quantitativos de TCB em hexano e TCB reagido com ARN.
compostos mono (204 e 256 nm) e diclorados. Considerando que entre 230 a 250
nm não aparece uma banda bem definida, pois há uma superposição das duas
amostra comercial de TCB utilizada neste trabalho não era pura e através de análise
Composto λ1 nm λ2 nm λ3 nm λ4 nm λ5 nm
1,2-dicloro 250 256 263 270 277
1,3-dicloro 250 256 2636 270 278
1,4-dicloro 258 266 273 280
1,2,3-tricloro 265 273 280
1,2,4-tricloro 270 278 287
1,3,5-tricloro 266 273 281
1,2,3,4-tetracloro 274 280 291
1,2,3,4-tetracloro 274 281 291
1,2,4,5-tetracloro 276 285 294
benzeno 180 200 255
bifenila 255
hexano, sendo suficiente para poder se obter um espectro desejado. Após a reação
com ARN é necessário fazer um branco com uma solução de hexano e ARN, já que
regiões (Figura 13), sendo possível que o resíduo da banda em 288 e 310 nm seja
As amostras de óleo OMI contaminadas com PCB entre 0 a 200 ppm, não
amostras de óleo mineral via reação ARN é rápida, levando entre 10 a 15 min e é de
excesso de ARN, portanto término da reação (Figura 10). A quantidade de ARN (em
aquosas, sendo que a primeira era composta de uma solução ácida (HNO3 0,1 mol
Potencio- Resul-
Amostras Método 1242 1254 1260 Média
metria tado
de
OMIa IEC 61619 Cl- (ppm)b (ppm)c (ppm)c (ppm)c (ppm)d Aceito
44
(ppm)a
A 8,5 6,8 ± 0,0 16,4 12,6 11,3 13,3 ±1,9 sim
Segundo Stevenson et al.,19 ARN reage com água produzindo íons OH- e gás
íons OH- por degradação, disto todo o excesso de ARN é degradado, quando da
cloreto (< 10-4). Em outros casos o valor de pH de análise pode variar de 0 – 14,
sendo que o intervalo de 2 – 4,5 é onde se obtém melhores respostas, pois neste pH
Cl- e OH- pode-se obter erros de até 0,5% na determinação de cloreto. Outros íons
tais como: Br-; I-; CN-; S-2 e NH340 também interferem na leitura.
através da equação
ax = yx [ X ] (7)
concentração efetiva, para tal pode-se adicionar um eletrólito com excesso suficiente
eletrólito. Para o ajuste da força iônica, nas análises de cloreto geralmente se usa
ARN, a força iônica foi ajustada através da adição de 10 mL de tampão acetato 0,5
mol L-1 (pH 4,5). Considerando apenas a concentração do íon acetato a quantidade
adicionada foi suficiente para manter a força iônica próxima a 0,1, que garante uma
de cloreto 355 mg L-1. Esta operação proporcionou o ajuste adequado para força
iônica.
entre os três principais tipos de Ascarel (1242, 1254, 1260 - que correspondem a 42,
outra espécie que por ventura esteja presente na amostra, sem especificar a origem
cloreto analisado por potenciometria em Ascarel, para que seja possível comparar as
contaminadas por Aroclor 1242, 1254 e 1260, pode-se através de uma regra de três
simples (Esquema 3), transformar o total de cloreto, obtido por potenciometria, nos
52%, onde se obtém o valor de 96,1 mg L-1, ou seja, uma boa aproximação seria
ascarel, além de apresentar teores mais elevados de Cl- para as demais amostras.
método apresenta-se como uma metodologia simples de baixo custo, (Kits similares
49
campo, pois todas as etapas propostas para o ensaio são de fácil operação.
de transformadores.
moléculas organocloradas.
como Rivelino (amostra F da Tabela 8), que possui uma contaminação na ordem de
110 ppm de aroclor 1242, antes da reação com ARN (em azul) e após a reação (em
vermelho).
(Tabela 8), o que não era esperado, já que para as amostras puras de Hexano,
Hexano +THF, hexano + THF + naftaleno e OMI novo (isento de Ascarel) (anexo L),
não apresentava sinal no cromatograma. Portanto, uma amostra de OMI novo foi
reagida com ARN, apresentando vários picos coincidentes com a amostra Rivelino
após a reação (Figura 23). A intensidade dos picos não pode ser levada em
50
consideração, pois além das quantidades de ARN serem para cada amostra, para o
branco considerou-se o volume fixo de 5,0 mL, já que este foi o volume máximo de
ARN utilizado nas amostras de análise. Também deve-se levar em consideração que
a composição dos óleos podem ser diferentes, pois se tratam de amostras com um
determinado tempo de uso e a amostra de óleo novo, o qual ainda não sofreu
transformador.
amostra foi determinada como sendo um Ascarel do tipo Mix, ou seja, possui pelo
menos dois dos três tipos de aroclor, com contaminação de aproximadamente 150
6. CONCLUSÃO
espectros de RMN 1H, a decomposição do mesmo gera naftaleno e este pode ser
visualizado facilmente nos espectros. Também foi verificado que não há diferença
elétron.
isolantes contaminados.
Todas as etapas propostas para o ensaio são de fácil operação podendo ser
7. ANEXOS
Anexo A. Espectro de RMN 1H do ARN em Acetona-d6 - 200MHz.
4
1 5
3
58
Isômeros
DICLOROBENZENO
Isômeros
TRICLOROBENZENO
59
Isômeros
TRICLOROTOLUENO
Isômeros
TRETRACLOROBENZENO
60
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
14. FIESER, F. L. Reagents for Organic Synthesis. John Wiley & Sons Inc.
1967.
18. Kansai Electric Power Co. Inc, Study Concerning Chemical Treatment of
PCBs, Annual Report 1996/97.
21. DONALD, P. E.; DAVID, L.; WEISSMAN, S. I. Reactions of Sodium Metal with
Aromatic Hydrocarbons. J. Am. Chem. Soc., v. 78, p. 116, 1956.
28. KOCHI, J. K. Free Radicals. New York, USA: ed Jonh Wiley & Sons, Inc,
1973. v. 1. cap. 9.
33. PARKER, D. K.; STEICHEN, R. J. Process for Removal of Low Level (ppm)
halogenated contaminants. US pat. 4,284,513, 1981.
40. APHA, AWWA & WPCF, Chloride Potentiometric Method, In: Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater, 14. ed. Washington,
(APHA 408c), 874-5, 1975.
42. BOCK, H.; ARAD, C.; NÄTHER, C.; HAVLAS, Z. The Structure of Solvent-
separated Naphthalene and Anthracene radicals Anion. J. Chem. Soc.
Commun., v. 23, p. 2393, 1995.
44. EPA, (US), Screening Test Method for Polychlorinated biphenyls in soil.
Method 9078. 1996.