04 Pneumatologia

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................. 4
I - A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO ........... 8
II - O MINISTÉRIO DO ESPIRITO SANTO . 30
III - A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO .. 74
IV - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO 115
V - O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO E
NOVO TESTAMENTO .............................. 122
VI - AS OBRAS DO ESPÍRITO SANTO .... 132
VII - O ESPÍRITO E O CORPO ................. 188
VIII - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO .... 208
VIII - BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E O
FRUTO DO ESPÍRITO .............................. 215
CONCLUSÃO ............................................ 220
Bibliologia .................................................. 223

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INTRODUÇÃO

Pneumatologia, no sentido teológico do


termo, significa o estudo a respeito do Espírito
Santo. Estudando sua atuação, sua obra,
enfim o que diz respeito a Ele.

Esta disciplina é rica em seu conteúdo devido


falar sobre a Terceira Pessoa da Trindade,
que é o Espírito Santo. É Ele quem inspira,
orienta e dirige a nossa vida. E a Bíblia O
denomina como: O Santo Espírito, O Espírito,
O Espírito de Deus, O Espírito do Filho de
Deus, O Consolador etc.

Existem, nos dias de hoje, muitos erros e


confusão no tocante à personalidade, às
operações e às manifestações do Espírito
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Santo; eruditos conscientes, mas
equivocados, têm sustentados pontos de
vistas errôneos a respeito dessa doutrina. É
vital, para a fé de todo crente, que o ensino
bíblico a respeito do Espírito Santo seja visto
em sua verdadeira luz e mantido em suas
corretas proporções.

O Espírito Santo é identificado como a


terceira pessoa da Trindade, é igual ao Pai e
ao Filho, e nas escrituras denominado: O
Espírito, o Santo Espírito, o Espírito de Deus,
o Espírito do Filho de Deus, o Consolador etc.

Para melhor obter uma visão panorâmica da


Pessoa e obra do Espírito Santo, como ponto
inicial desta disciplina, ela é dividida em dois
períodos: o do Antigo e o do Novo
Testamento.

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No primeiro, as atividades e as manifestações
do Espírito Santo eram esporádicas,
específicas e em tempos distintos. No
segundo, começa no dia de Pentecostes,
quando suas atividades se concretizam direta
e continuamente, através da Igreja. Com mais
riqueza de detalhes abordaremos em duas
lições nesta apostila, 1 (um) capítulo
concernente às atuações no Antigo e Novo
Testamento.

Definição da Palavra Espírito.


Aprendamos a distinguir os vários sentidos
desta palavra em toda a Bíblia. No Antigo
Testamento, a língua hebraica a traduz como
“ruach”, que significa, essencialmente, vento,
hálito, respiração. No Novo Testamento,
escrito na língua grega, a palavra “espírito” é
“pneuma”. A raiz pneu refere-se ao ar. O
sufixo “ma” fala da ação, do movimento do ar.
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Ruach e Pneuma são palavras que se
referem também ao Espírito humano. Quando
se refere ao “espírito humano” diz respeito ao
fôlego de vida, que tornou o homem um ser
vivente.

“Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e


soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se
tornou um ser vivente.”
(Gn 2.7)

“E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o


espírito.”
(Mt 27.50)

“E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus


mandou que lhe dessem de comer.”
(Lc 8.55)

“E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor


Jesus, recebe o meu espírito.”
(At 7.59)

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É a essência da humanidade, pois ele é que
torna a alma humana distinta da irracional. O
espírito representa a natureza suprema do
homem e o habilita a ter comunhão pessoal
com o seu Criador.

A palavra “espírito” não limita o Espírito


Santo a um sentido figurado, ou a uma mera
representação impessoal. Ele é um fato. Não
é uma mera energia ou influência de Deus. O
Espírito é Deus, a terceira pessoa da
Trindade.

I - A PESSOA DO ESPÍRITO
SANTO

Ao chegar às partes finais de nosso estudo de


teologia sistemática, é bom colocar no seu
devido contexto os assuntos que estão para

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ser examinados. Começamos com uma
análise de Deus, do Ser Supremo, e de sua
obra no planejamento, na criação e no
cuidado de tudo o que existe. Depois
examinamos a mais elevada de todas as
criaturas, a raça humana, no que se refere ao
destino que Deus o deseja dar e ao seu
distanciamento em relação a esse plano
divino.

Vimos também as consequências que


sobreviveram à raça humana e a provisão de
Deus para sua redenção e restauração. A
criação, a providencia e a provisão da
salvação são as obras objetivas de Deus.
Chegamos agora à obra subjetiva de Deus –
a aplicação de sua obra salvadora divina aos
homens. Estaremos examinando o verdadeiro
caráter da salvação recebida e vivenciada
pelos seres humanos. Depois, vamos

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investigar a forma coletiva assumida pela fé,
ou seja, a igreja.

E, por fim, estaremos examinando a


concretização do plano de Deus, ou seja, as
últimas coisas.

Outra maneira de encarar nosso estudo de


teologia sistemática é vê-las como obras dos
diferentes membros da Trindade. O Pai é
destacado nas obras da criação e da
providência (partes 1-4), o Filho efetivo a
redenção da humanidade pecadora (partes 5-
8) e o Espírito Santo aplica essa obra
redentora à criatura de Deus, tornando, dessa
forma, real a salvação (partes 9-11). É, assim,
importante que gastemos algum tempo
estudando a Terceira Pessoa da Trindade
antes de passar para os produtos em que se
empenha.

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1. A Importância da Doutrina do Espírito
Santo

Há vários motivos pelos quais o estudo do


Espírito Santo é especialmente significativo
para nós. Um deles é que o Espírito Santo é o
ponto em que a Trindade se torna pessoal
para o que crê. Em geral, pensamos no Pai
como alguém transcendente e bem longe, no
céu; de forma semelhante, o Filho parece
muito distante na história e, portanto,
relativamente incognoscível. Mas o Espírito
Santo é a pessoa específica da Trindade por
meio de quem toda a Divindade Triúno atua
em nós.
A segunda razão pela qual o estudo do
Espírito Santo é especialmente importante é
que vivemos no período em que a obra do
Espírito Santo é mais proeminente que a dos
outros membros da Trindade. A obra do Pai
foi mais notável no período do Antigo
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Testamento, assim como a do Filho, no
período que começa nos evangelhos e
termina na ascensão.

O Espírito Santo vem ocupando o centro da


cena desde o tempo do Pentecostes, ou seja,
o período coberto pelo livro de Atos e pelas
epístolas e pelos períodos seguintes de
história da igreja. E quisermos, portanto, estar
em contato com Deus hoje, precisamos estar
à par da atividade do Espírito Santo.

A terceira razão da importância da doutrina do


Espírito Santo é que a cultura atual dá muito
valor a experiência, e é principalmente por
meio dele que experimentamos Deus. É por
meio da obra do Espírito Santo que sentimos
a presença de Deus dentro de nós e a vida
cristã recebe uma tangibilidade especial. Por
conseguinte, é vital que entendemos o
Espírito Santo.
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2. Dificuldades na Compreensão do
Espírito Santo

Embora o estudo do Espírito Santo seja


especialmente importante, nossa
compreensão é em geral mais incompleta e
confusa nesse ponto que na maioria das
outras doutrinas. Um dos motivos para isso é
que temos na Bíblia menos revelações
explicitas acerca do Espírito Santo do que
encontramos acerca do Pai e do Filho. Em
parte, talvez isso se deva ao fato de que uma
grande feita do ministério do Espírito Santo
consiste em proclamar e glorificar o Filho

“Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e


vo-lo há de anunciar.”
(Jo 16. 14)

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Em contraste com outras doutrinas, não há
discussões sistemáticas acerca do Espírito
Santo. Na prática, a única discussão ampla
em que o Espírito Santo é mencionado, ele
está relacionado a outro assunto.

Outro problema é a falta de um quadro


concreto de figuras. Deus Pai é compreendido
de forma bem razoável, por causa da figura
do pai que é familiar a todos. O Filho não é de
difícil conceituação porque realmente
apareceu em forma humana, foi observado e
teve sua história registrada. Mas o Espírito
Santo é intangível e difícil de visualizar.

Para complicar, há uma termologia infeliz da


King James e de outras traduções inglesas
mais antigas que se referem ao Espírito Santo
como o “Holy Ghost” [Fantasma Santo].
Muitas pessoas que cresceram usando essas
versões da Bíblia entendem o Espírito Santo
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como alguma coisa por baixo de um lençol
branco.

Além disso, surge um problema a partir do


que a Escritura revela acerca da natureza do
ministério do Espírito Santo sem relação aos
do Pai e do Filho. Durante a era presente, o
Espírito exerce um ministério de servir ao Pai
e ao Filho, executando a vontade deles (que,
obviamente, também é sua).

Nesse sentido, somos lembrados do


ministério terreno do Filho, durante o qual ele
exercia uma função subordinada ao Pai.
Agora, essa subordinação temporária de
função – a do filho, durante seu ministério
terreno e a do Espírito, durante a era presente
– não nos deve levar à conclusão de que
também existe uma inferioridade em
essência. Mas, na prática, muitos de nós
possuem uma teologia não-oficial que vê o
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Espírito Santo como alguém inferior em
essência ao Pai e ao Filho. Com efeito, a
Trindade é visualizada como Pai, Filho e
espírito santo.

Esse erro é semelhante ao dos arianos. A


partir das passagens bíblicas que falam da
subordinação do Filho ao Pai durante o
ministério terreno, eles concluíram que o Filho
é inferior ao Pai em posição e essência.

Na segunda metade do século XX, surgiram


controvérsias consideráveis acerca do
Espírito Santo. Por conseguinte, existe
alguma relutância em discutir sobre o Espírito,
por medo de que tal discussão possa criar
dissensões. Uma vez que os pentecostais
dão tanta importância ao Espírito Santo,
certos não pentecostais, receosos de serem
identificados com os pentecostais, evitam
totalmente tocar no assunto. Aliás, enquanto
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em certos círculos “cristão carismático” é um
rótulo de prestigio, em outros é um estigma.

A primeira prova da personalidade de Deus é


o uso do pronome masculino para representá-
lo. Já que a palavra grega pneuma (“espírito”)
é neutra, e já que os pronomes devem
concordar com seu antecedente em pessoa,
número e gênero, seria de esperar que o
pronome neutro fosse em pregado para
representar o Espírito Santo. Mas em João
16.13,14, a descrição que Jesus faz do
ministério do Espírito Santo usa um pronome
masculino onde se esperaria um pronome
neutro. O único antecedente possível no
contexto imediato “Espírito da verdade” (v.
13). Ou João cometeu um erro gramatical
nesse ponto, ao registrar o discurso de Jesus
(fato improvável, já que não encontramos erro
semelhante em nenhuma outra parte de seu
evangelho), ou ele resolveu deliberadamente
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usar o masculino para nos transmitir o fato de
Jesus estar se referindo a uma pessoa, não a
uma coisa.

A segunda de provas da personalidade do


Espírito Santo é uma série de passagens em
que sua obra lembra, de uma forma ou de
outra, a obra de alguém que, sem dúvida, é
um agente pessoal. O termo parakletos
(“conselheiro, advogado”) é aplicado ao
Espírito Santo:

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai


enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas,
e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”
(João 14.26)

“Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai


vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede
do Pai, ele testificará de mim.”
(João 15.26)

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“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá;
porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas,
quando eu for, vo-lo enviarei.”
(João 16. 7)

Em cada um desses contexto, é óbvio que


não se tem em vista algum tipo e influencia
abstrata, pois Jesus também é mencionado
expressamente como um paracletos

“E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram


apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás
entre eles, apresentar-se perante o SENHOR.”
(I Jó 2. 1)

Mais significativas são suas palavras em


João 14.16, quando ele que orará ao Pai a fim
de que ele dê outro Paracletos aos discípulos.

A palavra “outro da mesma espécie”. Uma


vez que as afirmações de Jesus associam a
vinda do Espírito à sua partida fica claro que o
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Espírito é um substituto de Jesus e
desempenhará o mesmo papel. A
similaridade em suas funções é uma
indicação de que o Espírito Santo, como
Jesus, deve ser uma pessoa.

Outra função que tanto Jesus como o Espírito


Santo exercem e que, por conseguinte, serve
como início da personalidade do Espírito, é a
de glorificar outra pessoa da Trindade. Jesus
diz acerca do Espírito: “Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu vo-lo há
de anunciar”. Um paralelo é encontrado em
João 17.5, onde, em sua oração sacerdotal,
Jesus afirma que durante seu ministério obre
a terra ele glorificou o Pai.

“Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e


vo-lo há de anunciar.”
(João 16. 14)

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As associações mais interessantes do
Espírito Santo com agentes pessoais são
aquelas em que ele é ligado ao Pai e ao Filho.
Entre as mais conhecidas estão, mais uma
vez, a formula batismal em Mateus 28.19 e
bênção em 2 Coríntios 13.14. Judas
prescreve:

“Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé


santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no
amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor
Jesus Cristo, para a vida eterna”
(v. 20,21).

Pedro dirige-se a seus leitores como os que


foram

“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em


santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do
sangue de Jesus Cristo”
(I Pe 1.2).

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O Espírito Santo é também ligado ao Pai e ao
Filho em várias ocasiões do ministério de
Jesus. Uma dessas ocorrências é o batismo
de Jesus

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se


lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo
como pomba e vindo sobre ele.

E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo.”
(Mt 3. 16, 17)

em que todas as três pessoas da Trindade


estiveram presentes. Outra é quando ele
expulsou demônios

“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus,


logo é chegado a vós o reino de Deus.”
(Mt 12. 28)
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A conjunção do Espírito Santo com o Pai e o
Filho nesses eventos é uma indicação de que
ele é pessoal, assim como os outros dois.

O fato de o Espírito possuir certas


características pessoais é nossa terceira
indicação de personalidade. Entra as mais
notáveis dessas características estão a
inteligência, a vontade e as emoções,
tradicionalmente entendidas como os
elementos fundamentais que formam uma
pessoa. Das várias referências à inteligência
e ao conhecimento do Espírito, citamos aqui
João 14.26, em Jesus promete: “[o Espírito]
ensinará todas as cousas e vos fará lembrar
de tudo o que vos tem dito”.

A vontade do Espírito é atestada em 1


Coríntios 12.11, que afirma que “um só e o
mesmo Espírito realiza todas estas cousas [o
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exercício dos dons espirituais], distribuindo-
as, como lhe apraz, a cada um,
individualmente”. Que o Espírito possui
emoções fica evidente em Efésios 4.30, onde
Paulo alerta contra a possibilidade de se
entristecer o Espírito.

O Espírito Santo também pode ser afetado


como acontece com as pessoas,
demonstrando-se passivamente, assim, sua
personalidade. É possível mentir para o
Espírito Santo, como fizeram Ananias e Safira

“Então perguntou Pedro: "Ananias, como você permitiu


que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de você
mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do
dinheiro que recebeu pela propriedade?

Ela não lhe pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro


não estava em seu poder? O que o levou a pensar em
fazer tal coisa? Você não mentiu aos homens, mas sim a
Deus".”
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(At 5. 3, 4)

Paulo fala dos pecados de entristecer o


Espírito

“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual


estais selados para o dia da redenção.”
(Ef 4. 30)

e de apagar o Espírito

“Não extingais o Espírito.”


(I Ts 5.19)

Estevão acusa seus adversários de sempre


resistirem ao Espírito Santo

“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e


ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós
sois como vossos pais.”
(At 7. 51)

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Embora seja possível resistir a uma mera
força, não é possível mentir ou entristecer a
algo que seja impessoal. E depois, de modo
mais notável, há o pecado da blasfêmia
contra o Espírito Santo

“Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se


perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito
não será perdoada aos homens.”
(Mt 12. 31)

“Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo,


nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo”
(Mc 3. 29)

Esse pecado, que Jesus alega ser mais sério


que a blasfêmia contra o Filho, com certeza
não pode ser cometido contra algo impessoal.

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Além disso, o Espírito Santo toma parte em
ações e ministérios morais que só podem ser
exercidos por uma pessoa. Entre essas
atividades estão: ensino, regeneração,
perscrutação, fala, intercessão, comando,
testificarão, direção, iluminação, revelação.

Uma passagem interessante e incomum é


Romanos 8.26, em que Paulo diz: “também o
Espírito, semelhante, nos assiste em nossa
fraqueza; porque não sabemos orar como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós sobremaneira, com gemidos
inexprimíveis”. Com certeza, Paulo tem em
mente uma pessoa. E assim também Jesus,
sempre que fala do Espírito Santo, como, por
exemplo, em João 16.8: “Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e
do juízo”.

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Todas essas considerações levam a uma
conclusão. O Espírito Santo é uma pessoa,
não uma força, e tal pessoa é Deus, na
mesma dimensão e da mesma forma que o
Pai e o Filho.

3. Implicações da Doutrina do Espírito


Santo

Uma compreensão correta do Espírito


Santo – quem é o que é – acarreta certas
implicações:

1. O Espírito Santo é uma pessoa, não uma


força vaga. Portanto, ele é alguém com quem
podemos ter relacionamento pessoal, alguém
a quem devemos orar.

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2. O Espírito Santo, sendo plenamente
divino, deve receber a mesma honra e
respeito que dispensamos ao Pai e ao Filho.
É apropriado adora-lo como adorarmos a
eles. Não se deve pensar que ele seja em
algum sentido inferior a eles em essência,
embora seu papel esteja às vezes
subordinado ao deles.

3. O Espírito Santo é um com o Pai e o Filho.


Sua obra é a expressão e a execução do que
os três planejaram juntos. Não há tensão
entre as três pessoas ou suas atividades.

4. Deus não está distante. No Espírito Santo,


o Deus Triúno chega perto tão perto que, de
fato, entra em cada pessoa que crê. Deus é
até mais íntimo de nós agora que na
encarnação. Por meio da operação do
Espírito, ele de fato torna-se o Emanuel,
“Deus conosco”.
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Louvai ao Espírito! Consolador de Israel,
Enviado pelo Pai e pelo Filho para nos
abençoar;
Louvai ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,

II - O MINISTÉRIO DO ESPIRITO
SANTO

1. Explicação e Base Bíblica

Podemos definir a obra do Espírito Santo


como segue: a obra do Espírito Santo
consiste em manifestar a presença ativa de
Deus no mundo e em especial na igreja. Essa
definição indica que o Espírito Santo é o
membro da Trindade que as Escrituras com
mais frequência representam como aquele

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que está presente para fazer a obra de Deus
no mundo. Embora isso seja real até certo
ponto através de toda a Bíblia, é
particularmente verdadeiro na era da nova
aliança.

No Antigo Testamento, a presença de Deus


muitas vezes foi manifestada na glória de
Deus e nas teofanias; nos evangelhos o
próprio Jesus manifestou a presença de Deus
entre os homens. Mas depois que Jesus
subiu ao céu, e de contínuo através de toda a
era da igreja, o Espírito Santo é agora a
principal manifestação da presença da
Trindade entre nós. Ele é o que está presente
de modo mais proeminente entre nós agora.

Desde o princípio da criação, temos indícios


de que a obra do Espírito Santo consiste em
completar e sustentar o que Deus Pai
planejou o que Deus Filho começou, pois em
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“o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”.
(Gênesis 1.2)

E no Pentecostes, com o início da nova


criação em Cristo, é o Espírito Santo quem
vem conceder poder à igreja

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir


sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém
como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra.”
(At 1. 8)

“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a


falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem.”
(At 2. 4)

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu


Espírito derramarei sobre toda a carne;

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E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os
vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão
sonhos;

E também do meu Espírito derramarei sobre os meus


servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão;”
(At 2 17-18)

Como o Espírito Santo é a pessoa da


Trindade por meio de quem Deus manifesta
de modo particular sua presença na era da
nova aliança, Paulo emprega uma expressão
adequada ao referir-se a ele como “primeiros
frutos”

“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias


do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando
a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.”
(Rm 8. 23)

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e “garantia” ou “penhor”, da plena
manifestação da presença de Deus que
conheceremos no novo céu e na nova terra

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o


tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles, e será o seu Deus.

E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não


haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
porque já as primeiras coisas são passadas.”
(Ap 21. 3-4)

Mesmo no Antigo Testamento, foi previsto


que a presença do Espírito Santo traria
bênçãos abundantes da parte de Deus: Isaías
predisse um tempo em que o Espírito traria
grande renovação.

O palácio será abandonado, a cidade


populosa ficará deserta [...] até que se
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derrame sobre nós o Espírito Santo lá do alto;
então, o deserto se tornarem pomar, e o
pomar será tido por bosque; o juízo habitará
no deserto, e a justiça morará no pomar. O
efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça,
repouso e segurança, para sempre. O meu
povo habitará em moradas de paz, em
moradas bem seguras e em lugares quietos e
tranquilos
“Porque os palácios serão abandonados, a multidão da
cidade cessará; e as fortificações e as torres servirão de
cavernas para sempre, para alegria dos jumentos
monteses, e para pasto dos rebanhos;”
(Is 32.14)

De modo semelhante, Deus profetizou por


meio de Isaías a Jacó: “Porque derramarei
água sobre o sedento e torrentes, sobre a
terra seca; derramarei o meu Espírito, sobre a
tua posteridade e a minha bênção, sobre os
teus excedentes”

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“Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a
terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua
posteridade, e a minha bênção sobre os teus
descendentes.”
(Is 44. 3)

Em contraste, o afastamento do Espírito


Santo retirou a bênção de Deus do povo:
“Mas eles foram rebeldes e entristeceram o
seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou
em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles”

“Apesar disso, eles se revoltaram e entristeceram o seu


Espírito Santo. Por isso ele se tornou inimigo deles e lutou
pessoalmente contra eles.”
(Is 63. 10)

No entanto, várias profecias no Antigo


Testamento predisseram um tempo em que o
Espírito Santo viria de modo mais pleno, em

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tempo em que Deus faria uma nova aliança
com o seu povo

“E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um


espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra,
e vos darei um coração de carne.

“E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis


nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os
observeis.”
(Ez 36. 26-27)

“Porei o meu Espírito em vocês, e vocês viverão, e eu os


estabelecerei em sua própria terra. Então vocês saberão
que eu, o Senhor, falei, e o fiz seus companheiros, palavra
do Senhor’ ".”
(Ez 37.14)

“Nem lhes esconderei mais a minha face, pois derramarei


o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor
DEUS.”
(Ez 39. 29)

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“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre
toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão,
os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão
visões.

E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias


derramarei o meu Espírito.”
(Jl 2. 28-29)

De que maneiras específicas o Espírito Santo


traz bênção de Deus? Podemos distinguir
quatro aspectos da obra do Espírito Santo
para fornecer evidencias da presença de
Deus e abençoar:

(1) o Espírito Santo dá poder,


(2) o Espírito Santo purifica;
(3) o Espírito Santo revela;
(4) o Espírito Santo unifica.

Vamos examinar abaixo cada uma dessas


quatro atividades. Finalmente, devemos
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reconhecer que essas atividades do Espírito
Santo não devem ser pressupostas e não
acontecem automaticamente no meio do povo
de Deus. Antes, o Espírito Santo reflete o
prazer ou o desprazer de Deus com a fé e a
obediência – ou com a incredulidade e a
desobediência – do povo de Deus. Por causa
disso, precisamos examinar um quinto
aspecto da atividade do Espírito Santo:

(5) o Espírito Santo dá a evidencia mais forte


ou mais fraca da presença e bênção de Deus,
de acordo com nossa resposta a ele.

2. O Espírito Santo Concede Poder

1. Ele dá vida. No domínio da natureza, é


papel do Espírito Santo dar vida a todas
as criaturas animadas na terra, no céu
ou no mar, como está
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escrito:

“Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a


face da terra.”
(Sl 104. 30)

E no sentido inverso, se Deus

“para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a


carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o
pó”
(Jo 34. 14-15)

Vemos aqui o papel do Espírito Santo e


sustentando a vida humana e animal.

Paralelamente a isso, é papel do Espírito


Santo dar-nos vida nova na regeneração.
Jesus disse a Nicodemos:

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“O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do
Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-
vos nascer de novo”
(Jo 3.6-7)

Ele disse também: “O espírito é o que vivifica;


a carne para nada aproveita”

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita;


as palavras que eu vos digo são espírito e vida.”
(Jô 6. 63)

“O qual nos fez também capazes de ser ministros de um


novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a
letra mata e o espírito vivifica.”
(2Co 3. 6)

“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito


Santo sobre todos os que ouviam a palavra.

E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham


vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do
Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.
41
Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus.

Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar


a água, para que não sejam batizados estes, que também
receberam como nós o Espírito Santo?”
(At 10. 44-47)

Coerente com essa função do Espírito Santo


de dar vida é o fato de que foi o Espírito
Santo quem concebeu Jesus no ventre de
Maria, sua mãe

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando


Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se
ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.

Então José, seu marido, como era justo, e a não queria


infamar, intentou deixá-la secretamente.

E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um


anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas

42
receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está
gerado é do Espírito Santo;”
(Mt 1. 18-20)

“E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o


Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a
sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de
nascer, será chamado Filho de Deus.”
(Lc 1. 35)

E no dia em que Cristo voltar, é o mesmo


Espírito Santo quem irá completar essa obra
de dar vida concedendo a nova vida
ressurreta ao nosso corpo mortal:

“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou Jesus


dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo
Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo
mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”
(Rm 8.11)

43
3. Ele Concede o Poder Para o Serviço
Cristão

a. Antigo Testamento. No Antigo Testamento,


o Espírito Santo muitas vezes capacita
pessoas para serviço especial. Ele capacitou
Josué com habilidade de liderança e
sabedoria

“Então disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de


Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão
sobre ele.”
(Nm 27. 18)

“Ora, Josué, filho de Num, estava cheio do Espírito de


sabedoria, porque Moisés tinha imposto as suas mãos
sobre ele. De modo que os israelitas lhe obedeceram e
fizeram o que o Senhor tinha ordenado a Moisés.”
(Dt 34. 9)

44
e deu poder aos juizes para libertar Israel
seus opressores (observe como o Espírito do
senhor “veio sobre” Otoniel em:

“E veio sobre ele o Espírito do Senhor, e julgou a Israel, e


saiu à peleja; e o Senhor entregou na sua mão a Cusã-
Risataim, rei da Síria; contra o qual prevaleceu a sua
mão.”
(Jz 3. 10)

Gideão em:

“Então o Espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual


tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele.”
(Jz 6. 34)

Jefté em:

“Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté, e atravessou


ele por Gileade e Manassés, passando por Mizpá de
Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até aos filhos de
Amom.”

45
(jz 11. 29)

e Sansão em

“E o Espírito do SENHOR começou a incitá-lo de quando


em quando para o campo de Maané-Dã, entre Zorá e
Estaol.”
(jz 13. 25)

O Espírito Santo veio poderosamente sobre


Saul a fim de levanta-lo para a batalha contra
os inimigos de Israel

“Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo


estas palavras; e acendeu-se em grande maneira a sua
ira.”
(1Sm 11. 6)

e quando Davi foi ungido rei, “o Espírito do


Senhor se apossou” dele daquele dia em
diante

46
“Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no
meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o
Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se
levantou, e voltou a Ramá.”
(1Sm 16. 13)

capacitando-o para cumprir a tarefa de


realeza para a qual Deus o havia chamado.

Numa espécie só um pouco diferente de


capacitação, o Espírito Santo dotou Bezael
com talentos artísticos para a construção do
tabernáculo e deu seu equipamento

“e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhes destreza,


habilidade e plena capacidade artística”
(Ex 31. 3)

e com capacidade para ensinar essas


técnicas para os outros

47
“Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a
ele e a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã.”
(Ex 35.34)

O Espírito Santo também protegeu o povo de


Deus e capacitou-o para vencer seus
inimigos. Por exemplo, Deus colocou seu
Espírito no meio deles à época do êxodo

“Todavia se lembrou dos dias da antiguidade, de Moisés,


e do seu povo, dizendo: Onde está agora o que os fez subir
do mar com os pastores do seu rebanho? Onde está o que
pôs no meio deles o seu Espírito Santo?

Aquele cujo braço glorioso ele fez andar à mão direita de


Moisés, que fendeu as águas diante deles, para fazer para
si um nome eterno?”
(Is 63.11-12)

e, mais tarde, após seu retorno do exílio, pôs


seu Espírito no meio deles para protegê-los e
guardá-los do medo

48
“Esta é a aliança que fiz com vocês quando vocês saíram
do Egito: "Meu espírito está entre vocês. Não tenham
medo".”
(Ag 2.5)

Quando Saul estava tentando capturar Davi à


força, o Espírito Santo veio sobre os
mensageiros de Saul.

“Então enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os


quais viram uma congregação de profetas profetizando,
onde estava Samuel que presidia sobre eles; e o Espírito de
Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles
profetizaram.”
(1 Sm 19. 20)

e por fim sobre o próprio Sau, levando-os


involuntariamente cair no chão e profetizar
durante horas, frustrando dessa forma o
propósito de Saul e humilhando-o em
resposta à sua demonstração maligna de
49
força contra Davi e Samuel. De modo
semelhante, enquanto Ezequiel profetizava
julgamento pelo poder do Espírito Santo
contra alguns líderes de Israel

“Então o Espírito do Senhor veio sobre mim, e mandou-


me dizer: "Assim diz o Senhor: É isso que vocês estão
dizendo, ó nação de Israel, mas eu sei em que vocês estão
pensando.”
(Ez 11.5)
um dos líderes chamado Pelatias morreu

“E aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatias, filho


de Benaia; então caí sobre o meu rosto, e clamei com
grande voz, e disse: Ah! Senhor DEUS! Porventura darás
tu fim ao remanescente de Israel?”
(Ez 11. 13)

Dessa forma, o Espírito Santo trouxe


julgamento imediato sobre ele.

50
Por fim, o Antigo Testamento predisse o
tempo em que o Espírito Santo ungiria um
Messias-Servo em grande plenitude e poder:

Repousará sobre ele o Espírito Santo, o


Espírito de sabedoria e de entendimento, o
Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito
de conhecimento e de temor do Senhor.
Deleitar-se-á no temor do Senhor...

“O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o Espírito que


dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho
e poder, o Espírito que dá conhecimento e temor do
Senhor.

E ele se inspirará no temor do Senhor. Não julgará pela


aparência, nem decidirá com base no que ouviu;”
(Is 11. 2-3)

Isaías profetizou que Deus diria o seguinte


sobre esse Servo que estava para chegar: “...
pus sobre ele o meu Espírito”
51
"Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em
quem tenho prazer. Porei nele o meu Espírito, e ele trará
justiça às nações.”
(Is 42.1)

e que ele mesmo diria: “O Espírito do Senhor


Deus está sobre mim, porque o Senhor me
ungiu”

“O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o


Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres.
Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração
quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação
das trevas aos prisioneiros,”
(Is 61.1)

“O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu


para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os
quebrantados de coração,”
(Lc 4.18)

52
Antes de encerrar esta discussão sobre a
capacitação pelo Espírito Santo no Antigo
Testamento, devemos observar que às vezes
se diz que não havia nenhuma obra do
Espírito Santo dentro das pessoas no Antigo
Testamento.

Essa ideia tem sido inferida principalmente


das palavras de Jesus aos discípulos

“... ele habita convosco e estará em vós”.


(João 14.17)

Mas não devemos concluir desse versículo


que não havia nenhuma obra do Espírito
Santo no interior das pessoas antes do
Pentecostes.

53
Embora o Antigo Testamento não fale com
frequência de pessoas que tinham dentro de
si o Espírito Santo ou que dele tinham
plenitude, existem uns poucos exemplos:
Josué é descrito como homem que tem
Espírito

“Então disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de


Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão
sobre ele.”
(Nm 27.18)

“Ora, Josué, filho de Num, estava cheio do Espírito de


sabedoria, porque Moisés tinha imposto as suas mãos
sobre ele. De modo que os israelitas lhe obedeceram e
fizeram o que o Senhor tinha ordenado a Moisés.”
(Dt 34. 9)

assim como Ezequiel

54
“Enquanto ele falava, o Espírito entrou em mim e me pôs
de pé, e ouvi aquele que me falava.”
(Ez 2. 2)
Daniel

“Mas por fim entrou na minha presença Daniel, cujo


nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no
qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o
sonho, dizendo:

Beltessazar, mestre dos magos, pois eu sei que há em ti o


espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil,
dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua
interpretação.”
(Dn 4.8-9)

e Miquéias

“Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Senhor, e de


juízo e de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e
a Israel o seu pecado.”
(Mq 3. 8)

55
Isso significa que quando Jesus diz aos seus
discípulos

“ele habita convosco e estará em vós”


(Jo 14.17),

não pode estar dizendo que havia uma


diferença absoluta “dentro/fora” entre a obra
do Espírito Santo na antiga aliança e a nova.
Nem pode João 7.39 (“pois o Espírito até
aquele momento não fora dado, porque Jesus
não havia sido ainda glorificado”) significar
que não havia nenhuma atividade do Espírito
Santo na vida das pessoas antes do
Pentecostes. Ambas as passagens devem ser
maneiras diferentes de dizer que a obra mais
poderosa, mais plena do Espírito Santo,
características da vida após o Pentecostes,
ainda não havia começado na vida dos
discípulos.

56
O Espírito Santo colocá-lo dentro do seu povo
quando viesse a nova aliança

“E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um


espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra,
e vos darei um coração de carne.

E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis


nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os
observeis.”
(Ez 36. 26-27)

nem o Espírito Santo havia sido derramado


com grande abundancia e plenitude que
caracterizaria a era da nova aliança

E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre


toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão,
os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão
visões.

57
E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias
derramarei o meu Espírito.
(Jl 2. 28-29).

Nesse sentido poderoso de nova aliança, o


Espírito Santo ainda não estava operando
dentro dos discípulos.

b. Novo Testamento. A obra capacitadora


do Espírito Santo no Novo Testamento é vista
primeiro e de modo pleno na unção e
capacitação de Jesus como Messias. O
Espírito Santo desceu sobre Jesus por
ocasião do seu batismo

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se


lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo
como pomba e vindo sobre ele.”
(Mt 3.16)

58
“E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu
Filho amado em quem me comprazo.”
(Mc 1. 11)

“E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea,


como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és
o meu Filho amado, em ti me comprazo.”
(Lc 3. 22)
João Batista disse:

“Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre


ele”
(Jo 1.32).

Portanto, Jesus foi para a tentação no deserto


“cheio do Espírito Santo”

“Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a


Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em
derredor.”
(Lc 4. 14)

59
Quando Jesus foi pregar na sinagoga em
Nazaré, declarou que a profecia de Isaias fora
cumprida nele:

“O Espírito do senhor está sobre mim, pelo


que me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos
cativos e restauração da vista aos cegos,
para pôr em liberdade os oprimidos, e
apregoar o ano aceitável do Senhor”

“O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu


para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os
quebrantados de coração,

A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos


cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano
aceitável do Senhor.”
(Lc 4. 18-19)

60
O poder do Espírito Santo na vida de Jesus
foi visto depois em seus milagres
subsequentes, à medida que ele se deleitava
plenamente com a pureza moral absoluta da
vida de Jesus. No contexto de conversa a
respeito de seu próprio ministério e da bênção
do Pai sobre esse trabalho, Jesus diz: “Deus
não dá o Espírito por medida. O Pai ama ao
Filho, e todas as cousas tem confiado às suas
mãos”

“Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus;


pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.
O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas
mãos.”
(Jo 3. 34-35)

Jesus tinha uma unção do Espírito Santo


sem medida, e essa unção permanecia sobre
ele

61
“E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu
como pomba, e repousar sobre ele.”
(Jo 1.32)

O Espírito Santo também capacitou os


discípulos de Jesus para vários tipos de
ministérios. Jesus lhes tinha prometido: “...
mas receber poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e
Samaria e até os confins da terra”

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir


sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém
como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra.”
(At 1. 8)

Há vários exemplos específicos da atividade


do Espírito Santo concedendo poder aos
primeiros cristãos para operar milagres à
medida que eles proclamavam o evangelho
62
(note Estevão em At 6.5,8; e Paulo em Rm
15.19; 1Co 2.4).

Mas o Espírito Santo deu também grande


poder à pregação da igreja primitiva de modo
que, quando os discípulos eram cheios do
Espírito Santo, proclamavam a Palavra que o
Espírito Santo fala por meio da mensagem do
evangelho à medida ela é proclamada de
maneira eficaz ao coração das pessoas.

O Novo Testamento termina com um convite


do Espírito Santo e da igreja, que juntos
chamam as pessoas à salvação: “O Espírito e
a noiva dizem: Vem! E aquele que ouve, diga:
Vem!”

“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga:


Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de
graça da água da vida.”
(Ap 22. 17)

63
Na realidade, não só na pregação da
mensagem do evangelho, como também na
leitura e no ensino das Escrituras, o Espírito
Santo continua a falar ao coração das
pessoas a cada dia

“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a


sua voz,”
(Hb 3. 7)

onde o autor cita uma passagem do Antigo


Testamento e diz que o Espírito Santo está
agora falando aquela palavra aos leitores).

Outro exemplo da capacitação dos cristãos


para o serviço é a atividade do Espírito Santo
que consiste em conceder dons espirituais
para equipar os crentes para o ministério.

64
Após alistar uma variedade dons espirituais,
Paulo diz:

“Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas


cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, cada um,
individualmente”
(1 Co 12. 11)

Uma vez que o Espírito Santo é quem mostra


ou manifesta a presença de Deus no mundo,
não surpreende que Paulo possa chamar os
dons espirituais de “manifestações” do
Espírito Santo

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para


o que for útil.”
(1 Co 12. 7)

Os dons espirituais em atuação representam


um sinal da presença de Deus Espírito Santo
na igreja.

65
Na vida de oração dos indivíduos crentes,
verificamos que o Espírito Santo concede
poder para a oração e tornar eficaz. “... não
sabemos orar como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós em gemidos
inexprimíveis”

“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas


fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimíveis.”
(Rm 8. 26)

E Paulo diz que “temos acesso ao Pai em um


Espírito”

“Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo


Espírito.”
(Ef 2. 18).

66
Um tipo específico de oração para qual o
Novo Testamento diz que o Espírito Santo dá
poder é o dom de orar em línguas

“E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia;


e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a
variedade de línguas; e a outro a interpretação das
línguas.

Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas,


repartindo particularmente a cada um como quer.”
(1 Co 12. 10-11)

Outro aspecto da obra do Espírito Santo em


que ele concede aos cristãos o poder para
serviço é a capacitação do povo para a
posição espiritual à pregação do evangelho e
à obra de Deus na vida das pessoas.

Esse poder na guerra espiritual foi visto


primeiro na vida de Jesus, que disse: “Se,
porém, eu expulso demônios pelo Espírito de
67
Deus, certamente é chegado o reino de Deus
sobre vós”

“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus,


logo é chegado a vós o reino de Deus.”
(Mt 12. 28)

Quando Paulo chegou a Chipre, enfrentou a


oposição de Elimas, o mágico, mas ele,
“cheio do Espírito Santo, fixando nele os
olhos, disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o
engano e de toda a malícia, inimigo de toda a
justiça, não cessarás de perverter os retos
caminhos do senhor?

Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do


Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por
algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre
ele névoa e escuridade, e, andando à roda,
procurava quem o guiasse pela mão”

68
“Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do
Espírito Santo, e fixando os olhos nele,

Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a


malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de
perturbar os retos caminhos do Senhor?

Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás


cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo
instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e,
andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão.”
(At 13. 9-11)

O dom de “discernimento de espíritos”

“E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia;


e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a

69
variedade de línguas; e a outro a interpretação das
línguas.”
(1 Co 12. 10)

dado pelo Espírito Santo, é também uma


ferramenta nessa guerra contra as forças das
trevas, assim como a Palavra de Deus, que
funciona como “a espada do Espírito”

“Tomai também o capacete da salvação, e a espada do


Espírito, que é a palavra de Deus;”
(Ef 6. 17)

na batalha espiritual.

4. O Espírito Santo Purifica

Uma vez que esse membro da Trindade é


chamado Espírito Santo, não surpreende que
uma de suas principais atividades seja
70
purificar-nos do pecado e “santificar-nos” ou
torna-nos mais santos na conduta prática.
Mesmo na vida de incrédulo há alguma
influência restritiva do Espírito Santo uma vez
que ele convence o mundo do pecado

“E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da


justiça e do juízo:
do pecado, porque não crêem em mim;
da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis
mais,
e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.”
(Jo 16. 8-11)

“Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e


ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós
sois como vossos pais.”
(At 7. 51)

Mas as pessoas se tornam cristãs, o Espírito


Santo realiza nelas uma obra inicial de
purificação, efetuando um decisivo

71
rompimento com os padrões do pecado que
havia na vida deles antes. Paulo fala dos
coríntios: “... mas vós vos lavastes, mas
fostes santificados, mas fostes justificados em
o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito
do nosso Deus”

“E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas


haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em
nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”
(1 Co 6. 11)

veja também

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas


segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da
regeneração e da renovação do Espírito Santo,”
(Tt 3. 5)

Aparentemente é essa obra de lavagem e


purificação realizada pelo Espírito Santo que
simbolizada pela metáfora do fogo quando
72
João Batista diz que Jesus batizaria as
pessoas “com o Espírito Santo e com fogo”

"Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois


de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que
não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os
batizará com o Espírito Santo e com fogo.”
(Mt 3. 11)

Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na


verdade, batizo-vos com água, mas eis que
vem aquele que é mais poderoso do que eu,
do qual não sou digno de desatar a correia
das alparcas; esse vos batizará com o
Espírito Santo e com fogo.

“Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-


vos com água, mas eis que vem aquele que é mais
poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a
correia das alparcas; esse vos batizará com o Espírito
Santo e com fogo.”
(Lc 3. 16)

73
III - A NATUREZA DO ESPÍRITO
SANTO

O Espírito Santo, quanto à sua natureza,


podemos entender assim:

1a Espírito. – Indica sua natureza, Ele é


espírito, sem necessidade de corpo material.

2ª Santo. - Refere-se a sua qualidade, pois


Ele é o agente da santificação. Ele por si
mesmo produz a santificação.

A natureza do Espírito Santo se manifesta


através da sua personalidade singular, sua
divindade, atributos, nomes e símbolos.

1. A Personalidade do Espírito Santo

74
Por personalidade do Espírito Santo,
queremos dizer que Ele possui ou contém em
Si mesmo os elementos de existência
pessoal, em contraste com a existência
impessoal.

É difícil distinguir personalidade quando é


atributo de Deus. Deus não pode ser
aquilatado pelos padrões humanos. Deus não
foi feito à imagem do homem, mas o homem
é que foi feito à imagem e semelhança de
Deus. Deus não é um homem endeusado;
antes, o homem é que é uma espécie de deus
limitado. — Sl 8.5 — Fizeste-o, no entanto por
um pouco, menor do que Deus. — Somente
Deus possui personalidade perfeita.

Pode-se dizer que a personalidade existe


quando se encontram, em uma única
combinação, inteligência, emoção e volição,

75
ou ainda, autoconsciência e
autodeterminação.

Quando um ser possui os atributos,


propriedades e qualidades de personalidade,
então se pode atribuir a ser,
inquestionavelmente, personalidade.

Conforme sugerido na doutrina da Trindade, o


termo Pessoa, quando aplicado aos membros
da Trindade, deve ser empregado em sentido
qualificado ou limitado, referindo-se a
distinções pessoais, e não a organismos
separados, conforme usamos o termo a
respeito do homem.

É questão de registro histórico que a


personalidade do Espírito Santo tem sido
disputada e negada. As Escrituras não
fornecem nenhuma base, como sugerem

76
esses erros de interpretação. Podem ter
surgido.

Várias manifestações de Deus-Pai tornam


relativamente fácil conceber Sua Paternidade
em termos de personalidade. A Encarnação
torna quase, se não inteiramente, impossível
desacreditar na personalidade de Jesus
Cristo.

Porém, as ações e operações do Espírito


Santo são de tal forma secretas e místicas,
tanta cousa se diz de Sua influência, graça,
poder e dons, que ficamos inclinados a
pensar nele como se fosse uma influência,
um poder, uma manifestação ou emanação
da natureza divina, e não como uma Pessoa.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que


aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus.

77
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito.

Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer


de novo.

O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não


sabes de onde vem, nem para onde vai; assim étodo aquele
que é nascido do Espírito.”
(Jo 3. 5-8)

“Respondeu Jesus: em verdade, em verdade


te digo: Quem não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O
que é nascido da carne, é carne; e o que é
nascido do Espírito, é espírito. Não te admires
de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.

O vento sopra onde quer, ouves a sua voz,


mas não sabes donde vem, nem para onde
vai; assim é tudo o que é nascido do Espírito”.

78
“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
Concordemente no mesmo lugar;

E de repente veio do céu um som, como de um vento


veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que
estavam assentados.

E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de


fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a


falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem.”
(At 2. 1-4)

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes,


estavam todos reunidos no mesmo lugar; de
repente veio do céu um som, como de um
vento impetuoso, e encheu toda a casa onde
estavam assentados.

79
E apareceram, distribuídas entre eles, línguas
como de fogo, e pousou uma sobre cada um
deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo, e passaram a falar em outras línguas,
segundo o Espírito lhes concedia falassem”.

“E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes:


Recebei o Espírito Santo.”
(Jo 20. 22)

“E, havendo dito isto, soprou sobre eles, e


disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.

“E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas.”


(1 Jo 2. 20)

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução,


mas enchei-vos do Espírito”.
(Ef 5.18)

“Não apagueis o Espírito”


(1 Ts 5.19)
80
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior
fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao
Espírito que haviam de receber os que nele cressem: pois o
Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus
não havia sido ainda glorificado”.
(Jo 7.38, 39)

“Ora o nosso mesmo Deus e Pai, como Jesus, nosso


Senhor, dirijam-nos o caminho até vós”.
(1 Ts 3.11)

“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei


da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede,
esse dará testemunho de mim”.
(Jo 15.26)

“Mas eu vos digo a verdade: Convém-vos que eu vá,


porque se eu não for, o Consolador não virá para vós
outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele
vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do
81
juízo... Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos
guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo,
mas tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as cousas
que hão de vir. Ele me glorificará porque há de receber do
que é meu, e vo-lo há de anunciar”.
(Jo 16.7,8,13,14)

Apelamos para a gramática a fim de


estabelecer a personalidade do Espírito
Santo, visto que o uso de pronomes neutros,
em certos idiomas tem sido um dos grandes
responsáveis pela idéia de impessoalidade do
Espírito Santo, tão comum em nossos dias.

O vocábulo grego para Espírito é pneuma,


substantivo do gênero neutro. O que é notável
é que, em conexão com pneuma, são usados
pronomes pessoais masculinos, exceto
quando a construção exige o neutro.

“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que


somos filhos de Deus”. Fica assim demonstrada a idéia
82
bíblica da personalidade do Espírito Santo, que chega a
dominar a construção gramatical.”
(Rm 8.16)

Cristo, o porta-voz de Deus supremamente


autorizado, derrama no depósito de verdade
do Novo Testamento, os pronomes pessoais,
muitas vezes repetidos, referindo-se ao
Espírito Santo, o que demonstra, além de
qualquer dúvida, que Ele reconhecia a
natureza pessoal do Espírito Santo.

Há ainda um testemunho gramatical que


precisa ser mencionado: é o uso do
substantivo masculino paracletos, empregado
por Cristo ao referir-se ao Espírito.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a


fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê,
nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós”.
83
(Jo 14.16,17)

O próprio Jesus era Consolador dos


discípulos.

“E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente


pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.
(1Jo 2. 2)

E consolou-os, diante do fato de estar prestes


a deixá-los, prometeu-lhes outro Consolador
(paracletos). Tudo o que Jesus foi para os
discípulos, o outro consolador havia de ser, e
mais ainda (devido às limitações humanas de
Jesus) uma Pessoa que viria para substituir
outra Pessoa.

2. Associações do Espírito Santo Com as


Outras Pessoas da Divindade e Com os
Homens.

84
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo”.
(Mt 28.19)

“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos


impor maior encargo além destas cousas essenciais”.
(At 15.28)

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a


comunhão do Espírito Santo sejam com todas vós”.
(2 Co 13. 13)

Tais associações, que são pessoais, só


podem ser entendidas em termos de
personalidade.

3. Atributos da Personalidade do Espírito


Santo.

85
Esses atributos não nos se referem às
mãos, pés ou olhos, pois essas coisas
denotam corporeidade, mas, antes,
qualidade, como conhecimento, sentimento e
vontade, que indicam personalidade. A Bíblia
mostra a personalidade do Espírito Santo
quando diz acerca da:
Inteligência –

“Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a


todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de
Deus. Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem,
senão o seu próprio espírito que nele está?

Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece,


senão o Espírito de Deus”.
(1 Co 2.10,11)

“E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do


Espírito, porque, segundo a vontade de Deus é que ele
intercede pelos santos”.
(Rm 8.17)

86
O Espírito Santo não é mero poder ou
influência iluminadora, e, sim, uma Pessoa
dotada de intelecto, que conhece as
profundezas de Deus e no-las revela.
Vontade

“Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas


cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um
individualmente”.
(1 Co 12.11)

Ora, aquilo que é impessoal não possui


volição.

Amor

“Rogo-vos, pois irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e


também pelo amor do Espírito Santo, que luteis
juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor”.
(Rm 15.30)

87
Devemos a nossa salvação tão
verdadeiramente ao amor do Espírito como
ao amor do Pai e ao amor do Filho.

Bondade

“E lhes concedeste o teu bom Espírito, para os ensinar;


não lhes negaste para a boca o teu maná; e água lhes
deste na sua sede”.
(Ne 9.20)

Tristeza

“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes


selados para o dia da redenção”.
(Ef 4.30)

Ninguém pode entristecer a lei da gravidade,


ou fazer com que se lamente o vento oriental.
Portanto, a não ser que o Espírito Santo seja
uma Pessoa, a exortação de Paulo, aqui,
seria sem significado e supérflua.
88
4. Atividades Pessoais que o Espírito Santo
Exerce
Através das Escrituras o Espírito Santo é
representado como um agente pessoal, a
realizar atos que só podem ser atribuídos a
uma pessoa.
a) Ele perscruta as profundezas de Deus.

“mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O


Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais
profundas de Deus.”
(1 Co 2.10)

b) Ele fala.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas:


Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que
está no meio do paraíso de Deus.
(Ap 2.7)
89
As Escrituras também mostram o Espírito a
clamar.

“E porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações


o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”.
(Gl 4.6)

E a dar testemunho:

“Quando, porém, vier o consolador, que eu vos enviarei da


parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse
dará testemunho de mim”
(Jo 15.26)

c) Ele intercede.

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em


nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém,
mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira
com gemidos inexprimíveis”.
(Rm 8.26)

90
d) Ele ensina.

“Mas o consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai


enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas
e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.
(Jo 14.26)

e) Ele guia e conduz.

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são


filhos de Deus”.
(Rm 8.14)

“E percorrendo a região Frígio-galta, tendo sido impedido


pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia,
defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o
Espírito de Jesus não o permitiu”.
(At 16.6,7)

f) Ele chama homens e os comissiona.

91
“E, servindo-os ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito
Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra
a que os tenho chamado”.
(At 13.2)

“Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o


Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a
igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue’’.

(Atos 20:28)

5. O Espírito Santo é Suscetível ao


Tratamento Pessoal

a) Podemos Rebelar Contra Ele e


Entristecê-lo

“Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito


Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo
pelejou contra eles. Então, o povo se lembrou dos dias
antigos, de Moisés, e disse: Onde está aquele que fez subir

92
do mar o pastor do seu rebanho? Onde está o que pôs nele
o seu Espírito Santo?”.
(Is 63.10)
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual
estais selados para o dia da redenção”.
(Ef 4.30)

b) Pode-se Mentir Para Ele?

Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu


coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses
parte do preço da herdade?
(At 5.3)
c) Pode-se Blasfemar Contra Ele
“Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão
perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito
Santo não será perdoada. Se alguém proferir alguma
palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado;
mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será
isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”.
(Mateus 12:31)

93
Diz Webster que blasfemar significa: falar do
Ser Supremo em termos de ímpia
irreverência; ultrajar ou falar
repreensivamente de Deus, de Cristo ou do
Espírito Santo. E blasfemar desse modo seria
impossível se o objeto de irreverência não
fosse pessoal.

Mediante o uso de pronomes pessoais,


mediante as associações pessoais, mediante
as características pessoais possuídas, as
ações pessoais realizadas e tratamento
recebido, as Escrituras provam que o Espírito
Santo é uma pessoa.

Teoricamente, podemos crer nisso. Mas, em


nosso pensamento íntimo a Seu respeito, e
em nossa atitude prática para com Ele,
tratamo-lo realmente como pessoa?
Considerando-o, de fato, pessoa tão real
como Jesus Cristo; tão amoroso, sábio e
94
poderoso, tão digno de nossa confiança, amor
e submissão como Jesus Cristo? O Espírito
Santo veio, aos discípulos e a nós, para ser
aquilo que Jesus Cristo foi para aqueles,
durante os dias de Seu contato pessoal com
eles.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a


fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê,
nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós”. O próprio Jesus era
Consolador dos discípulos.
(Jo 14.16,17)

6. A Importância do Espírito Santo


Demonstrada

a) Em Conexão Com a Adoração

Se o Espírito Santo é uma Pessoa Divina, e,


no entanto, é desconhecida ou ignorada como
95
tal, está sendo privado do amor e da
adoração que Lhes são devidos. Se, por outro
lado, entretanto, Ele é apenas uma influência,
uma força ou um poder que emana de Deus,
estaríamos praticando idolatria ou falsa
adoração.

b) Do Ponto de Vista do Trabalho

É necessário decidirmos se o Espírito


Santo é um poder ou uma força que nos
compele obter e usar, ou se Ele é uma
Pessoa da Divindade, que tem direito de
controlar-nos e usar-nos. O primeiro conceito
leva à auto exaltação e à altivez, mas o outro
nos conduz à auto humilhação e à auto
renúncia.

c) Por Motivo de Sua Relação Com a


Experiência Cristã

96
É do mais alto valor experimental sabermos
se o Espírito Santo é mera influência ou força
impessoal, ou se é nosso Amigo e Ajudador
sempre presente, nosso divino Companheiro
e Guia.

7. Nomes Que Identificam o Espírito


Santo

Muitos nomes são dados ao Espírito Santo,


nas escrituras, que revelam para nós diversos
aspectos de Sua Pessoa e obra. O número
bastante grande desses títulos parece exigir
um estudo especial.

a) Ele é chamado DEUS

Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o


teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e
retivesses parte do preço da herdade?

97
Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava
em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

(Atos 5:3,4)

b) Ele é Chamado SENHOR

Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um


espelho, a glória do Senhor, somos transformados de
glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito
do Senhor.

(2 Co 3.18)

O Espírito Santo é claramente identificado


com Deus nas passagens acima, de modo tal
que comprova inequivocadamente a Sua
Divindade.

c) Espírito Eterno

98
quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno,
se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a
vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao
Deus vivo?
(Hb 9.14)

Assim como a eternidade é atributo ou


característica da natureza de Deus,
semelhantemente a eternidade pode ser
atribuída ao Espírito Santo, como uma das
distinções pessoais no Ser de Deus.

d) Nomes do Espírito Santo que Demonstram


Sua Relação Com Deus.
O Espírito de Deus

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito


de Deus habita em vós?

(1Co 3.16)

99
Esse nome retrata o Espírito Santo como
Alguém que procede da parte de Deus. Ele é
enviado pelo Pai e pelo Filho. Ele é o poder e
a energia pessoais da Divindade.

O Espírito de Jeová

O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o


Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos;
enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos
presos;

(Is 61.1)

Esse título mostra o Espírito Santo como o


Agente, por intermédio de Quem é exercida a
soberania de Deus.

O Espírito do Deus Vivo

100
porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo,
ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o
Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas
tábuas de carne do coração.

(2Co 3.3)

O Espírito é aqui apresentado como alguém


que escreve ou traça a imagem de Cristo
sobre as tábuas de carne, dos corações, e
por meio de Quem o crente se torna uma
epístola viva.

Há nomes, dados ao Espírito Santo, que


demonstram sua identidade com a Divindade,
salientando Sua natureza, sua autoridade e
Seu poder divino.

e) Nomes do Espírito Santo Que Demonstram


Sua Relação Com o Filho de Deus.

O Espírito de Cristo
101
Esse nome mostra a relação do Espírito para com o
Messias, o Ungido de Deus. O próprio Espírito é tanto a
unção como Aquele que unge.
Espírito de Seu Filho
(Rm 8.9)

“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o


Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”.

(Gl 4.6)

O Espírito de Seu Filho produz, no


coração do crente, o Espírito filial, dando-lhe
a certeza de que é um dos filhos de Deus.
O Espírito de Jesus

“E, passando pela Frígia e pela província da Galácia,


foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a
palavra na Ásia.
E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia,
mas o Espírito de Jesus não lho permitiu.
102
(At 16.6,7)

“Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa


oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo”.

(Fp 1.19)

“Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos


testemunhas.
De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo
recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou
isto que vós agora vedes e ouvis”.
(At 2.32,33)

Esse nome identifica o Messias divino


com o homem Jesus, e mostra a relação que
o Espírito Santo sustenta com Ele, conforme
aqui identificado. São dados nomes ao
Espírito Santo, que revelam Sua relação com
o Filho de Deus em Seu estado preexistente,

103
durante sua vida terrena, e após sua
ressurreição.

f) Nomes do Espírito Santo que demonstram


sua Relação com Homens.
Espírito Purificador

“Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião e


limpar o sangue de Jerusalém do meio dela, com o espírito
de justiça e com o espírito de ardor”.
(Is 4.4)

“...ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.

(Mt 3.11c)

Esse nome representa o Espírito Santo como Aquele que


perscruta, ilumina, refina e purifica a escória.
O Santo Espírito da Promessa

(Ef 1.13)

104
“E , estando com eles, determinou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, que (disse ele) de mim vistes.
Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós
sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois
destes dias.

(At 1.4,5)

“De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo


recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou
isto que vós agora vedes e ouvis”.
(At 2.33)

Este nome se refere ao Espírito Santo


como o cumprimento da promessa do Pai
feita ao Filho. O Espírito também proporciona
ao crente a certeza de que as promessas que
Deus Lhe tem feito são garantidas.

O Espírito da Verdade.

105
“Mas é para que se cumpra a palavra que está escrita na
sua lei: Aborreceram-me sem causa”.

(Jo 15.25)

Assim como Deus é amor, o Espírito Santo é


Verdade. Ele possui, revela, proporciona,
introduz, testifica e defende a Verdade. Nesse
sentido Ele se opõe ao espírito do erro.

O Espírito da Vida.

“Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, me


livrou da lei do pecado e da morte”.
(Rm 8.2)

Ele não é apenas o Espírito vivo, mas


também é o Espírito que transmite a vida.
O Espírito da Graça.

106
“De quanto maior castigo cuidais vós será julgado
merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por
profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e
fizer agravo ao Espírito da graça?

(Hb 10.29)

É por meio do Espírito que nos tornamos


conhecedores da graça de Deus. Na
qualidade de pessoa da Divindade, que leva a
término qualquer ato iniciado por Deus, o
Espírito santo leva avante a obra da graça,
iniciada na vida do crente.

O Espírito da Glória

“mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das


aflições de Cristo, para que também na revelação da sua
glória vos regozijeis e alegreis.
Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-
aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da
glória de Deus”.

107
(1Pe 4.13,14)

O Espírito Santo não somente é uma Pessoa


gloriosa, mas, igualmente, é o Revelador das
riquezas da glória de Deus para nós.

Espírito de Adoção

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para,


outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai!”.
(Romanos 8.15)

O Consolador

“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai


enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas
e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito’’.

108
(Jo 14.26)

O mesmo vocábulo grego aqui traduzido por


Consolador é traduzido por Advogado, ao
referir-se a Cristo em

“Se, todavia, alguém pecar, temos o Advogado junto ao


Pai, Jesus Cristo, o Ju Se, todavia, alguém pecar, temos o
Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo Isto”.

(1 Jo 2.1b)

Significa chamado para o lado de, ou ainda


quem aparece em defesa de, como faz um
advogado em tribunal humano. Mas, também
está envolvido o pensamento de Fortalecedor,
isto é, alguém que dá vigor e torna forte.
Portanto, é exibida uma relação
extremamente pessoal nesse nome. Em
linguagem comum, poder-se-ia interpretar

109
assim: um que fica ao nosso lado a fim de
ajudar.
Certos nomes, que são dados ao Espírito
Santo, O descrevem em sua relação com os
homens, quer real quer potencialmente.

8. Símbolos do Espírito Santo

a) O fogo.

“respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-


vos com água, mas eis que vem aquele que é mais
poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a
correia das sandálias; este vos batizará com o Espírito
Santo e com fogo”.
(Lc 3.16)

Algumas finalidades do fogo: queima,


consome, limpa, amolece, endurece,
esquenta, ilumina.

110
b) O Vento

“e, de repente, veio do céu um som, como de um vento


veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que
estavam assentados”.

(Atos 2.2)

A mesma palavra “pneuma”, que é usada em


referência ao Espírito, é também traduzida
por “vento”, “ar” ou “fôlego”. E o vento, como
símbolo do Espírito Santo, se caracteriza
como: poder, refrigério, alimentação etc.

c) Água, Rio, Chuva

“E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em


pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a
mim e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água
viva correrão do seu ventre.

111
E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que
nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora
dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”.

(João 7.37-39)

d) Óleo, Azeite

‘’e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal


todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas
sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete
canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do
vaso de azeite, e outra à sua esquerda.’’

(Zacarias 4:2-3)

“e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal


todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas

112
sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete
canudos.
E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de
azeite, e outra à sua esquerda.
E falei e disse ao anjo que falava comigo, dizendo: Senhor
meu, que é isto?
Então, respondeu o anjo que falava comigo e me disse:
Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu.
E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do
Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por
violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos”.

(Zacarias 4.2-6)

e) Selo

’’E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual


estais selados para o dia da redenção.’’
(Ef 4.30).

113
É a prova de que os que receberam a Cristo,
como Salvador de suas almas, pertencem a
Deus. Somos herança do Senhor e
receberemos a herdade que Ele nos
preparou.

f) A Pomba

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se


lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo
como pomba e vindo sobre ele.
E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo”.

(Mateus 3.16,17)

O Espírito Santo veio sobre Jesus em forma


corpórea duma pomba – símbolo da pureza e
da inocência de Cristo. A pomba é uma ave
doméstica, muita conhecida de todos nós. Por
isso, é usada largamente pelo Cristianismo,
114
para revelar o movimento, a simplicidade, a
mansidão, a pureza, a sensibilidade etc.

IV - A DIVINDADE DO ESPÍRITO
SANTO

As Escrituras ensinam enfaticamente a


Divindade do Espírito Santo. Não obstante,
têm existido aqueles que negam essa
verdade.

Ário, um presbítero de Alexandria, do quarto


século de nossa era, introduziu o ensino
sustentado que Deus é Uma Eterna Pessoa,

115
que Ele criou Cristo, o Qual por Sua Vez criou
o Espírito Santo, negando assim Sua
Divindade. Esse ensino obteve grande
aceitação na igreja de então, mas foi corrigido
pelo Credo incenso, de 325 d.C.

Por Divindade do Espírito Santo se


entende que Ele é Um com Deus, fazendo
parte da Divindade, sendo coigual, coeterno e
consubstancial com o Pai e com o Filho.

1. Atributos da Divindade do Espírito


Santo

Os atributos, que pertencem


exclusivamente a Deus, são livremente
referidos ao Espírito Santo.

a) Eternidade

116
“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno
se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as
vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao
Deus vivo!”

(Hb 9.14)

b) Onipresença.

“Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da


tua face?
Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no seol
a minha cama, eis que tu ali estás também;
se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do
mar,
até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá”.

(Sl 139. 7-10)

c) Onipotência.
117
“O anjo respondeu: "O Espírito Santo virá sobre você, e o
poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim,
aquele que há de nascer será chamado santo, Filho de
Deus”.

(Lc 1.35)

d) Onisciência.

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o


Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de
Deus.
Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão
o espírito do homem, que nele está? Assim também
ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de
Deus”.
(1Co 2.10,11)

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai


enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas,
e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.
118
(Jo 14.26)

Jo 16.12,13 “Tenho ainda muito que vos


dizer, mas vós não podeis suportar agora;
quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele
vos guiará a toda a verdade, porque não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará as cousas que hão
de vir”.

2. O Espírito Santo Realiza Trabalhos


Exclusivos de Deus.

Comunicou vida à criação. Gênesis 1.2


Transforma o homem pecador em uma nova
criatura, por meio do novo nascimento. João
3.3-8

a) Criação.
119
Jó 33.4 “O Espírito de Deus me fez; e o
sopro do Todo-Poderoso me dá vida”. Sl
104.30 “Envias o teu Espírito, eles são
criados, e assim renovas a face da terra”.

b) Transmissão de vida.

Rm 8.11 “Se habita em vós o Espírito daquele


que ressuscitou a Jesus dentre os mortos,
esse mesmo que ressuscitou a Jesus dentre
os mortos, vivificará também os vossos
corpos mortais, por meio do seu Espírito que
em vós habita”. Jo 6.63 “O espírito é o que
vivifica; a carne para nada aproveita; as
palavras que eu vos tenho dito são espírito e
vida”. Gn 2.7 “Então formou o SENHOR
Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou
nas narinas o fôlego de vida, e o homem
passou a ser uma alma viva”.

120
O Espírito Santo é o Autor, tanto da vida
física como da vida espiritual.

c) Autoria da Profecia Divina.


2Pe 1.21 “Porque nunca, jamais, qualquer
profecia foi dada por vontade humana,
entretanto homens falaram da parte de Deus
movidos pelo Espírito Santo”. 2Sm 23.2,3 –
“O Espírito do SENHOR fala por meu
intermédio, e a sua palavra está na minha
língua. Disse o Deus de Israel, a Rocha de
Israel a mim me falou: Aquele que domina
com justiça sobre os homens, que dominam o
temor de Deus”.
d) Levantou a Cristo da morte, mediante a
ressurreição.
Romanos 8.11

121
V - O ESPÍRITO SANTO NO
ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

As atuações do Espírito Santo se


dividem em dois períodos: O Pré-pentecostal
e o Pós-pentecostal.

122
Pré-pentecostal: O Espírito Santo preexistia
como a Terceira Pessoa da Divindade, e
nessa qualidade esteve sempre ativo, mas o
período que antecedeu ao dia de Pentecostes
não foi à época de Sua atividade especial. O
período do Antigo Testamento foi de
preparação e espera.

As verdades conhecidas eram


verdades simples e dadas por meio de lições
objetivas. Só havia e só podia haver bem
pouco contato pessoal entre o homem e
Deus. Ocasionalmente, um patriarca ou um
profeta falava face a face com Ele, mas,
mesmo assim, nem sempre compreendiam os
assuntos que eram tratados.

Naturalmente que o Espírito esteve ativo


naquele período; porém, o número de vezes
que Ele é mencionado no Antigo Testamento
contrasta com o número de vezes que é
123
mencionado no Novo Testamento. Mostramos
a notável diferença existente em Suas
manifestações no Antigo Testamento e no
Novo Testamento.

Ele é referido por oitenta e oito vezes no


Antigo Testamento, e mais da metade desse
número de vezes, somente no livro de Atos;
enquanto em todo o Novo Testamento Ele é
mencionado mais de três vezes para cada
referência que lhe é feita no Antigo
Testamento.

Durante esse período pré-pentecostal, o


Espírito descia sobre os homens apenas
temporariamente, a fim de inspirá-los para
algum serviço especial, e deixava-os, quando
essa tarefa estava terminada. Ele não
permanecia geralmente com os homens, nem
neles habitava.

124
1. O Espírito Santo nos Líderes do Antigo
Testamento
Foi pela ação do Espírito Santo que:

. José se evidenciou com capacidade de


revelar mistérios e com sabedoria para
administrar. Gn 41.8,38.

. Moisés mostrou autoridade divina para


liderar, e sabedoria para legislar sobre o povo
de Deus. Is 63.11.

. Setenta anciãos mostraram habilidade como


cooperadores na condução dos filhos de
Israel durante a peregrinação no deserto. Nm
11.16, 17, 25.

. Bezaleel recebeu capacidade para construir


o tabernáculo e para ensinar a outros o
mesmo serviço. Ex 31. 1-4.

125
. Otniel adquiriu sabedoria para julgar Israel.
Jz 3.10,11.

. Gideão encontrou coragem para lutar. Jz


6.34.

. Jefté lutou e venceu os amonitas. Jz 11.29.

. Sansão encontrou força para libertar o seu


povo que gemia sob o jugo da escravidão dos
filisteus. Jz 14.19; 15.14.

. Saul foi contado entre os profetas, e assim


continuou enquanto temeu ao Senhor. 1 Sm
10. 6,10.

. Davi encontrou forças para ser rei, poeta,


cantor e profeta. 1 Sm 16.13.

. Os profetas trabalharam e agiram no poder


do Espírito, ministrando não para si mesmos,
126
mas para nós da atual geração. Ez 2.2; 2 Pe
1.21.

Pós-pentecostal: Este período que se estende


desde o dia de Pentecostes até os nossos
dias, pode legitimamente ser chamado de
dispensação do Espírito.

Assim como no Antigo Testamento Deus


aparecia aos homens, e durante a vida
terrena de Cristo habitou entre os homens,
semelhantemente, após o dia de Pentecostes,
por meio do Espírito Santo, Deus veio para
habitar nos homens. Ele veio para
permanecer.

Em um sentido real, o Espírito Santo está


encarnado na Igreja, assim como também
Cristo estava encarnado na pessoa de Jesus
de Nazaré. Naturalmente que isso não pode
ser levado a um ponto extremo. Há aliás, um
127
ponto de nítida diferença, no caso de Jesus
havia Divindade unida a uma humanidade
não caída. Mas, a união do Espírito Santo
com a Igreja é a presença de Deus na
humanidade caída.

O dia de Pentecostes marcou o raiar


de um novo dia de relações entre o Espírito
Santo e a humanidade. Ele veio para habitar
na Igreja. Todo o trabalho eficaz, que a Igreja
tem feito, tem sido realizado no poder do
Espírito Santo.

2. Espírito Santo em Jesus Cristo

Lucas 1.35 “... Descerá sobre ti o


Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra. Por isso o ente
santo, que de ti há de nascer, será chamado
Filho de Deus”.

128
3. O Espírito Santo em João Batista

Lucas 1. 15 – “Pois será grande diante


do Senhor. Não beberá vinho, nem bebida
forte, e será cheio do Espírito Santo, desde o
ventre de sua mãe.”

4. O Espírito Santo em Atos dos Apóstolos


O livro dos Atos dos Apóstolos relata-nos
o nascimento da igreja primitiva. Sendo o seu
início uma ligação das últimas palavras dos
evangelhos e a obra de Cristo, continuada
pelos apóstolos, recebendo poder pelo
Espírito Santo e supervisionados por Jesus
através do mesmo Espírito.

O tema do livro vem já no primeiro


capítulo no versículo oito; mas recebereis
poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como toda a Judéia e Samaria, e
129
até os confins da terra. Este plano,
irregularmente traçado, facilmente se
reconhece na estrutura da obra, no milagre de
Pentecostes, segue-se o testemunho dos
apóstolos e o aumento da igreja.

A impressão geral, que recebemos na


leitura do livro, é a de ser uma narrativa
verdadeira, feita por um historiador
consciencioso, guiado pelo Espírito Santo.

A suma do que trata o livro é: A primeira


parte da história, consagrada inteiramente à
igreja de Jerusalém, narra o preenchimento
do corpo apostólico e a primeira manifestação
do Espírito Santo, segundo a promessa.
E, até o final do livro, vemos várias vezes o
agir do Espírito Santo; tanto no crescimento
da igreja, como na manutenção dos apóstolos
e cristãos, como também no chamado de
novos discípulos. E, ainda como o evangelho
130
espalhou-se por mais regiões além de
Jerusalém, sempre sendo os apóstolos e os
discípulos ordenados e acompanhados pelo
Espírito Santo.

5. Na Comissão Apostólica

Mt 28.19 “Ide, portanto, fazei discípulos de


todas as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

131
VI - AS OBRAS DO ESPÍRITO
SANTO

Ao considerarmos a obra do Espírito Santo,


precisamos lembrar que todas as Pessoas da
Trindade são ativas na obra de cada Pessoa
individual. Alguns nos dizem que Deus-Pai
operou na Criação, que Deus-Filho operou na
Redenção e que Deus- Espírito Santo opera
na Salvação. Mas isso não é verdade, pois
em cada manifestação das obras de Deus, a
Trindade total se mostra ativa; o Pai é o autor,
o Filho é o Executor e o Espírito é o Ativador
de cada ato. Por conseguinte, o Espírito
Santo é aquele que ativa e levam a término
os atos iniciados.

1. Em Relação ao Universo Material

132
No Tocante à Criação

Sl 33.6 “Os céus por sua palavra se fizeram,


e pelo sopro de sua boca o exercício deles”.
Jó 33.4 “O Espírito de Deus me fez; e o sopro
do Todo-Poderoso me dá vida”.

No Tocante À Sua Restauração e


Preservação.

Gn 1.2 “A terra, porém, era sem forma e


vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e
o Espírito de Deus pairava por sobre as
águas. Disse Deus: Haja luz, e houve luz”. Sl
103.20,30 “Se ocultas o teu rosto, eles se
perturbam; se lhes corta a respiração,
morrem, e voltam ao seu pó. Envias o teu
Espírito, eles são criados, e assim renovam a
face da terra”.

133
A presente ordem do desenvolvimento, na
natureza e no homem, a partir de um estado
caótico e subdesenvolvido, e sua
manutenção, é efetuada através da agência
do Espírito Santo.

O Espírito Santo é visto como Agente


ativo da criação e da preservação do universo
material.

2. Em Relação aos Homens Não-


Regenerados

A obra principal do Espírito Santo, em


relação aos perdidos, é o da convicção. Deve-
se fazer a distinção entre a convicção da
consciência e a convicção do Espírito Santo.
A consciência convence do erro praticado, o
Espírito convence do erro no próprio ser. A
consciência pode ser assemelhada a um
tribunal: juiz, júri e testemunhas; todos a tratar
134
do erro praticado, do que não há de escapar.
O Espírito Santo convence, ao mesmo tempo
em que faz surgir um raio de luz, revelando
uma solução e um meio de escape. Algumas
vezes essa convicção é chamada de
convicção evangélica.

O Espírito Luta Contra Eles

Gn 6.3 “Então disse o Senhor: O meu


Espírito não agirá para sempre no homem,
pois este é carnal; e os seus dias serão cento
e vinte anos”.

O Espírito luta com os homens,


procurando refreá-los, para que não
prossigam em um caminho de insubordinação
e impiedade.

Essa luta é travada por meio de


instrumentalidades humanas, tais como
135
Enoque, Noé e todos os crentes. Disse Jesus:
vós sois o sal da terra. A função da luz é de
refrear ou segurar as trevas, e a função do sal
é preservar da corrupção.

Assim, também o Espírito Santo, por meio da


Igreja e dos crentes individuais, mediante
influência, exemplo e testemunho, luta com
homens contra carreiras de pecado e
iniquidade.
Ele Testifica-Lhes.

Jo 15.26 “Quando, porém, vier o consolador,


que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito
da verdade, que dele procede, esse dará
testemunho de mim”.

O Espírito testifica aos não salvos por


meio da verdade concernente a Jesus Cristo.
Ele Convence-Os.

136
Jo 16.8-11 “Quando ele vier convencerá o
mundo do pecado, da injustiça e do juízo: Do
pecado, porque não creem em mim; da justiça
porque vou para o Pai, e não me vereis mais;
do juízo, porque o príncipe deste mundo já
está julgado”.

Neste passo, vemos que o Espírito


convence o mundo do pecado, justiça e
julgamento.

Ele convence, não primeiramente do


pecado de quebra da lei, mas do pecado de
incredulidade: do pecado porque não creem
em mim. At 2.36-39 “Esteja absolutamente
certa, pois, toda a casa de Israel de que a
este Jesus que crucificastes, Deus o fez
Senhor e Cristo, ouvindo eles estas cousas,
compungiu-se lhes o coração e perguntaram
a Pedro e aos demais apóstolos: Que
faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro:
137
arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados, e recebereis o
dom do Espírito santo. Pois para vós outro é a
promessa, para vossos filhos, e para todos os
que ainda estão longe, isto é, para quantos o
Senhor nosso Deus chamar”.

Visto que todo o pecado tem sua raiz na


incredulidade, a forma mais grave de
incredulidade é a rejeição de Cristo. O
Espírito Santo, entretanto, ao apegar essa
verdade à consciência, longe de extinguir,
pelo contrário consuma e intensifica o senso
de todos os outros pecados.

Ele convence o mundo da justiça pessoal de


Cristo, o que envolve a veracidade de Suas
declarações a Seu próprio respeito, conforme
foi atestado pelo fato de ter ido para o Pai. At
138
2.33 “Exaltando, pois à destra de Deus, tendo
recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vedes e ouvis”.
Essa justiça é um cumprimento e
manifestação de todas as outras justiças.
Essa convicção produz a autocondenação.

Ele também convence da justiça


providenciada, que Cristo recebeu a fim de
concedê-la a todos quantos viessem a confiar
nele. Ele convence o mundo de juízo, o que é
atestado pelo fato de ser obra já consumada
do julgamento de Satanás. Nesse, todos os
demais juízos foram decididos e baseados. O
julgamento de Satanás foi assegurado na
cruz, quando, potencialmente, lhe foi tirado o
poder. Isso, juntamente com o julgamento
daqueles que preferem permanecer aliados a
Satanás, será consumado no grande dia.

139
Nesse tríplice obra, o Espírito Santo glorifica a
Cristo, ele mostra-nos que é pecado não
confiar em Cristo, revela-nos a justiça e obra
vitoriosa de Cristo em relação a Satanás.
Nossa tarefa consiste tão somente em pregar
a palavra da verdade, dependendo do Espírito
Santo para produzir convicção.

O Espírito Santo, mediante o uso da verdade,


luta com os homens e leva-os à convicção.

3. Em Relação aos Crentes


a) Ele Regenera

Jo 3.3-6 “A isto respondeu Jesus: Em


verdade, em verdade te digo que, se alguém
não nascer de novo, não poderá ver o reino
de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como
pode um homem nascer, sendo velho? Pode,
porventura, voltar ao ventre materno e nascer
segunda vez?
140
Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade
te digo: Quem não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O
que é nascido da carne, é carne; e o que é
nascido do Espírito é espírito”. Tt 3.5 “Não
por obras de justiça praticadas por nós, mas
segundo a sua misericórdia, ele nos salvou
mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo”.

Assim como Jesus foi regenerado pelo


Espírito santo, semelhantemente todo
homem, para que se torne filho de Deus,
precisa ser gerado pelo Espírito de Deus.

Jesus Cristo, em sua ressurreição e


ascensão, assumiu Sua plena prerrogativa de
Doador da Vida para Seu corpo místico, a
Igreja. O novo nascimento no ato
regenerador, portanto, é a concessão da
141
natureza divina ao homem, e não uma
alteração em sua natureza; e o Espírito Santo
é o agente da transmissão dessa nova
natureza.

b) Ele Batiza no Corpo de Cristo

1 Co 12.12,13 “Porque, assim como o corpo


é um, e em muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, constituem um só
corpo, assim também com respeito a Cristo.
Pois, em um só Espírito, todos nós fomos
batizados em um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer escravos, quer livres. E a todos
nós foi dado beber de um só Espírito”. At 1.5
“Porque João, na verdade, batizou com água,
mas vós sereis batizados com o Espírito
Santo, não muito depois destes dias”.

O batismo do Espírito Santo é aquele ato


que tem lugar por ocasião da conversão,
142
mediante o qual a pessoa se torna membro
do corpo de Cristo. Essa obra tem sido
realizada na vida de cada crente, embora
nem sempre seja reconhecida.

c) Ele Habita no Crente

1 Co 6.15-19 “Não sabeis que os vossos


corpos são membros de Cristo? E eu,
porventura, tomaria os membros de Cristo e
os faria membros de meretrizes?
Absolutamente, não. Ou não sabeis que o
homem que se une à prostituta forma um só
corpo com ela? Porque, como se diz, serão
os dois uma só carne. Mas aquele que se une
ao Senhor é um espírito com Ele, fugi da
impureza!

Qualquer outro pecado que uma pessoa


cometer é fora do corpo; mas aquele que
pratica a imoralidade peca contra o próprio
143
corpo. Acaso não sabeis que o vosso corpo é
santuário do Espírito Santo que está em vós,
o qual tendes da parte de Deus, e que não
sois de vós mesmo?”

1 Co 3.16 “Não sabeis que sois santuário de


Deus, e que o Espírito de Deus habita em
vós?” Rm 8.9 “Vós, porém não estais na
carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito
de Deus habita em vós. E, se alguém não tem
o Espírito de Cristo esse tal não é dele”.

O Espírito Santo vem habitar ou fixar


residência na vida do crente, por ocasião da
regeneração, e ali permanece, seja qual for o
grau de imperfeição ou imaturidade desse
crente. A habitação do Espírito é uma fase da
obra de regeneração. Assim, Ele possibilita o
crescimento da nova vida iniciada.
Precisamos perceber e reconhecer Sua
presença permanece no templo de nossos
144
corpos. Esse reconhecimento deve torná-los
sagrados e levar-nos a conservá-los
imaculados, livres de pecado. O
reconhecimento da Sua presença é
igualmente o segredo da experiência de Seu
poder.

d) Ele sela

Ef 1.13,14 “Em quem também vós, depois


que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele
também crido, fostes selados com o Espírito
Santo da promessa, o qual é penhor da nossa
herança até ao resgate da sua propriedade,
em louvor da sua glória”. Ef 4.30 “E não
entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção”.

Ele sela, tornando o crente propriedade Sua.


Os crentes de Éfeso podiam compreender
145
perfeitamente a ilustração do selo, pois Éfeso
era perto de mar, com ativo negócio de
madeiras. O comerciante em madeiras vinha
de Éfeso, selecionava e comprava sua
madeira, e selava-a com marca conhecida de
que ela lhe pertencia. Frequentemente
deixava sua compra no porto, juntamente com
outras jangadas, para depois enviar um
agente de confiança, que comparava o sinal
de selo e levava a madeira, que pertencia ao
seu legítimo proprietário. O Espírito Santo é o
selo de propriedade, que Deus põe sobre
uma vida humana; é o carimbo divino e a
garantia da herança eterna.

e) Ele Proporciona Segurança

Rm 8.14-16 “Pois todos os que são guiados


pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Porque não recebestes o espírito de
escravidão para viverdes outra vez
146
atemorizado, mas recebestes o espírito de
adoção, baseado no qual clamamos: Aba,
Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus”.

O Espírito Santo concede a segurança e


confiança necessária para a paz, e clama
repouso de espírito prometido ao filho de
Deus. Ele testifica da verdade da filiação do
crente.

f) Ele Fortalece

Ef 3.16 “Para que, segundo a riqueza da sua


glória, vos conceda que sejais fortalecidos
com poder, mediante o seu Espírito, no
homem interior”.

Os resultados deste fortalecimento são vistos


nos versículos seguintes. O poder do Espírito
se torna operante em nossas vidas,
147
corporificando e entronizando realmente a
Cristo, o que é descrito como Sua habitação
em nossos corações, os quais são arraigados
e alicerçados em amor, fortalecidos para que
possam compreender, com todos os santos,
qual a largura e o comprimento, a altura e a
profundidade, e conhecer o amor de Cristo,
que excede todo entendimento, o que resulta
em sermos tomados de toda a plenitude de
Deus.

g) Ele Enche o Crente

Ef 5.18-20 “E não vos embriagueis com


vinho, no qual há dissoluções, mas enchei-
vos do Espírito, falando entre vós com
salmos, entoando e louvando de coração ao
Senhor, com hinos e cânticos espirituais,
dando sempre graças pôr tudo a nosso Deus
e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
148
At 4.8 “Então Pedro, cheio do Espírito Santo
lhes disse: Autoridades do povo e anciões”.
At 4.31 “Tendo eles orado, tremeu o lugar
onde estavam reunidos, e, com intrepidez,
anunciavam a palavra de Deus”. At 6.3 “Mas
irmãos escolham dentre vós sete homens de
boa reputação, cheios do Espírito e de
sabedoria aos quais encarregaremos deste
serviço”.

At 7.54,55 “Ouvindo eles isto, enfureciam-se


nos seus corações e rilhavam os dentes
contra ele. Mas Estevão, cheio do Espírito
Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de
Deus, e Jesus, que estava à sua direita”. At
9.17 “Então Ananias foi e, entrando na casa,
impôs sobre ele as mãos dizendo: Saulo,
irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio
Jesus que te apareceu no caminho por onde

149
vinhas, para que recuperes a vista e fiques
cheio do Espírito Santo”.

At 13.9 “Todavia Saulo, também chamado


Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando os
olhos nele, disse”. At 13.52 “Os discípulos,
porém transbordavam de alegria e do Espírito
Santo”. Lc 1.15 “Pois ele será grande diante
do Senhor, não beberá vinho nem bebida
forte, será cheio do Espírito Santo, já do
ventre materno”.

Lc 1.41 “Ouvindo esta a saudação de Maria à


criança lhe estremeceu no ventre; então
Isabel ficou possuída do Espírito Santo”. Lc
1.67,68 “Zacarias, seu pai, cheio do Espírito
Santo, profetizou dizendo: Bendito seja o
Senhor Deus de Israel, porque visitou e
redimiu o seu povo”. Lc 4.1 “Jesus cheio do
Espírito Santo, voltou do Jordão, e foi guiado
pelo mesmo Espírito ao deserto”.
150
As Escrituras fazem menção apenas de
um batismo do Espírito Santo, ao passo que
ser cheio do Espírito não é limitado a uma
única experiência, mas pode ser repetida
muitas vezes, sem limite de número. Não é
mister uma longa busca para receber essa
experiência. Pode ocorrer por ocasião da
conversão, e deve ser buscado de novo em
cada nova emergência ou ato de serviço
cristão.

Há duas condições necessárias à sua


realização: primeira, completa submissão de
vida; segunda, uma apropriação por meio da
fé.

h) Ele Liberta

151
Rm 8.2 “Porque a lei do Espírito da vida em
Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da
morte”.

O capítulo anterior (Rm 7.9-24) define a lei


do pecado e da morte. Diz o apóstolo: ao
querer fazer bem, encontro a lei de que o mal
reside em mim. (7.21); o querer o bem estar
em mim; porém, não o efetuo (Rm 7.18).
Paulo havia sido bem educado na lei de
Deus, dada a Moisés.

E sabia que lhe cabia observar seus


preceitos; mas ele, pessoalmente, encontrava
outra lei que operava nele, e que entrava em
conflito com essa lei: a lei do pecado e da
morte. Em sua perplexidade, visto que sua
mente aprovava a lei de Deus, mas suas
ações aprovavam a lei do pecado e da morte,
Paulo descobriu em Cristo Jesus uma terceira
lei: a lei do Espírito da vida, que liberta da lei
152
do pecado e da morte. É a obra do Espírito
santo livrar-nos do domínio da lei inferior, e
capacitar-nos a andar em harmonia com a lei
superior.

i) Ele Guia

Rm 8.14 “Pois todos os que são guiados


pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”.

j) Ele Chama Para Serviço Especial

At 13.2-4 “E servindo eles ao Senhor,


jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me
agora Barnabé e Saulo para a obra a que os
tenho chamado. Então, jejuando e orando, e
impondo sobre eles as mãos, os despediram.
Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram
a Selêucia e dali navegaram para Chipre”.

153
O Espírito Santo não somente dirige o teor
geral da vida cristã, mas seleciona e chama
homens para trabalhos especiais, tais como
missões, o ministério, etc., e o capacita.

Esta passagem não nos diz como o


Espírito Santo chama os homens,
presumivelmente porque nem sempre Ele os
chama do mesmo modo. A nós compete estar
disposto a ser chamados, a desejar a
chamada, a buscá-la e esperar que o Espírito
Santo nos chame. Ele não chama a todos
para o trabalho missionário em terras
distantes, embora todo crente deva estar
pronto a atender a esse campo específico; se
o crente se submeter.

Ele orienta em serviço.

At 8.27-29 “Eis que um homem etíope,


eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos
154
etíopes, o qual era superintendente de todo o
seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém,
estava de volta, e, assentado no seu carro,
vinha lendo o profeta Isaías. Então disse o
Espírito a Felipe: aproxima-se deste carro, e
acompanha-o”.

Quando nos rendemos a Deus, o Espírito


não só dirige nossas vidas pessoais, mas
também nos orienta para conduzirmos outras
pessoas à luz, à vida e ao amor de Deus, em
Jesus Cristo, nosso Senhor.

l) Ele Equipa Para o Trabalho.

Ele ilumina

1Co 2.12-14 “Ora, nós não temos recebido


o espírito do mundo, e, sim, o Espírito que
vem de Deus, para que conheçamos o que
por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto
155
também falamos, não em palavras ensinadas
pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo
Espírito, conferindo cousas espirituais. Ora, o
homem natural não aceita as cousas do
espírito de Deus porque lhes são loucura, e
não podem entendê-las porque elas se
discernem espiritualmente”.

Não há treva alguma nas Escrituras, a


revelação das suas palavras esclarece (Sl
119.130). Não obstante, no homem existem
trevas. Portanto, como diz a Bíblia: “Na tua
luz vemos luz...” (Sl 36.9). A mente do homem
precisa primeiro ser iluminada pelo Espírito de
Deus, para que possa interpretar
corretamente, ou entender, a Palavra de
Deus.
Ele instrui

Jo 16.13,14 “Quando vier, porém, o Espírito


da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
156
porque não falará por si mesmo, mas dirá
tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as
cousas que hão de vir. Ele me glorificará
porque há de receber do que é meu, e vo-lo
há de anunciar”.

Podemos receber instrução da parte de


Deus por intermédio de outros homens, que
tenham sido iluminados pelo Espírito Santo.
João cria nisso, pois do contrário nunca teria
escrito sua epístola para ensinar a outros.
Entretanto, o Espírito Santo o é Divino
Instrutor, e nunca seremos verdadeiramente
ensinados enquanto não formos ensinados
por Ele.

A verdade que ele nos quer ensinar


parece seguir ao longo de duas linhas:
primeira, a respeito daquilo que pertence a
Cristo, aquilo que O glorifica; segunda, a
respeito das coisas futuras.
157
Ele capacita.

1Ts 1.5 “Porque o nosso evangelho não


chegou até vós tão somente em palavras,
mas, sobretudo em poder, no Espírito santo e
em plena convicção, assim como sabeis ter
sido o nosso procedimento entre vós, e por
amor de vós”.

At 1.8 “Mas recebereis poder, ao descer


sobre vós o Espírito santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém, como em
toda a Judéia e Samaria, e até os confins da
terra”.

1Co 2.1-5 “Eu, irmão, quando fui ter


convosco, anunciando-vos o testemunho de
Deus, não o fiz com ostentação de linguagem,
ou de sabedoria. Porque decidi nada saber
entre vós, senão a Jesus Cristo, e este
crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande
158
temor que eu estive entre vós. A minha
palavra e a minha pregação não consistiram
em linguagem persuasiva de sabedoria, mas
em demonstração do Espírito e de poder,
para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria humana; e, sim, no poder de
Deus”.

O propósito e a providência de Deus é


que Seus filhos sejam adequados e
permanentemente capacitados. No dia de
pentecostes veio o poderosíssimo dom, pelo
que homens, que anteriormente se tinham
mostrado débeis e tímidos, se tornaram fortes
e ousados por Cristo. Esse poder não
conhece qualquer limite.

Continua sendo infinitamente mais do que


tudo quanto pedimos ou pensamos, que Deus
quer que esperemos e recebamos.

159
l) Ele Produz o Fruto das Graças Cristãs

Gl 5.22,23 “Mas o fruto do Espírito é: amor,


alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio. Contra estas cousas não há lei”. Rm
5.5 “Ora, a esperança não confunde, porque o
amor de Deus é derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo, que nos foi
outorgado”. Rm 14.17 “Porque o Reino de
Deus não é comida nem bebida, mas justiça e
paz, e alegria no Espírito Santo. E o Deus da
esperança vos encha de todo o gozo e paz no
vosso crer, para que sejais ricos de
esperança no poder do Espírito Santo”.

Toda verdadeira beleza de caráter, toda


semelhança com Cristo em nós, é operação
do Espírito Santo. Ele é para o crente cristão
o que a seiva é para a árvore; a fonte da vida
e poder produtivo.
160
O fruto aqui referido não é o serviço
cristão nem a conquista de almas, embora
isso necessite ser frisado, mas é o fruto do
caráter cristão.

O fruto não consiste em algum exercício


energético. Não é a realização laboriosa a fim
de produzir alguma excelência. É, antes, o
resultado normal e natural de uma condição
sadia. Se a alma estiver com saúde, e o
Espírito a preencher, então haverá fruto.

O fruto do Espírito aqui descrito é, na


realidade, o retrato do caráter de Jesus
Cristo. Temos aqui, em substância, aquilo que
Paulo afirma em Gl 2.20 “Cristo vive em mim”.

4. Ele Possibilita Todas as Formas de


Comunhão Com Deus

161
a) Oração

Jd 20 “Vós, porém, amados, edificando-vos


na vossa fé santíssima, orando no Espírito
Santo”. Ef 6.18 “Com toda oração e súplica,
orando em todo tempo no Espírito, e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por
todos os santos”.

Rm 8.26,27 “Também o Espírito,


semelhantemente, nos assiste em nossa
fraqueza; porque não sabemos orar como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por
nós sobremaneira, com gemidos
inexprimíveis. E aquele que sonda os
corações sabe qual é a mente do Espírito,
porque segundo a vontade de Deus é que ele
intercede pelos santos”.

O Espírito Santo é o grande Diretor de


oração, e somente a oração feita no Espírito é
162
aceita e respondida. Ele examina e põe à
prova os motivos de nossos pedidos. Ele
sugere os assuntos de nossas petições. Ele
se encarrega de toda a misteriosa maravilha
da oração no íntimo, expressa em palavras ou
em gemidos inexprimíveis.

Ele compreende a vontade de Deus para


conosco, os planos traçados por Deus a
nosso respeito; o serviço que podemos
prestar aceitavelmente a Deus. Para nós, o
dia seguinte ou a hora seguinte estão
velados, mas não para Ele; portanto, Ele
aprecia e anela ter tal domínio sobre nossos
pensamentos e desejos.

Que Ele possa, desimpedido, dirigir aquelas


orações que sabe estarem de conformidade
com a vontade de Deus, as quais, por isso
mesmo, serão respondidas.

163
É a mediação de Cristo, perante o Pai, e a
mediação do Espírito Santo, perante nós, que
dá esse alto privilégio de orarmos em nome
de Jesus, conforme está escrito: Porque por
ele, ambos tem acesso ao Pai em um
Espírito.

b) Adoração e Louvor

Fp 3.3 “Porque nós é que somos


circuncisão, nós que adoramos a Deus no
Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e
não confiamos na carne”. At 2.11 “Tanto
judeus como prosélitos, cretenses e arábios;
como os ouvimos falar em nossas próprias
línguas as grandezas de Deus?”

A adoração é a veneração e a
contemplação da criatura a seu Criador,
Deus. Deve ser levada a efeito em completa
dependência da orientação do Espírito,
164
considerando-se o eu como algo de que se
deve desconfiar e renunciar.

Alguém já disse: Em nossas orações


ocupamo-nos de nossas necessidades, em
nossas ações de graça ocupamo-nos de
nossas bênçãos, mas em nossa adoração
ocupamo-nos com Deus.

c) Agradecimento

Ef 5.18-20 “E não vos embriagueis com


vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos
do Espírito, falando entre vós com salmos,
entoando e louvando de coração ao Senhor,
com hinos e cânticos espirituais, dando
sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai,
em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.

165
A vida cheia do Espírito é uma vida de
ações de graças e de ações motivadas pela
graça.

d) Ele Vivificará o Corpo do Crente

Rm 8.11,23 “Se habita o espírito daquele


que ressuscitou a Jesus dentre os mortos,
esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus
dentre os mortos vivificará também os vossos
corpos mortais, por meio de seu Espírito, que
em vós habita. ... E não somente ela, mas
também nós que temos as primícias do
Espírito, igualmente gememos em nosso
íntimo, aguardando a adoção de filhos, a
redenção do nosso corpo”.

A ressurreição é atribuída ao Espírito


santo, como também às demais Pessoas da
Trindade. Ele fará retornar à vida os nossos
corpos, depois da morte física.
166
5. Em Relação a Jesus Cristo

a) Concebido pelo Espírito Santo.

Lc 1.35 “Respondeu-lhe o anjo Descerá


sobre ti o Espírito Santo e o poder do
Altíssimo te envolverão com a sua sombra;
por isso também o ente santo que há de
nascer, será chamado Filho de Deus”.

O Espírito santo produziu o corpo humano


do Filho de Deus mediante um ato criador. O
Filho de Deus chamou esse corpo preparado.
Hb 10.5 “Por isso, ao entrar no mundo, diz:
Sacrifício e oferta não quiseste, antes corpo
me formaste”. Era impossível que àquele que
é absolutamente santo, se revestisse de um
corpo que tivesse vindo à existência por
geração natural.

167
Se este tivesse sido o caso, teria ele possuído
um corpo maculado com mancha do pecado.
Apesar de ser verdade que Maria possuía um
corpo pecaminoso, o poder da santidade, no
Filho de Deus, repeliu cada partícula de
pecaminosidade, e o Espírito Santo, ao
preparar o corpo, jamais poderia permitir que
qualquer coisa profana viesse a entrar no
corpo físico de nosso Senhor.

Uma vida tão ímpar, como a de Cristo, em


Seu caráter e realizações, exige um começo e
um fim tão maravilho que nada menos que a
concepção miraculosa e a ressurreição
miraculosa seria adequado.

b) Ungido Pelo Espírito Santo

At 10.38 “Como Deus ungiu a Jesus de


Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual
168
andou por toda parte, fazendo o bem e
curando a todos os oprimidos do diabo,
porque Deus era com ele”. Is 61.1 “O Espírito
do SENHOR Deus está sobre mim, porque o
SENHOR me ungiu, para pregar boas novas
aos quebrantados, enviou-me a curar os
quebrantados de coração, a proclamar
libertação aos cativos, e a pôr em liberdade
os algemados”.

Lc 4.14-18 “Então Jesus, no poder do


Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua
fama correu por toda circunvizinhança. E
ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por
todos. Indo para Nazaré, onde fora criado,
entrou num sábado, na sinagoga, segundo o
seu costume, e levantou-se para ler.

Então lhe deram o livro do profeta Isaías, e


abrindo o livro, achou o lugar onde estava
escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim,
169
pelo que me ungiu para evangelizar aos
pobres; envio-me para proclamar libertação
aos cativos e restauração da vista aos cegos,
para pôr em liberdade os oprimidos”.

Mt 12.17,18 “Para se cumprir o que foi dito


por intermédio do profeta Isaías: Eis aqui o
meu servo, que escolhi, o meu amado, em
quem a minha alma se compraz. Farei
repousar sobre ele o meu Espírito, e ele
anunciará juízo aos gentios”.

Todas as unções que aparecem no Antigo


Testamento querem de profetas, quer de
sacerdotes ou de reis, encontram seu
cumprimento nesta unção de Jesus Cristo
pelo Espírito Santo, pois Cristo também, a
Seu tempo, cumpriria os ofícios de profeta,
sacerdote e rei.

5. Guiado pelo Espírito Santo


170
Mt 4.1 “A seguir, foi Jesus levado pelo
Espírito, ao deserto, para ser tentado pelo
diabo”.

Jesus, na qualidade de Servo de Jeová,


tendo-se esvaziado de Sua soberania para ter
essa posição, não tomava nunca iniciativa
própria, sempre agindo debaixo de ordens,
sendo orientado em Seus movimentos pelo
Espírito Santo, a Quem se sujeitava.

6. Cheio do Espírito Santo

Lc 4.1 “Jesus, cheio do Espírito Santo,


voltou do Jordão, e foi guiado pelo mesmo
Espírito, ao Deserto”. Jo 4.34 “Pois o enviado
de Deus fala as palavras dele, porque Deus
não dá o Espírito por medida”.

171
Nada havia na vida de Jesus que se
opusesse à ação do Espírito Santo; portanto,
o Espírito preenchia cada departamento e
avenida de Seu Ser com Sua presença e Seu
poder.

7. Realizou seu Ministério no Poder do


Espírito Santo

Lc 4.18,19 “O Espírito do Senhor está


sobre mim, pelo que me ungiu para
evangelizar os pobres; enviou-me para
proclamar libertação aos cativos e
restauração da vista aos cegos, para pôr em
liberdade os oprimidos, e apregoar o ano
aceitável do Senhor”.

8. Ofereceu-se em Sacrifício Pelo Espírito


Santo

172
Hb 9.14 “Muito mais o sangue de Cristo
que pelo Espírito eterno, a si mesmo se
ofereceu sem mácula a Deus, purificará a
nossa consciência de obras mortas para
servirmos ao Deus vivo!”

No sacrifício de Si mesmo, como em tudo


mais, Jesus Cristo foi dirigido pelo Espírito
Santo e mostrou-se dependente dEle.

9. Ressuscitado Pelo Poder do Espírito


Santo

Rm 8.11 “Se habita em vós o Espírito


daquele que ressuscitou a Jesus dentre os
mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo
Jesus dentre os mortos vivificará também os
vossos corpos mortais, por meio do seu
Espírito que em vós habita”. Rm 1.4 “E foi
designado filho de Deus com poder, segundo

173
o Espírito de santidade, pela ressurreição dos
mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”.

Jesus Cristo foi ressuscitado dentre os


mortos pelo poder coordenado do Deus Trino.
Portanto, o Espírito Santo teve participação
proeminente em Sua ressurreição.

10. Deu Mandamento aos Apóstolos após a

Ressurreição por Intermédio do Espírito Santo

At 1.1,2 “Escrevi o primeiro livro, ó


Teófilo, relatando todas as cousas que Jesus
fez e ensinou, até ao dia em que, depois de
haver dado mandamentos por intermédio do
Espírito santo aos apóstolos que escolhera,
foi elevado às alturas”.

Parece que Jesus continuou sob


orientação do espírito, na obra que Lhe fora
174
dada pelo Pai, até que novamente assumiu
Seu lugar à destra de Deus, ao receber Sua
completa exaltação.

11. Doador do Espírito Santo

At 2.33 “Exaltado, pois à destra de Deus,


tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vedes e ouvis”.

O Espírito Santo veio, no dia de


Pentecostes, como resultado da ascensão de
Cristo e Sua exaltação à mão direita de Deus,
na qualidade de nosso grande Sumo-
Sacerdote.
Jesus Cristo viveu toda a Sua vida terrena
dependendo inteiramente do Espírito Santo, e
a Ele se sujeitou.

12. Em Relação às Escrituras

175
a) Seu Autor

2Pe 1.20,21 “Sabendo, primeiramente,


isto, que nenhuma profecia da Escritura
provém de particular elucidação; porque
nunca qualquer profecia foi dada por vontade
humana, entretanto homens falaram da parte
de Deus movidos pelo Espírito Santo”. 2Tm
3.16 “Toda Escritura é inspirada por Deus e
útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça”.

As Escrituras referem-se ao Espírito Santo


como Agente Divino da comunicação da
verdade de Deus aos homens. Quanto às
Escrituras do antigo testamento, temos
declarações terminantes nesse sentido, e é
claramente subentendido e afirmado no
tocante ao novo testamento.

b) Seu Intérprete
176
Ef 1.17 “Para que o Deus de nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos
conceda espírito da sabedora e de revelação
no pleno conhecimento dele”.

1Co 2.6-16 “Entretanto, expomos sabedoria


entre os experimentados; não, porém, a
sabedoria deste século, nem a sabedoria
desta época, que se reduzem a nada; mas
falamos a sabedoria de Deus em mistério,
outrora oculta, a qual Deus preordenou desde
a eternidade para a nossa glória, sabedoria
essa que nenhum dos poderosos deste
século conheceu, porque, se a tivessem
conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor
da glória; mas, como está escrito: nem olhos
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais
penetrou em coração humano o que Deus
tem preparado para aqueles que o amam.

177
Mas Deus pô-lo revelou pelo Espírito, porque
o Espírito a todas as cousas perscruta, até
mesmo as profundezas de Deus, porque qual
dos homens sabe as cousas do homem,
senão o seu próprio espírito que nele está?
Assim também as cousas de Deus, ninguém
as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora,
nós não temos recebido do mundo, e sim, o
Espírito que vem de Deus, para que
conheçamos o que por Deus nos foi dado
gratuitamente.
Disto também falamos, não em palavras
ensinadas pela soberania humana, mas
ensinadas pelo Espírito, conferindo cousas
espirituais com espirituais.

Ora, o homem natural não aceita as cousas


do Espírito de Deus porque lhes são loucura,
e não pode entendê-las porque elas se
discernem espiritualmente. Porém o homem
espiritual julga todas as cousas, mas ele
178
mesmo não é julgado por ninguém. Pois
quem conhece a mente do Senhor, que o
possa instruir?

Nós, porém, temos a mente de Cristo”.

A importância do homem, para interpretar


a verdade já revelada, é tão característica
como sua incapacidade de comunicar a
revelação sem o concurso do Espírito Santo.

As escrituras foram dadas por inspiração


do Espírito Santo, e sua verdadeira
interpretação só é possível por meio de Sua
iluminação.

13. O Espírito Santo em Relação a Igreja

Já a primeira comunidade cristã, em


Jerusalém, nasceu a partir da pregação da
obra de salvação do Cristo crucificado e
179
ressurrecto. Ela nasceu da ação do Espírito
Santo, que possibilita arrependimento dos
pecados e aceitação de Jesus Cristo como
único e suficiente Salvador e Senhor.

Já no início do livro dos Atos dos


Apóstolos, Lucas, o autor do livro, nos informa
que sua intenção foi relatar as coisas que
Cristo prosseguiu a fazer e ensinar por
intermédio de sua igreja, em continuidade a
todas as cousas que Jesus começou a fazer e
a ensinar, conforme descrito no evangelho de
Lucas e demais evangelho. Isto quer disser
que há uma continuidade entre a atuação dos
apóstolos e das primeiras igrejas, conforme
descreve o livro dos Atos dos Apóstolos.
Ainda hoje, Jesus Cristo ensina e age por
intermédio de sua igreja, espalhada por
milhares de comunidades cristãs pelo mundo.

180
Em fidelidade ao mandamento do Senhor
Jesus ressurrecto, e revestidos do Espírito
Santo, os apóstolos saíram a testemunhar o
evangelho nas cidades e vilas de então,
começando por Jerusalém, e indo até os
confins da terra. E, isso deve também
acontecer hoje pelos pastores, missionários e
outras testemunhas da obra de Cristo
ressurrecto; porém, só é possível testemunha
de Cristo pelo poder derramado pelo Espírito
Santo, ou do contrário estar-se-á dando
testemunho demagógico e sem fundamento.

É o Espírito Santo que dá vida à igreja do


Senhor Jesus, através de suas testemunhas,
que recebem unção dele para difundirem o
evangelho por toda parte do mundo, e assim
dando vida à igreja.

Também, na administração da igreja, o


Espírito Santo faz-se presente, pois é Ele
181
quem mostra onde é que se deve investir
corretamente o dízimo e as doações, também
ele capacita e mostra como e quem deve ser
enviado para a obra do reino de Deus.

a) Na Administração da Igreja

1Co 12.4-6 “Ora, os dons são diversos,


mas o Espírito é o mesmo. E também há
diversidade nos serviços, mas o Senhor é o
mesmo. E há diversidade nas realizações,
mas o mesmo Deus é quem opera tudo em
todos”.

b) Na Benção Apostólica

2Co 13.13 “A graça do Senhor Jesus


Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo sejam com todas vós”.

182
De muito modos inequívocos, Deus, em
Sua palavra, proclama distintamente que o
Espírito Santo não é apenas uma pessoa,
mas é uma Pessoa Divina.
14. A Relação do Espírito Santo Com a
Escatologia Bíblica

a) Na Tribulação Zc 12.10 “E sobre a casa


de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém,
derramarei o espírito de graça, e de súplicas;
olharão para mim a quem traspassaram;
pranteá-lo-ão como quem pranteia por
unigênito, e chorarão por ele, como se chora
amargamente pelo primogênito”.

Jl 2.28-32 “E acontecerá depois que


derramarei o meu Espírito sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os
velhos sonharão, e vossos jovens terão
visões; até sobre os servos e sobre as servas
derramarei o meu Espírito naqueles dias.
183
Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue,
fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá
em trevas, e a lua em sangue, antes que
venha o grande e terrível dia do SENHOR. E
acontecerá que todo aquele que invocar o
nome do SENHOR será salvo; porque no
monte Sião e em Jerusalém estarão os que
foram salvos, assim como o SENHOR
prometeu, e entre os sobreviventes aqueles
que o SENHOR chamar”.

No dia da tribulação, o Espírito Santo


confortará e consolará todos aqueles quantos
forem salvos, porém desprezará e
desamparará todos àqueles que não forem
escolhidos.

15. No Reino

184
a) O Espírito Santo estará sobre o rei. Is
11.2-3 “Repousará sobre ele o Espírito do
SENHOR, o Espírito de sabedoria e
entendimento, o espírito de conselho e de
fortaleza, o Espírito de conhecimento e de
temor do SENHOR. Deleitar-se-á no temor do
SENHOR; não julgará segundo a vista dos
seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir
dos seus ouvidos”.

O Espírito santo será soberano sobre


tudo; principalmente no que diz respeito a
julgamento, pois ele possui toda a sinceridade
e sabedoria, por este motivo estará sobre os
reis e também sobre o Rei Jesus, pois
também este será com o Espírito e o Espírito
com Ele.

b- O Espírito habitará no povo de Deus. Jr


31.33 “Porque esta é a aliança que firmarei
com a casa de Israel, depois daqueles dias,
185
diz o SENHOR. Na mente lhes imprimirei as
minhas leis, também no coração lhas
inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles
serão-- o meu povo”.

Também como o Espírito Santo habita no


crente hoje, ele habitará, depois do juízo, com
todo o povo escolhido por Deus, ou do
contrário também não habitaria hoje nos
crentes.

16. Os Sete Espíritos de Deus Conforme


Apocalipse

Entendo pela expressão, Os Sete


Espíritos de Deus conforme, Ap 1.4 “João, às
sete igrejas que se encontram na Ásia; Graça
e paz a vós outros, da parte daquele que é,
que era e que há de vir, da parte dos sete
espíritos que se acham diante do seu trono”.
Ap 4.5 “Do trono saem relâmpagos, vozes e
186
trovões, e diante do trono ardem sete tochas
de fogo, que são os sete espíritos de Deus”.
Ap 6.5 “Então vi, no meio do trono e dos
quatros seres viventes e entre os anciões, de
pé, um cordeiro como tendo sido morto.

Ele tinha sete chifres, bem como sete


olhos que são os sete espíritos de Deus
enviados por todas a terra”.
O número 7 (sete) ocorre 54 vezes no livro do
apocalipse, aparece mais que qualquer outro.

Na bíblia ele é associado à inteireza, ao


cumprimento e a perfeição. No apocalipse há
sete igrejas e sete espíritos, 7 candeeiros, 7
estrelas, 7 selos, 7 livros, 7 chifres e 7 olhos
do cordeiro, 7 cabeças do dragão, 7 cabeças
de besta, 7 taças de ouro, 7 reis; os sete
espíritos. Muitos entendem esta referência
como uma alusão ao Espírito Santo em Sua
perfeita plenitude, ao passo que outros
187
consideram uma indicação de sete anjos, que
estão perante o trono de Deus.

A expressão Os Sete Espíritos de Deus


tem o significado da plenitude total de Deus,
através de seu Santo Espírito.

VII - O ESPÍRITO E O CORPO

Explorar o ministério do Espírito equivale,


em alguns aspectos, a escalar uma alta
montanha. Pelo prisma de quem escala, um
pico mais baixo é escalado somente para
revelar-se que o topo está por escalar. De
uma forma análoga, a regeneração individual
envolve uma transformação pessoal radical;
ver, porém, apenas isso, seria perder de vista
o pleno escalar da operação do Espírito e
sentir-se satisfeito com a visão dos declives
188
mais baixos. Pois a regeneração pessoal é
apenas um aspecto de uma nova criação que
está ainda por ser consumada.

Como já observamos, visto achar-se radicada


na ressurreição de Cristo, essa nova criação
é inseparável dela e deve ser vista à luz dela,
como uma obra mais ampla, mais incorporada
de renovação, na qual o Espírito de Cristo se
acha engajado ao longo de toda a história.

O programa de Cristo é sumariado nas


palavras: “Edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mt 16.18). No meio do conflito escatológico
(indexado pelo verbo prevalecer), Cristo está
chamando a si não meramente indivíduos,
mas uma assembleia inteira.

Este caráter corporativo da obra de Cristo


é expresso em diferentes graus em algumas
189
das analogias usadas pelo Novo Testamento
para descrever os seguidores de Jesus. São
ovelhas de um rebanho, ramos de uma
oliveira, amigos do noivo, pedras de um
templo, o novo Israel.

Daí as exortações do Novo Testamento que,


embora destinadas a serem tomadas a efeito
individualmente, são geralmente expressas
no plural para toda a igreja. O Espírito não
isola indivíduos, mas cria uma nova
comunidade.

Na teologia paulina nenhuma analogia é


mais central do que aquela que somente ele
emprega: a igreja é o corpo de Cristo no qual
somos introduzidos pelo ministério do
Espírito:

“porque, assim o corpo é um e tem muitos


membros, e todos os membros, sendo muitos,
190
constituem um só corpo, assim também com
respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito
todos nós fomos batizados em um corpo, quer
judeus, quer gregos, quer escravos, quer
livres. E a todos nós foi dado beber de um só
Espírito” (1 Co 12.12-13).

Aqui, o ingresso no corpo de Cristo, que é


constituído de muitas partes, é efetuado pelo
batismo do Espírito. Duas perguntas vêm a
lume imediatamente: O que Paulo quer dizer
quando fala da igreja como o “corpo” de
Cristo, no qual as barreiras sociais e culturais
entre as pessoas são derrubadas? Como o
Espírito se envolve no batismo neste corpo.

O Corpo de Cristo

A primeira destas perguntas tem atraído


uma pequena montanha de discussão no
empenho de traçar a origem do uso que
191
Paulo faz da analogia do corpo na esperança
de esclarecer o significado que ele soma ou
une a ela. Até certo ponto, tal empenho pode
muito bem ser um falso esporte; o significado
textual não pode derivar-se meramente da
origem de um termo ou da inspiração para o
mesmo. Na melhor das hipóteses, a análise
das várias formas nas quais o conceito de
corpo poderia ter-se originado no mundo do
pensamento Paulino, nos proveria com uma
série de possibilidades.
A literatura do Império Romano nos
fornece os precursores do conceito do corpo
humano sendo como uma analogia para um
grupo de pessoas unido em importantes
aspectos. A mais conhecida destas é a fábula
de Menenius Agrippa (c. 494 a.C.), a qual Livy
registra em sua History of Rome. Menenius
apela à plebe com o fim de refrear uma
rebelião, valendo-se do uso de uma fábula na
qual as várias partes de um corpo, invejosas
192
do estômago, recusam-se a alimentá-lo –
resultado no definhamento de todo o corpo.
Outros têm apelado para a teologia
sacramental de Paulo e para a participação
dos cristãos no pão partido que é
simultaneamente o emblema do corpo de
Cristo e da união de seu povo. Mais
recentemente, tem-se feito apelo para um
fenômeno coríntio local: escavações
arqueológicas do Asclepion coríntio têm
desenterrado representações de terracota de
várias partes da anatomia humana,
presumindo-se representar partes do corpo
curado pelo filho de Apolo, Asclepius, o deus
da cura do panteon grego. Mas, em vista do
uso que Paulo faz da analogia em outras
partes, esta conexão parece ser
completamente inverossímil.

A explicação mais simples, e talvez a


melhor, da origem da metáfora, consiste em
193
que a idéia de uma comunidade como um
“corpo” estava “no ar”. Paulo a emprega em
método próprio e distintivo, para seus prorpios
propósitos. Em particular, o “corpo” que ele
descreve é singular, porque é o corpo de
Cristo.

Ele é sua cabeça e governante. Assim como


ele é a cabeça sobre os cosmos (Ef 1.22) e o
dirige segundo seus propósitos providenciais,
assim ele é a cabeça sobre a igreja (Cl 1.22)
e o dirige segundo seus princípios de seus
reinos.

Aqui, “cabeça” contém uma conotação


relacional, não anatômica. Cristo é o Senhor e
governante tanto do kosmos quanto da
ekklesia. Indivíduos são introduzidos na
igreja, a qual é o corpo de Cristo, que é a
sociedade daqueles que, em virtude de sua
união com Cristo, pela graça e fé, são
194
inextricavelmente unidos num só feixe de
vida; pertencem uns aos outros porque
pertencem a Cristo, seu Senhor e cabeça.

O Batismo com Espírito

Qual é, portanto, a natureza da atividade


do Espírito no batismo deste corpo?
O batismo e o Espírito se relacionam
mutuamente em sete ocasiões no Novo
Testamento. Seis delas se referem
claramente ao Pentecostes, e fazem isso em
linguagem virtualmente idêntica no que diz
respeito ao papel do Espírito:

Mateus 3.11 em pneumati hagio


Marcos 1.8 em pneumati hagio
Lucas 3.16 em pneumate hagio
João 1.33 em pneumati hagio
Atos 1.5 em pneumati ... hagio
Atos 11.16 em pneumati agio
195
Em cada um desse casos, o batizador é
sempre Jesus Cristo. O Espírito é o
instrumento. A sétima referência é:

I Coríntios 12.13 em pneumati

O Batismo

A administração da água batismal é um


sinal de inauguração. Esse era o caso do
batismo de judeus prosélitos, embora tenha
havido tanta discussão se ele é ou não
anterior aos Evangelhos. Com certeza é
verdade que o batismo de João marcou a
inauguração do genuíno arrependimento em
resposta à vinda do reino. O batismo de
Jesus pelas mãos de João ato contínuo
marcou sua entrada pública na era
messiânica e no ministério que atingiria seu
ponto central no batismo da cruz.
196
O batismo com o Espírito nos introduz na
vida de união com Cristo. O batismo com
água caracteriza isso externamente:
“arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão de vossos pecados, e recebereis o
dom do Espírito Santo”. Aqui,
arrependimento, água batismal, o perdão dos
pecados e o dom do Espírito são vistos como
aspectos correlativos da única realidade do
ingresso em Cristo, e assim em (a comunhão
de) o nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
De tempos em tempos na história da
igreja tem-se formulado a seguinte pergunta:
Em vista do caráter espiritual e interno do
novo pacto em Cristo, tais ritos externos são
conscientes com sua novidade? Isso não
avilta a plenitude do ministério do Espírito?
Por isso, em pleno dilúvio do ensino da “Luz
197
interior” do século dezessete, Robert Barclay
comenta: “Este batismo é simplesmente uma
coisa espiritual... do qual o batismo de João
era uma figura, o qual fora ordenado por certo
tempo e não continuou para sempre”.

À guisa de contraste, contudo, a igreja


primitiva continuou com a prática do batismo
com água no espírito de Mateus 28.18-20, e
fez cuidadosamente distinções entre batismo
com água e batismo com o Espírito (At
10.47).

Aqui, Barclay e aqueles que compartilharam


de sua perspectiva deixaram de reconhecer
as estruturas teológicas que reforçavam o rito
externo e físico do batismo. Tanto o batismo
quanto a Ceia do Senhor funcionavam
exatamente da mesma maneira que os sinais
(palavras) usados nas expressões verbais do
evangelho; neles e através deles Cristo se faz
198
conhecido. Aliás, em vez de tornar-se
obsoleto na era que é dominada pelo Espírito
de Cristo, o batismo e a Ceia do Senhor
ilustram ainda o modo no qual o evangelho se
adequa à nossa condição humana, assim
como se adequa à nossa condição
pecaminosa. Daí, a Grande Comissão implica
que o batismo deve ser administrado à
medida que os discípulos de Cristo se
preparam, ele mesmo continua a estar
presente com a igreja.

O espírito de Deus age com o vínculo


interior de todos os relacionamentos pactuais
de Deus com seu povo. Cada pacto em que
ele entrou com eles foi confirmado por um
sinal específico, selando a promessa
entesourada na palavra pactual. O arco-íris,
no caso do pacto noéico, e a circuncisão, no
caso do pacto abraâmico, são ilustrações
claras.
199
Estes simbolizam a promessa pactual e
funcionam como sinais físicos que a
confirmam para a fé. Embora a linguagem de
“sinal e selo” seja exclusivamente para a
circuncisão (Rm 4.11), ela descreve bem o
modus operandi de todos os sinais pactuais.
Assim, por exemplo, Noé pôde vislumbrar o
sinal pactual depois de uma tempestade e
assegurar-se de que Deus estava recordando
de sua promessa pactual (Gn 9.12-17). Além
da promessa propriamente dita, o sinal
funcionou como uma confirmação (selo) física
e visível dela.

O Verdadeiro Batismo de Jesus na cruz


também tem o caráter de um teste com água.
O Salmo 69 é uma descrição justamente de
tal teste com água:

Salva-me, ó Deus,
200
porque as águas me sobem até a
alma.
Estou atolado em profundo
lamaçal,
que não dá pé;
estou nas profundezas das
águas,
e a corrente me submerge. (Sl
69.1-2)

Este Salmo é considerado no Novo


Testamento como messiânico em seu caráter,
e suas palavras são colocadas nos lábios de
Jesus. Na cruz, sua grande prova simbolizada
por seu batismo com água se tornou
realidade. O sinal administrado no Jordão se
cumpre na esmagadora força da tempestade
da ira divina que desce sobre sua cabeça na
cruz. Ele experimenta uma dor e desolação
tais que, por si mesmas, quase o matam.
Aqui, o simbolismo de sua circuncisão e de
201
seu batismo se mistura. Cristo é “eliminado da
terra dos viventes”. É oprimido quando a
“iniqüidade de todos nós” é posta em seus
ombros.
Por esse meio, o perdão e a salvação são
trazidos a nós pelo Espírito. Cristo sofreu a
maldição pactual para que a benção dada a
Abraão pudesse cumprir-se no dom do
Espírito para os que crêem (Gl 3.13-14).

O batismo do novo pacto é o batismo no


nome de Jesus, ou seja, ele significa e sela a
substância da fé-união com Cristo para a
mesma fé que nos une a ele. A partir dele,
portanto, a fé evoca tudo que é significado e
selado pelo batismo com água. Desse modo,
o espírito abre nossos olhos para o
significado interior do batismo de Jesus na
cruz em nosso favor.

202
Portanto, no batismo, assim como na
Escritura e através dela, o Espírito dá
testemunho a Cristo, toma do que lhe
pertence e o revela a seu povo, vestido com
as roupagens de seu ministério messiânico.

A palavra nunca fracassa, mas cumpre sua


função, quer em transformar ou em
endurecer. Semelhantemente, os
sacramentos do evangelho, ao atender nossa
reposta ao ministério do Espírito em exibir
graça de Cristo, ou se transformará em graça,
ou insensibilizará o coração ante o juízo.
Paulo explicitamente insinua isto quando
adverte os coríntios que, ao se chegarem
para a Ceia do Senhor num espírito
displicente, não saem sem culpa. De fato,
comem e bebem juízo. É tão possível
transgredir contra o Espírito ao reagir-se aos
emblemas do evangelho como é rejeitar-se a
palavra do evangelho.
203
Um entendimento do modo como o
Espírito usa o batismo (como também a Ceia)
nos preserva de dois erros comuns na
teologia sacramental:

(1) O erro de subjetivar tanto o simbolismo


do rito que nosso uso dele ressoa sobre
nossas próprias ações, decisões e
experiências, e assim distorce a função da fé,
que é resvalar-se dos recursos e ações do
crente para a graça que é sua em Cristo
Jesus;

(2) Objetivar tanto a eficaz da benção do


símbolo que identificamos a recepção do sinal
com a recepção do que ele, e não dar lugar
algum à fé que encontra o próprio Cristo
revelado no sinal, ou ao ministério contínuo
do Espírito. A eficácia do batismo e da Ceia
do Senhor não pode ser separada do
204
ministério do Espírito mais do que a eficácia
do ler e ouvir as Escrituras.

A Ceia do Senhor

O batismo e a Ceia do Senhor têm


importantes aspectos em comum: ambos são
sinais e selos pactuais; ambos nos apontam
Jesus Cristo e sua graça salvífica. Não
obstante, cada um serve a sua própria função
específica e tem um enfoque distintivo. O
batismo é inaugural e é recebido apenas uma
vez como sinal de união com Cristo. A Ceia
do Senhor, em contrapartida, é um sinal de
comunhão contínua com Cristo e deve ser
recebida com frequência.

O cerne da Ceia é o pão partido e o vinho


derramado, que servem como símbolos do
corpo quebrado e o sangue derramado de
Cristo. A recepção deles é um meio de
205
comunhão com Cristo como Aquele cujo
corpo foi quebrado e cujo sangue foi
derramado por nós: “Porventura o cálice da
bênção que abençoamos, não é a comunhão
do sangue de Cristo? O pão que partimos,
não é a comunhão do corpo de Cristo?” (I Co
10.16).

Isso, também, como o simbolismo do


batismo, deve ser entendido em termos
pactuais. Comer o cordeiro pascal (do qual a
Ceia é o cumprimento, I Co 5.7-8) implicava
comunhão com a benção na morte do
cordeiro, como proteção contra a maldição
oriunda do juízo divino expresso na obra do
anjo da morte. Significava unir-se ao povo de
Deus pactualmente redimido e abençoado.

O mesmo é válido no tocante à Ceia. Ela


sela o novo pacto no sangue de Cristo. Como
o cordeiro pascal, Cristo assumiu, na morte, a
206
maldição divina em forma de juízo, a fim de
compartilhar conosco as bênçãos da
presença de Deus. Como confirmação da
graça e fé, a Ceia é usada nas mãos do
Espírito para ministrar paz, alegria, amor e
segurança. Aqui pode haver “alegria indizível
e cheia de glória”, uma prelibação concedida
pelo Espírito quando proclama a morte de
Cristo “até que Ele venha”. Então a obra
regeneradora do Espírito será consumada.
Então, quando o Espírito disser: “Vem!”, a
plena realidade expressa pelos símbolos
estará presente, e se tornarão, como o
edifício do templo, redundantes (Ap 21.22).

207
VIII - OS DONS DO ESPÍRITO
SANTO

Dentre as insondáveis riquezas


espirituais, que Deus coloca à disposição da
sua Igreja na terra, destacam-se os dons
sobrenaturais do Espírito Santo,
apresentados pelo apóstolo Paulo, 1 Co 12.1-
11, como agentes de poder e de vitória desta
mesma igreja.
Os dons espirituais são a concessão
especial e sobrenatural de Deus para a
realização de sua obra, através da igreja. Os
dons espirituais capacitam o cristão a fazer a
obra de Deus com graça e eficiência, 1 Co 12.
4,7.

1. Classificação dos Dons Espirituais

a) Dons de Revelação
208
Este Dom tem sido definido como sendo
a revelação sobrenatural dalgum fato, que
existe na mente de Deus, mas que o homem,
devido aos seus naturais limitações, não pode
conhecer, a não ser que o Espírito Santo lhe
revele.

Através deste Dom, segredos do mais


profundo do coração são revelados, enquanto
que os obstáculos ao desenvolvimento da
Igreja são manifestos e desmascarada toda e
qualquer hipocrisia.

b) Dom da Palavra da Sabedoria

O Dom da Palavra da Sabedoria se


baseia no fato de Deus, na sua presciência,
ter perante Si fatos e ocorrências da terra e
do céu, do presente e do futuro, do tempo e
da eternidade. Deus é consciente tanto das
209
coisas que acontecem no presente como das
que acontecerão num futuro mui distante.

Esse conhecimento, inclusive do


infinito, é realmente a expressão da sabedoria
de Deus, que por sua vez é comunicada pelo
Espírito Santo a certos servos de Deus,
através do Dom da Palavra da Sabedoria.

c) Discernimento de Espíritos
Discernir significa: ver claramente, ou
julgar através de. Se o dom é do Espírito, sua
manifestação é sobrenatural. Trata-se de um
modo especial para se perceber o que há no
íntimo de uma pessoa. É capacidade de ver
ou sentir, pelo Espírito Santo, o que motiva
alguém a fazer ou dizer algo. O discernimento
de espíritos é útil para percebermos se
algumas manifestações espirituais
correspondem plenamente aos princípios
divinos.
210
2. Dons de Poder

a) Dom da Fé

O dom da fé habilita o cristão a aceitar


como realidade todas as promessas de Deus
e agir na certeza plena de que Deus vai
cumprir a sua Palavra. Desse tipo de fé,
poderosa e dinâmica, necessitamos
tremendamente em nossos dias. A fé que
domina todo o poder do inimigo e liberta a
todos os prisioneiros do Diabo. A fé que
vence o poder das doenças e enfermidades.

A fé que nos assegura a triunfar contra todo o


poder do mal. A fé que nos dá a certeza de
que Deus tudo nos suprirá, na hora da
necessidade. Que abre as portas das prisões,
que acalma o mar tempestuoso, e dá ao
cristão a certeza de uma vitória contínua em
211
toda a sua vida. Isto é o trabalho sobrenatural
do Espírito Santo.
Uma porção desta fé divina, que de fato
é um dom do Espírito Santo derramado sobre
a alma do homem, pode fazer até mesmo o
que é aparentemente impossível. Eis o dom
de fé. Não o confundamos, pois, com a “Fé
Comum”, que se manifesta para a salvação,
logo que ouvimos a Palavra de Cristo, Rm
10.17.
b) Dons de Curar

No grego, esta expressão encontra-se no


plural, para denotar a multiforme
manifestação do Espírito para cura das
enfermidades.

Como são diferentes os tipos de


enfermidades, é evidente que há um Dom de
cura para cada tipo de enfermidade: orgânica,
psicossomática e espiritual.
212
c) Dom de Operação de Milagres

Trata-se de um Dom concedido para


demonstrar o poder de Deus na realização de
coisas extraordinárias e miraculosas.

3. Dons Verbais

a) Dom de Profecia
No grego, o termo “Propheteuein”
significa, literalmente: “falar em nome de
alguém, em favor de outrem”. O profeta prediz
o que Deus realizará.

A profecia é uma manifestação do


Espírito de Deus, e não da mente do homem,
e é concedida a cada um, visando a um fim
proveitoso. E o seu propósito é edificar,
consolar e exortar, 1 Co 14.3.

213
b) Dom de Línguas

Existe uma diferença entre “sinal” e


“dom” de línguas. O “sinal” refere-se à
experiência que evidencia o batismo com o
Espírito Santo. O “dom” possui um caráter
congregacional, porque fala a todos, para
edificação da Igreja, 1 Co 14.3, 12,28.

c) Dom de Interpretação de Línguas

O dom de interpretação de línguas é o único


dos nove dons espirituais, cuja existência ou
função, depende de outro dom – de línguas.
Consequentemente, não havendo o dom de
línguas, não pode haver a interpretação de
línguas. E a sua finalidade é interpretar os
pensamentos de Deus, transmitidos em
“línguas desconhecidas”. É um dom de
caráter congregacional.

214
VIII - BATISMO NO ESPÍRITO
SANTO E O FRUTO DO ESPÍRITO

O Batismo no Espírito Santo é um ato de


Deus, pelo qual o Espírito vem sobre o crente
e o enche plenamente. É a vinda do Espírito
Santo, para encher e apoderar-se dos filhos
de Deus, como propriedade exclusivamente
Sua.

O Espírito outorga os Seus variados


ministérios de acordo com a Sua vontade
soberana, dando ao crente poder para
testemunhar de Cristo e por Cristo, na
proclamação do Seu evangelho. Para isto, é
dotado pelo Espírito de sólidas convicções e
de lábios ungidos, At 1.8; 2.4; 8.5-8; 13.7.

A Natureza Deste Batismo

215
Várias palavras e expressões são usadas
na Bíblia para simbolizar e descrever a vinda
do Espírito Santo aos crentes, e seu
ministério através destes. Algumas dessas
expressões são:

a) Derramamento
Designa a vinda do Espírito Santo à
vida do cristão. O sentido original da palavra
se refere à comunicação de alguma coisa
vinda do céu, com grande abundância.

b) Batismo

O recebimento do Espírito Santo é figurado


como batismo: uma total, gloriosa e
sobrenatural imersão do Divino Espírito
Santo, o que revela a maneira gloriosa como
o Espírito Santo envolve, enche e penetra a
alma do crente. Assim todo o nosso ser se
torna saturado e dominado com a presença
216
refrigeradora de Deus, pelo seu Espírito
Santo.

c) Enchimento

Quando o Espírito veio sobre os discípulos


no cenáculo, foram cheios do Espírito.
Evidenciaram estar cheios, a ponto de
parecerem estar “embriagados”. At 2.13.
Esse enchimento não se deu em
gotas, caídas como através dum crivo. Não.
No Pentecostes, a plenitude do Espírito os
encheu inteiramente, de tal modo que
andavam de um lado para outro, falando em
novas línguas.

O Fruto do Espírito Santo

Gl 5.22 “Mas o fruto do Espírito é:


caridade, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão,
217
temperança”. A linguagem bíblica apresenta
uma das figuras mais belas sobre o caráter
cristão, representado pela metáfora do “fruto
do Espírito”. Jesus é a sua expressão
máxima. Ele é o exemplo perfeito. Seu caráter
é uma demonstração infalível, para que o
imitemos. (1 Jo 2.6; 1 Pe. 2.21).

Antes do grande avivamento pentecostal


iniciado no começo deste século, dava-se
bastante ênfase ao fruto do Espírito, enquanto
que os dons eram ignorados. Para pôr fim a
esse desequilíbrio, começou-se a dar ênfase
aos dons e quase a ignorar o fruto do Espírito.
Hoje, no entanto, a situação parece bem mais
delicada, devido ao fato de estar sendo dada
pouca ênfase tanto aos dons quanto ao fruto
do Espírito.
Evidentemente, esta posição coloca-nos
em desacordo com a Bíblia sagrada,

218
devendo, portanto, levar-nos a uma tomada
de posição quanto ao assunto.

Definição do Fruto do Espírito

Numa análise do fruto do Espírito,


apontando o amor como o aspecto exaltado
do mesmo fruto, escreve o Dr. Boyd:
“Gozo é o amor obedecendo”.
Paz é o amor repousando,
Longanimidade é amor sofrendo.
Benignidade é amor mostrando
compaixão.
Bondade é o amor agindo.
Fé é o amor confiando.
Mansidão é o amor suportando.
Temperança é o amor controlando”.

219
CONCLUSÃO

O Espírito Santo é o Deus que habita em


nós. É a realidade da presença de Deus. É
Ele quem aplica a obra feita por Jesus aos
corações dos homens.

O estudo sobre a Pessoa do Espírito


Santo é um dos mais importantes em toda a
Teologia. Há grande necessidade de o crente
estudar bem o que ensina a Bíblia sobre o
Espírito Santo e o seu trabalho.

Estas preciosas lições, que estudamos


neste material, sempre serão de máxima
importância para o crescimento espiritual de
cada aluno. Enfatizamos que o principal do
aprendizado sobre o Espírito Santo, não seja
apenas teórico, mas prático, ou seja, manter
220
um relacionamento diário com Ele. Portanto,
vivamos uma vida de estreita comunhão com
Ele, para sermos merecedores das bênçãos
celestiais e da gloriosa salvação em Jesus
Cristo.

Apresentamos nesta apostila, o estudo sobre


a Pessoa do Magnífico Autor da Criação.
Portanto, as definições, conceitos sobre o que
Ele é, tem e pode fazer, são sintéticas. O
assunto é riqueza inesgotável, quando se
trata do estudo da Sua eficiência de Criador,
Sua natureza, Seus atributos e Seu poder.
Em várias citações, a Bíblia define a Sua
perfeição como o Ser Supremo do Universo,
Ele está acima de tudo e de todos.

É impossível haver mudança da natureza


perfeita de Deus para melhor. Deus sempre
existiu com a sua perfeição.
221
As fundações da terra e dos céus, obras de
Deus, perecerão, “mas Tu és o mesmo, e os
teus anos nunca terão fim” (Sl. 102.25-27).
Assim é Deus, como Criador perfeito,
Imutável, Soberano, dirigente da história e Pai
de toda a criação. (1 Co. 8.6; Ef. 3.14,15; Hb.
12.9).

Uma das finalidades desse estudo é o


conhecimento desse Deus vivo. O homem
tem a liberdade, que lhe é divinamente
concedida, de receber ou desprezar o amor
de Deus e a revelação divina da sua vontade.
Porém, quando o homem se esforça em
seguir a vontade revelada de Deus, ele passa
a conhecer o que Deus é e
pode fazer.

222
Bibliologia

Compêndio de Teologia Apologética,


François Turretini – Volume 01 – Edição 01 –
2011 – Editora Cultura Cristã

As Obras de Arminio – Jacó Armínio –


Volume 1 – Edição 01 – 2015 – CPAD

Teologia para pentecostais – Walter Brunelli


– Volume 1 - Edição 4- 2017 – Acadêmico

Doutrinas da Fé Cristã – Michael Horton –


Edição 1 – 2016 – Edição Cultura Cristã

Teologia sistemática, histórica e filosófica


– Alister McGrath – Edição1 – 2016 – SHEED

223
Teologia Sistemática – Stanley M. Horton –
Edição 5 – 1999 – CPAD

EU SOU Doutrina da revelação verbal –


Heber Campos – Edição 1 – 2017 – Fiel

Teologia Sistemática Reformada – Oadi


Salum – Edição 1 – 2017 – Editora Cultura
Cristã

Introdutórias à Teologia Sistemática –


Henry Clarence Thiessen - Edição 5 - 2014 –
Editora Batista Regular do Brasil

Teologia Sistemática – Charles Finney –


Edição 1 – 2001 – CPAD

Os fundamentos da Teologia Sistemática –


Luciano Frasson – Edição 1 – 2018 – Santos
Editora
224

➢ NOSSO SITE
Teologia Sistemática de Pannenberg
Wolfhart Pannenberg – Vol 2 2009 - Editoras:
Academia Cristã e Paulus

Teologia Sistemática de Strong - 1 vol.


Augustus Hopkins Strong – edição 3 2015
Editora: Hagnos

Teologia Sistemática de Charles Hodge


Charles Hodge 1ª Edição 2014 Editora:
Hagnos

Teologia Sistemática Pentecostal - uma


perspectiva pentecostal J. Rodman Williams –
1ª Edição 2011 – Vida Acadêmica

Teologia Sistemática - Bíblica e Histórica


Robert D. Culver – 1ª Edição 2012 - Shedd
Publicações

225

➢ NOSSO SITE
Teologia Sistemática de Chafer Vol 1 -
Lewis Sperry Chafer (1871-1952) Edição 1
2003 - Editora Hagnos

Teologia Sistemática de Norman Geisler


(1º volume) Norman L. Geisler - Edição 1
2016 - Editora: CPAD
Teologia Sistemática Sturz Richard Julius
Sturz -Edição 1 2012 - Edições Vida Nova

Teologia Sistemática de Franklin e Myatt -


Uma análise histórica, bíblica e apologética
para o contexto atual Franklin Ferreira - Alan
Myatt - Edição 2 2008 - Edições Vida Nova

Teologia Sistemática Pentecostal - Edição


1 2009 - Editora CPAD

226

➢ NOSSO SITE
Teologia Básica Charles Caldwell Ryrie -
Edição 1 2017 - Editora Mundo Cristão

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2.


ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

GRUDEM, Wayne. A. Teologia Sistemática.


São Paulo: Vida Nova, 1999.

STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática


(vol. I). São Paulo: Hagnos, 2003.

TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. 5. ed.


São Leopoldo: Sinodal, 2005.

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Teológica da Igreja Cristã (vol. III). São
Paulo: Vida Nova, 1990, pp. 489-491.

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Teologia sistemática (ERICKSON) – 2015 -
Millard J. Erickson
Somos Todos Teólogos. Uma Introdução à
Teologia Sistemática - 2017 -R. C. Sproul

Teologia Puritana - 2016 -Beeke Joel R. e


Markes Jones

Teologia Sistemática Contemporânea |


Fonte Editorial – 2020 - Karl Barth / Strong /
Louis Berkhof

Teologia Sistemática – Uma Perspectiva


Pentecostal - 2011 - J. Rodman Williams

Teologia da Fé Cristã – Domingos Dias


Ferreira –2006 - Middfer Publicações Cristãs

Volume 1 Enciclopédia Estudos de


Teologia – As principais doutrinas cristãs
228

➢ NOSSO SITE
com explanação detalhada e objetividade –
Edição 3 2016 - Editora Semeie

Teologia Sistemática – Eurico Bergstén –


1999 – CPAD

Pequeno Manual de Doutrinas Básicas –


Marcos Granconato – 2014 - Hermeneia

Temas Centrais da Fé Cristã – Uma


introdução à doutrina Bíblica – Gilmar Vieira
Chaves – 2015 Central Gospel

Manual de Teologia Bíblica e Sistemática –


Jorge Pinheiro – 2017 - Templus

Doutrinas da Bíblia – Estudo Temático da


Bíblia numa Forma Clara e Simples – Daniel
Kauffman – Segunda Edição - 2018 –
Literatura Monte Sião do Brasil

229

➢ NOSSO SITE
As Grandes doutrinas da Bíblia – Raimundo
de Oliveira – 2016 – CPAD

Cave mais fundo – o que você acredita?


Porque isso importa? Joshua Harris – 2018 -
Fiel Editora

Sumário de Doutrina Cristã – Louis Berkhof


– 2020 - Editora Monergismo

Introdução à Teologia Cristã – Justo L.


González e Zaida M. Pérez – 2008 – Hagnos

Conhecendo a Teologia Cristã – Uma forma


simples de entender a Fé - Zacarias de Aguiar
Severa – 2018 - AD Santos

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Myer


Pearlman – Edição 3 2017 - Vida Acadêmica

230

➢ NOSSO SITE
Teologia Sistemática – 2014 - Editora
InterSaberes (Org.)

Enciclopédia do Protestantismo – Edição 2


2006 - Hagnos

Dicionário Bíblico – Wycliffe – Edição 4


2000 -CPAD

Manual Bíblico SBB – Edição 2 2010 -


Sociedade Bíblica do Brasil

Descobrindo a Bíblia – História e Fé das


comunidades Bíblicas – 2013 - Central
Gospel

Entendendo a Bíblia - Um guia quem,


quando, onde, como e o porquê de cada livro
da Bíblia – 2011 – CPAD

231

➢ NOSSO SITE
História da Bíblia no Brasil – Luiz Antonio
Giraldi – Edição 2 2013 – SBB

A Bíblia através dos Séculos - Antonio


Gilberto -Edição 15 2004 – CPAD

CABRAL, J. – Introdução Bíblica – 7ª. Ed. Rio


de Janeiro, Universal, 1997.

GEISLER, Norman L. e NIX William E. -


Como a Bíblia chegou até nós - 1ª Edição,
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TOGNINI, Enéas - O Período Interbíblico - 5ª


Edição, São Paulo, Editora Louvores do
Coração LTDA, 1951.

JESUS, Erivaldo de – A bíblia como fonte de


direito – adib – 2010

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JESUS, Erivaldo de – Super interessante 500
Curiosidades Bíblicas Vol 1– Edição 20 2010

JESUS, Erivaldo de – Super interessante 500


Curiosidades Bíblicas Vol 2– Edição10 2010

CAMPOS, Heber – Eu Sou Doutrina da


Revelação Verbal – Vol 1 – 2017 – Fiel
Editora

ENNS, Paul – Manual de Teologia Moody –


2014 – Editora Batista Regular do Brasil

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