SD - Crônica - 2 - Série

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O ASSUNTO DO DIA!

por Giseli de Oliveira Rissi


Em uma tarde, eu estava na casa de minha bisavó com minha prima
Isabela e a Luandécia, que estava cuidando de nós. Quando estávamos
voltando da casa da minha bisavó, perguntei para Luandécia se eu e a
minha prima poderíamos apostar corrida até chegarmos a nossa casa.
Luandécia disse que podíamos, mas que devíamos tomar muito
cuidado. Nós, então, resolvemos começar a corrida, passamos a
primeira casa, eu estava em primeiro lugar, chegamos à segunda casa,
Isabela passou a minha frente.
Aí, quando chegamos à terceira, eu estava quase ultrapassando
minha prima, mas tinha um papelão no chão, passei correndo por cima
dele e, de repente, tum... Eu caí dentro de um buraco. Nisso, fiquei com
uma perna dentro e outra para fora. Desesperada, comecei a gritar por
socorro. Quando chegaram, eu estava tentando sair do buraco,
Luandécia chegou e me tirou.
Depois que fui embora tomei banho, comecei a chorar, pois estava
com medo de Luandécia contar para os meus pais.
Quando meus pais chegaram o meu tombo foi o assunto do dia. Eles
começaram a rir!
Depois, deles recuperarem o fôlego, minha mãe me contou que,
naquele buraco, passava esgoto.
Novamente todos voltaram a rir.
A partir daquele dia, nunca mais desci nenhuma rua apostando corrida
com ninguém.

PERGUNTAS

Você já teve a oportunidade de ler um texto assim?


Do que será que o texto fala? A pessoa que escreveu é conhecida? Vamos tentar
descobrir?
Você acha que o tema está adequado ao título dado?
05
Insônia infeliz e feliz - Clarice Lispector
De repente os olhos bem abertos a escuridão toda escura. Deve ser noite
alta. Acendo a luz da cabeceira e para o meu desespero são duas horas da
noite. E a cabeça clara e lúcida. Ainda arranjarei alguém igual a quem eu
possa telefonar às duas da noite e que não me maldiga. Quem? Quem sofre
de insônia? E as horas não passam. Saio da cama, tomo café. E ainda por
cima com um desses horríveis substitutos do açúcar porque Dr. José Carlos
Cabral de Almeida, dietista, acha que preciso perder os quatro quilos que
aumentei com a superalimentação depois do incêndio. E o que se passa na
luz acesa da sala? Pensa-se uma escuridão clara. Não, não se pensa. Sente-
se. Sente-se uma coisa que só tem um nome: solidão. Ler? Jamais. Escrever?
Jamais.

Passa-se um tempo, olha-se o relógio, quem sabe são cinco horas. Nem
quatro chegaram. Quem estará acordado agora? E nem posso pedir que me
telefonem no meio da noite pois posso estar dormindo e não perdoar. Tomar
uma pílula para dormir? Mas e o vício que nos espreita? Ninguém me
perdoaria o vício. Então fico sentada na sala, sentindo. Sentindo o quê? O
nada. E o telefone à mão.

Mas quantas vezes a insônia é um dom. De repente acordar no meio da


noite e ter essa coisa rara: solidão. Quase nenhum ruído. Só o das ondas do
mar batendo na praia. E tomo café com gosto, toda sozinha no mundo.
Ninguém me interrompe o nada. É um nada a um tempo vazio e rico. E o
telefone mudo, sem aquele toque súbito que sobressalta.

Depois vai amanhecendo. As nuvens se clareando sob um sol às vezes pálido


como uma lua, às vezes de fogo puro. Vou ao terraço e sou talvez a primeira
PERGUNTAS
do dia a ver a espuma branca do mar. O mar é meu, o sol é meu, a terra é
minha. E sinto-me feliz por nada, por tudo. Até que, como o sol subindo, a
casa vai acordando e há o reencontro com meus filhos sonolentos.

05
MÓDULO 0.2
A PRODUÇÃO INICIAL

Analisando a crônica que você leu antes, nós podemos


tirar as informações seguintes:

Tema: situações do cotidiano;

Enunciador: você , estudante do ensino médio;


Destinatário: professores, alunos e leitores em geral;

Objetivo: escrever uma crônica sobre alguma situação


que você já vivenciou;

Lugar e tempo de produção:


colégio que você estuda, aula de Língua Portuguesa.

O tema será tirado de situações do cotidiano, ou seja,


pense em uma história que aconteceu com você ou que
você ouviu falar que aconteceu com alguém. Nós seremos
os seus leitores!

Vamos lá?

06
MÓDULO 1
A CRÔNICA: QUE TEXTO É ESSE?

Crônica
É um gênero textual do tipo narrativo que
O que é possui uma “vida curta”, trata de
acontecimentos corriqueiros presentes em
C rônica ? jornais e revistas, portanto, os assuntos
abordados são voltados ao dia a dia deixando
suas impressões, ideias e visões da realidade
que não foram percebidas por todos.

❖ Tematiza situações do
cotidiano;
Características ❖ Linguagem simples;
❖ Narrativa curta;
❖ Poucos personagens.

❖Descritiva: descrição dos


elementos da história;
❖Narrativa: a narração é feita em
1ª ou 3ª pessoa (singular)
Dissertativa: mostra o ponto de
Tipos vista do autor Humorística:
humor, ironia e sarcasmo;
❖Histórica: conta eventos do
passado;
❖Lírica: expressão deemoções
Poética: versos de poesia;
❖Jornalística: conta eventos
atuais/notícias.

08
Crônica Jornalística

Definida pelo Manual de redação do jornal Folha de S. Paulo (2001:71)


como um gênero que “aborda assuntos do cotidiano de maneira mais
literária do que jornalística e é sempre assinada".

“A crônica reserva-se o direito de parecer leve, rápida, viabilizando a


imagem da pausa discursiva em meio a manchetes, notícias, reportagens,
editoriais”, assumindo aqui o que diz Discini (2005:178).

Segundo Tocaia (2011), a crônica jornalística, "ao propagar uma ilusão


de liberdade discursiva, privilegia alguns efeitos de aproximação do
enunciador em relação ao enunciatário (leitor). Além disso, esse gênero
textual "possui um modo próprio de dizer e constitui o simulacro de
conversa aparentemente “fiada”, um “causo” em torno de questões da cena
midiática do momento".

Seus temas são das mais variadas ordens e vão desde a seriedade de
assuntos da economia, política, educação e saúde até os mais banais, como
futebol, vida cotidiana, temas internacionais variados, cinema, entre outros.

9
DAS VANTAGENS DE SER BOBO
por Clarice Lispector

- O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.

-O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntando por que não
faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

-Ser bobo ás vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio
da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem à ideia.

- O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.

-Os espertos estão sempre atento às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e
este os veem como simples pessoas humanas.

- O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.

- O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoviéski.

-Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido
para a compra de um ar-refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo,
praticamente sem uso porque sse mudou para Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho
sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamadao um técnico , a opinião deste era de que o
aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.

-Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar
tranquilo. Enquanto o esperto não dorme a noite com medo de ser ludibriado.

- Aviso: não confundir bobos com burros.

-Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o
bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: "Até tu, Brutus?"

- Bobo não reclama?. Em compensação, como exclama!

- Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.

- Se Cristo tivesse sido esperto não teria sido morto na cruz.

- O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.

-Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso que os espertos não conseguem
passar por bobos.

- Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida.

-Bem aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que
saibam que eles saibam.

6
DAS VANTAGENS DE SER BOBO
por Clarice Lispector

-Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo,
com fútil). Minas gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em
Minas.

- Bobo é Chagal, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.

-É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de
excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

PERGUNTAS

01 Resuma o tema central da crônica em uma linha.

02 Nessa crônica, o autora predominantemente


( ) usa humor, ironia e sarcasmo para contar uma história.
( ) trata de eventos atuais do cenário midiático brasileiro.
( ) mostra o ponto de vista do autor sobre um determinado tema.

No texto, o narrador se coloca em que pessoa do discurso? Qual


03 o efeito de sentido sugerido por esta escolha?

04 Diante da explicação que a autora discute, qual a posição defendida pela autora?

05 Pela leitura que você fez do título do texto, você concorda que há relação
do título com aquilo que está sendo discutido na progressão textual?

7
EU NÃO ESTOU FAZENDO NADA...
por Roberto DaMatta

"Oi, como vai você"

"Vou bem, e você?"

“Tento escrever uma crônica e está complicado. Você está fazendo o quê?”

“Roberto, eu não estou fazendo nada!”

Essa afirmação me intriga. Afinal, o “não fazer nada” está em oposição complementar ao
“fazer alguma coisa” que nos remete à universalidade do trabalho e do lazer. Do pêndulo:
movimento/repouso. E, no caso brasileiro, a expressão tem uma ligação direta com a
preguiça como um valor que consagra o ter emprego, mas não trabalho. Sai e entra
governo, mas esse projeto permanece imutável.

Afinal, o que isso significa realmente? Sei que o nada é uma categoria difícil de ser
traduzida. Aliás, eu não seria ingênuo a ponto de pretender explicar o tratado de Jean-
Paul Sartre – O Ser e o Nada – publicado nos anos 1940, no qual se discute a construção
do humano como um atuar sobre o mundo. Uma intenção sem a qual nos colocaria
diante da paralisia do “nada”...

Paralisia ou impotência que hoje experimentamos na vida política brasileira, narcotizados


que estamos por uma polarização a qual, como todo dualismo, congela e impede a
história.

Voltando, porém, à coluna e ao jornal, pode-se dizer que o “não fazer nada” remete a
imobilidade e, nesse sentido, o “nada” seria como o zero da matemática; ou o espaço
vazio e uma tela esperando um pintor. Seria o ar bolorento inutilmente guardado numa
gaveta; ou, quem sabe, seria esse batido (e esgotado) populismo que tudo promete e
nada realiza...

Eu sou pequeno para o tamanho da questão, mas posso afirmar que o nada do nosso
dia a dia define uma pausa ou um hiato nas permanentes tarefas e trabalhos impostos
pela vida. Trabalhos sem os quais nós não teríamos vida; ou melhor, teríamos uma vida
oca. Um existir no qual não houve espaço para que nela ocorresse alguma coisa. Uma
vida vazia fabrica uma biografia sem coisa alguma – uma bela contradição, porque o
vazio existencial é um feito formidável. Daria um conto de Edgar Alan Poe, imaginar uma
vida na qual nada ocorreu; ou melhor dizendo: na qual o nada foi o tudo daquela
existência.

8
EU NÃO ESTOU FAZENDO NADA...
por Roberto DaMatta

Eu luto para escrever, mas o meu amigo imaginário nada faz. Ele me lembra os ajustes fiscais do
Brasil que punem o povo e continuam mantendo uma camada dominante que se aristocratiza a cada
eleição. Pois elegemos muita gente comum que, empossada, torna-se nobre com os privilégios
embutidos nos cargos. Então, embriagados, viram reis e fazendo tudo sem fazer nada...

PERGUNTAS

01 O autor está contando um fato/acontecimento?

02 Você acha que o autor está expressando a opinião dele além de narrar o
texto?

03 Sobre esse fato, ele está sendo contado em 1ª ou 3ª pessoa?

04 Na sua opinião, a crônica foi feita para ser engraçada ou informar?

05 Onde você acha que essa crônica poderia ser encontrada: em um livro ou
um jornal?

9
O HOMEM TROCADO
por Fernando Veríssimo

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há


uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

– Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.


– Eu estava com medo desta operação...
– Por quê? Não havia risco nenhum.
–Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos... E conta que os
enganos começaram com seu nascimento.

Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal
de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos.
Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira
mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o
nascimento de um bebê chinês.

– E o meu nome? Outro engano.


– Seu nome não é Lírio?
– Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e... Os enganos se sucediam.

Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso,
mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não
apareceu na lista.

–Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive
que pagar mais de R$ 3 mil.
– O senhor não faz chamadas interurbanas?
– Eu não tenho telefone!

Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.

– Por quê?
– Ela me enganava.

Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não
fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer: - O senhor está
desenganado. Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma
simples apendicite.

– Se você diz que a operação foi bem...


A enfermeira parou de sorrir.

10
O HOMEM TROCADO
por Fernando Veríssimo

– Apendicite? - perguntou, hesitante.


– É. A operação era para tirar o apêndice.
– Não era para trocar de sexo?

PERGUNTAS

01 Qual a relação do título com o contéudo da crônica?

02 Nessa crônica, o autor predominantemente


( ) usa humor, ironia e sarcasmo para contar uma história.
( ) trata de eventos atuais do cenário midiático brasileiro.
( ) mostra o ponto de vista do autor sobre um determinado tema.

03 Qual a questão tratada é tratada ao longo da crônica?

04 Há a presença de humor? Se sim, em qual trecho podemos


identificá-lo??

05 Você acha que o autor usou ironia ou sarcasmo no final da história?

11
Exposição, apresentações culturais e degustação são destaques no Dia dos
Povos Indígenas, em Oiapoque
Por Rafael Aleixo

Evento inicia às 16h desta quarta-feira (19) na Associação Uasei. Programação terá
participação de produtos dos povos indígenas Karipuna, Palikur, Galibi Marworno e
Galibi Kali'na.
Uma programação em Oiapoque, no extremo norte do Amapá, celebra o Dia dos Povos Indígenas
nesta quarta-feira (19). O evento está previsto para iniciar às 16h e contará com a exposição de
artesanatos, apresentações culturais, degustação de produtos com açaí e exibição de filmes.
O momento ocorrerá na sede da Associação Uasei dos Povos Indígenas de Oiapoque, que utiliza os
frutos do açaí coletados em 17 aldeias. Além da polpa, a associação vai expor o pó do produto.
Serão apresentados produtos dos povos indígenas Karipuna, Palikur, Galibi Marworno e Galibi
Kali'na. Além dos moradores do município, a organização do evento também espera receber turistas
da Guiana Francesa.
Entre as atrações está a participação do coletivo de artistas indígenas Waçá-wara, que realizará
exposição de pinturas em tela, desenho, artes em cuias, esculturas, artesanatos, performances e
apresentações culturais.
A programação tem apoio do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé). Segundo o
instituto, o município de Oiapoque possui cerca de 10 mil indígenas que vivem em 65 aldeias em 3
terras indígenas.

A qual gênero você classificaria o texto lido?


Marque com um "X":
Crônica ( )
Conto ( )
Notícia ( )

O que você viu no texto que o fez pensar


que pertence ao gênero marcado? Anote
suas observações.

12
O Elefante Amarrado
Autor Desconhecido

Certa vez, um menino foi ao circo com sua família, essa foi a primeira vez que o circo se apresentou na
sua cidade e todos estavam muito animados.
Depois do espetáculo o menino estava encantado com todas as apresentações.
Então, ele pediu ao seu pai irem aos bastidores porque ele queria ver o elefante mais de perto.
De todos os animais esse era o que tinha deixado o menino mais maravilhado.
Ao chegarem nos bastidores o menino ficou intrigado com uma coisa, todos os animais estavam enjaulados
exceto o elefante que estava com a pata amarrada a uma estaca no chão.
Então ele perguntou a seu pai:
– Pai, por que o elefante, que é o maior e mais forte dos animais está preso somente por esta estaca e
esta corda? Qualquer um pode ver que se ele quiser poderá escapar facilmente.
– Meu filho, quando ele era pequeno foi amarrado por uma corda e uma estaca iguais a essa, naquela
época ele não tinha força para escapar. O tempo passou, ele cresceu, mas até hoje ele ainda acredita que
não pode escapar e que essa estaca e esta corda são mais fortes que ele.

A qual gênero você classificaria o texto lido?


Marque com um "X":
Crônica ( )
Conto ( )
Notícia ( )

Japão tem museu dedicado para o transporte sobre trilhos


Por Carlos
Gil
A relação dos japoneses com os trens é de dependência e paixão. Seja no
interior ou nas grandes cidades, o transporte ferroviário é o grande meio de
locomoção de massa no país.
Seja nas menores vilas ou nas maiores metrópoles, o fascínio que locomotivas
e vagões exercem sobre as pessoas é enorme e vêm desde a época em que um
modelo, movido a vapor, circulava.
Em 1871, partia do centro de Tóquio a primeira viagem sobre trilhos do Japão. E
a Maria Fumaça, versão Oriente, está exposta no Museu do Trem, na cidade vizinha
de Saitama.
"Abrimos em 2007 e o público principal é de famílias com crianças, que
têm essa imagem
romântica dos trens, mas também há vários adultos que nos visitam com a
memória afetiva de determinados modelos, de determinadas épocas", explica o
gerente de marketing do museu, Yosuke Nagashima.
13
Japão tem museu dedicado para o transporte sobre trilhos
Por Carlos Gil
A relação dos japoneses com os trens é de dependência e
paixão. Seja no interior ou nas grandes cidades, o transporte ferroviário
é o grande meio de locomoção de massa no país.
Seja nas menores vilas ou nas maiores metrópoles, o fascínio que
locomotivas e vagões exercem sobre as pessoas é enorme e vêm desde
a época em que um modelo, movido a vapor, circulava.

Em 1871, partia do centro de Tóquio a primeira viagem sobre trilhos


do Japão. E a Maria Fumaça, versão Oriente, está exposta no Museu do
Trem, na cidade vizinha de Saitama.
"Abrimos em 2007 e o público principal é de famílias com
crianças, que têm essa imagem
romântica dos trens, mas também há vários adultos que nos visitam
com a memória afetiva de determinados modelos, de determinadas
épocas", explica o gerente de marketing do museu, Yosuke Nagashima.
Um grupo de amigas visitava o museu pela primeira vez e disseram
que o irmão de uma delas, louco por trens, recomendou e que elas
passaram o dia inteiro ali.
É mesmo uma viagem no tempo onde se encontram relíquias como
o comboio que serviu ao imperador e a evolução do trem-bala, um
orgulho japonês, através dos anos.
O primeiro a circular no país, para a Olimpíada de 1964, está
exposto, assim como os mais modernos.
Há uma ala em que se pode pesquisar quando os trens serviram de
inspiração para a música, literatura, artes plásticas e uma mega
Ferrorama, sonho de consumo de crianças e adultos.
Aliás, adulto virar criança é o que mais acontece. Os minitrens
podem ser guiados de verdade. Além da brincadeira de criança,
tem brincadeira de adulto: o simulador do trem-bala, do
Shinkansen.
O negócio é levado tão a sério que tem até que calçar luvinha branca.
Uma instrutora acompanha a viagem, indicando os comandos. E o
telão de alta definição reproduz muito bem a sensação de estar num
trem de verdade.
Diversão e aprendizado. Aqui, a realidade e fantasia viajam lado a lado
- e sobre trilhos.

A qual gênero você classificaria o texto lido?


Marque com um "X":
Crônica ( )
Conto ( )
Notícia ( ) 14
Mapa-mental
É uma estrutura (diagrama) muito utilizada atualmente para
estudo e memorização, criando resumos de um assunto e conceitos.

Pode ser feito de forma digital, ou em uma folha de papel.


Normalmente é feito com várias cores e vetores para conectar as
anotações.

IMAGEM: Passei Direto

15
Conheça alguns autores
Clarice Lispector
Um dos maiores nomes da literatura brasileira, Clarice Lispector possui uma vasta obra
literária, além de livros de destaque como "A Hora da Estrela", a escritora trabalhou durante
anos no Jornal Correio da Manhã e no Jornal do Brasil, locais onde publicou diversas
crônicas. Sua produção como cronista foi reunida no livro intitulado "A descoberta do
mundo" publicado em 1984.

Sugestão: pesquise na internet pela crônica


"Oi, Chico!"

Luis Fe r n a n d o Ve r i s s i m o
É escritor, cartunista, tradutor, roteirista e humorista. Suas produções já foram reunidas em
várias coletâneas, inclusive, suas crônicas. A sua coletânea mais conhecida é intitulada "Ed
Mort e outras histórias " publicado em 1979. Su obra é marcada, principalmente, pela ironia.

Sugestão: pesquise na internet pela crônica


"Aprenda a chamar a polícia"

João do Rio
Notabilizou-se como o primeiro homem de imprensa brasileira que teve o senso de
reportagem de crônica social modernas. Sua estréia no jornalismo se deu no jornal Cidade do
Rio (1899). Fundou o Rio Jornal, A Pátria (1926) e a revista Atlântica (1915), esta última com o
escritor português João de Barros.

Sugestão: pesquise na internet pelo blog


"Recanto das Letras".

16
UM MOMENTO DE CONVERSA

Atualmente, as crônicas podem ser encontradas em


mais de um lugar, mas os principais meios são: o jornal,
a revista e a internet. As crônicas jornalísticas, em
particular, podem ser encontradas tanto em jornais
impressos e on-line quanto em blogs.

As crônicas podem ser encontradas também em revistas (físicas ou


digitais), mas, nos últimos tempos, também começaram a aparecer
crônicas em plataformas de vídeos como YouTube e TikTok, e outras
publicadas de maneira livre no Instagram. No entanto, um dos meios
mais comuns de encontrar crônicas publicadas continua sendo o Blog.

Jornal

Revista

Internet

LEMBRE-SE: Vocêtambémirá produzir umacrônica ao fim da SD.


17
MÓDULO 5.1
A PRODUÇÃO FINAL: REVISÃO E CORREÇÃO

SOBRE A MINHA CRÔNICA

O texto está coeso e


O texto aborda aspectos do
coerente com o que você
cotidiano?
queria retratar?

Você traz algum detalhe do A sua crônica possui alguma


cotidiano a partir de uma figura de linguagem? Está
perspectiva pessoal? adequadamente utilizada?

O título possui relação com a O seu texto tem um tom


temática da crônica? crítico, irônico ou sarcástico?

O conteúdo apresentado no
Existe um narrador
seu texto está adequeado
personagem ou um narrador
para o tipo de crônica
observador?
escolhido?

A sua crônica está sendo


O fato foi descrito de modo narrada no presente ou no
interessante para o leitor a pretérito? Precisou de
que se dirige? ambos os tempos?

20
FIM!
D A S EQ U ÊN C IA D ID Á TIC A
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília, 2018.

CRÔNICAS. Portal da Crônica Brasileira, 2023. Disponível em


https://cronicabrasileira.org.br/cronicas.

DAMATTA, Roberto. Não estou fazendo nada. Estadão, 2023.


Disponível em https://www.estadao.com.br/cultura/roberto-
damatta/nao-estou-fazendo-nada/.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard.


Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um
procedimento. São Paulo: Mercado das Letras, 2004. Disponível em
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5794503/mod_resource/co
ntent/1/DOLZ%3B%20NOVERRAZ%3B%20SCHNEUWLY.%20Sequ%C
3%AAncias%20Did%C3%A1ticas%20para%20o%20oral%20e%20par
a%20a%20escrita%20apresenta%C3%A7%C3%A3o%20de%20um%2
0procedimento.pdf.

FRAZÃO, Dilva. Clarice Lispector. Ebiografia, 2023. Disponível em


https://www.ebiografia.com/clarice_lispector/.

FRAZÃO, Dilva. Luis Fernando Verissimo. Ebiografia, 2023.


Disponível em
https://www.ebiografia.com/luis_fernando_verissimo/.

LISPECTOR, Clarice. Todas as crônicas. Rio de Janeiro, Rocco: 2018.


p. 109-110; p. 324-326.

MOREIRA, Daniela Fernanda Feliz. Figuras de linguagem. InfoEscola,


2023. Disponível em https://www.infoescola.com/portugues/figuras-
de-linguagem/.

O ELEFANTE AMARRADO. Histórias que minha avó contava, 2023.


Disponível em
https://www.historiasqueminhaavocontava.com/2023/01/16/o-
elefante-amarrado/.
O QUE É CRÔNICA: CARACTERÍSTICAS, TIPOS, COMO FAZER
EXEMPLOS. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2020.
Disponível em https://ead.pucpr.br/blog/o-que-e-cronica.

OTSUKA, Daniela. Tempos verbais. InfoEscola, 2023. Disponível em


https://www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais/.

REINALDO, M. Análise Linguística: afinal, o que se refere? PIPA


Comunicação/EDUFCG. Recife, 2020.

SANTOS, Janet. Textos. Recanto das Letras, 2023.


https://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?
id=18537&categoria=1.

SITES. Google sites, 2023. Disponível em


https://sites.google.com/u/0/new?pli=1&authuser=0.

SOUZA, Laé de. As 50 melhores crônicas do Ler é Bom,


Experimente. 2. ed. São Paulo: Editora Ecoarte, 2010. Disponível em
https://www.projetosdeleitura.com.br/livros_completos/As50Melhor
esCronicasdoLerebomExperimente!Vol.1.pdf.

SUASSUNA, Lívia. Formação de Professores e práticas docentes:


uma discussão sobre a apropriação das orientações para o ensino
de análise linguística. UFPE, Departamento de Letras e Artes. Feira
de Santana, v. 23, n.3, p. 270-289,setembro-dezembro de 2022.
Disponível em
https://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/825
3/7633.

VYGOTSKY, Levy. A formação social da mente: o desenvolvimento


dos processos psicológicos superiores. Orgs: Michael Cole, Vera
John-Steiner, Sylvia Scribner, Ellen Souberman; Trad: José Cipolla
Neto, Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª.ED. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.

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