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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Trabalho do Campo I

Nome: Odete Carlos Alexandre


Código: 708207806

Curso: Licenciatura em Ensino da


Língua Portuguesa

Disciplina: Linguística Descritiva


Portuguesa III

Ano de Frequência: 4º Ano

Nampula, Maio de 2024


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Trabalho do Campo I

Tema: Variedades e Variação da Língua Portuguesa

Docente:

Nome: Odete Carlos Alexandre


Código: 708207806

Nampula, Maio de 2024

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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 6

Variedades e variação da Língua Portuguesa ................................................................................. 7

Subdivisões naturais do idioma ...................................................................................................... 7

Tipos de variações linguísticas ....................................................................................................... 8

Conceito de variedade e variação linguísticas ................................................................................ 8

Variantes linguísticas: ................................................................................................................... 10

Variante padrão: ............................................................................................................................ 10

Variantes de prestígio: .................................................................................................................. 10

Variáveis linguísticas: ................................................................................................................... 10

Variedades linguísticas: ................................................................................................................ 11

Tipos de variedades: ..................................................................................................................... 11

Características peculiares do PE e PB .......................................................................................... 12

Exemplo de Preenchimento dos lugares de sujeito e de objecto directo ...................................... 14

Língua Portuguesa e os seus dialectos .......................................................................................... 15

Diferenças entre idioma, variedade, dialecto e sotaque: ............................................................... 16

Conclusão...................................................................................................................................... 17

Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 18

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Introdução

A variação de nossa língua é fato incontestável de acordo com a nova linguística. Vimos que as
mudanças foram gradativas desde o nascimento do latim, que é a língua-mãe do português, até o
nosso “abrasileiramento” do português vindo de Portugal.

Apresentamos factores geográficos, históricos, sociais e estilísticos como geradores de


transformações e criação de novos falares dentro do território nacional.

Entendemos que o crescente distanciamento entre a língua eleita como “certa” e a efetivação nas
grandes camadas sociais diverge causando o elitismo de uma e marginalizando as outras
possibilidades. Constatarmos a permanência da unidade linguística, devido à caracteres similares
presentes em todas as variações. Toda forma de se expressar possui uma gramática que a
estrutura tornando cada variação eficaz no processo da comunicação.

Ciente do poder simbólico das variações o usuário tende a utilizá-la como meio de projecção
social, enfim , a Língua Portuguesa torna-se hoje, factor de inserção no mundo actual
estimulando o sujeito a ser activo perante a cultura e história de nossa nação.

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Variedades e variação da Língua Portuguesa

As variações (variantes ou variedades) linguísticas são as ramificações naturais de uma língua, as


quais se diferenciam da norma-padrão em razão de factores como convenções sociais, momento
histórico, contexto ou região em que um falante ou grupo social insere-se. Trata-se, pois, de
objecto de estudo da Sociolinguística, ramo que estuda como a divisão da sociedade em grupos –
com diferentes culturas e costumes – dá origem a diferentes formas de expressão da língua, as
quais, embora se baseiem nas normas impostas pela gramática prescritiva, adquirem regras e
características próprias. As variações linguísticas diferenciam-se em quatros grupos: sociais
(diastráticas), regionais (diatópicas), históricas (diacrônicas) e estilísticas (diafásicas).

Subdivisões naturais do idioma

São chamadas de variações linguísticas as diferentes formas de falar o idioma de uma nação,
visto que a língua padrão de um país não é homogénea. No Brasil, por exemplo, essas variantes
são percebidas nos diversos dialectos existentes como o mineiro, carioca, gaúcho, baiano,
pernambucano, sulista, paulistano, etc.

O sistema de línguas é formado por um conjunto de variantes que podem ser sociocultural,
estilístico, regional, etário e ocupacional. Isso faz com que cada grupo social, de diferentes
ocupações, faixas etárias e regiões criem o seu próprio dialeto, que é a sua forma de
comunicação coloquial.

Assim, é possível perceber que as variações linguísticas estão presentes nas comunicações
verbais das pessoas, em diferentes partes do mundo. Elas ocorrem sob influências dos contextos
social, regional e histórico, em que tais processos de construção da fala ajudam a caracterizar a
forma como o sujeito vai se comunicar com o seu grupo.

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Tipos de variações linguísticas
As variações linguísticas podem sofrer influências:

 Geográficas ou dia tópicas: englobam o local em que ocorre a variação. Exemplos: inglês
americano e britânico, português brasileiro e de Portugal.

 Históricas: englobam a transição do idioma com base no contexto histórico. Exemplos:


português medieval e português actual.

 Sociais ou diastráticas: englobam as classes sociais, considerando que cada grupo usa
palavras restritas à sua comunidade, tendo em vista factores como os diferentes graus de
escolaridade. As variações desse tipo chamam-se dialectos, que são as formas de
expressão na oratória adoptadas por uma comunidade falante do mesmo idioma.

 • Situacionais ou difásicas: englobam a situação do diálogo, tratando-se de um contexto


formal ou informal.

Conceito de variedade e variação linguísticas

A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida


por meio das influências históricas e regionais sobre os falares.

A variação linguística é um fenómeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por
intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma
oficial, a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema
fechado e imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O português que é falado no
Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. Claro que um idioma
nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade
na qual se manifesta.

As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é


compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades
comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros.
Quando tratamos as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa,
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erroneamente, a língua ao status. O português falado em algumas cidades do interior do estado
de São Paulo, por exemplo, pode ganhar o estigma pejorativo de incorrecto ou inculto, mas, na
verdade, essas diferenças enriquecem esse património cultural que é a nossa língua portuguesa.

"A variação linguística é um fenómeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas de
uma língua em realçam às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário, pronúncia,
morfologia, sintaxe).

Ela existe porque as línguas possuem a característica de serem dinâmicas e sensíveis a factores
como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de formalidade do
contexto da comunicação.

É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às necessidades
comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada determinada variedade,
estamos emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito
linguístico."

Labov (1964) desenvolve a Teoria da variação Linguística a qual define como heterogénea, de
carácter social, de variabilidade submetida, considerando a heterogeneidade como inerente a
língua. Mesmo que se pense que a heterogeneidade implica ausência de regras, a língua sendo
um sistema heterogéneo dotada de variação é constituída por um conjunto estruturado de regras.
São sistemas heterogéneos e não homogéneos como postulavam Saussure e Chomsky.

Por isso, a teoria da variação e mudança nos permite analisar e sistematizar os diferentes tipos
de variação linguística, pois para Labov, a língua não se “localiza” na mente de seu falante, mas
no seu uso por uma comunidade de falantes (MENDES, 2015, p. 113).

A variação é o processo pelo qual duas formas podem ocorrer no mesmo contexto linguístico
com o mesmo valor referencial, ou o mesmo valor de verdade, e com o mesmo significado. Dois
requisitos devem ser cumpridos para que ocorra a variação: as formas envolvidas precisam ser
intercambiáveis no mesmo contexto e manter o mesmo significado (COELHO, GORSKI, MAY,
SOUZA, 2010, p. 23-24). E essa variação inerente às línguas, não compromete o bom
funcionamento do sistema linguístico e nem a possibilidade de comunicação entre falantes.

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Variantes linguísticas:

Variantes são as formas individuais que “concorrem” em uma variável. E elas costumam receber
valores distintos pelas comunidades e estão em relação de concorrência: padrão vs. não- padrão;
conservadoras vs. Inovadoras; de prestígio vs. Estigmatizadas. E elas em ordem determinam uma
ou mais variáveis independentes de natureza linguística (fonético fonológico, morfológica,
sintáctica, semântica, lexical, estilístico- pragmática) ou extralinguística (geográfico, sócio
económico, grau de escolaridade, idade, sexo, mercado de trabalho, redes sociais).

Ou seja, “variantes linguísticas são, portanto, diversas maneiras de dizer a mesma coisa em
mesmo contexto, e com mesmo valor de verdade” (TARALLO, 1986, p. 8).

Variante padrão:
São aquelas que são regidas pelos manuais de norma padrão, ou seja, aquelas usadas por
ocupantes de posições sociais privilegiadas, com pessoas de níveis de escolaridade mais elevados,
é ao mesmo tempo, conservadora e goza de prestígio sociolinguístico na comunidade.

Variantes de prestígio:
São aquelas que adquirem valor em função do poder e da autoridade que os falantes detêm nas
suas relações económicas e culturais, é conhecida como detentora de prestígio social entre os
membros da comunidade (cf. Camacho, 2012).

Variáveis linguísticas:
São cada uma das realizações das variantes, é algum elemento da língua que realiza de maneiras
diferentes a possibilidades de variação. Por exemplo: a variação entre os pronomes tu e você,
chamamos de variável o lugar na gramática em que localizamos a variação de forma mais
abstracta, no caso aqui é a expressão de segunda pessoa do singular, e ainda podemos citar a
expressão da primeira pessoa do plural: cujas variantes são os pronomes nós e gente. Podemos
então concluir que variável corresponde a um aspecto ou categoria da língua que se encontra em
variação.

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Variedades linguísticas:

Variedade padrão é o resultado de uma atitude social ante a língua, que se traduz de um lado pela
selecção de um dos modos de falar entre vários existentes na comunidade e, de outro, pelo
estabelecimento de um conjunto de normas que definem o modo “correto” de falar. As diferentes
maneiras de falar de uma mesma comunidade são chamadas de variedades linguísticas. O
repertório verbal de um indivíduo e de sua comunidade é considerado um conjunto de variedades
linguísticas.

Segundo Coelho, variedade representa a fala de uma comunidade de modo global, considerando-
se todas as suas particularidades, tanto categóricas quanto variáveis: é o mesmo que dialecto ou
falar (ALKIMIM, 2012, P. 42). Existem as variedades linguísticas padrão e a não padrão.

Tipos de variedades:

 Dialecto ou variedade é um termo empregado há muitos séculos, desde a Grécia antiga,


para designar o modo característico de uso da língua de um determinado lugar, região ou
província.

 Sociolecto designa a variedade linguística própria de um grupo de falantes que


compartilham as mesmas características socioculturais (classe económica, nível cultural,
profissão etc.).

 Cronómetro designa a variedade própria de determinada faixa etária, de uma geração de


falantes.

 Idolito designa o modo de falar característico de um indivíduo, suas preferências


vocabulares, seu modo próprio de pronunciar as palavras, de construir as sentenças etc.

O tipo de variedades pode-se observar a palavra – LETO (LECTO) que é derivada do grego
LÉKSIS, “palavra, acção de falar”, de onde também provém a palavra léxico (BAGNO, 2007, p.
48-49).

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Características peculiares do PE e PB

As diferenças sintácticas entre Português do Brasil (PB) e Português Europeu (PE) têm motivado
uma vasta gama de estudos, tanto sincrónicos, quanto diacrónicos. Enquadrado nesse aspecto, o
presente trabalho é destinado à investigação do funcionamento das Construções de Tópico (CT)
no PB e no PE nas décadas de 1970 e 2010, verificando semelhanças e diferenças entre as
variedades quanto à retomada do tópico em posição de objecto. Examinamos as características
que compõem este tipo de construção tanto no PB quanto no PE, buscando, entre elas,
semelhanças e diferenças que possam indicar propriedades específicas de cada variedade. Além
disso, interessaram-nos regularidades que evidenciem aproximações entre as gramáticas,
confirmando ou refutando hipóteses levantadas por estudos anteriores.

É inegável que o PE e o PB apresentam actualmente inúmeros factores de variação sintáctica.


Um dos principais contributos para o estudo da variação sintáctica no quadro da Teoria dos
Princípios e Parâmetros deve-se que mostrou a tendência do PB para uma redução significativa
na percentagem de sujeitos nulos referenciais e um aumento correspondente na produção de
pronomes referenciais plenos. Contudo, não é possível dizer-se que o PB se tenha transformado
numa língua de sujeito pleno como o inglês ou o francês, uma vez que ainda admite sujeitos
nulos em vários contextos, como no caso de sujeitos expletivos ou de sujeitos controlados,
observa que, em PB, ao contrário do que acontece em PE, são possíveis construções como (1),
em que um tópico desencadeia concordância com o verbo:

Ex: Essas casas batem sol.

Esta observação de que a concordância verbal pode afectar tópicos leva esta autora a sugerir que
o PB tenha evoluído no sentido de se tornar uma língua de proeminência de tópico, uma língua
de proeminência de tópico distingue-se de uma língua de proeminência de sujeito por as
operações sintácticas serem sensíveis a funções discursivas (como tópico) e não a funções
argumentais (como sujeito).

É o conjunto destas seis propriedades, mais do que cada uma delas isoladamente, que tem levado
os autores referidos a propor que o PB, ao contrário do PE, evoluiu de um estatuto de língua de

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proeminência de sujeito para língua de proeminência de tópico, sendo, portanto, uma língua
orientada para o discurso. Neste sentido, existe entre as duas variedades do português uma
variação macro paramétrica, que coloca estas duas línguas em grupos tipológicos opostos. É
importante ressalvar a hipótese de que, na verdade, o PB tenha um estatuto misto de língua de
proeminência de sujeito e de tópico. Esta análise procura garantir que, apesar da mudança
paramétrica, se explicam as propriedades de língua de configuracionalidade sintáctica que ainda
podem ser detectadas no PB. A meu ver, esta hipótese carece de testagem. Haverá casos de
neutralização, em que funções sintácticas e discursivas compitam para uma mesma posição ou
para afectação por um determinado processo.

Há muito que todos sabemos, brasileiros e portugueses, que a Língua Portuguesa falada no Brasil
e em Portugal difere substancialmente. Não é necessário ser especialista em ciências da
linguagem para o constatar, mas já o é para descrever e explicar esta realidade. Em todo o caso,
não se trata de um fenómeno exclusivo da Língua Portuguesa. Quantas vezes ouvimos dizer aos
falantes de Língua Espanhola quão difícil se torna a um europeu compreender o espanhol da
América, e vice-versa. E tal não impede, quando há genuína boa vontade de cooperação
interpessoal, que se ultrapassem as barreiras da divergência e haja intercompreensão linguística.

Acontece assim em todo o mundo, até mesmo quando se encontram falantes de línguas
mutuamente desconhecidas dos interlocutores. De outra ordem é o problema de estarmos perante
duas gramáticas da Língua Portuguesa: uma brasileira e outra europeia ou lusitana. Caso
estejamos, que mal vem daí ao mundo? Já há muito que o Brasil é um país com total autonomia,
pelo que em dois séculos de independência as políticas de língua adoptadas são da
responsabilidade dos seus governantes, das suas elites e do seu povo.

Quanto à competição entre as gramáticas da língua culta e formal e da língua popular e


coloquial, essa decorre da realidade do uso, pelo que é inelutável. Cabe a todos os países falantes
de língua portuguesa, seja em África, na América, na Ásia ou na Europa, o dever de cuidar e de
valorizar a língua, seja ela língua materna, segunda ou veicular.

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Exemplo de Preenchimento dos lugares de sujeito e de objecto directo

O modo como PB e PE preenchem os lugares de sujeito e de objecto directo é um dos aspectos


de maior divergência entre as duas gramáticas.

O PB regista uma tendência para o preenchimento explícito e lexical do lugar de sujeito e para a
elisão do objecto directo:

(12) Ele já viu Ø.

(13) O João já comprou Ø.

O PE regista uma tendência contrária, de elisão do sujeito, assim fazendo jus ao facto de ser uma
língua de SU nulo, e para o preenchimento do lugar de objecto directo:

(14) (Ele) já o viu; (ele) já viu isso.

(15) (O João) já o comprou; (o João) já comprou isso.

No PE o pronome sujeito de uma oração infinitiva preposicionada é codificado pelo pronome na


sua forma recta:

(16) Isto é para eu fazer.

No PB o pronome sujeito de uma oração infinitiva preposicionada é codificado pelo pronome na


sua forma oblíqua:

(17) Isto é para mim fazer.

Note-se que no PE, em fases precoces de aquisição da língua, registam-se igualmente estruturas
do tipo das do exemplo anterior; esta construção, muito comum nas crianças em idade pré-
escolar, é objecto de correcção aquando da sua aprendizagem formal.

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Língua Portuguesa e os seus dialectos

A língua portuguesa possui uma relevante variedade de dialectos, com uma acentuada diferença
lexical entre suas duas principais vertentes, europeia e brasileira. Tais diferenças, entretanto,
geralmente não prejudicam a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.

Mesmo com a independência das antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal é o
padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois
dialectos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note que, no português europeu há três
dialectos mais prestigiados: o do Porto, o de Coimbra e o de Lisboa.

As diferenças entre as formas escritas do português europeu e brasileiro ocorrem de maneira


semelhante, e são frequentemente comparadas às do inglês britânico e americano, embora se
acreditasse que as divergências ortográficas ocorriam com uma frequência um pouco maior nos
dois dialectos escritos do português até uma nova ortografia padrão entrar em vigor na década de
2010.

Também são observadas diferenças na sintaxe e na construção das palavras, não directamente
relacionadas à ortografia. Além disso, houve tentativas de unificar as duas variações escritas,
sendo a mais recente delas o Acordo Ortográfico de 1990, que só começou a vigorar na década
de 2000 e ainda está em implementação em alguns países.

Normalmente, o português é dividido em duas principais variedades: Português europeu e


português brasileiro. Excepto pelo Brasil, a variedade ouvida em todas as antigas colónias de
Portugal se enquadra na categoria de Português Europeu. Isso não significa que existe apenas um
dialecto do português europeu, ou que os dialectos encontrados na África, por exemplo, sejam os
mesmos encontrados em Portugal; é apenas que eles compartilham traços comuns de pronúncia,
gramática e vocabulário.

A resposta para essa pergunta depende de como definimos e categorizamos um dialecto.


Dialectos podem ser uma variedade particular de uma língua associada a padrões de fala
regionais (Rigoleto), mas também podem estar ligados a uma classe social específica (sociolecto)
ou a um grupo étnico específico (entolhe-to).
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O termo “dialecto” às vezes se sobrepõe aos termos “língua”, “variedade”, “dialecto” e
“sotaque”. Por causa disso, é difícil dizer quantos dialectos portugueses existem. Mas é possível
dividir os dialectos em grandes grupos regionais.

Também é importante mencionar que pode haver variações de dialectos dentro das cidades ou até
mesmo nos bairros.

Diferenças entre idioma, variedade, dialecto e sotaque:

 Língua: um sistema de comunicação baseado em gramática e vocabulário, por exemplo,


Português;

 Variedade: uma forma distinta de uma língua, por exemplo, Português Brasileiro vs.
Português Europeu;

 Dialecto: um subconjunto de uma variedade, por exemplo, o dialecto açoriano;

 Sotaque: um modo distintivo de pronúncia associado a um país, região, comunidade, por


exemplo, o sotaque paulistano (o sotaque falado na cidade de São Paulo).

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Conclusão

A linguística actual revela que uma língua não é homogenia e deve ser entendida justamente pelo
que caracteriza o homem – a diversidade, a possibilidade de mudanças. É preciso compreender
que tais mudanças, como se pensava no início, não se encerram somente no tempo, mas também
se manifestam no espaço, nas camadas sociais e nas representações estilísticas.

De início era o simples falar de um povo de cultura rústica, que vivia no centro da Península
Itálica, mas a língua latina veio, com o tempo, a desempenhar extraordinário papel na história da
civilização ocidental.

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Referências Bibliográficas

 RIGONATTO, Mariana. "O que é variação linguística?"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-variacao-linguistica.htm.
Acesso em 01 de maio de 2024.

 LABOV, W. Padrões Sociolinguísticos. Trad. de M. Bagno; M.M. P. Scherre; C. R.


Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008 [1972].

 MENDES. Ronald Beline. Língua e variação. In: FIORIN. José Luiz (Org.) et al.
Linguística? Que é isso?. São Paulo: Contexto, 2015.

 COELHO, I. L.; GÖRSKI, E. M.; MAY, G.H.; SOUZA, C.M.N. de (Orgs.)


Sociolinguística. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2010.

 TARALLO, F. A pesquisa sociolinguística. 7. ed. São Paulo: Ática, 2003.

 WEINREICH, U.;LABOV.; HERZOG, M.. Fundamentos empíricos para uma teoria da


mudança linguística. [trad.] Marcos Bagno. São Paulo: Parábola editorial, 2006 [1968].

 ALKMIN, T. M. Sociolinguística. In: MUSSALIM, F.; BENTES. (Org.). Introdução à


Linguística: domínios e fronteiras I. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004.

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