Sabinada

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Brazilian Journal of Development 23707

ISSN: 2525-8761

Sabinada: o conflito regencial na Bahia

Sabinada: the regency conflict in Bahia


DOI:10.34117/bjdv7n3-197

Recebimento dos originais: 10/02/2021


Aceitação para publicação: 10/03/2021

Maria de Nazaré Santos Melo


Professora. Graduada em História – UEMA, especialista em História do
Brasil, Afrodescendentes e Indígenas
E-mail: [email protected]

Maysa Leite Serra dos Santos


Professora. Mestra em História, Ensino e Narrativas - UEMA, especialista
em Didática do Ensino Superior, graduada em Educação Artística (Teatro) – UFMA
E-mail: [email protected]

RESUMO
O presente artigo aborda o tema Sabinada: O conflito regencial na Bahia ocorrido no
Brasil entre 1837 e 1838, o qual demonstra a luta de classes médias pela Independência
da província baiana antes da maioridade de Dom Pedro II, sendo liderado por
Francisco Sabino. No século XIX o Brasil passou por diversas manifestações
populares por não apresentar uma figura real como governante, já que Dom Pedro
abdicou do trono em favor de seu filho. Durante o período de um ano a Bahia
transformou-se em um palco conflituoso, porém o fim da “rebelião” foi anunciado em
1838 com a prisão e morte de alguns dos lideres do movimento, restaurando o
equilíbrio na região.

Palavras-Chaves: Sabinos, Bahia, Independência.

ABSTRACT
This article deals with the theme Sabinada: The regimental conflict in Bahia that
occurred in Brazil between 1837 and 1838, which demonstrates the struggle of the
middle classes for the Independence of the Bahian province before Dom Pedro II came
of age, being led by Francisco Sabino. In the 19th century, Brazil went through several
popular manifestations for not presenting a real figure as a ruler, since Dom Pedro
abdicated the throne in favor of his son. During the period of a year, Bahia became a
conflictive stage, but the end of the “rebellion” was announced in 1838 with the arrest
and death of some of the movement's leaders, restoring balance in the region.

Keywords: Sabinos, Bahia, Independence.

1 INTRODUÇÃO
A Sabinada foi um movimento ocorrido no período regencial no Brasil na
província da Bahia entre os anos de 1837 e 1838. O grande motivo de todo o combate

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foi a insatisfação das classes soteropolitanas que estavam insatisfeitas com a forma de
Governo presente no Rio de Janeiro e com o enfraquecimento das ideias federalistas
as quais possuíam muitos admiradores. A escolha do nome sucedeu ao seu grande líder
Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, um republicano, médico e revolucionário
federalista que esteve presente à frente do movimento até sua captura e término da
batalha.
Dentre os diversos motivos que contribuíram para a formação e prática do
movimento Sabinada a insatisfação política predominou fortemente sobre os rebeldes
associados ao conflito, pois, a autonomia política e administrativa não atendia as
necessidades dos manifestantes segundo eles e a província deveria adotar um modelo
diferenciado de Governo. Um segundo ponto a ser estudado está no recrutamento
obrigatório de jovens para a Guerra dos Farrapos o que desestabilizava as famílias. O
movimento da Sabinada diferencia-se de outros como a Cabanagem ou Farroupilha
por não apresentar características separatistas.
Os baianos detinham a ideia da criação de uma República Baiense, com suas
próprias regras e leis até a maioridade de Dom Pedro II, o qual julgavam capaz de
governar o país e estabelecer as províncias. Será válido ressaltar que o movimento não
possuía intenções de romper com a escravidão da época, pois, desejavam conseguir
apoio das elites escravocratas, as quais não colaboraram com o movimento. Essa ação
afastou os escravos da participação direta no conflito, uma vez que, os brancos desejam
a vitória para sua raça e não a dos negros.
Dentre as classes participantes do conflito destacam-se oficiais militares,
funcionários públicos, profissionais liberais, comerciantes, artesãos e uma parcela das
camadas mais pobres da população. Primeiramente antes da revolta ocorrer, os
rebeldes costumavam reunir-se para discussões acerca do protesto e no dia 07 de
Novembro de 1837, um grupo liderado por Sabino conseguiu convencer a simpatia das
tropas do Forte de São Pedro, cujo ajuda para a batalha foi alcançada, permitindo que
os rebeldes possuíssem auxilio de tropas militares opostas as ideias e política do
Governo
A conquista da cidade de Salvador foi efetivada pelos rebeldes, as tropas do
Forte de São Pedro e a primeira força legalista que deveria cumprir a missão de
debandar os manifestantes. Com a Câmara Municipal ocupada, Sabino tornou-se o
Secretário do Governo da República Independente da Bahia, nomeando ministros para
ocupar cargos importantes como Daniel Gomes de Freitas (Ministro da Guerra) e

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Manoel Pedro de Freitas Guimarães (Ministro da Marinha). Em um período de quatro


meses de conflitos objetivando a tomada de diversos locais, apropriando-se de espaços
estratégicos, os rebeldes conquistaram diversos quarteis em Salvador.
Em um outro local conhecido como Recôncavo o restante das forças legalistas
reagrupavam-se com intuito de planejar o ataque ao inimigo, sendo que em 16 de
março de 1838 sob o comando de Calado, as tropas cercaram a província da Bahia por
meio marítimo e terrestre, impedindo que os rebeldes saíssem para outras regiões ou
obtivesse troca de informações. Após o bloqueio as consequências começaram a surgir
como a escassez de alimentos e a situação caótica na cidade tanto para população
quanto para os rebeldes. O exército e as milícias locais conseguiram conter e terminar
o conflito, sendo que alguns líderes foram condenados à morte ou conseguiram perdão
perante as palavras de Dom Pedro II.

2 SABINADA: O CONFLITO REGENCIAL NA BAHIA


A Revolução de 1830 ocorreu no continente europeu sendo representado por
diversos movimentos revolucionários que buscava justiça e uma melhor qualidade de
vida através de batalhas. Essa Revolução provocou o fim da dinastia dentro da França
e abriu uma nova oportunidade de “guerra” dentro do Brasil, resultando em um conflito
dentro da região Nordeste, precisamente na Bahia. Com a abdicação de Dom Pedro I,
o território brasileiro passou a ser governado através de regências até a maioridade de
Dom Pedro II, onde essas regências tornavam-se responsáveis pelas tendências
políticas (SOUZA, 1987).
As ideias liberais surgidas com o movimento iniciado na França, contribuíram
diretamente para a implementação de movimentos que pudessem retirar a Corte do
poder no estado da Bahia dentro do Brasil, pois, acreditavam-se que a forma de
Governo deveria ser reestruturada retirando do poder aqueles que detinham uma
situação financeira adequada onde os brancos (portugueses) eram privilegiados e o
restante da população esquecida. A luta na França demonstrou que uma sociedade
unida para um interesse em comum torna-se capaz de derrubar um Governo
(QUERINO, 1923. HOLUB, 1969. KRAAY, 2001: 151).

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Figura 1- Revolução de 1830 na França

Fonte: Estudopratico (2016).

Dentre as três principais regências destacavam-se os caramurus


(restauradores), chimangos (moderados) e jurububas (exaltados). Os caramurus
simpatizavam para que houvesse o regresso participante da coroa portuguesa
ressaltando a volta de Dom Pedro I. Já os chimangos possuíam a ideia de federalismo
e fim da pratica política existente no Senado referente a uma única pessoa trabalhar no
mesmo cargo por anos sem oportunidades aos demais cidadãos. Os jurububas lutavam
por uma democracia sob a justificativa da Independência do Brasil acreditando que tal
processo poderia fornecer a criação de uma política justa e participativa (AMARAL,
1909).
As diferenças políticas entre os chimangos e os jurububas acarretaram em um
conflito pelo controle político do Brasil, onde o primeiro grupo lutava pela defensoria
da independência nacional e a centralização através da monarquia imperial o que
impedia a participação total da população sob qualquer forma de opinião ou atividade
que não estivesse de acordo com o poder estabelecido. O segundo grupo lutava pela
autonomia providencial, ou seja, cada província poderia assumir as responsabilidades
de suas decisões sem a interferência da corte portuguesa, possuindo seu próprio
modelo de gestão e adaptação financeira (ARAÚJO, 2009).
O período pré-independência no Brasil tornou-se reconhecido pelos mais
variados conflitos realizados no território, especialmente pela crise do açúcar, a
pobreza presente em diversas regiões, fome, doenças, escravidão, tortura entre tantos
outros problemas. Tais elementos prejudicou as atividades locais, trazendo mortes,

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feridos, fugas de escravos, revoltas populares e etc. A crise açucareira presente na


Bahia formou-se através da escassez do produto e a diminuição das vendas para a
Europa, seguido por uma epidemia de gado e seca (HOLUB, 1969).

Figura 2- Província da Bahia na Balaiada

Fonte: Junqueira (2005).

Uma das classes mais afetadas pela crise econômica no estado da Bahia era os
escravos que viviam sob comando dos grandes fazendeiros, realizando as mais
variadas atividades sendo sobrecarregados de suas funções por não possuir mão-de-
obra suficiente para trabalhar, pois, existia os escravos livres. Diante de toda essa
situação a população buscou formas de serem vistas, lembrada, apelando para o
Governo através de petições pelo grupo dos moderados e saques, revoltas,
manifestações para o grupo dos radicais que acreditavam no conflito como meio de
resolução para os problemas (KRAAY, 2011).
A Bahia já estava envolvida em diversos conflitos com as regências
ocasionando um problema a mais para o surgimento de novas manifestações/protestos
e atos de vandalismo. No ano de 1824 o comandante das armas Felisberto Caldeira foi
assassinado por rebeldes pertencentes a um grupo conhecido como periquitos. Quando
ocorreu a abdicação do Imperador Dom Pedro I em 1831 alguns rebeldes que

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formavam grupos conseguiram provocar a demissão de oficiais nascido em Portugal,


além de depor o comandante das armas João Crisóstomo (MARTIUS, 1938).
Quando ocorreu a emancipação do território brasileiro, houve a formação de
diversos grupos que possuíam interesses em comum ou até mesmo ideias radicais,
sendo o estado da Bahia, o palco para diversos movimentos com princípios liberais,
federalismo e modos republicanos. Tais performances contribuíram para ataques ao
Império por meio de jornais, noticiários, folhas, panfletos e demais meios de
comunicação, abrindo caminho/espaço para uma organização de fins rebeldes que
buscavam através da agressão/violência solucionar os diferentes problemas existentes
na província (MORTON, 1974).

Em todos esses gêneros de escrito, a preocupação inicial foi a de atacar o


governo considerado despótico e expor os motivos e princípios do
constitucionalismo monárquico, com a explicação e difusão de uma nova
linguagem política, á qual a elite intelectual do mundo luso-brasileiro
passou a recorrer (NEVES, 1994, p. 195).

No ano de 1832 ideias federalistas impostas nas cidades de São Felix e


Cachoeira construíram o ápice da prisão de inúmeras pessoas em Forte do Mar no ano
de 1833, os quais reivindicavam perante toda essa situação, a liberdade de imprensa.
No meio de todo o ambiente caótico os escravos livres também promoviam seus
movimentos e contradições, bem como a construção de quilombos para os negros
foragidos das fazendas, pois, a geografia da região baiana permitia a formação de tais
comunidades (QUERINO, 1923).
Os movimentos realizados pelos escravos livres, republicanos, federalistas e
liberais promoveram uma serie de desestabilização econômica e social na Bahia, pois,
cada grupo defendia um interesse, desse modo os conflitos intensificavam-se. No ano
de 1837 houve a formação de um movimento cheio de tensões e agregações políticas,
denominado Sabinada, ocorrido em Salvador sob a liderança de Francisco Sabino
Álvares da Rocha Vieira. Meses antes da explosão da revolta, era notório que toda a
população e os envolvidos no conflito o conhecimento sob as frequentes reuniões dos
clubes liberais, responsáveis pela agitação inicial de todo contexto da Sabinada (REIS,
2003).

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Figura 3- Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira

Fonte: Zakinews (2013).

Um dos principais representantes e líder do movimento Sabinada abrange a


figura de Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, que era médico, publicitário e
professor, tornando-se uma figura conhecida juntamente com Daniel Gomes de
Freitas. As reuniões do grupo geralmente ocorriam em casas de comerciantes ou
artesãos, como na residência de Manoel Gomes Ferreira, sendo que algum desses
encontros foram organizados na praça da Piedade (SOUZA, 2009).
Embora as reuniões não tenham ocorrido em lugares secretos ou impedida
pelas forças policiais e outros membros da população, por ser algo “livre”, onde todos
precediam sob a informação, o chefe de polícia Francisco Gonçalves Martins por meio
de uma escuta não autorizada, ouviu sobre os planos da revolução. Buscando alertar
as autoridades superiores, comandante das armas e o presidente da província, falhou
em sua missão por não conseguir o apoio necessário para impedir os atos rebeldes
(VIANNA, 2008).
No dia 07 de Novembro de 1837 o estado da Bahia amanheceu sob novas
lideranças: a dos sabinos. Os rebeldes liderados pelos seus principais representantes
Francisco Sabino e João Carneiro invadiram a Câmara Municipal de Salvador
declarando a província liberta do Império. Na noite anterior os rebeldes ocuparam o
Forte de São Pedro, sendo um período tenso até o amanhecer, quando tocaram os sinos
da casa de verança. Após a alvorada, o soar dos sinos amedrontava algumas pessoas e
outras comemoravam os efeitos do controle dos sabinos sob a província
(ALENCASTRO, 1997).

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Figura 4- Forte de São Pedro

Fonte: MaisdeSalvador (2019)

Algumas pessoas encontraram refúgio no governo deposto (Cachoeira), outros


corriam para a praça do Palácio e o restante continuava a viver normalmente como se
a situação não afetasse a vida da sociedade, sendo que tamanho desequilíbrio durou
por mais de quatro meses. Durante esse período os rebeldes realizaram diversas
atividades para efetivar o poder e continuar assumindo o controle da província. Entre
os mais variados projetos que garantia o poder aos sabinos destacavam-se inúmeras
alternativas, possibilidades e tendências sob a liberdade da província do Império
(ENGEL, 2002).

A situação na Bahia era outra. Na Bahia existia subordinação da Junta de


governo provisório às Cortes. Deve-se registrar que a Bahia orgulhava-se
de ser constitucional e de não reconhecer o governo de Dom Pedro. No
entanto de maneira bastante mais concreta, a Bahia hospedava tropas do
Exército português superiores em número de oficiais, soldados, armas e
munições, aos oficiais e soldados brasileiros que viviam espezinhados nos
Regimentos, Batalhões e Companhias de um Exército estrangeiro. Sucedia
o mesmo com as tropas milicianas de brancos, pardos e negros existentes
na Bahia (TAVARES, 1977).

O tratamento ofertado as províncias pelo Governo Regencial importunavam os


líderes e simpatizantes do movimento os quais observavam benefícios apenas aos

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portugueses/classe branca, enquanto os moradores locais sobreviviam dos restos e das


reformas centralizadoras e anti-federalistas do regente Araújo Lima. Os altos cargos
distribuídos somente aos portugueses também causaram uma serie de engajamentos e
indignações, além da junta comercial que pertencia a esses filhos de Portugal
(FAUSTO, 1995).
Dentre os principais objetivos que motivaram a criação da Sabinada além da
indignação política e financeira, estava no propósito dos rebeldes a implementação de
uma “política baiana”, porém deveria ser aplicada apenas enquanto o herdeiro real não
assumisse o trono, mas com o “golpe da maior idade” sob Dom Pedro II os rebeldes
sentiram-se ameaçados a continuar a vida sofrida, escassa e humilhada da época.
Apesar da revolta pertencer aos “homens cultos, sendo restrita à classe média, escravos
e negros livres entraram no movimento como meio de tentativa para libertação e
melhoria de vida (LEITE, 2006).
Com a situação política e econômica sofrendo instabilidade, o presidente da
província temia uma nova rebelião dos envolvidos no movimento, uma vez que, havia
boatos sobre um novo protesto. A preocupação da Corte em relação a situação também
podia ser percebida através das proclamações lançadas a população com intuito de
conter uma possível rebelião e causar mais desequilíbrio dentro da província,
incentivando a criação e desenvolvimento de outros movimentos que obtivessem o
mesmo interesse em comum (LIMA, 2008).
No dia anterior da tomada da Bahia pelos rebeldes o Corpo de Artilharia do
Forte de São Pedro juntamente com Sabino e outras figuras responsáveis pelas
reuniões nos clubes e jornais revolucionários reuniram-se no local que seria marcado
para o início da rebelião. Quando iniciou a manifestação dos rebeldes no dia 07 de
novembro, militares e alguns civis contra o manifesto marcharam para a praça do
Palácio com o ajudante de ordens do comandante das armas preso, o qual foi
classificado como espião pela tentativa de recolher informações de modo infiltrado
(LOPES, 2008).
Com a aproximação dos rebeldes da praça, as autoridades que estavam
presentes para conter o movimento foram obrigados a fugir em embarcações que
estavam na Baía de Todos os Santos, pois, os homens do Corpo Policial responsáveis
pela proteção de tais autoridades, rebelaram-se contra os mesmos participando do ato
de rebeldia juntamente com idealistas da Sabinada. Durante a fuga das autoridades,
grande parte do tesouro da capital foi embarcado com essas pessoas, evitando assim

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possíveis roubos e evitando que os rebeldes tomassem posse das finanças (MOREL,
2003).

Um grande esforço político foi levado a cabo para a organização das


demandas e do próprio Exército Libertador. As tropas milicianas das vilas
do Recôncavo e ao contingente baiano de primeira linha, juntaram-se os
militares exilados de Salvador, além dos “voluntários”. Esse contingente
de homens pobres livres, pequenos proprietários, libertos e até escravos,
formou um exército numeroso (mais de dez mil homens), mas em grande
medida inexperiente e muitas vezes insubordinado (GUERRA FILHO,
2004, p.24).

No amanhecer do dia 07 de novembro, dia oficial do manifesto da Sabinada, a


província da Bahia não detinha nenhum de seus governantes, abrindo portas para um
cenário de movimentações políticas e militares. Os rebeldes presentes na Câmara
Municipal emitiram um documento contendo sete artigos sobre proposta do novo
regime, além de declarar a província da Bahia livre/ desligada do Governo Central
situado no Rio de Janeiro. Entre as principais disposições iniciais para as ordens do
novo regime, estava promoções e recompensas aos militares que auxiliaram o
movimento, permitindo que estes enfrentassem as autoridades sem qualquer tipo de
receio (SOUZA, 2009).
Tamanho ocorrido despertou a curiosidade de outras pessoas as quais
realizaram uma aglomeração com intuito de entender o significado de toda correria e
movimentação que acontecia no local. Como a província não possuía nenhum
representante do governo, os protestantes elegeram um novo líder chamado Inocêncio
da Rocha Galvão, porém este estava exilado nos Estados Unidos desde 1820, tornando-
se impossibilitado de assumir o cargo. Diante do ocorrido um vice-presidente foi
indicado por Sabino (João Carneiro da Silva Rego), ocupando oficialmente o primeiro
cargo executivo do Estado Independente da Bahia (VIANNA, 1937).
João Carneiro era formado em direito, sendo proprietário de terras e escravos,
além de ser a figura que os rebeldes esperavam representar em frente ao movimento,
porém seu desenvolvimento não foi satisfatório, demonstrando pouca ou nenhuma
combatividade na revolta. Assinou algumas declarações ambíguas e decretos
autorizando o arrombamento de cofres públicos e a continuação da revolta somente
até a maior idade de Dom Pedro. As medidas do novo regime assustaram uma parte
significativa da população que resolveu refugia-se em outros locais com medo dos
acontecimentos e das possíveis consequências trágicas (WERNET, 1982).

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Umas das formas de impedir que o restante da população deixasse a cidade, foi
a proclamação e assinatura de um termo que respaldava a Independência do Estado da
Bahia somente até a maior idade de Don Pedro II, “acalmando” as pessoas por um
tempo. Quando a revolução começou a alternar seus rumos, a ilha de Itaparica declarou
adesão ao movimento, porém foi impedida pelas forças policias locais de desenvolver
o protesto, sendo que após quatro dias da tentativa de aderência, a Câmara de Itaparica
afirmou adesão ao governo de Dom Pedro II (AMARAL, 1957).
Tais fatos ocorridos na capital provocou a fuga dos governantes locais, sendo
que esses reuniram-se no Recôncavo, precisamente em Cachoeira, São Francisco e
Santo Amaro, a fim de discutir estratégias nas instituições básicas do governo que
foram reestruturadas nesses locais. Como a situação era considerada grave e de
instabilidade, as autoridades foragidas solicitaram ajuda de senhores de engenhos
locais e do governo central para desestruturar o movimento e capturar os principais
responsáveis. Nomeou-se alguns nomes para comandante das forças legalistas,
destacando: Alexandre Gomes de Argolo Ferrão, Rodrigo Antônio Falcão Brandão e
Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque (Visconde de Pirajá) (ARAÚJO, 2005).

O Recôncavo abrangia a cidade de Salvador, com suas freguesias


suburbanas e as cinco vilas (municípios que cercavam a baía de Todos os
Santos): São Francisco do Conde e Santo Amaro na margem norte,
Cachoeira no Oeste e Maragogipe e Jaguaribe no sul. Em meados do século
XIX, essas vilas eram nove, Mata de São João e Abrantes, classificadas
como freguesias suburbanas passaram a município, assim como Itaparica.
E das freguesias interioranas de Jaguaripe, fez-se o município de Nazaré
(BARICKMAN, 2003).

Umas das estratégias utilizadas pelas forças legalistas para combater os


rebeldes e conseguir retomar o poder as autoridades governantes, foram as mesmas
utilizadas na Guerra da Independência e na expulsão dos holandeses: o cerco da capital
tanto pelo mar como pela terra. Essa astúcia impediria a comunicação dos rebeldes e
a troca de mercadorias na cidade, ocasionando a escassez de alguns alimentos, a troca
de informações, o abastecimento e outras medidas essenciais para a sobrevivência,
além de impedir que o movimento espalhasse para outras regiões fora da província.
Apesar de todas essas consequências os rebeldes conseguiram resistir (BARICKMAN,
2003).
Os fatos ocorridos obrigaram a Regência buscar por alternativas mais rígidas
convocando Marechal-de-Campo João Crisóstomo Calado para assumir o comando

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das armas na Bahia. Crisóstomo Calado ajudou a organizar o exército brasileiro,


servindo nos Exércitos de Portugal, Espanha e Inglaterra. Quando chegou a Bahia
observou que as tropas estavam debilitadas, feridas, sem condições físicas, sociais ou
sanitárias, oferecendo ajuda do próprio bolso para custear as despesas e preparar a
tropa para o combate. No dia 13 de março de 1838 as forças legais estavam revigoradas
e dispostas a enfrentar os rebeldes no combate final que vinha desintegrar o movimento
(BERBEL, 1999).

Figura 5- João Crisóstomo Calado

Fonte: Exército Brasileiro.

Tal batalha iniciou quando Calado e os rebeldes começaram o confronto na


província da Bahia, sendo que os rebeldes possuíam cerca de cinco mil homens e os
legalista quatro mil, além do bloqueio naval que impediu qualquer fora de
comunicação ou abertura de passagem, fuga dos rebeldes, dificultando o apoio
logístico aos mesmos. Sob o comando das forças navais que realizam o bloqueio
continuava com Chefe-de-Divisão Beaurepaire e o lado separatista também tentou
realizar um bloqueio, porém não havia pessoal qualificado para tamanho ato e a ação
não foi realizada (CARVALHO, 1989).

Em varias ocasiões os rebeldes tiveram seus planos frustrados e não


passaram da fase conspirativa. Algumas vezes, contaram com um número
significativo de participantes, que em outras vezes não passaram de
algumas dezenas ou de menos ainda (REIS, 2003, p. 69).

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As tropas de Calado dividiam-se em três brigadas para facilitar o ataque e


repreender os rebeldes, sendo representadas pelo Tenente-Coronel Sepúlveda, pelo
Tenente-Coronel Argolo Ferrão e pelo Coronel Corrêa Seara, porém havia uma outra
brigada Expedicionária comandada pelo Tenente-Coronel José Joaquim Coelho
pertencente a Pernambuco. No lado rebelde havia tropas organizadas, comandadas por
Inocêncio Eustáquio, Ribeiro Neves e José Joaquim Leite. Existia um batalhão
denominado Leais à Pátria comandado pelo Major Santa Eufrásia onde somente negros
participavam e outras “subdivisões” de batalhões denominados Artífices, Bravos da
Pátria e Camarões, além de uma Artilharia Miliciana (FAORO, 2000).
Em uma tentativa de vencer ou desestabilizar as ações de Calado, os
manifestantes tentaram destruir o cerco, porém sem forças suficientes foram
derrotados em Campina e em Cabrito, palco de um segundo combate contra as tropas
do Tenente-Coronel José Joaquim Coelho. Cerca de 600 rebeldes com intuito de se
dispersarem para dificultar a batalha contra as forças inimigas caminharam em direção
ao Recôncavo sob ordens do Coronel Higino Pires Gomes, mas nada adiantou, uma
vez que, as forças do Coronel Morais Cid impediram a conclusão da ação. Diante de
toda situação, Calado resolveu antecipar o ataque final em uma localidade denominada
Bate- Folha, onde os pernambucanos romperam fogo e iniciaram o conflito contra os
adversários (FONSECA, 2004).
O cenário de batalha acarretou diversos combates na região onde a brigada que
residia no centro atingiu a localidade de Sitio do Resgate, havendo perdas de ambos
os lados do conflito. A brigada responsável pela região sul avançou pela Bolandeira
chegando a região de João Lourenço, ocasionando uma luta violenta e sangrenta na
manhã do dia 14. Já a primeira brigada alcançou Cruz do Cosme expulsando os
rebeldes que entraram em desespero e em um ato inconsequente começaram a tocar
fogo na cidade de Lapinha (FOUCAULT, 1999).
Após esse ato, Calado ordenou que a terceira brigada caminhasse rumo ao
litoral em uma tentativa de salvar a zona comercial, distribuindo suprimentos e
realizando alinhamentos na madrugada do dia 14 para o dia 15. Quando amanheceu o
dia seguinte os combates continuaram sobre o Forte de São Pedro e ao cair da tarde,
Sérgio José Veloso cansado da batalha e chegando ao seu limite enviou uma proposta
de rendição ao parlamento em troca da liberdade de todos os envolvidos no conflito.
Calado observou que os rebeldes não tinham outra escolha a não ser a redenção, o que
de fato aconteceu, pois, cerca de 700 homens desistiram de prosseguir com o conflito.

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A rebelião terminou no dia 15 de março de 1838 com pessoas feridas e mortas entre
ambos os lados (JANCSÓ, 1996).
As consequências da batalha geraram prejuízos econômicos e sociais, sendo
que a cidade de Salvador foi muito massacrada pelo combate, com cerca de 2.989
rebeldes presos, 1.258 mortos, 60 casas incendiadas e 172 homens mortos pertencente
ao grupo dos legais. Os chefes responsáveis pelo conflito fugiram devido a uma
“caçada” iniciada pelas tropas vencedoras, sendo que Sabino através de uma denúncia
anônima foi encontrado e preso na casa do cônsul francês Degrivel e mais tarde o
restante dos chefes revolucionários também foram apreendidos (MATTOSO, 1978).
De forma a castigar todo aquele que resolve-se insistir em reascender a chama
do conflito ou de um possível combate o Governo criou punições severas que serviram
de exemplo a todo o Império. Os rebeldes foram julgados e condenados a morte
havendo uma tentativa de mudar a decisão pelo Supremo Tribunal de Justiça no
mesmo período que Don Pedro II ascendeu o trono. Uma das primeiras ações que o
jovem Imperador realizou em relação a condenação dos rebeldes sob o ato de
clemencia foi de conceder perdão aos condenados por crime de natureza política,
sendo que aqueles réus salvos da morte e da prisão foram confinados em regiões
distantes onde não pudessem oferecer perigo social (TAVARES, 1977).
Quanto a Sabino, este passou um tempo em Goiás, conseguindo fugir durante
seu transporte para a cadeia de Cuiabá e se alocando no Sitio da Jacobina vindo a
falecer em 1846. Esse episódio proclamou a finalização do confronto da Sabinada
ocorrido na Bahia e o Governo conseguiu proporcionar a paz novamente na província,
garantindo segurança aos habitantes. Como ato nobre e de gratidão pelo ganho da
batalha o Governo Imperial promoveu Marechal-de-Campo Calado a Tenente-General
efetivo e José Joaquim Coelho a Brigadeiro que mais tarde recebeu o título de Barão
da Vitória (GUERRA FILHO, 2004).
A Bahia pós- Sabinada vivenciou episódios de regras e punições aqueles que
pudessem causar novas revoltas e desafios ao Governo, sendo que pessoas foram
afastadas da vida social e administrativa com intuito de garantir a segurança da
população e poupar o jovem Imperador (Dom Pedro II) de problemas com a sociedade
em relação a manifestos. Apesar de não possui uma durabilidade longa, a Sabinada
faz-se necessária para a história do Brasil, por representar a luta da população em meio
ao período regencial em que havia descontentamento por grande parte da sociedade
(FONSECA, 2004).

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3 CONSIDERAÇOES FINAIS
A Sabinada ocorrida na Bahia em um período em que o Brasil vivenciava
diversos conflitos espalhados pelo seu território não obteve uma duração longa como
a Balaiada ocorrida no Maranhão e Piauí e a Cabanagem no Pará, porém possui sua
importância visto que, os rebeldes responsáveis pelo conflito objetivavam a criação de
uma República isolada da Corte na província baiana. Outro fato importante dentro do
movimento está na participação da classe considerada média, o que dispensava negros,
escravos e pessoas livres, acarretando um domínio de pessoas que detinham um certo
poder aquisitivo na época.
Dentre as motivações que levaram a estruturar tal movimento está na
Revolução Francesa, pois, a passagem do estado monárquico para um território
moderno com a formação de estados nacionais democráticos e republicado agradou os
olhos e ouvidos daqueles que presenciaram tal façanha. O processo de Independência
do Brasil não satisfez toda a sociedade, uma vez que, o termo apenas representava algo
no papel sendo que o centralismo autoritário e a arcaica estrutura político-econômica
herdada do Brasil colônia continuavam a existir dentro do território e presente na
forma de Governo.
A intensidade para a iniciação do conflito predominou sobre a abdicação de
Dom Pedro I em favor de seu herdeiro, abrindo portas para que, o país estivesse
governado sobre Regências. Essas por sua vez, agregavam valores apenas aos
portugueses, esquecendo o resto da população em relação a distribuição de cargos o
que causou a indignação da classe média. Dentro desse cenário havia aqueles que
apoiavam a monarquia e outros a república e federalismo provocando uma distorção
das ideias. Justamente essa brecha/porta aberta “concedida” aos rebeldes proporcionou
o manifesto que durou um ano.
O medo de uma possível ressuscitação da Sabinada ou outros movimentos que
abrange-se os mesmos objetivos, o Governo impôs severas punições aqueles que de
alguma forma ousa-se desafiar as autoridades, implantando o sentimento de medo para
impedir a população de realizar qualquer forma de protesto. Como medida protetória
houve perseguição a imprensa liberal e lideranças que eram consideradas fortes na
província, a fim de impedir novos conflitos e desestabilizar novamente a economia e
o lado social. Muitas pessoas que possuíam contato com rebeliões passadas foram
afastadas da vida social e administrativa pelo Governo.

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