Lei Complementar 172

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LEI COMPLEMENTAR N. 172 DE, 28 DE DEZEMBRO DE 2023.

Dispõe sobre a instituição do Plano de


Cargos, Carreiras e Vencimentos dos Servidores
do Município de Bonito, Estado do Mato Grosso
do Sul, e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE BONITO, Estado de Mato Grosso do Sul,


no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso III, do art. 66, da Lei
Orgânica do Município de Bonito, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e eu
sanciono a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DO PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E
VENCIMENTOS

Art. 1º Esta Lei institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos


Servidores do Município de Bonito, e estrutura os padrões e classes que lhe são
inerentes, fundamentado nos seguintes princípios:
I - supremacia do interesse público;
II - valorização da administração pública e do servidor público municipal;
III - transparência, isonomia e moralidade pública nas práticas
remuneratórias;
IV - legalidade e segurança jurídica;
V - racionalização da estrutura de cargos e carreiras;
VI - estímulo ao desenvolvimento e qualificação profissional.

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Parágrafo único. Os servidores das carreiras do Magistério Municipal
serão regidos por Lei específica.

Art. 2º O Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos Servidores do


Município de Bonito objetiva estruturar a organização dos cargos em carreiras,
consideradas a natureza, a similitude e a complexidade das atribuições e
responsabilidades que lhes são outorgadas.

CAPÍTULO II
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Art. 3º São adotados, para fins de aplicação desta Lei, os seguintes


conceitos e definições:
I - quadro permanente de pessoal: conjunto de cargos de provimento
efetivo previstos nesta Lei, submetidos ao regime de contratação previsto no
Estatuto do Servidor Público Municipal;
II - cargo e funções públicas: é o conjunto de deveres, responsabilidades,
tarefas, atividades ou atribuições conferidas ao servidor público, mediante
remuneração, compreendendo:
a) cargo de provimento efetivo: decorrente de aprovação em concurso
público, cujo conjunto de funções e atribuições decorre de provimento de caráter
permanente com a administração pública municipal;
b) cargo em comissão: cargo de livre provimento e exoneração, com plexo
próprio de funções e atribuições, a serem exercidas por servidor efetivo ou não,
destinando-se às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
c) função de confiança gratificada: conjunto de funções, tarefas e
responsabilidades atribuídas a titular de cargo efetivo para o exercício de
encargos de gerência, chefia, assessoramento ou assistência direta, sem prejuízo
daquelas decorrentes do cargo de provimento efetivo;

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III - classe: o conjunto de cargos identificados pela natureza e pelo grau
de escolaridade, habilitação e responsabilidade exigível para o seu desempenho,
de acordo com parâmetros mercadológicos de análise, agrupados sob o mesmo
parâmetro remuneratório;
IV - nível: identifica a posição do padrão na escala salarial que determina
os valores dos vencimentos segundo o tempo de serviço do ocupante do cargo;
V - carreira: estrutura de desenvolvimento funcional do servidor dentro do
cargo cujo ingresso ocorreu por concurso público, composta por classes e níveis;
VI - vencimento básico: o valor fixo atribuído à respectiva classe e nível na
tabela de vencimento do cargo efetivo em que o servidor estiver enquadrado;
VII - remuneração: o vencimento do cargo efetivo acrescido de outras
vantagens pecuniárias fixadas em lei;
VIII - progressão funcional: é o crescimento funcional do servidor estável
no exercício do cargo de provimento efetivo, cujas carreiras são estruturadas de
forma vertical e horizontal;
IX - promoção horizontal: modalidade de desenvolvimento funcional que
ocorre no sentido horizontal na tabela de vencimento, da menor para o maior
nível;
X - promoção vertical: modalidade de desenvolvimento funcional que
ocorre no sentido vertical na tabela de vencimento, pela mudança de padrão do
cargo, decorrente de provimento derivado por meio de novo concurso público; e
XI - enquadramento: readequação no cargo e/ou vencimento do servidor,
em virtude de utilização de instrumentos de convergência análoga de cargos ou
de erradicação de distorções salariais.

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TÍTULO II
DA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E
VENCIMENTOS

CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO

Art. 4º Os cargos de provimento efetivo são aglutinados em carreiras,


conforme a natureza das atribuições, complexidade das tarefas, grau de
responsabilidade, habilitação profissional e nível de escolaridade.

Art. 5º Os grupos ocupacionais descritos no artigo 4º são formados por


cargos de provimento efetivo que, por sua vez, subdividem-se em classes e
níveis.
Parágrafo único. A descrição dos cargos componentes de cada grupo
ocupacional resta estabelecida nas Tabelas do Anexo I deste Plano de Cargos,
Carreiras e Vencimentos.

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA DOS CARGOS EM COMISSÃO

Art. 6º Os cargos em comissão são destinados às atividades de Direção,


Chefia e Assessoramento, e sua nomenclatura, vencimentos e quantitativo de
cargos restam constantes no Anexo II desta Lei.

Art. 7º Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração, e


poderão ser ocupados por servidores do quadro efetivo do Município ou providos
por profissionais sem vínculo com a Administração Pública municipal.

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§1º Os ocupantes de cargo em comissão sem vínculo permanente com a
administração pública municipal serão nomeados por ato administrativo oficial e
enquadrados no regime geral da previdência social.
§2º Em caso de necessidade temporária de substituição do servidor
ocupante de cargo em comissão, em virtude de licenças ou afastamentos de
qualquer natureza, poderá ser designado outro servidor para o desempenho do
cargo em caráter interino.

Art. 8º O servidor do quadro efetivo que assumir um cargo em comissão


receberá, em substituição a sua remuneração total de origem e enquanto ocupar
o cargo de livre provimento e exoneração, o subsídio estabelecido no padrão
remuneratório do cargo em comissão.
Parágrafo único. Será facultado ao servidor, na hipótese do caput e por
meio de termo de opção, manter a sua remuneração total de origem acrescida de
vantagem pecuniária equivalente a 50% (cinquenta por cento) do vencimento do
cargo em comissão a ser ocupado.

TÍTULO III
DOS VENCIMENTOS E DA REMUNERAÇÃO

Art. 9° Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo


efetivo exercício do cargo de provimento efetivo.

Art. 10. O valor do vencimento dos cargos de provimento efetivo será


obtido pelo cruzamento entre o padrão remuneratório correspondente à classe e o
nível ocupado pelo servidor, estabelecidos no Anexo IV desta Lei.

Art. 11. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo somado às


vantagens pecuniárias atribuídas ao titular do cargo, sejam elas permanentes ou
temporárias, em conformidade com esta Lei.

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Art. 12. Os vencimentos dos ocupantes de cargos em comissão não
admitem a cumulação de vantagens pecuniárias de natureza pessoal, e tampouco
podem ser cumulados com gratificações e outros subsídios ou vencimentos.
Parágrafo único. É possível, para os servidores ocupantes de cargos
efetivos, a cumulação de funções gratificadas, desde que estas sejam exercidas
de forma concomitante.

TÍTULO IV
DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 13. As vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento básico


do servidor municipal, na forma de gratificação e adicional, e serão atribuídas em
razão:
a) da natureza do cargo ou função desempenhada, de forma permanente
ou precária, ou das condições e/ou local em que o trabalho é executado;
b) de habilitação, titulação ou outras condições pessoais do servidor, nos
termos desta Lei;
c) de vantagens de caráter social estabelecidos nesta Lei, desde que
observados os critérios para sua concessão.

Art. 14. Os planos de cargos de carreiras específicas do serviço público


municipal de Bonito podem prever outras vantagens pecuniárias não
contempladas neste Lei, devidas exclusivamente aos ocupantes destas carreiras
especiais.

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CAPÍTULO II
DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 15. As gratificações, devidas aos ocupantes de funções de confiança


gratificadas, são vantagens pecuniárias decorrentes da atribuição de funções ou
atividades que extrapolam o plexo originário do cargo do servidor, e
imprescindíveis para a prossecução do interesse público municipal, que
dispensam a criação de cargos para o seu desempenho.

Art. 16. As funções de confiança gratificadas serão ocupadas


exclusivamente por servidores do quadro efetivo da administração pública
municipal, ou servidores regularmente cedidos aos quadros da municipalidade,
oriundos do quadro efetivo de outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas as empresas públicas e
as sociedades de economia mista, observados os requisitos legais.

Art. 17. As gratificações estabelecidas por esta Lei são:


I - Gratificação de Equipe de Apoio às Licitações;
II - Gratificação de Membro de Comissão Permanente de Sindicância e
Processo Administrativo Disciplinar;
III - Gratificação de Coordenador das Unidades de Atenção Básica;
IV - Gratificação de Encarregado de Projetos;
V - Gratificação de Assistente de Controle Interno;
VI - Gratificação de Corregedor da Guarda Municipal;
VII - Gratificação de Líder de Área;
VIII - Gratificação de Oficial de Proteção de Dados;
IX - Gratificação de Secretário de CEI;
X - Gratificação de Secretário de Escola;
XI - Gratificação de Agente de Contratação;
XII - Gratificação de Chefe de Fiscalização;

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XIII - Gratificação de Comandante da Guarda Municipal;
XIV - Gratificação de Controlador-Geral.
Parágrafo único. A gratificação prevista no inciso II será devida nos 120
(cento e vinte) dias subsequentes à nomeação do servidor, pelo efetivo exercício
como integrante de comissão específica, por ato administrativo oficial da
municipalidade, sendo possível a sua cumulação específica na hipótese de
servidor nomeado para mais de uma comissão de forma concomitante.

Art. 18. Os valores das gratificações serão os previstos na Tabela Única


do Anexo II e suas atribuições no Anexo VI deste Plano de Cargos, Carreiras e
Vencimentos.

Art. 19. As funções de confiança gratificadas são de livre nomeação e de


exoneração, e a investidura dos servidores ocupantes dar-se-á por ato
administrativo do Prefeito Municipal.
§1º Em caso de necessidade temporária de substituição do servidor
ocupante de função gratificada, em virtude de licenças ou afastamentos de
qualquer natureza, poderá ser designado, observadas as mesmas formalidades
do caput, outro servidor do quadro permanente para a função em caráter interino.
§2º Na hipótese de designação em caráter de interinidade o servidor
nomeado terá todos os direitos e vantagens inerentes à função gratificada.

CAPÍTULO III
DOS ADICIONAIS

Art. 20. Os adicionais são vantagens pecuniárias de caráter pessoal


decorrentes de características especiais da função permanente exercida,
qualificação pessoal ou determinada situação laboral a qual esteja exposto e,
neste caso, devida enquanto perdurar a situação em apreço.

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Art. 21. São adicionais expressamente previsto nesta Lei, sem prejuízo
dos estabelecidos no pelo Estatuto do Servidor Público Municipal de Bonito ou
outras leis especiais:
I - Adicional de Periculosidade;
II - Adicional de Insalubridade;
III - Adicional de Qualificação Profissional.

SEÇÃO I
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Art. 22. O adicional de periculosidade será devido ao servidor que exercer


suas funções que, por sua natureza ou métodos, impliquem risco acentuado em
virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Art. 23. O adicional referido nesta seção será de 30% (trinta por cento)
sobre o padrão de vencimento-básico do servidor.

Art. 24. Não haverá cumulação de pagamento de adicional de


periculosidade e insalubridade.

SEÇÃO II
DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Art. 25. O adicional de insalubridade será devido ao servidor que exercer


suas funções sob exposição permanente a agentes físicos, químicos ou
biológicos acima dos limites de tolerância, constatados por meio de laudo pericial
de lavra de médico ou engenheiro de segurança do trabalho.

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Art. 26. O adicional de insalubridade observará os seguintes parâmetros
de gravidade na exposição ao agente nocivo:
I - grau mínimo, sendo devido adicional de 10% (dez por cento) sobre o
vencimento-básico do servidor;
II - grau médio, sendo devido adicional de 20% (vinte por cento) sobre o
vencimento-básico do servidor;
III - grau máximo, sendo devido adicional de 40% (quarenta por cento)
sobre o vencimento-básico do servidor.

Art. 27. Cessará o pagamento do referido adicional sempre que as


condições insalubres forem eliminadas ou neutralizadas.

Art. 28. O adicional de insalubridade seguirá sendo regido, em relação a


seus valores e parâmetros, pelo laudo pericial vigente à época da entrada em
vigor deste Plano, do Município de Bonito, até a efetiva realização de laudo
pericial atualizado, nos termos do artigo 25 desta Lei.

SEÇÃO III
DO ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 29. Os servidores do quadro permanente receberão um adicional de


qualificação profissional por parâmetros de escolaridade, equivalente a uma
porcentagem sobre o seu vencimento básico, a partir do mês subsequente à
apresentação do certificado de conclusão de curso cadastrado e aprovado junto
ao Ministério da Educação (MEC), dos seguintes cursos:
I - Curso de nível médio;
II - Curso de nível técnico;
III - Curso de nível superior;
IV - Pós-graduação lato sensu (360 horas);
V - Mestrado;

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VI - Doutorado.
§1º Os critérios e percentuais dos adicionais previstos nesta Seção serão
previstos em Lei Municipal específica.
§2º Farão jus ao adicional os servidores efetivos que tenham completado
seus respectivos cursos, com apresentação de diplomas ou certificados, sendo
que somente serão considerados se registrados e por instituições para este fim
credenciado e autorizado ou reconhecidas pelos Conselhos Estaduais de
Educação ou Ministério da Educação (MEC), devendo ser a área de formação
correlata com as atribuições do cargo que ocupa, ou em áreas de interesse da
Administração Pública.
§3º A análise de correlação com as atribuições do cargo que ocupa, ou
áreas de interesse da Administração Pública, nos termos do §2º, será realizada
por Comissão específica, cuja criação e critérios serão objeto de Decreto
regulamentador.

Art. 30. Os diplomas de graduação, pós-graduação lato sensu, mestrado


e doutorado expedidos por universidades estrangeiras serão considerados
somente após sua revalidação no território nacional, na mesma área de
conhecimento e em nível equivalente ou superior.

Art. 31. A solicitação de adicional por qualificação profissional ocorrerá a


qualquer tempo, após o cumprimento do período de estágio probatório, com a
apresentação do certificado ou diploma de conclusão do curso.
Parágrafo único. A solicitação do adicional de que trata o caput deste
artigo deverá ser realizada mediante protocolo e será analisada no prazo máximo
de 30 (trinta) dias, sendo operacionalizada em folha de pagamento no mês
subsequente ao seu deferimento.

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Art. 32. Os adicionais de qualificação profissional aplicam-se apenas para
os cursos de formação acima do requisito inicial para seu ingresso no Poder
Executivo Municipal, e apenas uma vez, não permitindo cumulação entre eles.

Art. 33. As novas regras estabelecidas por esta Seção preservarão


eventuais direitos adquiridos estabelecidos por outros regimes normativos que
previam vantagens relativas à escolaridade ou titulação, sendo vedado o bis in
idem administrativo, percebendo o servidor já atingido pela legislação em
comento o valor atualmente percebido caso a nova política não lhe seja mais
favorável.

CAPÍTULO IV
DAS INDENIZAÇÕES E DEMAIS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

Art. 34. As parcelas indenizatórias, caracterizadas como diárias, e demais


vantagens pecuniárias, como auxílios e abonos, serão regidas pelo Estatuto do
Servidor Público Municipal de Bonito.

TÍTULO V
DO SISTEMA DE CARREIRAS

CAPÍTULO ÚNICO
DA PROGRESSÃO FUNCIONAL

Art. 35. A progressão funcional poderá ocorrer de forma horizontal e


vertical aos servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo, atendidos os
critérios estabelecidos nesta Lei.

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SEÇÃO I
DA PROMOÇÃO HORIZONTAL

Art. 36. A promoção horizontal é a passagem do servidor estável de um


nível, representado por letras, para outro, dentro do mesmo cargo em que se
encontrar enquadrado, mediante acréscimo de 4,5% (quatro por cento) para cada
nível, depois de cumprido o interstício de 2 (dois) anos de efetivo exercício, após
o cumprimento do estágio probatório.

Art. 37. A promoção horizontal dar-se-á sempre na data de admissão de


cada servidor, limitando-se a 1 (um) nível a cada interstício, de acordo com as
disposições previstas nesta Lei.
Parágrafo único. A conclusão do período de estágio probatório
acarretará, automaticamente, a progressão de 1 (um) nível, passando-se, a partir
deste momento, a vigorar as regras do caput deste Artigo.

Art. 38. Perderá o direito à promoção horizontal o servidor que, durante o


período avaliativo entre promoções:
I - afastar-se do cargo por prisão judicial, por prazo igual ou superior a 60
(sessenta) dias;
II - faltar ao serviço sem justificativa, por prazo igual ou superior a 7 (sete)
dias, contínuo;
III - afastar-se do cargo por licença para tratar de assuntos particulares,
sem vencimentos, por prazo superior a 180 (cento e oitenta) dias;
IV - permanecer em licença para tratamento de saúde, por prazo igual ou
superior a 180 (cento e oitenta) dias, contínuos ou não;
V - permanecer em licença para tratamento de doença em pessoa da
família, por período superior a 180 (cento e oitenta) dias;
VI - for inativado;

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Parágrafo único. O somatório dos afastamentos previstos neste artigo
não poderá, em qualquer hipótese, ultrapassar o prazo de 180 (cento e oitenta)
dias dentro do intervalo progressional, sob pena de perda do direito à promoção
horizontal, nos termos do caput.

Art. 39. Somente será submetido ao processo de promoção horizontal o


servidor do quadro permanente não excluído das situações previstas no artigo
anterior, que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:
I - encontrar-se no efetivo exercício das funções de seu cargo efetivo, ou
estiver ocupando função gratificada ou cargo em comissão, desde que haja
compatibilidade ou identidade com a função de origem;
II - atender a todas as convocações e requisições de cursos realizadas
pelo Município de Bonito, salvo hipóteses de impossibilidade devidamente
justificadas.

SEÇÃO II
DA PROMOÇÃO VERTICAL

Art. 40. A promoção vertical é a elevação do padrão remuneratório do


servidor público efetivo, sendo apenas possível, em compatibilidade com a
Constituição Federal, de duas formas:
a) Decorrente da nomeação e investidura em cargo em comissão, a
título precário, de livre nomeação e exoneração;
b) Decorrente de aprovação em novo concurso público, caracterizando
o provimento derivado junto à administração pública municipal.

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TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

CAPÍTULO I
DA JORNADA DE TRABALHO

Art. 41. A jornada de trabalho dos servidores será a estabelecida no edital


do concurso público de ingresso do servidor e no Anexo I desta Lei.

CAPÍTULO II
DA CRIAÇÃO, EXTINÇÃO E CONVERGÊNCIA DE CARGOS E FUNÇÕES

Art. 42. Esta Lei cria:


I - 3 (três) cargos de Motorista de Veículos Leves;
II - 4 (quatro) cargos de Agente Administrativo;
III - 21 (vinte e uma) cargos de Agente Comunitário de Saúde;
IV - 2 (dois) cargos de Fiscal de Meio Ambiente;
V - 20 (vinte) cargos de Motorista de Veículos Pesados;
VI - 3 (três) cargos de Operador de Máquinas Pesadas;
VII - 7 (sete) cargos de Técnico em Enfermagem;
VIII - 5 (cinco) cargos de Técnico de Saúde Bucal;
IX - 9 (nove) cargos de Assistente Social;
X - 3 (três) cargos de Enfermeiro;
XI - 1 (um) cargo de Fisioterapeuta;
XII - 1 (um) cargo de Fonoaudiólogo;
XIII - 2 (dois) cargos de Profissional de Educação Física;
XIV - 7 (sete) cargos de Psicólogo;
XV - 1 (um) cargo de Terapeuta Ocupacional;
XVI - 1 (um) cargo de Auditor de Tributos Municipais;
XVII - 1 (um) cargo de Engenheiro Agrônomo;

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XVIII - 1 (um) cargo de Engenheiro Florestal;
XIX - 1 (um) cargo de Engenheiro Sanitarista e Ambiental;
XX - 2 (dois) cargos de Procurador;
XXI - 2 (dois) cargos de Cirurgião Dentista ESF.

Art. 43. Restam classificados como cargos transitórios em extinção os


cargos de Agente Operacional, Auxiliar de Consultório Dentário, Auxiliar de
Laboratório, Telefonista, Vigia, Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Enfermagem,
Agente de Vigilância Sanitária, Orientador Social, Mestre de Obras, Assistente de
Administração, Técnico em Contabilidade, Fiscal de Tributos, Pregoeiro, Técnico
em Cadastramento Imobiliário, e Médico Anestesista, que não serão mais objeto
de concurso público, e serão extintos após suas respectivas vacâncias.
Parágrafo único. Restam extintos, em face de sua vacância, os cargos
de Recepcionista, Almoxarife, Auxiliar de Biblioteca, Coveiro, Eletricista de
Residência, Funileiro, Técnico de Prótese Dentária, Médico Especialista em
Ortopedia e Traumatologia, e Médico Pediatra.

Art. 44. Esta Lei opera a convergência análoga dos seguintes cargos:
I - os atuais cargos de Atendente Infantil e Babá convergem-se no cargo
permanente de provimento efetivo de “Auxiliar de Educação Infantil”, com jornada
de trabalho de 40h semanais;
II - os atuais cargos de Agente Administrativo, Digitador e Escriturário
convergem-se no cargo permanente de provimento efetivo de “Agente
Administrativo”, com jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais;
III - os atuais cargos de Médico Clínico Geral e Médico ESF convergem-
se no cargo de provimento efetivo de “Médico”, com jornada de trabalho de 20
(vinte) horas semanais;
IV - os atuais cargos de Auxiliar de Serviços Diversos, Borracheiro,
Encanador, Gari, Lavadeira, Lavador, Lubrificador, Pedreiro, Trabalhador Braçal,

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e Zelador convergem-se no cargo transitório em extinção de “Agente
Operacional”, com jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais.
Parágrafo único. Opera-se, ainda, as seguintes mudanças de
nomenclatura:
I - o cargo de provimento efetivo de “Motorista – CNH ‘C’” passa a
chamar-se “Motorista de Veículos Leves”;
II - o cargo de provimento efetivo de “Motorista – CNH ‘D’” passa a
chamar-se “Motorista de Veículos Pesados”;
III - o cargo de provimento efetivo de “Tratorista” passa a chamar-se
“Operador de Máquinas Leves”;
IV - o cargo de provimento efetivo de “Operador de Máquinas” passa a
chamar-se “Operador de Máquinas Pesadas”;
V - o cargo de provimento efetivo de “Agente de Saúde” passa a chamar-
se “Agente de Controle de Endemias”;
VI - o cargo de provimento efetivo de “Advogado” passa a chamar-se
“Procurador”.

CAPÍTULO III
DAS REGRAS DE ENQUADRAMENTO

Art. 45. A transição dos atuais servidores para a nova tabela de


vencimentos dar-se-á na classe compatível com seu cargo e no nível compatível
com a data de início de efetivo exercício junto à administração pública municipal
em seu cargo, sendo aplicada a ascensão de 1 (um) nível para cada 2 (dois) anos
de efetivo exercício.
§1º Restam criadas os níveis “A” a “T” nas novas tabelas de vencimentos.
§2º As novas regras de promoção horizontal substituem e extinguem a
vantagem denominada “Adicional de Tempo de Serviço”, prevista no Art. 86 do
Estatuto dos Servidores do Município de Bonito (Lei Complementar 103/2014) em
face do enquadramento retroativo realizado neste artigo, que contempla e
estende direitos adquiridos pelo servidor do quadro permanente.

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Art. 46. Efetuado o reenquadramento previsto nesta Lei, o servidor efetivo
terá o prazo de até 60 (sessenta) dias para recorrer administrativamente.
§1º O recurso será dirigido ao Prefeito Municipal, que terá o prazo de 30
(trinta) dias para estudar e decidir sobre o recurso apresentado.
§2º Provido o recurso, os efeitos financeiros serão devidos a contar da
data do reenquadramento, previsto nesta Lei.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 47. Os servidores do atual quadro do serviço público municipal serão


enquadrados por transposição ao presente Plano de Cargos, Carreiras e
Vencimentos, ressalvados eventuais direitos adquiridos, nos termos do Art. 5º,
XXXVI, da Constituição Federal.

Art. 48. As atuais funções gratificadas de Diretor Escolar, Diretor de CEI,


Vice-Diretor Escolar e demais funções gratificadas vinculadas às atividades
docentes e técnico-pedagógicas seguirão sendo regidas pela Lei Complementar
nº 88/2010 e demais legislações correlatas até a entrada em vigor de nova Lei
que estabeleça o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Quadro do
Magistério do Município de Bonito.

Art. 49. O enquadramento dos servidores dar-se-á no prazo de até 90


(noventa) dias, a contar da data de vigência desta Lei.
Parágrafo único. No mesmo prazo previsto no caput será publicada a
relação nominal dos servidores cujos cargos entrarão em extinção.

Art. 50. Esta Lei terá suas disposições regulamentares, no que couber,
disciplinadas por ato do Prefeito.

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Art. 51. Os anexos constantes desta Lei constituem parte integrante do
seu texto, cabendo ao Poder Executivo Municipal a inclusão ou supressão de
cargos, desde que não acarrete aumento de despesa, na forma da lei.

Art. 52. São da competência exclusiva do Prefeito os atos de provimento


dos cargos efetivos, de nomeação e exoneração de ocupantes de cargos em
comissão, e de admissão de pessoal por prazo determinado, nas contratações
temporárias.

Art. 53. Após a entrada em vigor desta Lei, deverá ser constituída, por ato
do Prefeito, a Comissão Permanente de Revisão e Aperfeiçoamento do Plano de
Cargos, Carreiras e Vencimentos dos Servidores do Município de Bonito, cuja
composição, mandato e objetivos devem ser objeto de regulamentação por
decreto municipal.

Art. 54. Considera-se o mês de janeiro como data-base para a revisão


anual dos vencimentos dos servidores integrantes das carreiras contempladas
neste Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos.

Art. 55. Esta Lei entra em vigor no prazo de 30 (trinta) dias da data de sua
publicação, com efeitos financeiros retroativos a 1º de janeiro de 2024, revogados
os Artigos 60 a 66, e Art. 86, do Estatuto dos Servidores do Município de Bonito
(Lei Complementar 103/2014), e as demais disposições em contrário.

JOSMAIL RODRIGUES
Prefeito Municipal

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