Capítulo 3 - Grécia e Roma

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CAPÍTULO 3

ANTIGUIDADE CLÁSSICA: GRÉCIA E ROMA


GRÉCIA
Atualmente falamos que a Grécia Antiga “foi o berço da civilização ocidental”. E será que isso é verdade? De
fato devemos muitas coisas aos gregos antigos. Nossa democracia, nosso gosto por jogos olímpicos, a herança
filosófica. Boa parte de nossa cultura foi moldada no mundo grego antigo. E como esse mundo surgiu? Podemos
dividi-lo em:
- Homérico: 1100 - 800 a.C
- Arcaico: 800 - 500 a.C
- Clássico: 500 - 338 a.C
- Helenístico: 338 - 146 a.C
Como podemos ver, o período mais antigo é o Homérico. Esse nome se dá por conta do poeta Homero que
escreveu as obras Ilíada e Odisseia, poemas épicos que contavam o surgimento da civilização grega. Normalmente
estudamos com mais profundidade os períodos Clássico e Helenístico.
É importante compreender que a formação grega surgiu da união de diferentes elementos sociais e culturais
e, por isso, a Grécia era marcada pela diversidade de povos e culturas. Conforme temos conhecimento, quatro
povos distintos ocupavam a região que hoje conhecemos como Grécia Antiga: Jônios, Aqueus, Eólios e Dórios. Um
povo que surgiu de uma miscigenação de várias etnias.
Muita gente considera que a formação grega pode ser relacionada em uma aproximação mais ou menos
verdadeira com a formação de nosso país, Brasil. Em certa medida faz sentido. Tanto o Brasil quantoa Grécia Antiga
são espaços geográficos em que povos diferentes tiveram uma unidade cultural que os unia. A grande diferença está
na palavra “Estado”.
O Brasil atual é considerado uma nação, ou seja, um Estado organizado nos moldes modernos, comum povo
que se considera brasileiro, com uma identidade nacional bem ou mal moldada. Esse sentimento dificilmente poderia
ser sentido pelos gregos. Talvez aí more um dos principais elementos da cultura grega: a sua organização política.
O mundo grego foi, já logo depois do período Homérico, organizado em diferentes cidades, autônomas e
diferentes entre si. A estas cidades foi dado o nome de pólis. Não é incomum que algumas pessoas traduzam a
palavra pólis para Cidade-Estado. Isso significa dizer que cada cidade grega tinha um caráter organizacional mais
ou menos parecido com um Estado. Não que dizer que as pólis eram miniaturas de estados modernos, mas que
eram parecidas com nossos estados. Noutras palavras, dizemos que a pólis tinha autonomia política, social e
econômica para fazer o que bem entendesse. Havia pólis democráticas, tirânicas, mais ou menos organizadas
militarmente. Tudo isso de forma individual.
Assim, a Grécia Antiga que conhecemos hoje só é “Grécia” porque nós assim a denominamos. Naquele
poríodo a Grédcia não passava de um aglomerado de diferentes pólis, dialogando entre si, e por vezes ocasionando
atritos.

Outras questões para lembrarmos antes de seguir em frente:


- As pólis começaram a se formar a partir do crescimento populacional. Ocorreu quase ao mesmo tempo em
toda a Grécia. Essas são as famosas Cidades-Estado.
- O poder político dos cidadãos era exercido na Ágora, praça central das cidades. Ou seja, era uma
democracia direta.
- Apenas os homens livres eram considerados cidadãos. Entre eles nobres, proprietários de terras, artesãos,
comerciantes e pequenos proprietários. Portanto escravos, estrangeiros (metecos) e mulheres estavam fora
da vida política.
- Duas Cidades-Estado gregas se destacavam: Atenas e Esparta. Com a fundação das Cidades-Estados
gregas (ou as polis/póleis), se inicia o que a historiografia classifica como Período Arcaico

Esparta
Logo que pensamos em Esparta, lembramos dos filmes que a têm como cenário, como 300. Muitas questões
se inserem nesse filme por se tratar de uma produção cinematográfica Hollywoodiana, porém, algo salta aos olhos e
realmente diz respeito à esta antiga pólis: a organização militar. Esparta se manteve distante das outras pólis e adotou
um regime militar, com a criação de um exército permanente pronto para confronto a qualquer momento. Outro
elemento também importante desse povo era a sua economia agrária. Esparta tinha pouca ou nenhuma área urbana
economicamente relevante. A pólis vivia da produção de oliveiras e vinhos. O regime político era a Oligarquia, ou
seja, um governo de poucos e poderosos homens, que comandavam a política interna. As relações sociais e
econômicas eram baseadas na subordinação do indivíduo ao Estado (Esparta).
Esparta era governada por dois reis que concentravam os poderes militar, religioso e judiciário. Estes reis
presidiram a Gerúsia que tinha a função de propor leis e julgar crimes. Era formada por vinte homens com mais de
60 anos de idade (os gerontes).
De modo geral, a sociedade espartana estava dividida em: Esparciatas (descendentes dos dórios, únicos
a ter direitos como cidadãos, se dedicavam à política e ao exército); Periecos (antigos habitantes, livres, mas
submissos aos esparciatas, sem direitos políticos); e os Hiliotas (antigos habitantes que resistiram à dominação dos
dórios e acabaram sendo escravizados).
É importante lembrar: a escravidão era uma prática do regime espartano, mas não era igual à escravidão
moderna. No mundo antigo, e neste caso em Esparta, a escravidão não era privada, mas sim pública: os hilotas
eram presos à terra, precisavam trabalhar no campo à serviço dos cidadãos daquela pólis. É preciso muito cuidado
para não confundir esse tipo de escravidão com a escravidão moderna.

Atenas
Ao contrário de Esparta, Atenas ficou conhecida na História não por sua formação militar, mas como a Pólis
Democrática. Isso porque foi lá que o conceito de democracia nasceu, mas não foi da noite para o dia e nem da forma
como conhecemos a democracia hoje em dia.
De forma geográfica, o centro da pólis era a Acrópole, que significa cidade alta, localizada em uma colina,
no local mais alto daquela região. Ao contrário dos espartanos, os atenienses não tinham possibilidades de
desenvolver uma forte agricultura e, por essas e outras razões, passaram a desenvolver uma forte cultura marítima.
Dominaram por muito tempo o comércio marítimo do Mar Mediterrâneo.
Antes da democracia, Atenas foi organizada politicamente em diferentes formas. Até pelos menos o século
VIII a. C. (lembre-se que para a.C. os séculos são contados de trás para frente), a pólis era governada por um rei,
que aos poucos foi sendo dominado pela aristocracia, um grupo político com muito poder econômico e que passou
a governar Atenas. A aristocracia era composta pelos Eupátridas, os bem-nascidos, que já nasciam com muito
dinheiro.
Talvez as maiores transformações ocorridas nesse período anterior à democracia ateniense sejam as
medidas de Drácon e Sólon. Drácon foi responsável por escrever leis que até então não eram escritas e solidificar o
início do direito grego; Sólon libertou cidadãos que eram transformados em escravos e, a partir de então, somente
estrangeiros, chamados de bárbaros, eram possíveis de serem transformados em escravos.
Essas medidas atingiram em cheio os interesses dos eupátridas e, então, a pólis foi governada por Tiranos
(século VI a.C), que não tem muita relação com o que consideramos hoje em dia como tiranos. Os tiranos atenienses
fizeram uma espécie de reforma no ambiente urbano e no pequeno ambiente rural, dividindo as posses entre os
pequenos proprietários.
Depois de algumas revoltas populares que alertavam para a insatisfação das altas e baixas categorias sociais,
houve uma nova mudança política que instaurou a democracia. Consideramos que esse período é o Clássico. Mas
a democracia grega era diferente da nossa.
A democracia era direta no mundo grego ateniense. Isso quuer dizer que ninguém escolhia parlamentares,
presidentes, ou qualquer outra forma de representação do poder. Os próprios cidadãos é que decidiam os rumos da
pólis. Mas há mais uma diferença entre a democracia deles e a nossa: os cidadãos atenienses, que poderiam opinar
e participar da vida pública e democrática eram apenas os homens, livres, acima de 21 anos.
Na prática, mulheres, menores de idade, escravos e estrangeiros não eram cidadãos e, por isso, deviam
ficar de fora das disputas políticas.

Guerras
Duas guerras foram as mais importantes do mundo grego: as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso.
As Guerras Médicas (499-475 a.C) podem ser descritas também como Guerras Greco-Pérsicas. Apesar de
realizadas em uma região distinta, elas fortaleceram o caráter intercultural do mundo grego. Com as ascensão
política, econômica e cultural de Atenas, era quase inevitável que outras regiões sentissem o impacto da força grega
no comércio marítimo. Nesse sentido, os Persas disputavam a dominação do comércio de bens e de matéria-prima
neste cenário do Mar Mediterrâneo.
Para além do embate entre Atenienses e Persas, esse momento revela um dos poucos períodos de
unificação entre as pólis gregas, o que as caracterizava como uma única força política.
Atenas e Esparta mantiveram uma ligação muito forte e lideraram o embate contra os persas. Outras pólis
gregas também tiveram importantes papéis nesse processo. Ao final das Guerras Médicas, Atenas saiu como a
principal pólis do mundo grego, fortemente equipada militarmente e muito poderosa do âmbito político.
Foi nesse momento que surgiu a LIGA DE DELOS. Os políticos atenienses iniciaram um processo de
proteção econômica e militar às pólis gregas, uma aliança que ficou conhecida por Liga de Delos, por ter sido criada
em uma ilha com esse nome. O acordo da liga era simples: as pólis aliadas deveriam contribuir com soldados, navios
e dinheiro para organizar uma política de proteção aos participantes da liga. Em princípio o tesouro oriundo dessas
doações das pólis ficava localizado em Delos, mas posteriormente a riqueza foi transferida para Atenas. Aos poucos
a pólis grega de Atenas foi se tornando detentora de uma riqueza extrema. E é óbvio que teve gente que não gostou
da ideia.
A partir dessa política de imperialismo ateniense, em que a pólis arrecadava tributos de outras pólis para a
manutenção da segurança, outras pólis também reclamaram. Foi o caso de Esparta.
Esparta passou a liderar uma outra liga, a LIGA DO PELOPONESO. Tinha esse nome porque foi
estabelecida entre os países que compunham a região do Peloponeso. A Liga do Peloponeso estava do lado oposto
da luta política e econômica da Liga de Delos. Aqueles acreditavam que estes estavam exercendo um domínio maior
do que deveriam sobre a região grega. Para além disso, a questão política teve um peso relevante. Os espartanos
acreditavam que a política democrática ateniense entrava em conflito com seus ideais. Portanto, o conflito que se
desenvolveu entre a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta e a Liga de Delos, liderada por Atenas, teve um forte
caráter econômico e um caráter político ainda maior.
O que se viu a partir dessa disputa foi uma guerra muito longa (quase 30 anos!) e que destruiu física e
economicamente a região grega e suas diversas pólis. Esse conflito ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso.
Durante muito tempo Esparta liderou a Liga do Peloponeso e venceu o conflito contra Atenas e a Liga de Delos, até
que, a partir de 371 a.C., a pólis Tebas destruiu essa dominação.
As pólis gregas estavam enfraquecidas a partir do século IV a.C. Isso foi aproveitado por um grupo que não era
Grego, os Macedônios. A Macedônia era uma região que ficava próxima aos principais centros políticos e culturais
gregos. Com a crise grega, o rei Filipe da Macedônia organizou um exército para tomar algumas regiões da Grécia.
Em 338 a.C. os macedônios tinham conquistado o povo Grego. Isso quer dizer que a Grécia havia acabado? Não,
pelo contrário. É nesse período que se inicia o Helenismo, ou seja, o momento em que a cultura helênica, a cultura
grega, foi difundida por boa parte do mundo antigo.
Dois anos após a conquista da Grécia, Filipe morreu e em seu lugar assumiu seu filho Alexandre. O rei
Alexandre da Macedônia conseguiu manter sua força na Grécia e ampliou seu poder para outras regiões. Conquistou
povos na Ásia, na África (Egito) e em algumas regiões da Índia. Alexandre construiu um Império em dez anos de lutas
e conquistas, o que lhe render a fama de O Magno, ou como é conhecido até hoje: Alexandre, o Grande.
A maior questão é que, com esse vasto império, Alexandre não foi capaz de organizar um regime administrativo
eficaz. Diversas disputas políticas pelo Império fizeram com que a política interna ruísse.
A complexa junção de culturas diferentes, ocidentais e orientais, deu lugar ao mundo helenístico, ao período
conhecido como Helenismo. Foi nesse momento que a cultura de diversos povos se uniu e se difundiu pelo mundo
antigo.

Filosofia
Uma das heranças da Grécia antiga é a Filosofia, ou “o amor à sabedoria”. Entre seus grandes nomes está
Sócrates (469-399 a.C.), que acreditava que a felicidade dependia de levar uma vida baseada na moral, e que essa
moral poderia ser ensinada. Ele também acreditava que virtude é conhecimento, dessa forma a maldade é
ignorância. Outra grande figura filosófica é Platão (427-347 a.C.) que foi aluno de Sócrates. Platão estudou sobre a
ética, que questiona o conceito de justiça e expõe o governo ideal de acordo com sua concepção. Por fim, temos
Aristóteles (384-322 a.C.) que foi discípulo de Platão e o primeiro filósofo que separou a filosofia das outras ciências.
Inventou o primeiro sistema de lógica, estabeleceu as ciências biológicas e zoológicas, fundou a sua própria
universidade e foi um dos primeiros cientistas políticos. Além de ter educado Alexandre, o grande e criado neste
uma mente tipicamente grega.

ROMA

Há duas formas de estudarmos a formação de Roma. Por um lado, os romanos acreditavam que suas origens
provinham dos irmãos Rômulo e Remo, gêmeos que teriam sido levados pelo Rio Tibre (que cortava cidade de Roma)
e encontrados por uma loba, que cuidou das crianças até que um fazendeiro as encontrasse e criasse. Na história, os
gêmeos eram netos do rei Numitor, de Alba Longa. Numitor foi destronado por Amúlio e, quando os gêmeos
cresceram, teriam reconquistado o trono de Alba Longa e devolvido a Numitor. Contudo, com o crescimento da fome
de poder, Rômulo assassinou o irmão para ficar com a cidade, que passou a se chamar Roma, por conta de seu
governante.
Esse é o chamado mito fundador da cidade de Roma. A partir dele os Romanos criaram níveis de crença
sobre suas formações culturais, educacionais e militares
Entretanto, o que a Historiografia estudou ao longo dos anos ajuda a entender que a formação de Roma foi
bem diferente do que o mito fundador diz.
Três grupos de povos chegaram em regiões distintas naquele espaço da península Itálica: Italiotas, Etruscos
e Gregos.
Italiotas por volta do ano de 2000 a.C., Etruscos que chegaram no século VIII a.C. e os Gregos que
ocuparam a península quase no mesmo momento que os Etruscos.

Monarquia
A monarquia romana era dividida em:
- Rei;
- Senado;
- Assembleia Curial.
O rei tinha funções militares e religiosas e também julgava crimes e questões importantes daquela sociedade.
De modo geral, o rei era um dos membros dos etruscos, povos que povoaram aquela região, conforme vimos
anteriormente. O senado era um conselho formado por cidadãos romanos mais velhos (por isso a palavra senado,
que vem de senex=ancião). A Assembleia Curial era uma formação de diferentes soldados que eram agrupados em
cúrias (que nada mais eram do que grupos de clãs).
Já a sociedade romana era composta por patrícios (pessoas com muito dinheiro, os bem-nascidos,
considerados cidadãos), clientes (homens livres que prestavam serviço aos patrícios em troca de proteção), os
plebeus (homens e mulheres livres voltados ao comércio e um pouco aos trabalhos no campo) e os escravos
(cooptados inicialmente para pagamentos de dívidas e depois como prisioneiros de guerra).
De acordo com o que se tem escrito na História, após quase duzentos anos de monarquia, a elite econômica
romana, os patrícios, teriam se rebelado contra o rei, já que suas medidas acabaram levando o sistema a diminuir a
economia dessa elite. O rei caiu por essas dificuldades políticas e financeiras e em seu lugar teve início a primeira
experiência conhecida no mundo por república.

República
A República Romana era uma dos regimes políticos mais bem organizados do mundo antigo. Seu nível de
representação era alto, o que quer dizer que, para o bem ou para o mal, a experiência republicana romana repercutia
na sociedade. Falar em república romana não é o mesmo que falar em república hoje. Logo vamos entender o motivo.
Em Latim, o idioma falado em Roma nesse período, a palavra república quer dizer literalmente “coisa de todos”.
Para eles, a república deveria ser uma forma de governo em que todos tivessem possibilidades detomar decisões.
Apenas os patrícios tinham acesso às decisões políticas. Isso gerou muitos problemas na Roma republicana,
muitos conflitos, até que aos poucos os pebleus foram conquistando alguns poucos espaços, mesmo sendo a maioria
da população. Um desses espaços era o Tribuno da Plebe, em que uma pessoa oriunda da Plebe tinha poderes
importantes nas organizações políticas.
Essa república era governada por dois cônsules. Além deles haviam magistrados, pessoas que eram
consideradas superiores e que tinham poderes de governar junto com o Cônsul, ou neste caso, com os dois cônsules
existentes.
Nos séculos V e IV a.C. importantes conquistas da plebe foram realizadas na república romana. A Lei das Doze
Tábuas é um exemplo, já que através delas normas jurídicas foram escritas e organizadas, estabelecendo regras
práticas para que abusos contra a plebe não fossem mais realizados. É claro que a lei não causou uma revolução,
mas ajudou a definir por escrito o que podia ou não acontecer naquela sociedade.
Foi entre os séculos III e II a. C.que a melhor medida de expansão romana também desencadeou o fim da
República.

Expansão Territorial
A partir do ano de 264 a.C. Roma entrou em rota de conflito com Cartago, uma outra cidade importante,
localizada na África, que reivindica o monopólio do comércio marítimo.
Roma saiu como grande vencedora desse conflito que durou mais de 80 anos, reconhecido como “Guerras
Púnicas”, e liderou a troca de mercadorias pelo mar. A república romana cresceu de modo estarrecedor e em pouco
tempo a partir disso.
De modo geral, as conquistas militares que se desenvolveram nesse período trouxeram muita riqueza para
Roma, mas apenas para um grupo minoritário. Isso fez com que muitos grupos se revoltassem, criando um clima de
tensão política e desordem por toda a parte. No âmbito das instituições políticas também não foi diferente.

Império
Pode-se dizer que a primeira grande crise sofrida na república romana iniciou um processo que se desdobrou
na queda da república e início do Império. Isso porque Júlio César, um dos grandes comandantes militares durante a
expansão romana, assumiu todos os poderes em Roma e estabeleceu mudanças políticas e administrativas naquela
república. Essas mudanças, na prática, acabavam com a própria característica da república, pois a aristocracia tomava
muito mais poder do que a república previa. Esse fato desencadeou o assassinato de Júlio César por um aliado
político.
Após a morte de Júlio César, e principalmente a partir de 27 a.C., outro líder, Otávio, acumulou muitos poderes
e se tornou o líder do poder romano. Seu nome ganhou o adendo de “Augusto”, ou seja, o divino. O Império Romano
tomava forma, mas matinha algumas poucas características da república, como o Senado, ainda que funcionassem
apenas na aparência, figurativamente.
Esse primeiro momento do Império foi importante porque a partir dele diversas mudanças aconteceram. Uma
delas foi a profissionalização do exército e a outra foi a política de paz. Achou estranho? Não é por menos, já que
profissionalizar um exército que é criado para fazer guerras e promover a paz são medidas, aparentemente,
antagônicas. Mas no governo imperial de Roma essas duas medidas andaram juntas. A Pax Romana foi estabelecida
por Otávio Augusto a fim de que a imensa vastidão de terras, que somavam 4 milhões de quilômetros quadrados,
fosse bem governada.
No fim das contas isso significou também uma crise no sistema de escravidão da época, que era regido pelas
guerras. Os escravos eram capturados através das guerras e da expansão militar territorial.

CRISE DO IMPÉRIO ROMANO

Depois de três séculos de estabilidade, o Império começou a sentir os efeitos de uma mudança estrutural na
vida romana. Uma crise econômica muito grande atacou o poder central do Império. Com tantos governantes locais,
os níveis de tributos precisavam subir e não havia mais dinheiro para pagar os gastos.
A situação ficou ainda pior quando povos bárbaros, ou seja, que não pertenciam ao Império, começaram a
invadir e saquear as cidades romanas. Nesse momento o Império tinha sido dividido em duas partes: a ocidental e a
oriental. A sede que era ocidental foi transferida para o Oriente, numa cidade que ficou conhecida como Constantinopla.
As duas partes do Império eram assim divididas para uma melhor organização administrativa.

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