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ENSINO-APRENDIZAGEM
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
A educação está presente em nossa vida desde a mais tenra idade. Alguns
autores afirmam que desde os tempos antigos a educação já existia, porém, como ainda
não haviam instituições de ensino, o estudo acontecia em casa, intermediado pelos pais
por meio de plaquetas, sendo estas encontradas anos mais tarde pelos historiadores nas
cidades babilônicas, em pátios, jardins e outros espaços que se assemelham com os que
temos hoje para estudos, sendo locais mais tranquilos e confortáveis (MELATTI, 2004
apud SANTANA, 2010).
1
Graduado em Geografia pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG e professor da rede
estadual da Paraíba, [email protected];
2
Estudante do ensino médio na rede estadual da Paraíba, [email protected];
3
Estudante do ensino médio na rede estadual da Paraíba [email protected].
considerável, em todos os âmbitos, desde o pedagógico até o físico/estrutural. Porém,
neste estudo nos detemos a tratar das questões relacionadas à estrutura escolar, visando
investigar se elas influenciam ou não no processo de ensino-aprendizagem e, em caso
afirmativo, como se dá essa influência.
Optou-se por escolher este tema em virtude das condições precárias da escola
que encontra-se alocada em espaço alternativo (prédio alugado), pois o prédio próprio
não apresenta as condições estruturais mínimas de funcionamento, e, aguardando início
de um processo de reconstrução. Assim, todos os envolvidos na pesquisa passaram pela
situação de presenciar o processo educacional em condições estruturais desfavoráveis,
principalmente em tempo integral.
Desse modo, faz-se necessário que o ambiente escolar tenha estrutura adequada,
para que se desenvolva uma educação de qualidade que consiga favorecer as relações
sociais, estimulando e propiciando um melhor aprendizado (MIRANDA et al, 2016).
A respeito disso, Buffa e Pinto (2002) apontam que ocorrem erros na construção
das escolas desde seu projeto arquitetônico até o seu funcionamento, como por
exemplo, má localização, grande exposição ao barulho e proximidade a estradas.
Quanto ao funcionamento, não dispõem de nada que atraia a atenção, pelo contrário,
ocasiona muitas vezes repulsão devido a sua aparência interna e externa, já que possuem
espaços reduzidos não sendo favoráveis para suportar maiores fluxos de circulação de
alunos, professores e funcionários, bem como não possuem boa iluminação, tampouco
ventilação.
De certa forma, é sabido que este problema é enfrentado por muitas escolas no
Brasil, pois é algo inerente à nossa realidade, entretanto, pouco se fala a respeito de um
tema tão relevante. São escassos os estudos produzidos tratando dessa questão, porém,
expomos dados de uma pesquisa desenvolvida durante atividades de estágio em uma
escola da rede Estadual do Ceará que retrata a situação de tantas outras escolas.
Essa situação foi vivenciada por nós na ECIT Doutor José Duarte Filho, escola,
enquanto autores e integrantes desse espaço escolar, relatamos nossas experiências,
tanto na visão integrada de estudantes como de professor:
- “Enquanto estudantes, nós percebemos diante das ideias dos autores anteriormente
citados e das nossas experiências que, estudar em uma estrutura não projetada para
suportar uma enorme capacidade de alunos é um grande desafio que fomos sujeitos a
experienciar durante o tempo de aulas presenciais”;
A respeito disso, Elali (2003) indaga que o ambiente e suas condições como a
sonoridade da sala, iluminação tanto interna quanto externa, temperatura e ventilação
podem ocasionar além de um baixo rendimento aos alunos, problemas na saúde destes,
assim como também dos professores. Esses fatores impactam diretamente de forma
negativa no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista que afeta o desempenho
na condução das aulas por parte do professor e, consequentemente, no desempenho dos
estudantes.
- “Nesse mesmo viés, afirmamos ter convivido com esses mesmos problemas. Salas de
aula muito pequenas; cadeiras desconfortáveis e muito próximas, gerando conversas
paralelas e inquietação; ar-condicionados sem funcionar; falta de ventilação,
ocasionando um aumento da temperatura ocasionando um desvio no foco nas aulas.
Além disso, corredores bem estreitos, com pouca circulação de ar e superlotação nos
horários de intervalo e almoço”.
- “a nossa escola não apresenta essas boas condições nem em sala de aula nem nos
demais espaços, pois não existem locais para aulas práticas, não temos biblioteca, muito
menos laboratório de informática e por fim, a escola está localizada em um local com
bastante transitação de veículos, gerando muito barulho desnecessário, quebrando
muitas vezes a atenção nas aulas”.
Estes espaços para além da sala são indispensáveis, pois segundo Fonseca
(2014, p. 121) “[...] muitas aprendizagens podem ser consolidadas no ambiente escolar,
pois são momentos em que estão de certa forma mais livres e receptivos para se
relacionarem e também vivenciarem a ludicidade”.
Ainda com base nos estudos deste autor, isso ocorre porque o espaço escolar,
principalmente a sala de aula, é, de certa forma, um espaço limitado, permeado de
regras comportamentais e, ao se encontrar em um espaço aberto, ao ar livre, no pátio ou
ginásio de uma escola, onde as regras mais comuns de não conversar, não utilizar
aparelho celular, entre outras, são mais propensas a acontecerem, fazendo com que as
vivências lúdicas se tornem experiências espontâneas e atrativas, livrando em certa
medida a tensão dos estudantes.
Por isso é importante que esse ambiente educacional seja completo, com todos
os espaços necessários para o processo de ensino-aprendizagem ser o mais eficaz
possível. Nessa mesma linha de raciocínio, Santana (2010) afirma ser o ambiente um
espaço que possui significados, afetividades e culturas, assim sendo, está permeado de
signos, símbolos e marcas das pessoas que nele vivem, têm experiências, organizam e
produzem. Ainda segundo a autora, as escolas precisam ser mais bem planejadas,
tornando-se assim mais alegres, acolhedoras e contagiantes, pois "A escola representa as
luzes, a vitória da razão sobre a ignorância [...]" (SOUZA, 1998, p. 174 apud BUFFA;
PINTO, 2002, p.49).
Diante destes argumentos, corroboramos com a ideia de que “Se não há uma boa
sala de aula que ofereça as mínimas condições de comodidade, tanto para o aluno
quanto para o professor, esse processo será defasado” e para além da sala de aula ainda
são necessárias “[...] instalações e materiais de qualidade, pois o processo de ensino-
aprendizagem é muito complexo e requer mais do que estrutura, ele requer competência
e habilidade” (MONTEIRO e SILVA, 2015, p. 28) e compreendemos que estas
qualidades estão interligados, uma vez que um interfere diretamente no outro.
A partir das leituras e discussão das obras e das nossas experiências enquanto
autores e indivíduos inseridos no ambiente escolar, ressaltamos de que todos os sujeitos
que fazem parte deste ambiente, que não tenham condições ideias para efetivação do
processo de ensino-aprendizagem se tornem conscientes da realidade na qual se
encontram e se engajem na busca pelo objetivo de vindicarem por uma escola que
forneça espaços propícios à aprendizagem e à melhoraria significativa das práticas
escolares. Aos que já contam com boa estrutura, recomendamos que cuidem muito bem,
pois é neste ambiente que se encontra o futuro da nossa nação e devemos aproveitar
boas oportunidades para torná-los protagonistas, jovens decididos, com senso crítico,
responsáveis, autônomos, solidários e competentes.
REFERÊNCIAS