Figuras de Linguagem (Teoria)

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E. E.

“Coronel José Ildefonso”


Ensino Fundamental II -7º ano
Disciplina: Língua Portuguesa - Professora: Aline

FIGURAS DE LINGUAGEM

Primeiramente, é preciso recordar dois conceitos fundamentais, a fim de assimilar,


dominar o uso das figuras de linguagem. Os conceitos dizem respeito aos termos denotação e
conotação.
Entende-se que ocorre a denotação quando a palavra é empregada em sua significação
usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária. Exemplos: Já é a quinta vez
que perco as chaves do meu armário; Aquela sobremesa estava muito azeda, não gostei. Já a
conotação ocorre, quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo,
possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de atribuir
às palavras significados diferentes de seu sentido original. Exemplos: A chave da questão é você
ser feliz independente do momento; Margarida é uma mulher azeda, está sempre de péssimo
humor.
O que são Figuras de Linguagem? São recursos de nosso idioma, a fim de tornar as
mensagens que emitimos mais expressivas e significativas. Podem acontecer no nível
fonológico, morfológico, sintático e semântico. As Figuras de Linguagem são divididas em:

Figuras de Pensamento - figuras que se destacam no campo das ideias: Antítese; Paradoxo;
Personificação; Hipérbole; Ironia; Sinestesia; etc;
Figuras de Palavras - as que são apresentadas no sentido conotativo; relação simbólica das
palavras: Pleonasmo; Comparação ou Símile: Metáfora; Metonímia; Ambiguidade; etc;
Figuras de Construção ou sintaxe - - figuras que dizem respeito à estrutura do texto: Elipse;
Polissíndeto; Anáfora; Anacoluto; Hipérbato; etc;
Figuras de Som - sonoridade das palavras; musicalidade: Assonância; Aliteração;
Onomatopeia; Cacofonia; etc.
A seguir, são apresentadas diversas Figuras de Linguagem com conceitos e exemplos.

Antítese - recurso que associa palavras ou ideias de sentidos opostos. Atenção: não há uma
contradição como no Paradoxo, pois só enfatiza o contraste das palavras - riqueza e pobreza,
guerra e paz, alegria e tristeza, amor e ódio, dormir e acordar, continuar e parar, claro e escuro,
dentre outros.
Exemplos: “Eu sou teu tudo, sou teu nada”; Morte e Vida Severina.

Paradoxo (ou Oxímoro) - recurso que consiste em fundir elementos opostos, de maneira a ferir
com a lógica, o que indica uma contradição.
Exemplos: “Minha alegria é triste”.
“Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos.”

Personificação (ou Prosopopeia) - recurso que concede características de pessoas a


elementos não humanos, como objetos, plantas e animais. A Personificação indica uma
qualidade que é especificamente humana.
Exemplos: “As casas espiam os homens”; O ventilador berrava; A Igreja canta bem; As árvores
dançam.
Hipérbole - recurso que consiste em enfatizar uma ideia, por meio de expressões exageradas.
Exemplos: Estou morrendo de frio.
“Se fosse contadas todas as lágrimas desde Adão e Eva não chegaria as que derramo por
Capitu”; Dormi a semana toda; Todo mundo sabe isso.

Ironia - recurso que consiste em fazer uma afirmação com a intenção de dizer algo diferente ou
com sentido contrário do que é dito.
Exemplos: “Mais rápido que uma tartaruga”; #sqn; “Mais fácil japonês em braile”; Ele é tão
corajoso que correu ao ver o rato.

Sinestesia - (syn em grego quer dizer união + esthesia – significa sensação. Vem da palavra grega synaísthesis, cujo
significado é “sentir junto” ou “sentir ao mesmo tempo”) - recurso que ocorre quando as sensações e sentidos
se misturam. Isto quer dizer que podem estar reunidas em um mesmo contexto com diversos
sentidos.
Exemplos: Dirigiu-me uma palavra amarga e fria; “Despertara-a um grito áspero, vira de perto a
realidade”; O cheiro doce da infância; Com aqueles olhos frios, disse que não gostava mais da
namorada.

Pleonasmo - consiste na repetição de uma palavra ou expressão na mesma frase, sendo que o
significado é o mesmo. Do ponto de vista gramatical, é redundante.
Exemplos: “Vamos fugir pra outro lugar, baby”; dupla de dois; sair pra fora; Subiu pra cima
agora; Há dez anos atrás.

Comparação (ou Símile) - recurso que consiste em estabelecer um paralelo entre dois termos
de forma explícita. Desse modo, são usados conectivos de comparação (como, assim, tal qual)
para mostrar a relação de elementos.
Exemplos: Ele é bravo como uma fera; “Como se fosse flor, você me rega”.

Metáfora - vínculo, relação de aproximação de elementos, de forma implícita, em que, muitas


vezes, são usados verbos de ligação.
Exemplos: Aquele menino é um gato; “Você é luz, é raio, estrela e luar”; A Amazônia é o pulmão
do mundo; “Meu pensamento é um rio subterrâneo”; “Dos meus olhos escorreram pérolas”.

Metonímia (ou Sinédoque) - é o uso de uma palavra para representar algo muito próximo a ela.
Acontece, por exemplo, quando o nome de uma marca representa o produto, quando a causa se
refere ao efeito, ou quando uma parte substitui o conjunto todo.
Exemplos: Lia Machado de Assis; Comprei um danone; Alimento cinco bocas (pessoas);
Comprei um Iphone; Ando de BMW.

Ambiguidade - ocorre quando uma frase apresenta duplo sentido, confundindo a interpretação.
Exemplos: “Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente”; “A vaca da minha cunhada
pulou a cerca”; “Eu estava ali, esperando próximo ao banco”; “Vi a briga na rua”.

Elipse - quando algum termo da oração é oculto, mas é possível identificar qual
é palavra por meio do contexto.
Exemplos: Ela estava atrasada, chamou um táxi; Fiz uma redação hoje (termo oculto -
eu fiz).

Zeugma - recurso que omite um termo que já foi mencionado na oração.


Exemplos: Ele gosta de Biologia, eu de Geografia; Comprei o lápis, ele, a
caneta.

Polissíndeto - repetição de conectores para enfatizar o texto.


Exemplos: “Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e
ensanguenta, e rola, e tomba, e se despedaça, e morre.” (Olavo Bilac);
Estudei e fiz uma lista de exercícios e mais outra.

Assíndeto - consiste na supressão (eliminação) de um conectivo entre elementos coordenados.


Exemplos: Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei. / “Todo coberto de medo, juro, minto,
afirmo, assino.”
Anáfora - consiste em repetição de palavras ou grupo de palavras no início da
sentença, a fim de enfatizar o termo repetido.
Exemplos: “É pau, é pedra, é o fim...”; “Tudo é silêncio, tudo calma, tudo mudez.”

Anacoluto - consiste em deixar um termo solto na frase. Isso ocorre, geralmente, porque se
inicia uma determinada construção sintática e depois faz a escolha por outra.
Exemplos: Esse seu jeito, sua forma de falar me incomoda; Essechapéu que está na moda, você
que gosta de chapéu devia comprar um.

Hipérbato - recurso de inversão da ordem direta da frase (sujeito - objeto - complementos).


Exemplos: Dorme tranquila a menina. (Ordem direta - A menina dorme tranquila); Batia
acelerado meu coração; “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas”.

Assonância - consiste na repetição de sons vocálicos.


Exemplos: Aurora ama os animais; “Na messe, que enlourece, estremece a quermesse...”

Aliteração - consiste na repetição de sons consonantais.


Exemplos: Vim, vi, venci; O rato roeu a roupa do rei de Roma; “Chove chuva, chove sem parar.”

Onomatopeia - recurso que consiste na tentativa de reproduzir graficamente efeitos sonoros.


Exemplos: “O tique-taque do relógio me lembrava que tinha poucas horas para terminar a
prova”; Chega de blá-blá-blá-blá!

Cacofonia - consiste na junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma mais as sílabas
iniciais da outra), a fim de tornar o som diferente e criar um novo significado.
Exemplos: “Eu beijei a boca dela”; “Ovo e uva boa”; “Eu vi ela próximo ao bar”; “Ela tinha uma
saia longa”; “Vou te dar uma mão nessa tarefa; “A prova valia 5 pontos, um por cada acerto”.

Paronomásia - consiste no uso de palavras iguais ou com sons semelhantes, mas que têm
sentidos diferentes.
Exemplos: “Quem casa, que casa”; “Conhecer as manhas e as manhãs/O sabor das massas e
das maçãs”.

Eufemismo - consiste em atenuar, amenizar um pensamento desagradável ou chocante.


Exemplos: Partiu dessa para melhor (morreu); Ele descansou, meu filho; Ele sempre faltava com
a verdade (mentia); “Alma minha gentil, que te partiste”.

Gradação - consiste em apresentar uma sequência de palavras que intensificam uma ideia.
Exemplos: “Sem luz, sem ar, sem razão”;
“Porque gado a gente marca,/ tange, ferra, engorda e mata,/ mas com gente é diferente.”

Catacrese - ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-
se outro por empréstimo.
Exemplos: Céu da boca (palato duro); Eu vou embarcar no ônibus; O pé da mesa estava
quebrado; Não sente no braço do sofá; Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida;
“Vamos enterrar este assunto” (esquecer).

Apóstrofe - consiste na interpelação (chamamento, invocação) enfática de pessoas ou seres


personificados.
Exemplos: “Senhor Deus dos desgraçados!/ Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)
“Ô pacato cidadão, eu te chamei a atenção/ Não foi à toa, não...”

Perífrase - recurso que utiliza uma expressão que designa um ser por meio de alguma de suas
características ou atributos.
Exemplos: O ouro negro foi o grande assunto do século (petróleo); O melhor amigo do homem (o
cão).

Alusão - caracterizada pelo uso de uma referência ou citação a um fato ou pessoa (real ou
fictícia), necessariamente conhecido pelo interlocutor.
Exemplos: Meu computador foi invadido por um cavalo de Tróia; “Eles estavam apaixonados
como Romeu e Julieta”.

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