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DAS PESSOAS

Professor Felipe Martarelli


Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -
CÓDIGO CIVIL 2002

PARTE GERAL PARTE ESPECIAL

Livro I Livro II Livro III Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V
Direito
Das Negócio D. das D. de D. das D. Família
Dos Bens Das
Pessoas Jurídico Obrigações Empresa Coisas Sucessões

Art. 1 Art. 79 Art. 104 Art. 233 Art. 966 Art. 1.196 Art.1.511 Art. 1.784
ao 78 ao 103 ao 232 ao 965 ao 1.195 ao 1.510-E ao 1.783- A ao 2.027

Transf.
Patrimonial
Causa mortis
Felipe Martarelli
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Art.1° - Toda pessoa é capaz de Direitos e Deveres na ordem civil.

O art. 1° do atual Código, trouxe uma grande modificação em relação ao Código Civil de 1916, neste o artigo
não dizia que toda pessoa é capaz, mas que “todo homem” é capaz.

Outro ponto que devemos levar em conta é que este artigo, o qual entende dar Direitos e deveres aos cidadãos
nem sempre vigorou em nosso ordenamento jurídico, se voltarmos ao tempo da escravidão, estes não possuíam Direitos,
tendo em vista que eram consideramos meros objetos.

Assim com a evolução do ser humano e da própria sociedade, a qual muda o pátrio poder pelo poder familiar,
muda a nomenclatura para que trate a todos da mesma maneira, ou seja, por mera existência ao homem já é dado sua
personalidade.

Capacidade é aptidão da pessoa para exercer por si mesma os atos da vida civil. (Regra Geral)

Segundo o mestre Clóvis Bevilaqua “trata-se da aptidão genérica para se titularizar direitos e obrigações, ou
seja, é a qualidade para ser sujeito de Direito”.
Os Animais e objetos inanimados não podem ser sujeitos de Direitos, quando muito objetos de Direitos.
Felipe Martarelli
- Professor -

Capacidade de Capacidade de Fato


Gozo ou de Direito ou Exercício
DIFERENÇA ENTRE ABSOLUTAMENTE E RELATIVAMENTE INCAPAZ
A primordial diferença entre o Absolutamente e o Relativamente incapaz é o GRAU
INCAPACIDADE de sua incapacidade, assim o primeiro merece uma maior proteção que o segundo,
em nosso ordenamento jurídico a incapacidade esta elencada no art.3° e 4° do CC.
Conceito: Como já relatamos a capacidade é a aptidão da
pessoa natural para exercer por si mesma os atos da vida civil, Ato Nulo Ato Anulável
todavia esta, requer certos requisitos, sem os quais a pessoa
natural não terá plena capacidade, ou seja, significa que em
regra todos podem exercer pessoalmente tais Direitos. É o ato elencado no art.166 do CC, É o ato elencado no art.171 do CC,
O ordenamento jurídico levando em conta a idade, saúde e onde diz: quando praticado não neste caso a incapacidade é menos
desenvolvimento mental/intelectual do indivíduo, tenta protege- possuirá efeitos, ou seja, é como segrave, assim o ato pode ser
lo de seus próprios atos, não lhes permitindo o exercício não existisse para o mundo convalidado/ratificado, ou seja,
jurídico. possui efeitos que podem ser
pessoal dos Direito.
anulados e caso o incapaz faça
Silvio Rodrigues “A incapacidade é o reconhecimento da Assim tal grau de incapacidade não
assistido pelo representante legal
inexistência em uma pessoa, daqueles requisitos que a lei acha pode ser ratificado/convalidado,
este terá eficácia total.
indispensáveis para que ela exerça os seus Direitos”. devendo ser declarado ineficaz pelo
TEORIA DA INCAPACIDADE: O intuito do legislador ao juiz. EX: Adolescente de 17 anos
tonar determinadas pessoas incapazes, nada mais é do que compra um carro, se o pai ratificar,
EX: Garoto de 13 anos que efetua
protege-las de si mesmas, ou seja, preservar seus interesses, o negócio é valido e eficaz.
compra e venda de Carro.
lembrando que somente tem essa proteção as pessoas que são
definidas como incapazes por lei; uma vez que a regra é a
capacidade.
Felipe Martarelli
- Professor - INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art.2° - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção,
os Direitos do Nascituro.

Em qual momento a pessoa física/natural adquire


personalidade?
Art.2° - 1ª Parte: A personalidade se adquire é no
nascimento com vida , o qual entende-se o
funcionamento do aparelho cardio-respiratório,
ainda que por um mínimo período, logo após a
separação da criança com as vísceras maternas,
sem importar também se o parto se deu por meio
natural ou artificial (cesariana).

Se formos estudar com Direito comparado, podemos perceber que não são todos os países que
adotam tal postura, se pegarmos por exemplo o art. 30 do Código Espanhol, este exige que a
pessoa nasça com forma humana e tenha um tempo mínimo de sobrevida.
Já no Direito brasileiro, a luz do P. da Dignidade da pessoa humana, não exige nenhum destes
requisitos.
Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 2° - 2ª Parte: trata-se de uma questão de alta indagação, isto porquê, a 2ª parte do mesmo dispositivo reconhece ao nascituro direitos como
se dotado de personalidade jurídica fosse.
Existem 03 teorias sobre o Direito de personalidade:
1ª Teoria Natalista: De acordo com esta corrente o Direito a personalidade somente seria adquirido a partir do nascimento com vida, de maneira
que o nascituro teria mera expectativa de direitos ( Silvio Rodrigues, Maria Helena Diniz, Eduardo Espínola).
2ª Teoria Condicional ou Condicionalista Formal: O nascituro seria dotado de uma personalidade formal tão somente, ao que se refere ao
Direito Personalíssimo. Os efeitos patrimoniais só seriam considerados pessoas a partir do nascimento com vida e sobre esta condição. (Código
napoleônico)
3ª Teoria Conceptista: O nascituro é pessoa desde a concepção inclusive para efeitos patrimoniais. (Direito Frances atual)
A nossa legislação Pátria protege o nascituro em diversos dispositivos, reconhecendo-lhe Direito e não mera expectativa como por exemplo a Lei
11.804 que reconhece alimentos em favor do nascituro; ou ainda o entendimento do STJ que já admitiu indenização por danos morais em favor
do nascituro (Resp 399.028/SP).
Assim podemos concluir que a Teoria adotada em nosso país é a Teoria Natalista , em sua forma mitigada, ou seja, aplica-se tal teoria mas não
a coloca de forma absoluta, ao nosso ver é a melhor opção a ser adotada depois da teoria Francesa atual.

Nascituro é o ente concebido porém ainda não nascido, na lei brasileira este é considerado desde a Nidação, ou seja, desde que o ovulo
fecundado grude na parede do útero, diferentemente da T. da fecundação ou T. Neurológica.
O natimorto é aquele nascituro que nasce sem vida.
Felipe Martarelli
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ABSOLUTAMENTE INCAPAZES

São aqueles que a lei entende ter maior necessidade de proteção, ou seja, são aqueles que não podem, por si só, praticar qualquer ato da vida
civil. Neste caso, podemos entender que a lei não permite que o Absolutamente incapaz exprima sua vontade, devendo esta ser desprezada em
sua totalidade.

Consequência: O ato é nulo!

Assim Todo e qualquer ato praticado por um absolutamente incapaz tem que ser feito por representação dos pais, tutores ou curadores.
REPRESENTADO

Art.3° - I – Menores de 16 anos.


Nosso ordenamento jurídico ensina que o ser humano até 16 anos não possui discernimento sobre o que lhe convém ou não, deixando este
como absolutamente incapaz para atos da vida civil.

Neste caso entende-se que o desenvolvimento intelectual não é apto, nem está adaptado para a vida social, devendo ser apenas detentores da
capacidade de direito.
Felipe Martarelli
- Professor - RELATIVAMENTE INCAPAZES
São aqueles que a lei entende necessidade de alguma proteção, porém menos do que os Absolut. Incapazes, neste caso o relativamente incapaz tem sua vontade
ouvida pelo ordenamento jurídico, todavia, esta está condicionada, se este for assistido por seus representantes.
Consequência: ANULÁVEL. Assim para ser convalidado, o ato deve ser assistido pelos representantes. ASSISTIDO
Art. 4° - I – Maiores de 16 e menores de 18 anos.
O CC/16 trazia que a incapacidade relativa era até os 21 anos, todavia o atual código demonstra que esta será até os 18 anos apenas.
Neste caso a lei entende que o sujeito já possui algum discernimento para atuar em sua vida social, mas que ainda precisa ser assistido por um representante capaz.
Neste caso o pai/tutor irá VALIDAR o ato do menor, temos que destacar que neste caso é o próprio menor que atua em seu nome, assim como é a sua vontade que
está dando existência ao negócio jurídico.
OBS: Art. 180 CC – Traz uma equivalência entre o P. da proteção ao incapaz e o P. da Boa-fé, assim não oferece proteção ao menor que já sabe a diferença entre o
certo e o errado e agi de forma errada.
EX: Adolescente de 17 anos, diz em uma compra e venda que tem 18, efetua esse negócio jurídico e depois requer a anulação do ato por sua própria incapacidade.
II – Os ébrios habituais, viciados em tóxicos
III – Aqueles que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade..
IV – Pródigos.
São aqueles que gastam demasiadamente, sem controle, a ponto de destruir seu patrimônio ou o patrimônio familiar, neste caso o juiz deve nomear um curador para
cuidar de seus bens. É proteção ao incapaz contra sua própria obsessão de gastar.
Neste caso a proteção da lei estende-se ao patrimônio familiar.
OBS: O curador do pródigo (art. 1782CPC) somente deverá assisti-lo em atos de repercussão patrimonial,
Felipe Martarelli
- Professor -

OBS: Em relação a
capacidade dos índios o
CC não fala, mas a lei OBSII: A idade
6.001/73 diz que os atos avançada
destes serão nulos, salvo (senilidade) por si
quando o índio tiver só não é causa de
consciência e
incapacidade civil.
conhecimento dos atos
praticados, ou seja, deve
ser verificado caso
a caso.

Maioridade se dá com 18 (dezoito anos) completos, para Washington de barros Monteiro se concretiza no primeiro
segundo do dia, não havendo necessidade de aguardar o horário de nascimento

Todas imagens foram tiradas do google


Felipe Martarelli EMANCIAPAÇÃO
- Professor -
Conceito: instituto jurídico pelo qual antecipa-se a capacidade plena, para Silvio Rodrigues é a
“aquisição da capacidade civil antes da idade legal”.

Voluntária Judicial Legal

Art. 5° §ú I 2ª parte Art.5° §ú


Art. 5° §ú I 1ª parte.
II – Casamento.
O juiz ouvindo o tutor pode ser A partir dos 16 anos os noivos podem se casar, casando
Este tipo de emancipação é concedida emancipado desde que tenha pelo menos estarão automaticamente emancipados, mesmo que haja
posterior divorcio ou viuvez.
pelos pais ou por um deles, em caráter 16 anos.
irrevogável, mediante instrumento
III – Pelo exercício de emprego público efetivo
público, independentemente de
EX: Militar com 17 anos, uma vez que o próprio estado
homologação judicial, e que o menor reconhece maturidade no indivíduo.

tenha pelo menos 16 anos.


IV – Colação de grau em ensino superior.
Obsoleto em nosso país, tendo em vista o baixo índice
Silvio Venosa: Se for para fraudar intelectual, além de que o ensino fundamental e médio
demoram 11 anos e o superior mais 03 anos, o que tornaria
patrimônio e não pagar dívidas, o pai praticamente impossível.

responde até os 18 anos.


V – estabelecimento civil ou comercial, ou relação de
emprego com economia própria e mínimo de 16 anos.
Felipe Martarelli EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA OU NATURAL
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De acordo com o art. 6° do CC a morte determina o fim da pessoa física, e tem como critério cientifico a parada da função
encefálica, ou seja, a morte cerebral, de acordo com a resolução 1490/87 e 1826/07 do CFM.
Deverá ser atestado por médico, pela certidão de óbito, porém quando não houve médico na região, poderá ser atestado por
02 testemunhas.

MORTE PRESUMIDA

Presume-se que tenha morrido a pessoa natural, mesmo sem comprovação de laudo pericial médico ou de duas testemunhas,
ou ainda sem declaração de Ausência quando:
1° - for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. Assim neste caso é necessário que a pessoa tenha
sido vista, pela última vez em situação que geralmente cause morte, mesmo que o corpo não tenha sido encontrado.
Silvio de Salvo Venosa: Tudo que é presumido é altamente provável, mas não constitui certeza.
Ex: Pessoa levada por tsunami para dentro do mar.
2° - Quando alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado em até 02 anos após o término da
guerra. Neste caso é necessários dois requisitos o lapso temporal de 02 anos mais o não retorno.
E assim de acordo com o §ú que é extremamente necessário ter sido feito todos os esforços possíveis para encontrar a pessoa
desaparecida, e após estar buscas deve a sentença declarar a data do óbito.
Felipe Martarelli
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COMORIÊNCIA

Conceito: Pessoas com ligações sucessórias falecendo em um mesmo evento, ou seja, “morte em conjunto”. Ex: Pai, Mãe e
Filho morrem em queda de avião.

Assim se 02 ou mais pessoas falecem na mesma ocasião e não puder se averiguar a ordem, presumir-se-ão simultaneamente
mortos (comoriência).
➢ Neste caso, a consequência é a mesma de quem não herda, é como se tivesse falecido antes de herdar.

EX1: Se C herdar e morrer depois os avós vão receber. EX2: Se C não herdar e AB morrerem depois os avós
recebem o respectivo apenas dos seus filhos.
Separação total de bens entre A e B
Separação total de bens entre A e B

D/E F/G
D/E F/G
(75.000) (75.000) (75.000) (75.000)
(50.000) (50.000) (100.000) (100.000)

A(100.000) B(200.000)
A(100.000) B(200.000)
C
C
(300.000)
(0)
Felipe Martarelli
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AUSÊNCIA

Conceito: Quando ocorrer de uma pessoa desaparecer sem deixar notícias. Ex: Procura-se em jornais. Sai para comprar leito e
nunca mais volta.

Não seria razoável que os herdeiros não recebessem a herança ou que os credores não fossem devidamente pagos, assim, o art.
22 do CC autoriza a declaração de ausência.

OBS: Pessoa que sai e diz que irá viajar o mundo e não sabe quando volta NÃO É AUSENTE.

Para Washington de Barros Monteiro Ausência é a falta de noticia cumulada com a não presença e decisão judicial.

Declara 01 ou 03 anos 10 Anos


Ausência Sucessão Provisória Sucessão Definitiva
I-------------------------I-----I----------------------------------------------I
Felipe Martarelli
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DIREITOS DA PERSONALIDADE

CONCEITO: A personalidade não possui conteúdo econômico direto ou imediato, sendo um bem imaterial e incorpóreo, que
da ensejo ao que chamamos Direitos Personalíssimos. Esta ideia tem com carro chefe que defende sua existência, o jus
naturalismo. Elpídio Donizetti “A ideia é garantir ao ser humano a realização plena da sua condição de pessoa”.

Ex: Direito a vida, Liberdade, manifestação do pensamento, Direito a imagem, privacidade, D. ao próprio corpo, doação,
transplante de órgãos etc...

Objetivo do Direito da personalidade é para que seja possível a existência e convivência dos seres humanos. O CC02
introduziu um capitulo especifico e exclusivo ao D. das personalidades, que vai do art. 11 ao 21 do mesmo, mas vale salientar
que estes Direitos são protegidos em 02 níveis distintos, no CC como visto e na própria constituição RFB88.

Os Danos oriundos da violação ao D. da personalidade acarretam o chamado dano moral.

Conteúdo mínimo da dignidade da pessoa humana: a-) Integridade física e psíquica b-) Liberdade e igualdade c-) Direito ao
mínimo existencial.
Felipe Martarelli
- Professor - Direito da personalidade da Pessoa Jurídica:
A PJ não dispõe dos direitos a personalidade (art.52Cc), mas tem proteção diferida a estes. A proteção dos direitos da personalidade é aplicada as PJ no que
couber, ou seja, naquilo que sua falta de estrutura biopsicológica permita exercer.
EX: sumula 227 STJ “pessoa jurídica pode sofrer danos morais”
Há na doutrina quem entenda não caber danos morais. En286 da jornada de Direito Civil (minoritário) .
CARACTERÍSTICAS:
1º - São inatos ou originários, ou seja adquire-se com o mero nascer com vida, são reconhecidos em favor do natimorto “JUS NATURALISMO”.
2º - Vitalícios ou perpétuos, uma vez que duram a vida toda, e em alguns casos até mesmo após a morte, hipóteses de proteção dos D. da personalidade pós
morte:
- Sucessão Processual, quando a vítima sofreu lesão a sua personalidade e promoveu ação, porém faleceu no curso do procedimento. Neste caso os herdeiros se
habilitarão para dar prosseguimento ao processo.
- Transmissão, Quando a vítima ainda viva sofre lesão a personalidade, vem a falecer sem propor a ação, assim de acordo com art.943 cc02, tem o espólio
legitimidade para propor a ação, neste caso transmite-se mera reparação pecuniária e não o D. personalíssimo em si.
- Lesados indiretos, art.12 §ú, quando a lesão a personalidade ocorrer após a morte do titular, trata-se de uma lesão dirigida ao falecido que atinge indiretamente
seus familiares. (Pede-se em nome próprio) OBS: quando falamos em familiares, estamos falando em no sentido amplo da acepção, ou seja, inclui-se
companheiro, união estável, noivos....
3º - Inalienáveis ou extrapatrimoniais, não podem ser vendidos uma vez que não possuem valor econômico, mas geram indenização de danos morais.
4º - Absolutos, podem ser opostos “erga Omnes”, ou seja opõe-se contra todos.
5º - Impenhoráveis, não se admite constrição judicial.
6º - Imprescritíveis, não há prazo, ninguém perde o Direito pelo seu não uso, mas tem prazo prescricional para reclamar de indenização, neste caso 03 anos
(art.189CC).
Actio nata: Significa que o prazo começa a correr da data do conhecimento do fato e não propriamente deste (S278)
Felipe Martarelli
- Professor -
Ninguém por ato voluntário, pode dispor do seu Direito a personalidade como Ex: renuncia a sua liberdade.

É admitido porém, restrição voluntária, cessão de imagem, abrir mão da privacidade, assim como doar órgãos
dúplices. Mas tirando esta última devem todas serem por apenas um período razoável de tempo.

A restrição não pode ser genérica, deve incidir especificadametne sobre um ou outro direito, ex ceder a imagem
não a honra.

ART. 11 CC
7º - Irrenunciáveis OBS: não pode em nenhuma hipótese violar a dignidade do titular, mesmo que o titular diga de possa, aplicação
direta da crfb88.
8º - Intransmissíveis.
9º - Indisponíveis. Conflito entre D personalidade e liberdade de imprensa ou expressão:

A nossa jurisprudência entendeu que deve ser feita pela ponderação entre os interesses, ou seja, a solução é
sempre caso a caso. Tem direito da personalidade as celebridades e pessoas públicas, mas sofrem uma mitigação,
uma vez que seu oficio exige uma flexibilização Ex: jornal colocar a foto de um jogador na capa, sobre o jogo do
dia anterior, só responde se houver abuso ou desvio de finalidade. (Quem está junto sofre essa mitigação)

Obs: Quando falamos em programas televisivos que sensacionalistas nos quais pessoas autorizam que seu
comportamento seja monitorado e divulguem permanentemente sua imagem, é mera representação cênica, teatral
ou artística, uma vez que estariam renunciando negocialmente a Direitos irrenunciáveis.
Felipe Martarelli
- Professor - Art. 12 – Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.

É muito utilizado nestes casos o chamado dano moral para reparar o dano causado ao D. da personalidade, todavia o CPC
oferece instrumentos para que além da reparação seja feita a cessação da lesão ou ameaça.

Assim de acordo com art. 461 do CPC O juiz fará o que é necessário para que conflito de interesses seja resolvido. Pode
o juiz conceder essa modalidade de tutela liminarmente ou após justificação, como por exemplo determinar que o réu
cesse a utilização indevida do nome, ou pare com a invasão de privacidade.

Tutela inibitória Sub-rogação

Caso das astreintes, multas Juiz atua como deveria ter


diárias. atuado a parte, ex, manda
tirar o vídeo do youtube a
parte não tira, ele mesmo
tira.
Felipe Martarelli TIPOS DE TUTELA
- Professor -

TUTELA ESPECÍFICA TUTELA REPARATÓRIA


Mandado de distanciamento, entende o STJ que a Tem natureza compensatória, dano moral não
distância deve ser calculada em caso concreto, como mero sentimento negativo (vergonha,
no caso do programa pânico que não podiam chegar a humilhação.), decorre da violação da
300 da Carolina Dickman. personalidade, os sentimentos negativos
Cabe prisão para tutela específica? servem para fixação do dano, ou seja, o
1ª corrente: Eduardo Talamini – Não, os casos de quantum, Violação in re ipsa da própria coisa,
prisão civil estão taxativamente na CRFB88 basta apenas provar a violação a
(minoritário) personalidade.
2ª corrente: Marinoni / Didier - sim, uma vez que (S.375 STJ)
esta prisão decorre de descumprimento de ordem
judicial e não ilícito civil, tendo o juiz que fixa-la no
caso concreto.(majoritário).
Felipe Martarelli
- Professor -

DANO MORAL

Honra Imagem Integridade Física


(Moral) (Privacidade) (estético)

Dano causado a psique A imagem também


humana, um abalo corresponde a voz
mental ou um machucado sonora.
emocional grave.

Questão uma voz refeita


OBS: não se confunde por IA tem proteção
com mero aborrecimento judicial?

STJ : Súmula 387 “é licita a cumulação das


indenizações de dano estético e dano moral”
Felipe Martarelli
- Professor - Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física ou contrariar os bons costumes.

É possível dispor do corpo quando não implicar em diminuição permanente da integridade física como brincos, piercing e Tatuagens.
Para Silvio Venosa é no sentido que ninguém pode ser constrangido a invasão do seu corpo sem seu consentimento.
A lei 9.434/97 – A qual trata sobre remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para transplante e tratamento, diz que pode ser
transplantado tecido, sangue, esperma, óvulo, órgãos dúplices e medula óssea
(Art.9 §3º). TEM OBRIGATORIAMENTE QUE SER FEITO EM CARÁTER GRATUITO.

“WANNA BE” que é o sentimento de repulsa de uma determinada parte do corpo e por isso que amputa-la, é proibido no brasil.
Porém oriundo de exigência médica como relara o art.13 é permitido diminuição permanente. Ex: Amputação médica.

Situações Jurídicas complexas:


a-) Barriga de "aluguel", também conhecida como gestação em útero alheio esta elencada na Resolução do CFM 1.358/92, a qual
permite a prática. Todavia, é necessário que as pessoas envolvidas sejam da mesma família, não sendo será necessário autorização
judicial + comprovação da impossibilidade gestacional + agente capaz + caráter gratuito.
b-) Transgenitalização, também chamada de mudança de sexo, é autorizada pelo CFM na resolução 1.652/02, tendo em vista se tratar
de patologia (físico-psíquico), onde existe uma deformidade entre a cabeça e o sexo.
Requisitos: Tratamento psicológico e psiquiátrico por 03 anos.
Após não é necessário autorização judicial.
Felipe Martarelli
- Professor - Art. 14 – É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita
do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

O Estado incentiva que a pessoas doem seus órgãos e corpos afim de A lei 10.211/01 modificou a lei no
propiciar vida e estudo. A doação não pode em nenhuma hipótese ser sentido de que não é mais necessário
feita com caráter de venda, ou seja, não pode-se cobrar pelo corpo ou constar “não doador de órgãos e
órgão, uma vez que é imoral e contra os bons costumes. tecidos” na CNH ou RG, uma vez que
isto feria o Direito a Personalidade,
atualmente entende-se que serviria
como prova da vontade de doar,
qualquer manifestação escrita pelo
doador, e na falta deste deverá o
cônjuge ou parente autorizar a doação.
OBS: No caso de doação após a morte,
não pode ser escolhido o beneficiário,
tem que ser o primeiro da fila de espera.

O parágrafo único baseado na característica da imprescritibilidade


determina que a pessoa em vida que deseja doar seu corpo ou partes deles
após a morte, pode revogar a qualquer tempo.
Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 15 – Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com


risco de vida, a tratamento médico ou a internação cirúrgica.

Subentende-se que qualquer cirurgia que acarrete maior ou menor risco de vida, deverá
necessariamente de autorização do paciente ou por algum responsável. Assim como os
tratamentos experimentais.

OBS: Em relação a crença de religiões nas quais não se admite a transfusão de sangue,
com por exemplo das testemunhas de Jeová entende a corrente majoritária que o
Direito a Vida prevalece perante o Direito a Crença, assim será compelido a receber o
sangue.
Felipe Martarelli
- Professor - Direito Ao nome
Art. 16 – Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

Para Silvio Venosa “o nome (um dos principais direitos da personalidade) é uma
forma de individualização do ser humano na sociedade, mesmo após a morte”,
ou seja, é o rotulo que nos distingue em sociedade. Este nome nos é dado sem
que possamos escolhe-lo e este em regra irá nos acompanhar até a morte em
regra.
A Lei fala claramente em Prenome e sobrenome, mas também admite os
AGNOMES, que são partículas que diferenciam parentes com o mesmo nome.
EX: júnior, filho, neto, sobrinho, I,II,III...O agnome de qualquer modo, faz parte
do nome e deve constar no registro civil. Também é possível o registro de
nomes internacionais.
Todavia a lei proíbe que se registre elementos secundários como Dr. Dom,
Conde, padre, cardeal.
Apelido (Alcunha ou Epíteto) quando agregarem nome comercial da pessoa e
não forem ofensivos podem integrar e serem acrescidos ao nome da pessoa.
Felipe Martarelli
- Professor - Possibilidade de alteração do nome

1º - Em caso de erro material 2º - Para inclusão de 3º - Nomes que expõe 4º- Art. 56. A pessoa registrada
Neste caso existe um defeito na apelido notório que não a pessoa ao ridículo e a poderá, após ter atingido a
escrita. ofenda a personalidade do coloquem em situação maioridade civil, requerer
agente, nem a sociedade. vexatória. EX: Céu pessoalmente e imotivadamente a
EX: Pelé, Xuxa, Lula... azul do sol poente, alteração de seu prenome,
Casou de calças curtas, independentemente de decisão
Remédio Amargo. judicial, e a alteração será
averbada e publicada em meio
Alteração do nome de casado: eletrônico.
Antigamente o art. 240 do cc16 estabelecia que a mulher deveria assumir o § 1º A alteração imotivada de
nome do sobrenome do marido, em caráter obrigatório. Com o advento do prenome poderá ser feita na via
CC02 o art. 1565 1º relata que ambos possuem os mesmo direitos extrajudicial apenas 1 (uma) vez, e
matrimonias, podendo o homem acrescer o sobrenome da esposa. sua desconstituição dependerá de
Art. 57. A alteração posterior de sobrenomes poderá ser requerida pessoalmente perante o oficial de registro civil, sentença judicial.
com a apresentação de certidões e de documentos necessários, e será averbada nos assentos de nascimento e
casamento, independentemente de autorização judicial, a fim de: I - inclusão de sobrenomes familiares; II - (LRP)
inclusão ou exclusão de sobrenome do cônjuge, na constância do casamento; III - exclusão de sobrenome do ex-
cônjuge, após a dissolução da sociedade conjugal, por qualquer de suas causas; IV - inclusão e exclusão de
sobrenomes em razão de alteração das relações de filiação, inclusive para os descendentes, cônjuge ou
companheiro da pessoa que teve seu estado alterado.
Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 17 – O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo do público, ainda quando não haja intenção
difamatória.

Art. 18 – Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

Art. 19 – O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza de proteção que se dá ao nome.

Ex: Silvio Santos, Sérgio Mallandro...


Felipe Martarelli
- Professor -

Direito de Imagem

Art. 20 – o Direito de imagem inclui o retrato, o qual é a


identificação de alguém pelas suas características fisionômicas,
atributo, que é caracterizado por uma qualidade ou demérito, e
voz, timbre sonoro identificados (Ex: Lombardi)

Ver Súmula 403 do STJ


Felipe Martarelli
- Professor -

PESSOAS JURÍDICAS
Felipe Martarelli
- Professor -

DAS ASSOCIAÇÕES
Felipe Martarelli
- Professor -

DAS FUNDAÇÕES
Felipe Martarelli
- Professor -

DO DOMICÍLIO
DOS BENS
Livro II

Professor Felipe Martarelli


Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -
CÓDIGO CIVIL 2002

PARTE GERAL PARTE ESPECIAL

Livro I Livro II Livro III Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V
Direito
Das Negócio D. das D. de D. das D. Família
Dos Bens Das
Pessoas Jurídico Obrigações Empresa Coisas Sucessões

Art. 1 Art. 79 Art. 104 Art. 233 Art. 966 Art. 1.196 Art.1.511 Art. 1.784
ao 78 ao 103 ao 232 ao 965 ao 1.195 ao 1.510-E ao 1.783- A ao 2.027
Felipe Martarelli
- Professor -
COISA v.s. BENS

Coisas: Qualquer objeto que exista em nosso universo, que não possua
interesse econômico para o ser humano, ou de fato seja impossível sua
aquisição.

Os Bens são espécies de coisa

Bens: “Os bens podem ser considerados como o conteúdo das relações
jurídicas entre as pessoas”.
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise de Paula, Manual de Direito Civil -
parte geral, Columbia (USA): Publicação independente, 2023, p.109.

Se torna “Bem” quando essa “Coisa” passa a ter valor econômico para o
ser humano.
Felipe Martarelli
- Professor -
COISA

COISAS COMUM COISA SEM DONO COISA MÓVEL ABANDONADA

“São objetos que o ser humano não “São aquelas que, podem ter viés econômico e “São deixadas pelos seus
pode apropriar-se, ainda que tenha de interesse para o homem, mas ainda não proprietários com animus definitivo
vontade”. possuem proprietário”. de abandono, em desapego total do
Ex. Estrela. Ex. Peixe em alto mar. bem móvel, sem que tenha sido dado
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE,
Denise de Paula, Manual de Direito Civil - parte
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise de Paula,
Manual de Direito Civil - parte geral, Columbia (USA): Publicação
outro destinatário”.
geral, Columbia (USA): Publicação independente, independente, 2023, p.111.
2023, p.111. Ex. Empresa que joga computador
fora para comprar novos.
“Certas coisas insuscetíveis de “São coisas sem dono (res nullius), porque
apropriação pelo homem, como ar nunca foram aproriadas, como caça solta, os MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE,
atmosférico, o mar, etc., são Denise de Paula, Manual de Direito Civil - parte geral,
peixes, mas podem sê-lo, pois acham-se à Columbia (USA): Publicação independente, 2023,
chamadas de coisa comum”. disposição de quem as encontrar ou apanhar”. p.111.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, 2018. p.289.
Brasileiro, 2018. p.289.
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS

BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

“O bem em relação a ele mesmo, ou seja,


suas características, forma...”
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise de Um bem em relação a outro bem
Paula, Manual de Direito Civil - parte geral, Columbia (USA):
Publicação independente, 2023, p.113.
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Bens corpóreos (Materiais) Bens incorpóreos (Imateriais)


(Implícito no código civil) (Implícito no código civil)

Os Sentidos humanos não podem detectar, mas


São aqueles que os sentidos humanos podem
existem e possuem valor patrimonial.
identificar. (tato, olfato, visão, audição e paladar)
Ex. Crédito bancário, propriedade intelectual...

Fonte: Internet
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

MÓVEIS IMÓVEIS SEMOVENTES


Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe Se locomovem por vontade
movimento próprio, ou de remoção por força incorporar natural ou artificialmente. própria. Faz parte do Direito
alheia, sem alteração da substância ou da brasileiro mas não exta explícito
destinação econômico-social. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
no código civil.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os
legais: asseguram;

I - as energias que tenham valor econômico; II - o direito à sucessão aberta.

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
ações correspondentes;
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e a sua unidade, forem removidas para outro local;
respectivas ações.
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio,
Art. 84. Os materiais destinados a alguma para nele se reempregarem.
construção, enquanto não forem empregados,
conservam sua qualidade de móveis;
readquirem essa qualidade os provenientes da OBS. Navio e avião são móveis por natureza, mas possuem lugar especial, uma vez
demolição de algum prédio que necessitam de registro especial e são objetos de hipoteca.
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

FUNGÍVEIS INFUNGÍVEIS

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem São infungíveis móveis que não podem
substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade ser substituídos, uma vez que são únicos.
e quantidade. Ex: Celular Ex: Obra de arte.
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

CONSUMÍVEIS NÃO CONSUMÍVEIS

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa São bens que podem ser utilizados
destruição imediata da própria substância, sendo também repetidamente.
considerados tais os destinados à alienação. Obs. O desgaste natural do bem,
com seu uso habitual, não o torna
consumível
Física Jurídica
Alimentos, Bens
remédios, destinados à
cigarros alienação
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

BENS DIVISÍVEIS BENS INDIVISÍVEIS


Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem
alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou
prejuízo do uso a que se destinam.

(Pela natureza)

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem


tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou
por vontade das partes.
Felipe Martarelli
- Professor - BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

BENS SINGULARES BENS COLETIVOS


Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens
se consideram de per si , independentemente dos singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham
demais. destinação unitária. (universalidade de fato)

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade


podem ser objeto de relações jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de


relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor
econômico. (universalidade de direito, Ex: herança)

Fonte: https://www.hstern.com.br/joias/anel?O=OrderByScoreASC
Felipe Martarelli
- Professor - BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Bens Principais: É o bem que tem existência própria, autônoma. Bens Acessórios: cuja existência depende do principal.

“Pode-se exemplificar como acessório, a capa de proteção do


“É o bem que existe por si só e não depende de outro para a sua notebook a qual não é parte integrante do bem, porém se
existência, como por exemplo de um notebook”. destina ao uso do bem principal, à sua conservação, sendo que,
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise de Paula, Manual de Direito Civil -
parte geral, Columbia (USA): Publicação independente, 2023, p.120. se o principal (notebook) não existisse, o acessório (capa para
notebook) não teria motivos para existir”.
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise de Paula, Manual de Direito Civil
- parte geral, Columbia (USA): Publicação independente, 2023, p.120.
Felipe Martarelli
- Professor -

PERTENÇAS

São os bens móveis que , não constituindo


FRUTOS partes integrantes, estão afetados por forma
duradoura ao serviço ou ornamentação de
PRODUTOS outro bem.
São as utilidades que uma coisa
São utilidades que ser retiram da produz periodicamente. Ex. objetos decorativos de uma casa.
coisa, diminuindo-lhe a quantidade, O atual código civil incluiu, no rol dos bens
uma vez que não se reproduzem acessórios, as pertenças, ou seja, os bens
periodicamente. Periodicidade, inalterabilidade da
móveis que, não constituindo partes
substancia da coisa principal e
Ex: ouro em mina. integrantes (como são os frutos, produtos e
separabilidade desta.
benfeitorias), estão afetados por forma
duradoura ao serviço ou ornamentação de
Podem ser: Naturais, industriais ou outro, como os tratores destinados a uma
civis (Ex: juros e aluguel) melhor exploração de propriedade agrícola e
os objetos de decoração de uma residência,
por exemplo.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro – Parte
Geral, Vol.01, São Paulo: Saraiva. 2018. pp.315/316.
Felipe Martarelli Benfeitorias
- Professor -
São melhoramentos feitos no bem principal, tais
melhoramentos são entendidos como bens acessórios

Benfeitoria Necessária Benfeitoria útil Benfeitoria voluptuária


Já as benfeitorias úteis aumentam ou
“Têm por fim conservar o bem ou facilitam o uso do bem, de modo que, o São melhorias de “mero deleite” não são
evitar que se deteriore, sendo que, bem até pode ser utilizado sem a tal indenizáveis, mas para o possuidor de
sem a benfeitoria a utilização do benfeitoria, mas esta, traz facilidade boa-fé cabe o direito de retenção.
bem fica comprometida, colocando para o uso, como por exemplo, trocar o
em risco quem o utiliza ou portão manual da garagem para um Possuidor de boa ou má fé não tem
diminuindo a sua utilização de portão elétrico, com controle remoto, ou direito a indenização.
forma significativa.” ainda, colocar direção elétrica em um
(direito à indenização) automóvel.
(direito à indenização depende)
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE,
Denise de Paula, Manual de Direito Civil - parte
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise
geral, Columbia (USA): Publicação independente,
de Paula, Manual de Direito Civil - parte geral, Columbia
2023, p.121.
(USA): Publicação independente, 2023, p.121.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.


§1 o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou
sejam de elevado valor.
§2 o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§3 o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Felipe Martarelli
- Professor - BENS PÚBLICOS E PARTICULARES

Bens Públicos Bens Particulares

“São bens do domínio geral pertencentes às pessoas “Pertencentes às pessoas físicas ou


jurídicas de direito público interno, como bens do jurídicas de direito privado”.
município, estado e união”.
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise
de Paula, Manual de Direito Civil - parte geral, Columbia
MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e ANDRADE, Denise de Paula, Manual de
Direito Civil - parte geral, Columbia (USA): Publicação independente, 2023, p.125. (USA): Publicação independente, 2023, p.125.

Uso comum do povo Uso Especial Dominicais

“Inalienáveis enquanto “Inalienáveis enquanto “ são os que constituem o


conservarem tal conservarem tal patrimônio disponível e
qualificação”. qualificação” alienável das PJDP,
Ex. Rios, mares, estradas, Ex. Hospitais, fórum... abrangendo tanto móveis
praças... quanto imóveis”.

MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e MARTARELLI Fernandes, Felipe D. e


ANDRADE, Denise de Paula, Manual de ANDRADE, Denise de Paula, Manual ANDRADE, Denise de Paula, Manual de
Direito Civil - parte geral, Columbia de Direito Civil - parte geral, Columbia Direito Civil - parte geral, Columbia
(USA): Publicação independente, 2023, (USA): Publicação independente, 2023, (USA): Publicação independente, 2023,
p.125. p.125. p.125.
Felipe Martarelli
- Professor -
BENS COMERCIALIZÁVEIS E FORA DO COMÉRCIO

Coisas no comércio, são, por conseguinte, as que se podem comprar e vender, trocas,
doar, dar, alugarem, prestar, etc..., fora do comércio são aquelas que não podem ser
objeto de relações jurídicas, como as mencionadas.
Monteiro, Washington de Barros. Curso de Direito Civil – Parte Geral, 37ª edição., São Paulo: Saraiva, 2000. p. 164.

NATURALMENTE LEGALMENTE INDISPÓNÍVEL PELA


INAPROPRIÁVEL INALIENÁVEIS VONTADE HUMANA

Pela sua natureza não se A lei não permite que seja Negócio Jurídico que
pode apropriar, como o ar, o vendido, doado, impede a circulação do bem
sol, agua do mar... comprado, como os bens como bens em testamento e
públicos ou bens de cláusulas de
família. inalienabilidade.
Felipe Martarelli BENS DE FAMÍLIA
- Professor -

LEI Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990 CÓDIGO CIVIL

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante
é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio
comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as
residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida
em lei especial.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil,
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de
fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da
respectivas contribuições previdenciárias; (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015) aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à entidade familiar beneficiada.
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função
do respectivo contrato; Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do de família.
seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal,
observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um
em função do imóvel familiar; dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo família, se for o único bem do casal.
casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. sujeitos a curatela.
Fatos Jurídico
Professor Felipe Martarelli

Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -
FATOS JURÍDICOS

Fato Jurídico em Ato-Fato Ato-jurídico


sentido estrito
Embora o derive do
Fatos oriundos da Ato ilícito Ato Lícito
homem é desprovido
natureza como a morte, de vontade
nascimento, aluvião, Negócio Jurídico
consciente.
avulsão...
Felipe Martarelli
- Professor - CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Unilaterais ou Bilaterais Onerosos ou Gratuito Causa Mortis ou Inter vivos Solene/Não solenes

Testamento Contrato Compra Doação Testamento Venda Imóvel Móveis


Felipe Martarelli
- Professor -
PLANO DE ANÁLISE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Felipe Martarelli
- Professor - VÍCIOS DE CONSENTIMENTO

Atingem a própria manifestação de vontade, perturbando a sua elaboração e atuam sobre o


consentimento Ex: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão.

Negócio jurídico
Prejudicado

VÍCIOS SOCIAIS

afetam o ato negocial, salientando a desconformidade do resultado com o imperativo da lei, e, nesses casos, o
negócio reflete a vontade real do agente, canalizada, entretanto, em direção oposta ao mandamento legal. Esse
negócio jurídico visa resultados condenados ou condenáveis: Ex: fraude contra credores e simulação

Negócio Jurídico
Prejudicado
Felipe Martarelli
- Professor - DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

Erro ou ignorância

Sobre a natureza Sobre o objeto principal Sobre alguma das Sobre a identidade Erro de direito
do negócio da declaração qualidades essenciais do ou qualidade da
objeto principal pessoa a quem se
refere a declaração
de vontade

OBS: O art. 140: falso motivo: erro sobre os motivos: motivos são as ideias, as razões subjetivas, interiores consideradas
acidentais e sem relevância para a apreciação de validade do negócio jurídico.
Felipe Martarelli
- Professor -
DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

DOLO: pode ser conceituado como o artifício ardiloso empregado para enganar alguém, com intuito de benefício próprio. O dolo
é a arma do estelionatário. Gera a anulabilidade do negócio jurídico.
Dolo Essencial: uma das partes do negócio utiliza artifícios maliciosos para levar a outra a praticar um ato que não praticaria
normalmente, visando obter vantagem, geralmente patrimonial.
Art. 148: não só o dolo do próprio negociante gera a anulabilidade do negócio, mas o dolo do terceiro Tb: depende da ciência ou
não da parte que se aproveita do negócio jurídico.
Felipe Martarelli
- Professor -

COAÇÃO: Conceito de Carlos Roberto Gonçalves: Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para
forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica
para viciar a vontade. A coação gera a anulação do negócio jurídico.
Partes: COATOR E COATO.
Características: DEVE SER A CAUSA DETERMINANTE DO NEGÓCIO JURÍDICO - DEVE SER GRAVE - DEVE SER INJUSTA - O DANO
DEVE SER IMINENTE - DEVE CONSTITUIR AMEAÇA DE PREJUÍZO, DE DANO, A PESSOA, À SUA FAMÍLIA OU AOS SEUS BENS, O
QUAL NÃO SE CONFUNDE COM O TEMOR REVERENCIAL.
Felipe Martarelli
- Professor -
DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

ESTADO DE PERIGO: Conceito: Carlos Roberto Gonçalves: constitui estado de perigo a situação de extrema necessidade que
conduz uma pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva. Cabe anulação do negócio
jurídico.
Ex: pai com o filho sequestrado que realiza maus negócios para levantar dinheiro para pagar o resgate; mãe com filho no hospital
que dá cheque em caução da cirurgia que o filho deve fazer, ou paga uma quantia exorbitante pela cirurgia; indivíduo que dá
cheque altíssimo exigido pelo taxista para levá-lo do lugar ermo que se encontra depois do assalto
Felipe Martarelli
- Professor -

LESÃO: Conceito: é um vício de consentimento decorrente de abuso praticado em situação de desigualdade de um dos
contratantes sob premente necessidade , ou por inexperiência, visando a protegê-lo, ante o prejuízo sofrido na conclusão do
contrato, devido à desproporção existente entre as prestações das duas partes. Gera a anulação do negócio jurídico.
A principal característica da lesão é a ruptura do equilíbrio contratual, a onerosidade excessiva em cima da vítima.
Ex: Pessoa com carro quebrado em estrada sem muito acesso que aceita pagar quantia exorbitante para transportar seu carro pra
cidade; fazendeiro que chega na cidade pela primeira vez e contrata aluguel de imóvel residencial por valor 5 vezes a mais; ou o
estrangeiro que paga pela corrida de táxi muito ais que o habitual.

Diferença entre estado de perigo e lesão: no estado de perigo, a vitima ou sua família corre perigo de vida, na lesão o dano é
patrimonial.
Felipe Martarelli
- Professor - VÍCIOS SOCIAIS
DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

FRAUDE CONTRA CREDORES: Conceito: constitui fraude contra credores a atuação maliciosa do devedor, em estado de
insolvência ou na iminência de assim tornar-se, que dispõe de maneira gratuita (doação/ remissão ou perdão da dívida) ou onerosa
o seu patrimônio, visando afastar a possibilidade de responderem os seus bens por obrigações assumidas em momento anterior à
transmissão. Acarreta a anulação do negócio jurídico. Não é vício de consentimento porque não há um descompasso entre a
vontade manifestada e o desejo do agente, mas é a explicitação da intenção de prejudicar terceiros, ou seja, credores. Por
essa razão é considerada vício social.
Ex: se A tem conhecimento da iminência do vencimento de dívidas em data próxima, em relação a vários credores, e está falido ou
quase falido e vende a B imóvel de seu patrimônio que poderia garantir o pagamento dessas dívidas, e B sabe e age em parceria
com A, caracteriza-se assim a fraude contra credores.
Felipe Martarelli
- Professor -

SIMULAÇÃO: significa fingir, enganar. A simulação é produto de um conluio entre os contratantes, visando obter efeito diverso
daquele que o negócio aparente conferir. Não é vício do consentimento pois não atinge a vontade em sua formação. É uma
desconformidade consciente da declaração, realizada de comum acordo com a pessoa a quem se destina, com o objetivo de
enganar terceiros ou fraudar a lei.
É muito grave, tanto que foi alterada do capítulo de defeitos dos negócios jurídicos para a invalidade dos negócios
jurídicos, tendo como consequência não a anulabilidade mas a nulidade.
Felipe Martarelli
- Professor -

DA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Felipe Martarelli
- Professor - Conceito
Para Clóvis Bevilaqua prescrição é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso
delas, durante um determinado espaço de tempo.

 INFLUÊNCIA DO TEMPO NAS RELAÇÕES JURÍDICAS:

 - o exercício de um direito não pode ficar pendente indefinidamente.

 - evitar instabilidade social

 - busca da paz social, da tranquilidade da ordem jurídica , da estabilidade das relações sociais

Exemplo: adquirente de um imóvel

 Precisa ter essa aquisição estabilizada e não pode ficar sujeito indefinidamente a eventual ação de reivindicação. Esse mesmo adquirente deve
certificar-se de que a propriedade adquirida efetivamente pertence ao alienante e que, no prazo determinado por lei, esse bem não tenha
restrições. Não fosse assim, o adquirente nunca poderia ter certeza de estar adquirindo bem livre e desembaraçado, porque teria de investigar,
retroativamente, por tempos imemoriais, as vicissitudes do bem que adquiriu, sob pena de anulabilidade. (Art. 205 CC: exame do título do
alienante e seus antecessores pelo período de 10 anos)

Exemplo: recibos e demais documentos de negócios jurídicos realizados teriam que ser guardados eternamente se não fosse o tempo determinado
para o exercício do direito.

 Os recibos e demais documentos de negócios efetuados só precisa ser guardados até que se escoem os respectivos prazos prescricionais ou
decadenciais fixados na lei.

Por isso devem existir os institutos da prescrição e decadência, para garantir a estabilidade decorrente do decurso do tempo, sob pena de conflitos
eternos.
Felipe Martarelli
- Professor - PRESCRIÇÃO

Art. 189: a violação do direito que causa dano ao titular do Direitos imprescritíveis
direito subjetivo, faz nascer, para esse titular, o poder de exigir
as pretensões são deduzidas em juízo por meio da ação. A
do devedor uma ação ou omissão, que permite a composição
prescritibilidade é a regra e a imprescritibilidade é a exceção.
do dano verificado. Esse direito de exigir é chamado de
pretensão. Não prescrevem:

Requisitos da prescrição: a) as ações que protegem os direitos de personalidade

a) violação de um direito, com o nascimento da pretensão; b) as que se prendem ao estado das pessoas (estado de
filiação, condição conjugal)
b) a inércia do titular dessa pretensão;
c) as de exercício facultativo, por não existir direito
c) o decurso do tempo fixado em lei.
violado: ex: as ações destinadas para extinguir
d) ausência de fato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do condomínio; a de pedir meação no muro vizinho
curso da prescrição.
d) as referentes a bens públicos
e) as que protegem o direito de propriedade

Obs: a prescrição atinge o direito de ação em sentido material (direito de obter a tutela jurisdicional para reparação do direito
material lesado), e não o direito de ação em sentido processual (direito subjetivo público de acesso ao Poder Judiciário, que existe
independentemente de direito material violado)
Felipe Martarelli
- Professor -

Disposições legais sobre a prescrição


Das causas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição:
Art. 190: exceção - é uma forma de defesa do réu que CAUSA IMPEDITIVA: obsta o escoamento do prazo, antes do seu início; o prazo
deve ser dependente da pretensão: então se o réu tem não começa a fluir : Art. 197: não corre prescrição casos em que certas pessoas se
como forma de exceção, ou seja, de sua defesa, um encontram relacionadas de forma tão próxima que seria elas difícil fazer vales, umas
em relação às outras, suas respectivas pretensões
direito em face do autor, essa exceção só poderá ser
alegada enquanto a pretensão não prescrever, pois dela  Art. 198: nesse grupo estão pessoas que se encontram em situações especiais de
impossibilidade de fazer valer suas pretensões de forma zelosa.
depende.
 Art. 199: se trata de hipóteses em que não há ainda a pretensão de exigir o
Ex: se a defesa se fundar na compensação de um crédito cumprimento da obrigação, de forma que não há como correr o prazo
do réu contra o autor, prescrito este não haverá mais prescricional.
como excepcioná-lo, ou seja, prescrito o crédito contra  I – já que esse direito não é ainda exigível
o autor, o réu nao poderá mais alegá-lo como forma de  II- a pretensão só surge após o vencimento do prazo
defesa, como compensação.
 III- ao eventual evicto não se confere ação contra o vendedor de má-fé para
pleitear a restituição do preço, enquanto não finda a ação de evicção
Art. 191: renúncia da prescrição:
CAUSA SUSPENSIVA: paralisa temporariamente o curso do prazo, que se reinicia
a) que a prescrição já esteja consumada com a superação do fato suspensivo, a partir do ponto em que havia parado

b) que não prejudique terceiro: pois a renúncia à CAUSA INTERRUPTIVA: inutiliza a prescrição iniciada, levando a uma nova
possibilidade de alegar a prescrição pode acarretar a contagem do prazo por inteiro

diminuição do patrimônio do devedor


Felipe Martarelli
- Professor -

PRESCRIÇÃO

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts.
205 e 206.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a
prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.

Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem
causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;


II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:


I - contra os incapazes de que trata o art. 3 ;
o

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:


I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva
sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo
para a interromper.

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra
o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.

§ 1 A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor
o

solidário envolve os demais e seus herdeiros.


§ 2 A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores,
o

senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.


§ 3 A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
o
Felipe Martarelli
- Professor -
Espécies de prescrição

Prescrição extintiva Prescrição aquisitiva


perda da prerrogativa de exigir a observância incorporação, à esfera jurídica da pessoa,
de determinado direito material, em função de determinado direito real, em virtude de
do não exercício pelo titular, durante certo seu exercício de fato durante certo tempo
tempo.
Felipe Martarelli
- Professor -

DECADÊNCIA
Francisco Amaral
é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei. Seu objeto são os direitos
potestativos de qualquer espécie, disponíveis ou indisponíveis, direitos que conferem ao respectivo titular o poder de
influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente , apenas
uma sujeição.
Um dos critérios para distinguir a prescrição da decadência consiste em considerar que nesta, o prazo começa a
fluir no momento em que o direito nasce. Desse modo, no mesmo instante em que o agente adquire o direito já começa a
correr o prazo decadencial. Já o prazo prescricional, todavia, só se inicia a partir do momento em que este tem o seu direito
violado.
Para Washington de Barros Monteiro: “A prescrição atinge diretamente a ação e por via oblíqua faz desaparecer o
direito por ela tutelado; a decadência, ao inverso, atinge diretamente o direito e por via oblíqua, ou reflexa, extingue a
ação”.
Felipe Martarelli
- Professor -

DECADÊNCIA

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a
prescrição.

Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não
pode suprir a alegação.
Felipe Martarelli
- Professor -

EXTINGUE A AÇÃO EXTINGUE O DIREITO

Pode ser suspensa ou interrompida nos casos legais. Não pode ser suspensa nem interrompida.

O prazo é estipulado em lei apenas. O prazo pode ser estipulado em lei ou em negócio jurídico unilateral
ou bilateral.

O Prazo prescricional começa a correr após a violação dos direitos. O prazo da decadência começa a correr com o surgimento do Direito.
PRESCRIÇÃO: DECADÊNCIA:

Não podia Ex officio, agora com a redação do artt.219 parágrafo 5 do Deve o juiz de officio reconhecer a decadência.
CPC pode!

Admite renúncia. Art.191 CC Decadência não pode ser renunciada.

Inter partes Erga omnes


DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Professor Felipe Martarelli
Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
CÓDIGO CIVIL 2002

PARTE GERAL PARTE ESPECIAL

Livro I Livro II Livro III Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V
Direito
Das Negócio D. das D. de D. das D. Família
Dos Bens Das
Pessoas Jurídico Obrigações Empresa Coisas Sucessões

Art. 1 Art. 79 Art. 104 Art. 233 Art. 966 Art. 1.196 Art.1.511 Art. 1.784
ao 78 ao 103 ao 232 ao 965 ao 1.195 ao 1.510-E ao 1.783- A ao 2.027

Transf.
Patrimonial
Causa mortis
OBRIGAÇÕES

Atos unilaterais Ato ilícito


Vontade das partes Art. 186/188cc
Determinados por lei
Art. 233/418cc Art. 854/884cc Art. 927/954

CONCEITO DE OBRIGAÇÃO: A BUSCA DA SATISFAÇÃO ENTRE 02 OU MAIS SUJEITOS.


DAS PERDAS E DANOS

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as


perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em


dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros,
custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena
convencional.
?
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA

PERDA
Conceito: A obrigação de dar coisa certa abrange Art. 234.
bens infungíveis. Perda do bem antes da tradição SEM culpa do
devedor: Resolve-se a obrigação.
Perda do bem antes da tradição COM culpa do
devedor: Equivalente + P.D.
DETERIORAÇÃO
Art.235
Deterioração do bem antes da tradição SEM culpa do
devedor: Resolve-se a obrigação ou o Credor aceita
com o valor abatido
Deterioração do bem antes da tradição COM culpa
do devedor: Equivalente + P.D. OU Aceitar a coisa no
A transferência da coisa móvel ocorre por meio da estado que está + P.D.
tradição, diferentemente da coisa imóvel que se
MELHORAMENTO E FRUTOS
transfere pelo registro em cartório. Art. 237
Obs. Se houver melhoramento antes da tradição: Pode o
devedor aumentar o preço, caso o credor não aceite resolve-
Obrigação se a obrigação.
ObsII. Os frutos existentes são do devedor e os pendentes ao
credor.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo


gênero e pela quantidade.

Qualidade? Escolha do DEVEDOR, que não pode dar


a pior qualidade, nem é obrigado a dar a
melhor.

Art. 246. ANTES DA ESCOLHA, não poderá o


devedor alegar perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força maior ou caso
fortuito.
OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER

FAZER NÃO FAZER


Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o Trata-se de obrigação:
devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por - Negativa
ele exeqüível. Em regra é obrigação personalíssima - Personalíssima
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa - Infungível
do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, - Indivisível
responderá por perdas e danos. - Não existe mora
- Permanente ou não
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre
ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que,
recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, ato, que se obrigou a não praticar.
independentemente de autorização judicial, executar ou
mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

Coerção – ASTREINTES
Meios de cumprimento Sub-rogação – Atuação do poder judiciário no lugar do Perdas e Danos.
Réu, quando este não cumpre.
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

Art. 252. Nas obrigações


alternativas, a escolha cabe ao
devedor, se outra coisa não se
estipulou.

Art. 256. Se todas as prestações


OU se tornarem impossíveis sem
culpa do devedor, extinguir-se-á
a obrigação.

Art. 254. Se, por culpa do


Orquídea Rosas devedor, não se puder cumprir
- O credor não é obrigado a receber parte de uma e parte da outra coisa. nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha,
- Caso seja entregas periódicas, a escolha se da em cada período.
ficará aquele obrigado a pagar o
- Podem as partes estipularem 3°s para escolher a coisa, e se esse não puder, o juiz escolherá. valor da que por último se
- Se uma das coisas não puder ser entregue ou cumprida, poderá entregar a outra. impossibilitou, mais as perdas e
danos que o caso determinar.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

Divisível Indivisível
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por
objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua
natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
R$50k determinante do negócio jurídico.
R$100.000,00
Pluralidade de devedores:
Devedores

R$50k Sub-rogação
Credor
Devedores
IGUAIS E DISTINTAS QUANTO CREDORES E DEVEDORES
Credor

R$100.000,00 R$50k

Credores Cada um será obrigado pela


dívida toda sub-rogando-se
quem pagar
Devedor R$50k
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
INDIVISÍVEL
(tanto divisível e indivisível)
Pluralidade de Credores: Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da
vontade das partes.

Credores

$$$
Em dinheiro
Responsabilidade subsidiária
Credores FIADOR

x
Devedor

(remitir) Somente
Remissão seu %
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um AVALISTA
destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se Responsabilidade Solidária
desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros
credores.
OBS: Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação
que se resolver em perdas e danos
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

Cessão de Crédito Assunção de Dívida


Art. 296. Salvo
estipulação em contrário, Devedor CREDOR
o cedente não responde
Credor que cala
pela solvência do devedor
não consente!

CREDOR CREDOR Devedor Devedor


Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do
a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a devedor, com o consentimento expresso do credor,
cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele,
boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento ignorava.
da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma
cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título
de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de
escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

Quem Deve pagar


SOLVENS credor
Art. 304. Qualquer interessado na
extinção da dívida pode pagá-la, usando,
se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor.
Devedor/co-obrigado
Art. 305. O terceiro não interessado, que
paga a dívida em seu próprio nome, tem
direito a reembolsar-se do que pagar; mas
não se sub-roga nos direitos do credor.

3º NÃO INTERESSADO 3º NÃO INTERESSADO

Paga em Paga em
nome nome do
próprio devedor
credor credor
A Quem se deve pagar
ACCIPIENS

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de


direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele
ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é


}Paga-se ao Credor ou Representante

válido, ainda provado depois que não era credor. APARENTA SER O VERDADEIRO MAS NÃO É!

Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor


incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício
dele efetivamente reverteu.
} Pagamento ao incapaz sem o benefício se voltar a ele,
paga-se novamente.

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da


penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por
terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão
constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o
regresso contra o credor.

Pode ocorrer a EVICÇÃO


ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

Objeto do pagamento Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier


desproporção manifesta entre o valor da prestação devida
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo,
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível,
o valor real da prestação.
$ x $$$
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o
Rebus sic stantibus
devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
A regra é à vista e não parcelado

Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no


vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o
disposto nos artigos subseqüentes.

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a


quitação da última estabelece, até prova em contrário, a Art. 318. São nulas as
presunção de estarem solvidas as anteriores. convenções de pagamento em
ouro ou em moeda
estrangeira
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

Lugar do pagamento

Art. 328. Se o pagamento consistir


na tradição de um imóvel, ou em
prestações relativas a imóvel, far-
se-á no lugar onde situado o bem.
Regra Devedor Credor Pluralidade Credor
Escolhe
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do
devedor, salvo se as partes convencionarem
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da
natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe
ao credor escolher entre eles.
OBS: Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em
outro local faz presumir renúncia do credor Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o
relativamente ao previsto no contrato. pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em
outro, sem prejuízo para o credor.
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
(Arts. 334/345)

Hipóteses: - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
- se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
- se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil
- se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento
- se pender litígio sobre o objeto do pagamento
Poder judiciário

Depósito

Devedor
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e
tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Consignação procedente: Credor paga as custas processuais Consignação improcedente: Devedor paga as custas
DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

DE PLENO DIREITO CONVENCIONAL


Credor que paga a dívida do devedor comum Quando o credor recebe o pagamento de terceiro
e expressamente lhe transfere todos os seus
direitos.
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo
Credor antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão
Devedor 1 Devedor 2
do crédito.
Adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor
Quando terceira pessoa empresta ao devedor a
hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o
quantia precisa para solver a dívida, sob a condição
pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos
Terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou do credor satisfeito.
podia ser obrigado, no todo ou em parte.

Credor Financiador Devedor Credor


Devedor Avaslista/fiador
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos


da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de
indicar a qual deles oferece pagamento, se todos
forem líquidos e vencidos.

Devedor

Valor hipotético da moto Credor


R$ 100.000,00
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art.
352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta
se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro
Valor hipotético do carro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao
R$1,223,67 mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa
Dação em pagamento DA NOVAÇÃO

TIPO 01
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação OBJETIVA
O devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e
diversa da que lhe é devida. substituir a anterior;
Devedor Partes iguais

Negócio jurídico Negócio Jurídico

TIPO 02 SUBJETIVA
Novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o
credor;
Mesmo Negócio Jurídico
RUBI SAFIRA

Credor OBS: Mesmo Negócio Jurídico


TIPO 03 MISTO
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em
pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando Em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao
sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de antigo, ficando o devedor quite com este.
terceiros.
DA COMPENSAÇÃO DA CONFUSÃO

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa
e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, se confundam as qualidades de credor e devedor.
até onde se compensarem.

R$10.000,00

R$5.000,00
A B

R$5.000,00

OBS: Embora sejam do


mesmo gênero as coisas
Requisitos:
fungíveis, objeto das duas
prestações, não se
- Dívidas líquidas
compensarão, verificando-
- Fungíveis
se que diferem na
- Vencidas
qualidade, quando
especificada no contrato.
DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS

Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a
obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.

DÍVIDA CONTINUA

Credor Devedor
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores
Credor GARANTIA ACABA Devedor
extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que,
ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já
lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
OBRIGAÇÕES

Atos unilaterais Ato ilícito


Vontade das partes Art. 186/188cc
Determinados por lei
Art. 233/418cc Art. 854/884cc Art. 927/954

CONCEITO DE OBRIGAÇÃO: A BUSCA DA SATISFAÇÃO ENTRE 02 OU MAIS SUJEITOS.


PROMESSA DE RECOMPENSA

Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a
recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou condição, pode o promitente revogar a promessa, contanto
desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado
prometido. prazo à execução da tarefa, entender-se-á que renuncia o
arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
- Pessoas Indeterminadas, não pode ser uma pessoa determinada.
- Concurso Civil: Só para quem ganhar Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito
despesas, terá direito a reembolso.
No Caso de empate divide-se o prêmio divisível
Ex: Concurso de beleza
Caso o bem seja indivisível :

Por sorteio escolhe que ficará com


o premio e o outro receberá sua
parte em dinheiro

Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará


quinhão igual na recompensa; se esta não for divisível,
conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao
outro o valor de seu quinhão.
GESTÃO DE NEGÓCIOS

Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém


na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a
vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e
às pessoas com que tratar.
=MANDATO
Possui caráter altruísta

(GESTOR)
Art. 862. Se a gestão foi iniciada contra a vontade manifesta ou
presumível do interessado, responderá o gestor até pelos
casos fortuitos, não provando que teriam sobrevindo, ainda
quando se houvesse abatido.
Do pagamento indevido Enriquecimento sem causa

(prazo prescricional 03 anos)


Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa
obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido,
dívida condicional antes de cumprida a condição. feita a atualização dos valores monetários.
Ex: Pagar após a cessão do crédito ou quando não
Existe a dívida
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se
incumbe a prova de tê-lo feito por erro. a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do
Presume-se que o pagamento é válido, o pagador que deve bem na época em que foi exigido.
demonstrar o erro. Ex: pagou a pessoa errada.

OBS: quando se tratar de contrato de adesão não precisa Ação de enriquecimento sem causa
demonstrar erro.

AÇÃO REPETIÇÃO DE INDÉBITO Somente recebe em dobro em 02 casos

OBSII: Não cabe quando pagamento é decorrente de dívida Art. 42 do CDC Art. 940 CC
prescrita ou oriunda de ato ilícito, imoral ou proibido em lei
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES DA MORA

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor


por perdas e danos, mais juros e atualização monetária Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar
honorários de advogado. e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por


inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se
devia abster Credor Devedor

Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem


todos os bens do devedor.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora
Código Civil der causa, mais juros, atualização dos valores monetários
Bens de família segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
Lei. 8.009 honorários de advogado.

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-
resultantes de caso fortuito ou força maior, se se o devedor em mora, desde que o praticou.
expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Dos Juros Legais Da Cláusula Penal Das Arras ou Sinal

Art. 406. Quando os juros moratórios Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor Art. 417. Se, por ocasião da conclusão
não forem convencionados, ou o forem na cláusula penal, desde que, culposamente, do contrato, uma parte der à outra, a
sem taxa estipulada, ou quando deixe de cumprir a obrigação ou se título de arras, dinheiro ou outro bem
provierem de determinação da lei, constitua em mora. móvel, deverão as arras, em caso de
serão fixados segundo a taxa que execução, ser restituídas ou computadas
estiver em vigor para a mora do na prestação devida, se do mesmo gênero
pagamento de impostos devidos à da principal.
Fazenda Nacional.

Valoração da dívida (1%)

=
Correção monetária
MULTA

É a atualização dos valores


Quanto o mesmo valor vale atualmente
RESPONSABILIDADE CIVIL

Professor Felipe Martarelli


CÓDIGO CIVIL 2002

PARTE GERAL PARTE ESPECIAL

Livro I Livro II Livro III Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V
Direito
Das Negócio D. das D. de D. das D. Família
Dos Bens Das
Pessoas Jurídico Obrigações Empresa Coisas Sucessões

Art. 1 Art. 79 Art. 104 Art. 233 Art. 966 Art. 1.196 Art.1.511 Art. 1.784
ao 78 ao 103 ao 232 ao 965 ao 1.195 ao 1.510-E ao 1.783- A ao 2.027

Transf.
Patrimonial
Causa mortis
OBRIGAÇÕES

Atos unilaterais Ato ilícito


Vontade das partes Art. 186/188cc
Determinados por lei
Art. 233/418cc Art. 854/884cc Art. 927/954

Responsabilidade Extracontratual
Responsabilidade contratual
Responsabilidade Aquiliana
Responsabilidade Contratual
RESPONSABILIDADE
X

Vem da palavra latina respondere, que consequentemente Responsabilidade Aquiliana


Significa responder. (Extracontratual)
Sendo a raiz latina de, fórmula através da qual se vinculava,
no Direito Romano, ospondeo, devedor nos contratos verbais Três elementos diferenciadores podem ser destacados, a
(fonte: Pablo Stolze – Novo curso de Direito Civil Vol 03, pg 45) saber, a necessária preexistência de uma relação
jurídica entre lesionado e lesionante; o ônus da prova
quanto à culpa; e a diferença quanto à capacidade
(fonte: Pablo Stolze – Novo curso de Direito Civil Vol. 03, pg. 62)

Responsabilidade Civil
Natureza jurídica da Responsabilidade:

Responsabilidade Moral Responsabilidade Criminal - decorre, a priori, da prática de um ato ilícito

ou

- em função do risco da atividade exercida


ATOS ILÍCITOS
(art. 186cc)
Não constituem atos ilícitos:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária
I - os praticados em legítima defesa ou no
exercício regular de um direito
reconhecido;
Negligência ou Imprudência
(Imperícia) II - a deterioração ou destruição da coisa
alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.

violar direito e causar dano a outrem

ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito

Parágrafo único. No caso do inciso II, o


OBS: art.187:Também comete ato ilícito o titular de um direito ato será legítimo somente quando as
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos circunstâncias o tornarem absolutamente
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons necessário, não excedendo os limites do
costumes. indispensável para a remoção do perigo.
RESPONSABILIDADE DO 3°

Causador do
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no
Dano
caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do
perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo
que sofreram.

Culpado Prejudicado

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer


por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação
regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado.
EX: A atropela B porque estava fugindo de assalto.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em
defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
(Teoria do Risco)
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
- É A EXCEÇÃO
- É A REGRA NO DIREITO BRASILEIRO
- APLICA-SE EM REGRA AS PESSOAS FÍSICAS
- APLICA-SE EM REGRA ÀS PESSOAS JURÍDICAS
- DANO (moral ou material)
Súmula 27 STJ

REQUISITOS: - NEXO DE CAUSALIDADE - DANO


REQUISITOS:

- CULPA - NEXO DE CAUSALIDADE

CULPA DOLO Parágrafo único. Haverá obrigação de


- Negligência reparar o dano, independentemente de
Culpa Dolo Intenção de
- Imperícia culpa, nos casos especificados em lei,
Consciente Eventual produzir o
- Imprudência ou quando a atividade normalmente
resultado
desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Responsabilidade do Incapaz

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se


as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de Responsabilidade Mitigada/Subsidiária
fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.

Responsável Incapaz
Sem $$$

OBS: De acordo com a Jurisprudência a Emancipação Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que
não isenta os pais da responsabilidades deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o
incapaz ou as pessoas que dele dependem
RESPONSABILIDADE NO CDC
(lei 8.078/90)
Pelo Fato do Pelo vício do
produto ou serviço produto ou serviço
(LESÃO) (DEFEITO)
Art. 12. O fabricante, o produtor, o
construtor, nacional ou estrangeiro, e o Art. 26. O direito de reclamar
importador respondem,
Art. 18. Os fornecedores de pelos vícios aparentes ou de
independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados produtos de consumo duráveis ou fácil constatação caduca em:
aos consumidores por defeitos Art. 27. Prescreve em não duráveis respondem I - trinta dias, tratando-se de
decorrentes de projeto, fabricação, cinco anos a pretensão à solidariamente pelos vícios de fornecimento de serviço e de
construção, montagem, fórmulas, qualidade ou quantidade que os produtos não duráveis; (30
manipulação, apresentação ou reparação pelos danos
tornem impróprios ou inadequados dias)
acondicionamento de seus produtos, bem causados por fato do ao consumo a que se destinam ou II - noventa dias, tratando-se
como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua utilização e riscos. produto ou do serviço lhes diminuam o valor, assim como de fornecimento de serviço e
prevista na Seção II por aqueles decorrentes da de produtos duráveis. (90 dias)
Responsabilidade Subsidiária deste Capítulo, disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da
Art. 13. O comerciante é igualmente
responsável, nos termos do artigo anterior, iniciando-se a contagem embalagem, rotulagem ou OBS: § 3° Tratando-se de
quando: do prazo a partir do mensagem publicitária, respeitadas vício oculto, o prazo
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou as variações decorrentes de sua decadencial inicia-se no
o importador não puderem ser conhecimento do dano e
natureza, podendo o consumidor
identificados; de sua autoria. exigir a substituição das partes
momento em que ficar
II - o produto for fornecido sem evidenciado o defeito.
identificação clara do seu fabricante, (05 anos) viciadas.
produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os
produtos perecíveis.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
(lei 6.938/81)

Meio ambiente Meio ambiente Meio ambiente


Natural Artificial Cultural

Teoria do Risco integral


§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste
artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.

Não cabe excludentes!!!

OBS: É aplicável a teoria do risco integral nas


responsabilidades decorrentes de Danos Nucleares
RESPONSABILDADES DE TERCEIROS - CULPA IN ELIGIENDO
(ART. 932CC) São modalidades de
- CULPA IN VIGILANDO responsabilidade
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade
subjetiva!!!
e em sua companhia; - CULPA IN CUSTODIENDO

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem


nas mesmas condições;

Art. 933. As pessoas indicadas nos


III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e incisos I a V do artigo antecedente, ainda
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão que não haja culpa de sua parte,
dele; responderão pelos atos praticados pelos
terceiros ali referidos.

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos


onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos
seus hóspedes, moradores e educandos; OBS: Responsabilidade Objetiva
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei
especial, os empresários individuais e as empresas
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do respondem independentemente de culpa pelos danos
crime, até a concorrente quantia. causados pelos produtos postos em circulação.
RESSARCIMENTO DE TERCEIROS RESPONSABILIDADE SOBRE OS ANIMAIS

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano
outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem por este causado, se não provar culpa da vítima ou força
pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, maior.
absoluta ou relativamente incapaz

RESPONSABILIDADE SOBRE OS PRÉDIOS

RESPONSABILIDADE CIVIL Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos


X danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de
RESPONSABILIDADE PENAL reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
O JUÍZO PENAL SE SOBREPÕE AO CÍVIL?
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde
criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem
do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas lançadas em lugar indevido.
questões se acharem decididas no juízo criminal.
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à
construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e
COBRANÇA INDEVIDA acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;

Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver responderão pela dívida;
prescrição.
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do contribuições devidas em função do imóvel familiar;
direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como
e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
solidariamente pela reparação.
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução
de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou
perdimento de bens.
LEI Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990.
(bens de família) IMPENHORABILIDADE PELO CÓDIGO CIVIL
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade
familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante
dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio
contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do
proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as
lei. regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida
em lei especial.
TIPOS DE DANOS

INDIVIDUAL INDIVIDUAIS COLETIVOS DIFUSOS


HETEROGÊNEO HOMOGÊNEOS

Dano sofrido por uma Pessoa determinada que Grupo determinável Grupo indeterminável de
pessoa, sem ligação com sofreu a lesão oriunda de de pessoas que foram pessoas que foram lesionadas
demais pessoas ou fatos. fatores socialmente maiores. lesionadas por um pelo mesmo ato/autor.
mesmo evento.
Ex: Pessoa que compra um Ex: pessoas que viram os
Ex: Uma pessoa que é carro da marca X e este Ex: Lojas de carros que
atropelada por outro comerciais na TV sobre o
modelo de carro possui um compraram para revenda carro da marca X que não
individuo alcoolizado problema no freio, ao tentar os carros da marca X possui frenagem, mas foram
freiar o carro não para e vem a que possui problemas de enganados, uma vez que a
colidir. frenagem. propaganda alegava ter e ser
seguro.
INDENIZAÇÃO
INDENIZAÇÃO POR LESÃO
Art. 944.A indenização mede-se pela extensão do dano Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor
indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
DANO DIREITO X DANO EM RIOCHETE (REFLEXO) cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não
eqüitativamente, a indenização. possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,
conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
do dano. para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
INDENIZAÇÃO POR HOMICÍDIO
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
excluir outras reparações: TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE

I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, Se tutela a possibilidade que foi perdida, não um dano
seu funeral e o luto da família; concretamente aferível. A perda de um prazo pelo advogado ou a
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os criação de algum óbice na participação em um concurso público
devia, levando-se em conta a duração provável da vida da ou atividade desportiva.
vítima.
RESPONSABILIDADE MÉDICA

Alexander Lacassagne definiu a responsabilidade médica como Quando da avaliação da culpa médica, deve ficar evidente que
a obrigação que podem sofrer os médicos em virtude de certas sem a existência de um dano efetivo e real não se pode
faltas por eles cometidas no exercício de sua profissão, faltas caracterizar a responsabilidade profissional, tal qual ela está
essas que geralmente comportam uma dupla ação: civil e penal. inserida nos dispositivos específicos, seja por imperícia,
imprudência ou negligência. A determinação concreta do dano,
Quanto ao aspecto civil, acarretando o dano físico um prejuízo
além de indispensável em relação à configuração da
econômico, impõe-se um pagamento em dinheiro como forma
responsabilidade médica, pode estabelecer o grau da culpa e a
de indenização.
extensão da liquidação. Mesmo assim, ainda há de se
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no concretizar o nexo de causalidade e as condições em que se
caso de indenização devida por aquele que, no exercício de verificou o dano.
atividade profissional, por negligência, Imprudência ou
a-) Informação ao paciente.
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,
causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho b) Informações sobre as condições precárias de trabalho
c) Informações registradas no prontuário.
A jurisprudência firmada sobre a responsabilidade médica teve
ênfase na França, através do Procurador-Geral Dupin, que d) Informações aos outros profissionais.
processou o Dr. Hèlie em 1825, o qual amputou os braço de e-) Dever de atualização
um nascituro para tira-lo do ventre materno. f-) Dever de vigilância e de cuidados
O tribunal condenou em indenização e pensão vitalícia. g-) Dever de abstenção de abuso
OBS: É necessário distinguir o erro médico do acidente
imprevisível e do resultado incontrolável. (fonte: Direito Médico – Genival Veloso de França, 12ª ed. Forense)
Responsabilidade de meio Responsabilidade de fim

Existe o compromisso da utilização de todos os recursos


A prestação do serviço tem um fim definido. Se não houver o
disponíveis para se ter um resultado, sem, no entanto, a
resultado esperado, há inadimplência e o devedor assume o ônus
obrigação de alcançar esse êxito tão legítimo.
por não satisfazer a obrigação que prometeu.
Busca-se, é claro, um resultado, mas, em não se cumprindo –
e inexistindo a culpa do devedor, não há o que cobrar.

OBS: É A RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO TAMBÉM.


Lei n. 8.906/94 — Estatuto da Advocacia — art. 32
RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO E DO JUIZ

“A jurisprudência dos tribunais tem ressaltado que a necessidade de narrar ou de


Art. 133.CRFB/88 - O advogado é indispensável à administração da criticar atua como fator de descaracterização do tipo subjetivo peculiar aos crimes
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da contra a honra, especialmente quando a manifestação considerada ofensiva
profissão, nos limites da lei. decorre do regular exercício, pelo agente, de um direito que lhe assiste e de cuja
prática não transparece o pravus animus, que constitui elemento essencial à
Art. 32. EOAB - O advogado é responsável pelos atos que, no configuração dos delitos de calúnia, difamação e/ou injúria. [RHC 81.750, rel.
exercício profissional, praticar com dolo ou culpa. min. Celso de Mello, j. 12-11-2002, 2ª T, DJ de 10-8-2007.] = HC 104.385, rel. p/
o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 28-6-2011, 1ª T, DJE de 25-8-2011 Vide HC
98.237, rel. min. Celso de Mello, j. 15-12-2009, 2ª T, DJE de 6-8-2010”
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será
solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com “A inviolabilidade judiciária penal do advogado está circunscrita nos limites da lei
(art. 133 da Constituição da República). Não pode, assim, o animus defendendi ser
este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.
transformado em licença
ART. 7° EOAB - § 2º O advogado tem imunidade profissional, para o ataque descomedido e desnecessário” (Superior Tribunal de Justiça, RHC,
não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer Rel. Edson Vidigal,
RSTJ,40/244).
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou
fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, Art. 143. do CPC - O juiz responderá, civil e regressivamente, por
pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8) perdas e danos quando:

§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que
observado o disposto no inciso IV deste artigo. deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.

§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão
todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a
salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez)
assegurados à OAB. dias.
Responsabilidade dos Transportadores
(art. 730 até 756)
Transporte de Pessoas Transporte de coisas
(apenas oneroso) Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua
natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não se
1. O transportador responde pelos danos às pessoas e as bagagens. confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo nome
Não cabendo Cláusula excludente, mas cabe força maior e endereço.
Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa descrição no documento a
2. O transportador responde pela culpa de 3°. Ex: ex-motorista que se refere o artigo antecedente, será o transportador indenizado pelo prejuízo
que sofrer, devendo a ação respectiva ser ajuizada no prazo de cento e vinte
que corta os freios do ônibus. dias, a contar daquele ato, sob pena de decadência

3. O transportador deve cumprir o horário sob pena de P.D., salvo Art. 750. A responsabilidade do transportador, limitada ao valor constante do
conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus prepostos, recebem a
força maior. coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em juízo, se
aquele não for encontrado
4. A indenização do passageiro será menor caso não cumpra as
Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou a quem
ordens da transportadora. apresentar o conhecimento endossado, devendo aquele que as receber conferi-
las e apresentar as reclamações que tiver, sob pena de decadência dos direitos.
5. Se o passageiro desistir da viagem, com tempo para repor Parágrafo único. No caso de perda parcial ou de avaria não perceptível à
alguém em seu lugar deverá ter seus valores de volta. primeira vista, o destinatário conserva a sua ação contra o transportador, desde
que denuncie o dano em dez dias a contar da entrega.
6. Se a viagem for interrompida o transportador deverá conclui-
la com outro meio de transporte e prestar a devida alimentação Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos os transportadores
respondem solidariamente pelo dano causado perante o remetente, ressalvada a
e hospedagem durante a espera do novo transporte. apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que o ressarcimento
recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo
7. O transportador tem Direito de Retenção. percurso houver ocorrido o dano
Responsabilidade do Estado

The king can do no wrong, com a decadência do absolutismo, e sob a De fato, parece-nos que, sem sombra de qualquer dúvida, a
influência do liberalismo, o Estado vai perdendo a sua imunidade de responsabilidade civil prevista na Constituição Federal de 1988 é
outrora. essencialmente objetiva, prescindindo da ideia de culpa, como
As primeiras teorias traziam a concepção da responsabilidade subjetiva pressuposto para a obrigação de indenizar.
(culpa civilística, a da culpa administrativa, a da culpa anônima, a da
culpa presumida e a da falta administrativa). A constatação de “culpa da vítima” fulmina a pretensão reparatória,
não pela ausência de elemento subjetivo, mas sim por quebrar o nexo de
Porém, surgiram três teorias atualmente aceitas, a saber, a do risco causalidade necessário para o reconhecimento da reparabilidade do
administrativo, a do risco integral e a do risco social
dano.
1. Risco administrativo avança no sentido da publicização da
responsabilidade e coletivização dos prejuízos, fazendo surgir a A responsabilidade civil do Estado é objetiva, tendo tal afirmação
obrigação de indenizar o dano em razão da simples ocorrência do ato fulcro, inclusive, em sede constitucional, conforme se verifica de uma
lesivo, sem se perquirir a falta do serviço ou da culpa do agente. simples leitura do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal de 1988, in
verbis:
2. Risco Integral trata-se de situação extrema, que não deve ser aceita,
em regra, pela imensa possibilidade de ocorrência de desvios e abusos. “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
3. Risco Social se o Estado tem o dever de cuidar da harmonia e da
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:(...)
estabilidade sociais, e o dano provém justamente da quebra desta
harmonia e estabilidade, seria dever do Estado repará-lo. O que releva
§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
não é mais individuar para reprimir e compensar, mas socializar para
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
garantir e compensar.
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
(fonte: Pablo Stolze – Novo curso de Direito Civil Vol 03, pg 270) direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”
CONTRATOS
Parte geral
Professor Felipe Martarelli
Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -

O artigo 1.321 do Código Civil italiano, de


1942, traz uma definição de contrato que é
perfeitamente válida no Direito brasileiro:

“O contrato é o acordo de duas ou mais


partes para constituir, regular ou extinguir,
entre si, uma relação jurídica patrimonial”.

O acordo contratual, também chamado de


“consenso”, resulta da exteriorização da
vontade interna e psíquica de cada parte, por
meio de uma operação intelectual que o Direito
denomina como “declaração de vontade”.
Felipe Martarelli
- Professor -

Visão estrutural do contrato

Do ponto de vista estritamente jurídico, o contrato se estrutura em 03 (três) planos logicamente distintos,
sucessivos e interligados:

1° - o plano da existência (o contrato existe para o mundo do Direito se ele contiver agente, objeto,
forma e vontade).

2° - o plano da validade (o fato de o contrato existir para o Direito não implica, necessariamente, que ele
já tenha agente capaz + objeto lícito, determinado ou determinável + forma prescrita ou não defesa em lei
+ vontade livre e de boa fé.

3° - plano da eficácia - Termo (inicial/final) ou condição (resolutiva/suspensiva) ou encargo.


Felipe Martarelli
- Professor - Princípios

Princípio da autonomia privada


O princípio da autonomia da vontade é um conceito fundamental no direito civil que reconhece a liberdade das pessoas em
exercerem sua vontade na celebração de contratos e na regulação de seus direitos e obrigações. Esse princípio permite que as
partes envolvidas em uma negociação ou contrato tenham a liberdade de estabelecer os termos e condições que considerarem
apropriados, desde que não violem a lei ou os princípios fundamentais da ordem pública.

Em suma, o princípio da autonomia da vontade confere às partes a capacidade de determinar suas próprias relações jurídicas, sem
interferência externa, desde que respeitem os limites legais e éticos. Isso significa que as pessoas têm o direito de celebrar
contratos, realizar transações comerciais e regular seus interesses de acordo com suas próprias vontades e necessidades.

Por exemplo, duas partes podem concordar em um contrato de compra e venda de um imóvel, estabelecendo o preço, as
condições de pagamento e outros termos específicos, de acordo com suas preferências e interesses mútuos. Desde que esses
termos sejam lícitos e não violem os direitos de terceiros ou a ordem pública, o princípio da autonomia da vontade permite que as
partes ajam livremente.

No entanto, é importante ressaltar que esse princípio não é absoluto e pode ser limitado por outros princípios jurídicos, como a
boa-fé, a igualdade entre as partes e a proteção dos interesses públicos. Assim, embora as partes tenham liberdade para negociar e
celebrar contratos, suas ações devem estar dentro dos limites legais e éticos estabelecidos pela lei
Felipe Martarelli
- Professor -
Princípio da supremacia da ordem pública
O princípio da supremacia da ordem pública é um conceito jurídico que estabelece que os interesses coletivos e os valores
fundamentais da sociedade têm precedência sobre os interesses individuais das partes em um contrato ou negociação. Em
outras palavras, ele determina que certos princípios, normas ou políticas públicas devem ser respeitados e não podem ser
ignorados em nome da autonomia da vontade das partes.

Esse princípio é aplicado quando um contrato ou acordo entre as partes contraria valores essenciais para a sociedade, como a
moral, a saúde pública, a segurança, a justiça social ou os direitos fundamentais. Nessas situações, mesmo que as partes
concordem com os termos do contrato, ele pode ser considerado nulo ou inválido se violar a ordem pública.

Por exemplo, um contrato que incentive a prática de atividades ilegais, como o tráfico de drogas, não será válido, pois viola a
ordem pública ao promover uma atividade que é prejudicial à sociedade como um todo.
Outro exemplo seria um contrato de trabalho que desrespeita os direitos trabalhistas mínimos estabelecidos por lei, como o
pagamento do salário mínimo ou a garantia de condições seguras de trabalho. Mesmo que o empregador e o empregado
concordem com os termos do contrato, ele pode ser considerado inválido se violar os princípios da ordem pública relacionados
à proteção dos trabalhadores.

Em resumo, o princípio da supremacia da ordem pública garante que certos valores e interesses coletivos sejam preservados e
protegidos, mesmo que isso signifique limitar a autonomia da vontade das partes envolvidas em um contrato. Ele desempenha
um papel crucial na manutenção da ordem e da justiça na sociedade.
Felipe Martarelli
- Professor -
O princípio do consensualismo
O princípio do consensualismo é um conceito fundamental no direito contratual que estabelece que os contratos são
formados a partir do acordo de vontades das partes envolvidas, ou seja, pela manifestação livre e expressa do consentimento
mútuo. Isso significa que, para a validade de um contrato, é essencial que haja um acordo entre as partes, sem a necessidade
de formalidades específicas ou de uma forma especial.

Este princípio destaca a importância da vontade das partes como elemento central na formação dos contratos. Ele reconhece
que as pessoas têm a liberdade de negociar e estabelecer acordos conforme suas próprias vontades e interesses, desde que
não violem a lei ou os princípios fundamentais.

Por exemplo, quando duas pessoas concordam em comprar e vender um produto por um determinado preço, mediante as
condições estabelecidas por ambas, um contrato é formado com base no princípio do consensualismo. O simples acordo
entre as partes é suficiente para criar obrigações legais.

No entanto, é importante destacar que, embora o princípio do consensualismo seja fundamental na formação dos contratos,
existem algumas exceções em que a lei exige formas específicas ou formalidades para a validade de determinados tipos de
contratos, como é o caso de contratos imobiliários, por exemplo.

Em resumo, o princípio do consensualismo reforça a ideia de que os contratos são resultado do acordo de vontades das
partes envolvidas, refletindo a liberdade e autonomia das pessoas na regulação de suas relações jurídicas.
Felipe Martarelli
- Professor - Princípio da força obrigatória do contrato
pacta sunt servanda
O princípio da força obrigatória do contrato é um conceito fundamental no direito civil que estabelece que os contratos têm força
vinculativa e devem ser cumpridos pelas partes conforme os termos e condições acordados. Isso significa que uma vez que um
contrato é celebrado de acordo com a lei, suas cláusulas têm força obrigatória e legal, e as partes envolvidas estão obrigadas a
cumpri-las.

Esse princípio reflete a importância da segurança jurídica e da confiança nas relações comerciais e civis. Ele garante que as
partes possam confiar na execução dos contratos e que tenham um meio legal para fazer valer seus direitos caso uma das partes
não cumpra suas obrigações.

Por exemplo, se João concorda em vender seu carro para Maria por um determinado preço e Maria aceita as condições
estabelecidas, ambas as partes ficam vinculadas ao contrato. Se Maria se recusar a pagar o preço acordado após receber o carro,
João pode recorrer ao sistema jurídico para exigir o cumprimento do contrato ou obter uma compensação pelo descumprimento.

No entanto, é importante ressaltar que o princípio da força obrigatória do contrato também reconhece que existem circunstâncias
em que um contrato pode ser anulado ou rescindido, como em casos de vício de consentimento, incapacidade das partes,
ilegalidade do objeto, entre outros motivos previstos em lei.

Em resumo, o princípio da força obrigatória do contrato é essencial para garantir a estabilidade e a confiabilidade das relações
contratuais, proporcionando um ambiente jurídico onde os direitos e obrigações das partes são protegidos e aplicados de forma
eficaz.
Felipe Martarelli
- Professor -
Princípio da boa-fé objetiva

O princípio da boa-fé objetiva é um conceito jurídico que estabelece que as partes de um contrato devem agir de maneira
honesta, leal e razoável durante todas as fases da relação contratual. Esse princípio implica que as partes devem agir de
acordo com as expectativas razoáveis umas das outras, promovendo a confiança e a cooperação mútua.

A boa-fé objetiva exige que as partes ajam de forma justa e honesta ao negociar, celebrar, executar e extinguir um contrato.
Isso significa que elas devem evitar o abuso de direito, a fraude, o comportamento oportunista e qualquer conduta que viole
os princípios da equidade e da lealdade.

Por exemplo, se uma parte em um contrato descobre informações relevantes que podem afetar significativamente a outra
parte, ela tem o dever de divulgar essas informações de forma completa e oportuna, em conformidade com o princípio da
boa-fé objetiva.

Esse princípio também implica que as partes devem interpretar e aplicar os termos do contrato de acordo com o seu
verdadeiro propósito e intenção, considerando os interesses legítimos de ambas as partes.

Em resumo, o princípio da boa-fé objetiva visa promover relações contratuais justas, equilibradas e baseadas na confiança
mútua, contribuindo para a estabilidade e a eficiência do sistema jurídico.
Felipe Martarelli
- Professor -
Princípio da boa-fé objetiva
a) Lealdade e confiança recíprocas; "Isso porque lealdade nada mais é do que a fidelidade aos compromissos assumidos, com
respeito aos princípios e regras que norteiam a honra e a probidade".

b) Assistência; "O dever de assistência, também conhecido como dever de cooperação,se refere à concepção de que, se o
contrato é feito para ser cumprido, aos contratantes cabe colaborar para o correto adimplemento da sua prestação principal, em
toda a sua extensão".

c) Informação; "Trata-se de uma imposição moral e jurídica a obrigação de comunicar à outra parte todas as características e
circunstâncias do negócio e, bem assim, do bem jurídico, que é seu objeto116, por ser imperativo de lealdade
entre os contraentes".

d) Sigilo ou confidencialidade; "Em um determinado contrato firmado entre as empresas OLIVEIRA e TIGÓ, para
fornecimento de ração de pássaros, não se consignou cláusula no sentido de que as partes contratantes não poderiam, durante a
vigência do contrato, ou mesmo após, divulgar dados ou informações uma da outra. Ora, ainda que não haja estipulação nesse
sentido, é forçoso convir que a boa-fé objetiva impõe que se observe o dever de sigilo ou confidencialidade entre ambas".

Fonte: Stolza, Pablo. Novo Curso de Direito Civil. 2018. P.127/128.


Felipe Martarelli
- Professor -
Função Social do Contrato

Intrínseco: o contrato visto como Extrínseco: o contrato em


relação jurídica entre as partes face da coletividade, ou
negociais, impondo-se o respeito à seja, visto sob o aspecto de
lealdade negocial e à boa-fé seu impacto eficacial na
objetiva buscando-se uma sociedade em que fora
equivalência material entre os celebrado.
contratantes. (Stolze, Pablo. 99)
(Stolze, Pablo. 98/99)

"Ainda que o vocábulo social sempre apresente esta tendência de nos levar a crer tratar-se de figura da concepção filosófico-
socialista, deve restar esclarecido tal equívoco. Não se trata, sem sombra de dúvida, de se estar caminhando no sentido de
transformar a propriedade em patrimônio coletivo da humanidade, mas tão apenas de subordinar a propriedade privada aos
interesses sociais, através desta ideia-princípio, a um só tempo antiga e atual, denominada ‘doutrina da função social”.
GISELDA HIRONAKA
Felipe Martarelli
- Professor -
Função social do contrato
A função social do contrato é um princípio jurídico que estabelece que os contratos devem ser interpretados e executados de
maneira a promover o bem-estar social, o equilíbrio nas relações econômicas e a justiça social. Em outras palavras, os
contratos não devem ser vistos apenas como instrumentos para a defesa de interesses individuais das partes envolvidas, mas
também como meios de cumprir uma função social mais ampla.

Esse princípio reconhece que as relações contratuais têm impacto não apenas sobre os contratantes, mas também sobre a
comunidade e a sociedade como um todo. Portanto, os contratos devem ser elaborados e executados levando em consideração
não apenas os interesses particulares das partes, mas também os interesses coletivos e os valores fundamentais da sociedade.

Por exemplo, um contrato de locação de imóvel deve respeitar as normas de habitação digna e garantir condições adequadas
de moradia para o locatário, em conformidade com a função social da propriedade. Da mesma forma, um contrato de trabalho
deve respeitar os direitos trabalhistas mínimos e garantir condições justas e seguras de trabalho para o empregado.

Além disso, a função social do contrato também pode se refletir na forma como os contratos são interpretados pelo judiciário
em casos de conflito entre as partes. Os tribunais podem considerar não apenas os termos escritos do contrato, mas também
os princípios de equidade, justiça e solidariedade, a fim de garantir que o contrato cumpra sua função social.

Em resumo, a função social do contrato visa equilibrar os interesses individuais das partes com os interesses coletivos da
sociedade, promovendo relações contratuais justas, equitativas e socialmente responsáveis.
Felipe Martarelli
- Professor - Desdobramentos da boa-fé objetiva

Venire contra Supressio Surrectio Exceptio doli tu quoque


factum proprio (verwirkung) (Einwirkung)
"Visa a sancionar "Até tu brutus, meu
Constitui na É a perda do Trata-se da condutas em que o filho".
proibição de atuar direito pelo não consequência do exercício do
de maneira uso deste direito item anterior. É direito tenha sido Rompe-se "com o valor
contraditória. em tempo o surgimento de realizado com o da confiança,
razoável. um direito pelo intuito, não de surpreende uma das
Preclusão lógica: uso diferente do preservar partes da relação
imaginemos uma Ex: não reclamar pactuado. legítimos negocial, colocando-a
pessoa que durante o contrato interesses, mas, em situação de injusta
expressamente diz que ele vem Ex: mesmo da sim, de prejudicar desvantagem"
que não irá recorrer sendo cumprido supressio. a parte contrária". Pablo Stolze (p. 139)
e recorre. em local Pablo Stolze (p.
diferente. 139) Ex: art.180 CC

Ex: art. 940 CC.


Felipe Martarelli Classificações dos contratos
- Professor -

Quanto à natureza das Função econômica


obrigações

Contratos unilaterais, Contratos comutativos ou


Contratos gratuitos Contratos onerosos
bilaterais ou plurilaterais contratos aleatórios

Quanto à forma Quanto à formação Contratos reciprocamente considerados

Solene Não solene Inter vivos causa mortis


Exceção A validade da Principais Derivados ou
declaração de subcontratos
vontade não
dependerá de forma
especial,
senão quando a lei
expressamente a
exigir
Felipe Martarelli
- Professor -
Felipe Martarelli
- Professor -

• Aquisição de bens
Finalidade dos contratos • Fruição de bens
• Fruição de serviços
• Representação
Felipe Martarelli
- Professor -

Formação do contrato

Abandonou-se a perspectiva tradicional baseada em um conceito estático da


fase pré-contratual, em benefício da noção mais dinâmica de procedimento de
formação do contrato.

Contratos de formação instantânea

A proposta de contrato, também chamada de oferta, é a declaração de um


sujeito de direito capaz (proponente) dirigida a outro sujeito igualmente capaz
(oblato), convidando-o a com ele realizar determinada operação econômica.
Felipe Martarelli
- Professor -

Proposta de contrato
"Manifestação unilateral de vontade, destinada a composição de
negócio jurídico bilateral, sua função é a de ser anterior à
aceitação, e dar a conhecer o que seria o conteúdo do negócio
jurídico bilateral ou plurilateral [...]. A função da oferta é suscitar a
composição do negócio jurídico bilateral”

(PONTES DE MIRANDA, 1954, p. 138).


Felipe Martarelli
- Professor -
PROPOSTA

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;

II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do proponente;

III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;

IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do


proponente.
Felipe Martarelli
- Professor -
PROPOSTA

Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o
contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.

Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na
oferta realizada.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á
imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.

Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado,
reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.

Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Felipe Martarelli
- Professor -

Da Estipulação em Favor de Terceiro

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é
permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir,
e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-
lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no


contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.

Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última
vontade.
Felipe Martarelli
- Professor -

A estipulação em favor de terceiros é um conceito jurídico que ocorre quando duas partes, em um contrato,
acordam que uma das partes (estipulante) fará algo em benefício de um terceiro (beneficiário), que não é
parte do contrato original. Em outras palavras, uma das partes promete realizar uma ação ou fornecer um
benefício a favor de alguém que não está diretamente envolvido no contrato.

Por exemplo:

1.Seguro de vida: Um indivíduo (estipulante) adquire um seguro de vida e designa seu cônjuge
(beneficiário) para receber o pagamento do seguro em caso de sua morte.

2.Contrato de doação: Uma pessoa promete doar uma quantia em dinheiro para uma instituição de
caridade (beneficiário) por meio de um contrato com outra pessoa (estipulante).

3.Contrato de seguro de saúde: Um empregador (estipulante) firma um contrato de seguro de saúde para
seus funcionários, com os funcionários como beneficiários.
Felipe Martarelli
- Professor -

Da Promessa de Fato de Terceiro

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando
este o não executar.

Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente,
dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a
indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois
de se ter obrigado, faltar à prestação.
Felipe Martarelli
- Professor -

A promessa de fato de terceiro é um conceito jurídico que envolve uma situação em que uma pessoa (promitente) faz
uma promessa para outra parte (promissário) de que um terceiro (o prometido) realizará ou deixará de fazer algo. Nesse
caso, o terceiro pode não estar ciente da promessa feita em seu nome.

Aqui estão alguns exemplos para ilustrar esse conceito:

1.Contrato de Empreitada: João contrata uma empresa de construção (promitente) para construir uma casa para Maria
(promissário). A empresa de construção promete a Maria que a casa estará pronta em seis meses. Neste caso, Maria é o
promissário e a empresa de construção é o promitente. O terceiro, que é a equipe de construção responsável pela
execução do trabalho, é o prometido.

2.Contrato de Venda com Entrega Futura: Ana vende um carro para Luís (promissário), e promete a Luís que seu
amigo Pedro (prometido) entregará o carro a Luís na próxima semana. Aqui, Ana é o promitente, Luís é o promissário, e
Pedro é o prometido.

3.Garantia de Pagamento: Carlos pede dinheiro emprestado a um banco (promitente) e promete ao banco que, se ele
não pagar a dívida, seu irmão Marcos (prometido) irá pagá-la. Neste caso, Carlos é o promitente, o banco é o
promissário, e Marcos é o prometido.
Em cada um desses exemplos, a promessa de fato de terceiro é evidente, pois uma parte (promitente) está prometendo
que outra pessoa (prometida) realizará ou se absterá de fazer algo em benefício da outra parte (promissário).
Felipe Martarelli
- Professor -

Contratos de adesão
No artigo 54, o Código de Defesa do Consumidor define o contrato
de adesão como “aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”

Porém, há contratos de adesão que não albergam relações


econômicas de consumo, e sim transações comerciais entabuladas
entre empresas, razão pela qual o Código Civil também cuidou
dessa modalidade de contratação em dois dispositivos. No artigo
423, tal código estabeleceu que “Quando houver no contrato de
adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a
interpretação mais favorável ao aderente”
Felipe Martarelli
- Professor -

Garantias legais aos contratantes


As normas jurídicas que integram o Direito Contratual podem ser dispositivas
ou cogentes.
As primeiras incidem sobre os contratos na hipótese de as partes contratantes
silenciarem a respeito da matéria sobre as quais versam, podendo, porém,
afastar a sua incidência por disposição contratual expressa. Já as normas
cogentes aplicam-se necessariamente aos contratos, porque envolvem interesses
de ordem pública, não podendo ser afastadas pela vontade das partes.

O Código Civil estabelece garantias compensatórias à parte prejudicada por três


modos de descumprimento da obrigação a cargo da contraparte:
vícios ocultos, evicção e exceção do contrato não cumprido.
Felipe Martarelli
- Professor -

Garantia contra os vícios redibitórios


O artigo 441 do Código Civil estabelece que “A coisa recebida em virtude de contrato
comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria
ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor” (BRASIL, 2002), dispondo, o
artigo seguinte, que “Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, pode o
adquirente reclamar abatimento no preço” (BRASIL, 2002).

Denominam-se vícios redibitórios os defeitos ocultos em coisa recebida em contrato


comutativo, que torna a coisa imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam
significativamente o valor, facultando ao adquirente a devolução ao alienante, ou o
abatimento do preço de aquisição.
Felipe Martarelli
- Professor -

Garantia contra os vícios redibitórios

Em face do vício redibitório, o artigo 442 do Código Civil determina que o adquirente tem duas
alternativas

Ação redibitória em que pede:


(i) a declaração de resolução do contrato por vício redibitório;
(ii) a devolução da coisa defeituosa, consignando-a em juízo se o alienante não a aceitar de
volta; e
(iii) a devolução do preço pago.

Ação estimatória em que o adquirente conserva a propriedade da coisa defeituosa, mas pleiteia
abatimento do preço.
Felipe Martarelli Evicção - Art. 447
- Professor -

Terceiro Adquirente
Conceito: Perda de um bem Evictor Alienante Evicto
devidamente adquirido, para um
terceiro, por culpa do alienante.

EX: Devedor que vende seus


bens sem pagar suas dívidas
Obs. O Alienante não precisa saber da dívida, como
Cláusula de exclusão ou diminuição da garantia:
por exemplo, no caso de uma desapropriação.
Neste caso o adquirente deve saber e tem que falar
Neste caso é um alienante de boa-fé.
expressamente.
Requisitos:
Cláusula de reforço da garantia: Pode ser colocado
para agravar as consequências, caso venha ocorrer. - Total ou parcial (Ex. 05 herdeiros vedem o
bem mas apenas 01 não poderia por causa de
Art. 450 – Evicto pode cobrar do alienante além do dívidas.
valor pago, as indenizações pelos frutos e despesas - Onerosidade da aquisição
- Ignorância pelo adquirente
- Melhor direito do Terceiro (anterior)
PARTE CONSIDERÁVEL X PARTE NÃO CONSIDERÁVEL - Sentença Judicial (Não surpreende o Evicto)
Felipe Martarelli
- Professor -
CONTRATOS ALEATÓRIO
CONTRATOS COMUTATIVOS
Conceito: As partes não possuem conhecimento sobre os benefícios
Conceito: No momento da assumidos, mas apenas os ônus. (existe um risco).
formação do contrato as partes
conseguem antever todas as ALEA = Risco.
obrigações, prazos, ônus, bônus...
Ex: Contrato de compra e venda. Vincula-se à sorte ou azar, como por exemplo, contrato de jogos,
loteria, bingo, seguro...

OBS. Contrato acidentalmente aleatório.

Venda de coisa futura Venda exposta à risco

Art. 458. Emptio Spei (contrato de alto Art. 459. Empitio Rei Sperata (Risco
risco, onde o pagador irá arcar com os menor que anterior, uma vez que assume
valores, independentemente, de receber o risco de receber menos, mas sempre
o benefício. algo.
Felipe Martarelli
- Professor - Contrato com pessoa a declarar

Conceito: Trata-se de uma


cláusula inserida dentro do
contrato que estipula que outra
pessoa irá entrar no lugar de um 02 fases: A primeira é entre o promitente e
dos contratantes. o estipulante, já a segunda fase é do
estipulante e o electus.

É como se o electus estivesse desde o


começo do contrato.

Razões:
- uma das partes não quer aparecer (ex: tem
muito dinheiro e por isso vao cobrar mais
Promitente Estipulante Electus caro deles).
devedor Credor 3° escolhido - Não quer que o dono do imóvel saiba
quem é.
O Terceiro entrará tanto para cumprir a obrigação quanto para ser OBS: Se não indicar o prazo ou não for aceito,
beneficiado da obrigação, o que diferencia, inclusive, da estipulação o contrato será valido na primeira fase e
de terceiros. continuará (prazo de 05 dias,
Felipe Martarelli
- Professor - DA EXTINÇÃO DO CONTRATO

Do Distrato

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o
permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito
depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Felipe Martarelli
- Professor -

Da Cláusula Resolutiva

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de
interpelação judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos.
Felipe Martarelli
- Professor - Exceção do contrato não cumprido
exceptio non adimpleti contractus

Preceitua o artigo 476 do Código Civil que


“Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a
sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro”.
Segundo Pereira (2003, p. 67), “nos contratos
bilaterais as obrigações das partes são recíprocas e interdependentes: cada um
dos contraentes é simultaneamente credor e devedor um do outro, uma vez que
as respectivas obrigações têm por causa as do seu cocontratante, e, assim, a
existência de uma é subordinada à da outra parte”, de tal modo que enquanto a
parte não realiza a sua prestação obrigacional, não tem ação para exigir que a
outra parte cumpra a sua obrigação.

Se esta for demandada em juízo, poderá oferecer a defesa positivada no citado


artigo 476, tradicionalmente denominada pela locução latina exceptio non
adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido).
Felipe Martarelli
- Professor -

Resolução por onerosidade excessiva

No momento da celebração, o contrato é cercado de circunstâncias determinadas que


definem o ambiente em que surgiram as declarações de vontade das partes e o equilíbrio
de direitos e deveres, isto é, a sua base negocial. Todavia, vicissitudes ocorridas no curso
do contrato podem afetar profundamente esse equilíbrio, levando objetivamente à
onerosidade excessiva das prestações a cargo de uma das partes. Tais vicissitudes são
exteriores ao contrato – o que significa dizer que não foram provocadas pelas partes – e
supervenientes à data de sua formação, ensejando a resolução da avença. Todo contrato
implica certo grau de risco inerente às atividades econômicas, notadamente quando se
projeta no tempo. É o comumente denominado risco do negócio, previsto e aceito pelas
partes contratantes.
Porém, quando a mudança de circunstâncias ultrapassa o limite razoável das
expectativas, desaparece o risco do negócio, não se podendo mais exigir que a parte
devedora, que não deu causa a tal evento, assuma a onerosidade
excessiva dele decorrente (LÔBO, 2011)
Felipe Martarelli
- Professor -

Revisão judicial do contrato

O artigo 317 do Código Civil preceitua que “Quando, por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do
momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido
da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação”
(BRASIL, 2002).

Este dispositivo autoriza o juiz, quando provocado pela parte prejudicada, a


promover a revisão do contrato se a prestação a cargo desta se tornou
desproporcional em relação a seu valor quando da formação do contrato, por
circunstâncias supervenientes e imprevisíveis.
Felipe Martarelli
- Professor -

Revisão judicial do contrato

“A noção de desequilíbrio no contrato traz para o seio da teoria contratual a


preocupação com o justo, entendido [...] o justo como sendo um critério
paritário de distribuição dos bens. Justo é o contrato cujas prestações de um e
de outro contratante, supondo-se interdependentes, guardam entre si um nível
razoável de proporcionalidade. Uma vez demonstrada a exagerada ou a
excessiva discrepância entre as obrigações assumidas por cada contratante,
fica configurada a injustiça daquele ajuste, exatamente na medida em que
configurada está a inexistência de paridade daquele ajuste, exatamente na
medida em que configurada está a inexistência de paridade”

(NEGREIROS, 2002, p. 166-167)


Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as


normas gerais fixadas neste Código

Contrato atípico é aquele não disciplinado pelo ordenamento jurídico,


embora lícito, pelo fato de restar sujeito às normas gerais do contrato e não
contrariar a lei, nem os bons costumes, nem os princípios gerais do direito.

Os contratos atípicos, então, são ferramentas para permitir a plenitude da


autonomia das vontades e de garantir a necessária eficiência ao direito
contratual. Sobre o assunto, o mais importante é lembrar-se de que esses
contratos devem obedecer a todas as regras dos negócios jurídicos e da parte
geral dos contratos.
Felipe Martarelli
- Professor -

Teoria da combinação: ao interpretar um contrato atípico, este deverá ser decomposto,


aplicando em cada parte a regra legal do contrato típico que lhe é similar.

Teoria da absorção: deve-se verificar qual o elemento preponderante do contrato e


aplicar a norma desse contrato típico em detrimento dos demais.

Teoria da aplicação analógica: utiliza-se as regras do contrato típico mais semelhante


daquele em análise.
CONTRATOS
Em espécies
Professor Felipe Martarelli
Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -

Compromisso de compra e venda

A promessa de compra e venda nada mais é que um contrato


preliminar, mediante o qual o promitente comprador do imóvel se
obriga a pagar o preço e o promitente vendedor, após receber o que
avençou, se compromete a outorgar a escritura hábil à transferência
da propriedade.

A especificidade da promessa de compra e venda de bem imóvel


reside na atribuição de um direito real ao compromissário
comprador, por força do artigo 1.417 do Código Civil (BRASIL,
2002).
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
Art. 481/532 cc Elementos
Requisitos específicos
Paga em Dinheiro
Consentimento Preço Coisa
$
- Capacidade - Pecuniariedade - Existir
Campo do específica (ainda que
Direito (legitimidade de parcial se mais de
Vendedor Comprador obrigacional, vender o bem) 50% e dinheiro).
não muda até
a tradição ou - Escada ponteana - Seriedade - Individualização
Deixa a propriedade
o registro.
OBS: Se não for dinheiro, - Restrições: - Certeza - Disponibilidade
em regra configura contrato
de permuta. * Pessoa casada (eu sei (diferente de bens
* Ascendente exatamente o que fora do comércio).
* Curador/Tutor é)
- Sinalagmático * Locador/Locatário
- Consensual * Condômino
Características - Oneroso
- Comutativo
- Inter vivos
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
EFEITO VENDAS ESPECIAIS

Venda mediante amostra

Efeito Principal Efeito Secundário São vendas feitas


sem que o
comprador tenha
São as - Garantia do bem até a contato direto
obrigações tradição e não poder com o bem, mas
recíprocas, as alterar o bem. alvo que
quais incluem demonstra como
garantir a - Despesas, em regra, da ele é, como
qualidade do bem entrega do bem são do tecido, madeira,
e a não evicção. vendedor, já as de perfume.
registro são do
comprador (pode Obs: Se as
pactuar diferente). característica não
corresponderem o
- Direito de retenção de comprador pode
bem não pago. rejeitar.
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
Venda ad mensuram
Venda ad corpus
Depende da medição da Caso não tenha as
metragem, peso... especificações pode o
devedor: Caso em que a compra
Ex: 1.000 reais o metro é de um determinado
quadrado ou Boi de - Complementação bem, específico. Neste
500kg. da área ou peso caso, o bem importa
- Resolução do não seu tamanho, peso
Obs: Deve constar no negócio ou metragem.
contrato que vai medir, - Abatimento do
como irá medir e onde preço Ex: Comprar a casa que
será medido. morava na infância
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
Elementos acidentais
Retrovenda
Art. 505/507 Se o imóvel se perder sem culpa do comprador
resolve, se por culpa do devedor responde por perdas e
danos.
A Retrovenda dá Elemento acidentais não
ao vendedor o afetam a existência ou
direito de voltar a validade do contrato. - Devolver o valor da compra.
ser proprietário Atuam na eficácia no Caso o
se quiser. contrato vendedor - Despesas com Registro.
queira de
- Cláusula Acidental volta - Benfeitorias necessárias
- Bens Imóveis
- Prazo de 03 (três) anos
- Não transmite (vendedor - só para herdeiros Obs.II: - Se o comprador vender o novo comprador
- Registro na Matrícula saberá, pelo registro e deverá cumprir a retrovenda.

Obs: - Não incidi 2x o ITBI. Obs.III: - Se houver condomínio de vendedores e


- Apenas para bens imóveis ( STJ entende que apenas um requisitar, os demais devem ser
pode para móveis). notificados para o resgate total ou parcial.
- Se a cláusula for superior aos 03 anos, apenas
o excedente será nulo.
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
Elementos acidentais
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova

Art. 509 cc Art. 510 cc

Condicionada ao contento do comprador, ou seja é Condicionada a comprovação objetiva, funciona ou não,


subjetivo (caso goste) – ad gustum. caso não der o resultado que promete o comprador tem
direito a restituição.
- Condição suspensiva
- Prazo estipulado pelas partes - Condição suspensiva
- A tradição não gera a transmissão da propriedade. - Prazo estipulado pelas partes
- A tradição não gera a transmissão da propriedade.
Ex: Teste por X dias, caso não gostei devolvemos seu
dinheiro. Ex: Se não emagrecer devolvemos seu dinheiro.

- O possuidor tem o dever de conservação do bem! - O possuidor tem o dever de conservação do bem!
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
Elementos acidentais
Da Preempção ou Preferência Da Venda com Reserva de Domínio
Art. 513 cc. Trata-se do direito de preferência convencional. 521/528 cc
Tem que estar prevista expressamente, se fosse por lei como é
na locação ou condomínio, chamar-se-ia de direito de Apenas em contratos em execução diferida (a prazo).
preferência.
Ex: Eu lhe vendo um carro, caso você venha vender este carro, - Apenas para bens móveis infungíveis.
eu quero ter a preferência de comprar. - Caso o devedor não pague o credor pode reaver o bem!
- Neste caso mesmo com a tradição não há a transmissão da
OBS: Não é obrigado a vender, mas se vender tem que oferecer propriedade apenas a posse direta, mas reserva a posse
primeiro para o vendedor. É nova compra e tem novo ITBI indireta (condição suspensiva).
Requisitos: - Desejo do comprador de vender a coisa - Trata-se de propriedade resolúvel.
- Vontade do vendedor em comprar de volta - Após a tradição a responsabilidade é do comprador sobre o
bem.
Prazos máximo: - até 180 dias se bem móvel. (03 dias) - Se não for pago o vendedor pode tomar 02 caminhos: 1- ou
- até 02 anos se bem imóvel. (60 dias) cobra o valor e perdas e danos ou 2 – ação possessória para
A forma e condições da revenda é por conta do primeiro reaver o bem.
comprador e atual vendedor, mas tem que colocar condições - Diferente de alienação fiduciária, uma vez que aqui quem
iguais à 3°, sob perdas e danos! - Não transmite para herdeiros. ajuda no pagamento é o vendedor não um banco.

Retrocessão: Na desapropriação, se o poder público em 05 anos


não der a destinação correta terá o direito de voltar a ser dono.
Felipe Martarelli
- Professor -
Compra e venda
Da Venda Sobre Documentos

ART.529

Cláusula especial, agilizar venda de bens móveis


que estejam em posse de terceiro. A propriedade
esteja representada em algum documento e a posse
de tal documento tem força para atuar.

Ex: documento representativo de cereais em um


determinado armazém.

A mudança da propriedade não ocorre pela


tradição, mas pelo documento, por quem o possuir.
Felipe Martarelli
- Professor -

Da Troca ou Permuta
ART.533

Pela permuta, as partes se obrigam a entregar reciprocamente coisas que não sejam dinheiro.
Trata-se de contrato bilateral, oneroso, comutativo, paritário, não solene, consensual e típico.
A sua proximidade com a compra e venda é evidente, pois a permuta nada mais é que uma
compra que se paga com certa coisa, em vez de dinheiro (GAGLIANO, 2018).

- A diferença em dinheiro tem q ser menor do que o valor do bem trocado.

- As despesas são repartidas entre o vendedor e o comprador.

- Aplicam-se todos os demais atos da compra e venda aqui.


Felipe Martarelli
- Professor -
Do contrato estimatório
venda em consignação
Conceito: Uma recebe a coisa para vender e repassar seu
valor. Obs: pelo ART. 535 do cc, os riscos correm por conta do
Ex: Matheus quer vender milho, entregar milho para Pedro, consignatário, mesmo sem culpa!
para que Pedro venda e repasse o valor da venda para
Matheus. O consignatário não pode ser penhorado ou dar em garantia o
bem, uma vez que, apenas o poder do dispor é dele. Assim, não
- Transmite o poder do proprietário de dispor do bem. possui os 04 requisitos da propriedade, ou seja, não é
proprietário. Obs. Fazer por escrito quando vai vender um
- Contrato real para que gere efeitos tem que ser entregue carro e a loja tem dívidas, assim, não será penhorado.
para o consignatário.
O proprietário não pode mais vender ou tirar o bem sem
- Apenas para bens móveis infungível. beneficiar o consignatário se ele estiver no período.

- A condições da venda é feito pelo consignante, inclusive, - Não tem obrigatoriedade de venda, tem a permissão, ou seja,
preço. o consignatário não responde por não vender o bem

Ex: quero 20 mil pela venda do carro ou lhe darei % do


valor da venda.
Felipe Martarelli
- Professor -
DA DOAÇÃO
A doação, por sua vez, é o contrato em que uma pessoa (denominada doador), por
liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o patrimônio de outra pessoa
(designada donatário) (BRASIL, 2002).
Característica:
- Contratual idade. (Gera a
O Contrato de doação é
obrigação) – A formulação
bilateral. Trata-se de um
contratual é unilateral. Contrato
contrato onde tem que ter a
não solene.
vontade de quem está
- Animus donandi.
doando e a vontade de
- Transferência de bens.
quem está recebendo.
- Aceitação (Expressa, presumida
OBS: Precisa ser escrito, mas não precisa ser com registro (salvo imóvel). (539/546cc), tácita e ficta.
Pode ser oral somente no caso de doação manual!

OBS: Não podem doar quando o devedor for insolvente, parte inoficiosa
(50% com herdeiros necessários), todos os bens, cônjuge adultero não
pode doar ao amante.
Felipe Martarelli
- Professor -
ESPÉCIES DA DOAÇÃO

Espécies:
1º - Pura e simples (aquela que o doador não possui justificativa, ato de mera liberalidade).
2º - Modal (doação onerosa, com encargo ou condição resolutiva).
3º - Remuneratório (art.540cc. o beneficiário faz um serviço e por isso doo algo, um reconhecimento mas sem que seja esperado).
4º - Mista (vender o bem abaixo do valor de mercado Ex: vender um carro de 100 mil por 15 mil).
5º - Meritória (Pessoa com características especiais, Ex: pessoas que ajudaram a comunidade).
6º - Ao nascituro (condição suspensiva, até o nascimento com vida).
7º - Subvenção periódica (paga periodicamente para ajudar).
8º - Contemplação de casamento futuro (art.546cc, não é o presente de casamento, mas promessa de presente do casamento).
9º - Entre cônjuges (somente os bens particulares).
10º - Conjuntiva (para mais de uma pessoa).
11º - ascendente e descendentes (art. 544cc, tem que ter a concordância dos filhos).
12º - Inoficiosa (art. 549cc não pode, aquela que disponho mais que a sucessão permite).
13º - Cláusula de retorno (art. 547 do cc. Ex: quando o beneficiário falecer o bem volta ao doador, não vai para herdeiros).
14º - Manual (art. 541 cc. Exceção a forma, pode ser verbal, apenas para valores pequenos em relação ao patrimônio do doador).
15º - Entidade futura (art. 554cc. Ex: para criação de uma ong, com prazo determinado, se não for criada peço a revogação).
Felipe Martarelli
- Professor - DA REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO

Pelos defeitos no negócio jurídico: Motivos específicos art. 562cc:

- Vontade não é livre ou de boa fé - Revogação por descumprimento do encargo.

-Agente absolutamente incapaz - Ingratidão art.557/558 cc só cabem as doações puras e simples, obrigação
moral. (I - atentado contra vida do doador ou homicídio doloso, cônjuge,
-Objeto ilícito, impossível ou ascendente, descendente, irmão. II – Ofensa física dolosa, doador, cônjuge,
indeterminável ascendente, descendente, irmão. III – Calúnia Grave contra o devedor,
cônjuge, ascendente, descendente, irmão. IV – pedido de alimento (não é o da
-Sem a forma que a lei determina família)

OBS: Prazo de 01 ano do conhecimento do motivo, somente o doador pode propor a ação de revogação de doação, salvo
inciso I que podem os herdeiros podem propor, uma vez que o doador foi morto.

OBS: Se o doador falecer no caminhar do processo os herdeiros podem dar continuidade.


Felipe Martarelli
- Professor -
Locação de bens móveis (art.565/568)

Trata-se apenas de bens móveis, de imóveis é utilizada a lei 8.245/91, neste caso o CC será
subsidiário.
O contrato de locação de bens móveis é definido pelo artigo 565 Obrigação do locador:
do Código Civil, segundo o qual:
“Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra,
- Entregar a coisa na data determinada. (Transmite apenas a posse não propriedade.)
por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não
fungível, mediante certa retribuição” (BRASIL, 2002). - Entrega da coisa em condições de uso.
- Mantenha a coisa livre e desembaraçada de terceiros.
Pela locação, o locador contrai a obrigação de entregar ao
locatário o bem móvel e infungível, objeto da locação, em estado Obrigações do locatário:
de conservação adequado, mantendo-o nesse estado enquanto
durar o contrato.
- Utilizar a coisa como se fosse sua. (posse)
Ex: Carro, roupas, brinquedos... - Reparos de utilização, como colocar gasolina no carro alugado.
- Pagamento dos alugueis.
- Avisar e proteger o bem de terceiros que tentem contra ele.
Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, - Ao final do prazo há obrigatoriedade de devolver a coisa.
consensual, cumutativo, não solene e trato sucessível
(preço por período em regra).

Elementos: - Objeto (infungível)


- Preço (em regra periódico, mas pode ser de uma única vez, como em um aluguel de um ARB&B.
- Consentimento
Felipe Martarelli
- Professor - Lei do inquilinato - Lei 8.245/91

A locação que trata a lei não abrange imóveis públicos, garagens, Benfeitorias:
espaços destinados à publicidade e hotéis.

• Locação residencial, Não residencial e para temporada. - Locatário terá direito a


• Figura do Locatário e Locador.
indenização pelas
Regras Gerais
benfeitorias necessárias,
• Pluralidade de locatários são responsáveis solidários. ainda que não autorizadas
• Prazo livre, mas podem ter consequências. Ex. Locação com
mais de 10 anos outorga uxória do cônjuge do locador.
pelo locador.
• Locador não pode reaver a posse do imóvel.
• Locatário pode devolver antes do fim do contrato, mas
pagará multa sobre.
- As benfeitorias úteis podem
ser indenizadas se forem
Extinção da locação (art.9°):
avisadas ao locador.
• Mútuo acordo Fonte da imagem: SP imóveis - https://www.spimovel.com.br/blog/cai-o-valor-de-
• Alguma parte fizer infração contratual ou legal.
• Falta de pagamento do aluguel
locacao/2016/
- Voluptuárias não são
• Obras a pedido do poder público em que o locatário possa Mesmos direitos do locatário e locador do Código civil. indenizáveis, pode apenas
ficar no imóvel ou se não consente.
• A morte do locador transmite para os herdeiros, já o locatário Direito de preferência art.27/34: Se vigência do contrato o
reter, quando possível.
pode ser transferido se os ascendente e conjunge morassem locador quiser vender o imóvel deve oferecer primeiro para
juntos ou no comercial o espólio pode dar continuidade. o locatário, de forma inequívoca. Na notificação deve trazer
todas as condições das vendas, o locatário tem o prazo de 30
Valor do Aluguel: dias para responder.

• Apenas em moeda corrente OBS: se o locatário diz que deseja comprar, mas desiste
• Reajuste pelos contraentes, se não convencionar, após 03 anos depois, pode o locador prejudicado pedir indenização pode
o locador pode promover o reajuste. perdas e danos.
Felipe Martarelli
- Professor - Lei do inquilinato - Lei 8.245/91

Locação Residencial Locação Não residencial Temporada

Contrato com 30 meses: vencido o contrato


vence o contrato (30 dias para notificar) locatário Exploração comercial São por curtos períodos de
se manter prorroga automaticamente. Como Renovação da locação tempo. Não é de execução
prazo indeterminado. compulsória pelo mesmo período diferida, mas instantâneo.
O contrato então pode ser extinto a qualquer convencionado quando:
tempo (Denuncia vazia) - Prazo menor de 90 dias.
- Contrato escrito com prazo
Qualquer outro prazo inferior, com fim determinado. - Se o locatário permanecer
automaticamente tornas indeterminado. Mas - Exercício mínimo de 05 anos o contrato se torna por
apenas com Denuncia cheia. - No mesmo ramo de atividade prazo indeterminado e
de 03 anos. residencial, só podendo
- Mútuo acordo retomar nas hipóteses do
- Infração contratual ou legal OBS: Não precisa renovar se for art. 47.
- Não pagamento de aluguem para realização de obras urgentes
- Obras determinadas pelo poder publico do imóvel & locador precisa para
- Contrato de trabalho finalizado seu fundo de comércio, mas não
- Locador necessitar do imóvel, e não tem outro pode ser o mesmo ramo do
imóvel para residir (familiar tb) locatário.
- Mais de 05 (cinco) anos do início do contrato
Felipe Martarelli
- Professor - DO EMPRÉSTIMO
Art. 579/593 cc
Primeiramente, não confundir com alienação fiduciária. Se assemelha com o contrato de locação, pois sede o poder se uso e gozo do bem, mas
sem passar a disposição, porém, neste caso é gratuito. Deve devolver quando solicitado ou quando o prazo findar.

Do Comodato Do Mútuo

Infungível é necessário devolver exatamente o que foi emprestado Fungível é o recebimento de outra coisa de mesma qualidade,
Trata-se de empréstimo de uso. quantidade e genero. Empréstimo de consumo, como dinheiro,
- Comodante e o Comodatário alimentos e bebidas.
- Contrato real, a mera promessa não gera efeito até o exato momento - Mesmas característias do comodato.
da entrega da coisa.
- Contrato temporário, há necessidade de termo inicial e final. Pode ser
feito por prazo ou necessidade (ex. usar o VM durante a prova).
- Comodante não pode pedir durante o prazo de vigência.
- Não solene, pode ser verbal inclusive.
- O Comodatário tem o dever das despesas ordinárias de uso, deve
conservar como se sua fosse sob pena de responsabilidade (com
culpa) e ao final do prazo devolver a coisa, se por prazo
indeterminado quando solicitado pelo comodante.
- Extinção do contrato de comodato se dará pelo fim do prazo, não
houver respeito à finalidade pela qual foi emprestada, pelo não
cuidado com o bem, se judicialmente for demonstrado a urgência da
necessidade de uso do comodante, falecimento de uma das parte e a
perda do bem.
Felipe Martarelli
- Professor -
Prestação de serviço
Art. 594. cc

Prestador de serviços e tomador de serviço.

Objeto: serviço intelectual ou não que prestará, ou seja é uma


obrigação de fazer. Ex: advogado, jardineiro, faxineiro... (Não
confundir com contrato de empreitada)

OBS: tem que tomar cuidado para não ser empregatício. Assim, o
CC é Residual, se encaixar no COPAS (pessoa física, não eventual,
subordinação, onerosidade, é trabalhista se não aplica o CC.

- Contrato bilateral Extinção do contrato


- Oneroso (art.607)
- Consensual
- Não solene
- Morte de qualquer de um dos contratantes.
- Pode ser por prazo determinado (termo inicial ou final ou
descrição final do serviço) (prazo limite é de 04 quatro anos) ou - Final do termo final quando com prazo determinado
indeterminado (deve notificar por aviso prévio – mínimo 08 dias - Motivo concluído (ex. limpar jardim e foi limpo)
de antecedência, período o qual deve ser pago – se for quinzenal - Quando indeterminado por aviso prévio
ou semanal é de 04 dias de aviso prévio – se for inferior pode - Descumprimento do contrato
avisar na véspera).
Felipe Martarelli
- Professor -
Empreitada
Art. 610/626 cc
Empreiteiro x Dono da obra Empreitada de mão de obra: neste caso
o trabalho é responsabilidade do
Objeto: assume a obrigação entregar a empreiteiro. A mão de obra é do
obra pronta, não é prestação de empreiteiro, já o material da obra é de
serviços. obrigação do dono da obra. Neste caso a
deterioração da coisa deve ser verificada
- O empreiteiro não precisa fazer, mas se foi por culpa da obra ou por falta de
pode terceirizar. Não importa quem qualidade do material, neste caso o
faz, mas importa a obra concluída de empreiteiro deve receber o total
maneira bem feita. prometido.
- O Dono da obra deve pagar.
- Contrato bilateral Empreitada Mista: O empreiteiro faz
- Consensual toda a obra e traz o material também,
- Não solene. neste caso o empreiteiro responde se o
- Cumutativo material não for bom.
Construção sob administração x Empreitada propriamente dita
O pagamento pode ser fixo ou por etapas.
Ato verificatório, verificar se tudo foi feito que pode ser feito ao final da obra, mas pode ser feito pelas etapas.
Deste ato prazo de 30(trinta) dias após a verificação ou do surgimento dos vícios ocultos.
Extingue-se por cumprimento da obra, morte do empreiteiro, resilição bilateral, resolução, resilição unilateral e onerosidade
excessiva.
Felipe Martarelli
- Professor - Depósito
Art. 627/652

Conceito: Escolha-se o depositário paga guardar a coisa (mas não para usar), após deve devolver a coisa.
Ex: Guarda volumes, deixar um carro na casa de uma pessoa enquanto você viaja.
- Trata-se de contrato gratuito (o que na prática não ocorre), quando há essa cobrança pode, em tese, aplicar o
CDC, como os depositos em conteiners.
- Em regra somente bens móveis, salvo, deposito legal que pode ser imóvel.
DO DEPÓSITO VOLUNTÁRIO DO DEPÓSITO NECESSÁRIO

O Depositante resolve colocar Não faz por que quiz.


para o depositario guardar, de Ex. Depositário de bens em juízo
maneira gratuita, mas pode pagar
as despesas, como exemplo de - Depósito legal (depositário fiel)
deixar um cachorro e pagar pela - Depósito Miserável (calamidade),
alimentação, banho e tosa. as vezes entra para qualquer
pessoal.
- Depósito do Hospedeiro. (Ex:
guarda volume em escolas)
- Depósito Irregular.
Felipe Martarelli
- Professor - MANDATO
Art. 653/692 cc.
Conceito: o mandante transfere um poder para o mandatário, que realizará o negócio jurídico em nome do mandante e nos
limites impostos por ele. A procuração é o instrumento que efetiva o mandato, exemplo, procuração para casamento.
- Pode ser sempre que a lei não proibir, como elaboração de concurso público ou alistamento militar.
- Contrato não solene, consensual, intuitu personae (personalíssimo), gratuito ou oneroso.
- Apenas pessoas capazes ou representante legal (este não precisa de procuração – certidão de nascimento ou tutela e
curatela. Obs. Pode passar procuração para o relativamente incapaz!
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO

- Agir em nome do mandante dentro dos limites


Procuração tem que ter:
- Cuidado na atuação
- Prestar contas
- Concluir o contrato ainda que falecido mandante - Lugar
- Qualificação das partes
DAS OBRIGAÇÕES DO MANDANTE - Data
- Objetivo
- Cumprir o que o mandatario assumer
- Poderes
- Arcar com as despesas decorrente do contrato.

EXTINÇÃO DO MANDATO Obs: Substabelecimento com


Revogação, Renúncica, Morte, Interdição, Prazo, Mudança reserva ou sem reserva de
de estado poderes.
Felipe Martarelli
- Professor - COMISSÃO

Um pessoa não quer aparecer no negócio Obrigações do comissário:


jurídico, assim, elabora um contrato de - Concluir o negócio
comissão, para que o comissário realize no - Agir com cuidado
nome dele, mas as vantagens revertidas para - Atuar conforme dito pelo
o comitente. comitente (valores, prazos de
entrega, juros, multas...) não pode
- Ex: acessório ao contrato de compra e mudar por conta própria.
venda.
- Bilateral
- Consensual
- Oneroso
- Cumutativo Obrigações do comitente:
- Não solene - Cumprir com o que o comissário
- Personalíssimo (intuito personae) fez
- Pagar a remuneração
O Comissário receberá o direito a uma - Não dispensar sem justa causa.
remuneração pactuada pelas partes que (tem que ter justa causa).
poderá ser preço fixo ou porcentagem no
negócio jurídico.
Felipe Martarelli
- Professor -
AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
Agência: um contrato realizado entre um agente e
um agenciador, para que esta pessoa possa fazer a
divulgação e atrair clientes. Art. 710 cc.

Ex. Artistas, Jogadores de futebol, viagens.

Distribuição: igual ao contrato de agencia mas


neste caso voltado mais a produtos e não serviços, o
Bilateral, consensual, oneroso, cumulativo, verbal distribuidor já fica na posse do bem.
ou escrito, intuito personae.

- Entre agente e agenciado não tem subordinação


estão em pé de igualdade .
- É habitual
- Delimitação de zona com direito a exclusividade.
- Promover negócio
- Com pagamento em porcentagem ou valor
fechado
Felipe Martarelli
- Professor -
Corretagem
ART. 722 729
Regra geral: Quem paga é quem procura o corretor,
Um especialista em uma determinada área, para que
sendo o comprador ou vendedor.
diminua os riscos do negocio jurídico. Ex: corretor de
imóvel.
O arrependido do contrato principal e seu
desfazimento não tira o direito do corretor em
Bilateral, consensual, Contrato acessório, oneroso,
receber seus valores, salvo se o contrato for nulo!
aleatório, Não solene.
Direito do corretor surge no momento que fecha o
negocio
Corretores livres:
Obs: o comitente pode vender o bem sozinho, salvo
Corretores públicos:
se houver contrato escrito com cláusula de
exclusividade .
Lei 6.530.78 lei corretor de imóveis.
Obs: mesmo após o prazo, se o comprador foi
A remuneração somente é devida para quando o contrato
indicação do corretor, este tem direito a sua
principal der certo. O valor da comissão é devido
comissão
integralmente ainda que a venda foi em prestações.
Felipe Martarelli
- Professor -
Transporte
Do Transporte de Pessoas
ART. 730

O transporte não pode ser um meio para contretizacao de outro


negocio jurídico.

Aero, terrestre, marítimo.

Contrato de adesão, o transportador definira o contrato.


Bilateral, consensual, oneroso, cumutativo e não solene.

Obs: bagagem não descaracteriza o transporte de pessoas, salvo se


houver excesso de bagagem. Neste caso pode cobrar a mais.

Pode ser coletivo ou individual.

Obs: não confundir com locação de veículos.

Possui responsabilidade objetiva, salvo culpa exclusiva da vitima


Felipe Martarelli
- Professor -
Transporte
Do Transporte de Coisas
Felipe Martarelli
- Professor -

Seguro
Do Seguro de Pessoa
Felipe Martarelli
- Professor -
Leasing
Arrendamento mercantil
Contrato atípico, 6.099/74, Se não pagar usa-se reintegração Financeiro:
resoluções do banco central e lei de posse, mas antes deve ser
11.649/2008 (apenas veículos comunicado (sumula 369 STJ). Operacional:
automotivos).
Valor residual garantido:
Operação entre uma pessoa Diferença entre o valor pago
jurídica (arrendadora) e uma mensal e o valor do contrato, ao
pessoa jurídica ou física pagar o VRG o bem é seu, caso
(arrendatária). não pague é somente devolver o
bem.
Oneroso, complexo, bilateral,
execução continuada e de adesão. - O que foi pago não será
devolvido.
Opção do arrendatário de ficar
com o bem ou não (bens móveis OBS: STJ Súmula 293 - diz que a
ou imóveis) ao final. cobrança antecipada de VRG não
descaracteriza do contrato
Paga-se por mês um aluguel, que mercantil, mas parte da doutrina
ao final paga-se o resto ou não. não concorda com essa posição.
Felipe Martarelli
- Professor -

Seguro
Do Seguro de Dano
Felipe Martarelli
- Professor -
Constituição de renda
Felipe Martarelli
- Professor -
Jogo e aposta
Felipe Martarelli
- Professor -

Fiança

Há contrato de fiança quando uma pessoa


assume, para com o credor, a obrigação de
pagar a dívida, se o devedor não o fizer. É
garantia de satisfazer uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a
cumpra.
Felipe Martarelli
- Professor -

Compromisso

Pelo compromisso, entrega-se a solução de um litígio a


terceiro. As partes louvam-se em árbitros para resolver
uma pendência, seja de ordem judicial (porque já se
encontra em juízo a questão) ou extrajudicial. De
comum acordo, elege-se um terceiro, capaz para a
função de juiz dos interesses discutidos, que dará o
veredicto, segundo seu livre convencimento. Dispensa-
se o acesso ao Poder Judiciário
DIREITO DAS COISAS
Posse e Direitos Reais
Professor Felipe Martarelli
Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -

BIBLIOGRAFIA
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil 5 - Direito das Coisas

Flávio Tartuce, Direito Civil 4 - Direito das Coisas

Silvio de Salvo Venosa - Direito Civil IV - Direitos Reais

Felipe D. Martarelli Fernandes & Denise de Paula Andrade – Manual de


Direito Civil (parte geral)
Felipe Martarelli TÍTULO I - Da Posse
- Professor -

TÍTULO II - Dos Direitos Reais

TÍTULO III - Da Propriedade

TÍTULO IV - Da Superfície

TÍTULO V - Das Servidões

TÍTULO VI - Do Usufruto
LIVRO III
PARTE ESPECIAL Do direito das coisas TÍTULO VII - Do uso
Arts. 1196 a 1510-E
TÍTULO VIII – Da Habitação

TÍTULO IX – Do Direito do Promitente


Comprador

TÍTULO X – Do Penhor, da hipoteca e da


Anticrese

A concessão de uso especial para fins de


moradia; a concessão de direito real de uso;

TÍTULO XI - a laje
Felipe Martarelli DIREITO DAS COISAS
- Professor -
Conceito evolução
Histórica
(Res = coisa).

Clóvis Bevilaqua: É o complexo de normas reguladoras das


relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de “O direito das coisas é o conjunto das normas reguladoras das
apropriação pelo homem. Tais coisas são ordinariamente, do relações entre os homens, tendo em vista os bens corpóreos”
mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o SILVIO RODRIGUES
poder de domínio.

O direito de propriedade era absoluto, total! Com o passar do


tempo houve uma relativização, até que chegamos à atual
função social da propriedade.

DIREITOS REAIS E DIREITOS PESSOAIS

Direito real é o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos (pessoa coisa).
Já o direito pessoal é uma relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação
(pessoa-pessoa)
Felipe Martarelli
- Professor -

Obs. Direito das Coisas = direito real + posse

Direito Pessoal x
Direito Real
Felipe Martarelli
- Professor -

Fonte do esquema: Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil 2. p.398.


Felipe Martarelli
- Professor -

Conceito de Direitos Reais

Teoria personalista
defende que os direitos reais são relações jurídicas estabelecidas
entre pessoas, mas intermediada por coisas.

Teoria realista (clássica)


defende que os direitos reais são um poder imediato que a pessoa
exerce sobre a coisa, com eficácia erga omnes, relação direta e sem
intermediários
Felipe Martarelli
- Professor - PRINCÍPIOS DO DIREITO DAS COISAS

Princípio da aderência, especialização ou inerência Princípio da Perpetuidade

Pessoa e coisa, sem sujeito passivo. não absoluto

Princípio do absolutismo Princípio da Exclusividade

Oponível erga omnes Impossibilidade de coexistência de dois direitos reais, de


igual natureza, sobre a mesma coisa.
Princípio da publicidade ou visibilidade

a propriedade é registrada e público seu registro


art. 1227 do CC

Princípio da Taxatividade
Rol taxativo de direitos reais

Art. 1225 => Propriedade, superfície, servidão,


usufruto, uso, habitação, direito do promitente
comprador do imóvel, penhor e hipoteca.
Felipe Martarelli
- Professor -
FIGURAS HÍBRIDAS OU INTERMÉDIAS

Propter rem Ônus Reais Ônus Reais

Próprio do bem (acompanha o bem) Limitam o uso e gozo da propriedade Limitam o uso e gozo da propriedade
Jurisprudência

Felipe Martarelli
- Professor -
Felipe Martarelli
- Professor -
Classificação dos Direitos Reais

Direito real sobre coisa própria Direito real sobre coisa alheia
jus in re propria jus in re aliena
propriedade usufruto, hipoteca, servidão etc.
Felipe Martarelli
- Professor -

Posse

art.1.196 ao 1.224 do CC
Felipe Martarelli
- Professor - Conceito

Teoria Objetiva (Rudolf von Ihering) a posse se configura com a mera


conduta de dono, pouco importando a apreensão física da coisa e a vontade
de ser dono da mesma. Basta ter a coisa consigo. (Art. 1.196cc)

Teoria Subjetiva (Friedrich Carl von Savigny) a posse seria o poder direto
que alguém tem para dispor fisicamente de uma coisa com a intenção de tê-la
como sua e para defendê-la da intervenção ou agressão de outrem.
CORPUS (contato físico ou à disposição) + ANIMUS (element subjetivo
Posse de exercer como se seu fosse, caso contrário é mera detenção)

Teoria Sociológica visa a função social da posse e seu caratér economico,


podendo em alguns casos prevalecer até mesmo sob a propriedade

Assim considera-se possuidor todo aquele que tem o exercício, pleno ou não,
de um dos poderes inerentes à propriedade (uso, gozo, disposição e
reivindicação).
Por isso se afirma que a posse se dá quando há exteriorização de uma das
faculdades da propriedade, ou de algum outro direito real. (Art. 1196)
Felipe Martarelli
- Professor - A posse é uma situação de aparência, um poder de fato, em que uma pessoa,
independentemente de ser ou não proprietária, exerce sobre uma coisa poderes
ostensivos, com interesse econômico, dando utilidade à coisa, conservando-a e
defendendo-a.

Jus possessionis Jus possidendi

Se alguém, assim, instala-se em um imóvel e nele se mantém, Já o direito à posse, conferido ao portador de título
mansa e pacificamente, por mais de ano e dia, cria uma situação devidamente transcrito, bem como ao titular de outros direitos
possessória, que lhe proporciona direito a proteção. Tal direito é reais, é denominado jus possidendi ou posse causal. Nesses
chamado jus possessionis ou posse formal, derivado de uma exemplos, a posse não tem qualquer autonomia, constituindo-
posse autônoma, independentemente de qualquer título. É tão se em conteúdo do direito real.
somente o direito fundado no fato da posse (possideo quod
possideo) que é protegido contra terceiros e até mesmo o Fonte: Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil – Contratos e
proprietário. D. Reais, p. 410.

O possuidor só perderá o imóvel para este, futuramente, nas vias


ordinárias. Enquanto isso, aquela situação será mantida. E será
sempre mantida contra terceiros que não possuam nenhum título OBS: Carlos Roberto Gonçalves ainda diz que “O jus
nem melhor posse possessionis persevera até que o jus possidendi o extinga”

Fonte: Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil – Contratos e D.


Reais, p. 410.
Posse ≠ Detenção
Felipe Martarelli
- Professor -

O detentor não exerce


poderes sobre o bem da vida,
Detenção dependente
Detentor mas os atos que pratica assim
os faz em nome de outrem,
isto é, do possuidor, que pode
(CC, art. 1.198)
ser o proprietário ou não.

Ex. caseiro, motorista, Detenção independente Hipóteses de mera permissão


alguém que AGE EM NOME
(CC, art. 1.208) ou tolerância do possuidor
do possuidor etc.

Ex. banco da praça; pratos e


talheres etc. do restaurante; etc.
objetos do quarto de um hotel
Felipe Martarelli
- Professor -
MODALIDADES DA POSSE

QUANTO AOS QUANTO AOS ASPECTOS QUANTO À DIVISÃO DA QUANTO AOS VÍCIOS
DIREITOS NA POSSE ÉTICOS DA POSSE POSSE DA POSSE

1) Posse direta (de perto 1) Posse de boa-fé 1) Posse exclusiva; 1) Posse justa (art.
como o locatário que desconhece vícios que 1.200) e;
recebe o direito de usar) impedem a posse (art.
2) Posse paralela (Sobreposição
e; 1.201). Se tem justo título
de posses - como no caso de 2)Posse injusta
presumisse de boa-fé.
posse direta e indireta) e; (violenta, clandestina –
2) Posse indireta (de longe às escondidas como
como locador, usufruto, 2) Posse de má-fé mudar a marcação a noite
3) Compose (duas ou mais ou precária – abuso de
comodato, penhor e Importante para os casos
pessoas exercem a posse ao confiança)
enfiteuse) (art. 1.197). de benfeitorias e
mesmo tempo) (art. 1.199).
usucapião.
• 3.1) pro diviso (divido entre
Ambos têm o direito de os possuidores); Convalescimento do
tutela possessória podendo vício transforma a mera
• 3.2) pro indiviso (não dá para detenção em posse injusta
propor ações para manter ou
dividir ou é compartilhado entre
reintegrar a posse.
os possuidores).
Felipe Martarelli
- Professor -
MODALIDADES DA POSSE

QUANTO AOS SEUS


QUANTO À IDADE QUANTO À
EFEITOS A POSSE
CONSTITUIÇÃO
1) ad interdicta 1) Posse nova (menos de 1
(ações possessórias)
ano e dia, é possível 1) Posse natural ou de fato ou;

2) ad usucapionem liminar) ou;


(ânimo de ser dono). 2) Posse civil/jurídica que a lei
2) Posse velha (mais de 1 ano conferiu
e dia) (art. 558 CPC).
Felipe Martarelli
- Professor - Modos de Aquisição da Posse
Art. 1.204 ao 1.209 do CC

Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento


em que se torna possível o exercício, em nome
próprio, de qualquer dos poderes inerentes à
propriedade.

QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE


ART. 1.205 do CC

• I – a própria pessoa ou seu representante legal ou


convencional por meio de mandato;

• II – o terceiro sem mandato, dependendo de


ratificação, no caso, por exemplo, do gestor de
negócios.
Felipe Martarelli ORIGINÁRIA
- Professor -

Prof. Felipe Martarelli


São meios de aquisição originária da posse:
• A) a apreensão da coisa: consiste na apropriação unilateral
da coisa sem dono, porque:

1) foi abandonada (res derelictae) – sofá deixado em terreno


vazio;
2) ou porque não é de ninguém (res nullius) – peixe na pesca.
3) ocorre também na retirada da coisa à força do seu possuidor.

• B) pelo exercício do direito: ocorre, por exemplo, no


exercício da servidão, na qual, constituída a passagem de um
aqueduto por terreno alheio, adquire o agente a sua posse se o
dono do prédio serviente permanece inerte.
DERIVADA
Felipe Martarelli
- Professor -
São meios de aquisição derivada da posse:

A) sucessão a título singular (ato inter vivos) - tradição: por exemplo, a entrega da coisa em virtude de um acordo de vontades entre as partes, por exemplo,
na locação ou na doação do bem.

Nessa aquisição, para fins de usucapião, o novo possuidor tem a opção de somar ou não à sua posse o tempo exercido pelo seu antecessor (aplicação
facultativa do princípio da continuidade do caráter possessório). Se optar pela soma e continuidade, haverá a aceitação das características e vícios que
eventualmente possam estar a ela vinculados, o que é transmitido à sua posse.

Tipos de tradição:
- real: quando envolve a entrega material da coisa.
- simbólica: representada por ato que é a transmissão (como a entrega das chaves do veículo alugado).
- ficta: não houve a transferência de posse, mas sim a alteração da intenção na forma de exercício da posse:

1) brevi manu: quem possuía em nome alheio passa a possuir em nome próprio, ou seja, o locatário que compra a coisa que era locada, transforma a posse
direta em posse plena de proprietário;

2) constituto possessório: o possuidor passa a possuir em nome de outrem, em virtude da mudança na forma de exercício da posse, na hipótese do
proprietário que vende a coisa e continua em sua posse como locatário.

B) sucessão a título universal (causa mortis): a aquisição imediata da posse pelos herdeiros diante do falecimento do possuidor anterior, independentemente
de tradição (princípio de saisine). A posse é transmitida com os mesmos vícios que eventualmente a contaminavam antes da sucessão (aplicação do princípio
da continuidade do caráter da posse de forma imperativa), sem opção aos sucessores.
Além disso, no momento em que os herdeiros adquirem a posse, não se trata de uma nova, mas sim, da continuidade da mesma. Por isso, somam-se o tempo
das posses para o cômputo de prazo para usucapião.

Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Felipe Martarelli
- Professor - PERDA DA POSSE
Perde a posse quando deixa de exercer direitos da propriedade
sobre a posse, ainda que contra sua vontade.
(Art. 1223)

Pode ser voluntária (corpus e animus) Pode ser também involuntária


a) morte
a) pelo abandono da coisa
b) Esbulho (apreensão por outrem)
b) pela tradição real, simbólica ou ficta da coisa
c) perecimento
c) pela destruição da coisa
d) perda
e) desapropriação ou confisco

OBS. Enquanto se luta pela coisa não se perde a posse (art. 1.224).
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo
notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
AÇÕES POSSESSÓRIAS Prof. Felipe Martarelli
Reintegração da posse Manutenção da posse Interdito Proibitório

Perda total da posse do bem que outrora Turbação da posse, ou seja, o possuidor é Ameaça de esbulho ou turbação da
já havia possuído. atrapalhado constantemente mas ainda tem posse, neste caso não há
(Esbulho possessório) acesso ao bem. impedimentos ou turbação da posse,
mas ameaça iminente.
Ex: morar em uma casa e quando volta Ex: Vizinho que passa todo dia dentro do Ex: Grupo parado em frente ao bem
de uma viagem a casa esta tomada terro do outro vizinho para ir pela via mais ameaçando de invadi-lo
fácil.

Princípio da Fungibilidade: artigo 554 do Código de Processo Civil


Imissão na posse
(NÃO É AÇÃO POSSESSÓRIA)
Felipe Martarelli Neste caso o Autor nunca teve acesso ao bem, será dada a posse pela primeira vez!
- Professor - É baseada no direito de propriedade ou contratual
Felipe Martarelli
- Professor - DESFORÇO IMEDIATO

“A legítima defesa não se confunde com o


desforço imediato. Este ocorre quando o
possuidor, já tendo perdido a posse (esbulho),
consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa. A
primeira somente tem lugar enquanto a turbação
perdurar, estando o possuidor na posse da coisa.
O desforço imediato é praticado diante do
atentado já consumado, mas ainda no calor dos
acontecimentos. O possuidor tem de agir com
suas próprias forças, embora possa ser auxiliado
por amigos e empregados, permitindo-se-lhe
ainda, se necessário, o emprego de armas. Pode o Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em
guardião da coisa exercer a autodefesa, em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
benefício do possuidor ou representado. Embora violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
não tenha o direito de invocar, em seu nome, a
proteção possessória, não se lhe recusa, contudo, § 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se
o direito de exercer a autoproteção do possuidor, ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
consequência natural de seu dever de vigilância.” logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil – V , Direitos Reais, Pg. 478.
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Felipe Martarelli
- Professor -

DIREITOS REAIS
Propriedade
Felipe Martarelli
- Professor -
CONCEITO DE PROPRIEDADE: FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE:

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e § 1° O direito de propriedade deve ser exercido em consonância
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que
que injustamente a possua ou detenha. sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei
especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio
§ 3° O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou a poluição do ar e das águas.
interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo
público iminente.

§ 4° O proprietário também pode ser privado da coisa se o


imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse
ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável
número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em
conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo
juiz de interesse social e econômico relevante.

§ 5° No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa


indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a
sentença como título para o registro do imóvel em nome dos
possuidores.
Felipe Martarelli
- Professor -

Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e


subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu
exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que
sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade
tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.

}
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas
e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica,
os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis
especiais.
LIMITES DA PROPRIEDADE

Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar


os recursos minerais de emprego imediato na construção civil,
desde que não submetidos a transformação industrial,
obedecido o disposto em lei especial.
Prof. Felipe Martarelli
DA DESCOBERTA

Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de


restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.

Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por


encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à
autoridade competente

Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do


artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a
cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que
houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono
não preferir abandoná-la.

Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia


pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem Achei dinheiro na rua!!! OBA VOU LEVAR AO
comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em POSTO POLICIAL PARA DEVOLVER!
hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a
recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao
Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município
abandonar a coisa em favor de quem a achou
Aquisição da Propriedade Imóvel
Art. 1.238 CC

Usucapião Registro do Título Acessão

Prof. Felipe Martarelli


DA USUCAPIÃO Prof. Felipe Martarelli

Extraordinária Ordinária Especial Urbana Coletiva Especial Rural


Art. 1.238 cc. 1.242 cc. CRFB 183 e 1.240cc Lei 10.25701 CRFB 191 e art.
1.239 cc.
Posse: Mansa e Posse: Mansa Posse: Mansa Posse: Mansa
pacífica. e pacífica. e pacífica. Posse: Mansa
e pacífica.
15 anos 05 anos 05 anos e pacífica.
10 anos
Ininterruptos Ininterruptos Ininterruptos 05 anos
Ininterruptos
(independentemente Area inferior Area Ininterruptos
Com Boa-fé
da boa-fé à 250m2 Superior à Area inferior
Para moradia 250m2 à 50 hectares
Parágrafo único. O Não ter outro Para moradia Para moradia
prazo estabelecido imóvel. Não ter outro E
neste artigo reduzir- imóvel. subsistência
se-á a dez anos se o
possuidor houver Familiar art. 1.240-A do CC
estabelecido no Posse: Mansa e pacífica.
imóvel a sua 02 anos
moradia habitual, ou Ininterruptos e exclusivo!
nele realizado obras Area inferior à 250m2, que dividia com ex-cônjuge ou ex-
ou serviços de companheiro que abandonou o lar.
caráter produtivo. Para moradia
AQUISIÇÃO PELO REGISTRO DO IMÓVEL Prof. Felipe Martarelli

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o


registro do título translativo no Registro de Imóveis.

§ 1 o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante


continua a ser havido como dono do imóvel.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por
medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta
não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o
comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e,
não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato
ou abatimento proporcional ao preço.

§ 1 o Presume-se que a referência às dimensões foi


simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não
exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao
comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não
teria realizado o negócio.

§ 2 o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar


que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida,
caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor
correspondente ao preço ou devolver o excesso
DA AQUISIÇÃO POR ACESSÃO Prof. Felipe Martarelli

formação de ilhas por aluvião por avulsão por abandono de álveo por plantações ou construções
Art. 1.249 cc 1.250 cc 1.251 cc 1.252 cc Art. 1.253 e seguintes cc

Art. 1.253. Toda construção


É o leito seco do rio
ou plantação existente em
\ um terreno presume-se feita
Imóvel pelo proprietário e à sua
02 custa, até que se prove o
contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia,
Imóvel planta ou edifica em terreno
Força natural próprio com sementes, plantas ou
01
& violenta materiais alheios, adquire a
propriedade destes; mas fica
Bloco do terreno obrigado a pagar-lhes o valor,
\ além de responder por perdas e
danos, se agiu de má-fé.

\ Art. 1.255. Aquele que semeia,


planta ou edifica em terreno
alheio perde, em proveito do
Sucessiva e Ex: Brumadinho proprietário, as sementes, plantas
Imperceptível Mariana e construções; se procedeu de
Imóvel Não há boa-fé, terá direito a indenização.
03 indenização
Prof. Felipe Martarelli

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

DA USUCAPIÃO

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua
e incontestadamente durante três anos, com JUSTO TÍTULO e
BOA-FÉ, adquirir-lhe-á a propriedade. 03 ANOS

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco


anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-
fé. 05 ANOS

Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto


nos arts. 1.243 e 1.244.
Felipe Martarelli
- Professor -

Da Tradição

Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios


jurídicos antes da tradição.

Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente


continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente
o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou
quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio
jurídico.
Felipe Martarelli
- Professor - Do Achado do Tesouro

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, OCULTO e de cujo


DONO NÃO HAJA MEMÓRIA, SERÁ DIVIDIDO por igual entre o
proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.

Art. 1.265. O tesouro pertencerá POR INTEIRO ao proprietário do


prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro
não autorizado.
Felipe Martarelli
- Professor -
Da Perda da Propriedade

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a


propriedade:
Ex: Venda
I - por alienação;
II - pela renúncia; Ex: Abrir mão

III - por abandono; Ex: Jogar fora

IV - por perecimento da coisa; Ex: Apodrecer

V - por desapropriação. Ex: Estado tomar um bem para construir uma estação de
metro

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da


propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo
ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis.
Direito de
Vizinhança
Felipe Martarelli
- Professor -

Do Uso Anormal da Propriedade

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o


direito de fazer CESSAR AS INTERFERÊNCIAS
PREJUDICIAIS À SEGURANÇA, AO SOSSEGO E À
SAÚDE dos que o habitam, provocadas pela utilização de
propriedade vizinha.

Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-


se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas
as normas que distribuem as edificações em zonas, e os
limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.

Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não


prevalece quando as interferências forem justificadas por
interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor,
causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.
Felipe Martarelli
- Professor -

DAS ÁRVORES LIMÍTROFES

Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória,


presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios
confinantes.

Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a


estrema do prédio, PODERÃO SER CORTADOS, até o plano
vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.

Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho


pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de
propriedade particular.
Passagem Felipe Martarelli
- Professor -

forçada
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver
acesso a via pública, nascente ou porto,
pode, mediante pagamento de indenização
cabal, constranger o vizinho a lhe dar
passagem, cujo rumo será judicialmente
fixado, se necessário.

§ 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho


cujo imóvel mais natural e facilmente se
prestar à passagem.
§ 2 o Se ocorrer alienação parcial do
prédio, de modo que uma das partes perca
o acesso a via pública, nascente ou porto, o
proprietário da outra deve tolerar a
passagem.
§ 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo
antecedente ainda quando, antes da
alienação, existia passagem através de
imóvel vizinho, não estando o proprietário
deste constrangido, depois, a dar uma outra
(imagem tirada da internet)
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio Prof. Felipe Martarelli SERVIDÃO
dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono,
e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou Estrada
por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de
Imóveis.

Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão


aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o
interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis,
valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a

Servidão
usucapião.

Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da


usucapião será de vinte anos.
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras
necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a
mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os
respectivos donos.
Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem
ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não
dispuser expressamente o título.
Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio
serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou Felipe Martarelli
parcialmente, a propriedade ao dono do dominante. - Professor -
Felipe Martarelli
- Professor -
Da Passagem de Cabos e Tubulações

Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à


desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar
a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros
condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de
proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação
seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois,
seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel.

Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao


proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.
Prof. Felipe Martarelli (imagem tirada da internet)
Felipe Martarelli
- Professor - DAS ÁGUAS

Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens,
obrigado a receber as águas que correm naturalmente do açudes, ou outras obras para represamento de água em seu
superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu prédio; se as águas represadas invadirem prédio alheio, será o
fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não seu proprietário indenizado pelo dano sofrido, deduzido o
pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do valor do benefício obtido.
prédio superior

Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem


águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu consumo,
NÃO PODE IMPEDIR, ou desviar o curso natural das águas
remanescentes pelos prédios inferiores.

Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as


águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos
possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir,
deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se
não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial
das águas.
Imagem pega da Internet
Felipe Martarelli
- Professor - DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a
construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada,
regulamentos administrativos. terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não
poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento
prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho. das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou edificações a menos de três metros do terreno vizinho.
varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho.
§ 1ª As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória,
bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos
de setenta e cinco centímetros.
§ 2ª As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para
luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de largura Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória
sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou
de altura de cada piso. depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou
interferências prejudiciais ao vizinho.
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as
chaminés ordinárias e os fogões de cozinha
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as construções feitas,
respondendo por perdas e danos.
Felipe Martarelli Para Pablo Stolze : o condomínio é uma forma de
- Professor - Do Condomínio Geral propriedade conjunta ou copropriedade”. Novo Curso de D.
Civil – Vol. 05.
Do Condomínio Voluntário

Dos Direitos e Deveres dos Condôminos

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa


conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os
direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de
terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte
ideal, ou gravá-la.

Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a


destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo
dela a estranhos, sem o consenso dos outros.

Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua


parte, a concorrer para as despesas de conservação ou Para Caio Mario da Silva Pereira: Dá-se condomínio,
divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. quando a mesma coisa pertencente a mais de uma pessoa,
cabendo a cada uma delas igual direito, idealmente, sobre
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos todo e cada uma de suas partes.
condôminos.
DA ADMINISTRAÇÃO
Felipe Martarelli DO CONDOMÍNIO DO CONDOMÍNIO NECESSÁRIO
- Professor -

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da


coisa comum, escolherá o administrador, que poderá ser
estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas,
condições iguais, o condômino ao que não o é. muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297
e 1.298; 1.304 a 1.307).
Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos
outros presume-se representante comum. Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um
imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões. igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca
do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a
§ 1 o As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).
maioria absoluta.
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este
§ 2 o Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes.
juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros.
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto
§ 3 o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar,
avaliado judicialmente. nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou
qualquer outra obra divisória.
Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em
contrário estipulação ou disposição de última vontade, serão
partilhados na proporção dos quinhões.
DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO
CONDOMÍNIO EDILÍCIO

Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre


vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de
Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei
propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum especial:
dos condôminos. I - a discriminação e individualização das unidades de
propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes
§ 1 As partes suscetíveis de utilização independente, tais como comuns;
o

apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade,
respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, relativamente ao terreno e partes comuns;
sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e III - o fim a que as unidades se destinam.
gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos
para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício
pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços
convenção de condomínio das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os
titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre
elas tenham posse ou detenção.
§ 4 Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso
o

ao logradouro público. Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a


convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório
de Registro de Imóveis. (erga omnes)
2/3 das frações ideais
Pelos proprietários ou alguém com
procuração
Felipe Martarelli
- Professor -
DIREITOS DEVERES
Art. 1.335. São direitos do Art. 1.336. São deveres do condômino:
condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção
I - usar, fruir e livremente das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na
dispor das suas unidades;
convenção;
II - usar das partes comuns,
conforme a sua destinação, II - não realizar obras que comprometam a segurança da
e contanto que não exclua a edificação;
utilização dos demais
compossuidores;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e
esquadrias externas;
III - votar nas deliberações
da assembléia e delas
participar, estando quite. IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a
edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao
sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos
bons costumes.
Felipe Martarelli
- Professor - DESPESAS E PAGAMENTOS DO CONDOMÍNIO

Art. 1.340. As despesas relativas a § 2 o Se as obras ou reparos necessários forem urgentes


partes comuns de uso exclusivo de um e importarem em despesas excessivas, determinada sua
condômino, ou de alguns deles, realização, o síndico ou o condômino que tomou a
incumbem a quem delas se serve. iniciativa delas dará ciência à assembléia, que deverá
ser convocada imediatamente.
Art. 1.341. A realização de obras no
condomínio depende: § 3 o Não sendo urgentes, as obras ou reparos
I - se voluptuárias, de voto de dois necessários, que importarem em despesas excessivas,
terços dos condôminos; 2/3 somente poderão ser efetuadas após autorização da
II - se úteis, de voto da maioria dos assembléia, especialmente convocada pelo síndico, ou,
condôminos. MAIORIA em caso de omissão ou impedimento deste, por
qualquer dos condôminos.
§ 1 o As obras ou reparações
NECESSÁRIAS podem ser realizadas,
independentemente de autorização, pelo
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos
síndico, ou, em caso de omissão ou
débitos do alienante, em relação ao condomínio,
impedimento deste, por qualquer
inclusive multas e juros moratórios. (PROPTER REM)
condômino.
Felipe Martarelli
- Professor -

Da Administração do Condomínio

Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndico, Mandato de 02 anos com possibilidade


que poderá não ser condômino, para de reeleição ad eternum.
administrar o condomínio, por prazo não
superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.

Art. 1.348. Compete ao síndico:


I - convocar a assembléia dos condôminos;
II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses
comuns;
III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do
condomínio;
IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia;
V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;
VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas;
VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas;
IX - realizar o seguro da edificação.
Felipe Martarelli
- Professor - DA ASSEMBLEIA
Art. 1.350. Convocará o síndico,
anualmente, reunião da assembléia dos
condôminos, na forma prevista na
convenção, a fim de aprovar o orçamento
das despesas, as contribuições dos
condôminos e a prestação de contas, e
eventualmente eleger-lhe o substituto e
alterar o regimento interno.

§ 1 o Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto (1/4) dos condôminos poderá fazê-lo.
§ 2 o Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino.

Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da
convenção, bem como a mudança da destinação do edifício ou da unidade imobiliária.
Felipe Martarelli
- Professor -

Primeira Convocação Segunda Convocação

Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial, as Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá
deliberações da assembleia serão tomadas, em primeira deliberar por maioria dos votos dos presentes, salvo
convocação, por maioria de votos dos condôminos quando exigido quorum especial.
presentes que representem pelo menos metade das frações
ideais.
Art. 1.354-A
Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações
ideais no solo e nas outras partes comuns pertencentes a
cada condômino, salvo disposição diversa da convenção
de constituição do condomínio.
Assembleia virtual

Art. 1.355. Assembleias extraordinárias poderão ser


convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condôminos.
Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho
Ex: assembleia marcada para destituir o síndico ou falar fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembléia,
sobre a segurança do condomínio. por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar
parecer sobre as contas do síndico.
EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO
Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou ameace ruína, os
condôminos deliberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou venda, por votos que
representem metade mais uma das frações ideais.

§ 1 o Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento das despesas


respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos, mediante avaliação judicial.

§ 2 o Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o condômino ao


estranho, será repartido o apurado entre os condôminos, proporcionalmente ao valor das suas
unidades imobiliárias.

Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na proporção a que se


refere o § 2 o do artigo antecedente.
DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE

Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de O período correspondente a cada fração de tempo será de, no
condomínio em que cada um dos proprietários de um mínimo, 7 (sete) dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser:
mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual
corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, I - fixo e determinado, no mesmo período de cada ano;
da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários
de forma alternada. II - flutuante, caso em que a determinação do período será
realizada de forma periódica, mediante procedimento objetivo
que respeite, em relação a todos os multiproprietários, o
princípio da isonomia, devendo ser previamente divulgado; ou

III - misto, combinando os sistemas fixo e flutuante.

Criação e instituição

Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos ou


testamento, registrado no competente cartório de registro de
Imagem retirada da internet imóveis, devendo constar daquele ato a duração dos períodos
correspondentes a cada fração de tempo.
DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE

Direitos dos condôminos multiproprietários:

I - usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração de tempo, do imóvel e de suas instalações, equipamentos e
mobiliário;

II - ceder a fração de tempo em locação ou comodato;

III - alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte, a título oneroso ou gratuito, ou onerá-la,
devendo a alienação e a qualificação do sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador;

IV - participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de representante ou procurador, desde que esteja quite com as
obrigações condominiais,

Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a


sua produção de efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma da NÃO HÁ DIREITO DE PREFERÊNCIA
lei civil e não dependerão da anuência ou cientificação dos
§ 1º Não haverá direito de preferência na alienação de fração de
demais multiproprietários
tempo, salvo se estabelecido no instrumento de instituição ou na
convenção do condomínio em multipropriedade em favor dos
demais multiproprietários ou do instituidor do condomínio em
multipropriedade.
Da Propriedade Fiduciária
Da Propriedade Resolúvel
“O Objetivo da alienação fiduciária em garantia era
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da estimular o consumo de bens de capital móveis e duráveis,
condição ou pelo advento do termo, entendem-se também tais como eletrodomésticos e veículos, dente outros”. Flávio
resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o Tartuce p.629. Em 1997 (9.514) autoriza bens Imóveis!
proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode
reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de
coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia,
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa transfere ao credor.
superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título
anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, § 1 o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do
restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que
contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do
coisa ou o seu valor. domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na
repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a
Ex: Retrovenda: 03 anos, não prorrogável anotação no certificado de registro.
Art. 505 e 508 CC
§ 2 o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o
desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto
da coisa.
SÚMULA 28 - STJ Apenas Bancos e consórcios podem fazer!
O CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIARIA EM
§ 3 o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna
GARANTIA PODE TER POR OBJETO BEM QUE
eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade
JA INTEGRAVA O PATRIMONIO DO DEVEDOR
fiduciária.
Conceito de Alienação Fiduciária em garantia: “constitui um negócio jurídico que traz como conteúdo um direito real de
garantia sobre coisa própria. Isso porque o devedor fiduciante aliena o bem adquirido a um terceiro, o credor fiduciário é que
paga o preço ao alienante originário, constata-se que o credor fiduciário é o credor da coisa, tendo, ainda, um direito real sobre a
coisa que lhe é própria. Como pagamento de todos os valores devidos, o devedor fiduciante adquire a propriedade, o que traz a
conclusão de que a propriedade do credor fiduciária é resolúvel.”
Flávio Tartuce. P.634
Direito de
Superfície
DIREITO DE SUPERFÍCIE
Vem para substituir a Enfiteuse que era
perpétua e sempre onerosa!
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a
de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação,
determinado, mediante escritura pública devidamente independentemente de indenização, se as partes não houverem
registrada no Cartório de Registro de Imóveis. (Conceito) estipulado o contrário.

Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em
subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. conseqüência de desapropriação, a indenização cabe ao
proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao
Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; direito real de cada um.
se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de
uma só vez, ou parceladamente. OBS: É DIFERENTE DO CONTRATO DE LOCAÇÃO QUE
Obs: Será extinta se tiver destinação diversa, distrato SE TRATA DE UMA OBRIGAÇÃO INTER PARTES.
e consolidação (fusão)!
Enunciado 321 IV Jornada de D. Civil
DIREITO DE PREFERÊNCIA Os direitos e obrigações vinculados ao terreno e, bem assim,
aqueles vinculados à construção ou à plantação formam
Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de
patrimônios distintos e autônomos, respondendo cada um de
superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de
seus titulares exclusivamente por suas próprias dívidas e
preferência, em igualdade de condições.
obrigações, ressalvadas as fiscais decorrentes do imóvel.
Usufruto
DOUTRINA Direitos e Deveres dos Usufrutuários
Clóvis Beviláqua: “o usufruto é o direito real, conferido
a alguma pessoa, durante certo tempo, que a autoriza a Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso,
retirar de coisa alheia, frutos e utilidades, que ele administração e percepção dos frutos.
produza”.
Flávio Tartuce: “o usufrutuário mantém a posse direta Art. 1.398. Os frutos civis, vencidos na data inicial do
sobre o bem, tendo o contato corpóreo imediato”. usufruto, pertencem ao proprietário, e ao usufrutuário os
vencidos na data em que cessa o usufruto.
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens,
móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto,
deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e inventariará, à sua custa, os bens que receber,
utilidades determinando o estado em que se acham, e dará caução,
fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes
Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto pela conservação, e entregá-los findo o usufruto.
estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos.
§ 1 Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas
o Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a pagar as
consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o deteriorações resultantes do exercício regular do
usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em usufruto.
gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o
Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário:
seu valor, estimado ao tempo da restituição
I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; estado em que os recebeu;
mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou
oneroso. (personalíssimo) rendimento da coisa usufruída.
Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações Extinção do Usufruto
extraordinárias e as que não forem de custo módico; Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório
mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital
despendido com as que forem necessárias à de Registro de Imóveis:
conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
usufruída. II - pelo termo de sua duração;
§ 1 Não se consideram módicas as despesas
o

superiores a dois terços do líquido rendimento em um III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi
ano. constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em
Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao que se começou a exercer;
dono de qualquer lesão produzida contra a posse da
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
coisa, ou os direitos deste.
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407,
USUFRUTO
1.408, 2ª parte, e 1.409;

Legal Voluntário/Convencional VI - pela consolidação; (fusão entre usufrutuário e nu-proprietário)


VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa
Não precisa de 1° usufruto por alienação: passa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou
registro o uso e frutos e mantêm a nua-
Ex: bens de filhos propriedade. quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias
menores com pais, recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;
ou cônjuge com 2° Usufruto por retenção: VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai
bens particulares do Mantêm consigo o usufruto e
outro passa a nua propriedade (arts. 1.390 e 1.399).
HABITAÇÃO
DA HABITAÇÃO

Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem
emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.

Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de
pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-
la.

Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.

DOUTRINA Habitação legal Habitação Convencional

Flávio Tartuce: “o direito real de habitação constitui o Art. 1.831. Ao cônjuge


sobrevivente, qualquer que
mais restrito dos direitos reais de fruição, eis que
seja o regime de bens, será
apenas é cedida uma parte do atributo de usar, qual assegurado, sem prejuízo
seja, o direito de habitar o imóvel. P.455 da participação que lhe
caiba na herança, o direito Inter vivos Testamento
REsp 826838 / RJ - RECURSO ESPECIAL - 2006/0047945-7 real de habitação
Segundo o artigo 1.831 do Código Civil de 2002, o cônjuge relativamente ao imóvel
sobrevivente tem direito real de habitação sobre o imóvel em destinado à residência da
que residia o casal, desde que seja o único dessa natureza que família, desde que seja o
integre o patrimônio comum ou particular do cônjuge falecido. único daquela natureza a
Recurso não conhecido, com ressalva quanto à terminologia inventariar.
Promitente
DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR

Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que


se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento
público ou particular, e registrada no Cartório de Registro
Instituto genuinamente
de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à brasileiro!
aquisição do imóvel.

Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, Maria Helena Diniz: “O compromisso irretratável de compra
e venda de imóvel, em razão de ausência de cláusula de
pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a arrependimento (...) devidamente assentado no competente
quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da Registro de Imóveis, equivale a um direito real ilimitado,
direito de aquisição, assecuratório do contrahere futuro, não
escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto só em relação às partes contratantes como erga omnes”.
no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao
OBS: Se não houver registro só faz força inter partes.
juiz a adjudicação do imóvel.
Penhor
Da Constituição do Penhor Dos Direitos do Credor Pignoratício

Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito:
da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o
represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa I - à posse da coisa empenhada;
móvel, suscetível de alienação. (APENAS MÓVEL EM II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente
REGRA) justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa sua;
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da
de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do coisa empenhada;
devedor, que as deve guardar e conservar. IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe
permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor
Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a mediante procuração;
registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em
comum será registrado no Cartório de Títulos e seu poder;
Documentos. VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização
judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada
se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da
coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a,
ou oferecendo outra garantia real idônea.
Art. 1.434. O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa
empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago,
podendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja
vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada,
suficiente para o pagamento do credor.
Das Obrigações do Credor Pignoratício Art. 1.436. Extingue-se o penhor:

Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: I - extinguindo-se a obrigação;

I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao II - perecendo a coisa;


dono a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser
compensada na dívida, até a concorrente quantia, a III - renunciando o credor;
importância da responsabilidade;
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e
dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o de dono da coisa;
exercício de ação possessória;
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da
1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma § 1 Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda
o

vez paga a dívida; particular do penhor sem reserva de preço, quando restituir a sua
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra
paga, no caso do inciso IV do art. 1.433. garantia.

OBS: Penhor Rural, industrial, mercantil e de veículos, as § 2 Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da
o

coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto.
deve guardar e conservar, conforme estabelece o parágrafo Art. 1.437. Produz efeitos a extinção do penhor depois de
único do art. 1.431 (Tartuce) averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva
prova.
Hipoteca
Art. 1.485. Mediante simples averbação, requerida por ambas as
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:
partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da
data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente
subsistir o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título
com eles;
e novo registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência,
II - o domínio direto;
que então lhe competir.
III - o domínio útil;
IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:
independentemente do solo onde se acham; I - pela extinção da obrigação principal;
VI - os navios; II - pelo perecimento da coisa;
VII - as aeronaves. III - pela resolução da propriedade;
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; IV - pela renúncia do credor;
IX - o direito real de uso; V - pela remição;
X - a propriedade superficiária . VI - pela arrematação ou adjudicação.
Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no
Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da
alienar imóvel hipotecado. respectiva prova.

Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada,


Art. 1.479. O adquirente do imóvel hipotecado, desde que a arrematação ou adjudicação, sem que tenham sido
não se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos notificados judicialmente os respectivos credores hipotecários,
credores hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, que não forem de qualquer modo partes na execução.
abandonando-lhes o imóvel.
ANTICRESE
Felipe Martarelli
- Professor -
DA ANTICRESE

Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do


imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em
compensação da dívida, os frutos e rendimentos.

§1 o É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel


sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas se o seu
valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as
operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital.

§2 o Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser


hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros,
assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese. “Esse nome difícil é isso?” (Barriga, Sr.)

Art. 1.508. O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer,
e pelos frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber.
LAJE
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a Art. 1.510-B. É expressamente vedado ao titular da laje prejudicar
superfície superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da com obras novas ou com falta de reparação a segurança, a linha
laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o arquitetônica ou o arranjo estético do edifício, observadas as posturas
solo. previstas em legislação local.

§1o O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis
terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como aos condomínios edilícios, para fins do direito real de laje, as
unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas despesas necessárias à conservação e fruição das partes que sirvam a
edificadas ou não pertencentes ao proprietário da construção-base. todo o edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum serão
partilhadas entre o proprietário da construção-base e o titular da laje,
o
§2 O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos na proporção que venha a ser estipulada em contrato.
que incidirem sobre a sua unidade.
§1o São partes que servem a todo o edifício:
§3o Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída em
matrícula própria, poderão dela usar, gozar e dispor. I - os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes
restantes que constituam a estrutura do prédio;
§4o A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração II - o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso
ideal de terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas exclusivo do titular da laje;
já edificadas. III - as instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento,
ar condicionado, gás, comunicações e semelhantes que sirvam a todo
o
§5 Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas o edifício; e
edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje. IV - em geral, as coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício.

§6o O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a §2o É assegurado, em qualquer caso, o direito de qualquer interessado
instituição de um sucessivo direito real de laje, desde que haja em promover reparações urgentes na construção na forma do
autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, parágrafo único do art. 249 deste Código.
respeitadas as posturas edilícias e urbanísticas vigentes.
Art. 1.510-D. Em caso de alienação de
qualquer das unidades sobrepostas, §1o O titular da construção-base ou da
terão direito de preferência, em laje a quem não se der conhecimento §2o Se houver mais de uma laje, terá
igualdade de condições com terceiros, da alienação poderá, mediante preferência, sucessivamente, o titular
os titulares da construção-base e da depósito do respectivo preço, haver das lajes ascendentes e o titular das
laje, nessa ordem, que serão para si a parte alienada a terceiros, se lajes descendentes, assegurada a
cientificados por escrito para que se o requerer no prazo decadencial de prioridade para a laje mais próxima à
manifestem no prazo de trinta dias, cento e oitenta dias, contado da data unidade sobreposta a ser alienada.
salvo se o contrato dispuser de modo de alienação.
diverso.

II - se a construção-base for
reconstruída no prazo de 5 (cinco)
Art. 1.510-E. A ruína da construção-
I - se este tiver sido instituído sobre o anos. Parágrafo único. O disposto
base implica extinção do direito real
subsolo; neste artigo não afasta o direito a
de laje, salvo:
eventual reparação civil contra o
culpado pela ruína.
Direito de Família

Professor Felipe Martarelli


Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -
CÓDIGO CIVIL 2002

PARTE GERAL PARTE ESPECIAL

Livro I Livro II Livro III Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V
Direito
Das Negócio D. das D. de D. das D. Família
Dos Bens Das
Pessoas Jurídico Obrigações Empresa Coisas Sucessões

Art. 1 Art. 79 Art. 104 Art. 233 Art. 966 Art. 1.196 Art.1.511 Art. 1.784
ao 78 ao 103 ao 232 ao 965 ao 1.195 ao 1.510-E ao 1.783- A ao 2.027

Transf.
Patrimonial
Causa mortis
Felipe Martarelli
- Professor - Origem da Família e evolução das normas de Família

Manter vínculos afetivos não é uma prerrogativa da espécie humana. Desquite: Denominação anterior a existência da
Sempre existiu o acasalamento entre os seres vivos, seja em Separação, criada apenas em 1942 pela (código civil de
decorrência do instinto de perpetuação da espécie, seja pela 1916) lei 3.071. Havia separação dos bens e dos corpos,
verdadeira aversão que todos têm à solidão. Parece que as pessoas só mas mantinha vínculo conjugal. Impedia novo
são felizes quando têm alguém para amar. casamento. Motivos: Adultério, Tentativa de morte,
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p. 21.) sevicia, injuria grave, abandono de lar por mais de 02
Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece (XVI - anos ou por comum acordo após 02 anos.
3): A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem
ESTATUTO DA MULHER CASADA (l.4.121/62):
direito à proteção da sociedade e do Estado.
(i) Devolve para mulher casada a sua capacidade
Evolução legal das leis de Família (ii) Da para mulher a propriedade do seu fruto
trabalhado
Família pelo Código Civil de 1916: Separação: Em 1977 a L. 6.515 surge o instrumento da
separação. 01 ano após o casamento para pedir a
(i) Limitava-se ao casamento. separação (que somente quebrava o vínculo de
(ii) Fazia distinções entre pessoas unidas pelo casamento e pessoas coabitação) + 01 ano separado para pedir o divórcio.
unidas sem casamento.
(iii) Diferença entre Filhos oriundos de dentro do casamento ou fora Divórcio: EC 09/77 e L. 6.515/77: acabou com a
(ilegítimos). indissolubilidade do casamento, eliminando a ideia da
(iv) Concubinato. família como instituição sacralizada.
Felipe Martarelli Constituição de 05.out.1988: O Código de Processo Civil também trouxe ações de
- Professor -
família:

(i) Igualdade entre homens e mulheres. (i) Art. 528 ao 533 – versa sobre o cumprimento da decisão
(ii) Proteção à união estável (homem e mulher) judicial que fixa alimentos .
(iii) Proteção à família monoparental.
(iv) Igualdade entre os filhos (ii) Art. 693 ao 699 – versa sobre a ações de divórcio,
separação, reconhecimento e extinção de união estável,
Arts. 1.º, III, 3.º, I,III, IV, 4.º, II, 5.º, I, II, XXX, XXXI, guarda, visitação e filiação.
XXXIV, XXXV, XXXVI, XLI, LV, LX, LXVII, LXXIV,
LXXVI, LXXVIII, §§ 1.º, 2.º, 3.º e 4.º, 226, 227, 228, 229 e (iii) Art. 911 ao 914 – Execução de alimentos.
230
Código Civil 2002: traz o direito de família com muitas
atualizações, porém ainda trazia consigo o instituto da DIREITO DE FAMÍLIA
separação e divórcio nos moldes do Código de 1916.

Emenda Constitucional 66: Direito protetivo


Direito matrimonial
ou assistencial
(i) Retira a necessidade de separação para o divórcio
(ii) Retira o prazo de 01 anos da separação ou 02 Direito parental
anos de fato para o pedido de divórcio.
(iii) Autoriza o divórcio extajudicial
Felipe Martarelli PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA
- Professor -

P. DA DIGNIDADE HUMANA: art. 1.º, inc. III, da CF/1988 P. DA PROTEÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS,
ADOLESCENTES, JOVENS E IDOSOS:
P. DA LIBERDADE: é livre a decisão do casal Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei n. 10.741, de
sobre o planejamento familiar (CC 1.565 § 2.º e CF 226 § 2003 (Estatuto do Idoso)
7.º)
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da
P. DA IGUALDADE E RESPEITO À DIFERENÇA: Foi lei civil.
banida a desigualdade de gêneros e a desigualdade entre
parentes (Ex: filhos dentro e fora do casamento). Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso
optar entre os prestadores (filho, neto, bisneto...)
P. DA SOLIDARIEDADE FAMILIAR: fraternidade e a
reciprocidade: Impor aos pais o dever de assistência aos
filhos decorre do princípio da solidariedade (CF 229). O P. DA AFETIVIDADE: affectio societatis direito
mesmo ocorre com o dever de amparo às pessoas idosas (CF fundamental à felicidade.
230). obrigação alimentar dispõe de igual conteúdo (CC
1.694). P. DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO ESTADO NO
DIREITO DE FAMÍLIA: O seu papel, sim, como bem
P. DO PLURALISMO DAS ENTIDADES FAMILIARES:
anotou RODRIGO DA CUNHA PEREIRA, traduz um
é encarado como o reconhecimento pelo Estado da existência
modelo de apoio e assistência, e não de interferência
de várias possibilidades de arranjos familiares, inclusive do
agressiva .
mesmo sexo e poliafetiva.
Felipe Martarelli Direito de Família na Constituição
- Professor -

ART. 226. A FAMÍLIA, BASE DA SOCIEDADE, TEM ESPECIAL PROTEÇÃO DO ESTADO.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento. (rol exemplificativo e não taxativo – inclui família Homoafetiva à União Estavel – ADPF 132/RJ e ADI 4.277/DF –
05 de maio de 2011). (Família anaparental ou monoparental também reconhecida)

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou
comprovada separação de fato por mais de dois anos. (01 ano para a separação + 01 ano para o divórcio) ou (02 anos de separação de fato
para o divórcio) + (motivo para divórcio) = Possibilidade de Divórcio.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal,
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de
instituições oficiais ou privadas.
Felipe Martarelli
- Professor -

Só pode ser por preconceito que a Constituição emprestou, de modo expresso, juridicidade somente às
uniões estáveis entre um homem e uma mulher. (...) A homoafetividade não é uma doença nem uma
opção livre. Assim, descabe estigmatizar a orientação homossexual de alguém, já que negar a realidade
não soluciona as questões que emergem quando do rompimento dessas uniões.
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.211)
(fonte: Pablo Stolze, Manual de direito Civil, ano 2020. p 1770)
Felipe Martarelli
- Professor - CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA - Contrato
- Instituição
O vínculo jurídico entre o homem e a mulher (em contrário – Res. Natureza Jurídica - Misto
CNJ n.175/2013) que visa ao auxílio mútuo material e espiritual,
de modo que haja uma integração fisiopsíquica e a constituição de
uma família. (Maria Helena Diniz)
Ato-Condição Instituição
O casamento é um ato jurídico negocial solene, público e
complexo, mediante o qual um homem e uma mulher constituem Negócio Jurídico Acordo entre
família, pela livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento complexo as partes
do Estado (Paulo Lobo).
Contrato Especial

(i) Ato-Condição: uma manifestação de vontade que,


quando emitida, consolida uma situação jurídica
impessoal.
(ii) Negócio Jurídico Complexo: pois haveria a participação
de um terceiro (juiz) em seu ciclo formativo.
(iii) Contrato Especial: Contrato em direito de Família
diferentes das demais formas negociais.
(iv) Acordo entre as partes: Mero acordo de vontades.
(v) Instituição: Estatuto de normas.
Felipe Martarelli OBSII: Também a infidelidade não gera o pagamento
- Professor -
de indenização. Assim como a ruptura matrimonial.

Por fim, há ainda uma terceira vertente doutrinária que sustenta


a natureza mista ou híbrida do casamento: contrato na sua
formação e instituição em sua existência e efeitos.
(fonte: Pablo Stolze, Manual de direito Civil, ano 2020. p 1771).

Observações específicas

OBS: Existe responsabilidade por ruptura pré-


matrimonial?
OBSIII: O abandono afetivo pode gerar obrigação
Para Pablo Stolze: A ruptura injustificada do noivado pode, indenizatória, conforme enunciado do IBDFAM.37 A
sim, acarretar, em apenas situações especiais, dano moral ou reparabilidade do dano encontra respaldo legal (CC 952
material indenizável. Isso para quem adota a corrente parágrafo único), uma vez que atinge o sentimento de
contratualista e conceitua como responsabilidade civil pré- estima frente determinado bem.
contratual do ofensor.

Ex. Noiva que largou o emprego para casar e é abandonada no


altar.
Felipe Martarelli
- Professor - DISPOSIÇÕES GERAIS DO CÓDIGO CIVIL
Casamento Religioso
Nomenclatura jurídica correta: Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para
a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado
no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua
Cônjuge Varão = Marido.
celebração.

Cônjuge Virago = Esposa. Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos
requisitos exigidos para o casamento civil.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida,
§ 1 o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido
com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do
celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração. interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação
regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a nova habilitação.
primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas,
para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. § 2 o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas
neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for
registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia
habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou 1.532.
privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
§ 3 o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele,
qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento
civil.
Felipe Martarelli
- Professor - DA CAPACIDADE PARA O CASAMENTO

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar,


Família Homoafetiva à União Estavel –
exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes
ADPF 132/RJ e ADI 4.277/DF – 05 de
legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
maio de 2011

H M CASAMENTO Resolução 175/2013 do CNJ que


autoriza os cartórios a efetuarem
casamento de pessoas do mesmo sexo!
18 anos – S/ Autorização

16 anos – C/ Autorização

Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o
disposto no parágrafo único do art. 1.631. casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado
o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores pela Lei nº 13.811, de 2019)
revogar a autorização. Era permitido somente com a autorização
de ambos os pai/responsáveis.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser
suprida pelo juiz. Evitar crimes sexuais ou gravidez.
Felipe Martarelli Relações de Parentesco
- Professor -
1 1
Art. 1.591 – 1.595
Mãe Pai Pai Mãe

Infinito 2 2

§ 1 o O parentesco
Irmão Irmão
por afinidade limita-
Marco Zero se aos ascendentes,
aos descendentes e
3
Casados ou União Estável aos irmãos do
Linha RETA

cônjuge ou
companheiro.
Sobrinho
1 1
§ 2 o Na linha reta, a
4 Filho afinidade não se
Filho extingue com a
2 dissolução do
Sobrinho
casamento ou da
Neto
Neto união estável
Linha COLATERAL
Até 4º Grau
Felipe Martarelli
- Professor - CAUSAS SUSPENSIVAS
CAUSAS DE IMPEDIMENTO

Art. 1.521. Não podem casar: Art. 1.523. Não devem casar:
I -o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
civil; (AVÓS, PAIS, FILHOS, NETOS...) II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter
sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da
II - os afins em linha reta; (Sogro, Sogra, Enteado, Enteada....) dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com partilha dos bens do casal;
quem o foi do adotante; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos,
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas
terceiro grau inclusive; (irmãos, sobrinho e tios) contas.

V - o adotado com o filho do adotante; Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não
lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e
VI - as pessoas casadas; IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar
tentativa de homicídio contra o seu consorte. nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem
celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam
da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo. também consangüíneos ou afins.
Felipe Martarelli
- Professor - Procedimento de Habilitação e Casamento (art. 1.525/1.532 e 1.533/1.542)

Edital
----------
----------

1. Ambos os nubentes fazem 2. Verifica-se a 3. O oficial extrairá o edital


o pedido de próprio documentação e fixará por 15 dias e/ou
punho. (art. 1.525) publicação em jornal.

4. Oficial esclarece sobre 5.Verificam-se casos


invalidade do casamento e de impedimento e
regimes de comunhão suspensão
6. Certificado de Habilitação.
Validade: Prazo de 90 dias

7.Celebração do Casamento "De acordo com a vontade que


Dia, hora e local determinado Afirmação, do nubentes, ambos acabais de afirmar perante
Ato deve ser totalmente público, de que pretendem casar mim, de vos receberdes por
incluindo as portas abertas, com por livre e espontânea vontade marido e mulher, eu, em nome da
no mínimo 02 testemunhas “SIM” lei, vos declaro casados."
(parentes ou não) Obs. se brincar refaz tudo (ai já era) – Casados!
Felipe Martarelli
- Professor - Formas Especiais de Casamento

Por procuração Nuncupativo Moléstia Grave Celebrado fora do país, Celebrado fora do país, perante
perante Autoridade Autoridade estrangeira.
Art. 1.542. O Art. 1.540. Quando Art. 1.539. No caso diplomática Brasileira
casamento pode algum dos contraentes de moléstia grave Lei.6.015/73
celebrar-se estiver em iminente de um dos Casamento Consular
Art. 32. Os assentos de
mediante risco de vida, não nubentes, o É necessário que ambos
nascimento, óbito e de casamento
procuração, por obtendo a presença da presidente do ato os nubentes sejam do de brasileiros em país estrangeiro
instrumento autoridade à qual irá celebrá-lo onde mesmo país. serão considerados autênticos, nos
público, com incumba presidir o ato, se encontrar o LINDB - Art. 7º A lei do termos da lei do lugar em que
poderes especiais. nem a de seu substituto, impedido, sendo país em que domiciliada a forem feitos, legalizadas as
poderá o casamento ser urgente, ainda que à pessoa determina as certidões pelos cônsules ou
§3ª A eficácia do regras sobre o começo e o quando por estes tomados, nos
celebrado na presença noite, perante duas
mandato não fim da personalidade, o termos do regulamento consular.
de seis testemunhas, testemunhas que
ultrapassará nome, a capacidade e os
que com os nubentes saibam ler e
direitos de família.
noventa dias. (90) não tenham parentesco escrever. § 2º O casamento de
em linha reta, ou, na estrangeiros poderá
colateral, até segundo celebrar-se perante
grau Vale alguém autoridades diplomáticas
10 DIAS ou consulares do país de
designado pelo
Para levarem ao ambos os nubentes.
Presidente.
Cartório
Felipe Martarelli INVALIDADE DO CASAMENTO
- Professor - (ART. 1.548/1.564)

Considera-se ANULÁVEL o casamento:


Considera-se NULO o casamento:
(i) de quem não completou a idade mínima para casar.
(i) Contraído com os impedimentos, podendo ser alegada por
(ii) do menor em idade núbil, quando não autorizado por
qualquer pessoa ou Ministério Público.
seu representante legal.
(iii) por vício da vontade.
OBS: Antes o Código Civil previa que era nulo o casamento (iv) do incapaz de consentir ou manifestar, de modo
quando: inequívoco, o consentimento.
(v) realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para contraente soubesse da revogação do mandato, e não
os atos da vida civil . sobrevindo coabitação entre os cônjuges
(vi) por incompetência da autoridade celebrante
Porém com a alteração oriunda do Estatuto da pessoa com
deficiência A pessoa com deficiência mental ou intelectual em OBS: Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o
idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua casamento de que resultou gravidez
vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou
OBSII: Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de
curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
coação, quando o consentimento de um ou de ambos os
cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de
mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra,
sua ou de seus familiares.
Felipe Martarelli INVALIDADE DO CASAMENTO
- Professor -
(ART. 1.548/1.564)

Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por VÍCIO DA VONTADE, se houve por parte de um dos nubentes, ao
consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.

Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:

I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;

II - a IGNORÂNCIA DE CRIME, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;

III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave
e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em
comum ao cônjuge enganado. (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Felipe Martarelli
- Professor - Prazo decadencial para anulação do casamento
(art. 1560)

180 dias 03 anos


(casos do art.1.550) (art. 1.557)

I - de quem não completou a I - o que diz respeito à sua


idade mínima para casar; identidade, sua honra e boa fama,
sendo esse erro tal que o seu
II - do menor em idade núbil,
quando não autorizado por seu conhecimento ulterior torne
representante legal; 02 anos insuportável a vida em comum ao
cônjuge enganado;
04 anos
VI - por incompetência II - a ignorância de crime, anterior ao
IV - do incapaz de consentir ou da autoridade casamento, que, por sua natureza,
manifestar, de modo Se houver coação
celebrante. torne insuportável a vida conjugal;
inequívoco, o consentimento; III - a ignorância, anterior ao
casamento, de defeito físico
V - realizado pelo mandatário,
sem que ele ou o outro irremediável que não caracterize
contraente soubesse da deficiência ou de moléstia grave e
revogação do mandato, e não transmissível, por contágio ou por
sobrevindo coabitação entre os herança, capaz de pôr em risco a
cônjuges (da data do saúde do outro cônjuge ou de sua
conhecimento da celebração) descendência;
Felipe Martarelli
- Professor - Deveres dos Cônjuges Da Dissolução da Sociedade e do vínculo Conjugal

Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
mutuamente a condição de consortes, companheiros e
responsáveis pelos encargos da família. I - pela morte de um dos cônjuges; (VIUVO/ VIUVA)

Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: II - pela nulidade ou anulação do casamento; (VOLTA AO
ANTERIOR – Solteiro/Solteira)
I - fidelidade recíproca; 1ª corrente: SIM

II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - pela separação judicial; (ainda existe?)
(Separado/Separada) 2ª Corrente: Não
III - mútua assistência; Recurso Extraordinário –
RE 1.167.478
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
IV - pelo divórcio. (Divorciado/Divorciada)
V - respeito e consideração mútuos.
Direto, sem prazo, sem necessidade de apresentar
motivo. Casou em um dia pode pedir divórcio no
outro!
Felipe Martarelli DA UNIÃO ESTÁVEL
- Professor -
“casamento por usucapião”

Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
Conceito: Essas estruturas familiares, ainda que com o objetivo de constituição de família.
rejeitadas pela lei, acabaram aceitas pela § 1 o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521;

sociedade, fazendo com que a Constituição as não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar
separada de fato ou judicialmente.
albergasse no conceito de entidade familiar.
§ 2 o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união
Chamou-as de união estável, mediante a
estável.
recomendação de promover sua conversão em
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de
casamento, norma que, no dizer de Giselda lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Hironaka, é a mais inútil de todas as inutilidades. Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Família, p.211). Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos
companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de
casar, constituem concubinato.
Felipe Martarelli
- Professor -
PROTEÇÃO DOS FILHOS

Falar em guarda de filhos pressupõe que os pais não residem sob o Quanto mais conflituado o relacionamento dos genitores, mais
mesmo teto. O rompimento do vínculo familiar, no entanto, não deve minuciosamente deve ser regulamentado o regime de convivência,
comprometer a continuidade da convivência dos filhos com ambos. estabelecendo-se dias e horários de forma bastante rígida. Esta é a
Eles não podem se sentir objeto de vingança, em face dos única forma de não deixar um genitor à mercê do poder do outro, só
ressentimentos dos genitores e nem sofrer as consequências desse tendo acesso ao filho quando o outro "deixa". p852
desenlace.
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.852) Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1 o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos


“A expressão guarda, por veicular um significante muito mais de genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5 o ) e, por guarda
objeto do que de sujeito, tende a desaparecer.” compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e
Rodrigo da Cunha Pereira, deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
Com o rompimento da convivência dos pais, há a fragmentação de um supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão,
dos componentes da autoridade parental, mas ambos continuam qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar
detentores do poder familial informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em
assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física
e psicológica e a educação de seus filhos.
Felipe Martarelli
- Professor - VISITA

Daí a preferência por direito de convivência ou regime de O direito de convivência gera uma obrigação de fazer infungível,
relacionamento, eis que é isso que deve ser preservado, mesmo quando obrigação personalíssima, que deve ser cumprida pessoalmente.
pai e filho não vivem sob o mesmo teto. Consagrado o princípio da Nada impede que seja buscado o adimplemento, mediante a
proteção integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário aplicação da chamada astreinte: tutela inibitória, mediante a
estabelecer formas de convivência, pois não há proteção possível com a aplicação de multa diária. Nada mais do que um gravame pecuniário
exclusão do outro genitor imposto ao devedor renitente para que honre o cumprimento de sua
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.866) obrigação. Instrumento de pressão psicológica, verdadeira sanção,
destinada a desestimular a resistência do obrigado, de modo que ele
Trata-se de um direito de personalidade, na categoria do direito à se sinta compelido a fazer o que está obrigado.
liberdade, pelo qual o indivíduo, no seu exercício, recebe as pessoas (Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família)
com quem quer conviver
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.867) Art. 1.584.
OBS: O juízo das varas da infância e da juventude só é competente se § 2 o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda
a criança ou adolescente estiver com seus direitos ameaçados ou do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
violados, por omissão ou abuso dos pais ou responsáveis ou em razão familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos
de sua conduta (ECA 98). genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.870.)
§ 5 o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a
Súmula 383 do STJ: A competência para processar e julgar as ações guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele
conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
do detentor de sua guarda. preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e
afetividade.
Felipe Martarelli
- Professor - VIAGEM EM CASO DE GUARDA UNILATERAL

ECA - Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos
responsáveis sem expressa autorização judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:


a)tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na
mesma região metropolitana;
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior

O tema é regulado pelo ECA (83 a 85) e pelo Conselho Nacional de Justiça.64 Em se tratando de viagens no Brasil, crianças e adolescentes não precisam de
autorização de ambos para viajar com um dos pais. Para viajar com pessoa estranha, basta a autorização de um dos pais ou responsáveis. Sem autorização de um
deles, é indispensável autorização judicial. Com referência a viagens internacionais, compete a ambos os pais conceder ou negar consentimento (CC 1.634 IV). O
tema é disciplinado por Resolução do CNJ.
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.877)
Felipe Martarelli ALIENAÇÃO PARENTAL
- Professor -
Lei . 12.318/10
“Ferido em seu narcisismo, um genitor sente-se no direito de anular o outro e, a partir daí, ou ocupa onipotentemente o lugar do pai deposto junto
à criança ou o substitui por uma pessoa idealizada, tornando-a mais valiosa”. Viviane Ciambelli

Um dos genitores leva a efeito verdadeira "lavagem cerebral", de modo a Art. 5o Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação
comprometer a imagem que o filho tem do outro, narrando maliciosamente fatos autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica
que não ocorreram ou não aconteceram conforme descrito pelo alienador. (...) ou biopsicossocial.
O filho é utilizado como instrumento da agressividade, sendo induzido a odiar um
Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta
dos genitores.
que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.882)
autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo
Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de
da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a
pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância gravidade do caso:
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
vínculos com este. II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim III - estipular multa ao alienador;
declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
de terceiros:
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
paternidade ou maternidade; inversão;
II - dificultar o exercício da autoridade parental; VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; § 1º Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das
adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; alternâncias dos períodos de convivência familiar.
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para § 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a
obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; avaliações periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a contenha a avaliação do caso e o indicativo da metodologia a ser empregada, e
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com de um laudo final, ao término do acompanhamento.
avós.
Felipe Martarelli
- Professor -
PROCEDIMENTO PARA ADOÇÃO - ECA

• Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. (Código Civil).

• Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da
criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

• § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio
de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada

• § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.

• § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
Felipe Martarelli PROCEDIMENTO PARA ADOÇÃO - ECA
- Professor -

• A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta
Lei.
• Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda
ou tutela dos adotantes.
• Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º A adoção por ambos os cônjuges ou concubinos poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado
vinte e
um anos de idade, comprovada a estabilidade da família.

Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável,
comprovada a estabilidade da família.

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
• Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de
90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (prorrogável por igual
período - judicialmente)
• § 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do
adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
• Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante
mandado do qual não se fornecerá certidão.
OBS: Por mais que a lei seja omissa, a jurisprudência vem
permitindo a adoção pode casais homossexuais.
Felipe Martarelli Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido
- Professor - o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair
Presunção da Paternidade
novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do
primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias (300
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do dias) a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se
casamento os filhos: o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o
prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar,
estabelecida a convivência conjugal; (180 dias). à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.

II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da


sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e
anulação do casamento; (300 dias).

III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que


falecido o marido;

IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões


excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que
confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que
tenha prévia autorização do marido. Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a
paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal
ação imprescritível.
Felipe Martarelli Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
- Professor -
PODER FAMILIAR I - castigar imoderadamente o filho;

II - deixar o filho em abandono;


Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal,
o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência
permanente para outro Município;
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos
pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
I – praticar contra outrem igualmente titular (cônjuge) do mesmo poder
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos,
familiar:
nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem
partes, suprindo-lhes o consentimento;
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de
familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
sua idade e condição.
Extinção x Perda Judicial b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;

Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:

I - pela morte dos pais ou do filho; a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de
II - pela emancipação, nos termos do art. 5 o , parágrafo único; morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e
III - pela maioridade; familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638 a) b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual
sujeito à pena de reclusão.
Felipe Martarelli
- Professor - DO PACTO ANTENUPCIAL

Conceito: Antes do casamento, por meio de pacto antenupcial Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por
(CC 1.639), os noivos podem escolher o regime jurídico que irá escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
reger o patrimônio do casal durante o casamento e mesmo após
sua dissolução. Tal avença pode ser alterada durante o
casamento (CC 1.639 § 2.º) por vontade das partes. Seja qual for Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por
o regime de bens, um cônjuge pode fazer doações ao outro, mas menor, fica condicionada à aprovação de seu representante
tal implica em adiantamento de legítima (CC 544). legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.260)
bens.
Antes do casamento, durante o processo de habilitação (CC
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que
1.525 a 1.532), podem os noivos, livremente, estipular o que
quiserem sobre o regime de bens (CC 1.640 parágrafo único). contravenha disposição absoluta de lei.
Essa liberdade só não é absoluta porque, em determinadas Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de
situações, impõe a lei o regime obrigatório da separação de bens
participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a
(CC 1.641). O pacto precisa ser feito por escritura pública.
(Maria Berenice Dias, Manual de Direito de Família, p.529) livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.

No entanto, nula é a cláusula que prive a mãe do poder Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito
familiar, ou altere a ordem de vocação hereditária perante terceiros senão depois de registradas, em livro

OBS: vem se tornando comum a estipulação de indenização no especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos
caso de traição cônjuges.
Felipe Martarelli
- Professor -

REGIMES DE
CASAMENTO
Felipe Martarelli Comunhão parcial de bens
- Professor -
Regra no Direito brasileiro desde 1977

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem,
na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados
em seu lugar;

Art. 1.640. Não havendo convenção, ou II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um
dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto
III - as obrigações anteriores ao casamento;
aos bens entre os cônjuges, o regime da
comunhão parcial. IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em
proveito do casal;

V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;

VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes


Felipe Martarelli
- Professor - COMUNHÃO UNIVERSAL

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:


I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e
os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro
Art. 1.667. O regime de comunhão fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
universal importa a comunicação de todos III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas
os bens presentes e futuros dos cônjuges e com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
suas dívidas passivas, com as exceções do IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a

artigo seguinte. cláusula de incomunicabilidade;


V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Felipe Martarelli
- Professor -
SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS

Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão


sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os
poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.

Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para


as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu
trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto
antenupcial.
Felipe Martarelli
- Professor - SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA

Neste caso a lei não permite que os nubentes


escolham seu regime matrimonial, e impõe de
forma cogente a separação obrigatória.

Obs. Até 2012 o II era de 60 anos.

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação


de bens no casamento:

I - das pessoas que o contraírem com


inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento;

II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;

III - de todos os que dependerem, para casar, de


suprimento judicial.
Felipe Martarelli
- Professor - DO REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQÜESTOS

Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge


possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe,
à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens
adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía
ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do
casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge,
que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o

Crédito: lassedesignen - stock.adobe.com montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
Direitos autorais: ©lassedesignen - stock.adobe.com
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Felipe Martarelli
- Professor - OUTORGA UXÓRIA

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos


cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de
separação absoluta:
autorização um do outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
dessas coisas possa exigir.

III - prestar fiança ou aval;


Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo
antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges.
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou
dos que possam integrar futura meação.
ALIMENTOS
Felipe Martarelli
- Professor - DOS ALIMENTOS

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros


pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver
de modo compatível com a sua condição social, inclusive
para atender às necessidades de sua educação.

Necessidade
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das Binômio
Possibilidade ou
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Trinômio
Razoabilidade
§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência,
quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

Alimentos Avoengos: São alimentos requisitados aos avós, porém, primeiro deve-
se pedir aos pais e, apenas, após a comprovada impossibilidade de alimentos
poderão os avós serem obrigados a arcar com a obrigação.
Felipe Martarelli
- Professor -
ALIMENTOS
LEI DE ALIMENTOS LEI DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
Lei 5.478/68 LEI Nº 11.804/08

Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores
distribuição e de anterior concessão do benefício de gratuidade. suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que
sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a
alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames
Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições
serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras
não necessita. que o juiz considere pertinentes.

§2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação. Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das
despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a
§3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção
julgamento do recurso extraordinário. dos recursos de ambos.

Art. 6o Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará


alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as
necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Rito pelo 523 CPC Rito pelo 528 CPC
Cumprimento por expropriação Prisão Civil Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam
convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes
solicite a sua revisão.

Cobra tudo mas não prende Últimos 03 meses


Art. 7o O réu será citado para apresentar resposta em 5 (cinco) dias.
Porém prende
Felipe Martarelli Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
- Professor -

TUTELA I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;

II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em


conjunto.

Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de


qualquer outro documento autêntico.

Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao
tempo de sua morte, não tinha o poder familiar.

Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela


aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem:

I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais


remoto;

II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos


aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais
moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais
apto a exercer a tutela em benefício do menor.
Felipe Martarelli
- Professor - DA CURATELA Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por causa transitória ou


permanente, não puderem exprimir sua vontade;

III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

V - os pródigos

Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não


separado judicialmente ou de fato, é, de direito,
curador do outro, quando interdito.
§1 o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador
legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o
descendente que se demonstrar mais apto.
Felipe Martarelli
- Professor - DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual


a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas
idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos
da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações
necessários para que possa exercer sua capacidade.
Direito de Sucessão

Professor Felipe Martarelli


Professor_felipe_martarelli
Moreiraemartarelliadvogados
Felipe Martarelli
- Professor -
CÓDIGO CIVIL 2002

PARTE GERAL PARTE ESPECIAL

Livro I Livro II Livro III Livro I Livro II Livro III Livro IV Livro V
Direito
Das Negócio D. das D. de D. das D. Família
Dos Bens Das
Pessoas Jurídico Obrigações Empresa Coisas Sucessões

Art. 1 Art. 79 Art. 104 Art. 233 Art. 966 Art. 1.196 Art.1.511 Art. 1.784
ao 78 ao 103 ao 232 ao 965 ao 1.195 ao 1.510-E ao 1.783- A ao 2.027

Transf.
Patrimonial
Causa mortis
Felipe Martarelli
- Professor -
TEMPO E LOCAL DA SUCESSÃO

Sobre o TEMPO da sucessão é necessário entender:


Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde
logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Princípio da Saisine: O patrimônio é transferido no exato
Segundo que houver o óbito. Sobre o LOCAL da sucessão é necessário entender que:

Morte real x Morte Ficta: A morte real se da pelo atestado Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do
médico ou por duas testemunhas, já a morte Ficta se da em falecido.
casos que for extremamente provável a morte ou após dois
anos após o fim da guerra. Art. 6º/7°.

Ausência: 01 ano para abertura provisória e 10 para


Definitiva. Art. 22 ao 39 CC.
Domicilio natural Domicilio Profissional Domicílio necessário
Comoriência: Morte de pessoas, em relação de sucessão,
Que falecem conjuntamente, sem saber quem morreu
primeiro

Obs: de acordo com o art. 1.787 do CC a lei aplicada ao


inventário será a que estiver em vigor na data da abertura da
sucessão.
Felipe Martarelli
- Professor - QUEM PODE E QUEM NÃO PODE RECEBER A HERANÇA

Pode receber a Herança: - Pessoas nascidas.


Art. 1.798 cc - Pessoas concebidas. (teoria da nidação)
- Filhos não concebidos, de pessoas indicadas em testamento.
- Pessoas jurídicas.
OBS: Como fica no caso do Embrião congelado e fertilizado após o término do inventário?
Não podem receber: São três classes os impedidos, os Excluídos e os Deserdados
Impedidos Excluídos Deserdados
Art. 1.801 (PERSONALÍSSIMO) Art. 1.961
Art. 1.814
Os herdeiros necessários podem ser
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes
privados de sua legítima, ou deserdados,
testamento, nem o seu cônjuge ou de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa
em todos os casos em que podem ser
companheiro, ou os seus ascendentes e de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro,
excluídos da sucessão.
irmãos; ascendente ou descendente; Deserdação dos
Deserdação dos
II - as testemunhas do testamento; descendentes por ascendentes pelos
III - o concubino do testador casado, II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o seus ascendentes descendentes
salvo se este, sem culpa sua, estiver autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua I - ofensa física; I - ofensa física;
II - injúria grave;
separado de fato do cônjuge há mais de honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a
III - relações ilícitas com
cinco anos; a madrasta ou com o
mulher ou companheira do
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem padrasto;
filho ou a do neto, ou com o
marido ou companheiro da
comandante ou escrivão, perante quem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de IV - desamparo do filha ou o da neta;
ascendente em alienação
se fizer, assim como o que fizer ou seus bens por ato de última vontade. mental ou grave
IV - desamparo do filho ou
neto com deficiência mental
aprovar o testamento. enfermidade. ou grave enfermidade.
Felipe Martarelli
- Professor - (XXX EXAME DA OAB)

Juliana, Lorena e Júlia são filhas de Hermes, casado com Dóris. Recentemente, em razão de uma doença
degenerativa, Hermes tornou-se paraplégico e começou a exigir cuidados maiores para a manutenção de sua saúde.
Nesse cenário, Dóris e as filhas Juliana e Júlia se revezavam a fim de suprir as necessidades de Hermes, causadas
pela enfermidade. Quanto a Lorena, esta deixou de visitar o pai após este perder o movimento das pernas,
recusando-se a colaborar com a família, inclusive financeiramente. Diante desse contexto, Hermes procura você,
como advogado(a), para saber quais medidas ele poderá tomar para que, após sua morte, seu patrimônio não seja
transmitido a Lorena. Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) A pretensão de Hermes não poderá ser concretizada segundo o Direito brasileiro, visto que o descendente,
herdeiro necessário, não poderá ser privado de sua legítima pelo ascendente, em nenhuma hipótese.
B) Não é necessário que Hermes realize qualquer disposição ainda em vida, pois o abandono pelos descendentes é
causa legal de exclusão da sucessão do ascendente, por indignidade.
C) Existe a possibilidade de deserdar o herdeiro necessário por meio de testamento, mas apenas em razão de
ofensa física, injúria grave e relações ilícitas com madrasta ou padrasto atribuídas ao descendente.
D) É possível que Hermes disponha sobre deserdação de Lorena em testamento, indicando, expressamente, o seu
desamparo em momento de grave enfermidade como causa que justifica esse ato.

A alternativa D está correta, já que, Hermes poderá deserdar sua filha, Lorena, de acordo com o que dispõe o art.
1.962, inc. IV: “Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus
ascendentes: IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade”
Felipe Martarelli
- Professor - ACEITAÇÃO OU RENÚNCIA DA HERANÇA
Art. 1.804 ao 1.813cc
TERMOS NECESSÁRIOS:
- Sucessão Singular: Legado (testamento)
- Sucessão Universal: Herança (porcentagem dos bens)
- Herdeiros necessários: Ascendentes, Descendentes e cônjuge apenas. Artigo 1.845 cc
- Legítima: 50% do valor disponível pelo testador
A aceitação da herança pode ser expressa ou tácita, já a renúncia deve obrigatoriamente ser feira de maneira expressa.
OBS: não pode haver aceitação ou renúncia parcial da herança

Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, Art. 1.813. Quando o herdeiro
porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe prejudicar os seus credores,
renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por renunciando à herança, poderão eles,
cabeça. com autorização do juiz, aceitá-la em
nome do renunciante.

X X X X
Art. 1.812. São
irrevogáveis os atos de
aceitação ou de renúncia da
herança.

XX
Felipe Martarelli
- Professor -

HERANÇA JACENTE E VACANTE


Art. 1.819 ao 1.823cc

JACENTE VACANTE
Passados 05 anos
Vai para o município ou DF

01 ano da publicação do edital


Felipe Martarelli SUCESSÃO DA LEGÍTIMA
- Professor - Casa comprada
Art. 1.829 I CC Carro do de durante o
QUANDO HOUVER DESCENDENTE E CÔNJUGE SOBREVIVENTE! cujus anterior casamento
R$30.000 R$100.000
Mantra: Quem herda não é meeiro, que é meeiro não herda!!!

COMUNHÃO PARCIAL DE BENS COMUNHÃO UNIVERSAL SEPARAÇÃO TOTAL


Separação convencional:
Casa e
casa carro Casa e
carro
Carro

Casa: como 50% já é da Mãe, os filhos Casa: como 50% já é da Mãe, os filhos herdam TOTAL: Mãe: 43, 33 mil, Filho A:
os outros 50%. 43,33mil, Filho B:43,33 mil.
herdam os outros 50%.
Mãe: 50 mil, Filho A: 25 mil, Filho B: Mãe: 50 mil, Filho A: 25 mil, Filho B: 25 mil. Separação Obrigatória:
25 mil. Casa e
Carro: Como 50% já é da Mãe os filhos carro

Carro: será dividido 1/3 para cada. herdam os outros 50%.


Mãe: 10 mil, Filho A: 10 mil, Filho B: Mãe: 15 mil, Filho A: 7,5 mil, Filho B: 7,5 mil.
TOTAL: Filho A: 65 mil, Filho B:
10 mil.
65mil. Exceção não herda nem é meeira o
TOTAL: MÃE: 60 MIL, FILHO A: TOTAL: MÃE: 65 MIL, FILHO A: 32,5 MIL, cônjuge
35 MIL, FILHO B: 35 MIL. FILHO B: 32,5 MIL. AgInt nos EAREsp 1248601 / MG STJ
AgInt no AgRg no AREsp 233788 / MG
Felipe Martarelli SUCESSÃO DA LEGÍTIMA
- Professor -
Art. 1.876 II, III e IV cc Casa comprada
Carro do de cujus
durante o
anterior
casamento
R$30.000
R$100.000

CÔNJUGE SEM FILHOS MAS COM SOGROS Sem cônjuge, filhos e pais
Cônjuge sem filhos ou sogros

Pré-mortos

Cônjuge: 43,33 mil, Pai: Cônjuge: 130.000,00 mil Irmão: 130.000 mil
43,33mil, Mãe: 43,33
No caso do de cujus não ter filhos,
Neste caso, independente do Neste caso o Cônjuge recebe tudo. cônjuge e ascendentes os irmão recebem,
regime de casamento, será mas vale salientar que não são herdeiros
dividido desta maneira. III - ao cônjuge sobrevivente;
necessários.
II - aos ascendentes, em
concorrência com o cônjuge; IV - aos colaterais.
Felipe Martarelli
- Professor - DIREITO DE REPRESENTAÇÃO

Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os


mais remotos, salvo o direito de representação.

CABEÇA: Todos do mesmo grau Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta
descendente, mas nunca na ascendente.

SUCESSÃO POR:
Pré-morto

ESTIRPE: Graus diferentes


Pré-morto V Pré-morto

Pré-morto

Neto no lugar do Pai Sobrinho no lugar do irmão


Felipe Martarelli
- Professor -
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
Art. 1.857 ao 1.911

Toda pessoa capaz e os maiores de 16 anos

Ato personalíssimo - atemporal Conceitos Gerais A legítima não pode ser incluída

Prazo 05 anos para impugnar validade


Felipe Martarelli
- Professor - FORMAS DE TESTAMENTO

FORMAS ORDINÁRIAS FORMAS EXTRAORDINÁRIAS

Público Particular Marítimo Aeronáutico Militar


Cerrado
Art. 1.893
Art. 1.887 - Militar e demais
Art. 1.864 Art. 1.868 Art. 1.876 - Perante o comandante do navio pessoas a serviço.
feitos em Escrito pelo Escrito pelo ou avião - 02 testemunhas
cartório e testador, ou por testador com - Mercante, nacional ou guerra - 03 testemunhas se
registrado 3º mas por ele pelo menos - 02 testemunhas não souber ou puder
no livro assinado. 03 - O comandante guarda assinar
de notas Leva ai testemunhas. - Averbar em cartório no primeiro
tabelião para - Se estiver na batalha
porto ou aeroporto pode testar oralmente
OBS: testamento ser cerrado na - 90 dias do desembarque para para 02 testemunhas.
vital não é presença de 02 caducar se não morrer - Caduca em 90 dias
permitido no testemunhas
Brasil salvo se feito nas
formalidades do art.
Codicilo: Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, 1.894
datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre
esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou,
indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis,
roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.
Felipe Martarelli
- Professor - DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS DOS LEGADOS
Art. 1.897 ao 1.911 cc Art. 1.912 ao 1.940 cc

É NULA disposição: Conceito: Legado é bem determinado que o testador deixa


para determinada pessoa.
Cláusula condicionante captatória para si ou 3º. Art. 1.912. É ineficaz o legado de coisa certa que não
Deixe para pessoa incerta cuja identidade não se pode verificar. pertença ao testador no momento da abertura da
Favorecimento de pessoa incerta por 3°s. sucessão.
Que 3°s fixem o valor do legado. OBS: Quando houver condição e o herdeiro ou legatário
Que favoreça algum impedido. não cumprir entende-se que houve renúncia.
- Pode ser feita simples ou com condição. Art. 1.915. Se o legado for de coisa que se determine pelo
- Cláusula mal feita interpretar-se-á pela vontade do testador. gênero, será o mesmo cumprido, ainda que tal coisa não
exista entre os bens deixados pelo testador.
OBSI: pode deixar disposição para pessoas pobres, instituições, Art. 1.917. O legado de coisa que deva encontrar-se em
cuidador... determinado lugar só terá eficácia se nele for achada, salvo
se removida a título transitório. “O que estiver na caixa”
OBSII: Erro sobre a pessoa – anula a disposição, salvo se pelo
Alimentos e usufruto
contexto puder saber quem é.
Art. 1.920. O legado de alimentos abrange o sustento, a
OBSIII: Anula-se a disposição pelo erro, dolo ou coação, no cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além
prazo decadencial de 04 anos. da educação, se ele for menor.
Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixação de tempo,
entende-se deixado ao legatário por toda a sua vida.
Felipe Martarelli
- Professor -
DA CADUCIDADE DOS LEGADOS

Art. 1.939. Caducará o legado:

I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a
denominação que possuía;

II - se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará até onde ela
deixou de pertencer ao testador;

III - se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido do seu
cumprimento;

IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos termos do art. 1.815;

V - se o legatário falecer antes do testador.

Art. 1.940. Se o legado for de duas ou mais coisas alternativamente, e algumas delas perecerem, subsistirá quanto às
restantes; perecendo parte de uma, valerá, quanto ao seu remanescente, o legado.
Felipe Martarelli SUBSTITUIÇÕES TESTAMENTÁRIAS
- Professor -
Art. 1.947 cc
FIDEICOMISSÁRIA
VULGAR O testador deixa para o fiduciário por
RECÍPROCA prazo determinado e esta não pode se
Quando um do grupo não puder ou não quiser desfazer do bem.
D aceitar vai para os demais do Grupo
- O Fideicomissário não pode em regra
ter sido concebido.
Se já tiver sido
concebido ou nascido, o
fiduciário ficará com
usufruto até o prazo.
A B Fideicomitente Art. 1.959. São nulos os
Grupo (Testador) fideicomissos além do
segundo grau.
Caso A não aceite e somente se,
Irá para B

Fiduciário Fideicomissário

Rompimento do testamento: Testamenteiro:


Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou
não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas Art. 1.976. O testador pode nomear um ou mais testamenteiros, conjuntos ou separados,
disposições, se esse descendente sobreviver ao testador. para lhe darem cumprimento às disposições de última vontade.

Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem Braço direito do testador – 1% até 5% do valor da herança líquida
outros herdeiros necessários.
Felipe Martarelli
- Professor -
INVENTÁRIO E PARTILHA

Sonegados Pagamento de Dívidas Colação Anulação da partilha


Art. 1.992
Sonegar bens é deixar de Art. 1.997. A herança Art. 2.002. Os descendentes que
Art. 2.027. A partilha é anulável
concorrerem à sucessão do
apresenta-lo no processo responde pelo pagamento das ascendente comum são pelos vícios e defeitos que
de inventário, quando dívidas do falecido; mas, feita obrigados, para igualar as invalidam, em geral, os negócios
souber da existência a partilha, só respondem os legítimas, a conferir o valor das jurídicos.
deste. herdeiros, cada qual em doações que dele em vida
receberam, sob pena de
proporção da parte que na sonegação. Parágrafo único. Extingue-se em
Penalidade: Perda do herança lhe coube. Parágrafo único. Para cálculo da um ano o direito de anular a
legítima, o valor dos bens
direito sobre o bem conferidos será computado na
partilha.
As despesa funerárias serão parte indisponível, sem aumentar
pagas pelo monte da herança, a disponível.
mas demais despesas, como
missas, apenas se estiver em Bens dados em vida
testamento ou codicilo. para herdeiros
Felipe Martarelli PROCESSO DE INVENTÁRIO E PARTILHA
- Professor -
Código de Processo Civil
Procedimentos especiais – Art. 610 ao 657 CPC
Pet. Inicial nos moldes do Perito
Primeiras Declarações:
319 + 610 CPC: avaliador: Mas Homologação da
- De cujus.
- Endereçamento somente quando partilha por sentença.
- Herdeiros/Legatários.
- Qualificação do Autor e não houver outro
- Todos os bens.
do de cujus meio de
- Dívidas Sonegação
- Pedido de abertura avaliação. Ex:
- Regime de casamento.
- Pedido para declarar FIPE ou Valor Indivisível
inventariante Venal de Ref.
Prazo 05 dias Prazo 20 dias Citações
15 dias para
Inventariante declarado Intimações manifestarem
Assinatura do termo de sobre as
Prazo: 02 meses da primeiras
abertura da sucessão, compromisso Pagamento
- Representar no judiciário
declarações, PARTILHA
art. 611 CPC após 15 dias das dívidas
- Administra os bens para a Fazenda
- Primeiras declarações Pública.

FORMAL DE PARTILHA

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