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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO

DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE MEDICINA

ARIANE DELITTI VILANOVA

Sala de aula invertida versus sala de aula tradicional:


ensaio randomizado controlado no curso de técnico de
enfermagem

Orientadora: Prof(a). Dr(a). Ana Sílvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira

Botucatu
2021
ARIANE DELITTI VILANOVA

SALA DE AULA INVERTIDA VERSUS SALA DE AULA


TRADICIONAL: ENSAIO RANDOMIZADO CONTROLADO NO
CURSO DE TÉCNICO EM ENFERMAGEM.

Dissertação apresentada à Faculdade


de Medicina, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Campus de Botucatu, para obtenção do
título de Mestra em Pesquisa Clínica.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra


Ferreira

BOTUCATU
2021
ARIANE DELITTI VILANOVA

SALA DE AULA INVERTIDA VERSUS SALA DE AULA


TRADICIONAL: ENSAIO RANDOMIZADO CONTROLADO NO
CURSO DE TÉCNICO EM ENFERMAGEM.

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual


Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Botucatu, para obtenção do título de
Mestra em Pesquisa Clínica.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira

Comissão Examinadora

________________________________________________________________

Profa. Dra. Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira


Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP

________________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Helena Borgato
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP

________________________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Henrique Tomazinho
Meta Aprendizagem, Treinamento e Editora LTDA

Botucatu, ________ de ___________________ de 2021.


Aos meus filhos, José Roberto e Murilo, pela
força do amor e compreensão sobre minha
ausência.

À minha amada mãe, Bety (in memorian), pela


dedicação constante ao longo de uma vida
inteira e pelos princípios éticos, de caráter e
coragem que me transmitiu.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela graça da vida.

Ao meu pai, Merchol, pelo apoio no momento da doença e por ter me ensinado
que o mais importante é estudar.

À minha irmã e meu sobrinho, que, por inúmeras vezes, foram parceiros dos meus
filhos, para que eu pudesse desempenhar meu papel enquanto profissional e
estudante.

Aos amigos que acreditaram em mim quando eu mesmo não acreditei.

À minha querida orientadora, que foi amiga, mãe e apoiadora.

À minha colaboradora, Enf. Ms. Sabrina Ramires Sakamoto.

Aos alunos do curso de técnico de enfermagem da FUNEPE que contribuíram


imensamente sendo sempre solícitos a todas as atividades propostas.
“Se fosse fácil não seria para você

O nunca só existe porque você ainda não tentou”.

(Coach Anderson)
RESUMO

VILANOVA, A.D. Sala de aula invertida versus sala de aula tradicional: ensaio
randomizado controlado no curso de técnico em enfermagem [dissertação].
Botucatu: Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”; 2020.

O processo ensino-aprendizagem depara-se com entraves no que se refere à


eficácia de estratégias que promovam a fixação efetiva de conteúdo. Assim, faz-se
necessária a reflexão sobre metodologias onde o aluno se torna protagonista no
processo de aprendizagem. Para tanto, a adoção de metodologias ativas de
aprendizado surge com o intuito de propiciar a inovação e tecnologias que facilitem
a mudança do papel do aluno nesse processo. A metodologia de sala de aula
invertida é uma das estratégias que se propõem a mudar a sequência do processo
de aprendizagem em relação à tradicional, tornando o aluno parte responsável pela
aquisição de seu conhecimento. Assim este trabalho teve como objetivo analisar o
desempenho dos alunos do curso de Técnico de Enfermagem, em atividade
realizada por meio da metodologia de Sala de aula Invertida adaptada na
modelagem 100% on line. Para isso, desenvolveu-se um ensaio randomizado, cuja
amostragem foi composta por alunos do curso de técnico em enfermagem da
Fundação Educacional de Penápolis (SP). Os alunos foram randomizados
aleatoriamente em dois grupos (G1 – grupo controle e G2 – grupo de intervenção),
nos quais receberam aulas em formato tradicional de ensino (G1) e por meio da
metodologia de sala de aula invertida (G2) – JITT (Just In Time Teaching). Foram
avaliadas a obtenção de conhecimento imediatamente após a realização das
atividades (pré e pós-teste) e a obtenção tardia do conhecimento (pós-teste, 60 dias
depois da realização da atividade), em ambos os grupos (G1 e G2). Também se
analisou a percepção e a adesão dos alunos do Técnico em Enfermagem quanto à
utilização da metodologia “Sala de aula invertida” adaptada na modelagem 100%
on line, culminando na construção de dois e-books, sendo o primeiro para
orientação sobre “Impacto de Resíduos Sólidos Hospitalares”, temática aplicada em
sala de aula e o segundo abordando as metodologias ativas, enfocando
predominantemente na técnica de sala de aula invertida. As obras serão
disponibilizadas em todas as unidades de saúde que se interessarem pelo produto.
Como desfecho primário, esperou-se uma participação mais efetiva dos alunos do
grupo de intervenção, mostrando-se como protagonistas do processo de ensino-
aprendizado. Como desfecho secundário, foi possível demonstrar que, em 60 dias
(pós-teste tardio), os alunos do grupo de intervenção obtiveram desempenho de
empoderamento do conhecimento 10% superior ao grupo controle, ainda ficou
evidente que a adaptação da técnica de sala de aula invertida em modelagem 100%
on line atendeu os passos sugeridos na proposta original, assim como houve
demonstração de preferência por atividades desenvolvidas por meio da estratégia
proposta entre o grupo exposto a intervenção.

Palavras-chaves: Docência, Ensaio Clínico Controlado Randomizado, Educação


Superior, Enfermagem, Estudos de Validação.
ABSTRACT

VILLANOVA, AD. Inverted classroom versus traditional classroom: randomized


controlled trial in the nursing technician course [dissertation]. Botucatu: Medicine
School of Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2020.

The teaching-learning process faces obstacles with regard to the effectiveness of


strategies that promote effective content fixation. Thus, it is necessary to reflect on
methodologies where the student becomes a protagonist in the learning process. To
this end, the adoption of active learning methodologies emerges with the aim of
promoting innovation and technologies that facilitate the change of the student's role
in this process. The inverted classroom methodology is one of the strategies that
propose to change the sequence of the learning process in relation to the traditional
one, making the student part responsible for the acquisition of his knowledge. Thus,
this work aimed to analyze the performance of students in the Nursing Technician
course, in an activity carried out using the Inverted Classroom methodology adapted
in 100% online modeling. For this, a randomized trial was developed, whose sample
was composed of students from the nursing technician course at the Educational
Foundation of Penápolis (SP). The students were randomly randomized into two
groups (G1 - control group and G2 - intervention group), in which they received
classes in the traditional teaching format (G1) and through the inverted classroom
methodology (G2) - JITT (Just In Time Teaching). Knowledge acquisition was
evaluated immediately after the activities were carried out (pre and post-test) and
delayed knowledge acquisition (post-test, 60 days after the activity was performed),
in both groups (G1 and G2). We also analyzed the perception and adherence of the
students of the Nursing Technician regarding the use of the “Inverted classroom”
methodology adapted in 100% online modeling, culminating in the construction of
two e-books, the first being for guidance on “Impact Hospital Solid Waste ”, a theme
applied in the classroom and the second addressing active methodologies, focusing
predominantly on the inverted classroom technique. The works will be made
available in all health units that are interested in the product. As a primary outcome,
it was expected a more effective participation of students in the intervention group,
showing themselves as protagonists in the teaching-learning process. As a
secondary outcome, it was possible to demonstrate that, in 60 days (late post-test),
the students in the intervention group achieved knowledge empowerment
performance 10% higher than the control group, it was still evident that the
adaptation of the classroom technique inverted in 100% on-line modeling met the
steps suggested in the original proposal, as well as a preference for activities
developed through the strategy proposed among the group exposed to the
intervention.

Key-words: Teaching pedagogy, randomized controlled clinical trial, higher


education, nursing, validation studies.
LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Conteúdo programático da pesquisa .................................................36


TABELA 2. Adesão da amostragem no transcorrer da pesquisa..........................38
TABELA 3. Média e desvio padrão durante o pós-teste imediato ........................40
TABELA 4. Percentual de melhoria no score de avaliação no pré-teste e pós-teste
imediato ..............................................................................................41
TABELA 5. Média e desvio padrão durante o pós-teste tardio .............................41
TABELA 6. Percentual de melhoria no score de avaliação no pré-teste, pós-teste
imediato e pós-teste tardio. ................................................................43
TABELA 7. Distribuição segundo satisfação da amostragem pelos métodos
propostos ............................................................................................44
TABELA 8. Análise de avaliação quanto à adaptação da sala de aula invertida em
modalidade on line. .............................................................................44

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1. Média da amostragem em relação à pontuação máxima do


questionário. ...................................................................................39
GRÁFICO 2. Distribuição de acertos por questões do pré-teste. ........................39
GRÁFICO 3. Média de score do G1 e G2 durante o pós-teste imediato. .............40
GRÁFICO 4. Desvio padrão do grupo de intervenção em relação ao grupo controle
durante o pós-teste imediato. ..........................................................41
GRÁFICO 5. Demonstração de média atingida por G1 e G2 em pós-teste tardio..42
GRÁFICO 6. Demonstração do desvio padrão durante o pós-teste tardio. .........42
GRÁFICO 7. Média e tendência linear de G1 e G2 durante o PT, PTI e PTT. ....43
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Estrutura do processo de ensino e aprendizagem nas metodologias


tradicionais e ativas ...........................................................................18

FIGURA 2. Evolução histórica da Sala de Aula Invertida .......................................22

FIGURA 3. Demonstração gráfica das fases de implementação da sala de aula


invertida. ...........................................................................................23
FIGURA 4. Fluxograma da técnica Peer Instruction. ..............................................25

FIGURA 5. Fluxograma da técnica de JITT. ..........................................................27

FIGURA 6. Organização da readequação das etapas da sala de aula invertida na


modalidade on line. .............................................................................35
FIGURA 7. Capa do capítulo 1 do e-book n.1 .......................................................46

FIGURA 8. Capa do capítulo 2 do e-book n.1. ......................................................46

FIGURA 9- Capa do capítulo 3 do e-book n.1. ......................................................47

FIGURA 10. Capa do produto final n.2. .................................................................48

FIGURA 11. Dados técnicos sobre a produção literária n.2. .................................48

FIGURA 12. Capa do capítulo 1 do e-book 2. .......................................................49

FIGURA 13. Capa do capítulo 2 do e-book 2. .......................................................49

FIGURA 14. Capa do capítulo 3 do e-book 2. .......................................................50

FIGURA 15. Capa do capítulo 4 do e-book 2. .......................................................50


LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. Recursos tecnológicos disponíveis para serem utilizados na sala de


aula invertida. ....................................................................................20
QUADRO 2. Características e questionamentos necessários para o
desenvolvimento da sala de aula invertida. .............................................................24
QUADRO 3. Distribuição de pontos de tensão por subgrupo .................................36
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABE- Aprendizagem Baseada em Equipes


ABP – Aprendizagem Baseada em Problemas
CAAE- Certificado de Apresentação de Apreciação Ética
CBL – Câmara Brasileira de Livros
ETC – E outras coisas mais
EUA- Estados Unidos da América
FC- Flipped Classroom
FMB - Faculdade de Medicina de Botucatu
FUNEPE- Fundação Educacional de Penápolis
G1 – Grupo 1- grupo controle
G2 – Grupo 2- grupo de intervenção
HCFMB – Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina de Botucatu
JITT – Just In Time Teaching
NEAD.TIS – Núcleo de Educação a Distância e Tecnologias de Informação em
Saúde
PI – Peer Instruction
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PROF – Professor
PTI- Pós-Teste Imediato
PTT- Pós-Teste Tardio
SETe- Saúde, Educação e tecnologia
SP- São Paulo
TBL- Team Based Learning
TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TD- Tecnologias digitais
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 16
1.1 Metodologia Ativa............................................................................. 17
1.1.1 Método da Sala de Aula Invertida ..................................................... 19
1.1.2 Conceito .......................................................................................... 20
1.1.3 Origem ............................................................................................. 21
1.1.4 Implementação da Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom)........ 22
1.1.5 Adaptação da Técnica de Sala de Aula Invertida ............................. 24
1.1.5.1 Peer Instruction (PI)- Instruções aos pares. ..................................... 25
1.1.5.2 Justing-in-time teaching (JITT)- Ensino sob medida. ……………….. 26
2. JUSTIFICATIVA ……………………………………………………….. 28
3. OBJETIVOS ……………………………………………………………. 29
3.1 Objetivos Gerais ………………………………………………………... 29
3.2 Objetivos Específicos ………………………………………………….. 29
4. MÉTODOS ……………………………………………………………… 31
4.1 Delineamento do Estudo ………………………………………………. 31
4.1.1 Local do Estudo ………………………………………………………… 31
4.1.2 População do Estudo ………………………………………………….. 32
4.1.2.1 Critérios de Inclusão …………………………………………………… 32
4.1.2.2 Critérios de Exclusão ………………………………………………….. 32
4.1.3 Randomização e Grupos de Estudo ………………………………….. 32
4.1.4 Instrumentos de Coleta de Dados ……………………………………. 32
4.1.5 Intervenção Grupo Controle (G1): aula expositive, por meio de
metodologia tradiocional on-line ……………………………………… 33

4.1.6 Intervenção Grupo Experimental (G2): atividade desenvolvida por


meio da sala de aula invertida (Flipped Classroom – JITT – Just In
Time Teaching)……………………………………………………….. 34

4.1.7 Conteúdo Programático ……………………………………………….. 36


4.1.8 Desenvolvimento do Produto …………………………………………. 37
4.1.9 Análise dos dados ……………………………………………………… 37
4.1.10 Procedimentos éticos ……………………………..…………………… 37
5. RESULTADOS…………………………………………………….…… 38
5.1 Da Coleta de Dados ……………………………………………………. 38
5.1.1 Da Amostragem ………………………………………………………… 38
5.1.2 Do Pré – Teste ………………………………………………………….. 38
5.1.3 Do Pós – Teste Imediato ……………………………………………… 40
5.1.4 Do Pós – Teste Tardio …………………………………………………. 41
5.2 Da avaliação da amostragem quanto a metodologia da sala de aula
invertida …………………………………………………………………. 43

5.3 Da Elaboração do Produto Final ……………………………………… 45


5.3.1 O e-book 1 – Impacto de Resíduos Sólidos Hospitalares …………. 45
5.3.2 O e-book 2 – Sala de Aula Invertida: Uma proposta para o
aprendizado do século XXI ……………………………………………. 47

6. DISCUSSÃO …………………………………………………………… 51
7. CONCLUSÕES ………………………………………………………… 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS …………………………………………………….. 57
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS …………………………………………… 58
APÊNDICES ………………………………………………………………………. 62
ANEXOS …………………………………………………………………………... 103
APRESENTAÇÃO

Sou enfermeira, graduada pela Faculdade de Medicina de São José do


Rio Preto (FAMERP), em 1996, pós-graduada em Terapia Intensiva pela mesma
instituição, no decorrer da minha trajetória profissional, desenvolvi paralelamente a
função de enfermeira assistencial em um hospital público de média complexidade e
docência no curso de Técnico de Enfermagem da Fundação Educacional de
Penápolis (FUNEPE), local onde essa pesquisa foi realizada. Sempre fui instigada
em identificar quais habilidades seriam necessárias a fim de que as diferentes
categorias de enfermagem exercessem suas atribuições respeitando os preceitos
éticos e legais, garantindo assistência de enfermagem livre de danos para o
paciente e o próprio funcionário, assim sendo procurava de maneira empírica e
singela levar para o ambiente pedagógico da FUNEPE, as experiências bem
sucedidas em que eu vivia enquanto enfermeira assistencial; utilizava recursos
práticos e dinâmicos para realizar tais atividades. Em meados de 2018 tive a
oportunidade de vivenciar a experiência com metodologias ativas de aprendizado
por meio de uma colega de trabalho que desenvolvia sua dissertação de mestrado
sobre a temática, e nessa ocasião tive o privilégio de conhecer a Prof. Dr. Ana Sílvia,
que me estimulou a seguir em frente com a proposta dessa dissertação,
considerando que de modo aleatório e sem referencial teórico eu já vivenciava, em
minha prática como docente, esse modelo pedagógico.
A partir desse momento me propus a retomar minha vida como discente,
ingressando no Programa de Pesquisa Clínica, como mestranda profissional da
Faculdade de Medicina de Botucatu- UNESP.
16

1. INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico permite a globalização das relações humanas,


onde as pessoas têm a possibilidade de compartilhar experiências, emoções e
informações. São vários os recursos virtuais que permitem e facilitam tais
interações, entre eles, temos: ferramentas Google, Facebook, Instagram, etc. Assim
como nas relações humanas, a globalização e a democratização do acesso às
informações enriquecem a ciência e o processo de aprendizagem, pois se tornou
fácil, viável e acessível à disponibilização de informações científicas para os
docentes e discentes.
As bases curriculares brasileiras que norteiam a formação em
enfermagem conduzem ao desenvolvimento de um perfil profissional cujas
características englobam o senso crítico e reflexivo, conjuntamente ao rigor
científico e intelectual1.
Para tanto, faz-se necessária a utilização de estratégias de ensino que
estimulem tais habilidades e há um grande investimento intelectual na
implementação e análise das metodologias ativas de aprendizagem, pois, dessa
forma, o aluno passa a ser um agente ativo e participativo no seu processo de
aquisição de conhecimento2.
Nesse contexto, as instituições de ensino de enfermagem necessitam
readequar as práticas profissionais com os pressupostos pedagógicos, para que
seja viabilizado um aprendizado viável para as necessidades dos serviços de saúde
que absorverão seus formandos3. Com vistas a atender a essas diretrizes, diversas
metodologias de ensino vêm sendo implementadas, ganhando destaque as ativas,
pois são abordagens pedagógicas que estimulam processos de ensino-
aprendizagem crítico-reflexivos, nos quais o aluno torna-se um agente ativo e
participativo da aquisição de conhecimento e o professor atua como orientador,
facilitador e mediador, no ato de ensinar e aprender2.
Para que o ensino seja eficaz, é preciso considerar aspectos
multifatoriais, como elementos relacionados à instituição envolvida, os tópicos
metodológicos adotados pelos docentes e questões relacionadas ao próprio
estudante3.
O aluno de hoje, não é como os alunos do passado, é conceituado
atualmente como “nativos digitais”, isso se dá pela alta habilidade em adaptar-se
17

aos diferentes recursos digitais. Podemos considerar como fator dificultador na


implantação de estratégias ativas no processo ensino-aprendizagem, as
dificuldades dos docentes em adaptar-se as inovações tecnológicas, pois estes
foram capacitados nos modelos tradicionais, sendo resistentes em relação a
processos que exijam mudança comportamental, considerando que a partir do uso
das tecnologias em sala de aula ocorre alterações nas dinâmicas de tempo, espaço
e nas relações entre os alunos, professores, instituição e conteúdo.
Assim, é necessário refletir sobre a viabilização de estratégias que
garantam uma prática eficiente no processo de aquisição de conhecimento.
Estudiosos vêm sendo instigados quanto à temática 4. Em função do exposto é
fundamental refletir sobre os mecanismos de construção de conhecimento, pois o
mesmo se faz principalmente em função de ações participativas, de envolvimento e
do engajamento dos alunos um com os outros.
Nessa perspectiva, observa-se o desenvolvimento de modos de agir
baseados em comportamentos associados às vivências e relações interpessoais 5.
Na formação do profissional de enfermagem, ainda é possível observar aspectos
relacionados ao modo de agir, ouvir, pensar e falar3.
Para o favorecimento de mecanismos eficazes de desenvolvimento de
conhecimento, é fundamental que haja uma transformação na metodologia de
ensino-aprendizagem, de modo que o professor deixe de ser o centro e o aluno
assuma mais protagonismo no processo6, tendo a possibilidade de ser proativo.
Assim, promoverá a construção e a reconstrução constantes do conhecimento 3, por
meio do desenvolvimento da habilidade em conseguir identificar os objetivos de
ensino, tornando-se capaz de incorporar estratégias próprias de aprendizado 7.

1.1 Metodologia ativa

O desenvolvimento da internet e a evolução da tecnologia permitiram que


o acesso a informações se tornasse mais democrático e uniforme. Tal fato
associado à mudança do perfil do estudante conduziu a necessidade de reflexão
sobre métodos de ensino que foquem no aluno, pois considerando o contexto
socioeconômico, tornou-se necessário a formação de profissionais em que se
desenvolva predominantemente a capacidade de resolução de problemas do
18

cotidiano profissional8, possibilitando uma formação personalizada por meio do


desenvolvimento da autonomia do aluno.
A metodologia ativa, por meio do método de sala de aula invertida
(Flipped Classroom), utilizada por Eric Mazur, na década de 90, é uma estratégia
na qual há necessidade de envolvimento e engajamento do aluno. Propõe o
desenvolvimento da aprendizagem a partir da variação da sequência estrutural em
relação ao método tradicional, baseado em “ensinar, estudar e avaliar”. Na sala de
aula invertida, a sequência estrutural é alterada para “estudar, avaliar e ensinar”9,
tornando possível desenvolver um processo reflexivo-prático5,10 (Figura 1). Assim,
observa-se aumento considerável da atuação e do desempenho ativo do aluno,
tendo como desfechos o cumprimento eficaz das atividades propostas11 e a
retenção sólida do conhecimento.

Figura 1. Estrutura do processo de ensino e aprendizagem nas metodologias


tradicionais e ativas.
Metodologia tradicional Metodologia ativa
“ensinar-estudar-avaliar” “estudar-avaliar-ensinar”
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Diante do exposto às metodologias ativas permitem que a construção do


conhecimento e a comunicação sejam bidirecionais, no qual aluno aprende com o
orientador e o orientador aprende com o aluno, conceito que foi o alicerce para o
desenvolvimento das inovações de Freire, em 2003, que considerava a educação
como a troca de conhecimento entre todos, mediado pelo mundo e ambiente na
qual o indivíduo está inserido12.
A metodologia ativa vem sendo considerada um grande avanço para o
desenvolvimento de processos de reflexão, interação cognitiva e reelaboração de
novas práticas13.
Várias estratégias ativas têm sido utilizadas nos processos educacionais,
sendo elas: gamificação (uso de jogos), aprendizagem baseada em problemas
(ABP), Team Based Learning (TBL) ou Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE)
e a Flipped Classroom (FC)8.
Atualmente as metodologias ativas são consideradas como métodos
alternativos de ensino, que permite que o aluno seja um agente participante em seu
processo de aprendizagem14.
19

No método tradicional o “ensinar” baseia-se em uma instrução direta feita


pelo professor, com conteúdo definido pelo docente, em espaço grupal, no qual a
atuação do aluno se restringe em realizar anotações da explanação oral do docente,
que assume o papel central na atividade. No processo de “estudar” o aluno está em
seu espaço individual sem instrutor para sanar eventuais dúvidas que possam surgir
ao ter contato com a temática desenvolvida. Na fase de “avaliar” é utilizado pelo
docente, ferramentas quantitativas que atribui pontuação ao “saber” do aluno.
Por outro lado, nas metodologias ativas o processo passa a ter outro foco
principal, no qual o “estudar” é realizado em espaço individual possibilitando que o
aluno tenha o primeiro contato com a temática a ser desenvolvida, sendo possível
refletir sobre conceitos elementares, questionar o referencial teórico disponibilizado.
O “avaliar” passa a desempenhar um conceito qualitativo sendo possível a
identificação de pontos de tensão que foram gerados na fase anterior e o “ensinar”
tem como foco central o aluno e suas necessidades de conhecimento, respeitando
suas limitações, seu tempo e seu espaço, em fim um aprendizado baseado nos
limites pessoais de cada aluno. Nessa etapa deve-se estimular o senso crítico-
reflexivo dos alunos por meio de estratégias que viabilizem debates e discussões
sobre pontos divergentes entre os discentes.

1.1.1 Método da sala de aula invertida

O uso da metodologia ativa, utilizada em 1991 pelo Prof. Eric Mazur, da


Universidade de Harvard (EUA)15, permite que o professor utilize e administre o
tempo de ensino de modo que o mesmo possa ser aproveitado de forma dinâmica
e não apenas com disponibilização de conteúdo por meio de aulas com modelo
tradicional16. Com o avanço tecnológico esse processo vem adquirindo sustentação
para a reflexão quanto aos métodos de ensino.
Em 2000, durante a 11.ª Conferência de Aprendizagem no Ensino
Superior, Baker propunha a utilização de ferramentas virtuais no processo de
ensino, dando início a reflexão sobre a temática e começando os passos para a
proposta de Sala de Aula Invertida17.
O uso de tecnologia passa a ser central, porém associa-se as outras
estratégias atraindo estudantes com características diferentes. A inversão da sala
de aula propõe, o acesso ao conteúdo em ambiente virtual, possibilitando a
20

identificação de dúvidas e dificuldades permitindo que a resolução de problemas


ocorra durante o momento presencial, tornando-o mais produtivo18.

1.1.2 Conceito

O conceito da sala de aula invertida baseia-se, na prática, e


desenvolvimento do processo de aprendizagem por meio da inversão estrutural da
dinâmica de ensino, no qual nos modelos tradicionais acontecem por meio do
processo de ‘’ensinar-estudar-avaliar’’, colocando o professor no centro da
aprendizagem. Na inversão, essa estrutura é pautada na sequência ‘’estudar-
avaliar-ensinar’’11, modelo este em que o aluno se torna o eixo do processo
possibilitando a construção e reconstrução do aprendizado3.
A forma mais comumente utilizada dá-se por meio de recursos virtuais
(vídeos, artigos, jogos), disponibilizados ao aluno previamente, sendo possível
melhor aproveitamento do momento presencial18.
Atualmente vários recursos permitem o acesso (inclusive móvel) dos
alunos aos materiais disponibilizados. A seguir seguem alguns destes recursos
tecnológicos acessíveis.

Quadro 1. Recursos tecnológicos disponíveis para serem utilizados na sala de aula


invertida
(continua)
Finalidade Recursos/software
Produção de vídeos Camtasia Studio®
Adobe Captivate®
OBS Studio®
Adobe Premiere®

Programas de apresentação Microsoft PowerPoint®


(pode-se gravar voz sobre os slides) Google Presenter®
Google meet®
Keynote®

Podcasts Microfone o telefone celular


Audacity®

Vídeos disponíveis on-line ITunesU®


YouTube®
Vimeo®
21

(Conclusão)
Finalidade Recursos/software
Interface para compartilhar material Dropbox®
didático com o estudante Google Drive®
Microsoft OneDrive®

Ambientes virtuais de aprendizagem Moodle®


Blackboard®
Edmodo®
EduClipper®
Canvas®
Google sala de aula®
Programas de comunicação síncrona Skype®
Google Meet®
WhatsApp®
Zoom®
Fonte: Adaptado de Bollela VR, Cesaretti MLR 18

A atuação do professor na dinâmica da metodologia da Sala de aula


Invertida baseia-se no planejamento e implementação da atividade a ser
desenvolvida, garantindo que os objetivos da temática a ser discutida seja
realmente atingida18.

1.1.3 Origem

No final da década de 80 (1989), King utilizava a dinâmica titulada de


questionamento recíproco guiado de pares, no qual os alunos eram estimulados a
realizar questionamento específicos partir de questionamentos genéricos,
estruturada em atividades em pequenos grupos19.
Mazur, utilizou na década de 909,15 a proposta titulada por Peer
Instruction que propunha o engajamento do aluno em seu processo de
aprendizagem de maneira mais ativa e dinâmica, posteriormente Bergmann e
Sams, em 1996, que atuavam como professores do ensino médio, em uma escola
rural, no Colorado; observaram alto índice de absenteísmo dos alunos em função
da locomoção até a escola, e por iniciativa própria passaram a gravar suas aulas e
disponibiliza-las aos alunos. Ao serem indagados pela diretora da escola, foram
surpreendidos quando souberam que sua filha frequentava uma universidade na
qual também havia gravação das aulas e que havia alto índice de adesão e
22

satisfação dos alunos, passaram a gravar sistematicamente suas aulas e


observaram maior aproveitamento do tempo em sala de aula, possibilitando o
aprofundamento dos conteúdos desenvolvendo atividades de maior
complexidade20. Já em 2000, Baker estimula e incentiva a utilização de ferramentas
virtuais nos processos pedagógicos17 o que favoreceu positivamente na
implementação e difusão das técnicas de sala de aula invertida.

Figura 2. Evolução Histórica da Sala de Aula Invertida

Fonte: Elaborada pela autora, 2020

1.1.4 Implementação da Sala de aula Invertida (FLIPPED CLASSROOM)

Para a viabilização da inversão da sala de aula, é fundamental que haja


um processo de planejamento prévio, a fim de estruturar as fases que envolvem a
aplicabilidade da Sala de aula Invertida.
Segundo Honório e Scortegagna, o processo de inversão de sala de aula
deve estruturar-se em três fases fundamentais21.
Fase 1. Planejamento: este momento é destinado para o preparo do
ambiente virtual que será utilizado durante a dinâmica da atividade, o material
didático que será desenvolvido e a preparação dos discentes que participarão da
23

dinâmica, a preparação dos discentes é fundamental para que os mesmos


consigam identificar o seu papel no modelo proposto.
Fase 2. Implementação: Essa fase relaciona-se a dinâmica da inversão
propriamente dita e é constituída pelos momentos que compõem o seu
desenvolvimento22.
Em todos esses momentos que envolvem a fase 2 da implementação da
sala de aula invertida, é fundamental que haja uma relação cíclica entre os mesmos
e que haja correlação entre as experiências vividas em cada uma delas.
Figura 3. Demonstração gráfica das fases da implementação da sala de aula
invertida.

momento
on line

momento
presencial

avaliação do
encontro
presencial

Fonte: adaptado de Honório & Scortegagna 21

a) Momento on line: Esse momento é caracterizado pelo envio do


referencial teórico a ser desenvolvido e ao primeiro contato do aluno
ao material disponibilizado em ambiente individual.
b) Momento presencial: Nessa fase há a necessidade da estimulação
do tutor (professor) para o desenvolvimento do trabalho em equipe, de
debates, de análise crítico-reflexiva entre os alunos.
c) Avaliação do encontro presencial: Após o momento presencial
realiza-se uma avaliação por meio de recursos tecnológicos (games,
quizz) para obtenção do feedback dos alunos.
24

Fase 3. Avaliação do Processo: Baseia-se na análise crítica e reflexiva


sobre a dinâmica da sala de aula invertida e seus resultados. Nessa fase deve
ocorrer o acompanhamento, a revisão e verificação quanto à viabilização da sua
manutenção23.
Para a adaptação dos passos para a implantação e viabilização da
inversão de sala de aula é necessário que o professor (monitor) se atente para
alguns questionamentos e checagens como demonstrados na tabela a seguir18.

Quadro 2. Características e questionamentos necessários para o desenvolvimento


da sala de aula invertida.
Os quatro pilares da Sala de Aula Invertida (FLIP)
Flexible: ser flexível e favorecer o uso de  Estabeleço uma agenda que
diferentes modos de favoreça interação e reflexão por
ensino/aprendizagem; organizar o parte dos alunos?
espaço físico, de modo a facilitar o  Observo e acompanho
trabalho em grupo; o professor deve continuamente estudantes para
F compreender que estudantes aprendem ajuda-los a fazerem ajustes, na
em tempos diferentes, e assim acomodar medida do necessário?
essas diferenças na medida do possível,  Ofereço aos estudantes diferentes
durante as atividades realizadas no oportunidades de aprender o
momento presencial. conteúdo?
Learning: nutrir a cultura do  Ofereço ao estudante oportunidade
aprendizado. O professor não deve ser de estar no centro do próprio
mais a fonte primária e única da aprendizado, engajando-o em
aprendizagem. O aprendizado deve atividades relevantes e significativas
L estar centrado no estudante e na sua para a sua aprendizagem?
relação com os pares. O trabalho em  Deixo essas atividades
sala de aula deve favorecer atividades continuamente acessíveis a todos os
que aprofundem e deem significado ao estudantes, sempre oferecendo
que está sendo aprendido. devolutiva?
Intentional teaching actions: o  Priorizo conceitos que foram
professor deve ter intencionalidade apresentados na aula gravada para
naquilo que faz e propõe aos estudantes. serem discutidos no presencial pelos
As metas devem estar sempre estudantes?
relacionadas aos objetivos de  Crio e atualizo videoaulas relevantes
aprendizagem esperados, ao longo e e de boa qualidade para os
I após a conclusão do curso/disciplina; o estudantes?
professor deve determinar o que deverá  Preparo material didático
ser ensinado/aprendido e quais os diferenciado e capaz de alcançar
recursos necessários para que isto todos os estudantes?
aconteça; planejamento é fundamental,
assim como contextualizar o que está
sendo aprendido.
Professional Educator: os professores  Fico disponível para os estudantes
devem avaliar e prover feedback regular na medida em que é necessário?
aos estudantes; devem refletir sobre a  Faço avaliação formativa e dou
sua prática; devem aceitar uma certa feedback regular aos estudantes
P “desordem controlada” na sala de aula, para informa-los sobre como
enquanto os estudantes aprendem uns poderão melhorar no futuro?
25

com os outros nas discussões e  Colaboro e reflito com outros


resoluções das tarefas/problemas educadores, assumindo a
propostos; apesar de ter menos responsabilidade por revisar e
visibilidade na sala de aula invertida, o melhorar minha prática docente?
professor continua tendo um papel
central no processo de ensino e
aprendizagem.
Fonte. Bollela & Cesaretti18

1.1.5 Adaptações da técnica de sala de aula invertida

Atualmente as adaptações para implementação da sala de aula invertida


baseiam-se em duas principais instruções. A Peer Instruction (ou a instrução aos
pares) que busca viabilizar a retenção de conhecimentos conceituais e a JITT (ou
ensino sob medida) que procura estimular o raciocínio crítico-reflexivo do aluno.

1.1.5.1 Peer Instruction (PI)- Instruções aos pares.

Figura 4. Fluxograma da técnica Peer Instruction

Fonte. Elaborado pela autora, 2020


26

A técnica Peer instruction foi desenvolvida por Eric Mazur, em 1990,


trata-se de atividade presencial. Segundo a proposta do autor a realização da
dinâmica envolve 4 momentos específicos, sendo10:
a) Momento 1. O professor discorre brevemente sobre a temática a ser
desenvolvida.
b) Momento 2. Aplicação de teste conceitual composto por avaliação de
múltipla escolha, individualmente e com tempo pré-determinado.
c) Momento 3. Votação e contabilização das respostas (realizada por
meio de dispositivos eletrônicos ou cartão resposta).
d) Momento 4. Ação do professor baseado no percentual de acertos dos
alunos realizando revisão de conteúdo. Posteriormente é realizado
novo teste, porém agora em pares, seguindo para uma nova temática.

1.1.5.2 Justing-in-time teaching (JITT)- Ensino sob medida

A técnica foi desenvolvida por Novack, em 1996. Baseia-se em atividade


semipresencial, onde o aluno tem contato prévio (espaço individual) com o conteúdo
a ser desenvolvido em grupo. A proposta prevê o engajamento dos alunos em relação
ao seu aprendizado, incentivando-os a buscar novos conhecimentos a partir do seu
conhecimento prévio. É composta pelas seguintes fases10:
a) Momento 1. Disponibilização aos alunos através de dispositivos
eletrônicos do referencial teórico e questões para identificação de
pontos de tensão em relação ao estudo prévio.
b) Momento 2. Resolução das questões e reenvio ao professor.
c) Momento 3. Análise pelo professor das respostas, devolvidas pelos
alunos, realizando a identificação dos pontos de tensão.
d) Momento 4. Adaptação do conteúdo a ser desenvolvido em encontro
presencial em função da identificação dos pontos de tensão da fase
anterior.
Portanto, este trabalho levanta a seguinte questão: A apropriação de
conhecimento a partir do método de Sala de Aula Invertida é mais efetiva em relação
ao método tradicional de ensino, adaptados na modelagem, 100% on line?
27

Figura 5. Fluxograma das etapas do JITT.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020


28

2. JUSTIFICATIVAS

É notória a constante necessidade de aprimoramento no processo


ensino-aprendizagem, a fim de promover ambiente pedagógico eficaz e acessível
ao estudante do curso de Técnico de Enfermagem, por meio de recursos
tecnológicos viáveis na aplicabilidade da aquisição do conhecimento. Além disso, é
relevante a elaboração de estratégias de ensino que viabilizem a participação ativa
e corresponsável do aluno.
Assim, é importante fomentar metodologias de ensino que promovam a
aquisição de conhecimento sob a ótica das transformações cada vez mais rápidas
e profundas do mercado de trabalho, que impactam com ênfase a atividade dos
enfermeiros. Tais mudanças, quando aplicadas à área prioritária da saúde, exigem
ainda mais eficácia dos processos de aprendizagem, de modo que os profissionais
estejam plenamente capacitados ao seu trabalho prático, que, no caso da
enfermagem, é fundamental para os cuidados, tratamento adequado e recuperação
dos pacientes.
Considerando o constante avanço tecnológico em que os estudantes
estão inseridos e a necessidade por buscas de informações, se torna viável a
utilização dos benefícios tecnológicos que atualmente dispomos para a melhoria
dos processos metodológicos buscando a utilização frequente dos meios virtuais,
adaptando sua utilização em modelos pedagógicos já existentes.
É fundamental considerarmos que o momento pandêmico (COVID-19),
exigiu esforço e reflexão sobre estratégias que permitissem a continuação dos
processos de capacitação e formação dos estudantes, assim sendo foi possível
viabilizar a promoção da aprendizagem de forma dinâmica e construtiva, para tanto
essa pesquisa buscou adaptar a técnica da sala de aula invertida em oferta 100%
on line a fim de mesmo no contexto emergencial de ensino fosse possível promover
processos ativos, dinâmicos e inovadores em formato 100% on line.
29

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar a viabilidade de adaptação da metodologia da Sala de Aula


Invertida para a modalidade 100% on-line.

3.2 Objetivos Específicos

 Analisar o desempenho dos alunos do curso de Técnico de


Enfermagem em atividade realizada por meio da metodologia de Sala
de Aula Invertida versus a sala de aula tradicional, adaptadas para a
modalidade on-line.
 Analisar a efetividade imediata no processo ensino-aprendizagem de
alunos do primeiro ano do curso de Técnico em Enfermagem, por meio
de aula expositiva baseada em metodologia tradicional versus aula
com desenvolvimento de metodologia ativa denominada “Sala de Aula
Invertida” adaptadas para a modalidade on line.
 Avaliar a obtenção de conhecimento imediatamente após a realização
da atividade.
 Avaliar a obtenção tardia do conhecimento, 60 dias após a realização
da atividade.
 Analisar a adesão dos alunos do Técnico em Enfermagem quanto à
utilização da metodologia “Sala de Aula Invertida”, adaptada para a
modalidade on-line.
 Elaborar e-book sobre o “Impacto de Resíduos Sólidos Hospitalares”,
cuja abordagem com os alunos, deu-se por meio do modelo de Sala
de Aula Invertida, que será disponibilizado às unidades de saúde que
manifestarem interesse.
 Elaborar e-book sobre “Sala de Aula Invertida”, que será
disponibilizado para as instituições de ensino que manifestarem
interesse pelo produto.
30

 Realizar submissão dos produtos finais dessa pesquisa para


publicação em formato físico.
31

4. MÉTODOS

4.1 Delineamento do estudo

O estudo deu-se por meio de ensaio randomizado controlado. Tal


metodologia consiste na análise dos efeitos de uma dada intervenção em um grupo
previamente determinado aleatoriamente (grupo experimental)24. Torna-se, assim,
uma ferramenta valiosa, considerando sua eficácia em produções científicas e a
simplicidade de seu desenho25, minimizando variáveis sobre a relação causa-efeito
dos eventos26.
Adotou-se o desenho típico de ensaio randomizado controlado de grupos
paralelos, no qual um grupo com característica comum (estudantes do Curso de
Técnico em Enfermagem) foi definido como a população de interesse. O grupo
sofreu a intervenção de randomização a partir de alocação por sorteio, por meio do
programa Randomation Vehicle Physics 2.0. Ambos os grupos (controle e de
intervenção) foram alvos do desenvolvimento da pesquisa, como descrito
detalhadamente a seguir27.

4.1.1 Local do estudo

O estudo foi realizado na Fundação Educacional de Penápolis


(FUNEPE), no curso de Técnico em Enfermagem, na disciplina “Fundamentos I”.
A Fundação educacional de Penápolis é a entidade mantenedora da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis e do Centro de Estudos
Profissionalizantes, foi criada no dia 28 de maio de 1966. É uma instituição jurídica
de direito privado. Possui os seguintes cursos de graduação: Administração de
Empresas, Farmácia, Engenharia Agronômica, Engenharia de Produção
Agroindustrial, Administração Pública, Pedagogia, Psicologia, Educação Física,
Enfermagem, Ciências Contábeis, Direito e Medicina. Dentre os cursos
profissionalizantes podemos citar: Auxiliar de Enfermagem, Técnico de
Enfermagem, Especialização em Enfermagem do Trabalho e Especialização em
Instrumentação Cirúrgica. E extensões: Administração Pública e Gestão Municipal.
É composto por cinco Campi universitários que desenvolvem atividades
teóricas e práticas nos diferentes ramos de aprendizagem.
32

4.1.2 População do estudo

A amostragem é composta por alunos do curso de Técnico de


Enfermagem.
O curso de técnico de Enfermagem é composto por quatro módulos,
constituindo uma carga horária de 1808 horas, distribuídas em disciplinas teóricas
e estágios curriculares que são desenvolvidos nos serviços de saúde do município
(atenção primária e secundária).

4.1.2.1 Critérios de Inclusão

Foram incluídos no estudo, 87 alunos, maiores de 18 anos, do curso de


Técnico em Enfermagem, na disciplina de “Fundamentos lI”.

4.1.2.2. Critérios de Exclusão

Foram excluídos do estudo os alunos que, no dia da coleta de dados,


não estavam presentes em sala de aula.

4.1.3 Randomização e Grupos de Estudo

Os alunos foram randomizados aleatoriamente, por meio do programa


Randomation Vehicle Physics 2.0, em dois grupos (G1 e G2). Constituiu-se um
grupo controle (G1), cujo assunto foi ofertado a partir da metodologia tradicional de
ensino (aula expositiva dialogada), e o grupo de intervenção experimental (G2)
(Sala de Aula Invertida).

4.1.4 Instrumento de Coleta de Dados

O instrumento de coleta de dados utilizados no G1 e G2 foi o Kahoot®.


Trata-se de uma ferramenta lúdica virtual que visa transformar a sala de aula em
uma sala de jogos, usando a infraestrutura de uma sala de aula, onde o professor
atua como mediador e os alunos são candidatos usando seus próprios dispositivos
móveis. Esse recurso promove ambiente dinâmico e atrativo a todos os alunos.
33

O kahoot® foi projetado para a realização de aprendizado, com os alunos


reunidos em torno de uma tela comum, como um quadro interativo, projetor ou
monitor de computador. O recurso também pode ser usado por meio de ferramentas
de compartilhamento de tela como o Skype® ou o Google meet®.
A jogabilidade é simples: todos os jogadores se conectam usando um
PIN do jogo gerado mostrado na tela comum e usam um dispositivo para responder
às perguntas criadas pelo mediador. Essas perguntas podem ser alteradas para
atribuir pontuação. A pontuação aparece na tabela de classificação após cada
pergunta. O acesso a essa ferramenta se dá por meio do site principal:
http://www.kahoot.com e o jogador realiza sua conexão por meio do site:
http://www.kahoot.it.

4.1.5 Intervenção Grupo controle (G1): aula expositiva, por meio de


metodologia tradicional on line

Foi realizado uma reunião por meio do google meet®, composta por 33
alunos e o docente, no qual foi apresentado o conteúdo proposto (Resíduos Sólidos
Hospitalar) por meio de uma aula estruturada no Powerpoint® com duração de 30
minutos, seguido de análise situacional de uma situação descrita em estudo de
caso. Posteriormente foi oferecida pelo docente a oportunidade de debates de
dúvidas, seguida do Pós-teste Imediato realizado por meio da ferramenta lúdica
Kahoot®.
As atividades desenvolvidas seguiram os seguintes passos:
a) Pré-teste eletrônico, feito com ferramenta lúdica (Kahoot®), sobre a
temática desenvolvida em sala de aula.
b) Aula expositiva dialogada com o tema escolhido, na qual se propõem
aos alunos questionamentos e discussões, atividade desenvolvida por
encontro virtual por meio do google meet®.
c) Estudo de caso para revisão do conteúdo abordado, por meio do
google meet®.
d) Pós-teste em ferramenta lúdica imediatamente após o término da aula
(mesmas questões do pré-teste).
e) Teste em ferramenta lúdica após 60 dias (avaliação tardia), contendo
as mesmas questões do pré e pós-testes.
34

4.1.6 Intervenção Grupo experimental (G2): atividade desenvolvida por meio


da sala de aula invertida (Flipped Classroom– JITT –Just In Time
Teaching)

Foi ministrada por docente distinto uma aula sobre o tema


“Gerenciamento de Resíduos”, para avaliar a efetividade da metodologia,
independentemente do perfil, bem como da didática e dinâmica adotadas,
seguindo-se os passos sugeridos pela metodologia. O professor responsável pelo
desenvolvimento da aula não foi o pesquisador, a fim de promover seu cegamento.
Iniciou-se com a fase de preparação do conteúdo literário a ser
desenvolvido, além do referencial teórico a ser estudado foi também enviadas
questões abertas, por meio do formulário 1 (Apêndice D), que visavam a
estimulação da capacidade psico-cognitiva do aluno. Esse formulário foi realizado
por meio do app SurveyHeart. O envio do material deu-se 7 dias antes do encontro
virtual, composto por todos os alunos (n=33). Foi solicitado o seu preenchimento
pelos alunos até 72 horas antes do encontro virtual.
Após o retorno dos formulários preenchidos individualmente pelos alunos,
o docente identificou os pontos de tensão (conteúdos com menor índice de retenção
de conhecimento ou questões e conceitos conflituosos) (Apêndice E) e a partir
desses dividiu-se a amostragem em 4 subgrupos (amarelo, azul, verde, vermelho).
Foi solicitado que a equipe realizasse discussão e debates fundamentados
pelas respostas do formulário anteriormente enviado, no qual foi observado conflitos
de entendimento.
Foram criados novos grupos de WhatsApp® para os respectivos
subgrupos (sendo esses compostos pelos alunos que apresentavam dúvidas
semelhantes e o docente).
Foi orientado a cada subgrupo, 48 horas antes do encontro virtual com
todas as equipes, que se reunissem virtualmente e resolvessem a discussão
proposta, elegendo um representante do grupo.
A reunião que substituiu o encontro presencial foi realizada por meio do
google meet® e iniciou-se pela explanação breve do docente sobre a importância
da temática proposta (10 minutos). Dando seguimento, os representantes de cada
subgrupo fizeram apresentações sobre conceitos, críticas e opiniões desenvolvidas
nas fases anteriores (30 minutos). Após a apresentação individual de cada
35

subgrupo, foi disponibilizado momento (20 minutos) para que todos os membros do
grupo de intervenção pudessem questionar, opinar, criticar ou tirar dúvidas entre
eles.
Encerrado o encontro com a realização do Pós-teste Imediato por meio
da ferramenta lúdica Kahoot®.
Seguiram-se os passos demonstrados na figura a seguir:

Figura 6. Organização da readequação das etapas da sala de aula


invertida na modalidade on line.

Fonte. Elaborado pela autora, 2020


36

Quadro 3. Distribuição de pontos de tensão por subgrupo


Subgrupo Subgrupo Subgrupo Subgrupo
Amarelo Azul Verde Vermelho
Tratamento dos Plano de Logística Tratamento dos
Resíduos Gerenciamento Reversa Resíduos por
Hospitalares de Resíduos classificação
Fonte. Elaborado pela autora, 2020

A Subdivisão da amostragem do grupo de intervenção em função da


identificação de pontos de tensão por meio da questão de aquecimento garantiu a
viabilização da etapa de trabalho em equipe prevista na técnica de sala de aula
invertida, apesar do seu desenvolvimento se dar totalmente na modalidade on line.
Assim sendo foi possível a aplicação integral de todas as etapas que
caracterizam a sala de aula invertida, mesmo sendo desenvolvida a atividade pelo
recurso on line em todas as etapas descritas anteriormente, adaptando a
metodologia para o seu desenvolvimento por meio virtual.

4.1.7 Conteúdo Programático

O conteúdo programático desenvolvido para a aplicação das


metodologias foi “Gerenciamento de resíduos”. O tema foi ministrado em um
encontro virtual por meio do google meet®, no grupo controle e outro no grupo
experimental. Teve como referencial teórico a diretriz ministerial (Tabela 1) e o e-
book (Apêndice H) elaborado como produto dessa pesquisa.

Tabela 1: Conteúdo programático da pesquisa. Botucatu, 2020.


Aula Tema abordado
1 Logística reversa de resíduos da classe d em
ambiente hospitalar: monitoramento e avaliação da
reciclagem no Hospital Infantil Cândido Fontoura
E-book: O impacto de Resíduos Hospitalares no Meio
ambiente: Como evitá-lo?
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

4.1.8 Desenvolvimento do produto

Desenvolveram-se dois e-books, sendo o primeiro sobre resíduos


hospitalares (APÊNDICE H) e o segundo sobre a “Sala de Aula Invertida”
(APÊNDICE I).
37

As obras foram produzidas no Pages®, software gratuito de


desenvolvimento de livros eletrônicos para dispositivos IOS. Após registro de ISBN
(International Standard Book Number) e obtenção da ficha catalográfica, com auxílio
da Biblioteca do Campus, serão publicados na Biblioteca Virtual do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - HCFMB e na loja “IBooks Store”.
Serão também publicados pela Editora Funepe e disponibilizados aos
serviços de saúde, com a finalidade de orientação da temática sob o ponto de vista
de preservação do meio ambiente, e para docentes e instituições de ensino, com o
objetivo de divulgar a metodologia de sala de aula invertida.
A montagem e distribuição dos produtos contaram com o apoio do Núcleo
de Educação a Distância e Tecnologias da Informação em Saúde – NEAD.TIS –
FMB- UNESP.

4.1.9 Análise dos dados

Para a organização das informações, construiu-se um banco de dados


no programa Microsoft Excel®. As características dos alunos foram analisadas pela
estatística descritiva.
A aquisição do conhecimento foi estimada preferencialmente por
modelagem paramétrica. O tipo de modelo foi determinado na fase de análise, após
investigação da distribuição probabilística do desfecho. Associação foi considerada
estatisticamente não significativa de p> 0,05. Análises realizaram-se com o software
SPSS v 21.028.

4.1.10 Procedimentos éticos

O projeto do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, por


meio da Plataforma Brasil, seguindo a Resolução 466/2012, CAAE:
21491319.4.0000.5411 (ANEXO C) e parecer nº 3.721.286. Os alunos foram
informados sobre a pesquisa e incluídos no estudo após assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A e B).
38

5. RESULTADOS

5.1 Da coleta de dados

A coleta de dados se deu em três momentos distintos (pré-teste, pós-


teste imediato e pós-teste tardio), foi utilizado um questionário sobre a temática
desenvolvida por meio da ferramenta lúdica Kahoot®, recurso que pontua os
jogadores em função do tempo de resposta e assertividade de conteúdo, sendo
possível a atribuição de até 1.000 pontos por questão. O questionário dessa
pesquisa foi composto por 10 questões totalizando até 10.000 pontos possíveis.

5.1.1 Da amostragem

A amostragem foi constituída inicialmente por alunos do curso de Técnico


de Enfermagem da FUNEPE (n=87), possuindo média de idade de 23,76 anos.
Houve predomínio do sexo feminino que correspondeu a 91,95% (n=80) do total
dos indivíduos. Mais de setenta e quatro por cento (74,71%) n= 65 possuíam
trabalho fixo no contra turno das aulas.
No decorrer da coleta de dados houve abandono de alguns alunos que
realizaram o pré-teste, os mesmos interromperam o curso de técnico de
enfermagem, em função ao momento pandêmico e por conta de questões pessoais
(19 alunos).

Tabela 2. Adesão da amostragem no transcorrer da pesquisa. Botucatu, 2021.


Amostragem Pré-teste Pós-teste Pós-teste tardio
(n) imediato
Grupo 1 (n) 33 33
Grupo 2 (n) 87 35 35
Total (n) 68 68
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

5.1.2 Do pré-teste

A coleta de dados iniciou-se em fevereiro de 2020, com a realização do


pré-teste, a partir da leitura do artigo “Logística reversa de resíduos da Classe D em
39

ambiente hospitalar: monitoramento e avaliação da reciclagem no Hospital Infantil


Cândido Fontoura” 28 e do e-book produzido nessa pesquisa (Apêndice H).
O pré-teste foi realizado antes do processo de randomização, portanto a
fase de pré-teste foi realizada com o total da amostragem (87 indivíduos). Utilizou-
se a ferramenta Kahoot®, a partir de artigo selecionado. O grupo comportou-se
apresentando média de pontuação de 3.873,14 pontos de um total de 10.000 pontos
possíveis, quanto ao conhecimento preliminar do assunto abordado.
O Gráfico 1 demonstra que a média atingida pela amostragem na fase
do pré-teste foi de 38,7314% do valor máximo possível.

GRÁFICO 1. Média da amostragem em relação a pontuação


máxima do questionário.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020

GRÁFICO 2. Distribuição de acertos por questões (Pré-teste)

Fonte: Elaborado pela autora,2020


40

O Gráfico 2 identifica a distribuição do percentual de acertos por questões


que compõem o questionário (APÊNDICE C) demonstrando em quais focos
temáticos a amostragem apresentava maior nível de desconhecimento.

5.1.3 Do pós-teste imediato

Imediatamente após a intervenção, realizou-se o pós-teste imediato,


(G1= atividade desenvolvida por meio do método tradicional adaptado em oferta
100% online e G2= atividade desenvolvida por meio do método sala de aula
invertida, adaptado em oferta 100% on line).
O gráfico 3 demonstra um crescimento de 4,42% na média de score do
G2 em relação ao G1 durante o Pós-teste imediato, evidenciando discreta tendência
crescente na retenção imediata de conhecimento no grupo intervenção.

GRÁFICO 3. Média de Score do G1 e G2 durante o pós-teste


Imediato

Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Tabela 3. Média e desvio padrão no pós-teste imediato. Botucatu, 2021


GRUPO MÉDIA % D.P (DESVIO
PADRÃO)
G1 5099,63 50,9963% 1901,01
G2 5541,24 55,4124% 2196,03
Fonte: Elaborada pela autora, 2020
41

GRÁFICO 4. Desvio padrão do grupo de intervenção em relação


ao grupo controle durante o pós-teste imediato
Demostração do desvio padrão do G1 e G2
durante o pós teste imediato

5541,23
Score

5099,63

G1 G2
Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Houve aumento da média do score de ambos os grupos G1 e G2 em relação


ao pré-teste, (o G1 houve 12,2679% de melhoria e G2 houve 16,681%), porém não
apresentou diferença entre os grupos no que se refere a significância estatística
apresentando um p= 0,3962.

Tabela 4. Percentual de melhoria no score de avaliação Pré-teste e Pós-teste


Imediato. Botucatu, 2021.
GRUPO PRÉ-TESTE PÓS-TESTE IMEDIATO
Média % Média %
G1 3873,14 38,7314 5099,63 50,9963
G2 5541,24 55,4124
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

5.1.4 Do pós-teste tardio

Após 60 dias da realização da intervenção, seguiu-se a avaliação tardia


de ambos os grupos G1 e G2, por meio da aplicação do Pós-teste tardio, sendo
possível observar melhoria no score obtido, como demonstrado no gráfico 5.

Tabela 5. Média e desvio padrão no pós-teste tardio. Botucatu, 2021.


GRUPO MÉDIA D.P (DESVIO PADRÃO)
G1 5141,65 2258,07
G2 6141,97 2159,53
Fonte: Elaborada pela autora, 2020
42

Gráfico 5. Demonstração da média atingida por G1 e G2 em pós


- teste tardio.
Média da amostragem em relação ao Pré
teste

6141,96

5141,64
Score

3873,14

PRE TESTE G1 G2
Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Gráfico 6. Demonstração do desvio padrão durante pós-teste tardio.


Desvio padrão no G1 e G2 durante o Pós
teste tardio

G2 6141,96

G1 5141,64

PRE TESTE 3873,14

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000


Fonte: Elaborado pela autora, 2020

Na análise de dados os grupos G1 e G2 não apresentaram significância


estatística durante o pós-teste tardio com p = 0,3261.
Para a avaliação da retenção tardia do conhecimento desenvolvido nesta
pesquisa foi realizado o cálculo do percentual das médias nos diferentes momentos
envolvidos no transcorrer da pesquisa. Observou-se que tardiamente o G1
apresentou 12,6851% de aumento do score tardio em relação ao pré-teste e o G2
apresentou uma diferença de 22,6883% em relação ao primeiro momento de
avaliação, demonstrando que o grupo de intervenção melhorou seu rendimento de
43

aprendizagem em 10% em relação ao grupo que foi exposto à metodologia


tradicional (G1), demonstrado por meio da tabela 6 e Gráfico 7.

Tabela 6. Percentual de melhoria no score de avaliação Pré-teste, Pós-teste


Imediato e Pós-teste tardio. Botucatu, 2021
GRUPO Pré-teste Pós-teste imediato Pós-teste tardio
Média % Média % Média %
G1 3873,14 38,7314 5099,63 50,9963 5141,65 51,4165
G2 5541,24 55,4124 6141,97 61,4197
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Gráfico 7. Média e tendência linear de G1 e G2 durante Pré-teste, PTI e PTT.


Média e tendência linear de score em G1 e G2
percentual escore

G! G2
Pre teste 38,7314 38,7314
PTI 50,9963 55,4124
PTT 51,4165 61,4197

Pre teste PTI PTT Linear (Pre teste) Linear (PTI) Linear (PTT)

Fonte: Elaborado pela autora, 2020

5.2 Da avaliação da amostragem quanto a metodologia da sala de aula invertida

Para a avaliação da satisfação da amostragem em relação à intervenção


utilizada foi disponibilizado aos mesmos, um questionário eletrônico (Apêndice F),
na qual foi possível observar pontos fortes em relação à proposta.
Ao serem questionados quanto a preferência de metodologia utilizada,
foi possível verificar a distribuição conforme tabela abaixo, sendo o resultado
homogêneo em ambos casos.
44

Tabela 7. Distribuição segundo satisfação pelos métodos propostos. Botucatu,


2021.
Metodologia tradicional Metodologia sala de aula invertida
% N % N

47,27 26 52,73 29
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Após a aplicação do questionário de análise (Apêndice F) de avaliação


quanto ao uso da metodologia da sala de aula invertida na modalidade on line pode-
se observar satisfação da amostragem que compôs o grupo de intervenção
conforme evidencia a tabela a seguir:

Tabela 8. Análise da avaliação amostral quanto à adaptação da sala de aula


invertida na modalidade on line. Botucatu, 2021
Questão Discordo Discordo Concordo Concordo
totalmente parcialmente Parcialmente Totalmente
Como você classificaria sua 0% 3,33% 26,67% 70%
experiência geral com a
metodologia de sala de aula
invertida (on line)
Você teve facilidade em acessar 0% 0% 13,33% 86,67%
o material disponibilizado pelo
professor
Você gostaria de ter mais aulas 0% 6,67% 23,33% 70%
usando a sala de aula invertida
(on line)
Foi fácil pra você a linguagem 0% 3,33% 46,67% 50%
utilizada durante a aplicação da
metodologia
Você entendeu os passos 0% 0% 40% 60%
utilizados na metodologia de
sala de aula invertida
Você considera a metodologia 0% 6.67% 46,67% 46,67%
de sala de aula invertida mais
atrativa e efetiva
Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Houve a concordância geral da amostragem em relação às avaliações


quanto à experiência com a intervenção, sendo que 96,67% concordaram parcial
ou totalmente com a sala de aula invertida. Os resultados mostraram ainda a
heterogeneidade em relação ao acesso quanto à instrução direta (e-book), a
expectativa para a vivência da prática em novos momentos, sendo que 93,33%
gostariam de ter outras experiências com a metodologia. A identificação dos passos
que caracterizam a metodologia da sala de aula invertida foi identificada por 100%
45

da amostragem, portanto é possível demonstrar que ao se tratar da adaptação do


método para a modalidade on-line, houve clareza em relação aos mesmos.
Ao ser solicitado sugestões para melhores estratégias para a eficácia
na adaptação do método de sala de aula invertida, apenas 33,33% fizeram
colocações de satisfação em relação à proposta implementada (Apêndice G),
sugerindo mais encontros utilizando a técnica desenvolvida nessa pesquisa.

5.3. Elaboração do produto final

Com o desenvolvimento dessa pesquisa foi possível produzir dois e-


books como produto final, o primeiro destinou-se a ser utilizado como referencial
teórico para a intervenção e o segundo como material de apoio para professores,
instituições e escolas que se interessarem em refletir e inovar nos processos
educacionais envolvidos na aprendizagem significativa.

5.3.1 E-book 1 - “Impacto de Resíduos Sólidos Hospitalares”

A partir da temática proposta no desenvolvimento desta pesquisa,


elaborou-se um e-book, a fim de ser utilizado como referencial teórico para a coleta
de dados, constituído de tópicos fundamentais para a implementação das boas
práticas e manejo seguro dos resíduos sólidos hospitalares. O produto final desta
pesquisa foi elaborado a partir das normatizações que regulamentam o manuseio e
destino final dos resíduos sólidos hospitalares. Foi elaborado com o apoio do
NEAD.TIS/FMB, por meio do software Pages® e recebeu o título ‘’Impacto de
resíduos sólidos hospitalares: como evitá-lo?” Foi dividido nos seguintes capítulos:
● Capítulo 1. Caracterização dos Resíduos Hospitalares.
Este capítulo aborda a caracterização dos diferentes tipos de resíduos
que são gerados em serviços de saúde, a partir das normas regulamentadoras pela
Anvisa e pelo Programa Nacional de Gerenciamento de resíduos sólidos.
● Capítulo 2. O que fazer com os resíduos de saúde?
No capítulo 2 é descrito as etapas para a realização do manuseio
seguro dos resíduos em saúde até o seu destino final de acordo com os diferentes
tipos de resíduos gerados e caracterizados no capítulo anterior.
46

 Capítulo 3. Medidas que visam diminuir o impacto dos resíduos


no meio ambiente.

Figura 7. Capa do capítulo 1 do e-book n.1

Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Figura 8. Capa do capítulo 2 do e-book n.1

Fonte: Elaborada pela autora, 2020


47

Figura 9. Capa do capítulo 3 do e-book n.1

Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Após término da elaboração do conteúdo do e-book, o mesmo foi enviado


para a revisão técnica do conteúdo, sendo avaliado e validado por profissional
especialista no assunto, sendo o mesmo responsável pelo serviço de vigilância
sanitária do município, gestor do contrato de terceirização do serviço de tratamento
de resíduos sólidos de um hospital público e presidente da comissão de
gerenciamento de resíduos sólidos da mesma instituição.
Após a finalização da diagramação e editoração do e-book pelo
NEAD.TIS/FMB, o produto foi registrado na CBL (Câmara Brasileira de Livros),
recebendo o número de ISBN (978-65-00-10172-0).

5.3.2 E-book 2 - “Sala de aula inverta: Uma proposta para a aprendizagem do


século XXI”.

A elaboração do segundo produto desta pesquisa foi baseada em revisão


de literatura atual e da trajetória decorrida na realização dessa pesquisa. O e-book
acima titulado tem por objetivo divulgar a metodologia de Sala de Aula Invertida
como proposta promissora e facilitadora para a promoção da aprendizagem no
século XXI, considerando que a era atual é estruturada e alicerçada pela evolução
48

tecnológica e facilidades da obtenção de conhecimento, ferramentas essas que


facilitam e proporcionam aprendizado concreto e evolução de habilidades
específicas para a formação de senso crítico e reflexivo.
O mesmo foi diagramado e editorado pelo NEAD.TIS/FMB, por meio do
programa Pages®, sendo escrito com apoio de autores colaboradores e revisado
por profissional especialista no assunto. Foi encaminhado para a CBL para retirada
do número de ISBN (978-65-00-13296-0).

Figura 10. Capa do e-book “Sala de aula invertida:


uma proposta para o aprendizado do século XXI.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Figura 11. Dados técnicos sobre a produção literária.

Fonte: Elaborada pela autora, 2020


49

O e-book foi dividido em quatro capítulos, nos quais buscam descrever a


trajetória da evolução tecnológica e o quanto faz-se necessário a adequação dos
modelos pedagógicos a fim de atender as características individuais dos alunos
atuais desenvolvendo habilidades técnicas e comportamentais que atendam as
necessidades do mercado de trabalho. São eles:
Capítulo 1. Características e Inovações do Século XXI
Figura 12. Capítulo 1 do e-book

Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Capítulo 2. Aprendizagem do Século XXI


Figura 13. Capítulo 2 do e-book

Fonte: Elaborada pela autora, 2020


50

Capítulo 3. Metodologias Ativas


Figura 14. Capítulo 3 do e-book

Fonte: Elaborada pela autora, 2020

Capítulo 4. Sala de Aula Invertida


Figura 15. Capítulo 4 do e-book

Fonte: Elaborada pela autora, 2020


51

6. DISCUSSÃO

A busca contínua de técnicas que promovam o processo de aprendizado


mais atrativo e dinâmico vem sendo motivo de constante reflexão entre os docentes
e pensadores do assunto. O avanço tecnológico alicerçado no século XX pode ser
uma estratégia fácil e acessível no contexto pedagógico.
Nessa pesquisa foi possível adaptar a técnica de sala de aula invertida
em modelagem 100% on line, sendo que na proposta original de Bergmann e Sams
(1996), idealizadores do método, são propostos momentos presenciais e não
presenciais20.
Porém, na contemporaneidade a EAD (educação a distância) vem sendo
fortemente adotado em vários cursos, de todos os níveis, portanto buscar
metodologias inovadoras em oferta on line é uma proposta promissora para o
desafio em promover aprendizagem efetiva, divertida, engajada e dinâmica.
Na busca em viabilizar a técnica de sala de aula invertida, a pesquisadora
baseou-se nos quatro principais pilares (FLIP) definidos por Sams, em 2014, que
fundamentam a implementação da técnica, sendo eles: Flexible, Learning,
Intentional teaching actions e Professional Educator30. O desenho para a adaptação
(Figura 5) permitiu a implementação de forma efetiva de todas as etapas descritas
na literatura.
Em 2020, durante a 26º Congresso Internacional ABED de Educação
a Distância, Hoffmam afirma e defende a viabilidade e eficácia da implantação
da sala de aula invertida em oferta 100% on line; em função dos diferentes
recursos tecnológicos disponíveis o que garante a possibilidade e efetividade
na realização de todas as etapas necessárias para a caracterização da
técnica de JITT31 o que ficou evidente durante a realização dessa pesquisa.
Em revisão bibliográfica realizada por Pereira, na qual se avaliou banco
de dissertações nacionais, no período de 2014 e 2018, a pesquisadora indica que
em vários estudos analisados foi citado a necessidade de inovar as técnicas
pedagógicas em formatos mais significativos. Nesse contexto concluiu que há
necessidade da compreensão dos docentes e instituições de que existem vários
modelos aplicáveis que favorecem a aprendizagem32.
Durante a etapa do pré-teste, observou-se que o participante com melhor
desempenho no teste atingiu 8.267 PONTOS (de um total de 10.000 pontos
52

possíveis) e o último colocado, ZERO PONTO. Tal diferença pode ser justificada
pela falta de hábito no uso do método de coleta de dados e pelo uso rotineiro dos
métodos tradicionais, nos quais os alunos comportam-se de maneira passiva33.
As instituições de ensino buscam continuamente aderir a estratégias
tecnológicas que atendam os objetivos disciplinares34, e nos dias atuais a
implementação de tais recursos tornou-se uma constante na realidade do ensino
pelo contexto vivenciado, o que vêm favorecendo a adesão a recursos ativos e
dinâmicos na formação dos alunos.
Após análise comparativa, a média da sala em relação à pontuação
máxima do instrumento de coleta de dados, evidenciou que a amostragem possuía
baixo nível de conhecimento em relação ao conteúdo desenvolvido, visto que a
média corresponde a 38,7314% da avaliação utilizada, dado este que tornou os
indicadores estatísticos da fase de pós-teste imediato e tardio no grupo controle e
de intervenção confiáveis para a avaliação de eficiência ou ineficiência na
intervenção proposta neste trabalho.
Para a elaboração de testes conceituais é importante que as questões
sejam preferencialmente de múltiplas escolhas e que estimule o aluno a elaborar
linhas de raciocínio35, a elaboração das questões que compõem os testes (pré-
teste, pós-teste imediato e pós-teste tardio) realizados nessa pesquisa, foram
realizadas por meio de questões que estimulem o raciocínio dos alunos.
A inclusão de recursos tecnológicos no dia-a-dia vem crescendo
gradativamente, passando a ser utilizado como ferramenta eficaz em diversos
segmentos (cinematográfico, comercial, transporte e acesso a informações), assim
sendo é inevitável a sua inclusão nos processos pedagógicos31.
A retenção de conhecimento durante a fase de pós-teste imediato e tardio
não apresentou diferenças com significância estatística entre os grupos (Controle e
Intervenção), p= 0,3962 e p= 0,3261, respectivamente. Em estudo desenvolvido na
disciplina de anatomia, Morton aplicou metodologia expositiva e metodologia de
sala de aula invertida, em grupos distintos. Ao término da disciplina, realizou análise
comparativa sendo evidente que os grupos apresentaram níveis homogêneos de
conhecimentos, porém o grupo submetido à metodologia de sala de aula invertida
apresentou habilidades diferentes do grupo submetido à metodologia tradicional 36.
Galway realizou estudo de coorte e observou que a implementação da sala de aula
invertida não impactou nos scores de avaliação entre grupos, porém em análise
53

comparativa com turmas antecessoras, houve melhora nas avaliações de


desempenho37.
Imediatamente após a intervenção ambos os grupos apresentaram
avaliação com médias homogêneas entre eles, e tardiamente o grupo que foi
submetido à metodologia de sala de aula invertida apresentou média de avaliação
10% maior que o grupo submetido à metodologia tradicional. Wong realizou estudo
semelhante com alunos do curso de farmácia (n=100), desenvolvendo arritmias
cardíacas como temática e observou que houve aumento considerável (30%) na
média dos alunos expostos à sala de aula invertida38. Por outro lado, em revisão
sistemática com meta-analise realizada por Hew & Lo composta por 28 estudos,
houve limitações de resultados quanto à avaliação da retenção de conhecimento
tardio, pois os estudos selecionados não realizaram acompanhamento nesse
aspecto39. Puderam observar ainda que os experimentos no qual os alunos eram
divididos aleatoriamente em sala de aula invertida, produziram resultados
indistinguíveis de quase experimento ou controle histórico não produzindo
heterogeneidade entre eles.
Frente ao avanço tecnológico e situações atípicas que vivenciamos
durante o decorrer desse ano, tornou-se inevitável e inadiável a busca por medidas
que viabilizassem a continuidade dos processos educacionais no Brasil, assim
sendo tornou-se muito oportuno o desenvolvimento dessa pesquisa, considerando
que além do cenário sanitário em que nos deparamos, vivenciamos um convívio
desafiador e emergencial em reestruturar os mecanismos de ensino -
aprendizagem.
Atualmente as escolas formadoras, possuem alunos com grande
capacidade de adaptação a propostas inovadoras, assim como alunos que
possuem habilidades diferenciadas em relação ao uso da tecnologia (nativos
digitais). Sem dúvida os estudiosos sobre o assunto, podem e devem considerar
esse contexto como ponto de partida para o desenvolvimento de novas estratégias
pedagógicas ou facilitadoras de aprendizagem.
Ao se avaliar a satisfação dos alunos quanto a proposta dessa pesquisa,
foi possível observar homogeneidade entre os que preferem a metodologia
tradicional (47,27%) e a sala de aula invertida (52,73%). Porém 70% deles
concordaram totalmente com a experiência e gostariam de ter novas aulas com
essa abordagem. Foi possível ainda verificar que as etapas do processo de
54

modelagem da sala de aula invertida em oferta 100% on line ficou clara para os
participantes sendo que 60% entenderam totalmente a dinâmica adotada durante a
intervenção e 40% entenderam parcialmente, e 93,34% consideraram o método
mais atrativo em relação ao método tradicional. Esse dado assemelha-se aos
achados de Hew & Lo, no qual identificou por meio de revisão sistemática que 70%
dos estudos analisados evidenciaram preferência pelo uso de metodologia de sala
de aula invertida39. Fermozelli em pesquisa desenvolvida no segundo ano do curso
de medicina observou por meio da análise do discurso coletivo percepção positiva
e promissora dos alunos em relação ao método40.
Dos 33,33% que realizaram sugestões, houve predominância em relação
à aplicação de atividades que estimule a participação em grupo, o que é descrito
em revisão de literatura desenvolvida por Bolella (2017) no qual caracteriza o uso
de videoaulas como estratégia eficaz para esclarecimento de dúvidas durante o uso
da sala de aula invertida18.
A escolha pela elaboração de e-book(s) como produto final baseou-se na
otimização e democratização de acesso e divulgação, considerando que na
realidade contemporânea é primordial a utilização de redes virtuais para a evolução
do acesso à informação, para os processos de aprendizagem e nas relações
interpessoais. Backes & Mantovani (2017) descreve que mesmo com o crescimento
do uso da tecnologia, ainda encontramos falta de congruência em relação à
aplicabilidade da tecnologia na educação41.
Os e-books são considerados como recurso plausível no mundo da
cibercultura. Reis & Rozados (2016) analisa a evolução do livro e as maneiras como
foram reinventados, as adaptações que sofreram até a sua versão em formato
digital; ressaltam que esse formato permite diversas possibilidades e os consideram
como meio promissor de disseminação e circulação de informações42.
Backes & Mantovani41 realizaram, em 2017, um estudo no curso de
Pedagogia da Universidade La Salle, objetivando identificar elementos relevantes
para o processo de aprendizagem baseado na utilização de e-book, e concluíram
por meio das narrativas doa alunos que a utilização dos mesmos contribuíram
positivamente em vários aspectos, sendo eles: compreensão do conhecimento,
percepção do aluno tornando o conhecimento mais acessível e de fácil
compreensão, relataram que o recurso desperta curiosidade e desenvolve a
55

criativa; estabeleceram relação entre o processo formativo com a prática


profissional.
Considerando que atualmente vivemos em um cenário predisposto a
abertura de paradigmas, principalmente no que se refere à imersão de tecnologias
digitais no nosso dia-a-dia é necessário considera-las como recurso promissor para
transmissão de conhecimento e construção de um aprendizado efetivo e dinâmico,
assim sendo a busca pela ressignificação dos processos pedagógicos exige
reflexão e flexibilização de práticas que estejam vinculadas com a produção cultural
por meio da relação entre seres humanos e artefatos tecnológicos41.
56

7. CONCLUSÔES

Durante a realização dessa pesquisa foi possível concluir que:


a) Foi possível adaptar integralmente a metodologia de sala de aula
invertida na modelagem 100% on line, sendo viável implementar
todas as fases que caracterizam a técnica idealizadora;
b) Não houve heterogeneidade estatística entre o desempenho
quantitativo entre os grupos;
c) Não houve diferença no desempenho entre o grupo controle e o
grupo de intervenção imediatamente após a intervenção;
d) O grupo de intervenção apresentou avaliação tardia 10% maior que
o grupo controle;
e) Houve adesão dos alunos na proposta dessa pesquisa, assim como
relatos de desejo em vivenciar novas experiências com a
metodologia de sala de aula invertida;
f) Foram elaborados dois produtos: e-book: “Impacto de resíduos
sólidos hospitalares” e “Sala de aula Invertida: uma possibilidade de
aprendizagem para o século XXI”.
57

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível o aprimoramento das estratégicas pedagógicas em


função do avanço tecnológico e das exigências do mercado de trabalho, para tanto
é fundamental a avaliação continua dos processos de ensino-aprendizagem para
que se estruture de forma cientifica eficaz e segura à formação, capacitação e
aprimoramento dos recursos humanos a serem ofertados para os serviços. Assim
sendo é oportuna a constante realização de novas pesquisas que visem identificar
estratégias que promovam desenvolvimento de habilidades e retenção de
conhecimento acerca das diferentes profissões disponíveis atualmente.
58

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39.Hew KF, Lo CK. Flipped classroom student learming in health


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40.Fermozelli JA. Estratégias de Blended-Learning no ensino de patologia


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Universidade Católica de São Paulo; 2016.

41.Backes L, Mantovani, AM. Educação on-line na cibercultura: desafio de


literaturalizar a ciência em e-book. Inform Educ. 2017;20(4):95-113.

42.Reis JM, Rozados HBF. O livro digital: histórico, definições, vantagens e


desvantagens. In: Anais do XIX Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias; 15-21 Out 2016; Manaus, Brasil. Manaus: UFAM; 2016. p. 1-
14.
62

APÊNDICES
63

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)


RESOLUÇÃO 466/2012
CONVIDO O para participar do Projeto de
Pesquisa intitulado "Sala de aula invertida versus sala de aula tradicional: Ensaio randomizado no
Curso de Técnico em Enfermagem", que será desenvolvido por mim, Ariane Delitti Vilanova,
enfermeiro e Professor (a) Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira, da Faculdade de Medicina
de Botucatu -UNESP. Estou estudando uma metodologia de ensino denominada "sala de aula
invertida". Para que eu possa ter um resultado, Senhor (a), é necessária sua participação durante a
atividade de coleta de dados que se dará em uma aula da disciplina de Saúde Ambiente com tema
pertinente a disciplina, será necessário um estudo extra-instituição de referencial teórico, que
disponibilizarei a você através de recurso digital. Seu benefício em participar será vivenciar uma
estratégia de ensino dinâmica, ativa, buscando facilitar o seu processo de aprendizagem, além de
contribuir para o aperfeiçoamento dos docentes do curso em que está inserida, disponibilizando a
todos uma reflexão sobre como contribuir para a melhor formação dos envolvidos.
Fique ciente de que sua participação neste estudo é voluntária e que mesmo após ter dado seu
consentimento para participar da pesquisa, você poderá retirar-se a qualquer momento. Este Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido será elaborado em duas vias de igual teor, o qual 01 via será
entregue ao Senhor (a) devidamente rubricado, e a outra via será arquivada e mantida pelos
pesquisadores por um período de cinco anos após o término da pesquisa. Qualquer dúvida adicional,
você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa, nos telefones (14) 3880-1608
ou 3880-1609, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8 às 11h30 e das 14 às 17 horas, na
Chácara Butignolli s/no, em Rubião Júnior -Botucatu - São Paulo. Os dados de localização dos
pesquisadores estão abaixo descritos: Esclareço que tal pesquisa apresenta baixo risco, amenizado
pelo resguardo de sigilo dos pesquisadores. Após terem sido sanadas todas minhas dúvidas a
respeito deste estudo, CONCORDO EM PARTICIPAR de forma voluntária, estou ciente que os
resultados desse estudo poderão ser publicados em revistas científicas, sem, no entanto, que minha
identidade seja revelada.

Penápolis,

____________________________________ _________________________
Ariane Delitti Vilanova Participante

Nome: Ariane Delitti Vilanova


Endereço: Avenida Olsen, 1157, centro - Penápolis/SP.
Telefone: 18-991384360
E-mail: [email protected]
Nome: Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira
Endereço: Alameda das Grevíleas, 80, Parque das Cascatas – Botucatu - São Paulo
Telefone: 14-38801928
E-mail: [email protected]
64

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

RESOLUÇÃO 466/2012
GRUPO CONTROLE
CONVIDO o Senhor (a) _______________________________________ a participar do Projeto de
Pesquisa intitulado “Sala de aula invertida versus sala de aula tradicional: Ensaio randomizado
Controlado no Curso de Técnico em Enfermagem”, que será desenvolvido por mim, Ariane Delitti
Vilanova, enfermeira, com orientação do profissional (médico, enfermeiro, fisioterapeuta etc...) e
Professora Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira, da Faculdade de Medicina de Botucatu –
UNESP. Sua participação nesta pesquisa dar-se-á por ser um aluno regularmente matriculado no
primeiro semestre do Curso de Enfermagem da Funepe. Todos os dados que obtivermos com sua
participação serão meramente para compararmos com os dados de outros participantes que farão
parte do grupo experimental. O Senhor (a) não terá nenhum benefício financeiro e acadêmico em
participar desta pesquisa. Fique ciente de que sua participação neste estudo é voluntária e que,
mesmo após ter dado seu consentimento para participar da pesquisa, você poderá retirá-lo a
qualquer momento, sem qualquer penalidade. Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
será elaborado em duas (2) vias de igual teor. A primeira via será entregue ao Senhor (a)
devidamente rubricada, e a outra via será arquivada e mantida pelos pesquisadores por um período
de cinco anos após o término da pesquisa. Qualquer dúvida adicional, O Senhor (a) poderá entrar
em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa pelos telefones (14) 3880-1608 ou 3880-1609, que
atende de segunda a sexta-feira, da 8 às 11h30 e das 14 às 17 horas, na Chácara Butignolli s/nº em
Rubião Júnior – Botucatu - São Paulo. Os dados de localização dos pesquisadores estão abaixo
descritos. Após terem sido sanadas todas as minhas dúvidas a respeito deste estudo, CONCORDO
EM PARTICIPAR de maneira voluntária, estando ciente de que todos os meus dados estarão
resguardo por sigilo, com o qual os pesquisadores comprometeram-se. Estou ciente de que os
resultados desse estudo poderão ser publicados e revistas científicas, sem, no entanto, que minha
identidade seja revelada.

Penápolis, _____/___/______

_______________________ ______________________
Ariane Delitti Vilanova Participante da Pesquisa

Nome: Ariane Delitti Vilanova


Endereço: Avenida Olsen, 1157, centro - Penápolis/SP.
Telefone: 18-991384360
E-mail: [email protected]
Nome: Ana Silvia Sartori Barraviera Seabra Ferreira
Endereço: Alameda das Grevíleas, 80, Parque das Cascatas – Botucatu - São Paulo
Telefone: 14-38801928
E-mail: [email protected]
65

APÊNDICE C – TESTE DE CONHECIMENTO: PRÉ-TESTE, PÓS–TESTE


IMEDIATO E PÓS-TESTE TARDIO (60 DIAS)

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNIVERSIDADE ESTADUAL


PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” – DISTRITO DE RUBIÃO JÚNIOR, S/N
– CEP 18603-970 – Telefone (014) 38801326
1-O IPEA (2012) considera parâmetros como foco de direcionar a gestão de
resíduos por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS- Lei
12.305/2010).
( ) NÃO
( X) SIM
2- A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS- Lei 12.305/2010) contém
instrumentos que permitem o avanço frente ao impacto ambiental, social e
econômico gerado pelo mau destino dos resíduos, dentre elas está:
( ) NÃO
(x ) SIM
3- Na Lei 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos- PNRS), que tem
como premissas estratégias para a destinação ambiental adequada dos
rejeitos, podemos citar:
(x) logística reversa
(x) reutilização de quaisquer resíduos
(x) padrões sustentáveis de produção e consumo
(x) gerenciamento de resíduos sólidos,
4- Quais os princípios que devem nortear o gerenciamento dos resíduos dos
serviços de saúde: redução, segregação e reciclagem:
(X) SIM
( ) NÃO
5- Você considera possível e viável a reciclagem de resíduos de saúde?
(x) sim
( ) não
6- A segregação adequada dos Resíduos Sólidos de Saúde evita a
contaminação dos resíduos comuns.
(x) correta ( ) incorreta
7- A implantação e o aperfeiçoamento dos processos de segregação dos
diferentes tipos de resíduos têm por principal objetivo:
( ) reutilização dos resíduos
( ) diminuição de aterros sanitários
( ) diminuição de odores
(X) minimização de resíduos
66

8- Os resíduos sólidos de saúde que demandam maior tratamento e destino


final específico são os com Risco Biológico?
( ) grupo C
( ) grupo D
( X) grupo A
( ) grupo B
9- Qual é a forma mais utilizada para tratar os resíduos biológicos:
( ) tratamento químico
(X) incineração
( ) aterro sanitário
( ) reciclagem
10- Do total de resíduos gerados, estima-se que os resíduos sólidos de saúde
contribuem em:
( ) 0% do total
(X) 2 % do total
( ) 20% do total
( ) 5% do total
67

APÊNDICE D - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE CONTEÚDO: “QUESTÃO


DE AQUECIMENTO” - FORMULÁRIO 1 (ON LINE)

Fonte. Elaborado pela autora, 2020


68

APÊNDICE E - TABULAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO DE PONTOS DE TENSÃO NO


GRUPO DE INTERVENÇÃO (RESULTADOS DA QUESTÃO DE
AQUECIMENTO).
69
70
71
72
73
74

APÊNDICE F - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL NO GRUPO DE


INTERVENÇÃO (ON LINE)

Fonte. Elaborado pela autora, 2020


75

APÊNDICE G - AVALIAÇÃO E FEEDBACK DO GRUPO DE INTERVENÇÃO


QUANTO A PROPOSTA DE ADAPTAÇÃO DA SALA DE AULA INVERTIDA NA
MODALIDADE ON LINE.
76
77

APÊNDICE H - PRODUTO 1
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87

APENDICE I - PRODUTO 2
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103

ANEXOS
104

ANEXO A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL


105

ANEXO B - TERMO DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL


106
107

ANEXO C - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA COM SERES


HUMANOS
108
109
110

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