APG 5 Resumo - Hipertrofia Fisiológica
APG 5 Resumo - Hipertrofia Fisiológica
APG 5 Resumo - Hipertrofia Fisiológica
Ciclo cardíaco:
OB2: Discutir os fatores que influenciam na
hipertrofia;
De maneira sucinta, podemos dizer que esta condições para lidar com maior volume de sangue.
adaptação pode se dar em resposta a: Neste caso, mantidas as condições de encurtamento
da parede ventricular, a existência de um volume
A. Aumento de necessidade metabólica que cavitário maior permitirá uma fração ejetada maior,
impõe um aumento do débito cardíaco. Esta embora o aumento de raio tenda a reduzir a
é a condição observada em resposta ao capacidade de desenvolvimento de pressão.
exercício físico, indução hormonal (Tiroxina,
isoproterenol) ou condições de débito alto OB4:Estudar as características cardíacas
como as observadas na anemia e fístulas dos praticantes de atividades físicas
arteriovenosas ( comparado aos não praticantes;
B. Aumento de carga pressórica ou de volume, Atualmente, o Coração de Atleta é considerado como
condição observada como resposta um conjunto de alterações clínicas,
adaptativa a condições patológicas como a eletrocardiográficas e ecocardiográficas resultantes
hipertensão arterial, estenose ou coartação da prática intensa e prolongada de exercício físico, e
de aorta, etc. (sobrecarga pressórica), ou que visam aumentar a eficiência da função
lesões orovalvulares ou congênitas como a cardiovascular. As alterações mais relevantes são a
insuficiência aórtica, comunicação hipertrofia miocárdica, o alargamento das cavidades
interatrial, etc. (sobrecarga de volume) cardíacas e o aumento da massa cardíaca, que
C. Resultante de mecanismos intrínsecos de podem ter intensidades diferentes entre os vários
natureza genética, tais como as hipertrofias atletas.
idiopáticas que podem ocorrer mesmo na
ausência de sobrecargas O processo fisiológico de adaptação do sistema
cardiovascular à prática de exercício físico é
OB3:Entender a diferença entre excêntrico e influenciado pelas características da atividade
concêntrico no coração (hipertrofia); desportiva realizada. A resposta aguda do sistema
cardiovascular à atividade física é diferente
Com relação ao coração como um todo as
consoante o tipo de exercício praticado
hipertrofias podem ser consideradas, de modo
genérico, como concêntricas e excêntricas. A prática de exercício isotônico origina o aumento do
débito cardíaco, o aumento substancial do consumo
Nas hipertrofias concêntricas ocorre aumento de
máximo de oxigénio, a diminuição das resistências
massa ventricular decorrente de aumento da
periféricas e o aumento da tensão arterial sistólica
espessura da parede e redução dos diâmetros
média, com ligeira diminuição da tensão arterial
cavitários. Tal condição surge em decorrência de um
diastólica (quadro II). A componente mais importante
aumento de resistência à ejeção ou à sobrecarga de
desta resposta é o aumento do consumo de
pressão. Na hipertrofia concêntrica a redução dos
oxigénio, que pode ultrapassar os 70mLO2/min/Kg
diâmetros cavitários permite ao ventrículo
(partindo de um valor médio de repouso de 3
desenvolver maior pressão. Este fato pode ser
mLO2/min/Kg) (8)(10)(11). A melhoria da
compreendido considerando-se a Lei de Laplace (P =
capacidade de utilização do oxigénio é conseguida
T/R). Nesse caso, a tensão ativa produzida pela maior
através do aumento do volume sistólico, e do
massa ventricular é maior e, sendo menor o raio da
consequente aumento do débito cardíaco, que pode
cavidade, a pressão resultante torna-se maior. Nas
atingir os 40 L/min. O aumento do volume sistólico é
hipertrofias excêntricas ocorre um aumento de
alcançado por dois mecanismos: aumento do volume
massa ventricular e da espessura da parede
de fim de diástole (pela lei de Frank-Starling) e
ventricular, mas com aumento dos diâmetros
diminuição do volume de fim de sístole (resultante do
cavitários. Esta condição surge em decorrência de
aumento do estado contráctil) (8)(12)(13). A
sobrecarga de volume No caso da hipertrofia
sobrecarga de volume a que o coração é sujeito
excêntrica, o ventrículo deverá adaptar-se a
durante a prática de exercício isotônico é responsável
pelo aumento do diâmetro interno e da espessura ▪ pressões de enchimento do coração (pressão
da parede da cavidade ventricular esquerda, o que diastólica final do ventrículo direito e pressão
condiciona o desenvolvimento de uma hipertrofia capilar pulmonar) normais em repouso e
ventricular excêntrica. ligeiramente elevadas durante o exercício;
▪ maior diminuição da resistência periférica
Actualmente considera-se que todo o atleta,
total e redistribuição do fluxo sanguíneo;
independentemente do tipo de desporto praticado,
▪ aumento da extração de oxigênio pelos
desenvolve uma combinação de alterações cardíacas
músculos esqueléticos periféricos, níveis
que englobam simultaneamente a dilatação e o
reduzidos de lactato sanguíneo e aumento da
aumento de espessura da parede ventricular
diferença arteriovenosa de oxigênio máxima;
esquerda (18). A diferença na intensidade destas
▪ dilatação e hipertrofia cardíacas.
alterações varia entre os vários atletas, o que se deve
em 75% a fatores não genéticos como o tipo de
▪ maior eficiência mecânica da musculatura
esquelética, associada a aumento da
desporto praticado, o sexo, a idade e a área de
capilarização e das atividades enzímicas,
superfície corporal do atleta. Os restantes 25%
devem-se a fatores ainda desconhecidos, mas que se ▪ e aumento da capacidade funcional
pensa poderem estar relacionados com aspectos pulmonar e melhor relação
genéticos. ventilação/perfusão.